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1º Curso de Aprimoramento na CULTURA DO AIPIM,

visando a participação de Agricultores Familiares no


Programa Nacional de Alimentação Escolar

Convênio EMATER – RIO x PREFEITURA DE SÃO GONÇALO-RJ

1. INTRODUÇÃO

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de mandioca,


com aproximadamente dois milhões de hectares plantados. No
entanto, no Estado do Rio de Janeiro essa cultura ainda é pouco
explorada, tanto na indústria como na alimentação animal, quando
comparado com outros Estados do país. Pouca tecnologia é adotada
pelos produtores, o que faz com que a produtividade estadual seja
de apenas 16 toneladas por hectare. Sendo assim, cada tecnologia
adotada (manivas selecionadas e de tamanho adequado, uso de
fertilizantes, plantio em espaçamento recomendado, tratos
culturais adequados, entre outras) permitirá imediatos ganhos de
produtividade.

PRINCIPAIS PROBLEMAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA CULTURA:


• Dificuldades na conservação das ramas para plantio;
• Inexistência de produção de manivas-sementes de qualidade;
• Pouco uso de tecnologias para sua exploração econômica;
• Uso de terras menos férteis com a cultura;
• Uso de sistemas consorciados pouco favoráveis à cultura.

PERSPECTIVAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA CULTURA :


• Consórcio com outras culturas, tais como milho e feijão;
• Utilização da parte aérea, de raízes não comerciais, raspas e
resíduos industriais na alimentação animal;
• Melhoria da qualidade do produto estadual;
• Utilização de tecnologia disponível;
• Utilização de Assistência técinca disponível;

2. VARIEDADES
A cultura do aipim apresenta uma ampla variabilidade
genética, representada pelo grande número de variedades
disponíveis em todo país.
O aipim é plantado em todo o território nacional e utilizado
sob as mais diferentes formas. A planta da mandioca é utilizada
integralmente, tanto na Alimentação Humana como na Animal, sob a
forma de farinhas, amidos, raspas ou cozida. Para cada forma de
utilização as variedades devem apresentar algumas características
específicas.

Para a INDÚSTRIA DO AMIDO E FARINHA, recomenda-se variedades com

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altos teores de amido nas raízes, polpa branca, película e córtex


claros, ausência de cintas na raízes, destaque fácil da película,
raízes grossas e bem conformadas.

Para a ALIMENTAÇÃO ANIMAL, as variedades devem apresentar alto


rendimento de raízes e parte aérea, com boa retenção foliar e alto
teor de proteínas nas folhas. Além disso, não devem conter um teor
elevado de ÁCIDO CIANÍDRICO, tanto nas folhas como nas raízes,
para evitar intoxicação dos animais.

Para a ALIMENTAÇÃO HUMANA, o principal critério é que as raízes


apresentem teores de ácido cianídrico nas raízes abaixo de 50ppm
ou 50 mg/kg de raízes, boa palatabilidade e ausência de fibras na
massa cozida, resistência à deterioração após a colheita, fácil
descascamento das raízes, raízes curtas e bem conformadas, são
fundamentais para uma boa aceitação do mercado consumidor.

Outro fator importante na hora de se selecionar uma variedade


para o cultivo é o ciclo. As variedades de mandioca apresentam
ciclos que variam de seis a trinta e seis meses.

Cultivares Mais Utilizadas no Estado do Rio de Janeiro:

-Região Metropolitana: VASSOURINHA, BAHIA, ROSA,CARIOQUINHA


-Região das Baixadas Litorâneas: SANTA CRUZ

3. CLIMA E SOLO

• TEMPERATURA: melhores condições de desenvolvimento em climas


Quentes e Úmidos, não suportando Temperaturas Baixas. A faixa
de temperatura adequada encontra-se entre 18° e 35° C, sendo
que em temperaturas abaixo de 15° C a planta entra em
repouso, perdendo as folhas e paralisando o seu crescimento.

• ALTITUDE: desde ao nível do mar até cerca de 2.300 metros,


sendo mais favoráveis as regiões de até 600 metros de
altitude.

• PRECIPITAÇÃO: 1.000 a 1.500 mm anuais bem distribuídos.

• FOTOPERÍODO: ideal 12 horas/dia.

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• SOLOS: planos ou levemente ondulados, com Bem Drenados,


textura areno-argilosa, profundos, com pH entre 5,0 e 6,0 e
de boa fertilidade.
• Observações:
a- A cultura não suporta solos argilosos e sujeitos a
encharcamento.
b- A cultura do Aipim é considerada esgotante da fertilidades do
solo.
c- O sistema radicular da planta de aipim Não Protege
adequadamente o solo da erosão, carecendo de aplicação de técnicas
de conservação de solo e de água.

