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DISTRIBUIÇÃO FÍSICA

Uma vez definidos os canais de distribuição, torna-se necessário detalhar o


processo logístico que irá realizar, na prática, o projeto selecionado. O objetivo geral é
o de levar os produtos certos, para os lugares certos no momento certo e com o nível
de serviço desejado, pelo menor preço possível.

1) COMPONENTES DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO

INSTALAÇÕES FIXAS → Fornecem os espaços destinados a abrigar as mercadorias até


que sejam transferidas para as lojas ou entregues aos clientes. São também providas
de facilidades para descarga dos produtos, transporte interno, e carregamento dos
veículos de distribuição (carrinhos, empilhadeiras etc.)

ESTOQUES DE PRODUTOS → Segundo alguns estudiosos é a raiz de todo mal na


empresa. O custo do capital dos produtos acabados que permanecem estocados no
depósito da fábrica, nos centros de distribuição dos atacadistas, distribuidores e
varejistas, e nos veículos de transporte, passou a ser um encargo elevado para as
empresas. Isso porque a oferta de produtos se abriu num leque de opções muito
grande, com variedades de tipos, capacidade, acabamento e cores, ocasionando um
acréscimo expressivo nos níveis de estoque.

VEÍCULOS → O tipo de veículo a ser usado depende do tipo de transferência. Na


transferência de produtos do fabricante até o centro de distribuição do varejista, ou
depósito do atacadista são empregados veículos maiores, com lotação plena. Já no
abastecimento das lojas, normalmente são empregados veículos menores devido a
dificuldade dos caminhões de grande porte circularem nas regiões urbanas e a maior
freqüência nas entregas dos produtos.

INFORMAÇÕES DIVERSAS → Para operar um sistema de distribuição é necessário dispor


de informações variadas: cadastro dos clientes (composto pela razão social, endereço,
coordenadas geográficas), as quantidades de produtos a serem entregues a cada
cliente, condições (horário de entrega, tipo de acondicionamento), roteiros de
distribuição (seqüencia dos clientes a serem atendidos).

HARDWARE E SOFTWARE DIVERSOS → As atividades de distribuição são planejadas,


programadas e controladas por meio de softwares, que ajudam na roteirização dos
veículos, controle dos pedidos, devoluções, monitoramento da frota.

PESSOAL → É necessário dispor de pessoal devidamente capacitado e treinado. Com a


sofisticação dos equipamentos e do tratamento da informação nas atividades
logísticas, torna-se necessário reciclar os empregados em todos os níveis. Essa
reciclagem deve ser feita desde o motorista e seu ajudante, que têm contato direto
com os clientes, passando pelos empregados que trabalham no centro de distribuição
para estar a par dos conceitos da logística, até a administração, devido às constantes
mudanças.

2) CONFIGURAÇÕES BÁSICAS DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO


DISTRIBUIÇÃO “UM PARA UM” OU TRANSFERÊNCIA DE PRODUTO → O veículo é
totalmente carregado no depósito da fábrica ou em um centro de distribuição do
varejista (lotação completa) e transporta a carga para um outro ponto de destino,
podendo ser outro centro de distribuição, uma loja ou outra instalação qualquer.

DISTRIBUIÇÃO “UM PARA MUITOS” OU COMPARTILHADA → O veículo é carregado no


centro de distribuição do varejista com mercadorias destinadas a diversas lojas ou
clientes, executando um roteiro de entregas predeterminado.

Na distribuição “um para um”, o carregamento do veículo é realizado de forma a


lotá-lo completamente, pois é possível acomodar a carga nos espaços disponíveis de
modo ao melhor aproveitamento de sua capacidade. Já na distribuição “um para
muitos”, geralmente não se consegue um bom aproveitamento do espaço dentro do
veículo, porque se é obrigado a carregá-lo na ordem inversa das entregas.

2.1) ELEMENTOS BÁSICOS DA DISTRIBUIÇÃO “UM PARA UM”:

DISTÂNCIA ENTRE O PONTO DE ORIGEM E O PONTO DE DESTINO → Condiciona o tipo de


veículo, o custo e o frete a ser cobrado do usuário.

