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Abstract: This article reports dialogues between the pedagogy of the teacher and
theatrical theorist Armando Sérgio da Silva and the process of preparation of actor
based on the embodiment of the anatomy.
Keywords: Guards, expressive potential, Composition, Essentiality
Resumo: Este artigo relata diálogos entre a pedagogia teatral do professor e teórico
Armando Sérgio da Silva e o processo de preparação de ator baseado na
corporificação da anatomia.
Palavras chave: Anteparos, Potencialidades Expressivas, Composição, Essencialidade.
Introdução
O trânsito entre palavras escritas, faladas e sentidas é um exercício de criação. A
tentativa de refletir sobre a própria prática da cena traz consigo a intrínseca e subjetiva
relação entre sujeito-objeto, pois se trata de encontrar estratégias para conceituar a
própria experiência-em-arte que teima em ser silenciosa e sem palavra. Narrar a
experiência do próprio corpo-em-arte é também uma experiência.
A coragem para assumir uma prática pessoal e considerá-la passível de
exploração e pesquisa científica, deu-se pelo diálogo e contato com a pedagogia teatral
defendida pelo livre docente Armando Sérgio da Silva, professor titular da Escola de
Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, Brasil. Possui três livros
publicados bem como foram publicados três livros resultantes de suas orientações. É
diretor teatral e eventualmente possui algumas peças escritas. Atualmente lidera um
Grupo de Pesquisa no Departamento de Artes Cênicas da ECA - USP, denominado
Centro de Pesquisa em Experimentação Cênica do Ator - (CEPECA), formado por
alunos da graduação, mestrado e doutorado. O Centro tem, como objetivo principal, o
desenvolvimento de projetos específicos na área de interpretação, através da aplicação
de ações, procedimentos e exercícios visando resultados perceptíveis na cena teatral.
Projeta-se também a realização de dissertações, teses, artigos e ensaios para divulgação
no âmbito acadêmico.
Em sua tese de livre docência, “Interpretação: Uma Oficina da Essência”, o
professor estimula e valoriza a apropriação particular de cada intérprete aos estímulos
apresentados. Ele utiliza, principalmente, as sensações e percepções como instrumento
para aproximação entre texto e fisicalidade, propiciando ao ator sua impressão digital,
gerando potencialidades expressivas.
As ações dessa pedagogia são, pelo autor, definidas:
A Definição dos Estímulos Dramáticos, ou O Desvendar do Objeto, em que o ator procura
contatos físicos com as estruturas dramáticas vividas pela personagem, o prazer físico que os
impulsos dramáticos lhe sugerem. (...) Os procedimentos desta primeira ação, portanto, devem
estimular no ator o desejo, senão para experimentar, para explicitar o seu prazer físico. O
intuito é fazer com que ele chegue àquele estado de (...) excitabilidade que constitui o agir do
ator. (SILVA, 2003, p. 32 e 33);
Os procedimentos para a consecução da Impresssão Digital são organizados de maneira a
definir, para as microcenas, estímulos sensoriais a que estariam sujeitas as personagens e
improvisar, com anteparos e depois incorporando os referidos estímulos, visando reações
espontâneas dos atores, as Potencialidades Expressivas. (SILVA, 2003, p. 51);
A Ação chamada de Composição de Signos parte (...) da verdade corporal. (...) Os atores
devem observar atentamente seus exercícios filmados e fotografados e, escolher, sozinhos e
depois em conjunto tais Potencialidades Expressivas. O objetivo desta ação é o de transformar
essas Potencialidades em linguagem expressiva, em signos articulados. (SILVA, 2003, p. 59).
a personagem, (...) para o ator não passa de um estímulo, de uma provocação para sua arte.
(...) O ator, estimulado por essas indicações, vai usar o seu próprio corpo para tornar concreto
e sensível o estímulo inicial. Se existe claramente um estímulo a ser realizado, por outro lado,
as variantes de opções de concretização são tantas quantas pessoas tentarem realizá-lo. Ou
seja, cada ator realizará sempre e necessariamente uma concretização pessoal e, portanto
única. ( SILVA, 2003, p. 28 e 29)
Da esquerda para direita: Fig. 1 Improvisação com sistema ósseo e muscular. Matriz Ana em casa. ; Fig.2
Improvisação com sistema orgânico. Matriz Ana vê o cego; Fig. 3 Improvisação com sistema endócrino.
Matriz Ana no Jardim Botânico; Fig. 4 Improvisação com sistema muscular. Matriz Ana em casa. Fotos
de Nicolas Godtschalck.