Neste artigo, retomamos formulações anteriores acerca do Paradigma Jornalismo Digital em
Base de Dados (JDBD) para refletir sobre sua preponderância crescente, apontando extensões
para o modelo no jornalismo contemporâneo. Uma das mais visíveis e sobre a qual nos centramos é o que se vem chamando Jornalismo Guiado por Dados, considerada aqui uma das
vertentes do JDBD, pois está no escopo de abrangência do seu conceito. A partir do referencial
teórico e do mapeamento de exemplos empíricos, inferimos que as novas extensões do JDBD
materializam, principalmente, modos de narrar, de compor as peças informativas, de formatos
variados para os conteúdos, bem como para apresentação das informações jornalísticas. Assim,
é possível indicar a conformação de hipernarrativas ou narrativas interativas dinâmicas, de cariz
complexo, também afinadas com o que se denomina estética base de dados.
Título original
O paradigma ‘Jornalismo Digital em Base de Dados’: modos de narrar, formatos e visualização para conteúdos
Neste artigo, retomamos formulações anteriores acerca do Paradigma Jornalismo Digital em
Base de Dados (JDBD) para refletir sobre sua preponderância crescente, apontando extensões
para o modelo no jornalismo contemporâneo. Uma das mais visíveis e sobre a qual nos centramos é o que se vem chamando Jornalismo Guiado por Dados, considerada aqui uma das
vertentes do JDBD, pois está no escopo de abrangência do seu conceito. A partir do referencial
teórico e do mapeamento de exemplos empíricos, inferimos que as novas extensões do JDBD
materializam, principalmente, modos de narrar, de compor as peças informativas, de formatos
variados para os conteúdos, bem como para apresentação das informações jornalísticas. Assim,
é possível indicar a conformação de hipernarrativas ou narrativas interativas dinâmicas, de cariz
complexo, também afinadas com o que se denomina estética base de dados.
Neste artigo, retomamos formulações anteriores acerca do Paradigma Jornalismo Digital em
Base de Dados (JDBD) para refletir sobre sua preponderância crescente, apontando extensões
para o modelo no jornalismo contemporâneo. Uma das mais visíveis e sobre a qual nos centramos é o que se vem chamando Jornalismo Guiado por Dados, considerada aqui uma das
vertentes do JDBD, pois está no escopo de abrangência do seu conceito. A partir do referencial
teórico e do mapeamento de exemplos empíricos, inferimos que as novas extensões do JDBD
materializam, principalmente, modos de narrar, de compor as peças informativas, de formatos
variados para os conteúdos, bem como para apresentação das informações jornalísticas. Assim,
é possível indicar a conformação de hipernarrativas ou narrativas interativas dinâmicas, de cariz
complexo, também afinadas com o que se denomina estética base de dados.
O paradigma Jornalismo Digital em Base de Dados: modos de narrar, formatos e
visualizao para contedos. Galaxia (So Paulo, Online), n. 25, p. 152-164, jun. 2013. 152 O paradigma Jornalismo Digital em Base de Dados: modos de narrar, formatos e visualizao para contedos 1 Suzana Oliveira Barbosa Vitor Torres Resumo: Neste artigo, retomamos formulaes anteriores acerca do Paradigma Jornalismo Digital em Base de Dados (JDBD) para refetir sobre sua preponderncia crescente, apontando extenses para o modelo no jornalismo contemporneo. Uma das mais visveis e sobre a qual nos cen- tramos o que se vem chamando Jornalismo Guiado por Dados, considerada aqui uma das vertentes do JDBD, pois est no escopo de abrangncia do seu conceito. A partir do referencial terico e do mapeamento de exemplos empricos, inferimos que as novas extenses do JDBD materializam, principalmente, modos de narrar, de compor as peas informativas, de formatos variados para os contedos, bem como para apresentao das informaes jornalsticas. Assim, possvel indicar a conformao de hipernarrativas ou narrativas interativas dinmicas, de cariz complexo, tambm afnadas com o que se denomina esttica base de dados. Palavras-chave: jornalismo; Jornalismo Digital em Base de Dados; cibercultura Abstract: The Paradigm of Database Journalism: narrative modes, formats and content visualization This article examines earlier formulations of the paradigm of Digital Database Journalism (DDBJ) to refect about its increasing preponderance, pointing out expansions of the model in contemporary journalism. One of the most visible expansions upon which we focus is known as Data-Driven Journalism, which we consider one of the approaches of DDBJ, since it lies within the scope of the DDBJ concept. From the theoretical framework and mapping of empirical examples, we infer that the new expansions of DDBJ materialize mainly modes of narration, of composing informative essays, of varied content formats, and of presenting journalistic information. Thus, it is possible to indicate the shaping of dynamic interactive hypernarratives or narratives, of a complex aspect, which are also in tune with so-called database aesthetics. Keywords: journalism; digital database journalism; cyberculture. 