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PADRÃO SA8000 – FERRAMENTA ESTRATÉGICA PARA UM

SISTEMA DE GESTÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL E


FORMULAÇÃO DE POLÍTICA PARA CONTRATAÇÃO DE
FORNECEDORES

Ingrid Camilo dos Santos


Kelly Aparecida Moura
Marcelo Gonzaga da Silva
Patrícia França
Concluintes do curso de administração de empresas
pela Faculdade Hebraica Renascença.

RESUMO

O padrão SA8000 – Social Accountability 8000 – criado em 1997 pela Social


Accountability International (SAI) organização não governamental americana, é um
padrão auditável e certificável que propõe requisitos mínimos para a implementação
de um sistema de responsabilidade social, utilizando como base as convenções da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Declaração de Direitos Humanos e
as leis locais. Este padrão aborda nove temas: trabalho infantil, trabalho forçado,
saúde e segurança, liberdade de associação e direito à negociação coletiva,
discriminação, práticas disciplinares, horário de trabalho e remuneração. Seu escopo
está estruturado em elementos normativos e interpretações, definições e seus
requisitos (dentro de cada tema). Seu objetivo é melhorar as relações trabalhistas e
os ambientes de trabalho, bem como gerar benefícios às organizações quanto à
reputação e apoio ao desenvolvimento sustentável. Sua estrutura é semelhante
modelo International Organization for Standardization (ISO), é de uso global e é
também operacional.

Palavras-chave: Responsabilidade social; SA8000; Sistema de gestão; Ferramentas


de gestão.
2

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem caráter científico para servir como conclusão do curso de
administração de empresas, aqui será apresentado o padrão SA8000, sua
importância como ferramenta de apoio para a implementação de um sistema de
gestão da responsabilidade social corporativa nas organizações e algumas
ferramentas de gestão compatíveis.
Delimitamos o padrão SA8000 como uma ferramenta estratégica para um
sistema de gestão da responsabilidade social corporativa, mas como diretriz para
formulação de política de contratação de fornecedores.
O problema central da nossa pesquisa é como obteremos o engajamento da
cadeia de fornecimento para a responsabilidade social.
Queremos com este trabalho apontar que as grandes empresas são as
maiores indutoras para este processo, porém elas precisam estar alinhadas aos
conceitos de responsabilidade social e de desenvolvimento sustentável para que
sejam efetivas suas ações. Ter programas de incentivo e ações para o engajamento
da cadeia de fornecimento gerando uma cadeia de valor.
A metodologia utilizada para elaboração deste trabalho foi o envio de um
questionário para as empresas já certificadas para saber das conquistas e desafios
com a aplicação deste padrão. Utilizamos pesquisas em meio eletrônico como o site
da Social Accountability Internacional (SAI) e do Instituto Ethos, referências
bibliográficas, entrevista com o auditor social Adriano Diniz Costa e contribuição com
artigo do sócio fundador da B&SD Brasil Beat Grüniger .
Este trabalho está divido em conceitos, metodologias, ferramentas, apêndices
e anexos.
3

1 - CONCEITOS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E


RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL

O desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as


necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as
futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades
(RELATÓRIO DE BRUNDTLAND, 1987)1.

É a utilização consciente e não predatória dos recursos econômicos, sociais e


ambientais, de forma a gerar benefício para toda a cadeia. A preocupação com a
continuidade das atividades empresariais de forma a não causar a escassez desses
recursos, põe as organizações à obrigação de promover a disseminação cultural
deste conceito globalmente a fim de garantir a sobrevivência das próximas gerações
Esta necessidade de promover uma cultura global e consciente sobre os
impactos de suas atividades dá espaço para um movimento chamado de
responsabilidade social empresarial (RELATÓRIO DE BRUNDTLAND, 1987).
Na próxima página veremos a figura da pirâmide do desenvolvimento
sustentável que demonstra a intersecção e a necessidade de integração de cada um
dos temas:

1
O Relatório Brundtlandt é resultado do trabalho da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento, da ONU, presidida por Gro Harlem Brundtlandt e Mansour Khalid, daí o nome final do
documento. A comissão foi criada em 1983, após uma avaliação dos 10 anos da Conferência de Estocolmo, com
o objetivo de promover audiências em todo o mundo e produzir um resultado formal das discussões. O
documento foi publicado após três anos de audiências com líderes de governo e o público em geral, ouvidos em
todo o mundo sobre questões relacionadas ao meio ambiente e ao desenvolvimento. Foram realizadas reuniões
públicas tanto em regiões desenvolvidas quanto nas em desenvolvimento, e o processo possibilitou que
diferentes grupos expressassem seus pontos de vista em questões como agricultura, silvicultura, água, energia,
transferência de tecnologias e desenvolvimento sustentável em geral.
4

Recursos
Ambientais

SUS
TENTA
BILIDADE
Recursos Recursos
Sociais Econômico-
Financeiros

FIGURA 1 - Pirâmide do desenvolvimento sustentável.


Fonte: Instituto Ethos

A responsabilidade social empresarial é a forma de gestão que se define pela


relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se
relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o
desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais
para gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das
desigualdades sociais2.

A Responsabilidade Social Empresarial (RSE) que no decorrer do trabalho


também chamaremos de Responsabilidade Social Corporativa (RSC) é um marco
inicial para que esta cultura seja colocada em prática. A partir do momento em que
uma organização abre seus olhos e se compromete moralmente às mudanças, seus
benefícios são nitidamente notados por suas partes interessadas em suas
atividades. É reconhecida como uma organização preocupada com o
Desenvolvimento Sustentável (DS) e que tal gerencia com responsabilidade seus
impactos tanto positivos quanto negativos, ou seja, uma empresa cidadã3 [grifos
nosso].

2
www.ethos.org.br
3
Idem
5

Grupos de ONGs Acionistas


Empregados
Pressão

Setor Privado
Igreja EMPRESA em Geral

Mídia de Comunidade
Massa
Consumidores
Governo e
Público Autoridades
em Geral Academia e
Ciências
Universidades
Mídia Organizações
Científica

FIGURA 2 - Partes Interessadas (Stakeholders).


Fonte: Instituto Ethos.

É necessário que as organizações sejam éticas e transparentes em suas


negociações, estabeleçam metas para se guiarem durante todo o percurso e assim
atingirem seu compromisso com a sustentabilidade, minimizar as desigualdades
sociais por meio da promoção da educação e de oportunidades e enfim respeitar a
diversidade4 .
A responsabilidade social é um movimento em construção em todo o mundo,
porém é necessário que as lideranças estejam conscientes de que podem fazer mais
pela sociedade global e também se comprometerem na construção de uma
sociedade justa e sustentável. Discutir este assunto é uma forma de conseguir
diretrizes para a serem seguidas por todos, uma vez que são pessoas as mais
beneficiadas pelo sucesso das ações. O bem estar é um fator motivante para a
realização.
A seguir alguns benefícios:

4
www.ethos.org.br
6

Para sociedade: a) Preservação dos recursos ambientais; b) Redução das


desigualdades sociais; c) Promoção da diversidade; d) Preservação da cultura local;
e) Geração de valor para todos os públicos; f) Contribuição para uma sociedade
justa e sustentável (INSTITUTO ETHOS, s.d).
E para o negócio: a) Acesso a capitais e a mercados; b) Amplia oportunidades
de negócio; c) Reduz riscos do negócio; d) Maior longevidade; e) Valorização da
imagem institucional; f) Reconhecimento do consumidor; g) Atração e retenção de
talentos (INSTITUTO EHTOS, s.d).

2 - A RESPONSABILIDADE SOCIAL NO BRASIL

Foi na Europa dos anos 1970 que a sociedade passou a cobrar maior
responsabilidade social das empresas. Em 1977, a França tornou-se pioneira na criação de
uma lei que obriga empresas com mais de 300 funcionários a divulgar em balanços suas
ações sociais. No Brasil, o modelo de balanço social, proposto na década de 1980 pela
Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial Social (Fides), não vingou. O tema
começou a sensibilizar algumas empresas no início dos anos 1990 e ganhou forte impulso
ao longo da década, pela ação de entidades não-governamentais e institutos de pesquisa e
pelo engajamento da iniciativa privada nas novas políticas sociais do governo.Destaque
para a atuação do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), que desde
1997 defende a importância de um modelo único de relatório social. Um ano depois, nascia
o Instituto Ethos. O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social é uma
organização sem fins lucrativos, caracterizada como organização da sociedade civil de
interesse público. Sua missão é mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus
negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma
sociedade justa e sustentável. Criado em 1998 por um grupo de empresários e executivos
oriundos da iniciativa privada, o Instituto Ethos é um pólo de organização de conhecimento,
troca de experiências e desenvolvimento de ferramentas para auxiliar as empresas a
analisar suas práticas de gestão e aprofundar seu compromisso com a responsabilidade
social e o desenvolvimento sustentável. É também uma referência internacional nesses
assuntos, desenvolvendo projetos em parceria com diversas entidades no mundo todo5 .

O Instituto Ethos (Ethos) é mantido por contribuições associativas de


empresas que fazem a adesão do termo de compromisso em prol do movimento de
responsabilidade social corporativa no Brasil. As contribuições variam de acordo
com o seu faturamento anual. Essas contribuições dão a sustentabilidade das
atividades do instituto, assim como promovem a disseminação do conceito de

5
www.ethos.org.br
7

desenvolvimento sustentável e responsabilidade social empresarial por intermédio


de publicações patrocinadas por suas associadas e eventos onde seus públicos de
interesse podem participar. Há eventos exclusivos para as empresas associadas e
também para empresas não associadas. Junto com o jornal Valor Econômico,
anualmente o instituto promove um concurso de monografias com a temática
chamado de Prêmio Ethos - Valor onde premiam os melhores trabalhos acadêmicos
na temática de RSC6 [grifo nosso].
Há também um programa chamado Rede Empresarial pela Sustentabilidade
Empresarial nos Estados, mais conhecido como Internethos. Esta rede promove
encontros nos estados, por ter o Ethos sua sede em São Paulo busca atender as
partes interessadas em suas atividades dando apoio às suas associadas com os
articuladores que são pessoas responsáveis por organizarem os eventos e a
comunicação em sua localidade7.
Anualmente o instituto junto com o seu braço educacional UNIETHOS
promovem a Conferência Internacional de Responsabilidade Social Empresarial
onde são discutidos temas atualizados, são promovidas plenárias, oficinas além de
os participantes poderem fazer trocas de experiências.
Atualmente o Instituto Ethos vem liderando o movimento de RSE, com uma
equipe estruturada e capacitada para atender e dar apoio sobre as ferramentas de
gestão e também esclarecer dúvidas8.
Algumas informações importantes sobre as atividades do Instituto Ethos é o
trabalho de orientação às empresas é voluntário, sem nenhuma cobrança ou
remuneração. Não são feitas consultorias, não credencia e nem autoriza
profissionais para oferecerem qualquer tipo de serviço em seu nome. Isto fica a
cargo do UNIETHOS com seus instrutores e facilitadores. Não é entidade
certificadora de responsabilidade social e não fornece selo com essa função. A
empresa associada tem o direito de veicular em seu site o banner institucional para
ser identificada como empresa que contribui com a responsabilidade social
empresarial de forma a incentivar que outras empresas possam também contribuir
com o movimento. Não permite que nenhuma entidade ou empresa (associada ou

6
www.ethos.org.br
7
Idem
8
Idem
8

não) utilize a sua logomarca sem o seu consentimento prévio e expressa autorização
por escrito9.

3 – PADRÃO INTERNACIONAL SA8000

Criado em 1997 pela Social Accountability International (SAI), entidade


não governamental americana, o padrão internacional Social Accountability 8000
(SA8000) propõe requisitos mínimos para um sistema de gestão da
responsabilidade social abordando nove temas como trabalho infantil, trabalho
forçado e compulsório, saúde e segurança, liberdade de associação e direito à
negociação coletiva, discriminação, práticas disciplinares, horário de trabalho,
remuneração e sistema de gestão, baseados na legislação nacional, em normas
internacionais de direitos humanos e nas convenções da Organização
Internacional do Trabalho (OIT)10[grifos nosso].
Com foco na humanização das relações trabalhistas, o padrão SA8000 não
pretende substituir a legislação local, mas facilitar sua aplicação e atendimento de
forma a garantir benefícios para as organizações e para os trabalhadores (ADRIANO
DINIZ COSTA, 2009)11.
A adesão ao padrão SA8000 é voluntária, certificável com reconhecimento
mundial após verificação externa por entidades acreditadas pela SAI (DOCUMENTO
GUIA, 2004, p. 05).
A certificação oferece uma imagem de boas práticas aos consumidores, aos
fornecedores e as demais partes interessadas. Sua validade é de três anos, com
manutenção por auditorias a cada seis meses (DOCUMENTO GUIA, 2004, p. 05).
As empresas que são certificadas podem mostrar seus certificados numa loja
ou fábrica ou em catálogos, na propaganda da empresa e seu material de
correspondência (DOCUMENTO GUIA, 2004, p. 05).
Os produtos não podem ser etiquetados com a logomarca da SAI, pois a
certificação é valida somente para o local de trabalho e não para o produto, não se
trata de qualidade de processo de fabricação (DOCUMENTO GUIA, 2004, p. 05).

9
www.ethos.org.br
10
www.sa-intl.org
11
Adriano Diniz Costa. Auditor Social. Entrevista concedida aos autores. São Paulo, 12 de setembro de 2009.
9

As organizações certificadoras necessitam ser acreditadas pela SAI, ou seja,


é preciso que sejam avaliadas e validadas por um processo para terem o
reconhecimento formal de competência. Seus profissionais devem receber
treinamento pela SAI (DOCUMENTO GUIA, 2004, p. 06).
Qualquer empresa pode aderir ao padrão SA8000 de várias formas, pode ser
afim de analisar independentemente seus registros e dados sociais, registros e
dados sociais de seus contratados, ou mesmo as empresas que produzem para
empresas americanas ou européias para fortalecer seus contratos e longevidade e
que estão de acordo com as boas práticas e que tratam seus colaboradores de
maneira justa e legal (DOCUMENTO GUIA, 2004, p. 06).

4 - CATEGORIAS DE AVALIAÇÕES

4.1 - Verificação de Primeira Parte

Aqui a empresa se auto-audita, ou seja, se compromete voluntariamente e


com uma auditoria interna busca se assegurar que cumpre com os requisitos da
SA8000, porém não constitui em certificação, pois há a necessidade de uma
verificação externa (DOCUMENTO GUIA, 2004, p. 06).

4.2 - Verificação de Segunda Parte

A empresa que adere ao padrão SA8000 ao cumprir com os requisitos e se


autodeclarar conforme é verificada por um comprador de seus produtos usando um
tema escolhido pelo comprador. Esta não se constitui em certificação pelo o
comprador não ser uma entidade acreditada pela SAI (DOCUMENTO GUIA, 2004, p.
06).
10

4.3 - Verificação de Terceira Parte

A empresa é voluntariamente avaliada por uma entidade credenciada pela


SAI, afim da certificação, mas que não seja nem um comprador direto de seus
produtos, um consultor ou fornecedor. O órgão certificador pode ser uma
organização não governamental, um sindicato ou mesmo uma empresa de sistemas
de gerenciamento (DOCUMENTO GUIA, 2004, p. 06).

5 - CUSTOS COM APLICAÇÃO

A estrutura do padrão SA8000 é semelhante a série International


Organization for Standardzation (ISO). As organizações que já têm esse sistema
operando tendem a ter maior facilidade com sua implantação (DOCUMENTO GUIA,
2004, p. 07) [grifo nosso].

Os principais custos com a aplicação do padrão SA8000 são: a) Custo com


auditoria - contratação de uma entidade acreditada pela SAI para verificação; b)
Custo com a preparação de uma auditoria - avaliação de desempenho com
consultoria; c) Custos com ações corretivas – reparação para melhora contínua; d)
Custo com a não observância – não atendimento das leis locais (DOCUMENTO
GUIA, 2004, p. 07).

6 - BENEFÍCIOS SOBRE O PADRÃO SA8000

As organizações podem obter alguns benefícios relacionados com a aplicação


do padrão SA8000:

a) maior retenção funcional e melhoria no seu desempenho; b)


elevação da qualidade do produto e da produtividade; c) Melhoria no
gerenciamento; melhoria na administração da cadeia de fornecimento;
d) desenvolvimento de novos mercados e novos clientes (LEIPZIGER,
2003, p. 09).
11

Ainda podemos ressaltar: a) redução do passivo trabalhista; b) redução de


acidentes de trabalho; c) maior possibilidade de valorização de ações em bolsas de
valores; d) maior possibilidade de credibilidade no mercado; e) melhoraria na
reputação da empresa com as partes interessadas; f) implementação eficaz de um
sistema de gestão da responsabilidade social; g) destaque num mercado saturado;
h) possível integração com outros sistemas; i) relação de parcerias com
fornecedores; j) fidelização de clientes (ADRIANO DINIZ COSTA, 2009)12.

7 - REQUISITOS DO PADRÃO SA8000 COMENTADOS

7.1 - Objetivo e Escopo

A intenção da SA8000 é oferecer um padrão que se baseia em


normas Internacionais de direitos humanos e em leis trabalhistas
nacionais que irão proteger e habilitar todo o pessoal dentro do
escopo de controle e influência de uma empresa, que produzam ou
forneçam serviços para esta mesma empresa, incluindo o pessoal
empregado pela própria empresa, bem como o pessoal de
fornecedores/subcontratados, sub-fornecedores e trabalhadores em
domicílio. A SA8000 é verificável através de um processo baseado em
evidência. Seus requisitos se aplicam universalmente, independente
do porte da empresa, da sua localização geográfica ou do setor
industrial. Estar em conformidade com os requisitos de
responsabilidade social deste padrão possibilitará a uma empresa: a)
Desenvolver, manter e executar políticas e procedimentos com o
objetivo de gerenciar aqueles temas os quais ela possa controlar ou
influenciar; b) Demonstrar com credibilidade para as partes
interessadas que as políticas, procedimentos e práticas existentes na
empresa estão em conformidade com os requisitos deste padrão
(PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 03) [grifos do autor].

O padrão SA8000 é de uso global independente da região geográfica onde


será adotada, pretende padronizar de forma genérica as relações trabalhistas de
qualquer empresa independente de seu porte e sua cadeia de fornecimento quanto
aos seus requisitos, obedecendo e tendo como apoio as leis internacionais de
direitos humanos e as leis trabalhistas locais. As empresas precisam evidenciar suas
boas práticas por intermédio de documentações e registros, por isto a necessidade

12
Adriano Diniz Costa. Auditor Social. Entrevista concedida aos autores. São Paulo, 12 de setembro de 2009.
12

de verificação por terceiros competentes para que alcancem a certificação quando


em conformidade com os quesitos (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p.
03).
A empresa deve criar, dar continuidade e aplicar as políticas e os processos
para gerenciar os temas que possa ter controle e poder de mobilização, bem como,
comunicar com transparência aos interessados em suas atividades que tem atendido
aos requisitos deste padrão com a criação de suas políticas, processos e suas boas
práticas (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 03).

7.2 - Elementos Normativos e suas Interpretações

A empresa deve atender às leis nacionais e a todas as outras


aplicáveis, às normas industriais vigentes, a outros requisitos aos
quais a empresa tenha se obrigado e a este padrão. Quando as leis
nacionais ou outras aplicáveis, as normas industriais vigentes, outros
requisitos aos quais a empresa tenha se obrigado e este padrão
tratarem do mesmo tema, a disposição que for mais favorável aos
trabalhadores se aplica. A empresa deve também respeitar os
princípios dos seguintes instrumentos internacionais: Convenção OIT
1 (Horários de Trabalho – Indústria) e Recomendação 116 (Redução
de Horários de Trabalho); Convenções OIT 29 (Trabalho Forçado) e
105 (Abolição do Trabalho Forçado) Convenção OIT 87 (Liberdade de
Associação); Convenção OIT 98 (Direito de Organizar e Negociar
Coletivamente); Convenções OIT 100 (Remuneração equivalente para
trabalhadores masculinos e femininos por trabalho equivalente) e 111
(Discriminação – Emprego e Ocupação) Convenção OIT 102
(Previdência Social – Padrões Mínimos); Convenção OIT 131 (Fixação
do Salário Mínimo); Convenção OIT 135 (Representantes dos
Trabalhadores); Convenção OIT 138 e Recomendação 146 (Idade
Mínima); Convenção OIT 155 e Recomendação 164 (Saúde e
Segurança Ocupacional) Convenção OIT 159 (Reabilitação
Vocacional e Emprego - Pessoas com Deficiência); Convenção OIT
169 (Povos Indígenas e Tribais); Convenção OIT 177 (Trabalho em
Domicílio); Convenção OIT 182 (As Piores Formas de Trabalho
Infantil); Convenção OIT 183 (Proteção da Maternidade); Código de
Práticas da OIT sobre HIV/AIDS e o Mundo do Trabalho; Declaração
Universal dos Direitos Humanos; Pacto Internacional sobre Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais; Pacto Internacional sobre Direitos
Civis e Políticos; Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da
Criança; Convenção das Nações Unidas para a Eliminação de Todas
as Formas de Discriminação Contra as Mulheres; Convenção das
Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Racial (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p.
03) [grifos do autor].
13

A empresa deve respeitar e atender integralmente todas as leis locais bem


como as outras que se aplica ao negócio, normas regulamentadoras e aos requisitos
a qual tenha se comprometido. Quando umas das leis locais e outras que se aplicam
ao negócio, as normas regulamentadoras tiverem força maior e estas forem
favoráveis aos trabalhadores sobre os requisitos deste padrão, prevalecerá. A
empresa deve também atender os princípios dos instrumentos internacionais
mencionados acima (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 03).