4. PREPARO DO SOLO

As operações de preparo do solo devem ser as mínimas possíveis,


apenas o suficiente para a instalação da cultura e para o bom
desenvolvimento do sistema radicular, e SEMPRE EXECUTADAS SEGUNDO
AS CURVAS DE NÍVEL DO TERRENO, orientação esta que também deve ser
seguida para o plantio.

• Aração de até 20 cm de profundidade, deixando-se o solo solto


e livre de torrões;
• Gradagem deve ser feita 30 dias após a aração e às vésperas
do plantio, o que facilitará o sulcamento, a distribuição dos
toletes e o controle inicial de plantas daninhas, favorecendo
o estabelecimento da cultura.
• Deixar o máximo de resíduos vegetais possíveis sobre a
superfície do terreno para evitar degradação da estrutura do
solo pelas chuvas e enxurradas, causando erosão.
• A DECLIVIDADE Máxima para uso de Trator Agrícola é de 5% (5cm
em 100cm).
• A DECLIVIDADE Máxima para uso de Tração Animal é de 10% (10cm
em 100cm).

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5- CONSERVAÇÃO DO SOLO

Dois aspectos são importantes e devem ser considerados na


Conservação do Solo na Cultura do Aipim:

• É uma cultura altamente erosiva, pois o seu crescimento


inicial é muito lento e o espaçamento é amplo, fazendo com
que ocorra uma demora em cobrir o solo para protegê-lo da
degradação da sua estrutura pelas chuvas e enxurradas;
• É uma cultura esgotante do solo, pois quase tudo que produz
(raízes, folhas e manivas) é exportado da área, para produção
de farinha, na alimentação humana e animal e como sementes
para novos plantios, muito pouco retornando ao solo.

PRÁTICAS DE CONSERVAÇÃO DO SOLO:


• Plantio em Nível;
• Prévia Análise Química de Fertilidade do Solo;
• Correção da Acidez e Adubação recomendada para a cultura;
• Matéria orgânica (esterco de curral, torta de mamona, rotação
com leguminosas para adubação verde, plantio direto, etc.)
• Rotação de Culturas;
• Consórcio (aipim – milho, feijão, amendoin, etc.), para
melhor cobertura do solo;
• Enleiramento em nível dos restos culturais (conter as águas e
reduzir os riscos de erosão);
• Cobertura do solo com vegetação morta (protejer o solo contra
erosão, incorpora matéria orgânica e conserva a umidade do
solo por mais tempo)=> Plantio Direto;
• Capinas Alternadas (sistema em que se capina uma linha de
aipim e deixa-se a seguinte sem capinar, depois de uma ou
duas semanas retorna-se capinando aquelas linhas que não
foram capinadas).

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6- SELEÇÃO E PREPARO DO MATERIAL PARA PLANTIO

As MANIVAS ou toletes (pedaços de Ramas Maduras) devem ser


provenientes de plantas com 10 a 14 meses de idade, ter de 5 A 7
GEMAS, 2,5 cm de diâmetro e 20 cm de comprimento, cortadas de modo
que o corte forme um ângulo reto, para haver uniformidade na
distribuição das raízes e estar livre de pragas e doenças. Deve-se
evitar de retirar MANIVAS de Ramas tanto da parte superior (mais
herbácea) como da inferior (mais lenhosa).

Para o plantio de 1 hectare de aipim são necessários de 4 a 6


m de ramas, sendo que 1 hectare de aipim, com 12 meses de idade,
3

fornece, em média, material para plantio de 4 a 5 hectares. Um


metro cúbico de rama pesa, aproximadamente, 150 kg. Caso haja
necessidade de armazenamento, as ramas devem ser colocadas às
sombra, em feixes, na posição vertical e cobertas com capim seco.
Podendo ser conservadas dessa forma por um período de 30 dias.

Para reduzir perdas na brotação, recomenda-se que as MANIVAS


sejam plantadas no mesmo dia do seu preparo.

7- SISTEMAS DE PLANTIO:

O sistema de plantio varia de acordo com as condições do solo:

A- Solos BEM DRENADOS => sistema de plantio em sulcos: sulcar o


terreno a 10 cm de profundidade, colocar as manivas
horizontalmente no sulco e depois cobri-las totalmente com terra.

B- Solos MAL DRENADOS => sujeitos à grande intensidade de chuvas:


sistema de plantio em camalhões.

O PLANTIO EM COVA é efetuado manualmente quando não se dispõe de


equipamentos mecânicos.

