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Tarefa 2
Para isso deverá ter em conta meios diversos adequados [espaço, mobiliário,
fundos documentais diversos], como recursos para o desenvolvimento das funções
estabelecidas e recomendadas internacionalmente. Deverá ter ainda recursos humanos
com formação quer pedagógica quer na área da biblioteconomia, bem como
competências nas áreas tecnológicas da informação. Como refere Cadório (2001) “ a
informação cresceu exponencialmente a partir dos anos 60, daí se considerar que
passámos da Idade Industrial para a Idade da Informação (p.13).
Para demonstrar a sua importância nas aprendizagens, é necessário que a
biblioteca investigue os resultados da sua acção, analise o sucesso e impacto dos seus
serviços e preste contas à escola do seu funcionamento. É neste contexto que surge a
necessidade da implementação do modelo de Auto Avaliação das Bibliotecas Escolares.
- Pertinência da existência de um Modelo de Avaliação para as
bibliotecas escolares.
Avaliar uma biblioteca não é fácil. É um processo que estará sempre ligado à
sua eficácia, ao impacto que produz junto dos seus utilizadores, e sendo um processo
contínuo, procura apurar resultados de forma a melhorar o seu desempenho. A avaliação
exige trabalho de equipa e que, de acordo com a sua natureza crítica, se auto examine e
se autoavalie, constantemente, partindo de confrontações entre a realidade e os seus
meios de transformação educativa e social. Esta acepção crítica não serve apenas para
observar as finalidades, os processos e os resultados, mas serve também para uma
constante retroalimentação. A BE pretende abrir um espaço de possibilidades e
construir um ecossistema de escola, a partir do qual existem múltiplas possibilidades
práticas.
Ser flexível e optimista num tempo de mudança contínuo, e estar disposto a aceitar
diferentes responsabilidades que vão variando, mantendo uma atitude positiva e
comprometendo-se à aprendizagem de forma contínua ao longo da vida.
Em síntese:
Bibliografia
Casey, Susan (1999). Teory – Where is my reality? In: Ken Haycock (ed.). Foundations
for effective school library media programs. Libraries Unlimited.pp 312-317
Eisenberg, Michael & Miller, Danielle (2002) “This Man Wants to Change Your Job”,
School Library Journal.
Johnson, D. (2002) “ The seven most critical challenges that face our profession”,
Teacher-Librarian.
Todd, Ross (2002) “School librarian as teachers: learning outcomes and evidence-based
practice”. 68th IFLA Council and General Conference August.
<http://www.ifla.org/IV/ifla68/papers/084-119e.pdf> [20/08/2008]
Todd, Ross (2003). “Irrefutable evidence. How to prove you boost student
achievement”. School Library Journal, 4/1/2003
<http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA287119.html> [20/08/2008]
Comentário
Olá Margarida
Gostei da tua intervenção em texto corrido e “colorido” com as cores dos teus
estados de alma decorrente dos encontros e desencontros com o então malfadado
modelo de auto avaliação das bibliotecas escolares.
Concordo contigo quando referes que esse documento é um bom documento
orientador da nossa actividade, mas em minha opinião dimensionado para uma
realidade que será talvez a do país daqui a alguns ou talvez muitos anos!
Para ilustrar e sustentar a minha opinião vou também contar-te uma história pessoal
seguindo desta forma a tua metodologia de intervenção (história de vida).
Há algum tempo atrás, integramos um grupo de trabalho a convite da Biblioteca
Municipal de Castelo Branco, numa parceria entre esta Biblioteca, a Associação Belgais
e a Fundación Germán Sánchez Ruipérez, deslocando-nos com mais alguns colegas
coordenadores de bibliotecas, à Biblioteca Municipal de Penaranda de Bracamonte, vila
pertencente ao distrito de Salamanca e terra natal de Germán Sánchez Ruipérez,.
Esta localidade com cerca de 7000 (sete mil) habitantes dispõe de uma biblioteca
com uma dinâmica e espólio riquíssimos, um verdadeiro motor de aglutinação de toda a
vida cultural e social daquela localidade.
Durante um fim de semana pudemos observar e participar na vida desse pólo
aglutinador de dinâmicas passando a referir dois projectos:
Um projecto de cariz social (muito interessante mas que não irei descrever para
não me alongar demasiado, que poderei abordar eventualmente de acordo com essa
temática noutro contexto), e um outro projecto relativo a um estudo realizado,
apresentado numa sessão de trabalho em que participámos, pelo director da biblioteca
de Penaranda de Bracamonte. Este estudo comparou os hábitos de leitura de duas
localidades - Penaranda de Bracamonte (Espanha) e Castelo Branco (Portugal),
apresentado com edição de livro/estudo.
Este trabalho, recente a partir de um documento bastante exaustivo e completo
acerca dos hábitos de leitura daquelas localidades, vem concluir que apresentaram nesse
estudo, hábitos de leitura idênticos, com baixos índices de leitura comparados com
hábitos e práticas de leitura ingleses de há um século atrás. Algumas justificações deste
atraso semelhante nestas localidades são sustentadas com base em realidades sociais
idênticas em Portugal e Espanha saídos de regimes ditatoriais com coincidências
cronológicas (1974 caso português e 1975 o caso espanhol), onde até então não era
valorizada a informação como parece ser lugar comum e característica de regimes
totalitários.
A partir deste estudo e como consequência uma série de projectos estavam a ser
desenvolvidos em parceria com as escolas, formando leitores para a biblioteca pública
que é no fundo uma extensão da escola.
Foi uma experiência muito interessante, quer ao nível da valorização da
biblioteca pública numa comunidade, quer como pólo aglutinador de dinâmicas
escolares numa lógica interpares.
O relato desta experiência parece-me pertinente no que toca a algumas
dimensões referenciada na análise do modelo de auto avaliação, que passarei a
argumentar.
Vou pegar apenas num exemplo:
Na dimensão B Leitura e Literacia
“ A BE desenvolve estratégias e actividades em articulação com menos de 45%
dos docentes”
“ (…..) Menos de 45% dos alunos usa a biblioteca escolar em contextos de
leitura e revela progressão nas competências de leitura de acordo com o seu ano de
escolaridade”
Estas descrições de evidências situam-se no nível 1 Fraco (a precisar de
desenvolvimento urgente)
Isto quer dizer que numa escola com 100 (cem) professores, se, 40 (quarenta)
professores trabalham articuladamente com a biblioteca isso é muito fraco!
Ou se numa escola com 1000 (mil) alunos, (400) quatrocentos utilizam a
biblioteca em contexto de leitura e revelam progressão nas competências de leitura, isso
é igualmente fraco!
Num País em que os hábitos de leitura são fracos, com uma rede de bibliotecas
escolares recente, e com recursos humanos a integrarem um quadro apenas este ano
lectivo, gostaria de questionar que fenómeno se espera para que de repente toda a gente
se volte para a leitura. É evidente que o horizonte deverá ser o óptimo mas quando não
se atinge, o óptimo é inimigo do bom! Devemos valorizar a evolução e construção dos
hábitos e práticas de leitura ( no caso desta dimensão), para solidificar comportamentos
que demoram décadas a integrar.
Penso que este modelo é nitidamente um modelo anglo saxónico,
contextualizado para outras realidades, que presentemente distam da realidade
portuguesa. É apenas a minha opinião como é óbvio.
Cumprimentos
Rafael