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defende que a obra de Padre Heroncio no se tratava de um trabalho histrico, e sim de uma
crnica atualizada sobre a devoo potiguar, indicando, entre muitos pontos que
comprovavam seu argumento, a presena na obra de aluses aos congressos eucarsticos. Para
Renato Amado esse foi o ponto de desconstruo, pelo qual ele foi capaz de trazer
historicidade aos dois exemplares.
Para rebater Hlio Galvo e mostrar a atuao poltica da Igreja catlica no RN,
Amado aponta a relao entre a fundao do jornal de comunicao da Igreja no RN, a
Ordem, a fundao dos Moos Marianos e da Ao integralista, todos esses fundados em 15
de julho, segundo Amado, um claro smbolo de oposio a Revoluo francesa, aos ideais
modernos, quem muitos no perodo, dcada de 30, enxergavam como comunismo. Esse
anticomunismo na dcada de 1980 ganha um outro matiz, depois da Segunda Guerra e no
contexto de Guerra Fria, esse torna-se oposio ao socialismo sovitico.
Entre muitas outras questes debatidas o ponto principal foi mostrar como a partir da
obra de padre Heroncio a Igreja catlica traou estratgias de fixao no estado, de domnio
poltico e ideolgico, e de construo de uma identidade catlica potiguar com base nos
mrtires. Percebendo as concepes que se fazem sobre o que seria o comunismo, em cada
perodo das respectivas edies, e os usos e interpretaes que deram a essa obra da
historiografia potiguar, importante para sua identidade, podemos entender as restries e as
presenas em cada edio do livro Os Holandeses no Rio Grande.