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Cargas horárias excessivas e burocratização das funções docentes:

Colectânea de textos do ProfBlog

Texto 1. Ramiro Marques

As questões que mais afectam a qualidade do ensino não são, como é óbvio, o estatuto
da carreira nem a avaliação dos docentes. São o estatuto do aluno, a perda da
autoridade dos professores, o definhar da gestão democrática, a carga burocrática, os
horários de trabalho com cargas excessivas, a formação contínua fora de horas e aos
sábados, dada por turboformadores e vendilhões de receitas, e a complexidade
curricular.

É preciso fechar as questões do ECD e da ADD para começar a pensar, a negociar e a


deliberar sobre os problemas realmente importantes para a qualidade do ensino.

E sobre isto pode não haver consensos e é provável que a ministra da educação e a sua
entourage se deixem contaminar pelo poder difuso do eduquês. Aliás, o eduquês
alimentou-se, nas duas últimas décadas, à custa da crescente complexidade e dispersão
curricular, tomando de assalto a maioria dos grupos de trabalho e comissões criadas
pelas várias estruturas centrais e regionais do Ministério da Educação. Onde o eduquês
cai, cresce a burocracia.

Para além da simplificação legislativa, revogando a maior parte dos decretos-leis,


decretos regulamentares, portarias e despachos assinados por Maria de Lurdes
Rodrigues e Valter Lemos, é necessário proceder a uma simplificação e concentração
curricular. Desde logo, eliminando as tangas curriculares que dão pelos nomes de
"estudo acompanhado", "trabalho de projecto" e "formação cívica". Outra medida
sensata será pôr fim aos blocos de 90 minutos com o consequente regresso às aulas de
50 minutos. E há disciplinas irrelevantes no ensino secundário, nos Cef e nos cursos
profissionais que importa eliminar em benefício do fortalecimento das cargas horárias
das unidades curriculares fundamentais.

A lei que estabelece o estatuto do aluno tem de ser substituída por um diploma que se
limite a restaurar a autoridade dos professores dentro das salas de aula, a dar
instrumentos de acção aos directores das escolas para travarem e reprimirem os
comportamentos violentos, a linguagem imprópria na sala de aula e as agressões verbais
e físicas a professores e a alunos.

A gestão democrática tem de ser restaurada, permitindo que as escolas optem por
órgãos executivos colegiais ou unipessoais e criando um equilíbrio no conselho
pedagógico entre membros designados pela direcção executiva e membros eleitos pelos
grupos disciplinares.

A acreditação dos cursos de formação contínua e especializada tem de ser mais exigente
e rigorosa, impedindo os turboformadores e os vendilhões de receitas de controlarem a
oferta formativa.

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Texto 2. Paula

O meu horário de trabalho como professora do 1º ciclo é o seguinte: 25 h lectivas + 2 x


45m de Apoio ao Estudo. Tenho 18 alunos dos 4 anos de escolaridade. Quando por
exemplo tenho 1h para matemática, tenho que trabalhar com 4 anos ao mesmo tempo.
No fim do dia tenho de fazer 24 sumários ou seja 6h vezes 4 anos de escolaridade.

Não há auxiliares de Acção Educativa, portanto nem um intervalo posso ter, pois tenho
de vigiar os meninos no recreio.

Tenho de fazer testes de língua portuguesa, matemática e estudo do meio a quadriplicar,


pois tem de ser para os 4 anos. Tempo de estabelecimento tenho meia hora que servirá
para:
Atendimento aos encarregados de educação, supervisão aos professores das AEC´s,
encarregada de coordenação de escola (cantina, transportes escolares, subsídios dos
alunos, leite escolar, contactos com a Junta de Freguesia, verbas, etc...), Todas as
funções do director de turma, projectos e mais projectos em que sou obrigada a
participar.

Sobram, segundo eles dizem, 5 h de trabalho individual, depois de ter referido tantas
tarefas é difícil perceber como essas 5h são utilizadas: reuniões de pais, reuniões de
articulação e planificação com os professores das AEC`s, reuniões de articulação com
os profs do 2º e 3º ciclos, reuniões de departamento, reuniões de concelho de ano (como
tenho os 4 anos tenho de ir a 4 reuniões, uma de 3 cada ano), reuniões de
estabelecimento, reuniões com a Directora do Agrupamento de Escolas, e etc.
Obviamente as 5h não chegam par tantas reuniões. E o tempo para planificar as minhas
aulas, corrigir testes, TPC, etc, etc...

