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CAPITULO 190 Como as Drogas e os Horménios Influenciam o Comportamento? Principios da Agao das Drogas ‘Como as Drogas Psicoativas Penetram o Sistema Nervoso. DiferencasIndviduais nas Respostas as Drogas Drogas e Sinapses Sinapse de Acetilcolina: Exemplos da Acdo das Drogas Classificagao das Drogas Psicoativas Agentes Sedativo-Hipndticos e Ansilticos De Otho nos Distrbios: Sindrome Alcooica Fetal Agents Antipsicéticos Antidepressivos De Olho nos Distrbios: Depressao ‘Anagésicos Narcticos Estimulantes Drogas, Experiéncia, Contexto e Genes Toler as Drogas Sensibilizacao ‘Abuso e Dependéncia Explcando 0 Uso Abusvo de Drogas Comportamento Sob Eeito de Drogas Por Que Nem Todas a Pessoas Abusam de Drogas? ‘As Drogas Podem Causar Dano Cerebral? ‘De Otho nos Disirbios: Psicose nduzida por Drogas Horménios Controle Hierérquico dos Horménios Horménios Homeostaticos Horménios Reprodutivos Horménios do Estresse Finalzando a Resposta a0 Estresse eg: mat Pee tribuise a pescadores japaneses chineses a descoberta A do uso de algas marinhas como medicamento. Eles devem ter observado que as moscas morriam apés Pouisar sobre as algastrazias para a praia pelas ondas; entio, ten- taram esfrega+las na pele como umm repelente contra insets. Fun- conou. Ele também descobriram que, quando ingeridas, a algas matavam os vermesintestinais, epassaram a ut- lizar extratos de alga para tratar as criancas com vermes. ses remédios populares levaram os cientstas a analisar a composigio quimica da alga Chondria armata e aident- ficar mela dois compostos inselcidas quimicamente seme- thantes: 0 dcido doméico e o cio cainico, Doses purif- cadas desses dcidos foram administiadas a um grande mimero de ciancas como tratamento para vermes, sem relatos de efeitos claterais. Os meétdicos conc, ent, ‘que essas substincias nao eram toxicas para seres huma- ‘0. Infolzmente, eles estavam enganados. Em 22 de novembro de 1987, duas pessoas em Moncton (Novo Brunswick, Canada) foram hospitalizadas apes apresentarem gastrenterte e confusio mental. Logo vieram de Quebec mais retatos da doena e, em 9 de dezembro, cinco pessoas jd aviam mondo. No toa, foram relalados mais de 200 casos dessedistrbio mistrioso. 8 gravidade dos sintomas variava bastante, mas 0s casos piores incluiam confusio © pera «de meméria acentuadas. Para alguns dos sobreviventes, os danos 3 meméria foram perhanentes. As autépsias revelaram grande perda celular no hipocampo, na amigdala, no cbrtex adjacente € no tamio (tyne & Todd, 1990). ‘A tinica experiéncia comum &s vtimas era o fato de terem consumido meailhdes. Para descobrir se essa era a causa; os ientistasinjetaram extrato de mexilhdo em camundongos. Em oUco tempo, os animals comecavam a cocar atrés de uma corelha, entravam em convuisio e morriam. Aparentemente, 0s meaithdes realmente continham uma taxina, mas 0 padrdo cu rioso da cagacluraindicava que essa forna era diferente de qual- ‘quer outro veneno conhecido de origem nos moluscos. A andlise ‘quimica dos mesithdes mostrou que eles continham grandes ‘quantidades de dcido domeico. Os pesquisadores ficaram sur- presos. Como os mexthdes foram contaminados com Acido ‘domdico, e por que este repentinamenteestava aginda cama ve- eno em seres humanos? Prop Sue iu Unie Para responder & primeira pergunta, 0s pesquisadores ras- _ttearam 0s mexihdes e descobriram que eles vinham de duas fazendas de cultura de moluscos na tha do Principe Eduardo. A cultura de mesilhdesteve inicio em 1875 e, na década de 80, hava se tornado uma grande inckistia bem-sucedida, produsindo até 15 milhdo de toneladas de moluscos por ano. Os fazen- dirs liberavam 0 esperma e 05 évulos de mexihdes na ‘gua, onde 5 zigotos resitantes se prendiam a longas cordas ali suspensas. Os moluscos se afimentavam pelo sifonamento de 2a 6 litros de agua por hora, 0 que ex trala pequenos organismos marinlis chamads fitopline- tons. Mais de 90% dos ftoplsnctons que os mexhdes da Ua do Principe Eduardo consumiam eram diatoméceas Uniceulares chamadas Nitzschia pungens, mostradas na Figura 6-1. Quando anaisadas; descobriu-se que as d- ‘atomceas continham dcido doméico, Em virtude da fata de evidéncias da presenca de dcido domdico em di atomaceas antes de 1987, inciou-se uma pesquisa sobre 2 origem da contaminacao. Aparentemente, 0 clima seco em 1987 produziu um crescimento de algas que cont ‘nham dcido dombco em riachos ao longo da margem da praia ‘Ao se almentarem de algas, as diatomceas acumutaram grandes ‘quantidades de cdo domdico, que foi entio passado para os esis, i. que os mesmos se alimentavar das diatomceas. ‘Masa descoberta de que o cio doméico era um agente 16- ico nesse caso resolveu somente parte do rmistri, Lembrese de ue 0 dcido domdico havia sido considerado inofensivo e fora ut- Frade amplamente para cura as ciangas de vermes. Como agora Figura 6-1 ‘As dtomserasposem ua rane aida de formas tamanhos Es etio presents em od 0 oeano eo comune ga doce, onde mts eres aparece em andes quads A chia png, sas ang ume alone capa de acum ito donc sm 192 CAPITULO 6 seu uso resuila em doenga, dano cerebral € morte? E por que so- ‘mente algumas pessoas eram afeladas? N3o hi vidas de que mais {de 200 pessoas haviamn consumido mexildes conarinados. Eas _duas pergunias sero respondidas nas préximas paginas, onde a in- toxicagio por dcido dombico & utizada para dustrar alguns dos, ,Prindpios da aco da droga. Muitos desses prindpios também se ~aplcam 3 ago de horménis, que ao drogs produzidas por nossos \ pr6prios organisms. Os hormeénios 580 0 tépico da iia seco ‘deste capitulo, Antes de inarmos a discussdo sobre como as dro ‘8 produzem seus efeitos sobre 0 cérebro, devenvos fazer uma confsséo, © niimero total de neurotransmissores, receplores € possheis locas da agdo da droga & surpreendente. A citncia da pesquisa sobre droga tem feito grandes avancos, mas ainda ndo seconhecem a fundo todas elas. PRINCIPIOS DA ACAO DAS DROGAS ‘A droga é um composto qumico administrado para causar uma alteragio desejada no of ganismo. As drogas geralmente sio utilizadas para diagnostica,tratar ou prevenir docngas, para aliviar dor softimento ou ainda para aliviar alguma condigo fisioldgica adversa. Os tipos de drogas que serio apresentados neste capltulo sao as deogas psicoativas — aquelas substincias que atuam sobre o humor, o pensamento ou 0 comportamento € que'sio uti- ls para tratar doengas neuropsicolégicas. Muitas substincias psicoativas também siv7 jada como drogas. sto 6, cls sio consumidas por motives no medicinais aué 0 ponto de prcjudicarem as fungées do usuitio, podendo causar dependéncia qufmica, Algumas drogas psicoativas também podem atte como toxinas, causando doengas, danos cerebral ou morte. ste capitulo explcard que os efeitos de muitas drogas dependem de como elas sio con- suumidas, em que quantidade ¢ sob quais circunstineias. Comegaremos cxaminando as print~ pais manciras como as drogas psicoativas sio administradas, que catninhos clas seguem para chegar 20 sistema nervoso central € como sio eliminadas do organismo. A seguit ire- tos comsiderar coma as ding dem responder de formas dstintas& mes ui Jnios e por que pessoas diferentes