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PASSIVO CIRCULANTE
ATIVO CIRCULANTE
CCL > 0
INVESTIMENTOS FONTES DE FINANCIAMENTO
DE LONGO PRAZO DE LONGO PRAZO
Balanço Patrimonial figurativo nº 2
No Balanço Patrimonial figurativo nº 1, o valor do CCL é dado pela diferença entre Ativo e Passivo Circulantes
e ele é positivo, pois o Ativo Circulante é superior ao Passivo Circulante. Da mesma forma, no Balanço
Patrimonial figurativo nº 2, o valor do CCL, dado como o excesso (ou falta) de fontes de financiamento de
longo prazo com relação aos investimentos de longo prazo, também é positivo.
Como se pode perceber pelo Balanço Patrimonial figurativo nº 2, o CCL, no caso positivo, representa a sobra
de fontes de financiamento de longo prazo aplicada em investimentos líquidos de curto prazo.
Os balanços figurativos nos 3 e 4 representam um exemplo com CCL negativo:
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
CCL < 0
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE
MAIS PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Balanço Patrimonial figurativo nº 3
ATIVO CIRCULANTE
PASSIVO CIRCULANTE
CCL < 0
INVESTIMENTOS DE FONTES DE FINANCIAMENTO
LONGO PRAZO DE LONGO PRAZO
Balanço Patrimonial figurativo nº 4
Nesse caso, os investimentos de longo prazo são superiores às fontes de financiamento de longo prazo,
portanto parte do passivo de curto prazo está financiando ativos de longo prazo, numa clara situação de
descasamento de prazo das aplicações e origens de recursos.
Deve-se lembrar que todas as origens possuem aplicações e vice-versa. Esse é o princípio básico das partidas
dobradas da Contabilidade, da mesma forma que o Balanço Patrimonial expressa no lado esquerdo (o ativo)
as aplicações de recursos, e do lado direito (passivo mais patrimônio líquido) as fontes de financiamento.
Seguindo esse raciocínio, a DOAR deve evidenciar todas as aplicações e todas as origens de recursos, e essas
devem ser iguais. A forma tradicional de apresentação da DOAR não auxilia no entendimento da igualdade
entre origens e aplicações de recursos, pois finaliza com a explicação da variação do CCL, dando a impressão
de que as origens são superiores às aplicações (quando ocorrer uma variação positiva do CCL) ou de que as
aplicações são superiores às origens (quando ocorrer uma variação negativa do CCL). Esse assunto é
comentado no exemplo mais adiante.
A DOAR não deve ser confundida com as demonstrações que visam somente ao fluxo das disponibilidades, como
é o caso da Demonstração do Fluxo de Caixa. De fato, esta visa tão-somente mostrar as entradas e saídas de
dinheiro. Por outro lado, a DOAR é mais abrangente, não só por descrever as variações em função do Capital
Circulante Líquido, em vez de Caixa, mas também por representar uma demonstração das mutações na
posição financeira envolvendo não apenas o fluxo financeiro realizado (entradas e saídas de caixa que
ocorreram), mas também o fluxo financeiro que será realizado no curto prazo.
É, aliás, por esse motivo que em alguns países é denominada Demonstração das Mutações na Posição
Financeira. Todavia, atualmente são poucos os países que ainda adotam a DOAR, apesar de ela ser mais rica
em termos de informações.
O Brasil, seguindo uma tendência mundial, substituiu a obrigatoriedade de se publicar a DOAR pela
obrigatoriedade de se publicar a Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC).
Descrição das Origens
As origens de recursos são representadas pelos aumentos das fontes de financiamento de longo prazo, ou
pelas transferências dos investimentos de longo prazo para o curto prazo, e as mais comuns são:
a) Das operações, quando as receitas (que geram ingressos de capital circulante líquido) do exercício
são maiores que as despesas (que geram aplicações ou reduções de capital circulante líquido).
Assim, ignorando as despesas ou receitas que não afetam o capital circulante líquido, temos
simplesmente que:
• se houver lucro, teremos uma origem de recursos;
• se houver prejuízo, teremos uma aplicação de recursos;
b) Dos acionistas, pelos aumentos de capital integralizados por estes no exercício, já que tais recursos
aumentaram as disponibilidades da empresa e, conseqüentemente, seu capital circulante líquido;
c) De terceiros, por empréstimos obtidos pela empresa, pagáveis no longo prazo, bem como dos
recursos oriundos da venda a terceiros de bens e direitos do Ativo Não Circulante, ou de
transformação do Realizável a Longo Prazo em Ativo Circulante.
Os empréstimos feitos e pagáveis no curto prazo não são considerados como origem de recursos, para fins
dessa demonstração, pois não alteram o Capital Circulante Líquido. De fato, nesse caso há um aumento de
disponibilidades e, ao mesmo tempo, do Passivo Circulante.