7.2.1 - Definições segundo o padrão SA8000

1. Definição de empresa: a totalidade de qualquer organização ou


entidade de negócio responsável pela implementação dos requisitos
deste padrão, incluindo todo o pessoal empregado pela empresa. 2.
Definição de pessoal: todo indivíduo, homem ou mulher,
diretamente empregado ou contratado por uma empresa, incluindo
se diretores, executivos, gerentes, supervisores e trabalhadores.3.
Definição de trabalhador: Todo pessoal não-gerencial. 4.
Definição de fornecedor/subcontratado: uma organização que
forneça à empresa bens e/ou serviços necessários e utilizados
na/para a produção de bens e/ou serviços da empresa. 5. Definição
de sub-fornecedor: uma organização na cadeia de suprimentos
que, direta- ou indiretamente, forneça bens e/ou serviços utilizados
na produção de bens e/ou serviços do fornecedor ou da empresa. 6.
Definição de ação corretiva e ação preventiva: uma reparação
imediata e contínua de uma não conformidade em relação ao
padrão SA8000. 7. Definição de parte interessada: indivíduo ou
grupo interessado em ou afetado pelo desempenho social da
empresa. 8. Definição de criança: qualquer pessoa com menos de
15 anos de idade, a menos que a idade mínima para trabalho ou
educação compulsória seja estipulada como sendo mais alta pela lei
local caso em que a idade mais alta estipulada se aplica naquela
localidade. 9. Definição de trabalhador jovem: qualquer
trabalhador com idade acima da idade de criança conforme definido
acima e abaixo de 18 anos de idade. 10. Definição de trabalho
infantil: qualquer trabalho realizado por uma criança com idade
menor do que as idades especificadas na definição de criança
acima, exceção feita ao que está previsto na Recomendação 146 da
OIT. 11. Definição de trabalho forçado e compulsório: todo
trabalho ou serviço que uma pessoa não tenha se oferecido para
fazer voluntariamente e seja obrigada a fazer, sob ameaça de
punição ou retaliação, ou seja obrigada como forma de
ressarcimento de débito. 12. Definição de tráfico humano:
recrutamento, transferência, refúgio ou receptação de pessoas, por
meio de ameaça, força e/ou outras formas de coerção ou fraude,
com o objetivo de exploração. 13. Definição de reparação de
crianças: todo o apoio e ações necessários para garantir a
segurança, saúde, educação e o desenvolvimento de crianças que
tenham sido submetidas a trabalho infantil, conforme definido acima
14

e tenham sido subseqüentemente demitidas. 14. Definição de


trabalhador em domicílio: uma pessoa que seja contratada por
uma empresa ou por um fornecedor, subfornecedor ou
subcontratado, mas que não trabalha nas instalações dos mesmos.
15. Definição de representante dos trabalhadores para a
SA8000: um trabalhador escolhido para facilitar a comunicação com
a alta administração sobre assuntos relacionados à SA8000, através
de sindicato reconhecido em organizações sindicalizadas e, nos
demais casos, um trabalhador eleito para esse fim entre o pessoal
não-gerencial. 16. Representante da Alta Administração: um
membro da alta administração indicado pela empresa para
assegurar que os requisitos desta norma sejam atendidos. 17.
Organização de trabalhadores: uma associação voluntária de
trabalhadores organizados, de forma continuada, com o objetivo de
manter e aprimorar as cláusulas de emprego e as condições no local
de trabalho.18. Acordo de negociação coletiva: um contrato de
trabalho negociado entre um empregador ou grupo de
empregadores e uma ou mais organizações de trabalhadores, que
especifica as cláusulas e condições de emprego (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 04) [grifos do autor].

As definições acima segundo a SA8000 esclarecem os termos que serão


utilizados durante todo escopo do padrão (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000,
2008, p. 04).

7.3 - Requisitos de Responsabilidade Social

7.3.1 - Trabalho infantil

1.1 A empresa não deve se envolver com ou apoiar a utilização de


trabalho infantil, conforme definido acima (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 05).

Segundo a definição de criança e trabalho infantil feita pela SA8000 a


empresa não deve em hipótese alguma ter em suas instalações e nem apoiar em
sua cadeia de fornecimento que haja casos de trabalho infantil e deve assegurar que
isto seja evitado (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 05).

1.2 A empresa deve estabelecer, documentar, manter e efetivamente


comunicar aos funcionários e a outras partes interessadas, as
políticas e procedimentos escritos para reparação de crianças que
15

forem encontradas trabalhando em situações que se enquadrem na


definição de trabalho infantil acima, e deve fornecer apoio financeiro
adequado e outros meios para possibilitar que tais crianças
frequentem e permaneçam na escola até passar a idade de criança,
conforme definido acima (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008,
p. 05).

A empresa deve ter políticas, programas e processos de reparação. Deve ser


feita a comunicação aos interessados às atividades da empresa quanto as suas
políticas e também ter registros e que estes sejam de fácil acesso quanto à
necessidade de serem consultados ou mesmo para evidenciar suas práticas.
Quando encontrado em suas dependências, e evidenciado em sua cadeia de
fornecimento trabalho infantil a empresa deve oferecer ajuda financeira às famílias
das crianças e meios para que as crianças encontradas em tal situação possam
freqüentar a escola até que passem a idade de criança conforme a definição deste
padrão (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 05).

1.3 A empresa pode empregar trabalhadores jovens, mas quando tais


trabalhadores jovens estiverem sujeitos a leis de educação
compulsória, eles somente podem trabalhar fora dos horários
escolares. Em nenhuma circunstância o tempo somado de aula,
trabalho e transporte desses trabalhadores jovens deve exceder 10
horas por dia, e em caso nenhum os trabalhadores jovens devem
trabalhar mais do que 8 horas por dia. Os jovens trabalhadores não
podem trabalhar durante horário noturno (PADRÃO INTERNACIONAL
SA8000, 2008, p. 05).

No Brasil a idade de criança é até 14 anos e podem executar funções leves,


salvo em condição de aprendiz, conforme a Consolidação das Leis Trabalhistas
desde que estejam estudando. As horas entre trabalho, escola e percurso dentre
eles não podem exceder a dez horas por dia (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000,
2008, p. 05).

1.4 A empresa não deve expor crianças ou trabalhadores jovens a


quaisquer situações dentro ou fora do local de trabalho que sejam
perigosas ou inseguras para sua saúde e desenvolvimento físico e
mental (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 05).
16

A empresa deve garantir a segurança do jovem trabalhador a fim de não o


expor a atividades e lugares perigosos, insalubres e também não tendo de trabalhar
em horários noturnos e que possam comprometer seu desenvolvimento físico e
intelectual (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 05).

7.3.2 - Trabalho forçado e compulsório

2.1 A empresa não deve se envolver com ou apoiar a utilização de


trabalho forçado ou compulsório, conforme definido na Convenção 29
da OIT, nem se deve solicitar das pessoas que façam ‘depósitos’ ou
deixem documentos de identificação com a empresa quando do início
do emprego (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 06).

A empresa deve garantir o livre acesso das pessoas e não deve exigir que
deixem qualquer documento que as impeçam de deixar o trabalho. A empresa não
deve aceitar essa prática em nenhuma de suas dependências de trabalho, bem
como, não deve aceitar se evidenciado que sua cadeia de fornecimento tenham
esse tipo de prática (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 06).

2.2 Nem a empresa nem qualquer entidade que forneça mão de obra
à empresa devem reter qualquer parte do salário, benefícios,
propriedade ou documentos de qualquer pessoa, a fim de forçar tal
pessoa a continuar trabalhando para a empresa (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 06).

A prática de retenção de parte ou integralidade de salários, benefícios, bens


ou documentos de qualquer pessoa que esteja servindo força de trabalho a fim de
obrigá-la a permanecer trabalhando, deve ser evitado pela empresa e exigido por
meio de políticas de contratação de sua cadeia de fornecimento (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 06).

2.3 O pessoal deve ter o direito de deixar o local de trabalho após


concluir um dia de trabalho padrão e deve ter liberdade para encerrar
o contrato de emprego, desde que seja feita uma notificação ao
empregador com prazo razoável (PADRÃO INTERNACIONAL
SA8000, 2008, p. 06).
17

As pessoas que servem de sua força de trabalho para a empresa devem ter
respeitado o direito de deixar o local de trabalho após concluído seu expediente
normal de trabalho. As horas extras devem ser feitas conforme a necessidade
funcional e acordado entre partes. O colaborador não pode ser obrigado e não pode
ser penalizado por não prestar serviços após trabalhadas horas regulares
estabelecidas em contrato de trabalho e também estabelecidas conforme lei
(PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 06).

2.4 Nem a empresa ou qualquer entidade fornecedora de mão-de-


obra deve se envolver ou apoiar o tráfico de seres humanos
(PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 06).

Também deve ser garantido o direito de cessação do seu contrato de trabalho


desde que seja feita previamente a comunicação ao empregador. O tráfico de seres
humanos é intolerável conforme requisito acima desta norma, leis internacionais e
leis brasileira e a empresa deve evitar essa prática e exigir por meio de políticas de
contratação que sua cadeia de fornecimento não compactuem com esta prática
(PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 06).

7.3.3 - Saúde e segurança

3.1 A empresa deve proporcionar um ambiente de trabalho seguro e


saudável e deve tomar medidas eficazes para prevenir acidentes e
danos potenciais à saúde dos trabalhadores que surjam do, estejam
associados com ou que ocorram no curso do trabalho, minimizando,
tanto quanto seja razoavelmente praticável, as causas de perigos
inerentes ao ambiente do local de trabalho e, tendo-se em mente o
conhecimento prevalente da indústria e de quaisquer perigos
específicos (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 06) [grifos
do autor].

Os riscos inerentes às atividades da empresa devem ser conhecidos, pois


deve ser garantido a integridade física dos trabalhadores, a prevenção de acidentes,
riscos à saúde dos trabalhadores que possam surgir durante a execução e percursos
de suas atividades. É obrigação da empresa oferecer local seguro e promover
programas de prevenção (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 06).
18

3.2 A empresa deve nomear um representante da alta administração


para ser responsável por assegurar um ambiente seguro e saudável
do local de trabalho para todo o pessoal e por implementar os
elementos de Saúde e Segurança deste padrão (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 06).

É necessário para efetividade da garantia da segurança que a empresa


indique um representante da alta administração (PADRÃO INTERNACIONAL
SA8000, 2008, p. 06).

3.3 A empresa deve fornecer ao pessoal, de forma regular, instruções


eficazes de saúde e segurança, inclusive instruções no próprio local
de trabalho e, quando necessário, instruções específicas da tarefa.
Tais instruções devem ser repetidas para o pessoal novo e realocado
e nos casos onde ocorreram acidentes (PADRÃO INTERNACIONAL
SA8000, 2008, p. 06).

O fornecimento de instruções e informações de prevenção de saúde e


segurança, sobre o local de trabalho, sobre as tarefas que serão executadas devem
ser realizadas de forma regular para todos os colaboradores em atividade ou em
trânsito para que sejam efetivas e eficazes (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000,
2008, p. 06).

3.4 A empresa deve estabelecer sistemas para detectar, evitar ou


reagir às ameaças à saúde e segurança do pessoal. A empresa deve
manter registros escritos de todos os acidentes que ocorram no local
de trabalho e nas residências e propriedades controladas pela
empresa (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 06).

Faz-se necessário que a empresa cumpra as normas regulamentadoras e


códigos sanitários para garantir a execução das atividades diagnóstico,
planejamento e ações corretivas quando encontradas evidências de ameaças contra
a saúde e segurança do pessoal. Deve ter documentos, registros, políticas e
programas de prevenção de riscos ambientais (PPRA) bem como programa de
controle médico de saúde ocupacional (PCMSO) (PADRÃO INTERNACIONAL
SA8000, 2008, p. 06) [grifos nosso].
19

3.5 A empresa deve fornecer ao pessoal, assumindo esses custos,


equipamentos de proteção individual. Caso ocorra uma lesão
relacionada com o trabalho, a empresa deve fornecer primeiros
socorros e assistir ao trabalhador na obtenção de tratamento e
acompanhamento médicos (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000,
2008, p. 06).

Os equipamentos de proteção de uso individual (EPI’s) e equipamentos


de proteção de uso coletivo (EPC’s) devem ser fornecidos aos trabalhares sem
que estes sejam descontados de seu salário, ou seja, a empresa deve assumir os
custos com tais equipamentos. Havendo algum acidente dentro das dependências
do local de trabalho a empresa é obrigada a prestar os primeiros socorros e dar
assistência ao trabalhador quanto aos tratamentos médicos (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 06) [grifos nosso].

3.6 A empresa deve se comprometer a avaliar todos os riscos em


relação a mães recentes e grávidas, que surjam de suas atividades no
trabalho, e assegurar que todas as medidas possíveis sejam tomadas
para remover ou reduzir quaisquer riscos à sua saúde e segurança
(PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 06).

Após identificado que no quadro funcional a empresa tenha gestantes


executando atividades, faz-se necessário que sejam identificados os risco relativos à
saúde e segurança, procurando minimizá-los e/ou os eliminá-los (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 06).

3.7 A empresa deve proporcionar, para uso por todo o pessoal,


acesso a banheiros limpos, acesso à água potável e, quando
aplicável, acesso a instalações sanitárias para armazenamento de
alimentos (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 06).

Os trabalhadores devem ter disponível durante a execução de seu trabalho


ambientes limpos, água potável e banheiros limpos. Seria ideal que a empresa
buscasse registros sobre potabilidade da água que seus trabalhadores irão consumir
e a forma de manuseio, oferecendo recipientes adequados para o consumo
(PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 06).
20

3.8 A empresa deve assegurar que quaisquer instalações de


dormitório fornecidas ao pessoal sejam limpas, seguras e atendam às
necessidades básicas do pessoal (PADRÃO INTERNACIONAL
SA8000, 2008, p. 06).

Se necessários locais adequados para refeições, vestiários e dormitórios


limpos e seguros (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 06).

3.9 Todo o pessoal deve ter o direito de se retirar de local com perigo
grave iminente, sem ter que buscar autorização da empresa
(PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 06).

Na eminência de perigo, os trabalhadores dever ter assegurado o direito de


abrigar-se em local seguro sem ter de consultar autoridades da empresa (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 06).

7.3.4 - Liberdade de associação e direito à negociação coletiva

4.1 Todo pessoal deve ter o direito de formar, se associar e organizar


sindicatos de sua escolha e de negociar coletivamente a seu favor
com a empresa. A empresa deve respeitar este direito e deve
eficazmente informar ao pessoal que eles são livres para se
associarem a uma organização de sua escolha e que, ao fazerem
assim, isto não irá resultar em quaisquer conseqüências negativas
para eles, ou em retaliação pela empresa. A empresa não deve de
nenhuma maneira interferir com o estabelecimento, funcionamento ou
a administração de tais organizações de trabalhadores ou da sua
negociação coletiva (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p.
07) [grifos do autor].

A empresa deve garantir o direito de associação por parte de seus


funcionários aos sindicatos, sem que estes sejam discriminados ou retaliados por
isto. Os trabalhadores são livres para escolherem sua organização de representação
e que estes defendam seus direitos, mas que não gerem conseqüências negativas.
As empresas não devem dificultar as negociações coletivas, bem como as atividades
que sustentem tais organizações vivas (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008,
p. 07).
21

4.2 Em situações em que o direito à liberdade de associação e o


direito de negociação coletiva forem restringidos por lei, a empresa
deve permitir livremente aos trabalhadores eleger seus próprios
representantes (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 07).

Caso as leis local restrinjam o direito à liberdade de associações e direito de


negociação coletiva os trabalhadores podem escolher seus representantes e a
empresa deve estar de acordo (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 07).

4.3 A empresa deve assegurar que os representantes dos


trabalhadores e qualquer pessoal empenhado em organizar os
trabalhadores não sejam sujeitos à discriminação, assédio,
intimidação ou retaliação por motivo de serem membros de um
sindicato ou de participarem de atividades do sindicato e que tais
representantes tenham acesso aos membros de seu sindicato no local
de trabalho (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 07).

Os representantes dos trabalhadores e o pessoal disposto a cooperar na


organização dos trabalhadores não devem ser discriminados, não devem sofrer
assédios e nem serem hostilizados por fazerem parte de sindicatos ou participarem
de suas atividades. Tais representantes quando dentro da empresa devem ter o
direito garantido do acesso dos membros dos seus sindicatos no local de trabalho
(PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 07).

7.3.5 - Discriminação

5.1 A empresa não deve se envolver ou apoiar a discriminação na


contratação, remuneração, acesso a treinamento, promoção,
encerramento de contrato ou aposentadoria, com base em raça,
origem nacional ou social, classe social, nascimento, religião,
deficiência, sexo, orientação sexual, responsabilidades familiares,
estado civil, associação a sindicato, opinião política, idade ou qualquer
outra condição que poderia dar ensejo à discriminação (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 07) [grifos do autor].

Não deve ser tolerável pela empresa qualquer tipo de discriminação


(PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 07).

5.2 A empresa não deve interferir com o exercício dos direitos do


pessoal em observar preceitos ou práticas, ou em atender às
22

necessidades relativas à raça, origem nacional ou social, religião,


deficiência, sexo, orientação sexual, responsabilidades familiares,
associação a sindicato, opinião política, ou qualquer outra condição
que poderia dar ensejo à discriminação (PADRÃO INTERNACIONAL
SA8000, 2008, p. 07).

A empresa não deve deixar de atender as necessidades dos trabalhadores


com base em qualquer tipo de discriminação sob nenhuma circunstância (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 07).

5.3 A empresa não deve permitir qualquer comportamento que seja


ameaçador, abusivo, explorador ou sexualmente coercitivo, incluindo
gestos, linguagem e, quando aplicável, nas residências e outras
instalações fornecidas pela empresa para uso pelo pessoal (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 07).

Não deve ser tolerável o desvio de conduta com base em assédios físicos,
verbais e/ou morais nas dependências ou outras instalações da empresa, bem como
residências oferecidas pela empresa para o uso de seus trabalhadores. Faz-se
necessário que haja um canal onde sejam denunciadas quanto às práticas e que
sejam tomadas providências para que não haja reincidências (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 07).

5.4 A empresa não deve submeter o pessoal a testes de gravidez ou


virgindade, sob nenhuma circunstância (PADRÃO INTERNACIONAL
SA8000, 2008, p. 07).

Não deve ser utilizados de testes de gravidez, virgindade ou testes de sangue


como critério de avaliação, tomada de decisão de admissão, demissão ou promoção,
bem como qualquer outra circunstância (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008,
p. 07).

7.3.6 - Práticas disciplinares

6.1 A empresa deve tratar todo o pessoal com dignidade e respeito. A


empresa não deve se envolver ou tolerar a utilização de punição
corporal, mental ou coerção física e abuso verbal das pessoas. Não
se permite tratamento rude ou desumano (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 07) [grifos do autor].
23

Os trabalhadores devem ser tratatos com dignidade, respeitar seus direitos


como pessoas e como profissionais. Não deve ser toleradas humilhações,
discriminação, fazer ameaças ou qualquer comportamento rude (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 07).

7.3.7 - Horário de trabalho

7.1 A empresa deve estar em conformidade com as leis aplicáveis e


com os padrões da indústria sobre horário de trabalho e feriados
públicos. A semana de trabalho normal, não se incluindo horas extras,
deve ser conforme definido por lei, mas não deve exceder a 48 horas
(PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 07) [grifos do autor].

As leis locais sobre horário de trabalho devem ser atendidas conforme as


atividades do negócio da empresa. O horário de trabalho semanal conforme este
padrão não devem exceder a 48 (quarenta e oito) horas sem contar as horas extras.
No Brasil o horário de trabalho semanal é de 44 (quarenta e quatro) horas conforme
a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) (PADRÃO INTERNACIONAL
SA8000, 2008, p. 07) [grifo nosso].