8- ÉPOCA DE PLANTIO
A época de plantio constitui fator básico para a produção do
aipim. Umidade e calor são elementos essenciais para a brotação e
enraizamento das manivas. Em São Gonçalo, deve-se evitar o plantio
nos meses de Agosto-Setembro, quando é comum a ocorrência de
Déficit Hídrico.

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9- ESPAÇAMENTO:

O espaçamento de plantio é a distância entre as fileiras de


plantas e entre plantas na fileira.

No cultivo do aipim, o espaçamento depende da fertilidade do solo,


do porte da variedade, do objetivo da produção (raízes ou ramas),
dos tratos culturais e do tipo de colheita (manual ou mecanizada).

• FILEIRAS SIMPLES  1,00m x 1,00m = 10.000 plantas/ha


• FILEIRAS DUPLAS  2,00m x 0,60m x 0,60m = 12.820 plantas/ha

Vantagens do SISTEMA DE PLANTIO EM FILEIRAS DUPLAS:


• Racionaliza o uso da terra
• Aumento da produção de raízes
• Permite o consórcio com outras culturas
• Permite a diversificação da produção alimentar
• Barateia a produção
• Permite visitas de inspeção
• Aplicação de defensivos para combater pragas e doenças
• Facilita o cultivo mecanizado
• Cobertura vegetal nos espaços livres / matéria orgânica
• Favorece à Conservação do Solo

10- PLANTIO:

O plantio deve ser feito no início das chuvas.


Em solos não sujeitos a encharcamento, planta-se o aipim em covas
ou sulcos. As covas são preparadas com enxadas. Os sulcos são
construídos com sulcador à tração animal, motomecanizados e
enxada. Tanto covas como sulcos devem ser preparados com a
profundidade aproximada de 10 cm.

Nos solos argilosos e regiões com precipitação pluvial anual


superior a 1200mm, recomenda-se plantar em cova alta ou camalhões.

As Manivas-sementes podem ser plantadas em três posições:


VERTICAL, INCLINADA ou HORIZONTAL. A maneira mais adotada é a
HORIZONTAL, porque facilita a colheita das raízes. Os plantios com
a maniva inclinada ou na posição vertical possibilitam maiores

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rendimentos de raízes, porém são menos utilizados porque as raízes


aprofundam mais e dificultam a colheita.

11- CONSORCIAÇÃO:

Os sistemas de cultivos consorciados são bestante utilizados nas


regiões tropicais pelos pequenos produtores, visando um melhor
aproveitamento dos recursos disponíveis, com maior rendimento
médio das culturas envolvidas. O sistema de cultivo consorciado
apresenta algumas vantagens sobre o monocultivo, principalmente
por promover uma maior estabilidade da produção, melhor utilização
da terra, melhor exploração de água e nutrientes, melhor
utilização da força de trabalho, maior eficiência no controle de
ervas e disponibilidade de mais de uma fonte alimentar.

Consorciação com culturas de CICLO ANUAL:


• Aipim + feijão (feijão comum ou de corda)
• Aipim + milho
• Aipim + milho + feijão

Consorciação com culturas perenes: objetivo de se conseguir um


rápido retorno econômico já que a cultura perene não oferece tal
retorno na fase de estabeleciemento.
• Aipim + citros
• Aipim + coco
• Aipim + banana
• Aipim + palmito pupunha
• Aipim + acerola

12- CALAGEM:

Terras ácidas e de baixa fertilidade necessitam de recuperação


através da calagem. A aplicação e incorporação do calcário ao solo
devem ser feitas 30 a 60 dias antes do plantio, devendo a
quantidade ser recomendada de acordo com o resultado da ANÁLISE
QUÍMICA DO SOLO e nunca ultrapassando 2 toneladas de calcário por
hectare.

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13- ADUBAÇÃO:

Para uma adubação racional, é necessário retirar amostras de solo


para análise química de fertilidade, visando à recomendação de
fertilizantes (adubos).

Os fertilizantes fosfatados e potássicos devem ser misturados e


aplicados no sulco de plantio e cobertos com uma camada de terra
de 5 cm para evitar o contato direto com as manivas.

Dependendo do aspecto e desenvolvimento da planta, é dispensável a


aplicação de nitrogênio, especialmente se estiver consorciada com
leguminosas. Os adubos nitrogenados devem ser aplicados em
cobertura, ao lado do sulco, de 45 a 60 dias após a brotação.

O adubo potássico também pode ser parcelado em cobertura, com a


aplicação da metade da dose recomendada juntamente com a adubação
nitrogenada. Em algumas situações, como o plantio em rotação, caso
a outra cultura seja adubada, pode-se dispensar a uso de adubos.