Descrição das Aplicações
As aplicações de recursos são representadas pelos aumentos dos investimentos de longo prazo, ou pelas
transferências de fontes de financiamento de longo prazo para o curto prazo, e as mais comuns são:
a) Inversões permanentes, derivadas de:
• aquisição de bens e direitos do Ativo Imobilizado;
• aquisição de novos Investimentos (participações permanentes em outras sociedades ou
propriedades para investimento classificáveis no Ativo Não Circulante);
• aplicação de recursos no Ativo Intangível;
b) Pagamento de empréstimos a longo prazo, pois, assim como a obtenção de um novo financiamento
representa uma origem, sua liquidação significa uma aplicação. Na verdade, como o conceito de
Recursos é o de Capital Circulante Líquido, portanto, a mera transferência de um saldo de
empréstimo do Exigível a Longo Prazo para o Passivo Circulante, por vencer no exercício seguinte,
representa uma aplicação de recursos, pois reduziu o Capital Circulante Líquido
c) Remuneração de acionistas, derivada dos dividendos declarados e juros sobre o capital próprio
declarados.
Origens e Aplicações que não Afetam o CCL, mas Aparecem na DOAR
Além das origens e aplicações relacionadas acima, há inúmeros tipos de transações efetuadas que não afetam
o Capital Circulante Líquido, mas devem ser representadas como origens e aplicações simultaneamente. Por
exemplo:
a) Aquisição de bens e direitos do Ativo Não Circulante (Investimentos, Imobilizados e Intangíveis)
pagáveis no longo prazo. Nesse caso, há uma aplicação pelo acréscimo do Ativo Não Circulante e,
ao mesmo tempo, uma origem pelo financiamento obtido pelo acréscimo no Exigível a Longo Prazo
no exercício, como se houvesse entrado um recurso que fosse imediatamente aplicado;
b) Conversão de Empréstimos de Longo Prazo em Capital, caso em que há uma origem pelo aumento
do capital e, paralelamente, uma aplicação pela redução do Exigível a Longo Prazo, como se
houvesse ingresso de recurso de Capital aplicado na liquidação da dívida;
c) Integralização de Capital em bens do Ativo Não Circulante, situação também sem efeito sobre o
Capital Circulante Líquido, mas representada na origem (aumento de capital) e na aplicação (bens
do Ativo Imobilizado recebidos, por exemplo), como se houvesse essa circulação do recurso;
d) Venda de bens e direitos do Ativo Não Circulante recebível no longo prazo, operação que também
deve ser demonstrada na origem, como se fosse recebido o valor da venda, e na aplicação, como se
houvesse o empréstimo sido feito para recebimento no longo prazo.
Importância
Como se verifica pela natureza das informações que contém, a DOAR é de muita utilidade, pois fornece dados
importantes que não constam das demais demonstrações financeiras. Essa demonstração está relacionada
tanto com o Balanço quanto com a Demonstração do Resultado do Exercício, sendo complementar a ambas,
fornecendo as modificações na posição financeira da empresa pelo fluxo de recursos (aumentos ou
diminuições do CCL). Assim, é muito útil no conhecimento e análise da empresa e de sua evolução no tempo.
De fato, ela auxilia em importantes aspectos como, por exemplo:
1. Conhecimento da política de inversões permanentes da empresa e fontes dos recursos
correspondentes;
2. Constatação dos recursos gerados pelas operações próprias, ou seja, o lucro do exercício (ajustado
pelos itens que o integram mas não afetam o capital circulante líquido);
3. Verificação de como foram aplicados os recursos obtidos com os novos empréstimos de longo
prazo;
4. Constatação de se e como a empresa está mantendo, reduzindo ou aumentando seu capital
circulante líquido;
5. Verificação da compatibilidade entre a remuneração dos acionistas a posição financeira da
empresa.
Essa demonstração é também muito utilizada no acompanhamento de desenvolvimento de novos projetos,
comparando seus valores realizados com os orçados, não só para fins internos da administração e de seus
acionistas, como também pelos agentes financiadores do projeto.
Obrigatoriedade
A Lei nº 6.404/76 tornou obrigatória essa demonstração para todas as companhias (artigo 176, item IV).
Todavia, com a nova redação dada ao artigo 176, pelas alterações promovidas pela Lei nº 11.638/07, a DOAR
deixou de ser obrigatória e, em seu lugar, passou-se a exigir a Demonstração dos Fluxos de Caixa.
FORMA DE APRESENTAÇÃO
Introdução
Essa demonstração, quando obrigatória, era apresentada com os seguintes grandes títulos:
I –ORIGENS DOS RECURSOS
Onde se discriminam as origens, por natureza, e apurado o valor total dos recursos obtidos no exercício.
Quando da elaboração da DOAR, no lucro líquido do exercício estão inclusos o ganho total de $35.000.
