Ata Da 5 Reunião GT Financiamento

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GRUPO DE TRABALHO FINANCIAMENTO PÚBLICO DE CULTURA

Ata da Reunião do Grupo de Trabalho de Financiamento Público de


Cultura definido no I Fórum Estadual de Cultura de Goiás. Aberta a
quinta reunião do Grupo de Trabalho, às 15:30h do dia 21 de maio do
ano em curso, pelo coordenador do Grupo de Trabalho, Marcelo
Carneiro, constatou-se as seguintes presenças: Sandro Di Lima, Elaine
Noleto, Marcelo Carneiro, Marcus Fidelis, Wolney Unes membros do GT e,
como convidados, Vanderlei Cassiano Lopes Júnior, gestor perante a Lei
Goyazes, Lourdes Augusta de Almeida e Benedito Ribeiro Gomes, ambos
representantes da Secretaria de Fazenda. Passada a palavra à senhora
Lourdes, esta informou que obtiveram da SEFAZ recomendação para
voltar a discutir mudanças na Lei Goyazes e na Lei do Pró-esporte, mas
que diante da decisão política tomada pelo Secretário de Fazenda,
Presidente da AGEPEL e Governador do Estado, estão aguardando as
discussões/propostas apresentados no Fórum de Cultura para estudarem
as mudanças propostas. Explica que na visão da SEFAZ é impossível
manter o prazo de pagamento do imposto, bem como é necessário
rediscutir o crédito outorgado e que a perspectiva inicial é de repassar
R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) por mês referente à Lei
Goyazes e não a previsão legal de R$ 5.000.000,000 (cinco milhões) de
crédito outorgado, e manter o crédito outorgado, aumentando-o para
100% (cem por cento) ao invés dos atuais 50% (cinqüenta por cento). No
tocante ao fundo de cultura que a SEFAZ entende como impossível a
regulamentação do fundo no percentual previsto em lei de 0,5 % (cinco
por cento) da receita líquida do Estado e que a proposta de
regulamentação do fundo chegou a ser encaminhada à SEFAZ, mas
que em razão do alto percentual previsto em lei não foi dado seqüência
à tal discussão de regulamentação e há sérias resistências da
aprovação do fundo nesses moldes e que o Governo do Estado parou
de repassar dinheiro a todos os fundos criados por lei, a exceção das
garantias constitucionais de saúde e educação. Diante da pergunta de
Elaine Noleto quanto ao percentual do fundo estadual de cultura que
eles, enquanto técnicos entendem que seria razoável, a convidada
responde que não sabe afirmar. Marcos Fidelis indaga por que
analisando o orçamento do Estado de Goiás não identificou a previsão
referente à Lei Goyazes, no que o representante da SEFAZ, Benedito
responde que consta juntamente com os benefícios fiscais, dentro do
crédito outorgado, de forma indiscriminada, na LDO- Lei de Diretrizes

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Orçamentás Anual – Terminada a exposição dos representantes da


SEFAZ e passada a palavra ao Marcelo Carneiro, faz suas considerações
sobre a lei goyazes e diz que a gestão anterior, divulgava a lei tendo
como principal foco o lucro das empresas. Em documentos expedidos
pela Diretoria de Ação Cultural, continha os itens: O que é a lei goyazes,
como investir na lei e o que a empresa ganha ao investir na lei; que
explanava qual o plano de lucro que a empresa pode ter com a
postergação do prazo de pagamentos do ICMS.Indaga qual o ganho
para o Estado de Goiás com a lei de incentivo, mesmo que do ponto
vista cultural, diante do benefício da postergação do imposto a pagar
que deforma o processo de venda de projetos, pois o foco fica no plano
do lucro da empresa. E isto não é vantagem para o governo. Outro
ponto a ser considerado é que este tipo de benefício gera negociatas e
distorções, pois as empresas e agenciadores ficam com todo o poder
nas mãos. Vander questiona Lourdes e Benedito acerca da
possibilidade de algumas empresas obterem benefícios sem
confirmarem junto à Sefaz, como é exigido mês a mês, a correta
aplicação de recursos em projetos, aproveitando-se de uma suposta
ausência de fiscalização ou controle administrativo daquele orgão.
Sandro Di Lima constata que alguns estados converteram suas leis de
incentivo em fundos e certos estados tiveram problemas de
contigenciamento. A convidada Lourdes argumenta que para a SEFAZ
o ideal é que tivesse um volume de recursos repassados à AGEPEL para
que esta o gerisse, sendo menos expressivo a questão do crédito do que
do fundo. Mas para o setor cultural é melhor ter os dois mecanismos. Faz
referência à inconstitucionalidade da lei de incentivo que não passou
pelo crivo do CONFAZ, tanto no tocante ao incentivo industrial quanto o
incentivo cultural, teriam uma perspectiva de complicações. Marcus
Fidelis fala que no intuito de mudar a regulamentação da lei de
incentivo à cultura, não há maiores complicações porque o prazo para
pagamento do imposto está estipulado no decreto, de modo que basta
modifica-lo, com o que concorda a representante da SEFAZ. Pergunta
sobre as denúncias que foi mencionado chegariam à SEFAZ com
relação aos desvios da Lei Goyazes, momento em que a convidada
Lourdes afirma que as denúncias a que fez referência não são
formalizadas e ninguém as formularia formalmente e que o interesse do
Governo do Estado é investir em cultura e não deixar a cargo das