14- TRATOS CULTURAIS:

A cultura do aipim deve permanecer livre de ervas daninhas,


principalmente nos primeiros 120 dias, já que, além de concorrerem
em Luz, Nutrientes e Água, as invasoras podem servir de
hospedeiras para diversas pragas e doenças. Após esse período,
ocorre um controle parcial da cultura sobre as ervas daninhas
através do sombreamento.

15- CONTROLE DE PRAGAS:

• MANDAROVÁ: é a praga de maior importância para a cultura do


aipim devido à sua alta capacidade de consumo foliar, podendo
causar redução dos rendimentos a até ocasionar a morte de
plantas jovens. A utilização de práticas culturais adequadas,
boa preparação do terreno e o controle de ervas daninhas
podem reduzir as populações de pupas e adultos (lagartas) do
mandarová. Inspeções periódicas das lavouras, identificando
os focos iniciais, também tornam o controle mais eficiente.
Em plantios pequenos, recomenda-se a catação manual das
lagartas e sua destruição. O mandarová possui uma série de

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inimigos naturais que são capazes de exercer um bom controle,


por isso não se recomenda a aplicação de produtos químicos. O
método biológico de controle é empregado de forma eficaz.
Também podem ser utilizadas também armadilhas luminosas para
capturar adultos.

• FORMIGAS: podem desfolhar rapidamente as plantas quando


ocorrem em altas populações. O ataque ocorre geralmente
durante os primeiros meses de crescimento da cultura e seus
efeitos provocam perdas de até 22,3% sobre o rendimento. O
uso de isca granulada colocada ao longo dos caminhos deixados
pelas formigas, durante épocas secas, faz um bom controle.

• MOSCA BRANCA: os adultos, geralmente, são encontrados na face


inferior das folhas da parte apical da planta. Já as ninfas
(fase jovem do inseto) podem ser encontradas na face inferior
das folhas mais velhas. Tanto os adultos como as ninfas sugam
a seiva das folhas. O dano direto do adulto consiste em um
amarelecimento e encrespamento das folhas apicais, enquanto o
dano das ninfas manifesta-se por meio de pequenos pontos
cloróticos. A utilização de cultivares resistentes e/ou
tolerantes é o método mais racional de controle.

• PERCEVEJO DE RENDA: é uma praga de hábito sugador que ocorre


durante épocas secas. O adulto é de cor cinzenta e a ninfa é
branca, sendo ambos encontrados na face inferior das folhas
basais e medianas da planta. Os sinais de ataque se
manifestam-se por pontuações amarelas pequenas que se tornam
de cor marron-avermelhada. Na face inferior das folhas
aparecem inúmeros pontos pequenos de cor preta que
correspondem aos excrementos dos insetos. O melhor controle
consiste na utilização de cultivares mais tolerantes ao
ataque.

• ÁCAROS: são encontrados em grande número na face inferior das


folhas do aipim, geralmente durante a estação seca do ano. Os
sintomas típicos do dano são manchas cloróticas, pontuações e
bronzeamento no limbo, morte das gemas, deformações e queda
das folhas. Os ácaros são afetados por fatores como a
temperatura, umidade relativa e chuva. Temperaturas baixas e
mudanças bruscas de temperatura reduzem suas populações.
Umidade alta e contínua provoca redução na população da
praga. As chuvas fortes além de aumentar a umidade relativa,

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também lavam as folhas e causam afogamento dos ácaros.


Práticas culturais recomendadas para controle do ácaro:
destruição de plantas hospedeiras; inspeções periódicas na
cultura para localizar focos; destruição de restos de
culturas; seleção de material de plantio; distribuição
adequada das plantas no campo para reduzir a disseminação dos
ácaros.

• GALHAS OU VERRUGAS: são larvas de moscas que formam-se na


superfície foliar. As larvas induzem o crescimento celular
anormal, formando sobre a face ventral da folha, galhas de
cor variável de amarelo a vermelho. O controle pode ser feito
através de coleta e destruição de folhas afetadas,
periodicamente.

16- CONTROLE DE DOENÇAS:

• BACTERIOSE: a bacteriose, causada por Xanthomonas campestris


pv. Manihotis, é a principal doença da mandioca e um dos
fatores mais limitantes da produção. Os sintomas da
bacteriose caracterizam-se por manchas angulares, de
aparência aquosa, nos folíolos, murcha das folhas e pecíolos,
morte descendente e exudação de goma nas hastes, além de
necrose dos feixes vasculares e morte da planta.