Contudo, desse ganho total, $10.000 deve ser excluídos do lucro líquido, pois, apesar de ser parte da origem de
recursos pela venda do ativo, deverá ser considerada como origem de terceiros juntamente com o valor da
baixa do ativo vendido de $80.000, perfazendo o total recebido de terceiros ($90.000), valor que ingressou no
Ativo Circulante.
Do ganho total, $25.000 refere-se à realização de resultados abrangentes reflexos e ao ajuste a valor justo da
participação remanescente. Portanto, como esse valor está incluído no resultado, ele deverá ser excluído do
lucro líquido porque não constitui origem (nem aplicação) de recursos, dado que não afetou ativos ou
passivos circulantes. Já, a transferência de $45.000 ocorreu entre subgrupos do Ativo Não Circulante.
Portanto, não constitui nem origem e nem aplicação de recursos.
III – Imobilizado e Intangível
Assim como pela venda de investimentos, quando da venda de um bem do imobilizado, a alteração no CCL é
pelo valor da venda. Como o ganho (ou perda) da alienação está computado no lucro líquido do exercício e,
por outro lado, há uma redução no imobilizado por seu valor líquido contábil, basta somá-los para se ter esse
valor de venda. Assim, o valor da origem de terceiros será pelo valor da venda e, para ajustar o lucro líquido
do período, para que ele represente a origem das operações, deve-se expurgar o ganho (ou perda) da
alienação. Esse caso é similar ao exemplo anterior pela venda de uma propriedade para investimento.
A venda de um ativo intangível terá as mesmas conseqüências para fins de elaboração da DOAR.
Contudo, existem casos de redução do imobilizado que precisam ser analisados com mais cuidado. No tópico
anterior, vimos que podem ocorrer transferências de propriedade para investimento para o imobilizado.
Nesse tópico veremos o caso inverso, ou seja, a transferência de um item do subgrupo imobilizado (um
edifício, por exemplo) para o subgrupo de propriedades para investimento.
O PT CPC 28 prevê que, quando da alteração do uso, uma propriedade classificada como imobilizado pode ser
transferida para propriedade para investimento. Caso a política contábil da empresa seja o custo (tanto para o
imobilizado quanto para suas propriedades para investimento), as transferências não alteram o valor contábil
da propriedade transferida e não alteram o custo dessa propriedade para finalidades de mensuração ou
divulgação (item 59 do PT CPC 28). Portanto, o saldo contábil líquido do imobilizado, na data da alteração de
seu uso para propriedade ocupada pelo proprietário, será transferido para o subgrupo de Investimentos,
como propriedade para investimento. Dessa forma, para fins de DOAR, a redução do Imobilizado não constitui
uma origem, bem como o aumento do Investimento não constitui uma aplicação, dado que o valor foi
transferido entre contas dos subgrupos do Ativo Não Circulante.
Todavia, se a empresa adota o método do valor justo para avaliar suas propriedades para investimento e o
método do custo para avaliar seus ativos imobilizados; quando um imóvel ocupado pelo proprietário se tornar
propriedade para investimento, a empresa deve aplicar o PT CPC 27 até a data da alteração de uso, e qualquer
diferença entre o valor contábil do imóvel de acordo com o PT CPC 27 e o seu valor justo, nessa data, deve ser
tratada da seguinte forma:
a) A diminuição no valor contábil da propriedade é reconhecida no resultado, mas em caso de ativo
reavaliado, essa redução será reconhecida contra a reserva de reavaliação, até o limite do saldo
contábil dessa reserva;
b) O aumento no valor contábil da propriedade, até o ponto em que esse valor reverta perdas
anteriores por redução ao valor recuperável dessa propriedade, será reconhecido no resultado do
período (desde que não exceda o valor contábil líquido da depreciação que seria determinado caso
nenhuma perda tivesse sido reconhecida); e
c) Qualquer parte remanescente do aumento (não absorvida pela reversão de perdas anteriores) será
creditada diretamente no patrimônio líquido, em ajustes de avaliação patrimonial, como outros
resultados abrangentes;
Assim, para fins de elaboração da DOAR, caso o ajuste a valor justo (aumento ou redução) tenha sido
reconhecido no resultado do período, esse valor constitui um ajuste do lucro líquido. Já, a parte do ajuste que
foi reconhecida no patrimônio líquido (por aumento ou redução), não constitui nem origem e nem ajuste no
lucro líquido.
Aplicações de Recursos
No que se refere às aplicações de recursos, o assunto já está bastante claro quanto a sua segregação por
natureza. Cabe, contudo, mencionar que as adições ao Realizável a Longo Prazo, Imobilizado, Intangível e
Investimentos por novas aquisições devem ser pelos valores dos recursos reais aplicados.
