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Técnicas

Tecnicamente, o Aikido é baseado nos fundamentos da linha Daito Ryu Aiki Jujutsu conhecida pelo mestre
Ueshiba, e contam com a integração do movimento e a harmonização. Movimentos circulares que
desequilibram, imobilizam e conduzem, sem se contraporem ao atacante.

Como no Jujutsu, necessita de movimentos rápidos e bem calculados, e diferente do Jujutsu, rejeita um
confronto baseado no ataque. Socos e chutes ofensivos são raros, e o aikidoista nunca será o primeiro a
atacar. Ao contrário de aplicar força contra seus oponentes, o aikidoista movimentar-se-á no instante do
ataque com movimentos circulares. Quando em confronto com dois ou mais oponentes, o aikidoista esquivar-
se-á, deixando assim, as forças dos oponentes serem usadas umas contra as outras.

De acordo com os princípios deixados pelo fundador, o Aikido não contém nem competições, nem combates.
Além disso, a interação entre os praticantes, e a busca da sofisticação técnica e do conhecimento dos
princípios, favorece ao praticante um profundo auto conhecimento e aprimoramento interno.

Em Aikido, os movimentos são guiados pelos pés, os quais direcionam o quadril, o tronco e os braços
sucessivamente. Também, busca-se utilizar o KI, e não a força física. A mente guia e o corpo segue, ambos
em total harmonia. Assim, a integração física, mental e espiritual é buscada através da prática, das técnicas,
da conduta e dos princípios filosóficos que a arte propõe.

O Aikido pode ser praticado por pessoas de ambos os sexos, sem restrições de idade, na posição em pé ou
sentada (seiza), com ou sem armas (bastão ou espada), contra um ou mais praticantes.

Segundo o mestre Ueshiba o Aikido não é uma técnica para lutar contra o inimigo ou derrotá-lo. É uma
maneira de conciliar as diferenças que existem no mundo e fazer dos seres humanos uma grande família.

O que é um Hakama e quem o usa?

O Hakama é a calça parecida com uma saia que alguns aikidocas usam. É uma peça tradicional da
vestimenta de um samurai. O gi padrão usado em aikido, bem como em outras artes marciais tais como judo
ou karate, era originalmente uma roupa de baixo. Vestir o Hakama é, em muitas escolas, parte da tradição do
Aikido.

O Hakama era no princípio uma proteção para as pernas dos cavaleiros contra atritos e arranhões em arbusto
etc., não muito diferente das calças de couro usadas pelos "cowboys" estadunidenses e pelos vaqueiros
sertanejos. O couro era muito difícil de se obter no Japão, assim tecidos pesado eram usados em seu lugar.
Após a transformação dos samurais em combatentes desmontados, atuando mais a pé, o Hakama continuou
sendo usado porque ele os distinguia em meio a tropa e os tornava mais facilmente identificáveis.

Porém havia diferenças de estilo nos Hakamas. O tipo usado hoje em dia pelos praticantes de artes marciais
-- o Hakama "com pernas" -- é chamado de "joba hakama" (ao pé da letra, utensílio para montagem a cavalo
que é usado por alguém). Havia uma versão de Hakama que parecia um tipo de saia em forma de tubo (sem
pernas) e ainda um terceiro tipo que era uma versão longa do segundo. Ele era vestido nas visitas ao Shogun
ou ao Imperador. Media habitualmente 3,6 a 4,5 metros de comprimento e era dobrado repetidamente e
colocado entre os pés e a parte posterior do corpo do visitante. Isto fazia com que ele movesse-se em shikko
("caminhar ajoelhado") para sua audiência e dificultava bastante para alguém esconder uma arma ou se
erguer rapidamente para um ataque.
As sete dobras de um Hakama (5 na parte da frente e 2 na parte de trás) são ditas possuidoras dos seguintes
significados simbólicos:

1. (Yuuki) Coragem, Valor, Bravura.


2. (Jin) Humanidade, Misericórdia, Benevolência.
3. (Gi) Justiça, Retidão, Integridade.
4. (Rei) Etiqueta, Cortesia, Civilidade (algo como reverência/obediência).
5. (Makoto) Sinceridade, Honestidade, Realidade.
6. (Chuugi) Lealdade, Fidelidade, Devoção.
7. (Meiyo) Honra, Credibilidade, Glória; também Reputação, Dignidade, Prestígio.

Em muitas escolas, apenas os faixa-preta vestem Hakama; em outras, todas as pessoas fazem-no. Em
algumas as mulheres podem iniciar seu uso antes dos homens (geralmente o motivo dado é o recato feminino
-lembremo-nos que o gi era, originalmente, roupa de baixo). O-Sensei era bastante enfático em que TODOS
deviam vestir Hakama, mas ele vinha de um tempo/cultura não muito distante do tempo em que o Hakama
era uma forma padrão de vestimenta formal.

Saito Sensei fala sobre o uso do hakama no dojo de O-Sensei, nos velhos dias:"Muitos dos estudantes eram
pobres demais para comprar um hakama, mas era exigido que o usassem. Se eles não pudessem conseguir
um de um parente mais velho, poderiam pegar a cobertura de um velho colchão, cortá-la, pintá-la e a dar a
uma costureira para que fosse feito um Hakama. Porém, como eles tinham que usar uma tinta barata, depois
de um tempo a cor começava a aparecer e a felpa do colchão começava a passar pelo material".

"No Japão do pós-guerra muitas coisas eram difíceis de obter, inclusive roupas. Por causa da escassez, nós
treinávamos sem hakama. Nós tentamos fazer hakamas de cortinas de blackout contra ataques aéreos, mas
essas cortinas tinham ficado ao sol durante anos, e os joelhos rasgavam tão logo arrastavam pelo chão na
prática de suwariwaza. Nós estávamos constantemente trocando aqueles hakamas. Foi nessas condições
que alguns fizeram a sugestão: 'Por que nós não adotamos que seja aceito não vestir hakama até que a
pessoa seja shodan?' Esta idéia foi posta em prática como uma política temporária para evitar despesas. A
idéia por trás da sugestão não tinha nada a ver com o uso do hakama como um símbolo da ascensão à faixa-
preta".

Em "Os Princípios do Aikido", na sessão de Hakamas, Saotome Sensei menciona que o Hombu dojô, à época
que ele lá treinou, era um lugar bem colorido, com Hakamas de todas as cores. Também, os tradicionais
Hakamas não era de uma cor só; tinham até paletas de cores sobre eles.

Como drobrar o Hakama?

Aqui estão algumas rápidas instruções sobre como dobrar um Hakama. É da etiqueta japonesa que os Kohai
sempre peçam para dobrar os Hakamas dos Senpai.

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