VELOCIDADE OPERACIONAL → É a velocidade média entre os pontos de origem e


destino, descontando os tempos de carga e descarga, tempo de espera para a carga
ser recebida pelo cliente, entre outros.

TEMPO DE CARGA E DESCARGA → É o tempo total despendido na pesagem,


conferência, emissão de documentos, bem como nas operações de carga e descarga
propriamente ditas. Quanto mais curta for a distância entre o ponto de origem e o
ponto de destino mais o tempo de carga e descarga afeta as características
operacionais e econômicas.

ACONDICIONAMENTO DA CARGA → Uma maneira de reduzir substancialmente os


tempos de carga e descarga é utilizar outras formas de acondicionamento da carga.
Uma boa saída é a utilização de pallets.

TEMPO DE PORTA A PORTA → De nada adianta uma empresa de transporte aéreo


oferecer os jatos mais velozes para transferir produtos de um ponto a outro, se a
mercadoria sofre retenções e atrasos excessivos no solo.

QUANTIDADE OU VOLUME DE CARREGAMENTO → É medida em toneladas, metros


cúbicos, pallets, etc.. Quando os volumes transportados são elevados, a empresa pode
optar por um serviço próprio de distribuição, operando com frota própria ou
terceirizada. Um aspecto importante a considerar é a variação sazonal do volume
transportado.

DISPONIBILIDADE DE CARGA DE RETORNO → A não existência de carga de retorno


pode afetar o nível de serviço oferecido ao cliente. Quando não consegue um frete de
retorno satisfatório, o transportador pode: lotar o veículo com carga excedente, reter os
lotes despachados no seu depósito para esperar carga de retorno ou até mesmo
subcontratar o transporte com autônomos que oferecem preços mais baixos, mas
operando com veículos velhos e inadequados.

DENSIDADE DA CARGA → Afeta a escolha de um tipo de veículo adequado ao serviço e,


por conseqüência, o custo de transporte. Mercadorias de baixa densidade acabam
lotando o veículo por volume, e não por peso.
DIMENSÕES E MORFOLOGIA DAS UNIDADES → Afetam seu transporte, o arranjo e o
manuseio.

VALOR UNITÁRIO → Pode implicar no uso de veículos especiais e na implantação de


sistemas de segurança e de monitoramento adequados.

GRAU DE FRAGILIDADE →Tem influência nos cuidados necessários no processo de


embalagem do produto, no seu manuseio e no transporte. No caso de pallets, o grau de
fragilidade da carga condiciona o número máximo de camadas empilhadas no deposito
ou centro de distribuição.

GRAU DE PERICULOSIDADE→ Tem implicações severas na distribuição de produtos,


principalmente em países mais desenvolvidos. Estamos caminhando para uma maior
preocupação com a ecologia e com a segurança. Um aspecto ligado à distribuição de
produtos perigosos é a escolha de rotas de mínimo risco.

2.2) ELEMENTOS BÁSICOS DA DISTRIBUIÇÃO “UM PARA MUITOS”:

Os fatores básicos comuns aos dois tipos de distribuição são: quantidade


de mercadoria, densidade da carga, dimensões e morfologia, valor unitário,
acondicionamento, grau de fragilidade e grau de periculosidade.

Os fatores que influenciam a distribuição “um para muitos”, além dos


citados acima, são:

DIVISÃO DA REGIÃO A SER ATENDIDA EM ZONAS OU BOLSÕES DE ENTREGA → A região


deve ser dividida em zonas de entrega e cada uma delas será normalmente alocada a
um veículo.

DISTÂNCIA ENTRE O CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO E O BOLSÃO DE ENTREGA → É a


distância entre o centro de distribuição e a zona de entrega.

VELOCIDADES OPERACIONAIS MÉDIAS → São divididas em duas velocidades: V1:


velocidade no percurso entre o depósito e a zona de entrega, e V2: velocidade no
percurso dentro da zona de entrega.

TEMPO DE PARADA EM CADA CLIENTE → É o tempo que se leva descarregando a


mercadoria em cada cliente.

TEMPO DE CICLO → É o tempo necessário para completar um roteiro e voltar ao


depósito.

FREQÜÊNCIA → É a freqüência com que as lojas são visitadas (diária, dia sim, dia não,
semanal).

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