1 Este artigo, originalmente apresentado no GT Estudos de Jornalismo do XXI Encontro da Comps (2012), foi revisto e atualizado para envio a esta revista. BARBOSA, S. A.; TORRES, V. O paradigma Jornalismo Digital em Base de Dados: modos de narrar, formatos e visualizao para contedos. Galaxia (So Paulo, Online), n. 25, p. 152-164, jun. 2013. 153 Paradigma JDBD em expanso contnua Como um modelo terico formulado para o melhor entendimento sobre o papel das bases de dados no jornalismo contemporneo, o Paradigma JDBD Jornalismo Digital em Base de Dados (BARBOSA, 2007, 2008, 2009, 2011; FIDALGO, 2004, 2007; MACHADO, 2006; RAMOS, 2011a, 2011b 2 ) expande-se em sucessivas apropriaes, cada vez mais demarcando distines para os cibermeios operando segundo a lgica multiplataforma. No contexto atual, a consolidao das bases de dados como estruturantes da atividade jornalstica e como agentes singulares no processo de convergncia de meios nos permite afrmar a sua preponderncia, ao tempo que verifcamos extenses para o modelo. Uma das mais visveis o que se vem chamando Jornalismo Guiado por Dados ou Data Journalism (BRIGS, 2010; BRADSHAW, ROHUMAA, 2011; ROGERS, 2011; GRAY, BOUNEGRU, CHAMBERS, 2012). Segundo defnio mais simples, Jornalismo Guiado por Dados aquele produzido com dados, os quais podem ser gerados e disponibilizados por uma diversidade de fontes pblicas e privadas inclusive as prprias organizaes jornalsticas do mainstream e podem estar estruturados em sua forma mais bruta, co- mum, em planilhas Excel, ou mesmo publicados segundo padres de design e formatos diversos para a narrativa jornalstica que tiram partido de recursos variados para a melhor apresentao e compreenso do leitor/usurio, do pblico. O termo enfatiza, especialmente, a existncia de informaes pblicas de pases, governos, entidades de diversos perfs tornadas cada vez mais acessveis e diversifcadas, ao tempo que permitem o uso, a explorao e a publicao por meio de formatos diversos e ferramentas de visualizao especfcas utilizadas para sua apresentao. Gera o que estudiosos classifcam como o fenmeno do big data ou a revoluo industrial do dado, conforme indicam Bradshaw e Rohumaa (2011, p. 48). Talvez, um dos exemplos emblemticos da fora dos dados tenha sido o episdio da divulgao dos 250 mil te- legramas confdenciais de comunicaes diplomticas de governos, principalmente dos Estados Unidos, por parte da organizao WikiLeaks, em novembro de 2010. Foi a partir desses dados coletados e disponibilizados pelo WikiLeaks conhecido como cablegate que The New York Times, The Guardian, El Pas, Le Monde e a revista Der Spiegel puderam dar sentido s informaes contidas nos dados, relacionando-os, fazendo cruzamentos, anlises e, com isso, puderam revelar assuntos que provavelmente jamais seriam conhecidos. Esse tambm um exemplo referencial por ter levado as organizaes jornalsticas a buscarem recursos e parmetros que melhor pudessem estruturar as narrativas publicadas nos respectivos websites, com distintos formatos 3 para os 2 Aqui, so indicados trabalhos de autores que tm investigado o emprego das bases de dados no jornalismo desde o incio da dcada de 2000, a partir da perspectiva que as concebe como fundamentais para estruturao da atividade jornalstica, e no apenas como ferramentas auxiliares. 3 O termo formato usado considerando o mbito da narrativa jornalstica, ou seja, a forma, a aparncia que assume o contedo jornalstico apresentado e que incorpora os diversos recursos propiciados pelo suporte digital para modelizar as narrativas (MIELNICZUK, 2003, p. 72). BARBOSA, S. A.; TORRES, V. O paradigma Jornalismo Digital em Base de Dados: modos de narrar, formatos e visualizao para contedos. Galaxia (So Paulo, Online), n. 25, p. 152-164, jun. 2013. 154 contedos: de textos a documentos em pdf, videogalerias, infogrfcos interativos, galerias de foto, mapas gerados a partir de mashups 4 , slideshows, base de dados navegvel com os telegramas cuja interface para acesso se apresenta como mapa interativo, uso de tcnicas de visualizao para apresentao das informaes contidas nos cables 5 , entre outros. Aqui, entendemos o Jornalismo Guiado por Dados 6 como uma das vertentes, um dos aspectos compreendidos pelo Paradigma JDBD, uma vez que est no escopo de abrangncia do seu conceito, sintetizado como sendo: o modelo que tem as bases de dados como defnidoras da estrutura e da organizao, bem como da composio e da apresentao dos contedos de natureza jornalstica, de acordo com funcionalidades e categorias especfcas, que