7.2 Ao pessoal deve ser fornecido, pelo menos, um dia de folga, após
seis dias consecutivos de trabalho. Outros arranjos serão permitidos,
contudo, nos casos onde as duas seguintes condições existam: a) A
legislação nacional permite horário de trabalho que exceda a este
limite; e b) Um acordo de negociação coletiva, livremente negociado,
está em vigor e que permite o cálculo da média do tempo de trabalho,
incluindo-se períodos adequados de descanso (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 07).

O ideal é uma folga a cada seis dias consecutivos trabalhados, salvo


exceções quando as leis locais permitam que seja ultrapassado o limite ou quando
feita negociação coletiva sem pressões por parte dos empregadores. Os
trabalhadores não podem sofrer prejuízos, deve ser feito um cálculo da média do
tempo trabalhado incluindo as folgas que se teria para que seja concedido o período
ideal para o descanso (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 07).
24

Em algumas atividades como trabalho em plataformas de petróleo há a


necessidade de o trabalhador ficar longe do continente por mais de sete dias, mas
estes são recompensados por um período igual ou maior de descanso no continente
(PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 07).

7.3 Todo trabalho em hora extra deve ser voluntário, exceto conforme
disposto e não deve exceder a 12 horas por semana, nem ser
requisitado com regularidade (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000,
2008, p. 07).

Os trabalhadores não são obrigados a fazer horas extras, deve ser voluntário
e conforme necessidade funcional após acordo entre partes. A empresa deve
garantir este direito e não deve em hipótese alguma penalizar o trabalhador por isto
(PADRÃO INTERNACIONAL, 2008, p. 07).
As horas extras não devem exceder a 12 (doze horas) por semana e não
devem ser solicitadas com repetição (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p.
07).

7.4 Nos casos onde o trabalho em hora extra for necessário para
atingir demandas de curto prazo e a empresa fizer parte do acordo de
negociação coletiva, livremente negociado com organizações de
trabalhadores (conforme definido acima), representando uma porção
significativa de sua força de trabalho, a empresa pode requerer tal
trabalho em hora extra, em conformidade com tais acordos. Qualquer
acordo deve estar em conformidade com os requisitos da Seção 7.1
acima (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 07).

Quando demandas extraordinárias do negócio da empresa, pode ser


solicitada as horas extras, mas antes deve ser negociada previamente e não sendo
utilizada como banco de horas (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 07).
Exemplo prático aqui no Brasil são as festas de final de ano onde o comércio
tende a aumentar as horas de atendimento e sofrem uma maior demanda de
trabalho.
25

7.3.8 - Remuneração

8.1 A empresa deve respeitar o direito do pessoal a um salário de


subsistência e assegurar que os salários pagos por uma semana
normal de trabalho devam sempre satisfazer a pelo menos os padrões
mínimos da indústria e devem ser suficientes para atender às
necessidades básicas do pessoal e proporcionar alguma renda extra
(PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 08) [grifos do autor].

O salário pago aos trabalhadores deve atender as necessidades básicas e


sua sustentabilidade de acordo com os padrões mínimos onde a empresa está
localizada e que esta proporcione uma renda extra (PADRÃO INTERNACIONAL
SA8000, 2008, p. 08).

8.2 A empresa deve assegurar que as deduções dos salários não


sejam feitas por razões disciplinares. Exceções a esta regra se
aplicam somente quando existirem ambas as condições abaixo: a) As
deduções de salário por razões disciplinares são permitidas por
legislação nacional; e b) Um acordo de negociação coletiva livremente
negociado está em vigor (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008,
p. 08).

Os salários pagos aos trabalhadores não devem ser deduzidos por questões
comportamentais, salvo quando permitidas por leis locais ou acordo coletivo
(PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 08).

8.3 A empresa deve assegurar que a composição dos salários e


benefícios do pessoal seja detalhada clara e apresentada
regularmente por escrito, para cada período de pagamento. A
empresa deve assegurar também que os salários e benefícios sejam
pagos em plena conformidade com todas as leis aplicáveis e que a
remuneração seja paga em dinheiro ou cheque, de uma maneira que
seja conveniente para os trabalhadores (PADRÃO INTERNACIONAL
SA8000, 2008, p. 08) [grifos do autor].

Deve ser feita uma descrição dos valores recebidos aos trabalhadores de
forma clara e detalhada, por escrito e pelos períodos pagos. Estes valores devem
estar de acordo com as leis aplicáveis aos negócios da empresa e seja paga em
dinheiro ou de forma que seja conveniente ao trabalhador (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 08).
26

8.4 Toda hora extra deve ser remunerada em base especial, conforme
definido por lei nacional. Nos países onde uma taxa especial para
hora extra não for regulamentada por lei ou por acordo de negociação
coletiva, o pessoal deve ser recompensado por hora extra em base
especial ou igual aos padrões prevalentes da indústria, a que for mais
favorável aos interesses dos trabalhadores (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 08).

As horas extras devem ser pagas aos trabalhadores conforme for conveniente
e deve estar de acordo com as leis aplicáveis aos negócios da empresa ou por
negociação coletiva (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 08).

8.5 A empresa não deve utilizar somente contratos de mão-de-obra


temporária, contratos consecutivos de curto prazo e/ou falsos
esquemas de aprendizagem para evitar o cumprimento das
obrigações para com o pessoal, sob a legislação aplicável pertinente
às leis e regulamentações trabalhistas e de seguridade social
(PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 08).

A empresa não deve utilizar-se de recursos contratuais para burlar a lei. Não
deve utilizar jovens trabalhadores ou estagiários para executarem as mesmas
atividades por trabalhadores regulares com salários baixos ou bolsa auxílio a fim de
livrar-se de sanções, pois constitui-se falso esquema de aprendizagem (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 08).

7.3.9 - Sistemas de gestão

9.1 A alta administração deve definir, por escrito, no idioma


compreendido pelos trabalhadores, a política da empresa para a
responsabilidade social e relações de trabalho, e exibir esta política e
a SA8000 num lugar destacado, facilmente visualizável nas
instalações da empresa, para informar ao pessoal que ela escolheu
voluntariamente estar em conformidade com os requisitos do padrão
SA8000. Tal política deve claramente incluir os seguintes
comprometimentos: a) Estar em conformidade com todos os requisitos
deste padrão; b) Incluir um comprometimento para estar em
conformidade com as leis nacionais e outras leis aplicáveis, com
outros requisitos aos quais a empresa subscrever e a respeitar os
instrumentos internacionais e suas interpretações (conforme listado na
Seção II); c) Analisar criticamente sua política em caráter regular para
sua melhoria contínua, levando-se em consideração as mudanças na
legislação, nos requisitos de seu próprio código de conduta, e
quaisquer outros requisitos da empresa;
27

d) Ser efetivamente documentada, implementada, mantida,


comunicada e acessível de forma abrangente para todos os
trabalhadores, incluindo-se diretores, executivos, gerências,
supervisores e a administração, quer seja diretamente empregado,
contratado ou de alguma forma representando a empresa; e) Tornar
esta política publicamente disponível de forma e maneira eficazes
para às partes interessadas, quando solicitado (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 09) [grifos do autor].

A empresa deve comunicar sua adesão voluntária ao padrão SA8000 e sua


política para responsabilidade social corporativa por escrito no idioma local para fácil
entendimento dos trabalhadores e expressar a sua vontade de estar em
conformidade com os requisitos deste padrão. A comunicação deve estar em um
lugar destacável e de fácil acesso para consulta de todos os interessados. Deve
haver registros, a publicação destes registros, treinamento para todos independente
da escala hierárquica (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 09).
O código de conduta deve ser revisado e analisado periódicamente, bem
como as políticas para efeito da melhora contínua (PADRÃO INTERNACIONAL
SA8000, 2008, p. 09).

7.3.9.1 - Representante da alta administração

9.2 A empresa deve nomear um Representante da Alta


Administração o qual, independentemente de outras
responsabilidades, deve assegurar que os requisitos desta norma
sejam atendidos (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 09)
[grifos do autor].

Como forma de comprometimento e compromisso com o a adesão do padrão


a empresa deve nomear um membro da alta administração para garantir que sejam
executados os requisitos, independente de suas atividades. Esta função é dada
como um porta-voz da alta administração para com os trabalhadores e/ou
representante do sindicato (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p.).

7.3.9.2 - Representante dos trabalhadores para a SA8000

9.3 A empresa deve reconhecer que o diálogo no local de trabalho é


um componente crítico da responsabilidade social e assegurar que
28

todo o pessoal não gerencial tenha o direito de representação para


facilitar a comunicação com a alta administração nos assuntos
relativos à SA8000. Em instalações sindicalizadas, tal representação
deve ser conduzida por sindicato(s) reconhecido(s). Nas outras
instalações não-sindicalizadas, o pessoal não gerencial pode eleger
um representante do trabalhador para a SA8000 dentre os próprios
trabalhadores, para este fim. Em nenhuma circunstância, o
representante do trabalhador para a SA8000 pode ser visto como um
substituto para a representação (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000,
2008, p. 09) [grifos do autor].

No intuito de se evitar eventuais constrangimentos dos trabalhadores perante


a alta administração em expressar suas contribuições, nas instalações da empresa
em que há sindicalização, o representante sindical poderá ser o porta-voz dos
trabalhadores, ou, nas instalações onde não há sindicalização, os próprios
trabalhadores por meio eleição podem nomear um representante dentre eles, mas
que este não seja visto como um substituto do representante sindical. Para tanto não
tem propriedade sindical. Esta função é dada como um porta-voz dos trabalhadores
para com a alta administração visando um avanço de diálogo entre partes (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 09).

7.3.9.3 - Análise crítica pela alta administração

9.4 A alta direção periodicamente deve analisar criticamente a


adequação, pertinência e a contínua eficácia da política da empresa,
dos procedimentos e dos resultados de desempenho, em particular
em relação aos requisitos deste padrão e a outros requisitos aos quais
a empresa subscrever. Quando apropriado, as alterações e melhorias
do sistema devem ser implementadas. O representante dos
trabalhadores para a SA8000 deve participar desta análise crítica
(PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 09) [grifos do autor].

A alta administração deve fazer o monitoramento sobre suas práticas com os


requistos deste padrão, visando a adaptabilidade, a viabilidade e resultados obtidos
com a implantação deste padrão. O representante deve participar efetivamente e
ativamente destas análises como um indicador de que faz parte imprescindível para
atender as necessidades expressas pelos trabalhadores (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 09).
29

7.3.9.4 - Planejamento e implementação

9.5 A empresa deve assegurar que os requisitos desta norma sejam


entendidos e implementados em todos os níveis da organização. Os
métodos devem incluir, as não estão limitados a: a) Clara definição de
papéis, responsabilidades e autoridade de todas as partes; b)
Treinamento de empregados novos, realocados e/ou temporários
quando da contratação; c) Instrução periódica, treinamento e
programas de conscientização para o pessoal existente; d)
Monitoração contínua das atividades e resultados para demonstrar a
eficácia dos sistemas implementados, visando atender à política da
empresa e aos requisitos deste padrão (PADRÃO INTERNACIONAL
SA8000, 2008, p. 09) [grifos do autor].

Periodicamente a empresa faz treinamentos com os trabalhadores de todos


níveis e outras partes interessadas buscando da conscientização plena deste padrão
e dividindo as responsabilidades entre as autoridades (PADRÃO INTERNACIONAL
SA8000, 2008, p. 09).

9.6 Exige-se que a empresa consulte o Documento Guia quanto a


diretrizes interpretativas em relação a este padrão (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 09).

O padrão SA8000 com o seu documento guia que contempla diretrizes que
dão um norte para empresa quanto à eficiência no atendimento de seus requisitos a
partir das considerações de auditorias (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008,
p. 09).

7.3.9.5 - Controle de fornecedores, subcontratados e subfornecedores

9.7 A empresa deve manter registros apropriados do


comprometimento para com a responsabilidade social de
fornecedores/subcontratados (e, quando apropriado,
subfornecedores), incluindo, mas não se limitando a, acordos
contratuais e/ou comprometimento por escrito dessas organizações
em: a) Estar em conformidade com todos os requisitos deste padrão e
a exigir o mesmo de subfornecedores; b) Participar de atividades de
monitoração, conforme requerido pela empresa; c) Identificar a causa
raiz e prontamente implementar ação corretiva e preventiva para
resolver qualquer não conformidade em relação aos requisitos deste
padrão; d) Pronta e completamente informar à empresa sobre
qualquer e todo(s) o(s) relacionamento(s) relevante(s) com outros
30

fornecedores/subcontratados e subfornecedores (PADRÃO


INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 09) [grifos do autor].

A empresa pode exigir da sua cadeia de fornecimento uma declaração de


compromisso com a SA8000. Os não certificados poderão ter a oportunidade de
aderir ao padrão a partir de uma data limite estipulado por seu contratante como
forma de continuidade parceria (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 09).
A certificação facilita no sentido de não haver necessidade de auditorias nas
dependências do fornecedor e também muitas empresas podem dar preferência a
estas empresas como forma de prolongar a parceria (PADRÃO INTERNACIONAL
SA8000, 2008, p. 09).

9.8 A empresa deve estabelecer, manter e documentar por escrito


procedimentos apropriados para avaliar e selecionar
fornecedores/subcontratados (e quando apropriado, sub-
fornecedores), levando em consideração o desempenho e
comprometimento deles em atender aos requisitos desta (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 09).

Referente ao desempenho no cumprimento aos requisitos deste padrão pela


cadeia de fornecimento, a empresa deve manter documentado por escrito os
processos de avaliação de desenvolvimento e de desempenho (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 09).

9.9 A empresa deve fazer um razoável esforço para assegurar que os


requisitos desta norma estejam sendo atendidos pelos fornecedores e
sub-fornecedores dentro de sua esfera de controle e influência
(PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 10).

Para garantia do atendimento aos requisitos desta norma pela cadeia de


fornecimento, a empresa deve fazer um controle destes dentro de suas
possibilidades, alcance e influência. A empresa não deve se limitar somente às
informações prestadas por seus parceiros seria ideal checar a veracidade das
informações com visitas periódicas (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 10).

9.10 Além dos requisitos das Seções 9.7 e 9.9 acima, quando a
empresa receber, manusear ou promover bens e/ou serviços de
fornecedores/subcontratados ou subfornecedores que sejam
31

classificados como trabalhadores em domicílio, a empresa deve


tomar medidas especiais para assegurar que a tais trabalhadores
em domicílio seja proporcionado um nível similar de proteção ao que
seria proporcionado aos funcionários empregados diretamente, sob
os requisitos deste padrão. Tais medidas especiais devem incluir,
mas não se limitarem a: a) Estabelecer contratos de aquisição por
escrito e com valor legal que requeiram conformidade com critérios
mínimos de acordo com os requisitos deste padrão; b) Assegurar
que os requisitos do contrato de aquisição por escrito sejam
entendidos e implementados pelos trabalhadores em domicílio e por
todas as outras partes envolvidas no contrato de aquisição; c)
Manter, nas instalações da empresa, registros abrangentes
detalhando a identidade dos trabalhadores em domicílio; as
quantidades de bens produzidos/serviços realizados e/ou horas
trabalhadas por cada trabalhador em domicílio; d) Atividades de
monitoração programadas e não programadas para verificar a
conformidade com os termos do contrato de aquisição assinado
(PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 10).

Em sua cadeia de fornecimento a empresa deve garantir que os


trabalhadores em domicílio tenham condições similares aos seus trabalhadores
diretos sob o que se pede nos requisitos deste padrão. A cadeia de fornecimento
deve ter registros aos quais evidencie conformidade com este padrão, bem como as
atividades desenvolvidas, bens produzidos e horas trabalhadas pelos trabalhadores
em domicílio (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 10).

7.3.9.6 - Tratando das preocupações e tomando ação corretiva

9.11 A empresa deve proporcionar meios confidenciais para todo o


pessoal reportar não conformidades em relação a este padrão à alta
administração e ao representante dos trabalhadores. A empresa deve
investigar, tratar e responder às preocupações do pessoal e outras
partes interessadas, com respeito à conformidades/não
conformidades frente à política da empresa e/ou frente aos requisitos
deste padrão; a empresa deve evitar repreender, demitir ou de alguma
outra forma discriminar contra qualquer empregado que tenha
fornecido informações relativas à observância deste padrão (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 10) [grifos do autor].

Qualquer informação quanto à observância deste padrão deve ser tratado


pela empresa com confidencialidade, a empresa em nenhuma circunstância deve
demitir o trabalhador, tratá-lo de forma repreendedora ou mesmo de forma
discriminatória (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 10).
32

9.12 A empresa deve identificar a causa raiz, prontamente


implementar ação corretiva e preventiva, e alocar os recursos
necessários apropriados à natureza e severidade de qualquer não
conformidade identificada contra a política da empresa e/ou contra
este padrão (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 10).

A empresa deve buscar fundamentos das reclamações e observações para


tratá-las de forma correta e ética, buscando assegurar a conformidade com a política
e os requisitos deste padrão (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 10).

7.3.9.7 - Comunicação externa e engajamento de partes interessadas

9.13 A empresa deve estabelecer e manter procedimentos para


comunicar regularmente a todas as partes interessadas dados e
outras informações relativas à conformidade frente aos requisitos
deste documento, incluindo, mas não se limitando a, os resultados das
análises críticas pela alta administração e das atividades de
monitoração (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 10)
[grifos do autor].

Aqui a empresa deve evidenciar os procedimento e as análises críticas sobre


o desempenho das conformidades com este padrão e dos monitoramentos
realizados (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 10).

9.14 A empresa deve demonstrar sua vontade de participar de


diálogos com todas as partes interessadas, incluindo, mas não se
limitando a: trabalhadores, sindicatos, fornecedores, subcontratados,
subfornecedores, compradores, organizações não-governamentais e
os representantes dos governos local e nacional, objetivando se
atingir uma conformidade sustentável com este padrão (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 10).

O diálogo com as partes interessadas não deve ser limitado e a empresa


deve demonstrar sua vontade em promovê-lo a fim de atender a sutentabilidade e
conformidade com este padrão (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 10).
33

7.3.9.8 - Acesso para verificação

9.15 No caso de auditorias programadas e não programadas da


empresa, com o objetivo de certificação de sua conformidade com os
requisitos deste padrão, a empresa deve assegurar o acesso a seu
recinto e a informações razoáveis requeridas pelo auditor (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 10) [grifos do autor].

Todas as informações devem ser prestadas com objetividade e clareza aos


auditores quando em verificações programadas ou não programadas na empresa. A
empresa deve garantir livre acesso em suas dependências a fim de evidenciar sua
transparência (PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 10).

7.3.9.9 – Registros

9.16 A empresa deve manter registros apropriados para demonstrar


conformidade com os requisitos deste padrão (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 10) [grifos do autor].

Para demonstrar conformidade com os requisitos deste padrão, a empresa


deve ter registros de todas as suas atividades de forma que seja de fácil acesso,
identificação, esteja em boas condições e armazenado de forma correta (PADRÃO
INTERNACIONAL SA8000, 2008, p. 10).

8 – METODOLOGIA

A metologia para elaboração desse trabalho consistiu em entrevistas com


auditor social Adriano Diniz Costa e contribuição de um artigo pelo do sócio fundador
da BS&D Brasil Beat Grüninger, pesquisas sobre a responsabilidade social
corporativa no Brasil por intermédio do site do Instituto Ethos e algumas de suas
publicações e envio em setembro de 2009 de um questionário que foi gentilmente
respondido pelas empresas já certificadas pelo padrão SA8000 como o Banco
Bradesco S.A (São Paulo), Manserv Montagem e Manutenção (São Paulo) e 6º
Ofício de Registro de Títulos e Documentos (Rio de Janeiro).
34

Com o envio do questionário às empresas queríamos identificar se há uma


área de responsabilidade social corporativa ou de sustentabilidade, de onde partiu a
idéia da criação de um núcleo para cuidar desses assuntos, bem como a relação
com o público interno e seus fornecedores. Quais foram os procedimentos adotados
pelas empresas para adoção do padrão SA8000, as dificuldades, os benefícios e a
lições que puderam aprender com o padrão. Identificar quais os procedimentos
adotados para comunicação e para o engajamento da cadeia de fornecimento para
atendimento dos requisitos do padrão SA8000.