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empresas a decisão de como e quanto investir em cultura, com


utilização de incentivos fiscais, nos moldes como hoje ocorre.
Retomando sua fala Marcos Fidelis afirma que as mesmas pessoas que
denunciam os desvios na Lei Goyazes estão, de certa forma, envolvidas
com eles, de modo que não vão querer denunciar os desmandos que
ocorriam na aplicação da lei. Vander afirma que pela proposta
apresentada pela Sefaz, esta poderá representar uma revolução se
realmente for dobrado o limite de crédito e se houver modificação do
beneficio fiscal oferecido aos patrocinadores que, conforme a proposta,
vislumbra-se a extinção do prazo especial de 60 dias e a concessão de
desconto de 100% do valor patrocinado, ou próximo de 100%. Prevê
com isso um aumento substancial na quantidade de empresas
participantes e uma simplificação na captação de recursos, o que
abrirá possibilidade para os próprios artistas captarem facilmente, e
reduzirá sobremaneira a concentração de poder nas mãos dos poucos
captadores e empresas. Segundo Lourdes a proposta da SEFAZ é de,
alem das alterações no decreto, revogação dos arts. 5º e 9º da Lei
Goyazes. Wolney inicialmente agrade a presença dos representantes da
SEFAZ à reunião e questiona que para deixar de ser o captador que
define como se dá o investimento em cultura do Estado de Goiás,
deveriam ser o Conselho, AGEPEL e SEFAZ a definirem conjuntamente os
valores a serem aplicados na lei de incentivo. Relata ainda que um
caminho já discutido no Conselho de Cultura seria um acerto prévio
entre todas partes, acerca do valor disponível para um determinado
período. Com isso, o Conselho trabalharia com esse valor, aprovando
apenas projetos até o teto liberado para aquele período. Dessa
maneira, o poder público retoma o controle sobre os proejtos que
efetivamente serão patrocinados, retomando o sentido da lei. Lourdes
responde que essas questões devem ser definidas por quem gere a lei
de incentivo e não pela pasta fazendária. Marcos Fidelis afirma que o
importante para a lei de incentivo cultural goiana é simplificar os
procedimentos para torná-la mais compreensível, uma vez que sendo
mais efetiva o volume de projetos irá triplicar. Que do ponto de vista
legislativo não há dificuldade do Governo do Estado conseguir
modificações na lei Goyazes na Assembleia. Que seria importante
pensarmos num mecanismo mais eficaz de prestação de contas como o
que foi utilizado no Circuito AGEPEL de Artes Cênicas, em 2004, onde ao

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invés de ser meramente contábil e juntada de documentos, é feita pela