tambm vo permitir a criao, a manuteno, a atualizao, a disponibilizao, a publicao e a circulao de cibermeios dinmicos em multipla- taformas. Sendo assim, o Jornalismo Guiado por Dados compreendido como uma das extenses para o Paradigma JDBD no jornalismo contemporneo, uma vez que demarca a ampliao das possibilidades de emprego das bases de dados no processo de produo de contedos jornalsticos, no seu consumo e circulao. Entre as mais de vinte funcionalidades sistematizadas para o Paradigma JDBD (BARBO- SA, 2007, 2008, 2009), citamos as mais pertinentes para a discusso que aqui se estabelece: 1) integrar os processos de apurao, composio, documentao e edio dos contedos; 2) orientar e apoiar o processo de apurao, coleta, e contextualizao dos contedos; 3) regular o sistema de categorizao e qualifcao das distintas fontes jornalsticas, indicando a relevncia delas; 4) habilitar o uso de metadados para anlise de informaes e extrao de conhecimento, por meio de tcnicas estatsticas ou mtodos de visualizao e explorao como o data mining 7 . Tambm assegurando a aplicao da tcnica do tagging 8 ; e 5) garantir a fexibilidade combinatria e o relacionamento entre os contedos. Quanto s categorias expressivas do modelo, temos a da dinamicidade como aquela que permite s demais adquirir representatividade. a partir dela que se demarca um novo padro para os cibermeios, em contraposio aos anteriores sites estticos. So elas: Automatizao. Inerente ao uso de bases de dados nos processos de armaze- namento, estruturao, organizao e apresentao das informaes. Permite agilidade nos processos de apurao, formatao de contedos a partir do que 4 Consiste na operao de combinar contedos de duas ou mais fontes para gerar um novo. 5 Ver em: <http://migre.me/aTego>, <http://migre.me/aTeij>, <http://migre.me/aTej5>, <http://migre.me/aTek6>, <http://migre.me/aTelK>. Mais sobre o cablegate e seus desdobramentos, em: <http://migre.me/aTemi>. 6 De certa maneira, amplia a noo que se frmou na dcada de 1980 como Reportagem Assistida por Computador (RAC) e que teve no NICAR, (www.ire.org/nicar/), o principal irradiador de suas tcnicas para dar suporte s reportagens investigativas, muitas delas vencedoras de vrios prmios Pulitzer. No Brasil, a Associao Brasileira de Jornalismo Investigativo (www.abraji.org.br/), entidade criada em 2002, realiza cursos e ofcinas sobre RAC. 7 Minerao ou explorao de dados. Conjunto de operaes de diversos tipos que se pode realizar para ex- plorar relaes, tendncias e projees em conjuntos de dados de grandes dimenses (COLLE, 2002, p. 255). Ferramentas de data mining se baseiam no conhecimento acumulado que est invisvel nas bases de dados. 8 Descritor usado como metadado e agregado ao contedo do texto de uma notcia, de uma reportagem, ou a qualquer outro formato, como vdeo, infografa interativa, slideshow, mapa, etc. Disponvel em: <http://migre. me/aTemN>. Acesso em: 11 fev. 2012. BARBOSA, S. A.; TORRES, V. O paradigma Jornalismo Digital em Base de Dados: modos de narrar, formatos e visualizao para contedos. Galaxia (So Paulo, Online), n. 25, p. 152-164, jun. 2013. 155 est armazenado no arquivo e tambm as chamadas estatsticas dinmicas ou Sistemas de Recomendao de Notcias (SRN), entre outros. H trs tipos de automatizao: parcial, procedimental (nvel intermedirio) e total. Flexibilidade. Relacionada facilidade de recuperao dos contedos para a contextualizao e a prpria fexibilidade combinatria entre distintos tipos de contedos, o que fundamental no contexto da produo jornalstica em redaes integradas e no mbito do jornalismo mvel. Inter-relacionamento/hiperlinkagem. Permite incorporar materiais distintos que estejam disponveis na base de dados do cibermeio, bem como nas de outras fontes com informaes abertas para oferecer anlise e contextualizao. Por outro lado, agrega elementos da hipernarrativa ou da narrativa interativa s peas jornalsticas, assegurando, em paralelo, tematizaes novas para os contedos. Densidade informativa. Delimitada, assim como a prxima categoria, a partir da concepo de Resoluo Semntica (FIDALGO, 2004, 2007b), considerada imanente ao jornalismo digital (MIELNICZUK et al, 2010). A densidade informa- tiva assegurada por uma oferta abrangente e diversifcada de contedos (tanto quanto aos gneros jornalsticos como aos modos de narrar e aos formatos) e de recursos associados cobertura jornalstica dos acontecimentos, de acordo com o tratamento, o processamento e a publicao deles no mbito de cada cibermeio. Diversidade temtica. Novas tematizaes podem ser trabalhadas para asse- gurar tambm maior densidade informativa e vice-versa. Com a incorporao crescente das bases de dados para a estruturao do material jornalstico, para a construo das peas informativas e para a apresentao dos contedos, tambm maiores