9 - APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIO COM EMPRESAS CERTIFICADAS PELO


PADRÃO INTERNACIONAL SA8000, SUAS CONQUISTAS E DESAFIOS

9.1 - Manserv Montagem e Manutenção Ltda

Criada no ano de 1985, a Manserv surgiu para proporcionar ao mercado industrial


uma nova opção em manutenção industrial. Hoje a empresa faz parte do Grupo Manserv,
que cresceu com base na decisão estratégica de integrar atividades. Atualmente, o Grupo
conta com onze mil colaboradores e mais de 120 clientes, distribuídos por todo o território
nacional.13
Com sede em São Caetano do Sul (SP), a organização tem atuação em todo o País.
O Grupo possui em torno de 300 unidades de trabalho distribuídas pelo Brasil, além de
escritórios regionais em Araucária (PR) e Campinas (SP); e centros de serviços em
Camaçari (BA) e Catalão (GO).14
O Grupo é certificado no Sistema de Gestão Integrada – Qualidade (ISO 9001/2000),
Meio Ambiente (ISO 14001/2004), Segurança e Saúde Ocupacional (OHSAS 18001/1999) e
Responsabilidade Social (SA 8000).15
O Grupo Manserv acredita que toda empresa consciente tem o dever de zelar pela
sociedade a qual pertence, adotando medidas responsáveis em relação ao ambiente ao seu
redor. Planejamento e gestão corporativos são fatores que só fazem sentido quando a
sociedade também pode se planejar para o futuro.16
As empresas Manserv, LSI Serviços e LSI Logística adotam uma postura ética e
transparente, por meio de práticas que garantem a preservação das relações de parceria e
de trabalho que elas mantêm.. Essa medida garante aos seus colaboradores um ambiente
de trabalho justo e seguro, colocando o bem-estar geral acima de tudo.17
A Política da Responsabilidade Social e a atuação responsável do Grupo Manserv
seguem nove itens que promovem a valorização dos direitos humanos e um ambiente de
trabalho justo e seguro: Ética, Integridade, Bem-estar, Liberdade, Dignidade, Respeito,
Limite, Valor, Comprometimento.18

13
www.manserv.com.br
14
Idem
15
Idem
16
Idem
17
Idem
18
Idem
35

Camila Lambais, analista de marketing, respondeu nosso questionário sobre


as ações, conquistas e desafios que a empresa Manserv teve com a adesão da
SA8000 em sua gestão que pode ser verificado em Anexo A no final deste trabalho.

9.2 - Rio de Janeiro Cartório do 6º Ofício de Registro de Títulos e Documentos

Assinado pelo presidente Getúlio Vargas, o Decreto-lei nº 1.068, de 23 de janeiro de


1939 foi criado o 6º Ofício de Registro de Títulos e Documentos (6ºORTD). Hoje, lançado
no século XXI, devidamente instalado no centro da cidade do Rio de Janeiro, tendo não só
otimizado a qualidade e a segurança dos seus serviços, como, também, se engajado
fervorosamente no combate à miséria humana, melhora dia a dia seu atendimento aos
clientes, assegurando-lhes o pleno exercício da cidadania19[grifo nosso].
Sua missão é criar um novo conceito de Registro Público, dando publicidade,
perpetuidade, conservação, garantia e autenticidade aos atos, documentos e títulos
registrados, otimizando as atividades do ofício, maximizando seus recursos e aumentando a
satisfação dos funcionários e clientes20.
A visão em três anos ser o Ofício de Registro de Títulos e Documentos de tecnologia
mais moderna e melhor comunicação com o público, certificado pela ISO 9001/2000,
responsável socialmente e com melhor índice de satisfação de clientes e funcionários21.
Seus valores são integridade, ética, transparência, honestidade, humildade e
respeito22.
Na busca contínua de oferecer serviços registrais com qualidade que atendam cada
vez mais as necessidades do consumidor, o 6º Ofício conquistou, em novembro de 2004, a
certificação ISO 9001:2008, reconhecida mundialmente como referência em excelência em
qualidade23.
Sua política da qualidade busca Criar um novo conceito de cartório através do
investimento em novas tecnologias e equipamentos, promovendo o bem estar dos clientes
e proporcionando o desenvolvimento educacional dos funcionários visando melhorar
continuamente o Sistema de Gestão da Qualidade24.
Em sua política de responsabilidade social compromete-se a prestar serviços de
maneira a demonstrar, através de seus processos, uma sólida ética profissional, aderência à
legislação vigente, absoluta consideração aos direitos humanos, buscando solicitar os
mesmos padrões de seus parceiros e restringindo o relacionamento comercial com qualquer
entidade que não compartilhe destes valores primordiais25.
Em atendimento aos requisitos da SA8000, o 6º Ofício não utiliza e não apóia a
utilização de mão de obra infantil (menores de 16 anos), salvo na condição de aprendiz; Não
se envolve ou apóia a utilização de trabalho forçado; Garante um ambiente de trabalho
saudável e seguro; Respeita o direito dos funcionários à liberdade de associação e à
negociação coletiva; Não tolera discriminação de qualquer natureza e práticas disciplinares
abusivas entre seus funcionários; Cumpre com rigor toda a legislação aplicável, em
particular, a CLT, as Normas Regulamentadoras e as Convenções e Recomendações
Internacionais; Incentiva a participação de seus funcionários, fornecedores, parceiros e
clientes em programas de ação social, visando que cada um desses agentes motivem o

19
www.6rtd-rj.com.br
20
Idem
21
Idem
22
Idem
23
Idem
24
Idem
25
Idem
36

aumento e sucesso desses programas. Empenha todos os esforços para garantir a


implantação, manutenção e divulgação dos compromissos assumidos,envolvendo as partes
interessadas, visando melhorar continuamente o Sistema de Gestão da Responsabilidade
Social26.

Aqui a contribuição do 6ºORTD no questionário respondido pela oficiala Sônia


Maria Andrade dos Santos sobre as ações, conquistas e desafios que a empresa
teve com a adesão da SA8000 em sua gestão que poderá ser verificado no Anexo B
no final deste trabalho.

9.3 - Banco Bradesco S.A.

O Bradesco foi fundado em 1943 no interior de São Paulo, Marília, com o nome de
Banco Brasileiro de Descontos. Sua estratégia inicial consiste em atrair o pequeno
comerciante, o funcionário público, pessoas de posses modestas, ao contrário dos bancos
da época, que só tinham atenções para os grandes proprietários de terras. O Bradesco é um
dos primeiros a estimular o uso de cheques por seus correntistas, que são orientados a
preencher as folhas nas próprias Agências. Em 1946, a matriz é transferida para a capital
paulista, na rua Álvares Penteado, no centro da cidade de São Paulo. Suas Agências
passam a receber pagamento de contas de luz, uma inovação no País. Com apenas oito
anos de vida, em 1951, o Bradesco torna-se o maior Banco privado do Brasil. Nessa
década, o Banco chega ao norte rural do Paraná e decide também erguer sua nova sede em
Osasco. A construção da matriz inicia-se em 1953 e leva seis anos para ser concluída. Em
1956, é criada a Fundação Bradesco, com o objetivo de levar educação gratuita a crianças,
jovens e adultos carentes. Época do milagre econômico brasileiro, com o País
experimentando taxas de crescimento anuais acima de 10%. Esse cenário favorece a
expansão do Bradesco, que passa a atuar fortemente no segmento de crédito,
principalmente no financiamento de veículos. Nessa década, o Bradesco incorpora 17 outros
bancos e, ao inaugurar duas novas unidades em 1978, uma no Oiapoque (AP), outra no
Chuí (RS), pontos extremos do País, chega à milésima agência. É implantada a cobrança
automática e o Banco começa a atuar em projetos agropecuários. O Bradesco forma o
Grupo Bradesco Seguros, com negócios nos segmentos de previdência privada aberta e de
capitalização, além da seguradora. O uso do cartão magnético se populariza entre os
Clientes ao longo desses anos. As primeiras Agências com autoatendimento e o
TeleComércio Eletrônico Bradesco são implantados. Em 1986, o serviço Telesaldo, hoje
Fone Fácil Bradesco, entra em operação. No início da década de 1990, todas as Agências
Bradesco passam a trabalhar on-line e o Autoatendimento se expande em todo o Brasil. São
implantadas máquinas automáticas de emissão de cheques, de saques e recolhimento de
depósitos. O sistema de Internet Banking conquista os Clientes e passa a ser um dos mais
importantes canais de atendimento, com milhões de usuários cadastrados. É implantado o
Bradesco Mobile Banking, que permite operações de consulta de saldos e extratos e
pagamento de algumas contas pelo celular. O Bradesco fecha o século na liderança entre
os Bancos privados do Brasil. Na década do ano de 2000 como um dos maiores bancos
privados no Brasil, o Bradesco sempre manteve-se à frente no mercado de varejo. Hoje,

26
Idem
37

está entre os líderes em diferentes segmentos, como Corporate, Private e no atendimento


de micro, pequenas e médias empresas.27
O Bradesco é um dos líderes do setor financeiro privado e um dos maiores
empregadores na categoria. Além disso, apresenta o melhor índice de eficiência entre os
bancos de varejo. Seu modelo administrativo oferece retorno atraente aos seus 390 mil
acionistas. No 2º trimestre de 2009, o Bradesco encerrou com R$ 482,4 bilhões em Ativos
Totais. Na área de crédito, o saldo foi de R$ 212,7 bilhões, das operações de crédito
consolidadas, incluindo adiantamento sobre contratos de Câmbio e Arrendamento Mercantil.
O Banco tem ainda sob gestão R$ 211,7 bilhões em fundos de investimento e carteiras
administradas. Também ocupa posição de liderança no mercado de Previdência Privada.
Nesse segmento, o Bradesco possui mais de 2 milhões de participantes e R$ 61,7 bilhões
administrados na Carteira de Investimentos.28
Antes mesmo de se falar em conceitos como desenvolvimento sustentável, o
Bradesco já se preocupava com a educação, o meio ambiente e o desenvolvimento do País.
Tal compromisso é visto na prática desde a década de 50, com a criação do maior projeto
de investimento social privado do país, a Fundação Bradesco, e com o programa Bradesco
Esportes e Educação que desenvolve por meio do esporte, valores de respeito, dignidade e
cidadania. Assim, nosso posicionamento estratégico objetiva resultados que contribuem
para uma sociedade mais igualitária, ao facilitar o acesso de populações carentes a uma
educação de qualidade e a serviços bancários, ao mesmo tempo em que ajuda a preservar
o meio ambiente. Hoje, o Bradesco trabalha com a sustentabilidade em três pilares:
Finanças Sustentáveis, Gestão Responsável e Investimentos Socioambientais. Com a
criação do Banco do Planeta, em 2007, a gestão das ações socioambientais foram
unificadas.29
Mais que provedores de serviços e soluções, o Bradesco enxerga seus fornecedores
como autênticos parceiros de uma rede para o desenvolvimento sustentável. Afinal, são
milhares de empresas e profissionais comprometidos com o esforço de fazer da excelência
um caminho para encantar mais de 16,5 milhões de clientes. São milhares de colaboradores
engajados em difundir a responsabilidade socioambiental como valor essencial, princípio
básico da atuação. Lançamos em 26 de junho de 2009 o Site Fornecedor Bradesco -
http://www.fornecedoresbradesco.com.br/. Trata-se de mais um canal disponibilizado para
os fornecedorores contatarem e conhecerem melhor a Organização. O Site tem como
intuito fortalecer a comunicação com os fornecedores , divulgando critérios, processos e
reforçando a importância do engajamento desse público na cultura de Responsabilidade
Socioambiental do Bradesco.30
Por estar alinhado ao conceito de sustentabilidade inserido em sua estratégia de
negócios, o Banco Bradesco implementou, em 2006, o Sistema de Gestão de
Responsabilidade Social Bradesco, fundamentado na Norma Internacional SA 8000: 2001.
O Bradesco recebeu a certificação SA 8000 no primeiro semestre de 2007, sendo
considerado o primeiro Banco, entre as instituições financeiras das Américas, a receber uma
certificação internacional em Responsabilidade Social. 31

Iracema Franco Mayer Macário, gerente do departamento de RH do Banco


Bradesco, gentilmente contribuiu preenchendo nosso questionário sobre os desafios,
aprendizado e conquistas com aplicação conforme o padrão SA8000 que pode ser
verificado no Apêndice C no final deste trabalho.

27
www.bradesco.com.br
28
Idem
29
Idem
30
Idem
31
www.unglobalcompact.org
38

No Anexo A no final deste trabalho exemplo da carta de declaração de


conformidade e compromisso de responsabilidade social embassado no padrão
SA8000 a qual os fornecedores como uma condição de parceria devem aderir.

10 - PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DO PADRÃO SA8000 PELO CICLO


PDCA

O ciclo de melhoria contínua mais conhecido como PDCA - Plan-Do-Check-


Act é uma metodologia que consiste em planejar, desenvolver, verificar e agir, são
quatro ações para melhoria contínua de um sistema de gestão (ZACHARIAS, 2004,
p. 134).

FIGURA 1 – Ciclo PDCA


Fonte: Borboleta Blog
39

- PLAN – Planejar: Consiste em definir as metas a serem alcançadas, como serão


conduzidos os procedimentos para alcançá-las (ZACHARIAS, 2004, p. 134) [grifo
nosso].
- DO – Desenvolver: Treinar os envolvidos nos procedimentos para implementação
dos procedimentos planejados tendo como base as metas a serem alcançadas e
colher os dados para verificação (ZACHARIAS, 2004, p. 135) [grifo nosso].
- CHECK – Verificar: Consiste em comparar os resultados obtidos e os processos
que foram utilizados para a atingir as metas (ZACHARIAS, 2004, p. 135) [grifo
nosso].
- ACT – AGIR: Agir com ações corretivas quando detectados pontos críticos ou
falhas (ZACHARIAS, 2004, p. 135) [grifo nosso].

Para atingir os resultados esperados é necessário que as etapas do ciclo


PDCA sejam rigorosamente atendidas seqüencialmente (ZACHARIAS, 2004, p.
136).
O ciclo PDCA é uma ferramenta muito útil para a implementação de um
sistema de gestão da responsabilidade social corporativa pelo padrão SA8000.
Abaixo algumas sugestões que a empresa pode seguir:

Planejamento SA8000: a) auto-avaliação da empresa quanto aos sistemas


existentes; b) uma análise SWOT para identificação dos pontos fortes, fracos, de
ameaça e as oportunidades; c) priorizar as áreas que apresentam maiores
problemas; d) dar maior importância às áreas onde a segurança dos trabalhadores
pode estar em risco; e) listar os stakeholders; f) considerar as questões estratégicas
da empresa (LEIPZIGER, 2003, p. 80) [grifos nosso].
Desenvolvimento SA8000: a) comunicação para os trabalhadores sobre a
SA8000; b) escolha dos representantes da alta administração e dos trabalhadores
pela SA8000; c) desenvolvimento de política da responsabilidade social corporativa
(RSC); d) manual interno da SA8000; e) incorporação do padrão SA8000 e das
políticas de RSC pela empresa; f) promover programas de treinamento; g)
comunicação às partes interessadas sobre a SA8000; h) prioridade à segurança dos
trabalhadores; i) notificação aos fornecedores sobre a SA8000 (LEIPZIGER, 2003, p.
80-81) [grifos nosso].
40

Verificação SA8000: a) monitoramento interno; b) auditoria prévia; c)


auditoria completa; d) consultoria para o desenvolvimento e melhoria do sistema de
gestão; e) auditores devem ter fluência no idioma local e conhecimento das leis
locais para as entrevistas com os trabalhadores; f) ações corretivas (LEIPZIGER,
2003, p. 81-82) [grifos nosso].
AÇÃO SA8000: a) conduzir revisões periódicas; b) apoio aos representantes
da SA8000; c) controle dos fornecedores; d) conduzir análise dos riscos; e)
manutenção de documentação e registros: lista de verificação de documentos,
política de combate ao trabalho infantil, forçado, compulsório e escravo, programa de
aprendizagem, política de saúde e segurança, liberdade de associação, de direito à
negociação sindical, antidiscriminação; práticas disciplinares, de horário de trabalho,
de remuneração e de sistema de gestão (LEIPZIGER, 2003, p. 82) [grifos nosso].

11 - A IMPORTÂNCIA DO PADRÃO SA8000

Na última década o Brasil transformou-se em líder entre os


mercados emergentes no campo da Responsabilidade Social
Empresarial (RSE). Apoiado pelo Instituto Ethos, após um início
tímido, a certificação SA8000 alcançou um ponto de mudança de
direção quando fortes atores do mercado como a Petrobras
entraram em cena. Hoje, a SA8000 demonstrou impactos positivos
comprovados em uma ampla variedade de setores e está integrada
nas mais importantes ferramentas nacionais de RSE, como os
Indicadores Ethos e o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)
da Bolsa de Valores Brasileira, Bovespa. O Brasil tem uma
legislação trabalhista muito complexa e forte chamada Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), que provê fortes benefícios e direitos a
trabalhadores nos mais importantes setores industriais e de
serviços. Concomitantemente, os sindicatos são obrigatórios e
recebem apoio financeiro do governo federal. Isto lhes permite
manter fortes organizações dentro de todos os setores e em todos
os contextos geográficos. Mesmo que o contexto jurídico seja
impressionante, a realidade para muitos trabalhadores está longe de
ser confortável, especialmente no setor rural e nas empresas
informais que fazem parte das cadeias de fornecimento das grandes
empresas e multinacionais (GRÜNINGER, 2009, p. 1).

As empresas como práticas mínimas da responsabilidade social corporativa


devem estar de acordo com as leis trabalhistas, o padrão SA8000 com seus
requisitos mínimos dá diretrizes para se sejam atendidas e uma das formas de
41

comunicação com seu compromisso e conformidade é a certificação. O Brasil tem


muito a ganhar com a adesão deste padrão, visto que o setor rural e as empresas
informais podem ter dificuldades para atendimento a estas exigências, as grandes
empresas devem assumir um compromisso para o engajamento de sua cadeia de
fornecimento (GRÜNINGER, 2009, p. 1).

Um acontecimento importante no desenvolvimento da SA8000 foi a


decisão da Petrobras, empresa estatal brasileira de petróleo e, com
mais de 70.000 funcionários, a maior empresa da América do Sul, a
adotar a norma para várias de suas unidades. Uma vez que os
critérios da norma proíbem a certificação de atividades de extração
de petróleo em plataformas, apenas unidades industriais como as
refinarias foram certificadas. A empresa poderia, devido às
restrições, não declarar a SA8000 como uma norma social de toda a
empresa. Se Petrobras tivesse feito isso, o impacto teria sido ainda
mais significativo do que foi, pois, em poucos anos, o número de
empresas certificadas cresceu para mais de 90 e o Brasil chegou ao
terceiro lugar no ranking de número de certificadas em todo o
mundo (GRÜNINGER, 2009, p. 3).

Aqui Grüninger (2009, p. 3) reforça a importância de uma grande empresa no


engajamento da cadeia de fornecimento para adesão do padrão SA8000, como
exemplo de compromisso com o desenvolvimento sustentável, uma vez que o
padrão SA8000 não certifica companhias de petróleo e nem plataformas.
Abaixo uma quadro das certificações no Brasil por setor pelo padrão SA8000.
42

QUADRO 1
Visão geral das instalações certificadas no Brasil (de acordo com setores). Outros:
Insdústria automotiva, servoços de limpeza, tratamento de resíduos, logística,
móveis, calçados, energia.
Fonte: (Grüniger, 2009, p. 3).

Electrônicos
Financeiro
Tabaco
Alimentos
Papel e celulose
Serviços Empresarias
Cosméticos
Serviços Sociais
Plásticos
Construção
Engenharia/Consultoria
Equipamentos
Industriais
Mineração e Metais
Ind. Quimica
Outros

0 5 10 15 20

Recentemente, o setor financeiro tornou-se também interessado na


certificação, com o Bradesco, maior banco privado do Brasil, e o
HBSC Brasil, entre as primeiras instituições financeiras a obterem a
certificação SA8000. O Itaú, segundo maior corporação financeira
privada, está preparando seus passos para a certificação. Outros
setores específicos que procuraram a certificação de uma forma
inovadora são os órgãos legislativos, como a Câmara da cidade de
Barueri, na Grande São Paulo, o Laboratório Sabin de Saúde ou o 6º
Ofício de Registro de Títulos e Documentos, um escritório de registro
legal oficial, todos pioneiros em seu segmento de negócio
(GRÜNINGER, 2009, p. 3).