• SUPERBROTAMENTO: é uma doença causada por fitoplasma. Pode


provocar uma redução no rendimento de raízes de até 70%. Pode
causar também perdas na produção de manivas-sementes, tendo
em vista que, na planta afetada, as hastes apresentam-se com
um tamanho muito reduzido e excesso brotação das gemas. Os
sintomas da doença caracterizam-se pela emissão exagerada de
hastes a partir da haste principal, além de provocar
raquitismo e amarecimento generalizado das plantas afetadas.
A disseminação da doença ocorre por meio de vetores
transmissores, normalmente insetos que têm o hábito sugador,
além de manivas-semente contaminadas utilizadas no plantio. O
controle do superbrotamento pode ser efetuado adotando
medidas preventivas como evitar a introdução de material de
propagação de áreas afetadas e seleção rigorosa do material
de plantio. A utilização de variedades resistentes é o método
mais eficiente de controle da doença.

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• MOSAICO COMUM: é uma virose que , com manifestação severa da


doença em variedade suscetível, pode causar perdas de
produção de até 20%. Os sintomas constituem-se principalmente
em clorose da lâmina foliar e retorcimento dos bordos das
folhas, especialmente em folhas em formação. A transmissão do
vírus de uma planta para outra ocorre por ações mecânicas,
principalmente pelas ferramentas utilizadas durante o preparo
das manivas-semente. Como método de controle do mosaico comum
são sugeridos a seleção de material de plantio, uso de
variedades resistentes e eliminação de plantas afetadas
dentro do cultivo.

17- COLHEITA:

A colheita é a operação das mais trabalhosas e caras no cultivo do


aipim. Deve ser efetuada na estação seca, de julho a setembro,
época em que as raízes apresentam maiores teores de matéria seca
ou melhores rendimentos de amido e de farinha. A colheita da
mandioca é primordialmente manual ou com auxílio de implementos,
tendo 4 etapas:

1- PODA das ramas, efetuada a uma altura de 20 a 30 cm acima do


nível do solo.

2- ARRANQUIO das raízes, com a ajuda de ferramentas a depender das


condições de umidade ou características do solo.

3- AMONTOA das raízes em pontos na área a fim de facilitar o


recolhimento e proteção do sol.

4- COBERTURA com folhas,

Nota 1: Deve-se evitar que as raízes permaneçam no campo por mais


de 24 horas, para evitar deterioração.

Nota 2: Deve-se guardar 20% da área para a retirada de Ramas, pra


plantar uma área igual.

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18- AUTORES:

• JADSON LOPES GUEDES – Engenheiro Agrônomo – EMATER-RIO,


Escritório de São Gonçalo.

• BENITO G. IGREJA JUNIOR - Engenheiro Agrônomo – EMATER-RIO,


Escritório de São Gonçalo.

19- REFERÊNCIAS:

ANDRADE, Wander Eustáquio de Bastos, CAETANO, Luiz Carlos Santos,


FERREIRA, José Márcio et al. A cultura do aipim: perspectivas,
tecnologias e viabilidade. Niterói: PESAGRO-RIO, 1999. 26 p.
(PESAGRO-RIO. Documentos, 48).

MATTOS, P. L. P de.; GOMES, J de. C. (Coord.). O cultivo da


mandioca. Cruz das Almas, BA: Embrapa Mandioca e Fruticultura,
2000. 122 p. 23,5 cm. (Circular Técnica n° 37). Bibliografia p.
107 a 122. ISSN 1516-5612.

Produtor de mandioca / Instituto Centro de Ensino Tecnológico. -


2. ed. rev. - Fortaleza: Edições Demócrito Rocha; Ministério da
Ciência e Tecnologia, 2004. 72 p.: il. color. - (Cadernos
tecnológicos).

20- EQUIPE TÉCNCIA EMATER-RIO:


• ANTÔNIO CARLOS MARINS – Supervisor Local / Téc. Agropecuária.
• BENITO IGREJA JUNIOR – Engenheiro Agrônomo
• CLAUDIO BRUZZI PASSOS E ANDRADE – Zootecnista
• JADSON LOPES GUEDES - Engenheiro Agrônomo
• LUIZ FERNANDO BUENO - Engenheiro Agrônomo

• EMATER-RIO – Escritório de São Gonçalo


Rodovia Amaral Peixoto, km 9,5 – CEASA – Colubandê
24.753-560 * SÃO GONÇALO – RJ
telefax: 21 2701-2954
e-mail: eslocsg@emater.rj.gov.br
site: www.emater.rj.gov.br
Blog: http://emater-rioeslocsg.blogspot.com

JANEIRO DE 2010

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