sero as possibilidades para novas tematizaes, ou seja, que ultrapassem o eixo temtico mais comum utilizado para organizar os contedos, como poltica, economia, esportes, cultura, alm de cincia, sade, tecnologia. Assim, as novas editorias/sees denominadas Data ou Dados presentes em alguns cibermeios (Los Angeles Times, The Texas Tribune, Guardian, The New York Times, Gazeta do Povo) so exemplos atuais ilustrativos de novas tematizaes que esto diretamente relacionadas com a fora dos dados no jornalismo. Visualizao. Diz respeito aos modos diferenciados para se representar informaes jornalsticas, a partir da sua estruturao em base de dados. Aqui so intrnsecas as noes de metadados ou metainformaes, as tcnicas de data mining, do tagging, entre outras. As ferramentas de visualizao mais empregadas so a ManyEyes, desenvolvida pela IBM, a Your.FlowingData, para coletar dados atravs do Twitter, a Visual.ly e a Treemaps, aplicada para analisar BARBOSA, S. A.; TORRES, V. O paradigma Jornalismo Digital em Base de Dados: modos de narrar, formatos e visualizao para contedos. Galaxia (So Paulo, Online), n. 25, p. 152-164, jun. 2013. 156 extensa quantidade de dados, que gera o padro de visualizao conhecido como Squarifed (retngulos alongados 9 ). Convergncia. Esta categoria foi agregada s demais a partir do entendimento de que as bases de dados so agentes centrais no processo de convergncia jornalstica (BARBOSA, 2008, 2009), conformando plataformas de gesto de contedos que do suporte s redaes integradas, segundo a lgica do jorna- lismo convergente, multiplataforma, que tambm requer habilidades mltiplas dos profssionais sobre os modos de narrar, o uso da hipertextualidade, da multimidialidade, da memria, da interatividade nas peas jornalsticas, sobre os formatos e as maneiras de apresentar os contedos. Modos de narrar: a hipernarrativa em base de dados Ao compreender o Jornalismo Guiado por Dados como um dos aspectos do Paradigma JDBD, consideramos os produtos e os formatos dele derivados como confguradores de modos novos de narrar, assegurados pela hipernarrativa em base de dados. A referncia principal aqui o trabalho de Lev Manovich (2001), o qual atribui status de nova forma cultural do contemporneo para as bases de dados, concepo adotada por alguns pes- quisadores do campo do jornalismo, do cinema e das artes na nova mdia. Segundo Manovich, as bases de dados possibilitam a redefnio da concepo de narrativa, gerando a hipernarrativa (numa analogia ao hipertexto), resultado da soma de mltiplas trajetrias efetuadas atravs das bases de dados. Ou seja, num nvel material, como sustenta o autor, a narrativa apenas um conjunto de links, pois os elementos em si perma- necem armazenados em uma base de dados (MANOVICH, 2001, p. 231). Para demonstrar a pertinncia da sua formulao, ele aplica a teoria semiolgica que prev as dimenses sintagmtica (relaes se do de maneira explcita) e paradigmtica (relaes ocorrem de maneira implcita) para compreender os relacionamentos entre os elementos de um sistema. Assim, a base de dados, que at ento cumpria um papel implcito, adquire existn- cia material, enquanto a narrativa, de explcita, passa condio de desmaterialidade. O paradigma, portanto, privilegiado sobre o sintagma e, desse modo, a narrativa se torna virtualizada e a base de dados passa a existir materialmente (ibidem). Essa a hipernarra- tiva presente em objetos e produtos da nova mdia, j que so produzidos a partir de base de dados e, neles, traos da narrativa tradicional tambm esto presentes, resultando em muitos hbridos. Por outra parte, na leitura, na interao ou na explorao desses produtos (entre eles um cibermeio), o usurio atua como um "performador" de aes para levar a narrativa adiante. Pois, se ele no se movimenta, clicando nos links e escolhendo o que ler ou ver em seguida, a narrativa para. Complementando, Ellen Lupton (2010, p. 93) 9 Ver aplicao no Newsmap.jp e em: <http://news.bbc.co.uk/2/hi/8562801.stm>. Sobre a tcnica: <www.cs.umd. edu/hcil/treemap/>. BARBOSA, S. A.; TORRES, V. O paradigma Jornalismo Digital em Base de Dados: modos de narrar, formatos e visualizao para contedos. Galaxia (So Paulo, Online), n. 25, p. 152-164, jun. 2013. 