O fortalecimento da certificação SA8000 nos setores como forma estratégica


do negócio, propicia que outros também sigam o mesmo caminho e os maiores
benefícios é para sociedade que cresce a confiança nessas instituições.
A sociedade tem visto os impactos positivos e esta é uma das maiores
conquistas do padrão SA8000 no Brasil, uma vez que a certificação a nível
internacional fortalece o compromisso com seus requisitos.
43

Os impactos da certificação SA8000 no nível da empresa ainda não


têm sido sistematicamente investigados e consolidados, entretanto,
estudos de casos individuais deixam claro que as empresas
certificadas tiveram impactos positivos do processo logo após a
certificação. Um grande problema para as empresas brasileiras é a
questão dos horários de trabalho. Devido à relativamente baixos
salários líquidos (mais de 60% dos salários são impostos ou
benefícios), os trabalhadores tendem a aceitar horas extras como uma
forma de ganhar mais dinheiro por um lado e, por outro lado, a chefia e
o pessoal administrativo costumam trabalhar mais que as legalmente
permitidas 44 horas. No que diz respeito às horas de trabalho, as
empresas que implementam um sistema de gestão foram bem
sucedidas na redução das horas extras, poupando custos, e até
mesmo reforçando a produtividade e a satisfação do empregado. Logo
após a certificação, as empresas relatam uma redução das horas de
trabalho, a diminuição das taxas de absenteísmo e melhores taxas de
saúde e segurança (GRÜNINGER, 2009, p. 4).

A melhora na qualidade de vida dos funcionários tem trazido bons resultados


para as empresas, uma vez que umas das maiores dificuldades são os horários de
trabalho e as horas extras. O padrão em um dos seus requisitos exige que os
trabalhadores não excedam a 12 horas extras de trabalho por semana, salvo em
demandas sazonais, mas estas horas devem ser negociadas previamente com o
trabalhador (GRÜNINGER, 2009, p. 4).

Não foram observadas mudanças importantes nas relações sindicais,


já que a posição dos sindicatos brasileiros sobre a SA8000 não é
clara. Diferente de outros países, os sindicatos no Brasil não estão
fortemente empenhados na SA8000, mesmo que o Observatório
Social, uma instituição de pesquisa e monitoramento das relações
trabalhistas ligada à Central Sindical da CUT, apresenta a norma em
sua publicação e em seu website. Um grande problema é que por
vezes os sindicatos consideram o representante do trabalhador da
SA8000 como um concorrente e, portanto, pode prejudicar os
processos eleitorais. É importante que os sindicatos tenham mais
consciência das vantagens da certificação e que uma ligação mais
forte entre a SAI e os sindicatos pode ser criada no futuro. Outro
desafio em curso para as empresas brasileiras é a lacuna social na
cadeia de fornecimento. Sofisticadas indústrias de processamento que
satisfazem a mais alta qualidade e normas de segurança ainda estão
enfrentando uma realidade muito diferente nas pequenas e médias
empresas que fazem parte da cadeia de subcontratados. O
agronegócio, a indústria do vestuário, da construção e a indústria
siderúrgica são talvez as áreas mais críticas. A detecção de trabalho
escravo e infantil em áreas urbanas e rurais pelo Ministério Público do
Trabalho é comum no Brasil. O conteúdo das notícias diárias expõe
trabalhadores imigrantes bolivianos em sweatshops no bairro do Brás
em São Paulo ou crianças que trabalham com os pais na produção de
44

carvão vegetal para a indústria siderúrgica no estado do Pará tão


comumente quanto as reportagens de TV sobre libertação de
trabalhadores escravos em grandes fazendas em áreas. O Brasil tem
uma idade mínima de 16 anos para o trabalho. Segundo o Instituto
Brasileiro de Estatística IBGE, cerca de 3 milhões de crianças de até
15 anos de idade têm trabalhado em 2006, 53,4% delas no setor
agrícola. O número só foi ligeiramente reduzido desde o início deste
século, e ainda é uma grande preocupação para as empresas que
querem trabalhar com fornecedores brasileiros. A eliminação do
trabalho infantil e escravo será uma tarefa contínua para agências
governamentais e as empresas que devem fortalecer maciçamente o
seu controle sobre a cadeia de fornecimento. O controle de
fornecedores é um dos maiores desafios que os sistemas de gestão
SA8000 têm de resolver no Brasil, mas as novas iniciativas e
ferramentas de RSE podem ajudar a encaminhar esta questão nos
próximos anos (GRÜNINGER, 2009, p. 5).

Há ainda grandes desafios do padrão SA8000 no Brasil, uma delas é com os


sindicatos que vêem segundo o autor o representante da empresa como
concorrente. Os sindicatos deveriam ver o padrão como uma ferramenta de apoio ao
cumprimento das leis e um meio para a melhoria na qualidade de vida dos
trabalhadores, uma vez que a empresa aderindo se torna um diferencial competitivo
no mercado (GRÜNINGER, 2009, p. 5).
Já no aspecto social da sua cadeia de fornecimento, muitas empresas têm
alguma dificuldade de monitoramento, já que são extensas e casos de trabalhos
escravos e infantis são freqüentemente detectadas pelo Ministério Público.

Um dos principais resultados da SA8000 no Brasil não é só que ela


alcança empresas em diversos setores e de diferentes tamanhos, mas
que ela foi bem sucedida na integração com outras iniciativas
importantes do cenário nacional de RSE. Centenas de empresas no
Brasil utilizam os Indicadores Ethos, um conjunto de 40 indicadores
em escala, para medir seu desempenho e compará-lo com padrões do
setor e do país anualmente. Os indicadores são estruturados em sete
áreas, duas das quais – as partes sobre as relações com o pessoal e
os fornecedores - têm ligações diretas com a SA8000. Todos os
critérios SA8000 foram completamente integrados na ferramenta.
Empresas que utilizam sistemas de gestão SA8000 têm naturalmente
uma pontuação melhor do que outras empresas sem processos
específicos de gestão das relações trabalhistas. A aplicação dos
indicadores levou muitas empresas à decisão de adotar a certificação,
a fim de formalizar políticas e processos necessários para avançar na
sua avaliação. Um segundo importante movimento foi a introdução de
itens relacionados à SA8000 no Índice de Empresas Sustentáveis da
Bolsa de Valores brasileira Bovespa, o chamado Ranking ISE. O ISE
foi criado em 2005 e possui um desempenho muito positivo. Sob as 30
empresas classificadas para o índice em 2007, encontramos várias
45

empresas certificadas SA8000 como Bradesco, Petrobras, Suzano e


CPFL. A certificação SA8000 tornou-se um valor importante também
para a avaliação de risco das instituições financeiras. Bancos como o
ABN Amro Real, utilizam a SA8000 como referência na sua avaliação
de risco, que constitui parte da sua aplicação prática dos Princípios do
Equador (GRÜNINGER, 2009, p. 6).

Por ser o padrão SA8000 genérico, de utilidade por qualquer empresa, de


qualquer porte, setor e em qualquer lugar do mundo, dependendo somente de sua
realidade e atividade, ainda há possibilidade de integração com outros sistemas de
gestão existentes na empresa, bem como com alguns indicadores conforme citado
acima por Grüninger (2009, p. 6).
Abaixo uma tabela para visão geral de alguns indicadores e itens abordados
por cada um deles:

QUADRO 2
Compatibilidade da SA8000 com outras ferramentas de gestão.
Fonte: (Grüniger, 2009, p. 6).
Índice de Sustentabilidade
Critérios SA8000 Indicadores Ethos
da Bovespa ISE
- Trabalho infantil Todos os itens relacionados Itens relacionados nas
- Trabalho forçado nas seções dos Indicadores: dimensões sociais sob os
- Discriminação - Relações com Pessoal seguintes itens:
- Gestão de - Política e gestões
- Horas de trabalho
fornecedores de direitos
- Práticas disciplinares trabalhistas
- Remuneração básicos
- Negociação Coletiva - Relações com
- Saúde e Segurança Pessoal
- Sistemas de Gestão - Relações com
Fornecedores
- Sociedade
- Diversidade
QUADRO 2 - Compatibilidade da SA8000 com outras ferramentas de gestão.
Fonte: (GRÜNINGER, 2009, p. 6).

Outro fator importante para o crescimento futuro da SA8000 é o fato


de que o Brasil é uma nação líder na publicação de relatórios de
sustentabilidade que são baseados nas Orientações para Relatórios
de Sustentabilidade da Global Reporting Initiative (GRI). Empresas
que são certificadas SA8000 já têm um sistema de gestão que lhes
permite relatar indicadores trabalhistas e de direitos humanos
completamente e sobre uma sólida e externamente auditada base de
dados. Mais de 70 maiores empresas no Brasil relatam seguindo o
GRI e o número vem aumentando rapidamente. Um elemento
específico que pode estar impedindo a rápida integração da SA8000
46

é o fato de que o Brasil - sob a liderança do Ethos e da Associação


Brasileira de Normatização ABNT – elaborou a sua própria norma
social ABNT 16000. A ABNT 16000 tem um escopo muito mais
amplo, incluindo todas as relações e os assuntos de partes
interessadas, mas não chegou a um avanço no Brasil. No entanto,
ela preparou o caminho para a liderança brasileira no processo de
elaboração de orientações da ISO26000. O Brasil é, juntamente com
a Suécia, presidente do Grupo de Trabalho, um fato que chamou a
atenção das empresas locais para este novo processo de elaboração
de normas. Mas, observando qual a direção que deveriam ir, as
empresas acabaram por decidir introduzir a SA8000, a fim de
fornecer uma componente social claramente definida para o seu
sistema integrado de gestão (GRÜNINGER, 2009, p. 6).

A comunicação dos indicadores de desempenho pelo padrão SA8000 podem


ser realizados por intermédio de um balanço social, inclusive pelo modelo da Global
Reporting Initiative (GRI) que dá diretrizes para a publicação desses resultados
(GRÜNINGER, 2009, p. 7).

Os atuais desenvolvimentos no mercado mundial da energia, que


tendem a concentrar-se na bioenergia renovável como o etanol
brasileiro derivado da cana-de-açúcar, pode ter um impacto
significativo sobre o desenvolvimento futuro da SA8000 no Brasil. É
muito provável que um grande número de fábricas nesta indústria,
que contrata milhares de trabalhadores rurais, trabalhará com a
norma SA8000. Vários governos do hemisfério norte já introduziram
cláusulas sociais para biocombustíveis e as organizações de
consumidores e ONGs estão acompanhando com grande interesse
o desenvolvimento neste campo. Cláusulas sociais no comércio
internacional, pressão interna dos sindicatos, requisitos de relato e
os incentivos do setor financeiro certamente fortalecerão a busca da
indústria brasileira por sistemas sólidos de gestão social e é
previsível que o Brasil defenderá a sua posição como nação líder
para o desenvolvimento da RSE dentro dos mercados emergentes
(GRÜNINGER, 2009, p. 7).

As empresas de biocombustível e bioenergia com a forte tendência de


crescimento para o fornecimento para compradores internacionais poderão aderir ao
padrão SA8000, uma vez sendo de reconhecimento internacional poderão sentir-se
mais seguro para comprar de empresas comprometidas com a responsabilidade
social e também como requisito para manter contratos de longo prazo. O Brasil só
terá a ganhar com o reconhecimento mundial de prevenção e erradicação do
trabalho escravo e infantil do setor rural (GRÜNINGER, 2009, p. 7).
47

12 – CERTIFICAÇÕES DO PADRÃO SA8000 NO BRASIL E NO MUNDO

Atualmente as certificações pela SAI para o padrão SA8000 até 31 março de


2009 contam-se em 1.942 empresas, representadas por 65 países e no Brasil
contamos com 97 empresas certificadas (SAI, 2009).
No Anexo B no final deste trabalho pode verificar a lista das empresas
certificadas.

13 - NORMA BRASILEIRA PARA A RESPONSABILIDADE SOCIAL – ABNT NBR


16001

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)32 como


33
representante oficial da International Organization for Standardzation (ISO) aqui
no Brasil, em 2002 organizou um grupo de trabalho para desenvolver a Norma
Brasileira de Regulamentação 16001 (ABNT NBR 16001) para a responsabilidade
social Houve consulta nacional das partes interessadas com discussões e
contribuições para elaboração de seus requisitos e em dezembro de 2004 aconteceu
a sua publicação (LOUETTE, 2008, p. 150 - 151) [grifos nosso].
A NBR 16001 é uma norma brasileira de responsabilidade social que utiliza
requisitos mínimos de sistema de gestão da responsabilidade social com fim de
certificação, permite as empresas diretrizes para elaboração de políticas de
responsabilidade social e se apóia em compromissos éticos, de cidadania, o
desenvolvimento sustentável e a transparências nos negócios. É possível a
integração com sistemas já existentes. Não pretende ser um artifício para barreiras
tarifárias e nem substituir ou modificar as leis e obrigações a qual a empresa tenha
se comprometido. Não utiliza critérios de desempenho e é genérica no aspecto que
qualquer organização independente de seu porte pode aplicar, ou que queira aplicar,
manter e melhorar o sistema de gestão da responsabilidade social, assegurar sua
conformidade com as leis locais e sua política da responsabilidade social, indução e
mobilização das partes interessadas, comunicação as partes interessadas quanto a

32
www.abnt.org.br
33
www.iso.org
48

sua autodeclaração de conformidade com os requisitos da norma após uma


avaliação interna e a certificação a partir de uma verificação externa (LOUETTE,
2008, p. 150-151).
Ela está apoiada no pilar do desenvolvimento sustentável nos aspectos
econômico, social e ambiental e sua estrutura de aplicação segue a metodolodia
PDCA - Plan-Do-Check-Act, ou planejar-fazer-verificar-atuar (LOUETTE, 2008, p.
150-151).

Os objetivos e metas devem ser compatíveis com a política de


responsabilidade social e devem contemplar (mas não se limitar a):
a) boas práticas de governança; b) combate à pirataria, sonegação e
corrupção; c) práticas leais de concorrência; d) direitos da criança e
do adolescente, incluindo o combate ao trabalho infantil; e) direitos
do trabalhador, incluindo o de livre associação, de negociação, a
remuneração justa e benefícios básicos, bem como o combate ao
trabalho forçado; f) promoção da diversidade e combate à
discriminação (por exemplo: cultural, de gênero, de raça/etnia, idade,
pessoa com deficiência); g) compromisso com o desenvolvimento
profissional; h) promoção da saúde e segurança; i) promoção de
padrões sustentáveis de desenvolvimento, produção, distribuição e
consumo, contemplando fornecedores, prestadores de serviço, entre
outros; j) proteção ao meio ambiente e aos direitos das gerações
futuras; e k) ações sociais de interesse público (LOUETTE, 2008, p.
150-151).

A empresa para aplicação da NBR 16001 deve ter em sua política da


responsabilidade social as metas e objetivos definidos em seu conteúdo, mas não se
limitar somente a eles considerar també, a visão, missão e as metas compatíveis
(LOUETTE, 2008, p. 150-151).
49

14 – COMPATIBILIDADE DE FERRAMENTAS DE GESTÃO PARA A


RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA

14.1 - Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial – Ferramenta


de Autodiagnóstico da Responsabilidade Social Empresarial

Os Indicadores Ethos é uma ferramenta gestão e de autodiagnóstico que


permite as empresas avaliarem suas práticas de responsabilidade social a partir do
preenchimento de um formulário on-line no site do próprio Instituto Ethos. Neste
formulário há indicadores binários, quantitativos e de profundidade, que a partir do
enquadramento de um estágio a empresa pode avançar mais uma etapa, sendo que
deverá atender completamente as orientações contidas no estágio anterior. Quando
alcançado o quarto e último estágio a empresa é convidada a fazer parte do
benchmarking relatando suas práticas de sucesso para induzir e mobilizar as demais
empresas. O desempenho da empresa é avaliado de acordo com o benchmarking
geral onde as empresas podem visualizar qual a sua posição, mas não sendo
possível saber qual a empresa que lidera este ranking. Há os Indicadores Setoriais
onde é possível preencher por setor e a avaliação e feita por benchmarking setorial
e Indicadores Ethos-Sebrae que são específicos para as micro e pequenas
empresas34 .

34
www.ethos.org.br
50

FIGURA 1- Estrutura dos Indicadores Ethos de Responsabilidade Social.


Fonte: Instituto Ethos

Os Indicadores Ethos abrangem sete temas (macro temas) como valores,


transparência e governança, público interno, meio ambiente, fornecedores,
consumidores e clientes, comunidade e governo e sociedade, dentro desses temas
há seus subtemas (micro temas) para melhor avaliação35.
Esta ferramenta ajuda no diagnóstico para ações corretivas a partir dos temas
de público interno e fornecedores. A seguir definições de cada tema relativo a
SA8000.

35
www.ethos.org.br
51

14.1.1 - Público interno

Além de atender as leis trabalhistas, algo fundamental para o estreitamento


das relações trabalhistas, a empresa deve se comprometer em proporcionar
melhores condições de trabalho aos seus colaboradores além de investir no
desenvolvimento profissional objetivando a qualidade de vida. A empresa
preocupada com a saúde de seus negócios e com seu capital humano gera
benefícios para ambos os lados e estabelece um ambiente saudável e humano36.
O diálogo e a participação com trabalhadores e seus sindicatos de
representação são fundamentais para estabelecer um relacionamento ético e
transparente com estas partes, visando alinhar questões e negociações coletivas37.
Em relação aos trabalhadores terceirizados a empresa deve buscar a
conscientização e disseminar em sua cadeia de fornecimentos que estes devem ser
tratados como seus próprios trabalhadores a fim de evitar a discriminação e
promovendo a diversidade38.
A empresa pode envolver seus trabalhadores e incentivá-los a participarem
da gestão da empresa buscando a solução de problemas e possíveis melhorias e
mudanças dos processos da gestão atual39.
O respeito ao indivíduo e o compromisso com o futuro das crianças a
empresa que é reconhecida como socialmente responsável ela não utiliza e nem
permite que sua cadeia de fornecimento utilize trabalho infantil e compromete-se
com o desenvolvimento profissional e intelectual do indivíduo. Segue os
procedimentos estabelecidos na lei de aprendiz e não faz uso de falso esquema de
aprendizagem, ou seja, além do desenvolvimento profissional está verdadeiramente
emprenhada no desenvolvimento e acompanha os resultados obtidos pelo
indivíduo40.
Para a promoção da diversidade no ambiente de trabalho a empresa não
deve permitir qualquer tipo de discriminação em termos de seleção, promoção,
alocação ou demissão. Oferece oportunidades de carreiras, treinamentos e

36
Idem
37
Idem
38
Idem
39
Idem
40
www.ethos.org.br
52

remunerações iguais e justas para trabalhos com atividades iguais desempenhados


por homens e mulheres, não levando em consideração idade, sexo, religião, raça,
etnia, deficiência física, condição social e opção sexual41.
A questão da equidade racial e de gênero a empresa que estiver moralmente
comprometida com combate da discriminação racial e de gênero ela deve
proporcionar vagas sem a distinção de preferências para que sejam preenchidas de
acordo com as competências técnicas e habilidades sem considerar se homem ou
mulher negro, pardo ou branco42.
Em relação ao trabalho decente a empresa deve estabelecer uma política de
remuneração, benefícios e de carreira para valorizar as competências e habilidades
de seus trabalhadores, sendo justa no desenvolvimento profissional e contribuindo
para a qualidade de vida dos trabalhadores e saúde da organização gerando
motivação, maior produção, lucro e a diminuição de taxas de doenças
ocupacionais43. Deve promover programas de prevenção de riscos e acidentes, bem
como ambientais visando melhores condições no trabalho44.
Quantos as demissões a empresa pode criar uma política de demissões
estabelecendo critérios para o desligamento de trabalhadores, bem como buscar
recursos alternativos quando estes não forem inevitáveis. No caso de redução de
custos da empresa, não se pode utilizar como o primeiro recurso, deve - se avaliar a
possibilidade de readequação, alocação ou acordos coletivos entre as partes
interessadas45.
Com a preparação com a aposentadoria a empresa deve cumprir com a sua
obrigação com os depósitos previdenciários, visando à redução no impacto da
aposentadoria no nível de renda e qualidade de vida do trabalhador, criando
mecanismo de indução para que estes possam participar de seus projetos sociais46.

41
Idem
42
Idem
43
Idem
44
Idem
45
Idem
46
www.ethos.org.br
53

14.1.2 - Fornecedores

A empresa como um agente indutor e mobilizador da responsabilidade social,


deve servir de exemplo de empresa comprometida com o desenvolvimento
sustentável, atender e cumprir todas as obrigações estabelecidas em contratos
firmados com seus parceiros, ajudar no fortalecimento da responsabilidade social em
sua cadeia de fornecimento promovendo a conscientização e o diálogo e
fortalecendo a sua cadeia de valor e a livre concorrência entre seus fornecedores47.
Alguns critérios podem ser adotados pela empresa para seleção, avaliação e
parceria com os fornecedores, mas deve incentivar que sua cadeia de fornecimento
e parceiros passe aderir ou declarar um compromisso com o desenvolvimento
sustentável. Ou por exemplo, exigir que estejam de acordo com as leis locais das
relações trabalhistas ou de meio ambiente48.
O trabalho infantil, trabalho escravo ou forçado, nas dependências da
empresa, na cadeia de fornecimento e ou parceiros deve ser intolerável, mas caso
seja evidenciado algum caso a empresa pode oferecer ajuda no reparo desses
casos, incentivando a promoção de programas para erradicação do trabalho infantil,
escravo ou forçado49.
No apoio ao desenvolvimento de fornecedores a empresa pode auxiliar as
micro e pequenas empresas com programas de seus processos produtivos e de
gestão de forma legal, evitando, desvios, sonegações de impostos e corrupção nos
negócios da empresa, do fornecedor ou mesmo buscar instituições de apoio como o
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas empresas (SEBRAE). Auxiliar
a empresa com programas que buscam manter a integridade de suas atividades
minimizando seus impactos na sociedade, ambiente e gerando desenvolvimento
econômico50 [grifos nosso].

