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QUARTO DOMINGO
A liturgia deste domingo é dominada pela figura do Bom Pastor que, pelo
seu sacrifício, devolveu a vida às ovelhas e as reconduziu ao redil. Quando
São Pedro, no meio das primeiras perseguições aos cristãos, lhes escrever
para firmá-los na fé, recordar-lhes-á o que Cristo sofreu por eles: Por suas
chagas fomos curados. Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas agora
retornastes ao Pastor e guarda das vossas almas2. Por isso a Igreja inteira se
enche de júbilo pela ressurreição de Jesus Cristo3 e pede a Deus Pai que “o
débil rebanho do vosso Filho tenha parte na admirável vitória do seu Pastor”4.
II. O EDIFÍCIO DA IGREJA estará assentado até o fim dos tempos sobre o
primado de Pedro, a rocha. A figura de Pedro cresce assim de maneira
incomensurável, porque, antes de partir, Cristo, que é realmente o alicerce da
Igreja13, deixa Pedro no seu lugar. Daí que os seus sucessores venham a
receber mais tarde o nome de Vigário de Cristo, quer dizer, aquele que faz as
vezes de Cristo.
“Obrigado, meu Deus, pelo amor ao Papa que puseste em meu coração” 18.
Oxalá possamos fazer nossas estas palavras todos os dias, cada vez com
mais motivo. O amor e veneração pelo Romano Pontífice é um dos grandes
dons que o Senhor nos deixou.
No Papa devemos, pois, ver aquele que está no lugar de Cristo no mundo:
o “doce Cristo na terra”, como costumava chamá-lo Santa Catarina de Sena;
e amá-lo e escutá-lo, porque na sua voz está a verdade. Faremos com que as
suas palavras cheguem a todos os cantos do mundo, sem deformações, para
que – tal como em relação a Cristo, quando andava na terra – muitos
desorientados pela ignorância e pelo erro descubram a verdade e muitos
aflitos recobrem a esperança. Dar a conhecer os ensinamentos pontifícios é
parte da tarefa apostólica do cristão.
Podem aplicar-se ao Papa aquelas palavras de Jesus: Quem permanece
em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer21.
Sem essa união, todos os frutos seriam aparentes e vazios e, em muitos
casos, amargos e prejudiciais a todo o Corpo Místico de Cristo. Pelo contrário,
se estivermos muito unidos ao Papa, não nos faltarão motivos, diante da
tarefa apostólica que nos espera, para o optimismo que se reflectem nestas
palavras: “Com alegria te abençoo, meu filho, por essa fé na tua missão de
apóstolo que te levou a escrever: «Não há dúvida; o futuro é garantido,
apesar de nós talvez. Mas é preciso que formemos uma só coisa com a
Cabeça – `ut omnes unum sint!’ –, pela oração e pelo sacrifício»”22.
(1) Antífona da comunhão da Missa do quarto domingo do Tempo Pascal; (2) 1 Pe 2, 25; (3)
Oração colecta da Missa do quarto domingo do Tempo Pascal; (4) ib.; (5) cfr. Jo 10, 10; (6)
cfr. Jo 10, 9-10; (7) cfr. Jo 10, 16; (8) cfr. Jo 10, 29; (9) 1 Pe 5, 4; (10) cfr. Jo 21, 15-17; (11)
Lc 22, 32; (12) Conc. Vat. II, Const. Lumen gentium, 18; (13) 1 Cor 3, 11; (14) Conc. Vat. I,
Const. Pastor aeternus, cap. 2; (15) cfr. Act 12, 1-2; (16) São João Crisóstomo, Hom. sobre
os Actos dos Apóstolos, 26; (17) Enchiridium indulgentiarum, 1986, n. 39. Oração pro
Pontifice; (18) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 573; (19) São Josemaría Escrivá, Homilia
Lealdade à Igreja, 4-VI-1972; (20) J. Chevrot, Simão Pedro, págs. 78-79; (21) Jo 15, 5; (22)
São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 968.