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Plano de Trabalho

Educomunicação no
Parna Descobrimento e Resex Corumbau
Débora Menezes
Jornalista e educomunicadora

DESCRIÇÃO DO TRABALHO

Objetivos
- Formar e fortalecer uma rede de educomunicadores entre as comunidades
do Parna Descobrimento e Resex Corumbau para refletir e produzir
conhecimento sobre as questões sociais e ambientais a partir da perspectiva
comunitária.
- Sensibilizar os participantes para o uso de linguagens midiáticas,
garantindo a capacidade de comunicação da comunidade e incentivando a
leitura e a escrita.
- Desenvolver com as comunidades envolvidas mecanismos de gestão
participativa para o processo de produção de jornal impresso e o
planejamento de produções midiáticas futuras.
- Promover o protagonismo e estimular a cidadania.

Metodologia

A estratégia de utilizar a produção de um jornal comunitário para promover


educação e mobilização é uma das ferramentas da educomunicação, que se
utiliza de metodologias participativas para a apropriação de um repertório
comum de reflexões sobre mobilização social, cidadania, saúde, cultura,
educação ambiental, unidades de conservação e suas relações com a
comunidade.

As oficinas visa a formação de um grupo multiplicador que, por meio do


“aprender fazendo”, serão estimulados para o trabalho coletivo,
planejamento e autonomia para a continuidade de iniciativas envolvendo
comunicação e educação. O grupo vai decidir todo o processo, da produção
do primeio jornal ao encaminhamento de novas etapas desse trabalho. O
papel da consultoria é o de mediar esse processo, com foco na continuidade
do processo de educomunicação pela própria comunidade.

O desenvolvimento do jornal impresso será realizado a partir de cinco dias


de oficinas na região das comunidades indicadas pelo Parna (Pontinha I e II
e Riacho das Ostras), e cinco dias de oficinas na região das comunidades
indicadas pela Resex (Cumuruxatiba, Corumbau, Barra Velha e Caraíva). A
participação é aberta a qualquer pessoa dessas comunidades, em número
máximo de 20 pessoas por turma.
O trabalho coletivo proposto nessas oficinas irá estimular a apropriação dos
temas abordados durante esses encontros por meio de técnicas do
jornalismo e produção midiática em geral. A previsão é que essas oficinas
sejam realizadas entre agosto e setembro, de acordo com o cronograma de
ações.

Após a realização dessas oficinas, ainda haverá um momento de


produção do jornal, com a elaboração de textos e fotos, articulação de
parceiros que contribuirão com a prática da diagramação (desenho) do
impresso. É possível contar com apoio da Prefeitura Municipal, que está
disponibilizando equipamentos de informática nas duas regiões que serão
trabalhadas: um infocentro na comunidade do Guarani (Parna) e um
laboratório de informática em uma das escolas de Cumuruxativa (Resex).

Ao longo das oficinas e do processo de produção do jornal, fontes e


referências serão levantadas e utilizadas pelo grupo. Gestores do parque e
do município, lideranças, pesquisadores e profissionais serão convidados a
contribuir com esse processo de qualificação da informação, por meio de
mecanismos como entrevistas, visitas técnicas, participação em cursos e
reuniões de conselhos e materiais para leitura. É importante ressaltar que
os participantes escolherão os temas a serem explorados no jornal, o
formato, a distribuição, entre outros, planejando coletivamente e com
autonomia a continuidade dos trabalhos.

Um exemplo: participantes das oficinas poderão acompanhar o curso da


brigada anti-incêndio para posterior realização de reportagens ou produções
educomunicativas sobre o tema – como idéias para campanhas de rádio,
folhetos, entre outros.

Em outubro, sugerimos um encontro de avaliação pelas comunidades


participantes (Resex e Parna, juntos), momento importante para garantir
a continuidade do processo de educomunicação. Durante esse encontro, os
participantes irão refletir sobre o processo das oficinas e da produção do
jornal: o que foi bom – o que queremos, no que avançamos, o que precisa
ser melhorado na linguagem, produção, distribuição, busca de parcerias.

Nesse encontro os participantes irão se articular e planejar o momento final


do projeto, em novembro: um encontro entre esses comunicadores,
possíveis parceiros e comunidades, para a apresentação dos jornais e
outros produtos realizados durante esse trabalho de educomunicação (como
uma exposição fotográfica, por exemplo).

A pauta desse encontro será definida pelos participantes, e deve incluir


idéias do grupo para a continuidade do projeto – o que a comunidade quer
avançar, que mídias quer trabalhar, que contribuição quer dar à construção
do conhecimento socioambiental, e como a sociedade/mídia local pode
contribuir/participar.