47
Idem
48
Idem
49
Idem
50
Idem
54

14.2 - AA1000 - Padrão de Engajamento das Partes Interessadas

É um padrão internacional com fim de certificação constituída por princípios e


padrões de processos com foco no engajamento das partes interessadas
(LOUETTE, 2008, p. 166–167).
Focada também no sistema de gestão da responsabilidade social, mas
especificamente no engajamento das partes interessadas foi lançada em 1999 pelo
Institute of Social and Ethical Accountability (ISEA)51, uma organização não-
governamental com sede em Londres. Foi elaborada em 1995 para servir como
prestação de contas das organizações civis e de órgãos públicos. Formada por
membros de empresas, organizações não governamentais e organismos de
pesquisa e com representantes do Brasil, India, América do Norte, Rússia, Africa do
Sul e Europa (LOUETTE, 2008, p. 166–167) [grifo nosso].
A Accountability lançou em 2005 um segundo módulo da AA1000 séries, o
AA1000SES - Stakeholder Engagement Standard trazendo diretrizes e
considerações práticas para o engajamento das partes interessadas e promove
requisitos para um processo de diálogo incluindo os temas inclusão, materialidade
(questões mais importantes identificadas pelas partes interessadas), completude e
resposta (LOUETTE, 2008, p. 166–167).
A AA1000 e suas séries pretendem definir melhores práticas para a prestação
de contas e assegurar a qualidade dos relatórios da contabilidade, das auditorias e
relatos éticos e transparentes das organizações. Utiliza os valores das organizações
para o desenvolvimento de suas metas e avaliação das práticas de comunicação e
desempenho organizacional. Dá importância aos pontos críticos identificados pelas
partes interessadas e definirá indicadores e metas para um relatório mais adequado
para a organização (LOUETTE, 2008, p. 166-167).

Traz benefícios ao desempenho geral nos aspectos social, ético,


ambiental e econômico e contribui para que a organização caminhe
na direção do desenvolvimento sustentável. A norma é certificável,
porém não define padrões de certificação ou desempenho real, mas
especifica o processo a ser seguido na construção do relatório de
desempenho e não os níveis de desempenho desejados. Assim, a
norma não atesta comportamento ético e socialmente responsável

51
www.accountability21.net
55

para uma organização, mas garante que ela aja conforme a sua
missão e valores e cumpra as metas definidas a partir do diálogo
com stakeholders (LOUETTE, 2008, p. 166–167).

Sua maior contribuição é o suporte que a organização encontra para a prática


de responsabilidade social empresarial com inovação para que sejam adotas as
regras de forma mais adequada e seguindo a realidade da organização. (LOUETTE,
2008, p. 166–167).

Série AA 1000 é composta por Padrões Principais (AA1000


Framework, AA 1000AS – Assurance Standard e AA 1000SES –
Stakeholder Engagement), Notas de Direcionamento e Notas para
Usuário. A norma apresenta os principais tópicos ligados à
responsabilidade social, os pontos de divergência e de convergência
com os demais padrões, como as ISO, SA 8000 e GRI. A estrutura
da AA 1000 (AA 1000 Framework) contém processos e princípios
para relatórios, prestação de contas e auditoria. Existem 11
princípios de qualidade que devem ser seguidos pela organização,
agrupados por área de referência: I. Escopo e Natureza do
Processo de Organização 1. Completude – inclusão imparcial das
áreas apropriadas e atividades relacionadas com desempenho social
e ético nos processos de contabilidade.2. Materialidade – inclusão de
informação significativa que podem afetar as partes interessadas e
sua avaliação do desempenho social e ético da organização. 3.
Regularidade e Conveniência – disponibilidade de ação e informação
sistemática dos processos de contabilidade, auditoria e relato social
para apoiar a tomada de decisão organização e partes interessadas.
II . Significância da Informação 4. Garantia da Qualidade –
processo de auditoria da organização realizado por um auditor
externo ou partes independentes e competentes. 5. Acessibilidade –
comunicação apropriada e efetiva para as partes interessadas da
organização sobre seus processos de contabilidade, auditoria e
relato social e ético e seu desempenho. III . Qualidade da
Informação 6. Comparabilidade – capacidade de comparação de
desempenho da organização com períodos anteriores, metas de
desempenho, benchmarks externos, regulamentação e normas não
obrigatórias. 7. Confiabilidade – garantia para a organização e partes
interessadas de informação íntegra e imparcial proveniente da
contabilidade, auditoria e relato social e ético. 8. Relevância –
informação útil para a organização e partes interessadas para
construção de conhecimento e suporte à tomada de decisão. 9.
Entendimento – garantia de compreensão da informação (incluindo
questões de língua, estilo e formato) pela organização e partes
interessadas. IV . Gerenciamento do Processo em Base Contínua
10. Integração – de informações ou sistemas, garantia de que os
processos de contabilidade, auditoria e relato social e ético façam
parte das operações, sistemas e políticas da organização e não
sejam apenas destinados à produção de relato social e ético. 11.
Melhoria Contínua – ações tomadas, reconhecidas e externamente
auditadas, para melhorar o desempenho em resposta aos resultados
56

dos processos de contabilidade, auditoria e relato social e ético,


oferecem oportunidade para o desenvolvimento contínuo do
processo (LOUETTE, 2008, p. 166–167) [grifos do autor].

A AA1000 mostra os pontos de divergência de outros padrões e segue


princípios para a preparação dos relatórios seguidos pela área de referência
conforme descritos acima (LOUETTE, 2008, p. 166–167).

A AA1000 pode ser usada isoladamente ou em conjunto com outros


padrões de prestação de contas, como a Global Report Initiative
(GRI) e as normas ISO e SA 8000. O processo de implantação da AA
1000 segue um ciclo definido de atividades agrupadas nos cinco
elementos da norma: planejamento; contabilidade; auditoria e Relato;
integração; engajamento das partes interessadas. É importante frisar
que a seqüência das etapas descritas no processo não é sempre
cronológica. A verificação acompanha todo o processo segundo
modelo sugerido pelo ISEA. Para a verificação devem ser aplicados
os princípios de garantia do Padrão de Garantia AA1000S:
Completude, Materialidade, Próatividade, Acessibilidade e Evidência
(LOUETTE, 2008, p. 166–167).

A organização pode optar por utilizar unicamente o padrão AA1000 ou mesmo


fazer integrações com demais padrões existentes como a Global Reporting Initiative
(GRI), séries ISO e SA8000. A implantação da AA1000 deve seguir seus cinco
elementos fundamentais descritos acima para obtenção dos resultados esperados.
O ISEA certifica auditores profissionais no tema de sustentabilidade para que
possam fazer verificações seguindo o padrão específico da série AA1000.
(LOUETTE, 2008, p. 166–167).
57

14.3 - Global Reporting Initiative (GRI) – Ferramenta de Relato para Balanço


Social

É uma ferramenta global com uma série de diretrizes para comunicação sobre
práticas de responsabilidade social, ambiental e econômica das organizações e
melhorar a qualidade dos relatórios sociais e financeiros passível de comparação,
padronização e uso (LOUETTE, 2008, p. 126-127).
Elaborada pela Global Reporting Initiative (GRI) organização não
governamental com sede em Amsterdã na Holanda que tem como missão de
elaborar e disseminar diretrizes para relatórios de sustentabilidade globalmente
(LOUETTE, 2008, p. 126-127) [grifo nosso].

A primeira versão das Diretrizes para Relatórios de Sustentabilidade


data de 2000 e foi construída dentro de um processo de engajamento
voluntário de diversas partes interessadas: representantes do setor
empresarial, ONGs, organizações trabalhistas, investidores
institucionais, ativistas de direitos humanos, firmas de auditoria e
consultoria, agências da ONU, entre outras, tornando-se um
processo internacional, cuja principal proposta é desenvolver e
disseminar globalmente diretrizes e incorporar numerosos
indicadores de sustentabilidade para a elaboração de relatórios de
sustentabilidade (Sustainability Reporting Guidelines). As diretrizes
se encontram, hoje, na terceira versão, a G3, lançada em outubro de
2006 e já traduzida para o português (LOUETTE, 2008, p. 126-127)..

A GRI tem como objetivo padronizar de forma global os relatórios de


sustentabilidade. O modelo propõe uma estrutura para o processo de relato para
que as empresas possam comunicar seu desempenho econômico, social e
ambiental por intermédio de indicadores quantitativos e qualitativos por categorias e
a escolha desses indicadores dependerá das características, posição de mercado,
realidade da empresa e das prioridades definidas pelas partes interessadas e sua
relevância (LOUETTE, 2008, p. 126-127).

Além das diretrizes globais, a GRI desenvolve diretrizes setoriais


(Financeiro, Metais e Mineração, Operadoras de Turismo, Agências
Públicas, Automotivas, Telecomunicações, entre outras) e, no futuro,
lançará diretrizes nacionais A GRI encoraja as empresas a: reportar
o processo de implementação dos princípios; estabelecer metas;
identificar as melhorias alcançadas nos diversos aspectos; reportar
58

se os objetivos foram ou não atingidos; avaliar internamente a


consistência entre a política de sustentabilidade corporativa e sua
efetiva realização (LOUETTE, 2008, p. 126-127).

Os relatórios de sustentabilidade no modelo GRI permitem um comparativo e


avaliação sobre as conquistas e as metas não atingidas. Sua estrutura é
periodicamente revisada com consultas as partes interessadas de diversas partes e
setores do mundo. A última versão e atualização foram realizadas em 2006 dando
origem a GRI G3 (LOUETTE, 2008, p. 126-127).

O documento divide-se em cinco partes: Introdução: Tendências que


motivam os relatórios de sustentabilidade e os benefícios gerados.
Parte A – Utilizando as Diretrizes: instruções gerais sobre o uso das
Diretrizes. Parte B – Princípios para a Elaboração de Relatórios:
princípios e procedimentos que promovem o rigor dos relatórios e
que norteiam o uso das Diretrizes. Parte C – Conteúdo do Relatório:
conteúdo e compilação de um relatório. Parte D – Glossário e
Anexos: orientações e recursos adicionais para usar as Diretrizes. Os
princípios para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade são:
materialidade, inclusão dos stakeholders, contexto da
sustentabilidade, abrangência, equilíbrio, comparabilidade, precisão,
periodicidade, clareza, confiabilidade. Há uma versão (High5!) para
pequenas e médias empresas (LOUETTE, 2008, p. 126-127).

As diretrizes podem ser utilizadas pelas organizações de forma que avancem


estágios atendendo uma série de requisitos para adesão dos níveis estipulados pela
GRI A, A+, B, B+, C, C+. É preciso uma auto-avaliação pela organização para que
sejam adotadas os níveis e os selos que podem ser baixados no próprio site da GRI
www.globalreporting.org, o sinal de “+” indica que o relatório passou por uma
verificação de terceira parte. O nível A+ só pode ser alcançado após verificação da
própria GRI, estando em conformidade com todos os requisitos a empresa é
convidada participar do benchmarking (LOUETTE, 2008, p. 126-127).
59

FIGURA 1 - Níveis de aplicação e seus requisitos


Fonte: Elektro

O processo de relato e elaboração do balanço de sustentabilidade é


entendido pela GRI como um processo de longo prazo independente do nível de
experiência da organização (LOUETTE, 2008, p. 126-127).
60

15 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos verificar que o padrão SA8000 é uma excelente ferramenta de


apoio para criação de um sistema de gestão da responsabilidade social corporativa,
para criação de políticas bem como um instrumento estratégico para que a empresa
se torne competitiva no mercado, tendo ele como um diferencial perante seus
concorrentes.
Os benefícios são notáveis para a qualidade de vida da empresa e de seu
capital humano, quando reduzido a possibilidades com passivos trabalhistas e/ou
escândalos de trabalho escravo e infantil em seu processo produtivo.
Para que se envolva cada vez mais com o movimento da responsabilidade
social corporativa e integre sua cadeia de fornecimento à empresa em seus
processos de avaliação e seleção de fornecedores, pode utilizar como critério o
compromisso com os requisitos deste padrão, auxiliando as micro e pequenas
empresas nos processos de implantação da responsabilidade social.
Algumas empresas estão adotando esses procedimentos, como vimos o caso
do Banco Bradesco, além da declaração que os fornecedores devem assinar, ainda
tem um canal na Internet somente para os fornecedores para que estejam
informados e tenham acesso as políticas e procedimentos.
Podemos entender o padrão SA8000 como uma ferramenta de gestão a fim
de adequar e sistematizar as ações das organizações que se comprometem com o
desenvolvimento sustentável, havendo a possibilidade de integração com os
sistemas já existentes, podendo ter redução nos custos e tempo de verificação por
terceira parte com auditorias integradas.
A alta administração precisa estar envolvida com a temática da
responsabilidade social corporativa para a sua efetiva adequação.
Umas das diferenças do padrão SA8000 com os demais padrões certificáveis
estão nas evidências. Aqui as empresas devem por meio de registros evidenciar aos
auditores a condução de suas práticas. Os demais padrões os auditores devem
buscar evidências o que pode ocorrer alguns equívocos por estarem muito
intrínsecas as suas atividades.
61

16 - REFERÊNCIAS

CERTIFICAÇÕES. 6º Ofício de Registro, Títulos e Documentos. Disponível em:


www.6rtd-rj.com.br Acessado em 02 nov. 2009 às 16h20.

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pdca.html . Acessado em 14 nov. 2009 às 14h30.

CONCEITO RESPONSABILIDADE SOCIAL; Instituto Ethos. Disponível em:


www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/29/o_que_e_rse/o_que_e_rse.aspx Acessado em
02 nov. 2009 às 16h40.

DOCUMENTO GUIA PARA A RESPONSABILIDADE SOCIAL 8000; Social


Accountability International, Versão 2, 2004. Tradução: Adriano Costa Diniz e Beat
Grüniger.

FUTURA ISO26000. InMetro. Disponível em:


www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asp Acessado em
10 nov. 2009 às 16h00.

GRÜNINGER, Beat; O Impacto da SA8000 no Brasil. 2009. Tradução do artigo


publicado no livro SA8000: The First Decade. Editado por Déborah Leipziger,
Greenleaf Publishing, 2009).

GUIA DE COMPATIBILIDADE DE FERRAMENTAS 2005; Instituto Ethos. Disponível


em: www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/default.asp Acessado em
02 nov. 2009 às 16h00.

INDICADORES ETHOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL; Instituto Ethos.


Disponível em: www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/default.asp
Acessado em: 02 nov. 2009 às 16h00.

LEIPZIGER, Deborah; – SA8000 – O guia definitivo para a nova norma social.


Tradução Nilza Freire. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003.

LOUETTE, Anne; Gestão do Conhecimento: Compêndio para Sustentabilidade.


Ferramentas de gestão de responsabilidade socioambiental. São Paulo: Antakarana
Cultura Arte e Ciência, 1ª Edição, 2008.

PADRÃO RESPONSABILIDADE SOCIAL 8000:2008; Social Accountability


International, 2008. Tradução Adriano Diniz Costa; Beat Grüninger. Disponível em
www.sa-intl.org/_data/n_0001/resources/live/2008StdPortugese.pdf Acessado em
07 set. 2009 às 15h08.

PROGRAMA TEAR. Instituto Ethos. Dispon´vel em:


www.ethos.org.br/DesktopDefault.aspx?Alias=Ethos&Lang=pt-BR&TabID=4208
Acessado em 09 nov. 2009 às 17h52.
62

RESPONSABILIDADE SOCIAL. Bradesco. Disponível em: www.bradesco.com.br


Acessado em 02 nov. 2009 às 15h00.
SA8000. Grupo Manserv. Disponível em:
http://www.manserv.com.br/c.php?c=resp_social Acessado em 02 nov. 2009 às
15h30.

SOBRE SA8000; Social Accountability International. Disponível em: www.sa-


intl.org/index.cfm?fuseaction=Page.viewPage&pageId=473 Acessado em 04 out.
2009 às 18h13.

ZACHARIAS, Oceano; SA8000 - Responsabilidade Social - NBR 16000. Estratégia


para empresas socialmente responsáveis. São Paulo: Editora EPSE, 2004.

NOTAS DE RODAPÉ

1
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http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/node/91
2
CONCEITO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL. Instituto Ethos. In:
http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/29/o_que_e_rse/o_que_e_rse.aspx
3
ASSOCIE-SE. Instituto Ethos. In:
http://www.ethos.org.br/sistemas/empresas_entidades/empresas_associadas/cadnov
o/cadastro.asp
4
INTERNETHOS. Instituto Ethos. In:
http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/49/o_instituto_ethos/o_internethos/sobre_o_in
ternethos.aspx
5
CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE RESPONSABILIDADE SOCIAL. Instituto
Ethos. In: http://www.ethos.org.br/CI2009Dinamico/site/index.asp
6
ALGUMAS INFORMAÇÕES SOBRE O INSTITUTO ETHOS. Instituto Ethos In:
http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/Default.aspx
7
REDE PELA RESPONSABILIDADE SOCIAL; Instituto Ethos. In:
http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/49/o_instituto_ethos/o_internethos/sobre_o_in
ternethos.aspx
8
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE INSTITUTO ETHOS E UNIETHOS; Instituto
Ethos. In:
http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/2578/servicos_do_portal/noticias/itens/ethos_
e_uniethos_lancam_relatorio_de_sustentabilidade,_de_acordo_com_diretrizes_gri.a
spx
9
ALGUMAS INFORMAÇÕES SOBRE O INSTITUTO ETHOS. Instituto Ethos In:
http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/Default.aspx
63

10
SOBRE SA8000. Social Accountability Internacional. In: http://www.sa-
intl.org/index.cfm?fuseaction=Page.viewPage&pageId=490&parentID=472
11
Adriano Diniz Costa. Auditor Social. Entrevista concedida aos autores. São Paulo,
12 de setembro de 2009.
12
Adriano Diniz Costa. Auditor Social. Entrevista concedida aos autores. São Paulo,
12 de setembro de 2009.
13
HISTÓRIA MANSERV. http://In: www.manserv.com.br/c.php?c=historia
14
IMPRENSA. In: http://www.manserv.com.br/c.php?c=noticia&id=12
15
IMPRENSA. In: http://www.manserv.com.br/c.php?c=noticia&id=12
16
RESPONSABILIDADE SOCIAL. In:
http://www.manserv.com.br/c.php?c=resp_social
17
RESPONSABILIDADE SOCIAL. In:
http://www.manserv.com.br/c.php?c=resp_social
18
RESPONSABILIDADE SOCIAL. In:
http://www.manserv.com.br/c.php?c=social_politica
19
O 6º OFÍCIO. In: http://www.6rtd-rj.com.br/novo/o_6_oficio.php
20
O 6º OFÍCIO. In: http://www.6rtd-rj.com.br/novo/o_6_oficio.php
21
O 6º OFÍCIO. In: http://www.6rtd-rj.com.br/novo/o_6_oficio.php
22
O 6º OFÍCIO. In: http://www.6rtd-rj.com.br/novo/o_6_oficio.php
23
CERTIFICAÇÕES. In: http://www.6rtd-rj.com.br/novo/o_6_oficio_cert.php
24
CERTIFICAÇÕES. In: http://www.6rtd-rj.com.br/novo/o_6_oficio_cert.php
25
CERTIFICAÇÕES. In: www.6rtd-rj.com.br/novo/o_6_oficio_cert.php
26
CERTIFICAÇÕES. In: http://www.6rtd-rj.com.br/novo/o_6_oficio_cert.php
27
HISTÓRIA. Banco Bradesco. In: http://www.bradesco.com.br/
28
HISTÓRIA. Banco Bradesco. In: http://www.bradesco.com.br/
29
RESPONSABILIDADE SOCIAL. Banco Bradesco. In: http://www.bradesco.com.br/