po: dose dle uma droga, Como as Drogas Psicoativas Penetram o Sistema Nervoso Pata ser eficar, a droga psicoativa precisa alcangar scu alvo no sistema nervoso. A mancira pla qual a droga penetra © passa pelo organismo para alcangat esse alvo ¢ chamada de tia de administragdo. Muitas drogas sio administradas por via oral, pois essa € uma ‘mancira natural e segura de consumo de substincias. As drogas também podem ser inala- das, administradas por meio de supositérios retas, absorvidas por adesivos cutineos ou injetadas na corrente sangiiinca, no muisculo ou 1 eérebro. A Figura 6-2 ilustra as varias vias de administracio das drogas. sas vias diferentes representam batreiras diferentes entre a droga e seu alvo. A ingestio da droga ¢ fic e conveniente, mas nem todas as substéncias podem ultrapass as barcitas dos contetidos © das paredes do ato digestivo. Em geral, hii menos barreiras entre uma droga c seu alvo se esta for inalada em vez de ingerida, € ainda menos barrciras se for injetada na corrente sangitnea. E, se a droga psicoatva for injetada diteramente no oftebro, sero en- contrados os menores obsticulos possives. A Figura 6-2 tamlxim resume as caracterfstcas ‘que permitem a ulerapassagem de vérias barreras para akangar seus alvos. ‘Vamos examinar com mais atengio as barreiras que uma droga ingerida deve lta possar para chegar ao ofrebro, Para alcangar a corrente sangiiinea, a droga ingerida deve primeito ser absorvida pelo revestimento do estémago ou do intestino delgado. A droga Iiquida € absorvida com mais rapidez. As drogas com forma slid nao sio absorvidas a no ser que sejam dissolvidas pelos sucos gistricos. Em qualquer forma, liquida ou s6li- ‘COMO AS DROGAS £ OS HORMONIOS INFLUENCIAM O COMPORTAMENTO? = 193 ‘Ainjoplode una droga ‘dretamenta no efrobro peamite a ago répida mesmo ‘com doses pequenas, pois 'As crogas jeiadas no io bé barca ‘seu encontram ee ‘mais berocas do que ‘ingestio do drogas 2 droga inaladns. ‘amano ma ie, sogua e conveniente de admiistragéo. 7 drogas quo foram ‘cis races passam poe eee eee ‘Se forem hideolilicas, as conrente sangtinea thogas retadas na corentasangiines ’As drogas que onconam foram bases fracas poufesinas bareies ppassam dos a6 0 cérebra, Intesinos para a correo sangbinea dla, a absorgio & afetada pelas propriedades fisicas e quimicas da droga, bem como pela presenga de oucos contetidos estomacais ou intestinais. Em geral, se a droga for wm Jicido fraco (como 0 slcool), ela serd facilmence absorvida pelo revestimento estomacal. Caso seja uma base fraca, a absorgio no seri possivel antes da passagem pelo esténtago & «la chegauda a0 intestino — processo que pode deserut-la, ‘Apés a absorgio pelo esmago ou intestino, a droga deve entrar na corrente sangtiinea — 0 que demanda outras propriedades. A substincia deve ser hidrofilica para ser transportada pela corfence sangtifnea, pois 0 sangue possui uma alta concentracio de Sigua (e, assim sendog uma substincia hidrofSbica seria bloqueada). Caso consign pene- ‘rar na Corrente sangiinea, a droga seré entio dilufda pelos sproximadamente 6 litros de sangue que circulam pelo corpo de ums pessoa adulra. Para aleangar seu alvo, a droga deve rambém passar do sangue para o liquido ex- rracelular, o que exige que suas moléculas sejam pequenas o suficiente para atravessar os pporos clos capilares (vasos mintisculos que transportam singue para as células do orga- hismo). E, mesmo que essa passagem seja possivel, ainda pode haver outros obsticulos. Em primeiro lugae, 0s aproximadamente 35 litros de gua do liquido extracelular diltuem a substineia. Em segundo, a droga corte 0 risco de ser modifieada ou deseruida por vrios pracessos metabdlicos que ocorrem nas célu No cétebro, a passagem da droga através dos caplares & muito mais dffll por causa da barreira hematoencefilica. NSo que 0 cérebro seja deficiente nesse aspecto, pois sua rede capilar é muito rics, Na verdade, nenhum de seus neurdnios est a mais de cerca de 50 ccedmetros (jm, ut milionésimo dle metro) de distinc de um expat: Mas os eaplates para ‘océrebo sia impecieiveis a muita substincias —-o que cra a barreira hemaroenceilica, A Figura 6-3 mostra a estrutura dos capilares cerebrais € por que eles sio impermeiveis a muitas substincias. Observe que, como todos os outros, os capilares cerebrais si com ida de eélulas endoteliais. Na maior parte do corpo, as paredes das culas endae sho unidas, sendo possivel assim a passagem cas subs- tiincias pelas fendas ents as, Fi coneraste, no eérebro (pelo menos na maior parce dele), as paredes da célula endotelia se ligam e formam jungGes esteitas que impedem a ppassagem de molécubss ea miaiora das subst postos de una sis capilares este wirias vas de adminisvagto de droqas. iecdo de dogas nos alos cerebraisndo rica, 1 a ingest ¢ ce conweniente, mas passage ds substncias do intestino para a corente sngtinea pode no ser posse. A forma mais pia de absoro das drogas 6 injgdo na corente sanguinea, sequida da inalacdo¢, por dima, ainjeoitramuscuar, 194 carfruLog (0s capilarescorebrais nd sdo vazados, ‘Asmoléculas poquonas esem [Ours moiéculas so . possuem jungées estolase sto cobertos pelas carga so capazos de levadas pola loxminagdes astroctcas. Essas propiedades. ‘vavessar a membrana ‘membrana por melo do Impedem que os materia enrom e saiam fendollial chegar a0 céretvo, | transport avo. facimente, fomande a base da bara | | mS oo GD GD “Wrnscter ee ars (0s capllares do corpo st vazados e possuem Pouca jungbos exits. Os materials podem ena e sai com relatva facade, carga eitricasio incapazes de sairdo capt. nies Onc di ae ce A Figura 6-3 também mostra que as eélulas endoteliais de urn capilar cerebral sio eritem a passage de sbsins ete cercadas pelos botdes terminais dos astedcitos das eélulas glais, que sio ligados & parede susprcscoes~aocntiiodoe Stare cobra 8096 del, Os bots terse ls dempentam ne fate esos series Po eps poe cs ae! na barrcra hematoencefilica. As células gliaisaléin de fornecer uima via para a troca de pomp moeerererrenal alimentos e dejetos entre os capilars ¢o liquido extraceular do cftcbro, eda para outras sig cabinet den Nice ma dag doe paras de ene ons gine tne pels predes dos eaplaes 8 ours, como os . ae 7 rinokidos a plaseess gurures.dewm ” 40 cétebro nas quais os neurénios si0 muito ativos. pa tania ice otto oot deve estar se peruntano por que as clulasendotclasformam jungbes es raion das ua subsnas, pple 8 FOIEMIE AA maior pared cérebro,c no em todo el. As eélulas das patedescapilates asmoléuls andes com cag ineapa de aligumas rogiGes cetcbras sio desprovidas de jungées estretas; assim, essas regides, thonars teres uae smostradas nia Figura 6-4, nfo possuem uma barreita hematocneefilica. Uma dessas freas € a hipéfise hipotalimica, que permite a passagem de horménios para a gldndula hipofistria. A outra &a drea postrema do tronco encefilic inferior. A auséncia de uma barrcira hematocncefilica nesse local permite que substincias tGxicas no sangue causem ‘uma resposta sob a forma de wésnit pineal também é desprovida da batreisa hhematoenceflica, per jos aalcancem © snodulem os clos dia- ite que essa strut Para desempenhar seu trabalho, o restante do eérebro precisa