De acordo com o ECD também me reformo aos 65 anos. Terei de optar pela
antecipação com forte penalização porque não aguento este ritmo de trabalho muito
mais tempo. Passo os fins de semana a trabalhar para a escola. O meu sindicato disse-
me que eu poderia pedir horas extraordinárias por algumas reuniões, não o faço por
medo e porque sei que vou começar a ser perseguida pelo orgão de gestão e também sei
que não me pagam. Além de tudo isto também faço formação como todos os
professores.

Isto é de loucos não aguento mais. Numa escola próximo da minha está uma professora
do 1º ciclo com um, só um, menino do ensino especial, trabalha 22h, tem pouquissimas
reuniões e não tem testes para fazer, corrigir, etc..etc.
Que justiça existe nestes horários?

Estou a elouquecer e a deixar de viver com alguma normalidade. Por favor alguém me
ajude e leve isto aos olhos da Srª Ministra.
Paula

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Texto 3. Adelino

Sabendo que cada nível de Educação e Ensino tem as suas especificidades e sofre,
nestes tempos, constrangimentos diversos, permitam-me que relate aqui a situação de
uma professora do 1º ciclo, apenas com a intenção de mostrar outras faces do mesmo
problema, apesar de, muitas vezes, bastante mais esquecidas:

idade da professora - 51 anos

Turma: 20 alunos com 2 NEE (autismo e trissomia 21)

Trabalho semanal efectivo com alunos: 25 horas = 33 tempos + 15 minutos;

Trabalho de AEC (Apoio ao Estudo) efectivo com alunos :45 minutos = 1 tempo.

Tem uma redução de 45 minutos semanais, tempo no qual tem que cumprir as tarefas e
cargos seguintes:

1- Todas as competências previstas no RI para Directores de Turma;


2- Todas as competências do RI previstas para Conselho de Turma;
3- Reunião mensal do Núcleo de Educação Especial, pelo facto de ter alunos com NEE;
4- Reunião mensal de Estabelecimento;
5- Reunião mensal de Departamento Curricular;
6- Coordenação do Conselho das Actividades de Enriquecimento Curricular, cargo
atribuído pelo Director,por mail, pelo facto de ser professora titular;
7- Reunião periódica com todos os professores de AEC;
8- Reunião mensal de Conselho Pedagógico, pelo facto de ser coordenadora de AEC;
9- Reunião, pelo menos mensal, dos Novos Programas da Matemática
Adelino

Texto 4. Cristina Bastos

Sou uma professora de matemática do grupo 500.

Estou a ficar desesperada com tanto serviço na escola.

Tenho uma turma de 7º ano, uma de oitavo, tenho duas turmas de CEFS. Como se não
bastasse ainda sou Directora de Turma do 7º ano, estou no plano da acção da
Matemática e a minha escola aderiu aos novos programas de Matemática.

Não sei que fazer com tanto papel. Na sexta-feira fui almoçar à 16 horas. Tenho
trabalhado uma média de 10 horas por dia (incluindo as aulas que tenho de preparar).

Como poderei ter sanidade mental para ensinar matemática a duas turmas de CEF com
meninos problemáticos?

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Estou a desesperar e só me apetece desistir daquilo que mais gosto de fazer. A minha
força são os meus alunos que me encorajam e me dizem sistematicamente “força
professora! não desista, nós gostamos de si”.

Por favor parem com tanto papel....

Uma professora magoada e cansada por não conseguir fazer aquilo que mais gosta ,
ensinar.
Cristina Bastos

Texto 5. Ramiro Marques

O que se passa com as acções de formação contínua, quase todas fora de horas e aos
sábados, é um escândalo pouco divulgado.

O negócio das acções de formação contínua pode ser bom para encher os bolsos de
alguns turboformadores, especialistas em quase tudo e em coisa nenhuma, mas tornou-
se um tormento para a maioria dos professores que as têm de pagar do seu bolso e são
obrigados a frequentá-las à noite, depois de jornadas de oito e mais horas de trabalho,
ou aos sábados, roubados ao convívio familiar.

Os turboformadores nem sempre revelam a preparação necessária para conduzirem as


acções de formação. Virou moda os turboformadores exigirem relatórios críticos,
porta-folhas e um sem número de textos aos docentes que se vêem, dessa forma,
obrigados a desbaratar dezenas de horas que pouco ou nada acrescentam à formação
recebida. Aquilo que devia ser uma oportunidade de crescimento profissional, tornou-
se, regra geral, um suplício anualmente renovado.

