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ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS

2009/2010

Biblioteca Escolar

18 DE DEZEMBRO,
DIA INTERNACIONAL DOS MIGRANTES

As migrações são hoje um fenómeno de dimensão global, com implicações cada vez
mais importantes nos domínios político, económico, social, cultural e religioso. Factores
como a distribuição desigual da riqueza, guerra, desemprego, fome e degradação
ambiental forçam todos os dias milhares de pessoas a abandonar o seu país de origem
em busca de um futuro melhor para si e as suas famílias. Este fenómeno não é novo mas
tem crescido drasticamente: existem hoje 192 milhões de migrantes legais em todo o
mundo, dos quais 5 milhões são portugueses. O número de migrantes em situação
irregular é difícil de estimar com precisão.
Todos estes indivíduos são considerados migrantes: os que são forçados a deixar o seu
país e os que o fazem voluntariamente; os que buscam uma vida melhor e os que apenas
procuram uma vida diferente; os que dispõem de autorizações de residência e os que
vivem na clandestinidade.
Defendemos a migração legal, desde logo, pelo que equivale enquanto protecção do
migrante, em todo o processo, desde o país de origem até ao país de acolhimento e
eventual regresso. Os migrantes que arriscam em processos falaciosos de migração
irregular correm sérios riscos de engano, exploração, sofrimento e até, algumas vezes,
perigo de vida. Estão fora da protecção legal que lhes seria devida enquanto imigrantes
regulares e são alvo fácil das redes que abundam neste circuito que representa um dos
negócios ilegais mais lucrativos e de baixo risco.
Em qualquer circunstância, a dignidade da pessoa humana mantém-se intocável e deve
ser protegida contra todas as adversidades, o que exige o reconhecimento de um núcleo
de direitos essenciais devidos a qualquer Pessoa, independentemente da sua situação
documental.
Uma tendência recente que coloca novos desafios é a feminização dos movimentos
migratórios. Embora a migração tenha um efeito positivo de criar oportunidades de
subsistência e emancipação das mulheres, deixa-as também particularmente vulneráveis
a abusos e exploração para fins laborais ou sexuais.
Em 18 de Dezembro de 1990 a Assembleia Geral das Nações Unidas adoptou a
Convenção Internacional para a Protecção dos Direitos de Todos os Trabalhadores
Migrantes e as Suas Famílias. Em 2000 este dia foi proclamado o Dia Internacional dos
Migrantes e desde então tem constituído uma oportunidade para sensibilizar a
comunidade internacional para a necessidade de proteger os direitos dos imigrantes e
emigrantes em todo o mundo.

Fonte: Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural


http://www.acidi.gov.pt/docs/Press_Releases/Comunicado_18_Dezembro.pdf
ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS
2009/2010

Biblioteca Escolar

14 de Dezembro

(…)
My family tree consists of street refugees.
A ghetto land, where we talk slang
Stolen cars bang, like my chitty bang-bang sh-bang
For the heads, we ain’t sellin’ cocaine today
So refrain and let my family reign okay
[omega]:chorus
Just walkin’ the streets death can take you away
It’s never guaranteed that you’ll see the next day
At night the evil armies of shaton don’t play
So defend the family that’s the code to obey
(…)
Fonte: My family business lyric, Fugees
ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS
2009/2010

Biblioteca Escolar

14 de Dezembro

Contra a indiferença.

As duas doenças mais graves no mundo são a Intolerância


e a Indiferença

O asilo como uma imposição ética

Antes de podermos abordar os assuntos socio-existenciais dos refugiados e


requerentes de asilo, importa-nos tentar ter a visão da dimensão do problema a
nível mundial e nacional, isto é, fazer o diagnóstico da situação.

O que se passa em Portugal não é mais do que um epifenómeno resultante da


situação gravosa que se vive a nível mundial. Por isso, a adopção de medidas
correctas e justas a nível local (Portugal) depende da acertada visão que se
tenha da situação global (mundial). Sem estarmos cientes da evidente
correlação causa-efeito que as ligam, as propostas que hoje dinamizarmos,
estarão talvez já caducas amanhã: O Mundo está, também na questão dos
refugiados, em aceleração.

Qual é, pois, a situação mundial, hoje, e que perspectivas tememos para um


futuro próximo, no que diz respeito à questão dos refugiados e à sua evidente
consequência, os requerentes de asilo?
Mercê das guerras, conflitos étnicos, discriminação, intolerância, indiferença,
seca e fome que assolam o Mundo desde o fim da segunda guerra mundial,
existiam em 2007 cerca de 16 milhões de refugiados sob a protecção de
agências das Nações Unidas e 51 milhões de deslocados (cerca de 26 milhões
devido a conflitos armados e 25 milhões em consequência de catástrofes
naturais). Estes números totalizam 67 milhões de pessoas candidatas (assim
tenham possibilidade) à imigração. A estas dezenas de milhões podemos
acrescentar centenas de milhões que, por razões económicas, estão dispostas
a deixar o seu país.
(…)
Portugal, com os seus cinco milhões de emigrantes e de luso-descendentes
espalhados pelos quatro cantos do Mundo, mundo de culturas que fomos dos
primeiros a divulgar, tem o dever e a obrigação de ser, também hoje, pioneiro
na tolerância e no acolhimento.

Para o conseguir, é fundamental que tenhamos sempre em conta:


- campanhas de sensibilização/informação do público, polícias, funcionários,
advogados;
- meios acrescidos para o acolhimento, aconselhamento e apoio;
- um estatuto do exilado e refugiado revisto, corrigido e sem discriminação;
- um procedimento legal justo, rápido e acessível;
- um acesso real aos cuidados de saúde, com uma particular atenção ao
suporte psicológico;
- uma política de alojamento condigna;
- estruturas de concertação sustentadas por uma vontade política clara.

Fernando Nobre, AMI

Fonte: http://fernandonobre.blogs.sapo.pt/10850.html

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