de substinctas capes de atravessar a barrcita hemarocncefilica. Vor exemplo, oxigtnio, a glicose ¢ os amtinoicidos (6s “tijolos” das proteinas) devem passar normalmente do sangue para as células cerebrais, ‘que, por sua vez, devem excrear 0 didxido de carbono ¢ outros dejetos para o sang substincias atravessam a barrira hematoencefiica de duas mancias:primcco, as moléculas pequenas (como as de oxigtnio e didxido de carbono) que ndo estio ionizadas — sendo, portanto, solves em gordura — sto capazes de atravessar a membrana endotelil seyundo, as moléculas de glcose, os aminodcidos ¢ outros componentes alimentares podem atravessat a membrana por meio do sistema de transporte ativo, O sistema de transporte ativo bbomba, como a de sédio ou porisio, espeiaizada no transporte de urna determinada subs- tincia, Depois de passar dos capilares pata o liquid extracelular ccebral, es substincia pode entrar com ficilidade nos neurGniose na neurégli COMO AS DROGAS F OS HORMONIOS INFLUENCIAM 0 COMPORTAMENTO? Mas na barreisa hematoencefilica as substincias sio mais sets q tmaioria dos easos, a barreim & benéfica, Por exemplo, pelo fato de a ati neurSnios depender de certas concentragdes extracelulres de fons, & importante que as subs- jas idnicas nio acravessem a barreira hematoencefilea e assim incerfiram na aividade cléerien do cérebro, Também & importante que as ourras substincias neuroquimicas do restance do oxganisnno nso passem part 0 cérebro e interrompam a Wo entre 05 nneurénios. Além disso, a barreiea hematoencelilica protege o cérebro de muitos hormdnios ci ws substincias eieas e infecciosis, As vezes, a barreira hemaroencefilica pode ser rompida por lsGes ou doengss, permitindo a entrada de patégenos. A maior parte do cérebro é bem proteyida contra substincias prejudiciais a seu funcionamento. A barceira hematoencefilica & de importincia especial para a compreensio das ages das lrogas sobre o sistema nervoso, A substincia 86 consegue chegar a0 oérebro se suas molécu- 1 nio-ioniandas (0 que permite a passagem pelas membranas das células cendotcliis) ox se droga possuir uma estramara quimica que permita seu transporte através da membrana por meio do sistema de transporte ativo. Pouuissimas drogas conseguem acessaro ssvema nervaso cental, pois a maioria delas nfo € pequena o sufciente nem possi cstrutara qufaniea correta para isso, Por exemplo: 6 neurotransmissor dopamina, embora scja uma molécula pequena, nfo é capar de acravessar a barreira hematoenceiea por causa ile sua composigio quimica. Senco assim, essa droga no pode se utilizada para a doenga de , ila que, uma ver no efrebro, ela poderia ser muito eficiente, Em contraste, a Ledopa (0 precursor a partir do qual a dopamina & sinterizds) possui uma constiuigio ‘quimica ligeiramence diferente, arravessando a barreira hematoencefilica por meio do sis- tema de transporte ativo; assim, ela pode ser utlizada para o ratamenco da doenga de Parkinson, A barreira hematoencefilica possui um desempenho to bom que & extrema- ‘mente dificil encontrar novas drogas para urlizagio no traramento de doengas cerebrais Resumindo: as drogas mais eficientes que conseguem fazer rodo o percurso da boca até 0 cérebro possuem propriedades quimicas especiais, como tamanho pequeno, solu- bilidade em gua ou gordura, poréncia mesmo em quancidades pequenas e degradagio dificil, além de serem icidos fracos. O Scido doméico é uma dessas drogas. Por ser um dcido fraco, ele mente absorvido pelo estOmage. Sua poténcia é grande mesmo em pequenas quantidades, sobrevivendo assim & diluigio na corrente sangtifnea € no liquido extracelular, Por fim, 0 dtido doméico é uma molécula pequena de estrutura semelhance & das subfcancias alimenticias , assim como elas, € teansportad através da barreira hematoencefilica. ulances e de vi “Glindula pineal: Permite 2 enrada de substinces ‘uimicas que afetam 0 ‘Area postrema: Pomio A enrada do substncias tice que nom vent, ipdtise: Permite a ‘entrada do substine!as ‘quliicas que inluenciam (9 hoxmdnios hipolsarios, eR Asses cere a sei no pssuem ora hemaoenceiica: a einénca mel Gps) qu un bo para ils antrins mattis, finda ies, qe ue ho xaos hrmdros ue lea rs onpotaeni ae pose, qu cas Sot em espa substi cas, 195 196 CAPETULO 6 Considerando os muitos obstéculos que as drogas psicoativas encontram cm seu per ‘curso entre a boca ¢ 0 eérebro, fica claro que a inalasao de uina droga ou sua injecio na corrente sangiinea tem as suas vantagens, pois essas vas alternativas cle administragao ul trapassam a barrera estomacal. Na verdade, a cada obsticulo climinado no trajeto para 0 ‘éiebro, a dose de uma droga pode ser teduzida 10 vezes sem diminuigao de seus eleitos. Por exemplo, a ingestio de 1 miligrama (1000 microgramas) do estimulante psicomotor anfetamina produz uma alteragso comportamental notivel. Mas, se inalada pelos pul- ides ou injetada no sangue — 0 que evita a pastagem pelo estimago —, 100 microgramas (1000 micrograms : 10) da droga produzcm os mestnos resultados. As- sim, se a anferamina for injetada no liquido eefalorraquidiano, evitando a passagem pelo cesidmago e pelo sangue, apenas 10 microgramas seriam suficientes para produzit um re sultado idéntico. O mesmo aconteceria com 1 micrograma se evitissemos a diluigio no Iiquido cefalorraquidiano ¢ a droga fosse injetada diretamente nos neutdnios-alvo. Esses tnimeros sfo bascante familiares 208 usudrios de drogasillctas. As drogas que podem ser inaladas ou injetadas via intravenosa sio muito mais baratas, pois as doses exigidas sao ‘© corpo coma a climinar a droga logo apés sua administragio. As droyas so me- tabolizadas em todo 0 organismo, incluindo os vins, 0 figado e a bile. Eas sio excretadas pela urina, pelas fees, pelo suor, pelo Icite materno ¢ pelo ar exalado. As drogas desen volvidas para propésites tcrapeuticos normalmente so projetadas nfo apenas para imentar as chances de alcangar seus alvos como também para melhorar sua sobrevivenci ‘no organismo. item algumas substdncias que, se ingeridas, apresentam dificuldacles em sua eli minagio do organismo. Tais substincias sio potencialmente perigosas — pois clas po- clem se acumulae no organismo ¢ se tornarem téxicas caso scjam consumidas em altas doses. Por exemplo: certos metais (como o mercitio) nio sio eliminados com facilidade pelo organismo, € 0 acsimulo pode causar condigées neurolégicas graves. O interessante € que, a0 estudar as histérias elinicis de pacientes com intoxicagio grave por Acido doméico, os pesquistdores descobriram que todos apresentavam problemas renais pre- existences. Esve achado sugete que os rins cém fungio importante na climinasio do Acido dombico, cujos nfveis téxicos no organismo se deviam ao mau funicionamento te- nal deste pacientes. Diferencas Individuais nas Respostas as Drogas [As varias respostas diferentes &s drogas se devem a diferencas de idade, sexo e tamanho corporal, sem contat ourtos fatores que afetam a sensibilidade a uma determinada subs- tincia. Por exempla, individuos grandes so menos senstveis 2 uma droga que individuos rmenores, pois a droga & mais dilulda em scus organismos. As mulheres sio cerca de duas ‘vezes mais sensiveis is drogas que os homens. Essa