personagem
semelhança impressiona. Quem vê o jovem Filipe
Galvão, mais conhecido como Fiuk, imediatamen-
te reconhece nele traços de seu pai, o cantor
romântico Fábio Jr. Essa associação torna-se
ainda mais inevitável para aquelas pesso-
as que, em meados das décadas de 70 e 80,
acompanhavam a carreira do intérprete de “Pai”,
“Quando Gira o Mundo”, entre tantos outros sucessos.
Mas não é apenas fisicamente que eles são parecidos. Um
observador mais atento logo identifica outras características em
comum: nessa lista, podemos incluir trejeitos e até mesmo o uso
de algumas expressões, como “caramba”. Isso sem esquecer-se do
carisma e, é claro, o comportamento naturalmente sedutor que
leva as mulheres ao delírio. Basta uma rápida olhada no Twitter
oficial de Fiuk (www.twitter.com/fiuk) para constatar isso: na
maioria das mensagens, declarações de amor às fãs, como “você é
Fiuk:
linda” e “te amo more”.
Em diversas oportunidades, Fiuk declarou que não se sente
incomodado com as comparações. À ZZZ, o jovem afirmou que
se considera uma “versão 2000” de
Fábio Jr. É possível encontrar, em
seu figurino, elementos que justifi-
cam essa tese: ele recebe a imprensa
seguindo os passos do pai
trajando uma camiseta roxa e uma
calça rosa. Nos pés, um tênis de cada cor. A ideia dessa breve
descrição não é julgar o modo como o artista se veste – este não
é o objetivo dessa reportagem – apenas ressaltar o seu estilo
moderno.
Ao ser questionado se seu charme era uma herança genética,
Fiuk ri e assume ter na figura do pai, um ídolo. “Quando eu nasci,
Fábio Jr. já estava estourado há uns 20 anos. Não sei se aprendi
isso ou se foi algo inconsciente, pela convivência: mesmo sem
perceber, me tornei igual a ele. Meu pai me mostrou o quanto vale
ter fãs, as pessoas que realmente acreditam na gente e querem
nosso bem. Então eu trato todo mundo com o maior carinho”,
reflete o jovem.
Fiuk se considera um apaixonado pela música. Incentivado
pela mãe, a artista plástica Cristina Kartalian, começou a fazer
Fotos: Beatriz Lefèvre
aulas de violão ainda criança, aos oito anos. Ele conta que, em
nenhum momento, foi sido pressionado a seguir carreira artística,
mas recebeu apoio incondicional de Fábio Jr. quando tomou essa
decisão. Foi então que, em 2003, fundou, junto com o amigo
baterista Xande Bispo, a banda que algum tempo mais tarde
seria batizada de Hori (conheça mais sobre a trajetória do grupo
adiante).
Atualmente, ele concilia a agenda de shows com as gravações
de “Malhação ID”, no qual interpreta o protagonista Bernardo,
um playboy irresponsável que amadurece quando encontra o
verdadeiro amor. Com isso, duas músicas da Hori entraram para
a trilha sonora da novela teen: “Quem Eu Sou”, canção de aber-
tura, e “Só Você” – uma regravação de Vinicius Cantuaria – que
também já havia feito sucesso na voz de Fábio Jr, na época da
novela “Por Amor” (1997).
Sem regalias
É um equívoco acreditar que a fama do pai facilitou a
escalada de Fiuk rumo ao sucesso. Para conseguir o papel em
Malhação, ele se submeteu a alguns testes, assim como qualquer
outro iniciante. A esse respeito, o ator aproveita para desmentir
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as notícias de que possui privilégios na emissora. Parte da imprensa
chegou a divulgar que, para assinar o contrato, ele teria exigido ser o
intérprete do tema de abertura.
“Eu dei um CD pro Mário Márcio [Bandarra, diretor], ele gostou e
nisso rolou um blá-blá-blá de fazer uma música. Iria gravar duas frases
– a ideia era chamar outras bandas para uma participação especial –
mas pedi para colocar voz na música inteira. Essa versão acabou sendo
aprovada e só então a Hori entrou no estúdio”, defende-se.
Fiuk chamou a atenção dos produtores da TV Globo pelo seu bom
desempenho no longa-metragem “As Melhores Coisas do Mundo”, de
Laís Bodanzky (diretora de sucessos como “Bicho de Sete Cabeças”,
com Rodrigo Santoro, e “Chega de Saudade”), que, embora tenha sido
rodado no ano passado, entrou em cartaz no último dia 16 de abril.
O filme, que marca sua estreia no cinema, é direcionado aos jovens
e busca retratar esse público através da trajetória de um menino de 15
anos, mostrando os caminhos que ele terá de percorrer para atingir o
amadurecimento. Na história, Fiuk vive Pedro – irmão mais velho de
Mano, o protagonista – um adolescente intenso, romântico, que diante
de uma experiência mal sucedida, resigna-se com o amor.
Sem nunca ter cursado uma escola de interpretação, ele acredita
que sua naturalidade diante das câmeras tenha surgido de sua experi-
ência nos palcos, como músico, e de uma concentração que considera
intuitiva. “Estava ali para aprender, por isso prestava muita atenção
nos outros atores e em como eles trabalhavam; em especial, na Denise
Fraga. Reparava em cada gesto dela. Queria devolver toda a confiança
que ela nos passava em cena”, lembra.
Todo o seu empenho foi reconhecido por Laís Bodanzky. “Fiuk tem
carinho pelo Pedro. Ele sofre com suas angústias e consegue transmitir
sua dor. Desde o primeiro momento vi que estava de frente de um ator
maduro, que consegue se dividir entre ser o personagem e ao mesmo
tempo estar deslocado, com um olhar crítico e consciente do trabalho
que está exercendo”, avalia a diretora. Suas palavras não deixam
POR PIERO VERGÍLIO
dúvidas de que, além da beleza, o jovem também herdou
o talento e a versatilidade do pai.
Voltando a falar nele, Fiuk confessa que, durante algum tempo,
ele e Xande fizeram parte do staff (equipe de produção) de Fábio Jr.
Nesse período, eles executaram diversas atividades, inclusive carregan-
do caixas, e puderam conhecer melhor os bastidores desse universo.
O baterista da Hori vai além e faz outra revelação. “No começo da
banda, a gente ia aos shows do Fábio Jr, e ficava imaginando o dia
em que nós estaríamos em cima do palco”. O destino ainda reservaria
muitas surpresas a estes meninos, e eles seriam recompensados pelo seu
empenho. O sonho viraria realidade, mas esta é uma história que você
conhece nas próximas páginas.
O jovem também está no
filme “As Melhores Coisas do
Mundo”, de Laís Bodanzky
Fotos: Viviane Soares

Fiuk durante en-

trevista à ZZZ em
Sorocaba, onde
se apresentou
com a banda Hori

Assim
como
Fábio Jr.,
o jovem
de 19
anos leva
suas fãs
ao delírio Fiuk está na TV,
no cinema e nos
palcos: filho de
Fábio Jr., o ator-
cantor é um dos
fenômenos jovens
da atualidade

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