157 afrma que as bases de dados constituem a estrutura defnidora da informao, que d sustentao a jornais, revistas, jogos eletrnicos, catlogos etc., gneros que criam um espao de informao. Outros investigadores tambm tm acolhido a concepo de Manovich como partida para propor novos entendimentos acerca da narrativa. Entre eles, alguns so da rea do cinema (KINDER, 2002: narrativa interativa em base de dados; CAMERON, 2008: narra- tiva modular; SIMONS, 2008: narrativa complexa), enquanto outros so pesquisadores das artes na nova mdia, a exemplo de Christiane Paul (2007) e Victoria Vesna (2007), que vo trabalhar na perspectiva de uma esttica base de dados: termo usado para descrever os princpios estticos aplicados na imponente lgica das bases de dados para qualquer tipo de informao, fltrando colees e visualizando os dados (PAUL, 2007, p. 95). No campo do jornalismo, encontramos investigadores que empregam a concepo de narrativa interativa ou hipernarrativa desenvolvida por Manovich (2001) para pens-la em relao composio de narrativas jornalsticas. Para Machado (2006), por exemplo, a narrativa, em vez de uma sucesso de aes, confgura-se cada vez mais como uma viagem atravs do espao constitudo pelos conjuntos estruturados de itens organizados na forma base de dados e torna-se um conjunto contnuo de aes narrativas e exploraes (2006, p. 50). Ele argumenta que, ao contrrio da narrativa moderna, na qual o ouvinte, o leitor ou o telespectador acompanha a narrao sem interferir na lgica interna das aes, o fuxo dos novos modelos de narrativa, mais do que incorporar, vai depender diretamente da interveno do usurio. Mielniczuk (2008), por sua vez, destaca que numa plataforma de gesto de contedos jornalsticos estruturada em base de dados, o hipertexto funciona conforme a lgica de um sistema dinmico, o que implica diretamente mudanas para as narrativas jornalsticas. Principalmente, quanto ao uso dos links, que ganham movimento/animao fazendo com que as lexias 10 hipertextuais tornem-se muito mais fuidas (a troca de uma lexia para a outra j no depende mais de uma ao, de um clique). Como destaca a autora, no transcorrer da narrativa que as lexias podem ir fuindo de uma para a seguinte, e assim por diante. Poderamos pensar que, nesses casos, os links seriam invisveis (ibidem, p. 173). J Ramos (2011a, 2011b), tomando como parmetro o Paradigma JDBD e considerando-o um texto da cultura segundo o referencial da escola de semitica russa , compreende que as bases de dados dominam hierarquicamente a criao e a manipulao de contedos diversos, estando no centro da criao jornalstica e gerando linguagens, modelizadas pelos formatos 11 . O resultado desse processo, segundo ela, so experincias narrativas, pois em estado puro no h narrativas nas bases de dados (2011b, p. 11). Para a autora, uma base de dados admite a narrao, mas no h nada na sua lgica que 10 Na teoria do hipertexto, a unidade mnima da narrativa, ao passo que, na narratologia, o texto a unidade mnima da narrativa. 11 Para Ramos, formatos prprios ao meio digital levam em conta o signo informtico e as caractersticas estruturais do texto JDBD. BARBOSA, S. A.; TORRES, V. O paradigma Jornalismo Digital em Base de Dados: modos de narrar, formatos e visualizao para contedos. Galaxia (So Paulo, Online), n. 25, p. 152-164, jun. 2013. 158 fomente a criao de uma histria. Conforme afrma, uma narrativa como uma navegao em bases de dados seria o que Jenkins (2008, p. 158) chama de narrativa transmiditica, justamente como uma possibilidade de mltiplas combinaes em diversas bases de dados, ou, como diz o autor, em diversas mdias (2011b, p. 12). Neste artigo, em consonncia com a conceituao do Paradigma JDBD e a cons- tatao de extensibilidades para tal modelo (principalmente com o Jornalismo Guiado por Dados), avalia-se que a noo de hipernarrativas ou narrativas interativas dinmicas produzidas a partir de contedos jornalsticos estruturados em bases de dados adequada para caracterizar o que se encontrou no mapeamento de exemplos descritos a seguir que materializam modos novos de narrar, novos formatos para os contedos, assim como as distintas possibilidades para a visualizao das informaes, as quais esto afnadas tambm com uma esttica base de dados. Infere-se que so padres que esto se estabilizando porque so mais afnados com os aprimoramentos tcnicos e com a melhor compreenso acerca das propriedades especfcas do jornalismo digital nessas duas dcadas de desenvolvimento. Tambm pode-se considerar como novas convenes de mdia que geram padres culturais compartilhados e nos permitem dar sentido a informaes complexas, de acordo com Janet Murray (2012, Kindle location 264-5405). Para ela, a criao dessas convenes, assim como de templates necessria para organizar o universo expandido da cobertura jornalstica: Templates de notcias online potencialmente podem conter muito mais in- formao como imagens em movimento, documentos originais, visualizaes interativas, comentrios dos leitores, sistemas de recomendao (ibidem, 279-5405). Mas, para isso, afrma: preciso estabelecer formas estveis de mdia comparveis metfora do jornal im- presso. E isso demanda esforo coletivo tanto de jornalistas como de designers da informao. Mapeamento de exemplos empricos O conjunto de exemplos pesquisados, totalizando 48 sites analisados, est intrinse- camente ligado a produtos e formatos