diferenga deve-se em parte ao tamanho corporal relativamente menot ¢ em parte as diferengas hotmonais entre homens € mulhe= res. Os idosos podem ser duas vezes mais sensiveis As drogas que os jovens, pois posstucmt barreiras menos eficazes contra a absorgio da droga, além de processos metabélicos ¢ ex- cretores menos eficientes. Foram observadas diferengas individuais de sensibilidade ao Acido domdico entre pessoas que consuntiram mexilhées envenenados. Apenas 1 em cada 1000 pessoas adoc- cou, ¢, dessas, somente algumas softeram danos graves & meméria; as mortes foram pou- cas. Os trés pacientes que sofreram danos 4 meméria eram homens de 69, 71 ¢ 84 anos. ‘Todos os pacientes que morreram cram homens com mais de 68 anos. Apatentemente, 0 cido doméico ou é absorvido mais rapida ite ou excretado de maneira mais precitia (ou ambos) em idasos do sexe: masculino. Estudos posteriores feitos em ravos confir- ‘maram sensibilidade maior em animais mais velhos aos efeitos tdxicos do Acide dombica. (COMO AS DROGAS £05 HORMONIOS INFLUENCIAM O COMPORTAMENTO? e197 Drogas e Sinapses Os efeitos das drogas sio causadas pelo inicio de reagSes quimicas ou pela influéncia no andamento das atividades quimicas do organismo. Como se sabe, acontecem sinapse. Isso ocorre com a maioria das drogas que tem efeito psicoativo, pois elas in- Muenciam essus reagies quimicas. Dewse modo, para entender como 2s drogas fun- eietcearsiafal cionam, devemas explarar de {A Bigues 6-5 resume as seve etapas princi intese do neurotransmissor ocorte no corpo celulae, no axdnio ou na terminagio, Em seguida, o neurorransmissor € guardado nos granulos de armazenamento ou em vesiculas até que seja liberado da membrana pré-sinspriea da terminagio. A quantidade de trans- missores liberados para a sinapse & regulada em relagio & experiéncia anterior. Quando liberado, 0 transmissor atua sobre o receptor embutido na membrana pas-singptica e, de- pois, é destruico ou devolvido & terminagio de onde veio pata set reutilizado, A sinapse também possii mecanismos para degradar o excesso de neurotransmissores ¢ eliminar os subprodutos desnecessitiog da sinapee. Cada uma dessas erapas da neurotransmissio inclui uma reagio quimica que pode ser jnfluenciada pela deogg de duss mancieas: pelo aumento ou pela diminuigio na eficiéncia dda newrotransmissio, As drogas que aumentom essa eliciéncia séo chamadas de agonistas, as qule diminuem sio as antagonistas, Essas duas drogas podem funcionar de vicias imaneiras, mas os resultados finais so sempre os mesmos. Por exemplo: as drogas que es timulam a liberagio do neurotransmissor dopamina, que bloqueiam a recapracio desse mnodificain as agGes sindp\ Substincis® Precmanaiy ‘Anz -enamonto tes soos se races pris que wa rg pode moc arin aonsissio ‘inp, Na er, uma dros pe asta 8 rear pris qa em aa eo, ‘estan n reo oun aumento ds rerio snip, 198 CAPITULO G consideradas agonistas da dopamina, pois todas elas sinapse. Por outro lado, as drogas iheragio da membrana pré-sindptica) transmissor ou sua inativagio s aumentam a quantidade de dopamina disponivel n que bloqueiam a sintese dessa substincia (ou su ou que bloqueiam os receptores de dopamina (ou accleram sua inativagia) si0 todas con- sideradas ancagonistas de dopamina, pois diminuem 0 efeito bioquimico dese transmis: sor na sinapse. Sinapse de Acetilcolina: Exemplos da Agdo das Drogas ‘Utilizando como exemplo a sinapse de acctilcolina ct 2 Figura 6-6 most como diversas drogas toxinasaftam a ncurotansni dessas drogas podem Ihe parccer estianhas, mas de outras provavelmeate voce jf ouviu falar. O conhecimenta dos eleitos na sinapse permitsé 0 entendimento dos efeitos com- is que eas prodizem, ‘ astra duas toxinas que influcnciam a liberagio de acetilcalina pela Este exempla sobre lito ds dragas na sinase clinica mostra como os agostas—_terminagiio axBnica: 0 veneno da atanha viiva negra e a toxina botulinica. © veneno da aumeniam a aio da accticlna sobre 0 aranha viéwanegea é um agonista, pois estimula a liberagio de acetileolina — wna recepor péssinpico como os antagonists —_quantidade excessiva dela. Para os insetos que sio presas das aranhas viivas-negras,& es irinwem essa ado. Observe coma as dogs timulago causada por esse excesso de acetileolina nas sinapses ncuromusculates é sufi aetam de mans difcenes a wansmiss30——_ciente para causar paralisia ¢ morte. Uma pieada da aranha vitv rio contém to- de aetcona: a aor na seseeaoalear ina suficiente para afetar um ser humano de forma semelhante. A toxina bowulinica & 0 a beraqo, na igagio 20 receptor ps agente t6xico em alimentos contaminados, como alimentos enlatados processados de Sinica ea inatvao. ‘mancira inadequada, Essa toxina ava como antagonista porque bloqueia a liberagio de ’ (Os efeitos da toxina botuliniea podem durar de semanas « meses. Um dos sectleoin caso grave de intoxicagio eausada por essa toxina pode resultar ei paras movimentos ¢ da respiragio, causando o ébito. Vocé pode se surpreeuider 20 saber que, apesar de ser um-veneno, a toxina botulinica possui usos medicinais. Se inje- tada em um miisculo, pode paralis-lo de forma seletiva, Essa agio seletiva & cul para bloquear contragées musculares ou espasmos excessivos ¢ permanentes. Essa toxina também é utilizada em cosmética para paralsar os risculos faciais ‘que causam o aparecimento de rugas. ‘A Figura 6-6 também mostra duas drogas que atuam sobre os recep- tores da acetileolina: a nicotina e © curare. A nicotina, substincia quimica enconteada em cigarros, atua como agonista para estimular os receptores colinérgicos. Sua estrutura molecular € semelhante 0 sufi ciente A da acetilcolina para permitir que esta se instale nas regibes de ligagio dos reeeprores. O curare atua como’ antagonista 20 ocupar 0s teceptores colinérgicos, impedindo ‘assim sua ligagio 4 acetleo- lina. Ao se ligar a esses recepiores, 0 curare faz com que eles nfo iplesmente bloqueando-os. Apés ser introduzido 10, 0 curare atua rapidamente e & eliminado em poucos minutos. Altas doses, no entanto, intertompem o movimento € a respiragio por tempo suficiente para causar a morte, Os primeiros exploradores curopeus da Amiciica do Sul descobriram que os {ndios dé Amazonas matavam animais pe- ‘quenos utilizando flechas cobertas com eurare preparado ‘com as sementes de uma planta. Estes eagadores ni0 Recenracal cram intoxicados a0 consumicem os animais, pois 0 cu ‘A ioatina estima 08 receplores de ACh. a Conmutalcsbieiciom Fate ingerido no consegue passar do sistema digestrio Occuraebloqula os | nauagSo do ACH. para o organism, Focam sintetizadas nmuitas droga ) receploes de AC, semelhantes a0 curare, Algumas delas sio utilizadas para 4 paralisar (por perfodos curtos) animais de geanele porte COMO AS DROGAS EOS HORMONIOS INFLUENCIAM O COMPORTAMENTO? = "199, para exame ou marcagio. Voct provavelmence deve ter visto esse uso da droga em progts- mas dle telovisio sobre a vida selvagem. Os nnisculos esqueléticos so mais sensiveis is drogas semelhantes a0 curare que 05 miisculos respiracérios; assim, uma dose adequada paralisa os movimentos do animal, mas ainda permie a respiragio, A quinta agio dis drogas mostrada na Figura 6-6 & da Gsostigmina, droga que inibe