Vale lembrar que, os aumentos decorrentes de avaliação a valor justo, como é o caso de um ativo financeiro
disponível para venda (no Realizável a Longo Prazo), ou uma propriedade para investimento (cuja política
contábil seja o método do valor justo); não constituem aplicações. No primeiro caso (ativo financeiro), um
eventual aumento no valor justo do ativo financeiro terá como contrapartida o patrimônio líquido. O valor
desse aumento, portanto, não constitui uma aplicação de recursos. Da mesma forma, um eventual aumento no
valor justo da propriedade para investimento não constitui uma aplicação, todavia, como esse aumento tem
como contrapartida o resultado do período, então, o valor desse aumento deverá ser excluído do lucro líquido
para fins de determinação da origem das operações.
TÉCNICA DE ELABORAÇÃO
Introdução
Nos tópicos anteriores, analisamos em detalhe as principais origens e aplicações de recursos e sua forma de
apresentação na demonstração.
Vamos agora analisar a técnica de obtenção desses dados, sendo que a adoção de uma técnica adequada é
muito importante para a apuração correta dos valores e para que estes estejam em consonância com os das
demais demonstrações financeiras. As pessoas com pouca experiência na elaboração dessa demonstração têm
a tendência de “caçar’’ os valores de origens e aplicações, ou seja, sabendo de antemão quais são os itens da
demonstração que devem ser preenchidos, procuram obtê-los isoladamente. Todavia, essa forma de trabalho
não produz bons resultados, pois a soma das origens assim apuradas, menos a soma das aplicações,
dificilmente coincide com a variação no capital circulante líquido.
Por esse motivo, torna-se necessário apurar os dados de forma ordenada.
Exemplo Completo
a) INSTRUÇÕES INICIAIS
A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos visa demonstrar as variações na posição financeira de
um exercício; como a posição financeira é dada pelos saldos das contas de ativos e passivos circulantes
constantes do Balanço, as variações na posição financeira são representadas pelas variações nos saldos das
contas de Balanço de um para outro exercício.
Dessa forma, o primeiro passo a ser dado é a obtenção do Balanço da empresa na data de encerramento do
exercício, bem como do Balanço de encerramento do exercício anterior.
Tais Balanços devem ser os Balanços finais, já depois de todos os ajustes e reclassificações. De fato, se
tomarmos saldos preliminares, qualquer ajuste posterior no Balanço gerará um ajuste correspondente na
DOAR. Por esse motivo, a demonstração deve ser elaborada somente após a preparação das demais
demonstrações contábeis em forma final.
De posse desses Balanços, devem-se apurar as variações nos saldos e suas contas. Para tanto, deve-se elaborar
um papel de trabalho, com as seguintes colunas:
Saldos em
Descrição das contas 31-12-X0 31-12-X1 Variação
Não é, portanto, necessária a transcrição de cada uma das contas do Ativo e Passivo Circulantes, ou seja,
disponível, contas a receber, estoques, fornecedores, contas a pagar etc. Basta o total, como indicado.
II – Contas do Ativo e Passivo Não Circulantes e do Patrimônio Líquido
A seguir, relacionamos no papel de trabalho os totais dos subgrupos que compõem os ativos e passivos não
circulantes. O Passivo Não Circulante e o Patrimônio Líquido, por serem credores, devem ser indicados como
negativos. O total das colunas dos saldos dos dois exercícios deve ser zero, já que aí relacionamos todas as
contas devedoras e credoras.
Apuramos, assim, as variações entre os saldos iniciais e finais na coluna de variações, coluna essa que deve
ficar com o total zerado. Os aumentos nos ativos e as diminuições nos passivos são valores positivos,
representam de forma sumária as aplicações. Os aumentos nas contas passivas e patrimônio líquido e as
diminuições nas contas ativas são valores negativos, devendo ser assim indicados, e representam origens.