30 RESPONSABILIDADE SOCIAL. Banco Bradesco. In:


http://www.bradesco.com.br/
64

31
TÍTULO DA PRÁTICA: CERTIFICAÇÃO SA8000. In:
http://www.unglobalcompact.org/.../13DCD6DE-F563-4966-BFA7-
9E15852333E5.doc
32
VER SITE http://www.abnt.org.br
33
VER SITE http://www.iso.org
34
INDICADORES ETHOS. Instituto Ethos. In:
http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/default.asp
35
INDICADORES ETHOS. Instituto Ethos. In:
http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/default.asp
36
INDICADORES ETHOS. Instituto Ethos. In:
http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/temas/publico_interno.a
sp
37
INDICADORES ETHOS. Instituto Etho. In:
http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/temas/publico_interno1.
asp
38
INDICADORES ETHOS. Instituto Ethos. In:
http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/temas/publico_interno1.
asp
39
INDICADORES ETHOS. Instituto Ethos. In:
http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/temas/publico_interno1.
asp
40
INDICADORES ETHOS. Instituto Ethos. In:
http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/temas/publico_interno2.
asp
41
INDICADORES ETHOS. Instituto Ethos. In:
http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/temas/publico_interno2.
asp
42
INDICADORES ETHOS. Instituto Ethos. In:
http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/temas/publico_interno2.
asp
43
INDICADORES ETHOS. Instituto Ethos. In:
www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/temas/publico_interno3.asp
44
INDICADORES ETHOS. Instituto Ethos. In:
http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/temas/publico_interno3.
asp
65

45
INDICADORES ETHOS. Instituto Ethos. In:
http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/temas/publico_interno3.
asp
46
INDICADORES ETHOS. Instituto Ethos. In:
http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/temas/publico_interno3.
asp
47
INDICADORES ETHOS. Instituto Ethos. In:
http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/temas/fornecedores.asp
48
INDICADORES ETHOS. Instituto Ethos. In:
http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/temas/fornecedores1.as
p
49
INDICADORES ETHOS. Instituto Ethos. In:
http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/temas/fornecedores1.as
p
50
INDICADORES ETHOS. Instituto Ethos. In:
http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/temas/fornecedores1.as
p
51
VER SITE: http://www.accountability21.net/
52
FUTURA ISO26000. In:
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asp
53
FUTURA ISO26000. In:
www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asp
54
FUTURA ISO26000. In:
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asp
55
FUTURA ISO26000. In:
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asp
56
FUTURA ISO26000. In:
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asp
57
FUTURA ISO26000. In:
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asp
58
FUTURA ISO26000. In:
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asp
59
FUTURA ISO26000. In:
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asp
66

60
PROGRAMA TEAR. Instituto Ethos. In:
http://www.ethos.org.br/DesktopDefault.aspx?Alias=Ethos&Lang=pt-
BR&TabID=4208
61
PROGRAMA TEAR. Instituto Ethos. In:
http://www.ethos.org.br/DesktopDefault.aspx?Alias=Ethos&Lang=pt-
BR&TabID=4208
62
OHSAS18001; Guia de Ferramentas de Compatibilidade 2005. Disponível em
http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/295/aprenda_mais/publicacoes/publicacoes.a
spx Acessado em 21 nov. 2009 às 20h00.
67

17 - APÊNDICES

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO MANSERV MONTAGEM E MANUTENÇÃO


LTDA

1) A empresa dispõe de uma área específica para tratar dos assuntos de


responsabilidade social e/ou sustentabilidade?
Manserv: Estamos montando uma área para tratar de tais assuntos, por enquanto
estão subordinados à área de Comunicação e marketing.

2) De onde partiu o interesse pela criação de um núcleo para cuidar desse


assunto?
Manserv: Conselho de acionistas para acompanhar as demandas do mercado.

3) Os profissionais são devidamente capacitados e/ou orientados?


Manserv: Temos cursos realizados com o Instituto Ethos (Sustentabilidade e
Indicadores) e estamos contratando uma assessoria para colaborar com a
implantação de projetos.

4) A empresa utiliza indicadores de responsabilidade social?


Manserv: Sim.

5) A empresa tem uma política de responsabilidade social estruturada?


Manserv: Temos a Política e Certificação SA8000, porém pretendemos em 2010
reestruturar essas ações para que possamos trabalhar além da certificação.

6) A política de responsabilidade social é de conhecimento de todos e de fácil


acesso? Manserv: Sim.

7) Como é feita a comunicação das políticas internas?


Manserv: Temos divulgação via jornal interno, Intranet, distribuição de cartilhas e
auditorias externas.

9) Os trabalhadores participam do processo de criação e/ou revisão das


políticas?
Manserv: Temos um grupo de trabalho que se reúne anualmente para revisão da
Política.

10) Há uma política salarial e de desenvolvimento humano?


Manserv: Não há uma política de desenvolvimento humano publicada. O que temos
são procedimentos de programas de treinamento e a política de responsabilidade
social.

11) Há uma política de saúde e segurança?


Manserv: Sim
68

12) Há uma política de práticas disciplinares?


Manserv: Seguimos as práticas disciplinares conforme a Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT) e também a Norma de Responsabilidade Social – SA8000 possui
um requisito sobre práticas disciplinares que diz que a empresa deve coibir a
utilização de punição corporal, coerções psicológicas, físicas ou abuso verbal em
relação aos trabalhadores.

13) Os trabalhadores são sindicalizados?


Manserv: Temos colaboradores sindicalizados e a empresa deve seguir a CLT e a
Norma SA8000 que diz que a empresa deve respeitar o direito de todos os
funcionários de formar ou se associar a sindicatos, bem como negociar
coletivamente, assegurando que não haja represálias.

14) A empresa tem um canal aberto onde os trabalhadores possam participar


das decisões da empresa?
Manserv: A empresa possui um canal formal, que é o canal ouvidoria, no qual o
colaborador pode expressar queixas, reclamações, denúncias, elogios, críticas e
sugestões. Há também outro canal formal: comitê de ética. Estes canais estão
abertos aos colaboradores, clientes, fornecedores. O que não podemos afirmar é
que por estes canais os trabalhadores participam das decisões da empresa.

15) A empresa pratica alguma ação voltada para o público interno? Qual?
Manserv: Sim. Temos ações relacionadas à qualidade de vida em nossa sede,
como ginástica laboral, massagem, aulas de inglês e Semana Interna de Prevenção
de Acidentes no Trabalho (SIPAT).

16) A empresa tem algum sistema de gestão incorporado?


Manserv: Sim

17) A empresa já foi certificada por outros padrões, como as séries ISO9000 ou
ISO14000?
Manserv: Sim, em ambas.

18) A empresa planeja obter mais certificações? Se sim, porque?


Manserv: Não, por enquanto.

19) A empresa publica relatório social? Com qual freqüência?


Manserv: Não, por enquanto.

20) Como é feita a avaliação para contratação de fornecedores?


Manserv: A avaliação é realizada conforme os critérios definidos no procedimento
para seleção e homologação de fornecedores, que são analisados os critérios
comerciais e os itens para atendimento do nosso sistema de gestão. Em seguida,
cada fornecedor possui uma ficha com a data da homologação e a nota que o
fornecedor obteve para cada item da avaliação.

21) Para contratação de fornecedores é requisito que sejam certificados por


algum padrão de sistema de gestão?
Manserv: Não, eles não precisam de nenhum certificado de qualidade, porém eles
precisam apresentar a documentação exigida em nosso procedimento.
69

22) São feitas avaliações e monitoramento desses fornecedores?


Manserv: Sim, as avaliações são realizadas anualmente, e também realizamos
auditorias nos fornecedores a cada dois anos.

23) São avaliadas as práticas dos fornecedores quanto à temática de


responsabilidade social e sustentabilidade?
Manserv: Nosso procedimento de contratação de fornecedor contempla a SA8000,
é obrigatório que o fornecedor assine um termo de responsabilidade, no qual se
compromete a cumprir todos os requisitos da norma. Com relação a sustentabilidade
não temos nenhuma avaliação específica, solicitamos somente o que a ISO14001
exige, com relação ao meio ambiente.

24) A empresa tem a certificação do padrão SA8000? Quando ocorreu esta


certificação?
Manserv: Sim, em janeiro de 2008.

25) Como foi o processo para aplicação do padrão SA8000?


Manserv: Realizamos treinamentos a todos os gestores, conscientizando-os dos
requisitos envolvidos. Em seguida elaboramos um cronograma de implantação e
iniciamos a aplicação.

26) A empresa dispõe de uma pessoa e/ou grupo específico responsável para
monitoramento do padrão SA8000?
Manserv: Sim, uma coordenadora de desenvolvimento humano e uma analista.

27) Quais foram as dificuldades que a empresa enfrentou para a aplicação do


padrão SA8000?
Manserv: Nossa maior dificuldade foi o desconhecimento dos requisitos da norma
por parte dos clientes e fornecedores e o cumprimento dos limites de horas-extras
em nossos clientes.

28) A empresa teve custo elevado para aplicação do padrão SA8000?


Manserv: Não, apenas o evento e os materiais de divulgação.

29) Quais os benefícios internos e externos com aplicação do padrão SA8000?


Manserv: Internos–Colaboradores: a) melhora na imagem da empresa perante os
seus colaboradores, por notarem mais claramente a preocupação da empresa com a
garantia de seus direitos; b) gestão do Fornecimento; c) relacionamento melhorado
com os fornecedores e subcontratados; d) melhor gestão da cadeia de fornecimento;
e) qualidade melhorada do produto.
Externos-Gestão Estratégica: a) melhor gestão das condições de trabalho; b)
credibilidade do negócio melhora; c) garantia para os acionistas pela proteção da
reputação da marca. Marketing: a) mais informações e, portanto, mais confiança
para os consumidores (clientes); b) proteção ética do negócio; c) marca ética de
produtos.

30) Como foi realizado o processo de comunicação sobre este padrão?


Manserv: Interno: a) elaboração de uma cartilha explicativa; b) política de gestão de
responsabilidade social e respectivos treinamentos (integrações e reciclagens), c)
divulgação do desempenho do sistema através do Jornal Interno.
70

Externo-Fornecedores: a) envio de carta explicativa, termo de compromisso,


questionário e auditoria in loco; Cliente: a) CD contendo apresentação da norma,
requisitos e intenções do Grupo Manserv; Partes interessadas: a) link
responsabilidade social no site.

31) A empresa incorporou o padrão SA8000 na sua cultura?


Manserv: Sim, cada dia mais nota-se que a organização tem tratado os temas da
SA8000 com naturalidade, denotando “intimidade” com os requisitos e se
empenhando em seu cumprimento e disseminação.

32) Quais foram as lições que a empresa pôde aprender?


Manserv: Podemos destacar o aprendizado e crescimento interno possibilitado pela
criação dos canais da Ouvidoria (e-mail, link no site, caixa postal e representante
dos colaboradores). Através destes canais podemos identificar alguns desvios e
corrigi-los de forma a não se repetirem.
71

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO RIO DE JANEIRO CARTÓRIO DO 6º OFÍCIO DE


REGISTRO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS

1) A empresa dispõe de uma área específica para tratar dos assuntos de


responsabilidade social e/ou sustentabilidade?
6ºORTD: Sim

2) De onde partiu o interesse pela criação de um núcleo para cuidar desse


assunto?
6ºORTD: Da oficiala do cartório

3) Os profissionais são devidamente capacitados e/ou orientados?


6ºORTD: Sim

4) A empresa utiliza indicadores de responsabilidade social para sua


autoavaliação quanto ás práticas de responsabilidade social?
6ºORTD: Sim

5) A empresa tem uma política de responsabilidade social estruturada?


6ºORTD: Sim

6) A política de responsabilidade social é de conhecimento de todos e de fácil


acesso?
6ºORTD: Sim

7) Como é feita a comunicação das políticas internas?


6ºORTD: Através de quadros de avisos, site, treinamentos constantes e auditorias
externas devido a nossa certificação da norma que regula a responsabilidade social
na empresas - SA8000.

8) Os trabalhadores participam do processo de criação e/ou revisão das


políticas?
6ºORTD: Sim, através de reuniões periódicas de análise crítica e auditorias.

9) Há uma política salarial e de desenvolvimento humano?


6ºORTD: Sim, de forma institucionalizada.

10) Há uma política de saúde e segurança?


6ºORTD: Sim

11) Há uma política de práticas disciplinares?


6ºORTD: Sim

12) Os trabalhadores são sindicalizados?


6ºORTD: Sim

13) A empresa tem um canal aberto onde os trabalhadores possam participar


das decisões da empresa?
72

6ºORTD: Sim

14) A empresa pratica alguma ação voltada para o público interno? Qual?
6ºORTD: Sim, a política de cursos pagos pelo cartório.

15) A empresa tem algum sistema de gestão incorporado? Qual?


6ºORTD: Sim, através do sistema de gestão da qualidade (padrão ISO 9001:2008) e
do sistema de gestão da responsabilidade social (padrão SA 8000).

16) A empresa já foi certificada por outros padrões, como as séries ISO9000 ou
ISO14000?
6ºORTD: Sim, através do sistema de gestão da qualidade (padrão ISO 9001:2008) e
do sistema de gestão da responsabilidade social (padrão SA 8000).

17) A empresa planeja obter mais certificações? Se sim, porque?


6ºORTD: Não, pois os dois padrões que somos certificados complementam todo o
sistema de gestão existente.

18) A empresa publica relatório social? Com qual freqüência?


6ºORTD: Não, apenas o COP – Comunicação de Progresso devido à aderência ao
Pacto Global da ONU.

19) Como é feita a avaliação para contratação de fornecedores?


6ºORTD: Os fornecedores assinam uma carta de compromisso social,
comprometendo-se a seguir os mesmos padrões estabelecidos no 6º Ofício.

20) Para contratação de fornecedores é requisito que sejam certificados por


algum padrão de sistema de gestão?
6ºORTD: Não

21) São feitas avaliações e monitoramento desses fornecedores?


6ºORTD: Visitas técnicas são realizadas anualmente para checar as informações
prestadas.

22) São avaliadas as práticas dos fornecedores quanto à temática de


responsabilidade social e sustentabilidade?
6ºORTD: Sim, através do compromisso social e visitas técnicas.

23) A empresa tem a certificação do padrão SA8000? Quando ocorreu esta


certificação? 6ºORTD: Sim, desde 28/02/2006 até a presente data.

24) Como foi o processo para aplicação do padrão SA8000?


6ºORTD: Através de consultoria externa.

25) A empresa dispõe de uma pessoa e/ou grupo específico responsável para
monitoramento do padrão SA8000?
6ºORTD: Sim

26) Quais foram às dificuldades que a empresa enfrentou para a aplicação do


padrão SA8000?
73

6ºORTD: Não foram encontradas dificuldades, pois a empresa já possuía uma


cultura organizacional neste sentido, apenas foram necessárias algumas
adequações.

27) A empresa teve custo elevado para aplicação do padrão SA8000?


6ºORTD: Sim

28) Quais os benefícios internos e externos com aplicação do padrão SA8000?


6ºORTD: Internos: satisfação e motivação dos funcionários; Externos: valorização
e reconhecimento do consumidor.

29) Como foi realizado o processo de comunicação sobre este padrão?


6ºORTD: Através do site, envio de newsletter, etc.

30) A empresa incorporou o padrão SA8000 na sua cultura?


6ºORTD: Sim

31) Quais foram as lições que a empresa pôde aprender?


6ºORTD: O ambiente de trabalho ficou mais seguro, saudável e harmonioso. Foram
criadas regras que possibilitaram avaliar e selecionar fornecedores e prestadores de
serviços, com base na capacidade destes cumprirem os requisitos da Norma
SA8000:2001. Tornou-se mais fácil solucionar prontamente qualquer não-
conformidade identificada no sistema de gestão do 6º Ofício.
74

APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO BANCO BRADESCO S.A

1) A empresa dispõe de uma área específica para tratar dos assuntos de


responsabilidade social e/ou sustentabilidade?
Bradesco: Sim existe a Gerência de Responsabilidade Socioambiental do
Departamento de Relações com o Mercado e a Gerência de Responsabilidade
Social do Departamento de Recursos Humanos.

2) De onde partiu o interesse pela criação de um núcleo para cuidar desse


assunto?
Bradesco: A sustentabilidade é considerada como tema estratégico para a
organização.

3) Os profissionais são devidamente capacitados e/ou orientados?


Bradesco: Sim, assim como em outros departamentos, participando de programas
de desenvolvimento e procurando a atualização necessária.

4) A empresa utiliza indicadores de responsabilidade social para sua


autoavaliação quanto às práticas de responsabilidade social?
Bradesco: Sim, os indicadores inclusive são divulgados aos públicos interessados
por meio do Relatório de Sustentabilidade.

5) A empresa tem uma política de responsabilidade social estruturada?


Bradesco: Sim, além da Política de Responsabilidade Socioambiental tem também
a Política de Gerenciamento dos Recursos Humanos referente à responsabilidade
social.

6) A política de responsabilidade social é de conhecimento de todos e de fácil


acesso?
Bradesco: Sim e está disponível na Intranet e no site do Bradesco.

7) Como é feita a comunicação das políticas internas?


Bradesco: Por meio das matérias corporativas, painéis em algumas áreas e da
Intranet.

8) Os trabalhadores participam do processo de criação e/ou revisão das


políticas?
Bradesco: No caso da Política de Gerenciamento de Recursos Humanos está
sendo aplicada ferramenta em projeto piloto para avaliar o seu grau de aderência.

9) Há política salarial e de desenvolvimento humano?


Bradesco: Sim.

10) Há uma política de saúde e segurança?


Bradesco: Sim e está contemplada na Política de Gerenciamento dos Recursos
Humanos.

11) Há uma política de práticas disciplinares?


Bradesco: Idem anterior.
75

12) Os trabalhadores são sindicalizados?


Bradesco: Sim.

13) A empresa tem um canal aberto onde os trabalhadores possam participar


das decisões da empresa?
Bradesco: Existem alguns canais internos para que os funcionários possam
manifestar-se, inclusive sem identificação.

14) A empresa pratica alguma ação voltada para o público interno? Qual?
Bradesco: Várias ações a exemplo de prevenção de saúde, voluntariado, ética etc.

15) A empresa tem algum sistema de gestão incorporado? Qual?


Bradesco: Sim a exemplo do Sistema de Gestão de Responsabilidade Social e o
Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional.

16) A empresa já foi certificada por outros padrões, como as séries ISO9000 ou
ISO14000?
Bradesco: Sim são mais de 200 certificações ISO9001, 15 com o Certificado
GoodPriv@cy e a ISO14001, OSHSAS 18001 e SA8000 em escopos específicos.

17) A empresa planeja obter mais certificações? Se sim, porque?


Bradesco: O Bradesco busca sempre ampliar suas certificações considerando sua
filosofia de melhoria contínua.

18) A empresa publica relatório social? Com qual freqüência?


Bradesco: Sim, anualmente o Relatório de Sustentabilidade no padrão GRI.

19) Como é feita a avaliação para contratação de fornecedores?


Bradesco: Temos no Departamento de Compras uma área com foco em Gestão de
Fornecedores que utiliza critérios socioambientais para seleção dos parceiros e no
Departamento de Recursos Humanos a área gestora do padrão SA8000 também
desenvolve importante programa de engajamento de fornecedores.

20) Para contratação de fornecedores é requisito que sejam certificados por


algum padrão de sistema de gestão?
Bradesco: Não há esta exigência, mas no caso do padrão SA8000, por exemplo, é
solicitada a formalização de compromisso com seus requisitos.

21) São feitas avaliações e monitoramento desses fornecedores?


Bradesco: Sim, no caso do padrão SA8000 os prestadores de serviço tem acesso
aos canais de comunicação instituídos para os demais funcionários do Bradesco e a
área gestora promove visitas in loco para avaliações.

22) São avaliadas as práticas dos fornecedores quanto à temática de


responsabilidade social e sustentabilidade?
Bradesco: Sim, conforme resposta anterior.

23) A empresa tem a certificação do padrão SA8000? Quando ocorreu esta


certificação?
76

Bradesco: Sim, para o Prédio Paulista e Departamento de Recursos Humanos e


para o ano de 2009 está prevista a expansão na Cidade de Deus (matriz da
empresa). A certificação ocorreu em fevereiro de 2007.

24) Como foi o processo para aplicação do padrão SA8000?


Bradesco: Envolvimento das lideranças e de todo o quadro de funcionários e
prestadores de serviços para entendimento do sistema de gestão.

25) A empresa dispõe de uma pessoa e/ou grupo específico responsável para
o monitoramento do padrão SA8000?
Bradesco: Sim, há uma célula em uma das Gerências do Departamento de
Recursos Humanos.

26) Quais foram às dificuldades que a empresa enfrentou para a aplicação do


padrão SA8000?
Bradesco: Cumprir todas exigências da norma no que se refere ao sistema de
monitoramento, considerando a capilaridade da empresa.

27) A empresa teve custo elevado para aplicação do padrão SA8000?