trabalhados segundo a noo do Jornalismo Guiado por Dados e, portanto, concernentes com o que se defne como Paradigma JDBD. Partimos do mapeamento de diferentes exemplos que abrangem desde fontes pblicas disseminadoras de dados, modelizados segundo diversos padres de design, at formatos especfcos de contedos jornalsticos que empregam recursos diferenciados para estruturar as hipernarrativas. Esses exemplos esto publicados e distribudos em sites de cibermeios do mainstream, organizaes independentes, governos, cibermeios originalmente nascidos na web, alm de sites de universidades ou grupos de pesquisa. Por meio da anlise dos exemplos chegou-se a uma tipologia que tem por objetivo melhor ordenar e distinguir as diversas iniciativas encontradas. Essa tipologia considera: Mashups, Data/Dados, Sistemas de Recomendao de Notcias (SRN), Fontes, e so assim caracterizados: BARBOSA, S. A.; TORRES, V. O paradigma Jornalismo Digital em Base de Dados: modos de narrar, formatos e visualizao para contedos. Galaxia (So Paulo, Online), n. 25, p. 152-164, jun. 2013. 159 Mashups. Consiste na produo de contedos, de formatos distintos, a partir da combinao de variadas fontes pblicas de dados. Com isso, os novos con- tedos gerados podem ganhar apresentaes tambm diversifcadas, afnadas assim com a esttica base de dados. Exemplos de formatos criados atravs de mashups so infografas interativas e newsgames. Data/Dados. Nova denominao para editorias/sees em alguns cibermeios nas quais so apresentados contedos produzidos a partir de dados disponibi- lizados pelos governos de pases, estados, cidades, entre outros. Exemplos so as editorias Data, no Guardian; Data Desk, no Los Angeles Times; e Dados, na Gazeta do Povo (Paran) 12 . Sistemas de Recomendao de Notcias (SRN) ou estatsticas dinmicas. Per- mitem visualizar a partir do emprego de variadas tcnicas de visualizao da informao o que mais popular na cobertura informativa de um site jornalsti- co ou cibermeio no real time em que acessamos. Aparecem principalmente como sees sob as seguintes denominaes: Most popular, Notcias mais lidas, Mais comentadas, Mais compartilhadas, Mais enviadas, Mais vistas. Fontes. Sites mantidos por governos de pases, estados, cidades, alm daqueles de organizaes independentes que distribuem documentos referentes admi- nistrao pblica, entre outros, sob os mais diversos formatos. Tambm como Fontes encaixam-se as iniciativas de sites de organizaes jornalsticas que, atravs de APIs (Application Programming Interface 13 ), disponibilizam dados coletados e estruturados por suas equipes. o que faz o Guardian, por exemplo. Feito isso, cruzamos nossas descobertas quanto s iniciativas de aplicao do Jorna- s iniciativas de aplicao do Jorna- e aplicao do Jorna- lismo Guiado por Dados s categorias expressivas do Paradigma JDBD, o que nos permite corroborar as proposies trabalhadas neste artigo quanto existncia de extensibilidades concretizadas em novos modos de narrar, de uma diversidade de novos formatos para contedos jornalsticos e de novas maneiras para apresent-los. Anlise aplicada Mashups Entre os exemplos encontrados em cibermeios brasileiros e estrangeiros, detivemo- nos em dois que foram selecionados por conta da composio do contedo ofertado e das diferenas de visualizao. O SOPA Opera Where Do Your Members of Congress Stand on SOPA and PIPA?, desenvolvido pela ProPublica 14 , uma infografa interativa, 12 <www.guardian.co.uk/data>; <http://datadesk.latimes.com/> e <www.gazetadopovo.com.br/dados/>. 13 Conjunto de instrues de programao para acesso e comunicao a determinado aplicativo de software baseado na plataforma web por outro aplicativo. 14 Organizao independente dos Estados Unidos, especializada em jornalismo investigativo: Ver em: <http:// projects.propublica.org/sopa/>. Acesso em: 13 fev. 2012. BARBOSA, S. A.; TORRES, V. O paradigma Jornalismo Digital em Base de Dados: modos de narrar, formatos e visualizao para contedos. Galaxia (So Paulo, Online), n. 25, p. 152-164, jun. 2013. 160 permanentemente atualizada. Funciona como uma base de dados sobre os membros do congresso dos Estados Unidos e permite conhecer seus posicionamentos polticos diante do projeto de lei que visa alterar regras sobre compartilhamento de contedos na web, o Stop Online Piracy Act (SOPA). Nela, o leitor/usurio pode fltrar as possibilidades de acesso para navegar, interagir, envolver-se com o contedo. Os dados empregados so de fontes originrias de iniciativas open-data independentes e do prprio governo estadunidense: OpenSecrets (Center for Responsive Politics 15 ); OpenCongress 16 ; GovTrack.us 17 ; Library of Congress THOMAS 18 , e do jornal The New York Times (New York Times Congress API 19 ). O segundo o especial da BBC.co.uk, Seven Billion People 20 , cujo tema a