b) DADOS DOS BALANÇOS E PAPEL DE TRABALHO INICIAL
Suponhamos que os Balanços da empresa de 31-12-X1 e 31-12-X0 sejam os apresentados a seguir:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO
31-12-X0 31-12-X1
ATIVO CIRCULANTE
Disponível 60 100
Recebíveis Comerciais Líquido 200 300
Estoques 300 530
Ativos Financeiros 40 70
600 1.000
ATIVO NÃO CIRCULANTE:
Realizável a Longo Prazo 100 50
Investimentos 300 315
Ativo Imobilizado 2.000 2.473
Ativo Intangível 240 310
2.540 3.098
TOTAL DO ATIVO 3.240 4.148
PASSIVO
31-12-X0 31-12-X1
PASSIVO CIRCULANTE:
Empréstimos bancários 120 180
Fornecedores 100 150
Contas a pagar 80 120
Imposto de Renda a pagar 60 100
360 550
PASSIVO NÃO CIRCULANTE:
Empréstimos e financiamentos 1.200 1.550
PATRIMÔNIO LÍQUIDO:
Capital 800 1.200
Reservas de capital 240 240
Reservas de lucros 630 608
Ajustes de Avaliação Patrimonial 10 0
1.680 2.048
TOTAL DO PASSIVO 3.240 4.148
Dessa forma, o papel de trabalho e a apuração das variações seriam como segue:
Descrição das Contas 31-12-X0 31-12-X1 Variação
Ativo Circulante 600 1.000
Passivo Circulante (360) (550)
Capital Circulante Líquido 240 450 210
Ativo Não Circulante:
Realizável a Longo Prazo 100 50 (50)
Investimentos 300 315 15
Ativo Imobilizado 2.000 2.473 473
Ativo Intangível 240 310 70
Passivo Não Circulante (1.200) (1.550) (350)
Patrimônio Líquido (1.680) (2.048) (368)
Total –0– –0– –0–
Como podemos verificar, o total das três colunas deve ser igual a zero, como evidência de que foram tomadas
todas as contas e se apuraram corretamente as variações. O valor de $ 210 é a variação no CCL e, no caso,
temos um aumento (o saldo de abertura era de $240 e o ano terminou com um CCL de $450). É justamente o
valor da variação do CCL que pretendemos demonstrar como se formou (em termos de origem e aplicação de
recursos). As origens e aplicações estão, de forma simplista, exatamente como as variações nas demais contas
não circulantes, sendo as positivas aplicações e as negativas, origens. Se fôssemos elaborar assim uma
demonstração de origens e aplicações, ficaria como segue:
ORIGENS:
Acréscimo no Patrimônio Líquido 368
Acréscimo no Passivo não Circulante 350
Redução no Realizável a Longo Prazo 50
Total 768
APLICAÇÕES:
Acréscimo em Investimentos 15
Acréscimo no Imobilizado 473
Acréscimo no Intangível 70
Total 558
AUMENTO NO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO
(Excesso de origens sobre as aplicações) 210
Como podemos ver, essa demonstração está somente mostrando os valores constantes da coluna Variações
segregados entre as origens e as aplicações.
Todavia, essa forma de demonstração não é adequada porque a variação líquida em cada subgrupo não
circulante pode ser formada por diversas parcelas e de diferentes naturezas. Por exemplo: o acréscimo de $ 15
na conta Investimentos pode estar representado por novas aplicações em outras empresas, no valor total de $
250, menos baixas de outros investimentos de $ 235, gerando o aumento líquido de $ 15. Nesse caso, os $ 250
devem ser registrados como Aplicação, e a baixa de $ 235, como Origem. Por esse motivo, temos de apurar,
para cada uma das contas não circulantes, sua movimentação sumária.
c) DETALHAMENTO DAS CONTAS
A seguir, é, portanto, analisada a composição de cada uma das variações.
I – Realizável a Longo Prazo
O realizável a longo prazo é composto pelas contas abaixo e teve a seguinte movimentação, conforme o Razão:
Saldos em Mudança de Saldos em
Contas Adições Baixas
31-12-X0 Valor Justo 31-12-X1
Depósitos Judiciais 30 10 – 40
Impostos a recuperar 10 – – 10
Ativos Financeiros
Disponível p/ Venda 60 8 – (68) –
100 8 10 (68) 50
Os $10 de adições em depósitos judiciais representam uma aplicação de recursos, pois reduziram o capital
circulante líquido. Já, o aumento de $8 na conta de Ativos Financeiros não constitui aplicação e tão pouco um
ajuste do lucro líquido, já que tem como contrapartida o patrimônio líquido. Porém, quando do resgate (ou
alienação) do ativo financeiro, o ganho (ou perda) líquido que foi contabilizado diretamente no patrimônio
líquido por mudança de valor justo desses ativos financeiros é reclassificado para o resultado do período. E foi
justamente o que ocorreu, todo o saldo do ativo financeiro foi resgatado. Então, os $68 de baixas são origens
(de terceiros), totalizando a variação líquida do Realizável a Longo Prazo de $50.
Em relação ao resgate do ativo financeiro disponível para venda, para fins de elaboração da DOAR, deve-se
identificar o valor correspondente ao ganho (ou perda) líquido contabilizado diretamente no patrimônio
líquido e, por ocasião do resgate, transferido para o resultado do período. Isso porque esse valor deve ser
eliminado do lucro líquido para fins de determinação da origem das operações, uma vez que a origem de $68
(que é origem de terceiros e não das operações) já inclui os ganhos reconhecidos no patrimônio líquido ($18).
Observe que o aumento no valor justo do ativo financeiro, enquanto reconhecido diretamente no patrimônio
líquido, ele não afeta o CCL e nem o lucro líquido do período. Portanto, não representa nem origem, nem
aplicação e tão pouco um ajuste no lucro líquido.