Bradesco: São necessários investimentos significativos decorrentes da contratação
de consultoria especializada e também das ações de implementação da certificação
(treinamento, comunicação etc).

28) Quais os benefícios internos e externos com aplicação do padrão SA8000?


Bradesco: Trata-se de excelente ferramenta de gestão para a área de Recursos
Humanos e para as atividades da área de Segurança e Saúde Ocupacional, com
destaque para prevenção de problemas ocorridos no ambiente de trabalho, a
exemplo de assédio moral. Além disso, fortalece evidências favoráveis ao
reconhecimento das boas práticas de gestão nos diversos indicadores adotados pelo
mercado (Dow Jones, ISE Bovespa etc).

29) Como foi realizado o processo de comunicação sobre este padrão?


Bradesco: Reuniões com as lideranças, palestras aos funcionários e várias ações
de endomarketing, além do desenvolvimento de Cartilha SA8000 e vídeo sobre
Organização do Trabalho.

30) A empresa incorporou o padrão SA8000 na sua cultura?


Bradesco: Sim, trata-se de sistema de gestão corporativo.

31) Quais foram às lições que a empresa pôde aprender?


Bradesco: A importância de sermos coerentes com nossos valores e adotarmos
ações que tangibilizem as nossas políticas.
77

18 – ANEXOS

ANEXO A – DECLARAÇÃO DE CONFORMIDADE E COMPROMISSO DE


RESPONSABILIDADE SOCIAL PADRÃO SA8000 UTILIZADA PELO BRADESCO

Declaração de Conformidade e Compromisso de Responsabilidade Social Norma SA8000®

A empresa ________________________________________________ consciente da necessidade


de atuação conjunta para melhoria da qualidade das relações e ambiente de trabalho, tendo práticas
de responsabilidade social empresarial como base para promoção do desenvolvimento sustentável,
declara sua conformidade frente aos aspectos legais aplicáveis à atividade e aos requisitos da Norma
SA8000® de Responsabilidade Social conforme abaixo relacionados.

• Trabalho Infantil
A empresa não utiliza e não apóia a utilização de trabalho infantil por seus fornecedores e sub-
contratados, comprometendo-se a ações de reparação sempre que crianças forem encontradas
trabalhando. • Trabalho Forçado A empresa não utiliza e não apóia a utilização de trabalho forçado
por seus fornecedores e sub-contratados. Os trabalhadores não têm seus documentos originais
retidos e não são obrigados a fazer depósitos como condição de serem admitidos. • Saúde e
Segurança A empresa proporciona um ambiente de trabalho seguro e saudável a todos os seus
trabalhadores, com acesso à água potável, banheiros limpos, equipamentos de segurança
necessários e treinamento para sua correta utilização, tomando medidas cabíveis para a prevenção
de acidentes e danos à saúde. • Liberdade de Associação e Direito à Negociação Coletiva A
empresa respeita o direito dos trabalhadores de se associar a Sindicatos, bem como negociar
coletivamente, assegurando que não haja represálias. • Discriminação A empresa não se envolve ou
apóia a discriminação de qualquer natureza, seja por raça, classe social, nacionalidade, religião,
deficiência física ou mental, sexo, orientação sexual, associação a sindicatos, idade, afiliação política
ou quaisquer outras condições que possam dar ensejo à discriminação. Práticas Disciplinares A
empresa proíbe a punição corporal, mental, coerção física ou abuso verbal de caráter sexual ou não,
em relação aos trabalhadores. • Horários de Trabalho e Remuneração A empresa respeita a
jornada de trabalho e remunera todos os seus trabalhadores de acordo com a legislação estabelecida
e/ou ratificada pelas Convenções Coletivas dos Sindicatos representantes das respectivas categorias
funcionais. • Sistema de Gestão A empresa estabelece procedimentos que permitem a contínua
adequação da organização aos requisitos acima, compartilha com sua área de influência boas
práticas e aprendizagem, e estende a sua cadeia de fornecedores este compromisso de
Responsabilidade Social. Além disso, assume a responsabilidade de: a) Participar das atividades de
monitoração de fornecedores, conforme programação e agendamento prévio; b) Implementar ações
de reparação, corretivas e preventivas para tratar quaisquer não conformidades identificadas contra
os requisitos da Norma SA 8000; c) Informar à Organização Bradesco sobre as relações de negócio
relevantes com outros fornecedores/subcontratados e sub-fornecedores.

Nome da Empresa/Carimbo de Identificação:

____________________________________
Identificação e assinatura do Representante:

Osasco, _______ de ______________ de 20__.


FIGURA 1 - Declaração de conformidade e compromisso de responsabilidade social norma SA8000 .
Fonte: Banco Bradesco S.A
78

ANEXO B – RELAÇÃO DAS EMPRESAS CERTIFICADAS PELO


PADRÃO SA8000 NO BRASIL

TABELA 1
Empresas certificadas pelo padrão SA8000 no Brasil até 31 de março de 2009.
Fonte: SAI
QTD EMPRESA SETOR DE ATIVIDADE
Açoflan Distribuidor De Conexões E Flanges
1 Metal Products
Ltda.
2 Açotubo Indústria E Comércio Ltda. Metal Products
6o Oficio De Registro De Titulos E
3 Business Services
Documentos
4 Aalborg Industries S.A. Electronics
5 AB Plast Manufaturados Plasticos Ltd Plastics
Ajinomoto Biolatina Indústria E Comércio
6 Chemicals
Ltda.
Ajinomoto Interamericana Indústria E
7 Chemicals
Comércio Ltda.
8 Albras Alumino Brazileiro SA Metal Products
9 Alcoa Alumínio S/A Metal Products
10 American Bank Note S.A Financial Services
Arcelormittal Brasil S/A (Ex Belgo Siderurgia
11 Metal Products
SA - Unidade De Piracicaba )
12 Arkema Quimica Ltda Chemicals
13 Banco Bradesco S/A Financial Services
14 Belgo Juiz De Fora Metal Products
15 Beraca Sabara Químicos E Ingredientes Ltda Chemicals
16 C.S.E. Mecânica E Instrumentação Ltda Electronics
17 Câmara Municipal De Barueri Social Services
18 Cegelec Ltda Construction
19 Centelha Equipamentos Elétricos Ltda Energy
CETREL SA EMPRESA DE PROTECAO
20 Waste Management
AMBIENTAL
21 Chemyunion Quimica Ltda Cosmetics
Cia Suzano De Papel E Celulose - SP -
22 Paper Products
Nemo, Brazil
CIEDS - Centro Integrato De Estudos E
23 Social Services
Programas De Desenvolvimento Sustentavel
24 Consistem Sistemas Ltda Information Technology
Consórcio De Alumínio Do Maranhão -
25 Metal Products
ALUMAR
26 Construtora Andreade Gutierrez S/A - SP Engineering / Development
27 Copag Da Amazônia S.A. Printing
28 C-Pack Creative Packaging S/A Packaging
29 CPFL - Companhia Paulista De Forca E Luz Energy
30 Ctmain Engenheiros S/S Ltda Engineering / Development
31 De Nadai Alimentacao S/A Food
Eagleburgmann Do Brazil Vedações
32 Industrial Equipment
Industriais LTDA
79

Ecovap Engenharia E Construções Vale Do


33 Engineering / Development
Paraiba Ltda
34 Electro Aço Altona S/A - Metal Products
35 Empresa Carioca De Produtos Quimicos SA Chemicals
Engefiltro Comercio Importacao E Exportacao
36 Industrial Services
Ltda.
37 Engelogica Engenharia De Sistemas Ltda Engineering / Development
38 Estrutural Serviços Industriais Ltda Construction
39 FERPAN Waste Management
40 Fluxo Services De Petroleo Ltda Business Services
41 Fundimisa - Fundição E Usinagem Ltda Metal Products
42 GDK S/A Construction
43 Gemacom Comércio E Serviços Ltda Food
44 Geraldo J. Coan & Cia Ltda Logistics
Givaudan Do Brasil Indústria E Comércio De
Aromas E Fragrâncias Ltda (Formerly: Ici
45 Cosmetics
Especialidades Quimicas Ltda Divisao Quest
Fragrancia E Aromas)
46 Givaudan Do Brazil Ltda Chemicals
47 Gpti Tecnologia Da Informação Sa. Information Technology
48 Graça Terra Tourism & Recreation
49 Gs Plasticos Ltda. Packaging
Gunnebo Industries Produtos Para
50 Industrial Equipment
Movimentação De Cargas Ltda.
51 Hsbc - Bank Brasil S.A. - Banco Multiplo Financial Services
52 Ilios Consultoria Ltda. Consulting
53 Interdesign Moveis Ltda Furnishings
54 Ipiranga Química Sa Chemicals
55 Isp Do Brasil Ltda Chemicals
56 Kannenberg & Cia Ltda Food
KBH & C - Kannenberg, Barker, Hail & Cotton
57 TOBACCO
Tabacos.
58 Kemira Chemicals Brazil LTDA Chemicals
59 Kraton Polymers Do Brasil S/A Plastics
60 Laboratorio Sabin De Analises Clinicas Ltda Health Services
61 Maeda Sa Agroindustrial Agriculture
62 Mangels Indústria E Comércio Ltda. Metal Products

63 Mangels Indústria E Comércio Ltda. Metal Products

64 Mangels Indústria E Comércio Ltda. Metal Products

65 Manserv Montagem E Manutenção Ltda. Engineering / Development


66 Marcopolo S/A Automotive
67 Marelli Moveis Para Escritorio Ltda. Furnishings
68 Masa Da Amazonia Ltda Plastics
69 Mbf Embalagens Ltda Plastics
80

Meadwestvaco Calmar Brasil


70 Plastics
Produtos Plásticos Ltda.
71 Mendes Junior Trading E Engenharia S.A Construction
72 Metalúrgica Jorba Indústria E Comércio Ltda Metal Products

73 MSA Do Brasil Equipamentos E Instrumentos Safety & Medical Equipment


74 Nippon Engenharia Ltda Industrial Services
75 NM Engenharia E Anticorrosao Ltda Cleaning Services
76 NM Serviços Brasil Ltda Metal Products
77 Nucleo Engenharia Consultiva Ltda Consulting
78 Oxiteno SA E Oxiteno Nordeste Chemicals
79 Pastore da Amazonia S/A Furnishings
80 Petrobras - Refinaria Gabriel Passos Chemicals
81 Petrobras Engenharia Engineering / Development
Philips Do Brasil Ltda - Divisão Walita -
82 Electronics
Varginha
83 Rio Grande Energia S.A Energy
84 Rio Paracatu Metals & Mining
Sanko - Sider Comércio, Importação E
85 Metal Products
Exportação De Produtos Siderúrgicos Ltda
86 Sao Marco Industria Comercio LTDA Industrial Equipment
87 Saraiva Equipamentos Ltda Transportation
Sigmaplast Indústria Comércio e Exportação
88 Plastics
Ltda
89 Superquip Business Services
90 Suspensys Sistemas Automotivos Ltda Automotive
91 Tedia Brasil Produtos Para Laboratórios Ltda Chemicals

92 Telsan Engenharia e Serviços Ltda. Engineering / Development


Unimetal Industria, Comercio e
93 Chemicals
Empreendimentos Ltda
94 Utc Engenharia Construction
95 Valesul Alumínio Sa Metals & Mining
96 Viacão Saens Pena S.A. Transportation
97 Zell Ambiental Ltda Energy
81

ANEXO C - ISO26000 - INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR


STANDARDIZATION 26000

A ISO 26000 será a norma internacional de Responsabilidade Social e está prevista


para ser concluída em 2010. O Grupo de Trabalho de Responsabilidade Social da ISO
(ISO/TMB WG) – responsável pela elaboração da ISO 26000 - é liderado em conjunto pelo
Instituto Sueco de Normalização (SIS - Swedish Standards Institute) e pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Assim, em decisão histórica o Brasil, juntamente
com a Suécia, passou a presidir de maneira compartilhada o grupo de trabalho que está
construindo a norma internacional de Responsabilidade Social.52
O desenvolvimento desta norma tem também sido inovador, um processo
multistakeholder. O Grupo de Trabalho de Responsabilidade Social da ISO (ISO/TMB WG) é
constituído por mais de 360 experts e observadores de mais de 60 países. Os experts e
observadores participam do processo de construção da ISO 26000 de duas formas – por
meio de delegações nacionais ou das chamadas organizações D-liaison. As delegações
nacionais são compostas pelas seguintes categorias ou partes interessadas (stakeholders)
da sociedade: Trabalhadores; Consumidores; Indústria; Governo; ONG’s organizações não
governamentais; Serviço, suporte e outros. Esta última categoria engloba consultores,
academia, etc. Já as organizações D-liaison são relevantes organizações internacionais ou
regionais com importante atuação nos temas relativos à responsabilidade social como, por
exemplo: Organização Internacional do Trabalho, Global Reporting Initiative, Organização
Mundial da Saúde, Consumers International, UN-Global Compact (Pacto Global da ONU);
Organization for Economic Co-operation and Development (OCDE) entre outros. Do Brasil, o
Instituto Ethos de Responsabilidade Social tem participado como organização D-liaison pela
Rede Interamericana de Responsabilidade Social.53
O ISO/TMB WG realizou, até o presente momento, cinco reuniões que definiram as
principais resoluções a respeito da ISO 26000. Seguem abaixo as principais características
desta norma: será uma norma de diretrizes, sem propósito de certificação; não terá caráter
de sistema de gestão; não reduzirá a autoridade governamental; será aplicável a qualquer
tipo e porte de organização (empresas, governo, organizações não governamentais, etc);
será construída com base em iniciativas já existentes (não será conflitante com tratados e
convenções existentes); enfatizará os resultados e melhoria de desempenho; prescreverá
maneiras de se implementar a Responsabilidade Social nas organizações; promoverá a
sensibilização para a Responsabilidade Social.54
Embora ainda em processo de construção podendo, portanto, sofrer alterações,
podemos dizer que a ISO 26000 abordará como temas centrais da RS, as seguintes
questões: Organizational Governance - Governança Organizacional; Human rights - Direitos
Humanos; Labour practices - Práticas do Trabalho; The environment - Meio ambiente; Fair
Operating Pratices - Práticas Leais(justas) de Operação; Consumers issues - Questões do
Consumidor; Community involvement and development – Envolvimento e Desenvolvimento
da Comunidade.55
Além disso, pode aferir que as organizações que quiserem ter um comportamento
socialmente responsável deverão: ser responsáveis pelos impactos de suas decisões e
atividades na sociedade e no meio ambiente; contribuir com o desenvolvimento sustentável,
a saúde e bem estar da sociedade; considerar as expectativas dos seus stakeholders; ter

52
www.inmetro.gov.br
53
Idem
54
Idem
55
Idem
82

um comportamento ético e transparente; estar de acordo com as normas internacionais de


comportamento.56

Trabalhos da ISO 26000 no Brasil

Os trabalhos desenvolvidos no Brasil ocorrem no fórum da Associação Brasileira de


Normas Técnicas ABNT – entidade reconhecida como o fórum de normalização do Brasil.
Para isso foi criada a Comissão Especial de Estudos de Responsabilidade Social - CEE/RS.
É no âmbito desta Comissão que ocorrem as reuniões que tratam tanto das normativas
nacionais quanto do desenvolvimento da ISO 26000, atuando como Comitê Espelho da ISO
26000. As reuniões da CEE/RS são abertas a todos os interessados no movimento da
Responsabilidade Social.57
A ISO estabeleceu como diretriz que cada Delegação Nacional tenha um especialista
e um observador em cada categoria de stakeholder. A Delegação Brasileira tem hoje a
seguinte configuração: Trabalhadores: DIEESE e Observatório Social; Consumidores: IDEC;
Indústria: Petrobras e Furnas; Governo: Ministério do Desenvolvimento Social e Inmetro;
Organizações não governamentais: Grupo de Articulação de Ong’s - GAO e Sistema de
Apoio Institucional – SIAI; Serviço, suporte e outros: Fundação Vanzolini e Universidade
Federal Fluminense.58
O Instituto Ethos de Responsabilidade Social participa dos trabalhos como
organização D-liaison. As organizações D-liaison são organizações cuja atuação é
considerada como relevante nos temas relativos à RS.59

56
www.inmetro.gov.br
57
Idem
58
Idem
59
Idem
83

ANEXO D - PROGRAMA TEAR DE TRABALHO EM CADEIA DE


VALOR

O Programar Tear é o resultado de uma parceria de três anos, entre o Instituto Ethos
de Empresas e Responsabilidade Social e o Banco Interamericano de Desenvolvimento –
BID. O Programa Tear tem como objetivo auxiliar as organizações no fortalecimento da
gestão sustentável e na incorporação da responsabilidade social em suas estratégias de
negócios com fornecedores e clientes, tornando-os parceiros na construção de uma nova
forma de fazer negócio e desenvolvimento sustentável do país60.
A Metodologia Tear foi criada levando-se em consideração a experiência de 06
organizações que já trabalham com a implementação de RSE - Responsabilidade Social
Empresarial junto à sua cadeia de fornecedores. São elas: ABN, Belgo, Boticário, CPFL,
FIEB e Natura. A construção da Metodologia Tear levou em consideração as lições
aprendidas de cada uma dessas experiências, compilando fatores críticos de sucesso para
a implementação efetiva do tema.
Toda a implementação do Programa Tear é norteada pela Metodologia Tear de
Trabalho em Cadeia de Valor. Na figura abaixo é apresentada a estrutura da metodologia no
que diz respeito a implementação do Programa Tear pelo grupo de trabalho:

QUADRO 1
Implementação do Programa Tear norteada pela Metodologia Tear de Trabalho em Cadeia
de Valor.
Fonte: Instituto Ethos

60
www.ethos.org.br
84

O Programa Tear está estruturado em três fases principais todas elas descritas na
Metodologia Tear, dando-se:
A primeira fase, ou Etapa A, é o início da construção da rede e sensibilização onde
se darão as atividades iniciais junto a empresa-âncora para a formação da sua equipe
executora e a seleção, 2 de 3 com base na sua estratégia e análise de risco e variáveis
críticas, de 15 a 25 empresas da sua cadeia de valor (fornecedores e/ou clientes);
A segunda fase, composta pelas Etapas B a F, é a implementação do programa no
grupo de trabalho formado onde serão aplicadas ferramentas específicas para se atingir os
objetivos de sensibilizar e analisar a sustentabilidade do negócio (na etapa B), fazer o
diagnóstico da gestão sustentável (na etapa C), de criar, implementar e monitorar os planos
de ação (na etapa D), de comunicar e relatar as ações implementadas (na etapa E) e de
consolidar a rede formada (na etapa F);
A terceira fase, ou Etapa G, é o momento da expansão da rede por parte da
empresa-âncora. Em novembro de 2007 foi lançada a publicação Metodologia Tear de
trabalho em Cadeia de Valor. Foi a primeira publicação do Instituto Ethos a utilizar
ferramentas de ponta disseminadas por outras instituições (como mapeamento de partes
interessadas, SWOT), além de trabalhar com um conjunto de ferramentas desenvolvidas
pelo Instituto Ethos, como: Indicadores, Metas do Milênio, Matriz de Critérios Essenciais,
Matriz de Evidência de Sustentabilidade, e Guia de Elaboração do Balanço Social. Serviu de
guia indicando produtos e ferramentas para cada etapa sugerindo material para aplicação
da metodologia na cadeia de valor61.

61
www.ethos.org.br
85

ANEXO E – OHSAS 18001

OHSAS 18001 é uma norma para sistemas de gestão da Segurança e da Saúde no


Trabalho (SST). A certificação por essa norma garante o compromisso da empresa com a
redução dos riscos ambientais e com a melhora contínua de seu desempenho em saúde
ocupacional e segurança de seus colaboradores. A OHSAS 18001, cuja sigla significa
Occupational Health and Safety Assessment Series — entrou em vigor em 1999, após
estudos de um grupo de organismos certificadores e de entidades de normalização da
Irlanda, Austrália, África do Sul, Espanha e Malásia. A criação dessa norma levou em conta
algumas normas nacionais já existentes, como a BS8800, na Inglaterra. A norma se baseia
no conceito de que a companhia deve periodicamente analisar e avaliar seu sistema de
gestão da segurança e saúde no trabalho, de maneira a sempre identificar melhoras e
implementar as ações necessárias. Por isso, ela não estabelece requisitos absolutos para o
desempenho da SST — mas exige que a empresa atenda integralmente à legislação e
regulamentos aplicáveis e se comprometa com o aperfeiçoamento contínuo dos processos.
Por não estabelecer padrões rígidos, duas organizações que desenvolvam atividades
similares, mas que apresentem níveis diferentes de desempenho da SST, podem,
simultaneamente, atender aos requisitos da norma62.

62
www.ethos.org.br

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