colinesterase (0 eneiona que degiada 2 aterleolina). Portanto, a fisostigmina acua como yonisea para aumencar a qusitidade de aceilealina dispontvel na sinapse. A fisostigmina & dobida de uma fava afiicana e era urilizada como yeneno pelos povos nativos desse cont rence. Doses grandes de fisostigmina postem ser exieas, pois produzem estimulagio exces siva da sinapse neuromuscular €, por conseqiiéncia, interrompem os movimentos ¢a respi- ragio, Enrreranco, em doses pequenas, a fisostigntina é wrilizada para tracte a miastenia ‘grave, uma condigio de fraqueza muscular na qual os réceptores susculares apresentam Uma resposta acetileolina abaixo do normal. A agio da fsostigmina € de curta duragio, permanecendo somente por alguns minutos ou, no méximo, por meia hora. Mas uma otra classe de compostos, a8 organofosfatos, se lyst ce forma ireversivel 3 acetleotineste- ase ¢, por iso, € inuiro téxica, Muitos inseicidas sio organofosfitos, composto rambém uilizado em gueceras quinticas Centenas de outrss drogis podem atuar nas sinapses neuromusculares de aceite Jina, € milhaves de ourras substineias podem aciae em outros fpos de sinapses. Algumas neurorosinas esto relacionadas na Tabela 6-1. Apesar de seus efeitos varios, todas essas substincias aruam como agonistas ow antagonistas, Se voce entender as agies apostas dos agonistas e antagonistas, entender’ também como algumas deogas podem ser ueiizadas ‘como ancidotos contra intoxicagio por oucras droga. Seo consumo de uma droga ou toxina afeta as sinapses neuromusculates, a sinapses de acetileolina no cérebro também serto aferada’? Isso'depende da ea tdncia em atravessar a barreira hemacoencefilica, Agumas das drogas que aruany nas sinapses de acetilealina nos misculas também podem acae nas sinapses de actilcalina bro, Por exeruplo, a fsostigmina ea nicorina conseguem ficlmente ulrapassie a batieies hemaioencelica © idade da subs- 10 Gfrebro, mas o mesmo nao acantece com o culate Assim, 0 fato dle um agonista ou antagonista colinéegico possuir ago psicoativa depende dlo tamanho ¢ da estrueura de suas moléeulas, que determinamy se essa subsehncia con- segue aleangar 0 cérebro. RE Aguas Nourotoxinas, Saas Origens« A Satta Origen co Tetodotoxina twine gus a permed ds ‘ , mamana pr oe de Nat Nogusio emest atra equa ocanss de a" aseyinn fore Desi os ros de armazenamena obi croea Bogus os micotbules ate Gio doa agua sectors de densi «0 cana de 3" enemy de aren aia nega Esl era de AC 5, Tina buica xian atimertar oguca alberagn de Ach orae busts or sectors de ACh ius da a Animainfecado oq sectors de RC ido btsico Comme Samet a0 io doco fsiina Pas loqusaaginn spina Abas eves Bogut scams de 3 200 A CAPITULO S Recapitulando ‘As drogas psicoativas s8o substncias que produzem alteragdes no comportamento a0 atuar sobre o sistema nervoso. Essas drogas encontram véras bareras entre sua entrada no organis- ‘mo € a aco sobre um alo no sistema nervaso central. Um ds obstéculos mais importantes & a barrera hematoenceica, que, em geral, permite a passagem (dos caplares ara o sistema nervaso central) apenas das substincias necessérias & nutricdo do cérebro. A maioria das dro- 25 com efeitos psicoavos atua dessa forma, aravessando a barrera hematoencefslica influ ‘enciando as reais quimicas nas sinapsescerebrais. As drogas que influenciam a comunicardo centre neurbnios agem tanto como agonistas quanto como antagonisas da neurolransmissa0 (ow seja, aumentando ou diminuindo sua efciénca). Entetanto, existem diferencasindviduais tenormes nas respostas &s drogas por causa de diferencas de idade, sexo tamanho corporal, entre outras fatores, ue aletam a sensibdade a uma determinada substancia, CLASSIFICACAO DAS DROGAS PSICOATIVAS E dificil desenvolver um sistema de classificagio para os milhares de drogas psicontivas As dassificag6es com base na estrutura quimica ua droga pois drogas com estruturas semelhantes podem causar efeitos 1 versa. Os esquemas de classificagio com base nos reveptores cerch 0 foram bem-suceridas, diferentes, e vice- is cambém foram @ Viste o ste www, probleiiticos, pois uma tinica droga pode atuar sobre nauites reeeptores diferentes. O worthpublishers.com/kolb/chapter6 mesmo problema ocorte com os sistemas de classificagio com base no neurotransinssor para saber mais sobre a vaiodade de afetado pela droga, visto que muitas drogas atuam sobre virios transmissores diferentes. ‘drogas psicoativas. A dlassificagao utilizada neste livro, resumida na Tabela 6-2, foi claborada com base tios {lasiticasio das Drogas Psicoativas | Sdavoipnticse agentes asics Aarts (pees nesses), oa esas dine un) 1. Ate anpscias Fens dopromacina utroleonasblprdl I Aaepressnos tildes da moma xia (irs ds MAO) -dpresivs ick npn (a) eqs pos: exe (arn) 1, (saben do lamor tio 1. falpsicos adios Moca coder V. Glas psconotoes Cocaine cia 1 Picadas indo acing opin Hdiesgos mexaina Serengeti do ci Bo. pctina Tetaeoaatio maconka dados do efeito psicoativo mais pro- nunciado que uma droga produs ssa clasificagio divide as drogas em sete classes; cada uma delas contém alguns ou mithares de substincias quimicas diferentes em suas subs Pras droga: que so uslaadas pare tratar doengas neuropsicolgicas estio relacionadas novamente na Tabela 6-3, juntamente com as datas em que foram descobertas ¢ a nomes de seus © descobridores. Voce pode se surpreen- der ao saber que suas agées terapéu cas foram descoberias originalmente por acaso, Conseqiientemente, cien- Uistas © empresas farmactutieas desen- volveram virias formulagées de cada dioga no esforgo. de aumentar 3 cficicia © reduzir seus efeitos cola- terais, Ao mesmo tempo, pesqui- sadores tentaram explicar a agio de cla droga sobre 0 Na Tabela 6-2, cxaminaremes as ages das drogas & medida que considera- mos algumas de suas classes. COMO AS DROGAS EOS HORMONIOS INFLUENCIAM O COMPORTAMENTO? ts 201, Drogas Uliizadas Para Tratamento de Doengas Mentals Doenga ‘Classe da Droga roga representa Nome Comer Descabridores suiania Feplainas (Clorpromina ‘mpl ‘ean Debye Pee Desiter Gorprain (Frag), 1952 Butfenona Holoperida alt Pau ansen (Bic, 1857 Depessio Inibidocs da monnanina prin ‘ort than Hine cwidass (HAO) 4. Saunders (Gtads Unidos), 956 Anidepessives lope Telrad foond Kut ikias (Guo), 1957 Inibidoes sets da Fluo Prone Ly Company, 1985 reeapacio de seotonina Tans bipolar LU elemento metic) Job Cade (si), 1988 Tonstoma deansiedale _enroinepinas iazepxido ‘rium {0 Stembach (Polis), 1940 ‘alo eprbamato dep Frank Brgere quit ian Bay Agentes Sedativo-Hipnéticos e Ansioliticos Os efeitos dos sedativo-hipnéticos ¢ clas agentes ansioliticas diferem, dependendo de suas «loses. im doses bana, eles reer a ansiedade; cm doses médias, cles sedan, eer doses alas, ees cauisam anestesia ou coma, Em doses muito alas eles podem ewsira more (Figura 6-7). ‘Os componentes mais comune dgse grupa vatiada de drogas sia Alool. babitdricos € henzodiazepinas. O leo! é bem familiar 4 maiorin das pessoas, pois é amplamente consti ido. Seus efeitos porencialmence devastadores sobre os fetos si0 estudlados no quadro "Si ddxome Alcodlica Feel, na p, 202.’Barbittrico & um tipo de droga 3s vezes prescita como medicamento para dormir, mas arvalmente é utiizaca