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Universidade Federal do Paraná

Setor de Educação
DTPEN – Departamento de Teoria e Prática de Ensino

ENSINO DE FUNÇÕES TENDO COMO MOTIVAÇÃO JOGOS ELETRÔNICOS

José Renato Santiago Arantes


Universidade Federal do Paraná
zerenato@ufpr.br

José Renato Santiago Arantes e Wllian José Bruginski


Universidade Federal do Paraná

Palavras-chave: Estudo de funções, ensino de matemática, recursos tecnológicos.

No ensino médio aprende-se importantes ferramentas que irão auxiliar na autonomia


dos alunos, por meio de desenvolvimento de competências e habilidades que lhe permitam o
equacionamento, resolução e análise dos caminhos a serem seguidos em um processo. Por
ser um poderoso instrumento de análise quantitativa e qualitativa de dados, fundamental
para a compreensão de todos os assuntos que envolvam modelagem matemática, o ensino
de funções deve ser cercado de cuidados e feito de maneira tal que, o aluno perceba todos
os aspectos da ferramenta que tem em mãos. Tradicionalmente, o ensino de funções para os
alunos de ensino médio e fundamental é trabalhado a partir de definições algébricas, muitas
vezes, abstratas para, só então, partir para aplicações práticas das funções. Ocorre que tais
aplicações geralmente são as seguintes: descrever fenômenos da natureza, cálculo da conta
de energia elétrica (ou de água) de uma residência, de acordo com a quantidade de energia
(ou água) gasta, ou ainda a descrição do movimento de uma partícula em função do tempo.
Todos estes temas são muito importantes. Mas são distantes da realidade de um aluno que
está cursando o ensino médio ou fundamental. Um aluno sabe que seus pais pagam pela
água, pela energia elétrica, sabe que deve haver controle sobre o dinheiro para que este
dure até o próximo mês, mas a criança ainda não tem maturidade para se interessar em
ferramentas matemáticas que lidem com estes problemas. Assim, os professores devem
encontrar outra forma de trabalhar o conteúdo com os alunos. Acreditamos que, assim como
o vendedor faz com seus clientes, o professor deve criar no aluno a necessidade (mesmo
que esta às vezes não exista) de aprender determinado conteúdo. Atualmente, vemos que os
alunos têm uma enorme variedade de atividades que disputam sua atenção com assuntos
escolares, sendo que dentre estas, os jogos eletrônicos são os que mais se destacam na
preferência dos alunos. Os jogos desenvolvem diferentes habilidades cognitivas, como
dedução e indução, antecipação de cenários ou tomada de decisões. O jogo eletrônico é um
treinamento em modelagem porque muitos jogos eletrônicos não têm todas as regras claras
a princípio, é preciso aprender tais regras, e para isso, é necessário que o jogador formule
uma hipótese e verifique sua veracidade. Caso não seja, o jogador deve formular novas
hipóteses até solucionar determinadas situações no jogo. A maioria dos jogadores faz isso
de maneira inconsciente. Diante disto, propomos a utilização de utilizar jogos eletrônicos no
ensino de funções. As seguintes questões são levantadas:
1) Como o computador calcula a trajetória de um disparo em um jogo de tiro
ao alvo?
2) Como o computador pode “defender” um golpe em um jogo de luta, ou
como pode se defender de um disparo?
3) Como o computador pode saber a distância que existe ao saltar um
obstáculo?
Estas perguntas são respondidas mostrando aos alunos que trajetórias, defesas em
jogos de luta ou saltos, são calculadas pelo computador através de funções. A trajetória de
um disparo é facilmente aproximada por uma função de primeiro grau. Saltos podem ser
descritos por funções do segundo grau. Defesas podem ser vistas como igualdade de
funções. Utilizando jogos que os alunos já conhecem, propomos levar “telas” dos jogos às
salas de aula, para que os alunos possam modelar a função adequada à ação pretendida. A
viabilidade desta proposição se dá pelo uso da TV Pendrive como ferramenta. No Estado do
Paraná, a Secretaria de Estado da Educação disponibilizou televisores de 29 polegadas -
com entradas para VHS, DVD, cartão de memória e pen drive e saídas para caixas de som e
projetor multimídia - para todas as 22 mil salas de aula da rede estadual de educação, bem
como um dispositivo pen drive para cada professor. Os arquivos deverão ser gravados em
formato JPEG no pen drive para leitura adequada da TV.

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