O ProfBlog vai dedicar espaço ao escândalo dos turboformadores especialistas em tudo


e nada e à formação contínua paga e fora de horas. Deixo os colegas com dois
testemunhos curtos, na esperança de que outros surjam a denunciarem a situação.

Talvez seja bom denunciar o que se está a passar em algumas acções de formação,
pois,não bastando a falta de preparação dos formadores, a exigência e intransigência que
esgrimem, trazem os formandos derreados.Algums, depois de oito horas passadas na
escola, ainda têm 3 e 4 horas de formação, regressando a casa às 22horas.Estas
situações são inadmissíveis, sendo que os mais novos têm filhos pequenos e outros já
deveriam estar reformados e sabem muito mais do que a maior parte dos formadores.
Até que idade é que tudo isto é racional e humanamente aceitável? O que dizem os
sindicatos a tudo isto? António dixit
Quanto às acções de formação, que o António refere, pelo que oiço dizer (tenho-me
baldado à formação) mais interessante ainda do que o tempo das ditas é o(s) trabalho(s)
exigido. Talvez hábito e treino para os porta-folhas. Muita papel e muitas horinhas
preciosas. Quanto à ADD não digo nada. De momento não merece uma gota de suor.
Estou em período de nojo. Mmottamoreira dixit

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Texto 6. Conceição Rodrigues

Sou professora de Português numa escola secundária, já com 63 anos de idade, mas 20
de serviço e, portanto, redução de apenas 2 tempos lectivos.

Tenho como maior dificuldade gerir a sobrecarga de reuniões mensais a que estou
obrigada, em decorrência da leccionação de cinco níveis de duas disciplinas a 7 turmas:
PORTUGUÊS (Cursos Profissionais, 10º E 11ºanos; Ens. Recorrente por Módulos, duas
turmas do 12º ano) e CULTURA, LÍNGUA E COMUNICAÇÃO níveis 5 e 6 – Cursos
EFA (além da área de PRA – Portefólio Reflexivo de Aprendizagem - por ter o cargo de
Mediadora), mais aulas de apoio e uma tutoria).

Como são cursos que exigem reuniões mensais, acrescidas às demais reuniões mensais
obrigatórias como as de Grupo, Mini-grupos (10º, 11º e 12º anos) e juntando-se ainda às
reuniões realizadas por período como as de Mediadores EFA, Tutoria, Conselhos das 7
Turmas e Departamento, além de outras reuniões ocasionais, resultam em sérias
dificuldades de compatibilização com os horários disponíveis dos demais grupos de
docentes, sem que tenha, frequentemente, os três turnos diários ocupados.

Já contabilizo 31 reuniões desde Setembro.


Outra consequência desta sobrecarga é o insuficiente tempo individual destinado à
preparação e planificação dos 20 tempos lectivos semanais - todos diferentes, em
conformidade com os vários níveis e sistemas de ensino e que exigem a construção de
materiais diversificados.

Na totalidade, o horário semanal ultrapassa as 60 horas.


De acordo com as regras e limites legalmente estabelecidos no Despacho n.º
19117/2008, de 17 de Julho, art.º 5º, a componente de trabalho individual tem um
número mínimo de 10 ou 11 horas (e não 8 como consta no meu horário) devendo ainda
ser tidos em conta, para além do critério "número de alunos", outros como o número de
turmas e/ou de níveis/disciplinas atribuídos ao docente. E, ainda em conformidade com
o n.º 2 do artigo 2.º,a componente de trabalho individual só pode incluir reuniões "que
decorram de necessidades ocasionais" e não fixas, como é o caso.

Nos termos do art.º 79 do ECD, não posso ter horas extraordinárias em virtude de ter
uma redução de 2 TL, entretanto tenho no horário 1,5 h extraordinária (correspondente a
1tempo lectivo nocturno) embora o art. 7.º do ECD determine, em caso de redução, a
impossibilidade de prestação de serviço lectivo extraordinário (salvo nas situações em
que tal se manifeste necessário para a completação do horário semanal do docente em
função da carga horária lectiva da disciplina que ministra, não sendo este o caso).

Acrescem-se, ainda, as horas destinadas à formação específica e obrigatória que realizo


neste período, com duração semanal de três horas presenciais - 19 às 22hs.

São sistemas de ensino em que pela primeira vez actua (perdidas as continuidades por
conveniência do serviço) e que consomem, consequentemente, maior tempo individual
de estudo e preparação de estratégias diversas. A sobrecarga de metodologias, níveis e
correspondentes reuniões, além de impossibilitar a planificação das diferentes aulas
diárias e inviabilizar a pesquisa e criação constantes de materiais necessários

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principalmente à disciplina de CLC, retira-me o direito à vida pessoal, familiar e ao
descanso, com consequências a nível da saúde física e mental, sendo a idade - 63 anos -
um factor agravante.

