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SITUAÇÃO ATUAL E AS
PERSPECTIVAS FUTURAS
Por:
Phillip E. Johnson
Think (The Royal Institute of Philosophy) – 19 de Fevereiro de 2007.
Tradução e Adaptação:
Maximiliano Mendes
Os Grants mediram bicos de tentilhões ao longo de muitos anos. Em 1997, uma seca
matou a maioria destas aves, e os sobreviventes tinham bicos levemente maiores que
antes. A explicação provável era que os pássaros de bicos grandes tinham vantagem,
pois eram capazes de comer as últimas sementes duras que restaram. Alguns anos
depois as chuvas retornaram, e a média do tamanho dos bicos voltou ao normal. Não
houve o aparecimento de nenhum órgão novo e não houve nenhuma mudança direcional
de qualquer tipo, apenas um ciclo de vai-e-vem de bicos pequenos para bicos levemente
maiores e de volta para bicos pequenos. Entretanto, este é na verdade o exemplo mais
impressionante de seleção natural já observado produzindo mudanças que os
Darwinistas foram capazes de corroborar, após aproximadamente um século e meio de
buscas por evidências de que o mecanismo de variação aleatória com sobrevivência
diferencial tem o poder transformador necessário para realizar tudo que os livros
atribuem a ele.
Como demonstrado no caso do filósofo Anthony Flew (ver adiante), o argumento tem
poder persuasivo. Se os pensadores independentes na ciência se sentissem livres para
escrever sobre a possibilidade das causas inteligentes na história da vida sem sofrer as
conseqüências adversas, a literatura profissional e popular sobre este tema iria
provavelmente ser substancial e vigorosa. Este é o motivo daqueles que não querem que
o conceito do design inteligente prospere julgarem ser necessário decretar regras
explícitas a fim de não permitir que os cientistas e outros discutam a possibilidade de
que há uma inteligência real por trás da complexa informação genética.
Foi demonstrado em Outubro de 2004 que tal preocupação era real, quando um artigo
de revisão do teórico do DI, Dr. Stephen Meyer, passou na revisão por pares feita por
cientistas empregados em instituições tipicamente seculares e foi publicado no
Proceedings of the Biological Society of Washington. Os Darwinistas ficaram tão
alarmados pela publicação do artigo de Meyer que montaram uma campanha furiosa
contra ele. O conselho diretor da sociedade ficou tão estupefato que repudiou o artigo
como inadequado para publicação em seus Proceedings, citando a política da AAAS, e
reassegurando aos críticos que “o tópico do design não será abordado em edições
futuras”. Seguindo esta desaprovação, os Darwinistas montaram uma outra campanha
furiosa para desacreditar o editor que tinha aprovado o artigo de Meyer para publicação,
acusando-o de ser um criacionista da terra jovem enrustido.
A bagunça quase histérica sobre o artigo de Meyer teve alguns aspectos positivos. Os
Darwinistas tem persistentemente criticado os teóricos do MDI de levarem seus
argumentos diretamente ao público, o que implicaria que esses teóricos estão tentando
evitar o exame detalhado e profissional que acompanha a publicação em periódicos
científicos. A verdade é o oposto. Os teóricos do DI têm avidamente perseguido
quaisquer oportunidades que eles possam encontrar para publicar em periódicos
científicos cujos artigos passam pela revisão por pares. A história da publicação do
artigo de Meyer, e o seu resultado, demonstram que tais publicações seriam possíveis,
caso não estivesse havendo uma aplicação de políticas doutrinárias que barram a
publicação de artigos em apoio ao design inteligente, e a conseqüente intimidação
pública e profissional de editores que poderiam permitir essas publicações. O argumento
dos Darwinistas para que o público se oponha ao Design Inteligente resumese a dizer
que “Você tem de publicar nos periódicos profissionais antes de levar a teoria ao
público, e nós temos uma regra que não permite que vocês publiquem na literatura
profissional”. Então não há como os críticos do naturalismo evolucionista se
estabelecerem. Se a publicação em periódicos fosse permitida, há razões para se crer
que os cientistas se interessariam muito em trabalhar o tema. Mais de 60 cientistas ao
redor do mundo pediram cópias do artigo de Meyer, mais um pacote de materiais de
referência. Devido ao fato de que uma proibição de publicação estar em vigor, O DI não
é discutido na literatura científica. Este silêncio imposto não nos diz nada sobre o que
poderia estar acontecendo se os cientistas e editores fossem livres para agir de acordo
com seus próprios julgamentos, sem medo de ser punidos por abordar tópicos proibidos.
Mas as questões religiosas podem ser razoáveis e importantes. Aqui vai um exemplo:
Eu repetidamente apresentei a questão: “Deus é real ou imaginário?” O naturalismo
evolucionista classifica Deus entre os produtos subjetivos do cérebro humano, e assim,
entre os produtos da própria evolução. Contudo, se Deus é verdadeiramente real e é o
nosso criador, então impor uma definição de conhecimento baseada na suposição de que
SOMENTE a natureza é real, e que Deus só existe no imaginário humano seria um
grande erro. Certamente é racional, para as pessoas que acreditam que Deus é ou pode
ser o criador, desafiar os que insistem que venhamos a aceitar que uma natureza
nãointeligente fez todo o trabalho de criação. É racional argumentar que, ao invés disso,
deveríamos analisar a evidência de forma imparcial, com o objetivo de chegar à
verdade, mesmo que seja necessário haver um criador, para criar todas as maravilhas do
mundo dos seres vivos. Se o mecanismo Darwiniano ou algum outro tipo de
combinação de lei e acaso não é capaz de criar a informação necessária, então
deveríamos reconhecer sua incapacidade e passarmos a considerar outras opções. O que
nós não deveríamos fazer é apegar-nos a uma resposta inadequada porque temos medo
de reconhecer que a incapacidade dela tenderá a nos levar em direção a Deus.