comprovação de execução do que foi proposto. Por exemplo, 8 mil
reais para apresentar uma peça duas vezes. Ao invés de juntar recibos e
notas fiscais na prestação de contas, traria recortes de jornais,
declarações da Prefeitura da cidade de que executou os serviços, etc.
No tocante às denúncias que a SEFAZ receberia continua achando
importante saber da atuação anterior do controle interno e do TCE
referente à Lei Goyazes. Por fim, indaga aos representantes da SEFAZ
como seria a atuação das estatais e seu patrocínio, no que é respondido
pela senhora Lourdes que a experiência deles com as leis de incentivo é
no sentido normativo e que não trabalham com a visão de controle e
que seria importante formalizar a SEFAZ um questionamento quanto à
possibilidade da prestação de contas poder ser feita na forma proposta
pelo Grupo de Trabalho. Marcelo Carneiro afirma que existem critérios
na Lei Goyazes porque o Conselho de Cultura funciona muito bem e que
os problemas de desvios constatados são frutos da sistemática legal da
lei de incentivo, de modo que a lei não funciona como lei de incentivo
por conta do prazo de pagamento do imposto que cria possibilidade de
negociatas, diante da dificuldade de captação dos projetos aprovados.
O poder público precisa avaliar as denúncias, as propostas e se
sensibilizar quanto aos mecanismos de beneficiar o artista e entende que
100 % de crédito outorgado também não é salutar, e talvez seria viável
pensar numa progressividade, diferenciando-se, também, o patrocínio
do investimento???. Sandro Di Lima se coloca contrário á dedução de
100% e indaga por que a classe artística, apesar dos desvios e
denúncias, aceita as leis de incentivo? E responde que é para sair do
ostracismo. Interpela também porque não converter as leis de incentivo
apenas em fundo e também coloca os inconvenientes dessa
transformação: contigenciamento, clientelismo a depender de quem
gere o recurso e dirigismo. Mas que apesar de tudo isso entende que a
conversão em fundo cria política de abrangência, calibra a política de
fomento, cria a possibilidade de parametrização dos custos porque boa
parte dos recursos são perdulários, e, esta é uma questão grave das leis
de incentivos porque não possibilitam o cotejamento. Além disso, o
fundo proporciona o lançamento direto dos recursos através de editais.
A convidada Lourdes diz que pessoalmente também é contra 100 % de
crédito outorgado porque as empresas deveriam investir dinheiro delas

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na cultura e como é colocada pelas leis de incentivo isso não ocorre


porque o recurso é fundamentalmente público. Diante dessa discussão
surge a proposta de previsão legal de progressividade do crédito
outorgado até se chegar aos 100 %. Vander afirma que não é possível
deixar somente na mão de captadores a decisão de investimento em
cultura e propria definição de politica cultural estadual ao escolherem
dentre uma enorme quantidade de projetos aprovados àqueles que
serão beneficiados, e com a mudança inicialmente proposta será
possível atender a mais projetos, diminuir a margem de projetos
aprovados sem patrocínio, trabalhar Agepel e Conselho no sentido de
aprovar a quantidade de projetos dentro da previsão orçamentária
disponível, desempenhar um correto acompanhamento de prazos de
execução, ou seja, adoção de melhores ferramentas de gestão
administrativa do Programa Goyazes e enfim possibilitar ao Conselho de
Cultura a definição de fato da política cultural do Estado . Marcus Fidelis
diz que na discussão da lei, o reforço orçamentário apresentado pela
SEFAZ, o dobro da previsão atual, ainda é menor que o investimento da
lei municipal de cultura e que a história brasileira mostra que o
empresário brasileiro quer pegar dinheiro do Estado , por isso, inserir
recursos próprios nas leis de incentivos é uma ficção e se não houver os
100% de crédito outorgado não haverá incentivo e daí cria-se um
dilema, qual seja: a outorga é um pedágio mas garante que algo seja
investido, sem ela nada será investido. Sandro Di Lima conclui que o
problema da Lei Goyazes é na matriz, ou seja, passa-se dinheiro público
para as empresas fazer proselitismo. Marcelo Carneiro argumenta que o
captador se trabalhando para as empresas até pode cobrar mais de
10%, mas diante das leis de incentivos não pode. E que é importante que
exista o captador em razão das dificuldades encontradas pelos artistas
na habilidade de buscar recursos junto ao empresário e que a culpa
maior das distorções é da própria lei, sendo mínima a culpa do
empresário e do captador. Define que os 100% dentro de um contexto é
benéfico. Sando Di Lima alega que a progressividade iniciando com
100% e reduzir percentuais ao longo do tempo. Marcelo Carneiro rebate
que 100% de crédito outorgado é uma proposta boa, apenas discorda
que, por exemplo, uma empresa se movimente e não possa ter a
logomarca utilizada, enquanto uma gráfica constará sua logomarca. Por
fim, ficou definido que as sugestões de mudanças da lei serão

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encaminhadas à Secretaria da Fazenda para análise e convidar


novamente os representantes para participarem da reunião do GT
quanto da definição das propostas do grupo de trabalho. Após,
encerrou-se a presente, onde foi lida e conferida a presente ata, lavrada
e assinada por mim que secretariei os trabalhos, e pelos demais
membros e convidados.

Goiânia, 21 de maio de 2009.

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