para anestesia ances de cirurgias. As benzodiazepinas também sio conhecidlas como trangtilizantes menores ou agentes ansiol icos. Um exemplo é a droga Valium, ampla- fence prescita, As bengodiaeepinas muitas ‘yezes so administradas em pessoas com difi- cullide para enfrentar alguns dos grandes problemas da vida, como um acidente Fraumntico ow more ms amis, Enguanto 0 fleool e os barbititicos podem exusar sono € ‘anestesia — € coma ena doses um pouco mais altas das que produzem sedagio —, a dose de benzodiazepinas que causa sono e anestesin & aliviar a ansiedade. Uma caracteristica dos sedativo-hipnéti- cos & que cles causam respostas cada vez mais fracas no ususrio qie consome doses repeti- Jas. Assim, é necesséria uma dose cada vez maior para manter o feito inicial da droga. Essa diminuigio da resposta a uma droga com o pasar do tempo & chamada tolerincia, A tolerincia cruzada se desenvolve quando a tolerdncia desenvolvida a uma droga é trans- ferida para uma droga diferente. A rolerincia cruzada sugere que as duas drogas so seme- Ihantes em suas ages sobre o sistema nervoso, Alcool, barbitiricos ¢ benodisney Nrvose, Saluese agora que ese alvo comuin € regio Feeeptora para @ newrorransmisor a eta de dage Tan dose da shag seat ines {Goecesoviua), 46 Ete grfco de sedagao comportametial, ‘mostra como o aumento das doses da drogas sedaivo hipndlcas afta 0 comportamento, dese doses baa que reduzem a ansiedade 8 doses muito alas que resulam em morte, ‘Agente ansiolitico. Tipo de droga que reduz a ansiedade. As benzodiazepinas ¢ ‘os agentes edatvohipnéticos também sito ansolicos. Tolerdncia cruzada. Forma de tolerdncia na qual a resposta a uma nova droga 6 reduida em decorréncia* sda tolerdncia desenvolvida em resposta 3 uma droga rlacionadia mm 8 SOIGITISIG SON CWO eq | cantru.o 6 Sindrome Alcodlica Fetal A expresso sindome alo fetal (SAF) oi cada em 1975 para descrever um padrdo de mallormagéo fica e elardo men- {a observa em fh de mies alcodltas. As criancas cm SAF podem ter fio faa anormal, como espago entre os olhas de largra excepconal, Ela também apresentam vias anomalis cerebais, desde clrebros pequenas com gos anormais a agomerados cellars anormais céhdas coricais:makal- rhhadas. A essas anomalas esto relacionados certs sintomas comportamentais que ciangas com SAF teem a apresetar em comm, como vis graus de. incpacidade de aprendrado € pontuar3oreduzida nos testes de neg, asim come hipe- ‘avidde cours problemas soca. A ideniicagdo da SAF estimulou um grande interesse nos efeitos do consumo de col por gestantes. Os bebés de aprox- imadamente 6 das mies alcolatas soem de SAF acentuada ‘A incitncia da singrome em dierents rises gogrfcas & bastante varie, dependendo em grande parte do par e do grau de consumo abusivo de skool nesses locas. Em dades grandes, a ncidéncia de SAF & de 1 a cada 700 nasciments. tm uma reserva indigena do Canad, a ncidéncia aumenta para 1a cada 8 nascimentos. . A SAF no € uma sindrome radical. As anomalasinduzidas or alcoot podem variar desde efits fins « psiccigicos ouco notes at @ SAF completa, Acrediase que a gravidade os efeitos estejarelacionado 2 quando, quanto com que fe- qéncia 0 alcool & consumid. Aparenement, os efits s30 iors 5 o consumo de fool acrrernos primers rs meses de gestasie, periods no qual infiamente, muitas mulheres ainda no porcberam qu eto grividse A SAF grave tom mals robabildae de ceincdr com casos de ingestio exessva de bebidas acodicas, 0 que produz altos nbs de lool no sangue. Outros fatores relacionados a resultados mais graves 580 a mu igo preci eo consumo de ours rogas por parte da mie, inundo a nicotna dos cigars ‘Uma questi importante levantada pla SAF ¢ quaniiade de Acsl consderada excessva durante a gstagio. A resposta para esa pergunta & complera, pois 0s ets do kool sobre um fet deperdem de mul ators. Para a loll seguanca, 0 mhor & no beer absoltamente naga nos mess ante ed rante a gests, Essa conto se apia nos ahados que uma dose de dlcool ao dia durante a gestagao pode levar 3 diminuigao da pontuagao dos testes de inteligencia de ciancas, Tanto a forma branda quanto a completa da sindrome al- codlica fetal nos da licdes importantes. O alcool é uma droga am- plamente uilizada. Quando ingerido com moderasSo, acredita-se trazer alguns beneficios satide, Mas ainda assim ele oferece rriscos, que podem ser totalmente evitados se a utilizago for ade- quada. © grande problema é que as mulheres que apresentam 0 maior fsco\de gerarem bebés com SAF séo pobrese 180 pos- ‘suem educacdo, tém problemas com 0 consumo excessivo de dI- cool que aiecedem a gestagaoe tém pouco acesso aos exames renal. Mui vers € dil infomdis sobre os ergos que 0 dicool oferece ao feto ¢ encorajé-tas a se abster da bebida du- ranleoperodo de gesagt. Cangas que olen a dome slabs fetal no parecem -smplesmente anarmais; seus céchros so subdesenvolios, emuias dels apreseniar etardo grave, Octrero de uma cianca que solreu de sSndeome aco ftal (diet infvior no posul as convoltes caracerisicas do crebro de uma cana normal (squerda infra) (COMO AS DROGAS £ 0S HORMONIOS INFLUENCIAM 0 COMPORTAMENTO? —@ 203, inibitsrio GABA, Os nevrénios que contém GABA esto amplamente distributdos pelo nervoso e funcionam para inibira atividadle de outros neurOnios. ‘Um dos receptores afetados pelo GABA é 0 receptor GABAy. Como ilustado na Figura 6-8, esse receptor contém im canal de cloreto e sua excitaglo causa um influxo cle fons de CI”, Lembre-se de que o infhuxo de fons de Cr aumenta a concentragio dle earyas neygtivas no incerior da membrana celular, despolarizando-a ¢ cornanclo-a menos adequada propagar um porencial de agio, O efeito inibitério do GABA, portanto, serve para ubitrio ambem pode comesar a apresentar rolesincia aos efeitos colaerais desagraveis da substancia, po- endo comerar a aumentar a dose para aumentar 0 gosto pela mesma. Cotn o tempo, 0 gosto pela droga diminui, mas 0 deseo comesa a dominat 0 comportamento do wstiéio, liso acontece porque o usurio se toma condicionado a todas as mugestbes associadas 20 consumo da droga, incluindo agulhas e outros acesérios, locais ¢ companhciros de con- sumo. De acordo com Robinson e Berridge, € fato de se deparar com esss sugestbes,¢ ‘io o prazer esperado que a droga causa, que inicia o desejae Como a teoria do desejar€ gostar pode explcat 0 eomportamento de 8. G. em re |agio ao tabagismo? B. G. reata que seu periodo de abstinéncia mais ber-sucedide coin cidiu com a mudanga para uma outra cidade. Ela parou de Fumar por seis meses ¢, die fame esse periodo, senti-se como se estivese livee € no comando de sua vida nnovamence. A teoria do desejare gostar argumentatia que sua capacidade de parar de f- ‘mar dessa vex foi aumentada, pois ea estava afastada de muitas sugestécs que haviam sido associadas anteriormente 20 tabagisma. Uma noite, pds sar para jantar, B. G.e al- sguns de seus novos colegas foram a um bar, onde alguns deles comegaram a fumae. 