Embora tenha pedido consideração do problema à direcção da escola, foi indeferido o


requerimento.
Sinto-me explorada, transformada em máquina.
Obrigada pela oportunidade de desabafar.
Conceição Rodrigues

Texto 7. Ramiro Marques

O que fazer quando se verificam irregularidades ou ilegalidades?

• O limite de horas legalmente estabelecido foi ultrapassado?


• As deduções de horas pela participação em reuniões que não são de carácter ocasional,
por desempenho de cargos, por frequência de acções de formação, etc., não foram
garantidas?

Então, é imprescindível:

1. Exigir a correcção do horário;


2. Caso não seja possível esta correcção, e a escola não tome, por si, a iniciativa de
repor a legalidade, requerer o pagamento do correspondente serviço docente
extraordinário;
3. Se o horário não for corrigido e este requerimento não for atendido, avançar com o
indispensável processo de recurso que deverá ser acompanhado pelo gabinete jurídico
do sindicato a que o professor pertence.

Mas há situações (por exemplo, no 1.º Ciclo e pré-escolar) em que as funções previstas
para a componente não lectiva de estabelecimento não cabem nas duas horas que lhe
estão atribuídas. Como fazer?

Se, de todo, isso acontecer, tornando-se impossível a redução do número de horas, ou,
por exemplo, em determinado momento, o professor entrar em formação não sendo
possível deduzir essas horas no horário de trabalho, obrigatoriamente terá de ser pago
serviço docente extraordinário. A muitos professores é negado esse pagamento pelas
direcções das escolas ou os próprios temem requerê-lo. Se tal acontecer, estaremos
perante uma situação ilegal que só o próprio poderá combater. Neste caso, não se trata
de exigir novas regalias, benefícios ou privilégios, mas, simplesmente, de garantir um
direito que se encontra previsto na lei.

Então o problema é apenas de cumprimento da lei ou os critérios para a elaboração dos


horários carecem de ser alterados?

Não se trata, apenas, de um problema de legalidade. Os horários de trabalho


sobrecarregados e pedagogicamente absurdos que surgiram nos últimos anos lectivos,
contestados pelos professores e educadores, decorrem do disposto do ECD. É necessário
rever os critérios que estão na base da organização dos horários. O despacho que vigora

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este ano, e já se aplicou no ano transacto, pelo menos, veio atenuar algumas situações e
é mais positivo do que o que o antecedeu. Só que, em algumas escolas, os horários
continuaram a ser elaborados como se não existisse esta nova legislação e, por exemplo
a realização de reuniões é feita sem ter em conta as normas legais. A sobrecarga horária
tem de ser combatida, como é óbvio, pelos próprios professores. Os professores não
podem pactuar com ilegalidades e deverão agir!

Então o problema de fundo apenas se resolverá através de nova revisão do ECD?

Sim, é preciso alterar os critérios gerais que se encontram estabelecidos no Estatuto da


Carreira Docente, devendo este diploma ser de novo e urgentemente revisto. Todavia,
até lá, é possível "atenuar estragos", se forem respeitados os limites e regras legalmente
estabelecidos. É disso que agora se trata, cabendo a cada professor e educador zelar pelo
cumprimento da lei, verificando se o seu horário corresponde ao estabelecido no
Despacho
n.º 19.117/2008, de 17 de Julho. A não passividade dos professores será também um
factor decisivo para corrigir mais este perigoso ataque aos horários de trabalho dos
docentes.

Texto 8. Minutas de reclamação de horários ilegais

Exª Senhora
Ministra da Educação

(Nome)............, professor(a) ............................(situação profissional, residente


em......................................................, ........-......... (CP-Localidade), vem interpor
RECURSO HIERÁRQUICO do acto de distribuição do horário docente para o ano
escolar de 2009/2010, da autoria do Senhor Presidente do Agrupamento de Escolas/da
Escola ......................................, de que teve conhecimento a ...../...../........., o que faz nos
termos e com os fundamentos seguintes:
1. Constata que o horário semanal de trabalho que lhe foi entregue está elaborado da
forma que ora apresenta:
a) Componente lectiva: ....... horas;
b) Componente não lectiva a nível de estabelecimento: ..... horas.

