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junho 2012
Trombose Venosa Cerebral: Relato de Casos e Reviso de Literatura
Rodrigo Antonio Rocha da Cruz Adry, Catarina Couras Lins, Marcio Cesar de
Mello Brando
Introduo
Em 1825, Ribes descreveu a histria clnica de um homem de
45 anos de idade que morreu depois de uma histria de seis
meses de cefalia grave, epilepsia e delrio6,9,20. O exame post
mortem mostrou a trombose do seio sagital superior, do seio
transversal esquerdo e de uma veia cortical na regio parietal.
Essa foi provavelmente a primeira descrio detalhada de
trombose venosa cerebral (TVC) em um homem6. A incidncia
de TVC, estimada a partir de algumas sries de necropsias,
varia de 1% para necropsias consecutivas e 9% das necropsias
por acidentes cerebrovasculares4. A sua incidncia anual em
adultos 0,22/100.00014. As mulheres so afetadas trs vezes
mais que os homens19.
O diagnstico da TVC pode ser muito difcil devido ao seu
quadro neurolgico proteiforme3,5,22. Dessa forma, o diagnstico
correto feito com demora considervel17, necessitando,
alm disso, de exames de neuroimagem para confirmar o diagnstico4.
A ressonncia magntica (RM) do crebro, especialmente
angioressonncia (angio RM), e a angiografa cerebral,
so os procedimentos de diagnstico para estabelecer TVC8,16.
Os autores tm o objetivo de relatar dois casos de TVC do seio
cavernoso e realizar reviso de literatura.
Relato de Caso
Caso1
A.A.A., 44 anos, sexo masculino, pardo, solteiro, motorista,
natural e procedente de Salvador-Bahia, procurou o servio
de neurologia por indicao de servio de oftalmologia. O
paciente relatava que h 3 meses, aps extrao de um dente
molar, cursou com dor retro-orbitria esquerda que progrediu
com edema, eritema, ptose palpebral, perda da viso do olho
esquerdo e paralisia da hemiface esquerda (Fig. 1). O paciente
era fumante, etilista social e possua diagnstico de hipertenso
arterial sistmica. Ao exame fsico o paciente apresentava
disartria, pupilas isocricas com reflexos pupilares preservados,
no entanto com diminuio do campo e da acuidade visual.
A motilidade extrnseca e os movimentos extra-oculares
estavam abolidos. A fora dos msculos mastigatrios estava
diminuda, assim como a sensibilidade do lado esquerdo da