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Educação: Governo diz que "foi por muito pouco" que não foi alcançado um acordo

14 de Março de 2008, 21:17

Lisboa, 14 Mar (Lusa) - o Secretário de Estado adjunto da Educação afirmou hoje que
"foi por muito pouco" que não foi alcançado um acordo sobre a avaliação de
desempenho dos professores, acusando os sindicatos de estarem "irredutíveis".

No final de uma reunião de quase três horas com Federação Nacional de Sindicatos da
Educação (FNE), Jorge Pedreira adiantou que a tutela propôs o estabelecimento de
regras comuns para o modelo simplificado de avaliação em todas as escolas, mostrando-
se até disponível para negociar outras matérias, como o diploma da gestão escolar.

"É uma pena mas foi por muito pouco que não se conseguiu um acordo com a FNE. O
Ministério mostrou toda a abertura para negociar, a irredutibilidade está do lado dos
sindicatos", disse Jorge Pedreira.

De acordo com o secretário de Estado, o ministério propôs que o regime simplificado de


avaliação, que não contempla a observação de aulas ou as notas dos alunos, fosse
aplicado da mesma forma em todos os estabelecimentos de ensino, com definição de
regras comuns e procedimentos mínimos, o que não foi aceite pela FNE.

Assim sendo, este regime simplificado - anunciado na quarta-feira pela ministra Maria
de Lurdes Rodrigues na sequência de uma reunião com o Conselho de Escolas - será
negociado em cada estabelecimento de ensino, podendo ser aplicado de forma
diferenciada, uma solução já criticada pelos sindicatos.

No encontro, o ME propôs ainda que o processo de avaliação fosse apenas aplicado aos
7.000 professores contratados e docentes dos quadros em condições de progredir de
escalão, sendo suspenso em relação aos restantes 136 mil.

"O ME colocou-nos uma solução em que admitia que umas escolas fizessem avaliação e
outras não. Nós entendemos que o princípio da unidade não pode ser posto em causa.
Consideramos que não estão reunidas as condições para que o processo possa decorrer
com qualidade, seriedade e credibilidade", afirmou o secretário-geral da FNE, João Dias
da Silva, à saída do encontro.

Considerando que "a tutela está inabalável", a FNE declarou o fim do processo
negocial, à semelhança do que já tinha acontecido à tarde com a outra estrutura dos
professores, a Fenprof.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) ameaçou mesmo recorrer aos tribunais
por considerar ilegal o regime simplificado de avaliação de desempenho que o
Ministério acordou esta semana com o Conselho de Escolas.
"Os procedimentos simplificados anunciados pelo ME são completamente ilegais
porque representam uma alteração ao diploma que não foi negociada, nem publicada em
lado nenhum", afirmou à Lusa o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, no final
da última reunião com a tutela relativa à regulamentação do processo de avaliação dos
docentes.

Na quarta-feira, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, anunciou que o


processo de avaliação não será suspenso, nem adiado, mas poderá ser aplicado de forma
simplificada este ano lectivo, por exemplo abdicando de requisitos como a observação
de aulas e de critérios como as notas dos alunos.

JPB.

Lusa/Fim

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