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atravs dos sculos. o que Calvino menciona ser um clssico aquele livro que se
configura como equivalente do universo, semelhana dos talisms. Por um lado, refere-se
identificao com a obra que continuamente reescrita, mesmo que inconscientemente,
pelas sociedades que as lem. Por outro lado, o clssico poder tambm estabelecer uma
relao igualmente forte de oposio, de anttese. Da deriva a anlise de que o clssico
pessoal aquele que no pode ser-lhe indiferente e que serve para definir a voc prprio
em relao a ele.
O autor tambm pontua que um clssico um livro em que se reconhece o seu lugar
dentro do continum cultural e que para l-los preciso definir de onde (temporalidade)
eles esto sendo lidos. A leitura dos clssicos seria, ento, maximizada quando se sabe
altern-la com a leitura de atualidades. A proposio decorrente a isso a de que o clssico
tende a relegar as atualidades posio de barulho de fundo, mas que no pode prescindir
desse barulho. E o clssico persiste como rumor, mesmo onde predomina a atualidade mais
incompatvel.
Por fim, o texto enfatiza que os clssicos nos auxiliam no entendimento de ns
mesmos e aonde chegamos. Conclui afirmando que ler os clssicos melhor do que no llos. Dessa forma, nesse texto Calvino nos apresenta com uma simplicidade de ideias a
evoluo de seu raciocnio por meio de definies passo-a-passo do que seriam os
clssicos, onde tudo corrobora para o prazer da leitura. Seu amor pela literatura, at mesmo
por ser um intelectual com expressiva bagagem literria, instiga seus leitores a possuir sua
prpria estante de clssicos divididos entre aqueles livros de cabeceira que devem ser
sempre relidos e outros livros para serem conhecidos durante a vida do leitor. Deixa, ainda,
alguns livros ao acaso, para as descobertas ocasionais. Quem escolhe o que clssico ou
no o leitor, mas o autor direciona de forma bastante efetiva a montagem da primeira
metade da estante.