Normalmente, o Realizável a Longo Prazo é um ativo de valor pouco representativo, motivo pelo qual muitas
vezes seu valor líquido transforma- se em origem ou aplicação. Todavia, quando da existência de ativos
financeiros disponíveis para venda, sua movimentação requer atenção especial nas mudanças de valor justo e
nos resgates ou alienações. Assim, para fins do nosso exemplo, será considerado:
• Aumento dos Depósitos Judiciais 10
• Aumento de Valor Justo de Ativos Financeiros 8
• Resgate de investimentos temporários (origem) (68)
Variação líquida (50)
II – Investimentos
Têm sua composição e movimentação extraídas do Razão, como segue:
Controlada X Coligada Z Total
Saldos em 31-12-X0 280 20 300
Subscrição e integralização na Cia. X 10 10
Baixa por venda do investimento na Cia. Z – (20) (20)
Resultado da Equivalência Patrimonial Cia X 40 – 40
Dividendos recebidos (15) – (15)
Saldos em 31-12-X1 315 0 315
Como verificamos, a empresa tem investimentos em coligadas e controladas avaliado pelo método da
equivalência patrimonial. A variação líquida total no grupo de Investimentos é, portanto, como segue:
• A subscrição integralizada no período, no valor de $ 10, representa uma aplicação, pois reduziu o
capital circulante líquido;
• A venda de investimentos (feita pelo mesmo valor de baixa) por $ 20 representa uma origem;
• O aumento nos investimentos relativo à participação no lucro da controlada, via equivalência
patrimonial, no valor de $ 40, não afetou o CCL, pois sua contrapartida está em receita do exercício.
Dessa forma, esse valor não entra como aplicação, mas como redução do lucro líquido nas origens
para se chegar aos valores oriundos das operações;
• Os dividendos recebidos de $15 representam uma origem dado que o ingresso de disponibilidades
aumentou o CCL.
III – Imobilizado
Por meio das fichas analíticas de razão, extraímos o seguinte resumo da movimentação do imobilizado da
empresa em 20X1.
Saldos em Saldos em
Adições Baixas Transferências
31-12-X0 31-12-X1
Custo
Terrenos 300 – – – 300
Edifícios 600 – – 120 720
Maquinismos e equipamentos 1.700 500 (294) 100 2.006
Veículos 200 50 (40) – 210
Obras em andamento 300 400 – (220) 480
Subtotal 3.100 950 (334) –0– 3.716
Depreciações Acumuladas
Edifícios (150) (30) – – (180)
Maquinismos e equipamentos (900) (200) 107 – (993)
Veículos (50) – (70)
Subtotal (1.100) (40) 20 –0– (1.243)
Total do Imobilizado Líquido 2.000 (270) 127 –0– 2.473
Dessa forma, podemos sumariar a variação líquida de $ 473 no Imobilizado, como segue:
Adições ao custo 950
Baixas (por venda):
Imobilizado ao Custo (334)
Depreciação Acumulada 127 (207)
Depreciação do ano (270)
Total líquido 473
De forma geral:
• As adições ao custo representam uma aplicação;
• As baixas (por venda) representam uma origem (de terceiros). Em sendo uma venda, já vimos que
devem ser demonstradas como segue (supondo tais vendas efetuadas por $ 500):
Preço de venda 500
Valor líquido dos bens baixados (207)
Ganho registrado 293
• Os $ 500 constituem origem (de terceiros), e o ganho de $ 293, como ajuste do lucro líquido, caso
contrário esses $ 293 estariam sendo considerados em duplicidade;
• A depreciação do ano não afeta o CCL, pois foi lançada em conta de resultado, devendo ser
adicionada ao lucro líquido para apurarmos a origem das operações.
IV – Ativo Intangível
Teve o seguinte movimento:
Custo Amortização Total Líquido
Saldos em 31-12-X0 300 (60) 240
Adições no exercício, ao custo 100 – 100
Amortização do ano – (30) (30)
Saldos em 31-12-X1 400 (90) 310
A variação líquida nos empréstimos e financiamentos a longo prazo é, portanto, composta de:
• Novos empréstimos, os quais constituem origem de terceiros. 500
• Variações monetárias, lançadas em despesas financeiras não afetaram o
CCL, devendo ser adicionadas ao lucro líquido para se chegar às origens
das operações. 415
• Transferência para passivo circulante, o que representa efetivamente uma
aplicação, pois com isso houve a diminuição do CCL.