CRONOGRAMA DE AÇÕES

Data prevista Atividades


8 a 12 de julho Contato inicial com as comunidades envolvidas
(Parna - Pontinha I e II/Riacho das
Ostras/Primeiro de Abril e Resex
Corumbau/Cumuruxatiba) por meio de três
reuniões para apresentar a proposta das oficinas,
discutir o formato e logística em parceria com as
mesmas.*
8 a 14 de julho Contato informal com possíveis parceiros para a
realização de ações e continuidade da proposta:
mídia local, Prefeitura, CI e Cineclube
Caravelas.*
1 de agosto Reunião com a comunidade em Cumuruxatiba
para apresentar o plano de trabalho e fazer
ajustes, definir os locais das oficinas e logística
de recepção dos grupos. Preenchimento das
fichas de inscrição.
3 e 4 de agosto Reunião com a comunidade em Riacho das
Ostras/Pontinha I e II para apresentar o plano de
trabalho e fazer ajustes, definir os locais das
oficinas e logística de recepção dos grupos.
Preenchimento das fichas de inscrição com
pequeno diagnóstico dos participantes sobre a
relação entre comunicação e educação
ambiental.
12/19/26 de agosto, 9 e Oficina Parna – 5 dias de duração
16 de setembro 8h/12h – 13h/17h
(quartas) Locais: um dia em Riacho das Ostras; dois dias
Segunda opção: as duas em Primeiro de Abril, dois dias em Pontinha I e II
oficinas finais em 9 e 10 Dúvida: por conta do curso da brigada anti-
de setembro (quarta e incêndio, podemos pular a semana do dia 2
quinta) e fazer as próximas oficinas em 9 e 16 de
setembro, ou 9 e 10 de setembro – o que a
comunidade preferir.
15/22 e 23/29 e 30 de Oficina Resex – 5 dias de duração
agosto (sábado, ou 8h/12h – 13h/17h
30/domingo), e 12 de Locais: escola Cumuruxatiba e Corumbau.
setembro (sábado) Nos domingos a aula será de meio dia.
Na semana do dia 5 haverá encontro de resex,
no qual os alunos poderão fazer relatos e
fotografias.
31 de agosto a 4 de Curso da brigada anti-incêndio com a
setembro participação de alguns representantes das
oficinas
Primeira e segunda Produção do jornal pela comunidade:
semana de setembro pesquisa, entrevistas, acertos.
Setembro/outubro Articulação para prática de diagramação do
primeiro jornal – Definir datas com os
participantes e contactar apoio para a produção.
Locais possíveis da atividade: escola
Cumuruxatiba ou lan house.
Articulação para a busca de parceiro que se
responsabilizará pela impressão – a definir com
os participantes.
Idéia sugerida pela comunidade para o
lançamento: Festa da Resex – 20 de setembro?
Setembro/outubro Articulação para prática de diagramação do
primeiro jornal – Definir datas com os
participantes e contactar apoio para a produção.
Local possível da atividade: infocentro que será
inaugurado no Guarany/parceria com a
prefeitura.
Articulação para a busca de parceiro que se
responsabilizará pela impressão – a definir com
os participantes.
Data de lançamento: a definir.
Outubro/novembro Encontro de avaliação do jornal pelas
comunidades participantes (da Resex e Parna no
mesmo momento): que objetivos quisemos
atingir, o que foi bom, o que precisa ser
melhorado na linguagem, produção, distribuição,
busca de parcerias e planejamento em geral.
Planejamento para as próximas edições:
cronograma, produção de pauta, necessidades
para viabilizar as publicações.
O que queremos? Como avançamos?
Novembro Articulação para encontro entre
comunicadores, possíveis parceiros e atores
sociais, para apresentação oficial dos produtos
elaborados pelas comunidades e propostas de
continuidade, que se responsabilizará pela pauta
e organização do encontro em conjunto com a
consultora.
Realização do encontro pelas comunidades.
Durante todo o período, Elaboração de releases para apresentar as
conforme a demanda diversas fases do projeto, a ser utilizado pelo
ICM-Bio para divulgação do mesmo.
Dezembro Entrega de relatório final.

Legendas: atividades em conjunto – Resex/Parna (amarelo), atividades Parna


(verde) e atividades Resex (vermelho).
* Atividades já realizadas.

Planejamento das oficinas

As lideranças das comunidades envolvidas foram consultadas para a


realização desse plano inicial, da escolha dos locais de produção das oficinas
a busca de parcerias. Entre suas sugestões que devem se refletir nas
oficinas, está a idéia de revezar os locais de encontro para que os
participantes conheçam e interajam entre as comunidades. Nesse
revezamento, a comunidade que receber o grupo poderá fazer uma breve
apresentação da mesma por meio de uma visita nos pontos próximos ao
local das oficinas.