populao da Terra. Neste especial, que usa mecnica de jogos como uma das tcnicas para compor e apresentar o diversifcado contedo, dados de diferentes instituies foram cruzados, combinados. Todos aqueles referentes populao, por exemplo, esto basea- dos em estimativas da UN Population Division 21 e todos os clculos so fornecidos pelo UN Population Fund 22 . Os dados restantes so de outras sees da ONU, como Global Footprint Network 23 e International Telecommunication Union 24 . Os dois exemplos esto em conformidade com as categorias do Paradigma JDBD, pois: refetem a dinamicidade; possuem fexibilidade, porque facilitam a recuperao dos contedos para contextualizao; tambm possuem a caracterstica da densidade informativa, pois, medida que novas informaes so apuradas, os contedos so atuali- zados, assegurando o uso de fontes diversas; assim como esto marcados pela diversidade temtica. Ambos tambm apresentam modos diferenciados para visualizar informaes jornalsticas. O especial da BBC.co.uk empregou a tcnica Visual.ly, gratuita, enquanto a ProPublica usou ferramenta prpria para a interface em mosaico, formada por fotos de cada congressista. A variedade de formatos (texto, foto, infografa, slideshows, mapas etc.) para os contedos revela, ainda, a convergncia. Outra propriedade presente a de inter-relacionamento/hiperlinkagem. Ela aparece com maior intensidade no exemplo da ProPublica: a interface de imagens em mosaico toda clicvel, guiando o leitor/usurio para novos contedos e possibilitando maior aprofundamento e contextualizao no tema. Data/Dados Pelo que se observa, a incorporao das novas editorias/sees denominadas Data/ Dados compondo o menu informativo dos cibermeios crescente. Nelas, se disponibiliza 15 <www.opensecrets.org/>. 16 <www.opencongress.org/>. 17 <www.govtrack.us/>. 18 <http://thomas.loc.gov/home/thomas.php>. 19 <http://developer.nytimes.com/docs/congress_api>. 20 <http://www.bbc.co.uk/news/world-15391515>. Acesso em: 13 fev. 2012. 21 <www.un.org/esa/population/>. 22 <www.unfpa.org/public/>. 23 <www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/>. 24 <www.itu.int/en/Pages/default.aspx>. BARBOSA, S. A.; TORRES, V. O paradigma Jornalismo Digital em Base de Dados: modos de narrar, formatos e visualizao para contedos. Galaxia (So Paulo, Online), n. 25, p. 152-164, jun. 2013. 161 uma diversidade de dados, presentes em reportagens, geralmente relacionados regio onde a organizao jornalstica a qual pertence o cibermeio est localizada, assim como modelos diferenciados de visualizao das informaes so empregados para envolver o usurio, principalmente ativando recursos multimdia e de interatividade. Esse tipo de ao refora o Jornalismo Digital em Base de Dados como paradigma e possibilita o surgimento de novos modos de narrar e de formatos para contedos noticiosos. Em tais editorias, nas quais se encontrou os elementos pertinentes s categorias des- critas na introduo deste artigo para o Paradigma JDBD, h tambm dados disponveis para qualquer usurio criar e desenvolver novas aplicaes a partir deles. Outra vantagem que, com a proliferao dessas aplicaes as APIs o pblico tem diversifcadas orientaes para ler e contextualizar determinados assuntos 25 .
Sistemas de Recomendao de Notcias Os SRN so formatados por algoritmos e linguagens de programao que selecionam itens, dados, de uma determinada base de dados e personalizam o modo como uma infor- mao especfca ser visualizada no momento em que se acessa o site (horrio e regio, por exemplo, so caractersticas defnidoras de personalizao de alguns SRN). Esse tipo de contedo consolidado em sees nas homes e nos menus informativos confere dinamicidade aos cibermeios, ao tempo que tambm caracterizado por um alto nvel de automatizao. A indicao para as notcias Mais lidas, Mais comentadas, Mais compartilhadas etc. est amplamente presente em cibermeios nacionais e estrangeiros. As possibilidades de hierarquizao da informao nos SRN variam de acordo com as tcnicas utilizadas. Contudo, a presena de uma base de dados indispensvel para o seu funcionamento, o que faz com que elas sejam parte defnidora dos SRN outro formato para os contedos jornalsticos materializados pelo Paradigma JDBD. Em Nube de Noticias, SRN do argentino LaNacin.com.ar, emprega-se a ferramenta de visualizao Treemaps 26 , uma das que esto relacionadas com a esttica base de dados. Por meio dela, pode-se: ver como a informao noticiosa hierarquizada; ver os contedos mais lidos ou aqueles que receberam mais comentrios do pblico; consultar o arquivo dos contedos publicados no dia em que se est pesquisando ou de contedos postados h sete dias ou h um ms. Esses SRN permitem, ainda, ler material especfco de determinada editoria ou combinar uma hierarquizao entre todas as sees do cibermeio, refetindo, assim, o quo dinmico, fexvel, hiperlinkado e automatizado . Tambm possui vasta densidade informativa, diversidade temtica e contedos em multimdia. 