(565)
Variação líquida $ 350
VI – Patrimônio Líquido
As variações no Patrimônio Líquido são facilmente identificadas se a empresa tiver a Demonstração das
Mutações do Patrimônio Líquido, pois tais variações são tão-somente as transações que aumentaram ou
diminuíram o patrimônio total do exercício, transações essas que são extraídas da Coluna Total daquela
demonstração. Se a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, nesse exemplo, fosse como segue:
Total
Saldos em 31-12-X0 1.680
Ajuste de exercícios anteriores:
Mudança de critério contábil na avaliação de estoques (40)
Integralização de Capital 400
Lucro líquido do exercício 118
Outros Resultados Abrangentes (Ajustes de Avaliação Patrimonial):
Mudança de valor justo de ativos financeiros 8
Realização de ganhos por avaliações a valor justo (18)
Dividendos Distribuídos (100)
Saldos em 31-12-X1 2.048
d) ELIMINAÇÕES NECESSÁRIAS
Temos, assim, a composição da variação líquida de todas as contas não circulantes, bastando agora dispor
cada valor, já de forma ordenada, na Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos. Uma pessoa mais
treinada nesse trabalho já teria condições de elaborar, de posse desses dados, tal demonstração em forma
final, eliminando os itens que não devem integrar a demonstração. Uma forma mais segura, todavia, é abrir
outro papel de trabalho, relacionando todas essas variações e segregando-as entre origens e aplicações, daí
deduzindo-se, por meio de colunas complementares, as eliminações necessárias, para chegarmos finalmente
aos saldos finais de origens e aplicações, conforme Modelo A.
MODELO A
QUADRO DETALHADO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS
Ajustes no
Saldos Apurados Outros Observações
Lucro Líquido
Origens Aplicações D C D/C
Realizável a Longo Prazo:
Aumento do Depósito Judicial 10 (1) Não afetou o CCL, ou
o lucro líquido. Esse valor
Mudança de valor justo de tem por contrapartida o
Ativos Financeiros D-8(1) patrimônio líquido
Resgate de Ativos Financeiros 68
Investimentos:
Adição por integralização 10 (2) Como a venda do
Investimento foi ao custo,
Venda de investimentos 20(2) não há ajustes a fazer no
Resultado da Eqv. Patrimonial 40 lucro líquido do ano
Dividendos recebidos 15
Imobilizado: (3) Eliminação do ganho
Adições ao custo 950 na venda do imobilizado:
Depreciações 270 Valor da venda 500
Valor baixado (207)
Valor da Venda do Imobilizado 500 293(3)
Ganho na Alienação 293
Valor líquido das baixas
Ativo Intangível:
Adições ao custo 100
Amortizações do ano 30
Passivo Não Circulante:
Novos empréstimos 500
Variações monetárias 415
Transferência para curto prazo 565
Patrimônio Líquido: (4) O valor do Ajuste de
Efeito da mudança de critério exercícios anteriores deve
contábil (estoque) D-40(4) ajustar o saldo inicial do
Integralização de capital 400 CCL. Assim, na DOAR, o
aumento do CCL deverá
Lucro líquido do exercício 118 ser evidenciado como
Outros Resultados Abrangentes: $250, pois o CCL inicial
Mudanças de Valor Justo C-8(1) ajustado passa para $200
Realização (baixa) 18 e o CCL final continua
Dividendos 100 $450 [450 – 200 = 250].
Subtotais 1.621 1735 351 715 40 (D)
Ajustes do Lucro Líquido 364 (351) (715) [715 C – 351 D = 364 C]
Aumento do CCL 250 C-40(4) [450 – (240 - 40) = 250]
Totais 1.985 1.985 -0- -0- -0-
MODELO B
DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS
Exercício findo em 31 de dezembro de X1
ORIGENS DE RECURSOS:
Das operações –
Lucro líquido do exercício 118
Mais: Depreciação e amortizações 300
Variações monetárias de empréstimos e financiamentos a longo prazo 415
Menos: Participação no lucro da controlada (40)
Realização de ganhos por avaliações a valor justo (18)
Lucro na venda de Imobilizado (293)
Lucro ajustado 482
Dividendos recebidos 15 497
Dos acionistas –
Integralização de Capital 400
De Terceiros –
Ingresso de novos empréstimos 500
Baixa de bem do Imobilizado (valor de venda) 500
Venda de investimentos em Coligadas 20
Resgate de investimentos temporários a longo prazo 68 1.088
TOTAL DAS ORIGENS 1.985
APLICAÇÕES DE RECURSOS:
Aquisição de direitos do Imobilizado, ao custo 950
Adições ao custo no Ativo Intangível 100
Integralização de capital em controladas 10
Aumento em Depósitos Judiciais 10 120
Transferência de empréstimos/financiamentos a longo prazo para o passivo circulante 565
Dividendos propostos e pagos 100
Aumento no Capital Circulante Líquido
(após ajustes no saldo inicial de Ajustes de Exercícios Anteriores – Nota A) 250
TOTAL DAS APLICAÇÕES 1.985
Observe que o capital circulante líquido inicial foi ajustado em $40, pela eliminação do Ajuste de Exercícios
Anteriores relativo à mudança de critério contábil. Esse valor foi baixado do Patrimônio Líquido e ajustado
contra a variação do Capital Circulante Líquido, já que se refere a Estoques, que é seu componente. O efeito
desse procedimento é apurar as origens e aplicações de recursos, como se a empresa já adotasse o novo
critério contábil desde o ano anterior.
e) A DEMONSTRAÇÃO EM FORMA FINAL
Com base no quadro anterior, elaboramos então a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos,
meramente transcrevendo os valores constantes das colunas de saldos finais de Origens e de Aplicações, já de
uma forma ordenada, dentro das técnicas de apresentação já mencionadas. Essa Demonstração em forma
final, portanto, é indicada no Modelo B.
