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Descentralização e Delegação

A descentralização por apresentar-se multifacetada sua multiformidade


resulta em envolver isolada ou concorrentemente, problemas de natureza
estratégica englobando soluções tanto estruturais quanto comportamentais.

Algumas dessas perspectivas são:

● de natureza estratégica : ocorre quando os problemas de uma estrutura


com base em função, fortemente centralizada numa grande organização,
altamente diversificada, em termos de produtos e de mercados, provoca a
descentralização dos produtos;

● de natureza estrutural: é o produto direto da departamentalização,


quando o trabalho geral da empresa é devido, cabendo a cada área, órgão
criado e desenvolvido de uma parcela específica.

● de natureza comportamental: quando, em sua essência, a


descentralização traduz uma filosofia gerencial, visando libertar o pessoal do
estreito controle e dependência dos altos centros de decisão, características da
organização hierárquica tradicional, gerando como resultado uma força de
trabalho com um certo grau de liberdade para programas e dirigir suas próprias
atividades, sendo motivada, assim para assumir responsabilidades e riscos
satisfazendo seu próprio ego.

Pesquisas apontam e comprovam a assertiva que uma administração


eficaz se fundamenta na centralização das decisões finalísticas,
compreendendo não só a formulação de políticas e as definições estratégicas,
mas também acentuada descentralização das responsabilidades pelas
decisões sobre meios, instrumentais, envolvendo tradução das políticas em
objetivos, metas e atividades.

Devemos ressaltar, no processo de descentralização, deve haver uma


dosagem adequada pois não podemos ter uma empresa totalmente
centralizada nem completamente descentralizada, deve-se encontrar na
definição e implementação da política organizacional.

Hampton diz que um dos maiores problemas que a administração


contemporânea se defronta é o fato de freqüentemente a autoridade ganhar
autonomia com relação a informação e a competência, é o fato que as
mudanças nas condições ambientais e nas tarefas da empresa acontecem
muito rápido e isso acaba fazendo com que a alta administração passe a estar
mal informada e tomam decisões inadequadas e em conseqüência disso os
administradores estão sendo forçados a procurar, a fugidia “cominação perfeita
entre autoridade, informação e competência.”
Hampton ainda diz que quando eles concentram a autoridade e as
decisões no topo da organização, esse processo chama-se centralização e
quando eles dispersam ao longo de todos os níveis administrativos o processo
recebe o nome de descentralização.

Optando pela descentralização, a empresa resolve alguns problemas,


mas há outros:

● alguns lucros da especialização ficam perdidos,

● sacrificam-se, freqüentemente, as economias de escala e se criam


novos problemas de coordenação.

A descentralização está se tornando uma solução inadequada a medida


que as tecnologias vão ficando mais complexas, tornando-se necessária uma
funcionalização mais extensiva.

Segundo D’Estaing, a descentralização é um estado de espírito, criado


pela administração estratégica, que formula os limites dentro dos quais se
desenvolve e que assegura as comunicações necessárias e a formação dos
homens que o praticam.

Uma descentralização adequada pode trazer os seguintes benefícios a


empresa:

1 – A tomada de decisões, ocorre no próprio cenário das operações


apresentando rapidez e menor risco com domínio total dos fatos pertinentes.

2 – Esse tipo de administração liberta-se das operações cotidianas,


contudo, permanente informações sobre os resultados.

3 – O clima da empresa é estimulante e motiva os gerentes nos níveis


operacionais gerando um certo grau de confiança nos procedimentos a serem
adotados.

Para que aconteça a eficácia da descentralização a empresa deve investir


inegavelmente em um programa de especialização e treinamento gerencial,
envolvendo todos as escalões da empresa.

Ronchi cita entre as vantagens da descentralização:

● rapidez nas decisões pela proximidade do lugar em que surgem os


problemas;

● eliminação dos conflitos entre os diversos serviços centrais, os quais, de


outra forma, poderiam atribuir-se à competência do problema;
● identificação dos bons e maus resultados da atuação dos dirigentes
periféricos;

● aumento do moral e da experiência dos dirigentes locais, principalmente


se jovens e um período de treinamento;

● diminuição da esfera de controle do dirigente central.

Ronchi apresenta, como as prováveis desvantagens decorrentes da


descentralização.

● inadequado aproveitamento dos especialistas centrais;

● possível duplicação onerosa de esforços e de equipamentos;

● aumento do custo das comunicação;

● possível divergência de ação por parte dos dirigentes periféricos;

● pouca elasticidade da organização frente a casos excepcionais;

● necessidade de dispor de dirigentes adequadamente preparados para a


descentralização.

A descentralização funcional esta associada a idéia de se alterar o


regimento interno da empresa e os documentos decorrentes, ela é sistemática
e organizacional decorrentes, ela é sistemática e organizacional.

A delegação envolve uma responsabilidade dupla. A pessoa a quem se


delega a competência torna-se responsável perante o superior imediato, pela
realização do trabalho continuando o superior, contudo responsável por fazer
com que esse dever se faça.

Assim, a descentralização tem caráter permanente e é impessoal,


enquanto a delegação tem caráter transitório e é quase sempre pessoal,
nominal.

Deve ser ressaltado que por ser pertinente não se faz distinção entre
descentralização e delegação, já que a delegação é instrumento da
descentralização.

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