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Basta considerar que os trmites internos possam ser cumpridos, obtendose as devidas licenas para o processo e reconhecendo-se ao Tribunal Penal
Internacional a competncia para o processo e julgamento (usando-se, aqui, os
argumentos utilizados para considerar como ultrapassado o bice da coisa
julgada). Os trmites internos relativos imunidade processual podem, inclusive,
ser tidos como inaceitveis, considerando que as instncias nacionais podem ser
tidas, a critrio do Tribunal Penal Internacional e considerando o caso concreto,
como previstas to apenas para o caso em que a jurisdio nacional devesse
atuar, e no a partir do momento em que a competncia do Tribunal Penal
Internacional devesse, de forma complementar, principiar por ocorrer (deve-se
lembrar, mais uma vez, toda a argumentao elencada para justificar a quebra do
dogma da coisa julgada).
9. Concluses
Desse modo, e tomando em conta toda a argumentao desenvolvida
supra, pode-se, sem grande ou exagerado esforo, considerar como superveis
todos os problemas ou obstculos constitucionais para o envio do texto do Tratado
de Roma ao Congresso Nacional, sua anlise pelas duas Casas Legislativas e sua
posterior ratificao, dentre os quais foram destacados os da ausncia de coisa
julgada, da priso perptua, da extradio de nacionais e de estrangeiros, da
imprescritibilidade de crimes e da ausncia de imunidade de certos agentes
pblicos.
Desse modo, com a ratificao do Tratado de Roma e a participao no
Tribunal Penal Internacional, estar o Brasil cumprindo sua vocao de Estado
que tem por fundamento a dignidade da pessoa humana 10, e por objetivos a
construo de uma sociedade livre, justa e solidria, promovendo o bem de todos,
sem discriminao de qualquer natureza11, regendo-se nas relaes internacionais
seguindo os princpios da prevalncia dos direitos humanos, da autodetrminao
dos povos, da independncia nacional, da no-interveno, da igualdade entre os
Estados, da defesa da paz, da soluo pacfica dos conflitos, do repdio ao
terrorismo e ao racismo, da concesso de asilo poltico e da cooperao entre os
povos para o progresso da humanidade12.
10. Bibliografia consultada
ARAGO, Eugnio Jos Guilherme de. A Incorporao ao Direito Interno de
Instrumentos Jurdicos de Direito Internacional Humanitrio e Direito
Internacional dos Direitos Humanos. Artigo in Revista CEJ, n 11, p.27-30,
Braslia, CJF, 2000.
CF, art. 1, III.
CF, art. 3, I e IV.
12
CF, art. 4.
10
11