Observando-se a forma final conforme o Modelo B, percebe-se que o total de origens de recursos de longo
prazo foi de $ 1.985, que foram aplicados em investimentos de longo prazo no valor de $ 1.735, resultando
num aumento do CCL de $ 250, de forma que as aplicações também totalizaram $1.985.
As aplicações foram iguais às origens dado que se aplicou $1.735 em investimentos de longo prazo e $250 em
investimentos líquidos de curto prazo, representado pelo aumento do CCL. Ou seja, nesse caso o aumento do
CCL representou uma aplicação das origens de longo prazo.
Entendemos que essa forma de apresentar a DOAR deixa muito mais claro o que representa a variação no CCL.
Nesse caso, o aumento do CCL representa uma forma de aplicação do excesso de recursos captados. Por outro
lado, uma redução do CCL representaria uma das formas encontradas pela empresa para financiar suas
aplicações.
Para uma melhor visualização desse raciocínio, suponha o seguinte exemplo:
31-12-X0 31-12-X1 Variação 31-12-X0 31-12-X1 Variação
Ativo Circulante 0 0 0 Passivo Circulante 0 200.000 200.000
Ativo Não Circulante 100.000 300.000 200.000 Passivo Não Circulante 0 0 0
Patrimônio Líquido 100.000 100.000 0
ATIVO TOTAL 100.000 300.000 200.000 PASSIVO TOTAL 100.000 300.000 200.000
O CCL inicial era de $ 0, e o final $ 200.000 negativo. Portanto, a variação do CCL foi negativa em $ 200.000.
Suponha que a única conta do ativo não circulante que aumentou tenha sido o Realizável a Longo Prazo, no
valor de $ 200.000, representando uma aplicação de recursos no longo prazo nesse valor. Ao analisar o
passivo, percebe-se que não houve aumento de nenhum grupo de longo prazo. Portanto, se a DOAR fosse
elaborada de forma a destacar a variação do CCL, ela seria apresentada da seguinte forma:
Origens de Recursos: $ 0
Aplicação de Recursos: $ 200.000
Variação do CCL: $ 200.000 (redução)
Conforme essa DOAR, nota-se que houve aplicações, mas sem ter havido nenhuma origem! De forma mais
racional, a DOAR seria a seguinte:
Origens de Recursos: Diminuição do CCL = $ 200.000
Aplicações de Recursos: Aumento do Realizável a Longo Prazo = $ 200.000
Essa disposição da DOAR, que foi utilizada no modelo B, evidencia mais claramente o que ocorreu com a
posição financeira da entidade no período X1: a empresa efetuou aplicações de longo prazo com
financiamento de curto prazo, representado pela diminuição do CCL.
Dessa forma, todas as Demonstrações de Origens e Aplicações de Recursos podem ser analisadas, tendo-se em
mente que todas as aplicações de recursos têm explicações em suas origens, e todas as origens de recursos são
explicadas pelas aplicações.
RAMOS ESPECÍFICOS
A DOAR, da forma como apresentada nos tópicos anteriores, atende bem às empresas comerciais e industriais
e à maioria das empresas de serviços. Todavia, alguns tipos de sociedade, como as instituições financeiras, não
têm no modelo apresentado a melhor representação da modificação em sua posição financeira e em seu
capital de trabalho. Por exemplo, uma Caixa Econômica tem quase todo seu passivo constituído à base de
valores circulantes (caderneta de poupança) e seu grande ativo formado por realizável a longo prazo
(empréstimos para financiamento de habitação). Num banco comercial, a quase totalidade de seu ativo e de
seu passivo é exatamente composta por valores circulantes.
Nesses casos, uma DOAR que evidencia as modificações nos itens não circulantes pode não significar
absolutamente nada ou mostrar apenas parte do que deveria significar.
Como a DOAR era uma demonstração obrigatória antes da entrada em vigor da Lei 11.638/07, a normatização
específica do Banco Central já havia promovido as necessárias adaptações para a DOAR de instituições
financeiras, tais como: evidenciação das modificações de todos os grupos do Balanço, provocando uma
variação líquida apenas de disponibilidades, conforme modelos já contidos no COSIF, plano de contas emitido
por aquele Banco.
Origens de Recursos:
. .
. .
. .
Total das origens 1.985
Aplicações de Recursos:
. .
. .
Aumento no Capital Circulante Líquido 250
Total das aplicações 1.985
Como podemos verificar do exemplo dado, a demonstração das origens e aplicações de recursos que
demonstra as variações do capital circulante líquido, conta por conta, torna-se bem mais informativa para
fins de conhecimento e análise pelos usuários.