2. Constata, ainda, o(a) requerente ter ..... horas semanais de componente individual de
trabalho, sendo que nestas horas estão incluídas as horas de reuniões que decorram de
necessidades ocasionais;

3. Perante o exposto, não pode o(a) requerente concordar com o presente horário, na
medida em que este viola as disposições contidas no Despacho nº 19117/2008, de 8 de
Julho, publicado no Diário da República, 2ª série, nº 137, de 17 de Julho de 2008.

4. De facto, e segundo o normativo já indicado, o número máximo de horas integrantes


da componente não lectiva não pode ser superior a ........ horas semanais (indicar 2 ou 3
horas, consoante tenha mais ou menos de 100 alunos, a que apenas, pode acrescer as
horas de redução ao abrigo do artigo 79º do ECD), enquanto que o número de horas
destinadas a trabalho individual não pode ser inferior a ........ horas semanais (indicar 11
ou 10 horas, consoante tenha mais ou menos de 100 alunos);

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5. Verifica-se ainda que, englobadas na sua componente de trabalho individual, constam
horas para a realização de reuniões que, claramente, não decorrem de necessidades
ocasionais, como é o caso das reuniões ordinárias do(e) ..................................;

6. Conclui-se, assim, que o horário que lhe foi atribuído não está conforme a legislação
em vigor.

Nestes termos, vem o(a) requerente solicitar a Vª Exª a revogação do acto recorrido e
que, em consequência, lhe sejam retirados do seu horário ...... tempos da sua
componente ............................... (indicar nº de tempo, bem como a(s) componente(s) a
que dizem respeito), sem prejuízo de as horas entretanto prestadas lhe sejam abonadas
nos termos da lei, enquanto serviço extraordinário, o que desde já se requer, ou que
esses tempos lhe sejam abonados como serviço docente extraordinário.
E. D.
Local e data
O (A) requerente

Minutas para requerimento do abono de serviço extraordinário, e de reposição de horas


por participação em reuniões e recurso hierárquico para correcção do horário de
trabalho.
Pré-Escolar e 1º CEB
Exª Senhora
Ministra da Educação
(Nome)............, professor(a) ............................(situação profissional, residente
em......................................................, ........-......... (CP-Localidade), vem interpor
RECURSO HIERÁRQUICO do acto de distribuição do horário docente para o ano
escolar de 2009/2010, da autoria do Senhor Presidente do Agrupamento de Escolas/da
Escola ......................................, de que teve conhecimento a ...../...../........., o que faz nos
termos e com os fundamentos seguintes:

1. Constata que o horário semanal de trabalho que lhe foi entregue está elaborado da
forma que ora apresenta:
a) Componente lectiva: 25 horas;
b) Componente não lectiva a nível de estabelecimento: ..... horas.

2. Constata, ainda, o(a) requerente ter ..... horas semanais de componente individual de
trabalho, sendo que nestas horas estão incluídas as horas de reuniões que decorram de
necessidades ocasionais;

3. Perante o exposto, não pode o(a) requerente concordar com o presente horário, na
medida em que este viola as disposições contidas no Despacho nº 19117/2008, de 8 de
Julho, publi-cado no Diário da República, 2ª série, nº 137, de 17 de Julho de 2008.

4. De facto, e segundo o normativo já indicado, o número máximo de horas integrantes


da componente não lectiva não pode ser superior a duas (2) horas semanais, enquanto
que o número de horas destinadas a trabalho individual, incluindo as reuniões que
decorram de necessidades ocasionais, não pode ser inferior a oito (8) horas semanais;

8
5. Por outro lado, as duas horas semanais de componente não lectiva a nível de estabe-
lecimento estão preenchidas com .....(discriminar o(s) tempo(s) e actividade(s);

6. Verifica-se ainda que, englobadas na sua componente de trabalho individual, constam


horas para a realização de reuniões que, claramente, não decorrem de necessidades
ocasionais, como é o caso das reuniões ordinárias do Conselho de Docentes (indicar, se
for o caso, outras reuniões);

7. Conclui-se, assim, que o horário que lhe foi atribuído não está conforme a legislação
em vigor.

Nestes termos, vem o(a) requerente solicitar a Vª Exª a revogação do acto recorrido e
que, em consequência, lhe seja alterado o seu horário, de modo a que as horas das
reuniões mencionadas no ponto 6., sejam efectivamente integradas na componente não
lectiva a nível de estabelecimento, sem prejuízo de as horas entretanto prestadas lhe
sejam abonadas nos termos da lei, enquanto serviço extraordinário, o que desde já se
requer, ou que esses tempos lhe sejam abonados como serviço docente extraordinário.
E. D.
Local e data
O(A) requerente

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