Embora o dogma naturalista tenha dominado a educação pública por meio século, seus
mandarins falharam em convencer o público americano a adotá-lo, e eu vejo muitos
sinais de que o descontentamento com o naturalismo evolucionista está se espalhando
através do mundo. Um esses sinais são os muitos idiomas para os quais alguns de meus
livros já foram traduzidos, incluído o Francês, Espanhol, Português, Coreano, Chinês,
Tcheco, Finlandês e Macedônio. Eu regularmente recebo perguntas até mesmo de
pessoas das nações mais secularizadas do mundo, demonstrando ceticismo em relação
ao naturalismo evolucionista. Nitidamente, os relatos sobre a morte de Deus foram
muito exagerados. Com o crescimento mundial da religião teísta, especialmente em
regiões onde a taxa de nascimentos está crescendo ao invés de diminuir, é somente uma
questão de tempo até que o argumento a favor de um designer inteligente adentre
as discussões científicas e acadêmicas.
Outro sinal precoce da forma como o mundo está se direcionando veio em Dezembro de
2004, quando houve muitos comentários nos jornais e grupos de discussão da internet
sobre o famoso filósofo ateísta Anthony Flew. Flew tinha acabado de anunciar que havia
se convertido ao teísmo filosófico (embora não ao Cristianismo ou qualquer outra
religião específica, pelo menos até agora), com base nas descobertas científicas e o
raciocínio associado, que o convenceram de que há um designer inteligente do universo
natural. Flew parece ter investigado o fenômeno do design no mundo natural por razões
semelhantes às minhas. Ele queria decidir por si só, se as evidências e a lógica apontam
na direção de uma inteligência criadora, ou se Deus é nada mais que uma idéia
subjetiva, criada pela imaginação humana. Talvez estas questões sobre a realidade de
Deus sejam de natureza religiosa, mas elas são importantes e merecem ser investigadas
sem preconceitos ao invés de se proibir seu exame porque grupos poderosos definem
ciência como comprometimento a priori com o naturalismo.
Embora Flew por enquanto não tenha aderido ao Cristianismo ou a qualquer outra
religião, ele deu um salto gigante nessa direção. Em um artigo no London Independent
de 27/12/2004, um teólogo de Oxford escreveu: “A que tipo de Deus [i.e., o designer de
Flew] ele poderia estar se referindo? Seria um que criou as partículas elementares do
universo, as forças fraca e forte, os átomos e as moléculas, e que, contudo, não esteja
relacionado com o surgimento de uma humanidade inteligente? Ou poderia ser um Deus
que foi inteligente o bastante para criar as galáxias, e sistemas incrivelmente intricados
como o DNA, e, contudo, não inteligente o bastante para se comunicar com a
humanidade? Embora Flew não acredite na Revelação, e possa não sentir que o livro de
Gênesis propicie um relato útil da criação, ele também não parece ter exatamente este
tipo de Deus minimalista em mente. Na verdade, quando pressionado sobre se a sua
‘Causa Primeira’ é onisciente, ele admite que uma Causa Primeira, se há uma,
claramente produziu tudo o que está acontecendo, e isto implica que ‘no princípio’
houve uma criação.”
Eu concordo com este ponto, e a minha visão pessoal é que eu identifico o designer da
vida como o Deus da Bíblia, embora a teoria do design inteligente, da forma que é, não
exija isso. Os materialistas científicos resistem de forma impetuosa à análise sobre a
existência de um designer do que vemos na natureza, em parte porque eles temem que
mesmo a versão mais minimalista de uma divindade tenderá a ser entendida como o
Deus da Bíblia, que se comunica com os humanos e se preocupa com o nosso
comportamento. Talvez este medo seja justificado, mas e daí? Nós devemos considerar
a possibilidade de que o Cosmos é governado por um Deus que se importa conosco, ao
invés de proibi-la como uma idéia da qual deveríamos fugir.
O fato das autoridades Darwinistas acharem que o exame público de sua teoria é tão
ameaçador me diz que há uma insegurança oculta em sua posição intelectual que irá
eventualmente se tornar tão visível ao ponto de não mais poder ser escondida. Hoje em
dia eu raramente vejo tentativas de se provar que o mecanismo Darwinista realmente
tem o poder de criar as grandes inovações biológicas. Ao invés disso, os museus e
revistas preferem apenas contar a estória da descendência comum, assumindo que a
variação aleatória mais a seleção natural (reprodução diferencial) devem ter sido
capazes de preparar qualquer design que tivesse de ser feito. Ao mesmo tempo, a
maioria dos cientistas, embora guiados pelas suposições Darwinistas, continua
fornecendo cada vez mais evidências do enorme conteúdo informacional das estruturas
vivas.
Eu ainda estou convencido de que o possível papel das causas inteligentes na história da
vida irá eventualmente se tornar um assunto que os cientistas mais proeminentes
desejarão abordar de forma justa. Por enquanto as organizações científicas influentes
estão comprometidas de forma apaixonada com as explicações que só levam em
consideração as causas materiais, então eles rejeitam de imediato qualquer sugestão de
que causas inteligentes também podem ter tido algum papel. Parece que o compromisso
principal deles é o apoio ao materialismo, ao invés de seguir as evidências em direção a
qualquer conclusão que elas levarem.
FONTE:
http://crentinho.wordpress.com/2007/03/08/o-design-inteligente-na-biologia-a-situacao-
atual-e-as-perspectivas-futuras/