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Castelo de Hara
Em comparação ao castelo principal do senhor Arima, castelo de Hinoe, o castelo de
Hara era secundário. São os atuais Yamajiro de Kitaarima e Hirayamajo de Minamiarima.
Ambos são considerados Patrimônio Cultural Nacional.
O castelo de Hara era uma ilha e era chamado antigamente Harunoshima; com o tempo,
porém, acabou se ligando ao sopé do vulcão Shimabara e seu nome prevaleceu porque os
soldados de Bakufu assim o denominavam por ocasião da Revolta de Shimabara. Tinha uma
característica de forte, protegido por precipícios ao norte, sul e leste. A sua vista é
esplendorosa, desde o nascer do sol das ilhas Amakusa às montanhas de Unzen, ao norte. E
esta bela natureza foi testemunha de uma das mais terríveis massacres proporcionada por
uma política iníqua e totalitária.
O início da revolta
Em 25 de outubro de 1637, a massa finalmente matou o delegado Hyousaemon Hayashi
e iniciou a revolta sob liderança de Shiro Amakusa.
A causa da revolta é unanimemente descrita como abuso na cobrança de impostos.
Katsuie Matsukura, porém, a considerou revolta dos Cristãos. Para o governo Bakufu,
que se empenhava na erradicação do Cristianismo e no fechamento do país, a revolta veio a
calhar para o seu intento. Por outro lado, considerou os senhores Matsukura e Terazawa
indignos e o primeiro teve o seu domínio confiscado e mais tarde executado e o seu clã,
desmantelado, Terazawa teve reduzido o seu soldo de 40.000 koku e morreu louco; a sua
família também foi desmantelada.
O conselheiro do domínio de Omura, Hikouemon Omura se encontrava, na época, em
Edo e ao ser indagado no castelo de Edo, “Os Cristãos sempre provocam essas revoltas?”, teria
respondido: “É impensável que os Cristãos tenham provocado a revolta. Havia muitos daimyo
Cristãos na Era das Guerras, porém, nenhum deles se levantou em revolta. Na verdade, eu,
Hikouemon, que estou com 70 anos, fui também um samurai Cristão”.
A característica da Revolta
A Revolta de Amakusa/Shimabara era uma revolta em defesa da vida dos agricultores
espoliados, isto é, constituída pelos agricultores. Porém, a sua força de união se encontrava na
Fé. Os Cristãos se entregavam alegres para a morte unicamente por serem perseguidos pela
Fé. Conforme lembrou Correa, quando Hideyoshi Toyotomi emitiu a ordem de expulsão dos
padres, Ukon Takayama abandonou imediatamente o seu domínio de 60.000 koku, e outros
grandes guerreiros como Yoshitaka Kuroda e Yukinaga Konishi não empunharam as suas
armas.
O massacre de 27.000
O governo Bakufu, porém, espalhou a notícia de que os Cristãos desejavam tomar o
poder do país e, considerando o Cristianismo uma religião herética, procurou erradicá-lo
completamente. Isso significava levar a cabo o fechamento do país. Na realidade, através do
fechamento, pretendiam estabelecer uma estrutura totalitária onde o clã Tokugawa pudesse
se apoiar confortavelmente.
O castelo foi totalmente cercado, e todos os seus ocupantes mortos, exceto Uemonsaku
Yamada.
O massacre do castelo de Hara foi utilizado como instrumento para o fechamento do
país e erradicação do Cristianismo e fez com que o pensamento e a visão dos japoneses
fossem restringidos ao “espírito ilhéu”, numa fase negra da História japonesa.
Os números
Os números do exército Bakufu, formado pelos representantes do governo central e
domínios de Matsukura, Nabejima, Arima, Tachibana, Hosokawa, Terazawa, Kuroda,
Ogasawara, Matsudaira, Mizuno, Shimazu: 125.800 solados. Total de mortos: 13.369.
Os ocupantes do castelo de Hara: 14.000 guerreiros, 13.000 mulheres e crianças. Total
de mortos: 27.000.
Além de atacar os agricultores famintos, com um número 6 vezes maior, a força
governamental teve o auxílio da nau holandesa que desferiu ao castelo 425 tiros de canhão do
mar, além da artilharia auxiliar que se utilizou de outros cinco canhões instalados na terra.
Este acontecimento totalmente anormal exerceu uma enorme influência na tragetória
que o Japão iria tomar na sua História.