8. G. felacou que seu desejo por um cigaro foi incontrolivel. Antes do final da noite, ela com. pprou um maco de cigarros ¢ fumou mais da metade. Ao saic do bar, deixou o resto do imago sobre a mesa, com a intengio de que aquele episddio nao fosse mais que umn lapso, No entanto, pouco tempo depos ea volrou a fumat. A teoria do desejarc yostar sugere ‘que seu descjo incontrolivel por um cigarro estava fortemente condicionado a certag su BestOesSociais com as quais se deparou 20 ir Aquele bar, sendo 0 motivo do sei lescjo te. pentino incontrotivel. A base neural para 0 gostar e de- scjar nao & totalmente compreen- dida. Robinson ¢ Berridge acreditam que 0 gostar pode ser decorrente da atividadle dos neurdnios opisides e 0 ddesejar, da atividade em’ uma parte do sistema do ico. Nessas vias dopaminérgicas, chamadas sis: tema dopaminérgico mesolimbico, 68 axdnios dos neurénios. dopan nérgicos no mesencéfalo se projetaim para o nucleus acumbens, pata 0 c6r- ‘COMO AS DROGAS E 0S HORMONIOS INFLUENCIAM O COMPORTAMENTO? 219, tex frontal e para o a ema limbico, cine como mostrado na Figura G18, fits ‘Apt dopaidria da ado puesta Quando se encontram as sugestBes ‘qxcosien panini meseneico aque foram associaclas anteriormente _desenpent una 3 0 deseo cnt ao consumo de droge, ese sistema ‘pa droga Os ewtiosdopintis na dopamingrgico se corna ativo, pro- ‘ea tegrent vera do mesencdlia duzindo a experigneia subjetiva do ‘ean pa onan xb ds gis desejar. Esse desejo pela droga nfo é apr stema nic (eins 0 tum ato consciente. O desejo incon- —Mckne tipo) eps cer ons siginds wwolivel deriva das associngGes stn ques esd cee pan st adquitidas dle forma inconsciente sine taen reacanadas& depen quia. cette 0 consumo de drogas e vivias ices Sigestes relacionadss tot Pode-se se estender expli- Semele cagio do descjar © gostar de um droga. para muias Vida. As sugesties relacionada atividade sexual, a0 alimento ¢ até mesmo aos esportes podem indusir a0 estade de de sejar, is vezes sem 0 gostar. Por exemplo, muitas vezes comemos quando somos e imulados pela suigest2o de ver outras pessoas comendo, mesmo sem estarmos com fome ow obrermos algum prazer naquele momento. & interessante observar que a musica country & dominadla por cangSes sobre as forgas opostas do desejar e gostar. Comportamenio Sob Efeito de Drogas Ellen, 19 anos, é uma caloura universitiria saudével, atraente e inteligente. Em suas aulas sobre saiide no ensino médlio, aprenden sobre a transmissio sexual clo FIIV e de outras doengas. Mais reventemente, j@ na universidade, (5 veteranos'apresentaram um Semindrio sobre os perigos da pritica sexual desprotegica e forneceram gratuitamente preservatives ¢ sobre sexo seguro aos esloutos. Nao hf diividas de que Fllen conhece os Fatos so- bre sexo desproregido e esti ciente dos perigos associados a esse comporta- ‘mento, Na verdacle, ela tem uma visio negativa sobre o sexo desprotegido, nfo pretende pratici-lo e sempre fer sexo seguro. Ela e seu ex-namorado sempre tinham o cuidado de usar preservarivos durante as relagGes sexuais, Na festa de boas-vindas em sua repiibliea, Ellen se divertin muito, bebendo 4¢ dangando com seus amigos e conhecendo pessoas novas. Ela ficou particu- larmente inceressada em Brad, um aluno do segundo ano da faculdade, ¢ os dois decidiram ir para o quarto dela e encomendar uma piza. Uma coisa leva a ourra, ¢ Fllen ¢ Brad fizeram sexo sem usar preservative, Na ma seguince, Ellen acorda aflita e surpresi com seu comportamento € muito preocupada com a possihilidade de ter engravidado ou ter concraido uma doenga sexualmente transnrissivel. Ou pior, esti apavoracla com a possibili- dade de ter conerafdo AIDS. (MacDonald et a, 1998) © que aconteceu a Ellen? O que faz com que as crogas, xpecialmente o alcool, ever a5 pessoas a fier coisas que geralmente nio fazem? Ellen nfo é a nica apresentar com- portamento de seo soba iniluéndia do sleool. O sleool est associado a muitos comporci- rmentos nocivos que sio dispendiosos tanto ao indlividuo quanto A sociedacle — que in- chuem nao 6 ativdade sexual desprotegida, mas também beber edirigit estupro e abuso de im de outras formas de agressioe crite. criangas ou de parceivs, 220 8 caniruLo 6 Miopia alcodtica. Comportamento ‘exbido apés 0 consumo de dlcoo! no qual 0s estimulos locas @ imodiatos io predominantes, Uma explicagio antiga e ainda amplamente disseminada sobre os efeitos do dl- cool é a teoria de desinibigéo. Ela sustenta que o dleool possui um efcico depressor seletivo sobre 0 cdrtex (tegito do cérebro que controls o julgemento) enquanto poupa as estruturas subcorticais, éreas do eérebro responsiveis pelos instintos mais primi- tivos. Em outras palavras, presume-se que 0 sleool deprima as inibigoes aprendidas ‘com base na razio ¢ no julgimento enquanto libera os “instintos animais”, Exsa teor nuitas vezes justifiea comportamentos relacionadas a0 élcool com afirmagSes do tipo "Ela estava bébada demais para saber" ou “Os rapazes beberam demais e passaram dos limite", Tal desinibigéo explica © comportamento de Ellen? Na verdade, nao. Ellen jt usara dlcool antes ¢ conseguira praticar sexo seguro apesar dos efeitos da droga. A tco- ia de desinibicéo nao consegue explicar por que seu comportamenta foi diferente nessa ocasido. Se 0 Aleool & um desinibidor, por que nio atua sempre do meso modo? No livio Drunken Comportment, os autores Craig MacAndrew © Robert Edgerton questionaram a tcoria de desinibigio exaramente nessas linkas, Eles eitam muitos ‘exemplos nos quais o comportamento sob a influéncia do alcool se altera de um con- texto para outio. Pessoas que em casa tém uum comportaments educedo 20 con sumirem dleool em umn bar podem 3¢ tornar incontroliveis e agressivas. Até seu COM. portantento no bar pode ser inconsistente. Por exemplo, quando freqiienta os bares, Joc fica agressive © entra:em brigas; mas, em outras ocasiées, ele & charmaso ¢ in. teligente, impedtindo até briga entre dois amigos; jd em uma terceira ocasito, ele fica deprimide ¢ 36 se preocupa com seus problems. MacAndrew ¢ Falgerton também citam exemplos de culturas nas quais as pessoas sio desinibidas quando sdbrias ¢ se inibidas somente apés 0 consumo de élcool, além de culturas nas quais as pes- o inibidas quando sébrias ¢ ficam mais inibidas quando bebem. Como todas essas diferengas nos efeitos do dleool podem ser explicadas? MacAndrew e Edgerton sugerem que 0 comportamento sob os efeitos do Alcool re- presenta uma suspensio das regras que se aplicam & vida didria, Essa suspensio leva em contiderasio o comportamento adquirido espectfico da cultura, do grupo © do cendto, AA suspensio pode explicar a decisio de Ellen em dormir com Brad. Em nossa cultura, 0 Aleool ¢ utiizado para faciltar as interagGes sociais; assim, o comportamento durante a intoxicagio representa uma suspensio das regras mais conservadoras no que diz respeito 306 encontras amorosos. Mas a teoria de suspensio tem mais dificuldade para explicar 0 Iapso de julgamento de Ellen em relagio ao sexo seguro, Ellen nunca havia pratieado Sexo Sem protegio antes ¢ isso nunca havia feito parte de sua suspensio das atividades so- ciais. Entio, por que ela agiw assim com Brad? Tara MacDonald ¢ seus colaboradores (1998) sugetitam que a miopia aleodlica pode explicar 0s lapsos relacionados ao Alcool nos julgamentos, como aquele exibido por Ellen, A miopia alcodlica é a tendéneia que 38 pessoas sob influéncia do Alcoa! Xm de responder a um conjunto resteito de estiyiulos prociinsentes € imediatos en quanto ignoram estimulos mais temotos ¢ as possiveis conseqiigncias. Os estimulos procminentes ¢ imedliatos sio muico fortes, Sbvios e de ocorténcia préxima. No caso de uma briga, a pessoa com miopia alcodlica agird de forma imais répida que © nor- imal pata dar um soco, pois o estfmulo da briga é muito forte ¢ imediaco. Da mesma forma, em uma festa barilhenta, a pessoa com miopia alcadlica estat mais ansiosa para participar porque o estimulo imediato de exultagio i diversio domina a visio dela, Em relagto a Ellen ¢ Brad, ao chegarem ao quseto dela, os estimulos sexuais no ‘momento eram muito mais imediates que as preocupagées com a segucanga a longo pprazo. Como resultado, Ellen respondeu aos estimulos imediaros e comportou-se de mancira diferente de seu normal. A miopia alcoslica pode explicar muitos outros 0 que levam a0 comportamento de tisco, incluindo ayresstio, es- lapsos' no julga tupto e diregio perigosa sob o efeieo do slcool, (COMO AS DROGAS E 05 HORMONIOS INFLUENCIAM O.COMPORTAMENTO? 