O conteúdo das oficinas será detalhado no material didático. A seguir, os


temas básicos que serão trabalhados. Na primeira semana de agosto as
comunidades envolvidas novamente serão consultadas para finalizar a
produção do conteúdo dos encontros.
1º ENCONTRO
• Apresentação dos objetivos das oficinas e compartilhamento de
expectativas. Diagnóstico coletivo: o que é comunicação para
os participantes? Como as comunidades se comunicam e que
dificuldades possuem?
• Biomapa – o que há positivo e negativo em seu pedaço. O que
é possível fazer para o positivo se reproduzir/preservar, e como
mudar o negativo. Como é realizada a busca de soluções. Que
atores e como procurar esses atores.
• Tarefa: em grupos, os participantes irão colher o relato de
alguém da comunidade para contar uma história “do pedaço”,
resgatando a memória do cotidiano e as relações coletivas e
com o meio.

2º ENCONTRO
• Leitura coletiva dos relatos e reflexão: porque é importante
preservar a memória das comunidades.
• Diagrama coletivo para reconhecer as relações entre os atores
sociais, comunidades e instituições. Quais são os papéis
reconhecidos pelos participantes de cada fatia da sociedade:
pessoas, coletivos, instituições.
• Tarefa: entrevistas com a comunidade e se possível nas
instituições locais (associações, prefeitura, ongs, UCs, entre
outros) para levantar os papéis de cada um.

3º ENCONTRO
• A partir do biomapa e do diagrama coletivo do dia anterior, os
grupos irão apresentar o que foi levantado durante as
entrevistas. Como a comunicação auxilia no reconhecimento
dos papéis e fortalece a cidadania.
• Análise crítica de materiais midiáticos – jornais, folhetos
explicativos. O que esses materiais querem dizer? Como
expõem? O que os grupos fariam diferente? Qual o papel da
mídia das mídias (jornal, TV, campanhas, entre outros) nas
questões levantadas a partir do biomapa e do diagrama
coletivo? Abordagem do direito a comunicação.
• Exercício de produção coletiva, reescrevendo uma proposta de
mudança dos materiais analisados.
• Tarefa: quem puder, participar do curso da brigada anti-
incêndio e apresentar propostas para produção de mídias sobre
o tema.

4º ENCONTRO
• A partir do relato do curso da brigada anti-incêndio, os grupos
irão se reunir para propôr produtos para o tema fogo e
comunidades – escolha livre de linguagem e produto: texto,
spot de rádio, reportagem, campanha educativa, cartaz, entre
outros.
• Vivência fotográfica: aprendizado da linguagem visual como
forma de expressão.
• Tarefa: escolha de tema/pessoa relevante sobre assunto
tratado no biomapa/diagrama. Pode ser um gestor, um
representante de comunidade, ou qualquer outra pessoa que
irá acrescentar informações sobre os temas levantados. A
pessoa escolhida será convidada a comparecer no próximo
encontro para uma entrevista coletiva.

5º ENCONTRO
• Definição das perguntas para a entrevista coletiva.
• Entrevista coletiva com o convidado e posterior avaliação da
entrevista.
• Planejamento do primeiro jornal. Organização da pauta e
técnicas a partir do que foi observado no biomapa/diagrama.
Definição de papéis na gestão coletiva do jornal. Definição de
cronograma das próximas atividades e formas de comunicação
entre o grupo.

Indicadores de resultados

• Lista de presença em todos os momentos de participação.


• Diagnóstico coletivo de avaliação do processo, a partir do
diagnóstico individual inicial para entender como a comunidade
percebe a relação entre comunicação, educação ambiental e
mobilização.
• Produtos elaborados ao longo do processo (jornais impressos,
fotografias, entre outros).
• Planejamento final com a comunidade para continuidade de
seus projetos de comunicação.
• Articulação com atores locais para a participação no encontro
final.

Logística das oficinas

Parna:
• Transporte a partir de Pontinha I e II para Riacho das Ostras/1º de
Abril e vice-versa. A comunidade vai se articular para produzir
lanches e refeições ao grupo.

Resex:
• Transporte e/ou combustível a partir de Corumbau para
Cumuruxatiba e vice-versa. A comunidade vai se articular para
produzir lanches e refeições ao grupo.

Ambos:

• Certificado de participação das oficinas.

• Ofícios para solicitações conforme a demanda (exemplo: apoio da


Prefeitura para a liberação dos laboratórios de informática, uso do
transporte escolar para facilitar o acesso as oficinas e a atividades
para a produção do jornal, entre outros). Isso poderá ser feito pelo
grupo das oficinas escrevendo e assinando esses ofícios, mas se
houver o aval/apoio do ICM-Bio creio que facilita.

Alimentação dos participantes: como as oficinas vão durar um dia, será


acordado com o grupo a compra de mantimentos para a alimentação dos
mesmos e a busca de apoio para isso.

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