25 Ver tabela com exemplos em: <http://migre.me/aTeo9>. 26 No Guardian.co.uk, em Zeitgeist (esprito do tempo), a ferramenta tambm empregada: <www.guardian. co.uk/zeitgeist>. Acesso em: 13 fev. 2012. BARBOSA, S. A.; TORRES, V. O paradigma Jornalismo Digital em Base de Dados: modos de narrar, formatos e visualizao para contedos. Galaxia (So Paulo, Online), n. 25, p. 152-164, jun. 2013. 162 Fontes No Jornalismo Guiado por Dados (BRIGS, 2010; BRADSHAW, ROHUMAA, 2011; ROGERS, 2011; GRAY, BOUNEGRU, CHAMBERS, 2012), o jornalista deve saber pesquisar em vastas colees de dados, interpret-los e reorganiz-los para produzir um contedo noticioso mais contextualizado e com base documental mais ampla. Os materiais presentes em sites disponibilizados por governos de pases, estados, cidades, dentre outros, mantidos por entidades e organizaes independentes (como WikiLeaks) empregam recursos diversos para apresentar tais informaes em distintos formatos, constituindo-se como importantes ferramentas para o trabalho jornalstico. A habilidade para aplicar e lidar com tcnicas como o data mining ou minerao de dados (indicada nos processos do Jornalismo Guiado por Dados) uma das recomendadas para ser in- uma das recomendadas para ser in- uma das recomendadas para ser in- corporada pelo jornalista e cada vez mais essencial, tendo em vista, ainda, a realidade das rotinas produtivas em redaes integradas. Com a denominao Fontes como uma tipologia acentuamos tanto a ampliao crescente no fuxo de informaes disponveis como a variedade criada para a apresentao dessas informaes segundo diversos formatos. Por isso, entendemos que est igualmente relacionada com as categorias de dinamicidade, fexibilidade combinatria, diversidade te- mtica, automatizao, hiperlinkagem, densidade informativa, visualizao e convergncia. A tendncia mundial de governos em todo o mundo de aumentar a transparncia, disponibilizando dados referentes administrao pblica sob licenas abertas, assim como a expanso de projetos no governamentais que compartilham do mesmo ideal de criar iniciativas open-data 27 , certamente favorecero a expanso do Jornalismo Guiado por Dados. H, ainda, exemplos de sites de organizaes jornalsticas que possuem sees 28 para disponibilizar dados produzidos, organizados e estruturados por seus jornalistas atravs de APIs. O Brasil est seguindo essa tendncia, embora num ritmo mais lento. So exemplos: iniciativas governamentais como o Data.gov.br e a Lei de Acesso Informao em vigor desde 16/5/2012 bem como as que esto sendo levadas a cabo por organizaes jornalsticas, como O Estado de S. Paulo, Gazeta do Povo, Folha de S.Paulo, e a agncia Pblica 29 , que vm desenvolvendo projetos concernentes com a noo do Jornalismo Guiado por Dados. Para ns, tal cenrio confrma a proposio defendida neste artigo quanto expanso do Paradigma Jornalismo Digital em Base de Dados no jornalismo contemporneo. 27 Ver exemplos mapeados em: <http://migre.me/aTeo9>. 28 Sees: Open Platform do Guardian <http://www.guardian.co.uk/open-platform>; e Developer Network do The New York Times <http://developer.nytimes.com/>. 29 <http://apublica.org/> . BARBOSA, S. A.; TORRES, V. O paradigma Jornalismo Digital em Base de Dados: modos de narrar, formatos e visualizao para contedos. Galaxia (So Paulo, Online), n. 25, p. 152-164, jun. 2013. 163 Suzana Oliveira Barbosa professora do Depto de Comunicao e PsCOM da UFBA e doutora em Comunicao e Cultura Contemporneas pela Universidade Federal da Bahia - UFBA. ps-doutora pela Universidade de Santiago de Compostela. autora do livro Jornalismo digital de terceira gerao. Coordena o Projeto Laboratrio de Jornalismo Convergente . suzanaobarbosa@uol.com.br Vitor Torres mestrando no Programa de Ps-Graduao em Comunicao e Cultura Contemporneas, da UFBA. vitortorres.mid@gmail.com Referncias BARBOSA, S. Jornalismo em ambientes dinmicos: perspectivas, tendncias e desafos para a criao de contedos em tempos de convergncia. In: Actas III Congreso Internacional de Ciberperiodismo y Web 2.0. Bilbao, Espanha: Universidad del Pas Vasco, 2011. ______. Modelo JDBD e o ciberjornalismo de quarta gerao. In: FLORES VIVAR, J. M.; RAMREZ, F. E. (Ed.). Periodismo Web 2.0. Madrid: Editorial Fragua, 2009. p. 271-283. ______. Modelo Jornalismo Digital em Base de Dados (JDBD) em Interao com a Convergncia Jornalstica. In: Textual & Visual Media. Revista de la Sociedad Espaola de Periodstica. vol. 1, Madrid, 2008, p. 87-106. ______. Jornalismo Digital em Base de Dados (JDBD) um paradigma para produtos jornalsticos digitais dinmicos. (Tese de Doutorado). PsCOM/UFBA, 2007. 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