2221 Por Que Nem Todas as Pessoas Abusam de Drogas? ‘Ao observar que algumas pessoas sio mais propensis & dependéncia e a0 abuso de drogas que outras, os cientistas tém questionad se ea diferenga pode ter bases goneticas. Tits inhas de evidéncia sugerem uma contribuigio genética, Primeito, os resultados dos estudos com gémeos ‘mostram qe, se um deles abusar do élcool, hé mais probabilidade que o outro também o fag ‘quando os gémeos forem idénticos (possirem a mesma constinuigio genética) que queda forem facernos (pose: somente alguns genes em comum). Segundo, of resultados dos es turdos com pessoas adotacas logo apés 0 nascimento revelam que eles tém mais probabilidade de abusar de slcoul se seus pais biol6gicos forem alcodlaras, mesmo que no cenham sido {quase nenhum contato com esses pais. Tercero, apesar de a maiova los animas nfo gostar de Alcool, a criagio seletiva de rats, curmundongos e macacos pode produzir descendentes que ‘consumam grandes quantidades de dleool. 'No entanto, hi problemas com ess linhas de evidéncia. Talvezytmeos iénticos apresen- tem maior concordncia para 0 abuso de Alcool por estarem expostos a ambientes mais seme- Ihantes que os gémoos fracernos. E raver a lgagio entre alcootismo em addorados © seus pais bioldgicos tenhia a ver com alteragbes do sistema nervoso por csi da exposigio présnatal A droga. Por fim, o faco de que animais poster ser eriados de forma seleviva para v comsuo de alcool no significa que os aleodlaras humanos possuam una constiuisso genética seme- Ihante. A evidéncia para uma base genética de abuso de dleool se comari convincente somente quando for encontrado um gene (ou um eonjunto de genes) relcionado ao alcoolismo. Una outa linha de pesquisa sobre diferengas individuais associadas 20 uso abusivo de drogas tem sido a pesquisa de caraetertsticas de personalidade que os usuirios de drogas ten- der a ter em comum. Uma dessa caraceristicas é 0 gosto incomum pelo risco. Veja Bruno Gouy, 0 francés mostrado na Figura 6-19. Ele foi o primciro homem a saltar de wm he: Tiedprero e surfar no céu sobre um snowboard. Hle cambsém estabeleceu o recone mundial de ‘elocidade sobre monoesqui e foi a primeira pessoa a descer de snowboard o Mont Blanc, 0 ‘pico mais alto da Europa, além de estabelecer reeordes para a teavesia do Mediterraneo em windsurfe e de velocidad em queda live clepois de pular de um avido. Na tentativa de descer de snowboard ws picos importantes evr um dia, ele passou por una camada de gelo fino € -morreu 30 cair de mas de 900 metros de altura, Seré que pessoas que acloram ativdhdes de alto risco passuem uma predisposigio genética em relagio a0 comportamento de rsco que rambém as levar a expgrimentar drogas? (Comings eta 1996) Na tentativa de descobrir se certas caracteristicas comportamentais estio rela- cionadas a0 abuso de drogas, Pierre Piazza e seus colaboradores (1989) ofereceram 20s ratos a oportunidade de se auto-administrarem anfetamina. Alguns ratos se tornaram dependentes quimicos de a 1 rapidamente, aplicando em si mesmos altas doses da droga, enquanto outros as evitaram. Ao examinar 0 comportamento dos ratos frente | Srano Gow oun overturns mor 90 a oportunidade de consume drogas, os pesquisidores pucleram identficar caractersticas | descr uma escapa ngeme sore soba. larmente, 08 ritos que corriam em efrculos mais que os outros quando colocados em um parecendo assim menos cautelosos e con- tidos do que 0s 0 m mais probabilidade de se tomarem dependences. ‘Talver, concluiram os pesquisadores,tais carac- tetisteas comportameniais tornem alguns rates mais propensos 20 1150 dedogs “ nn Embora a pesquisa sobre as caracteristicas que podem influenciar a trans- ormagio em um usustio de drogas continue, até agora no hd nenhuma evi- déncia clara para sugerie que um gene especifico determine 0 abuso de subs- tincias. Nem hi evidéncias caras de que diferengas no sistema dopaminésgico tornem algumas pessoas mais propensas que outras a0 uso abusivo de drogas. EE, mesmo que um determinado gene ou genes de abuso de substincias pudessem ser encontrado, esse fator genético no forncoeria uma explicagio tem dependences ele anfetamina, Particu- 222% CAPITULO 6 Andlogo ao glutamato. Droga que ‘age como 0 glutamato nos receptores de glutamato. ERE Nesta microgeafi, as egies decor esc, que se ‘encortam pincgalment no hipocap, sho reas que fram daiicadas pel So dmc. (Otserve, enteanto, qu 0 danos no sto ‘estos 0 bipocampe e podem ser enconrados temmenor exensio em otras rege do cerebro. psf daNewoenceAsaites. © ldo domdico causa Senos no hpecampo, es Como mosivego pola tum rato que recebe uma injydo de cdo domdico. O ctrebro ests corado comm munch aaa pn hee cum to nis dared, ei oo lpoco eb completa da dependéncia. Gémecs idlénticos possuem todos os genes em comum, ¢, inca as- sim, quando um deles se torna dependente quimico, necessariamente nio ooorre © mesmo com 0 outro. E claro que o aprendizado também desempenha uma fungio importante no de- scuvolvimento da dependéncia quimica e do uso abusivo de drogas. As Drogas Podem Causar Dano Cerebral? A Tabela 6-1 moster que muitas subscincias produzidas por plantas ¢ animais podem atuar ‘como neurotoxinas, causando danas aos neurénios. Dado 0 uso disseminado de drogas psiena- tivas em nossa sociedade, & importante perguntar se esas drogas podem ciusar exis datos. ‘Nesta seco, examinaremos a evidéncia de que as drogas psicoativas comumente usidas podem ‘atuar como neurotoxinas e investigaremas © processo pelo qual clas podens ter efeitos téxicos. AHISTORIA DO ACIDO DOMOICO Primeiro vamos examinar como o Acido doméico atua como toxina sobre o sistema ner- vvoso. A esttututa quimica do dcido doméico é semelhante & estrutura do neurotransmissor sglutamaro, Por causa dessa semelhanga estrutural ao glutamate, © Acido domdico ¢ chamado de andlogo a0 glutamato. © cide doméico também é um agonisti"do. gluta- mato, pois ele se liga aos receptores deste tlkimo ¢ os afera ca mesma tuners. Como des- crito no Capftulo 5, cada neurotransmissor pode se ligar a vitios tipos de receptores. O lutamaco possui t@s tipos de receptores, € 0 acidlo doméico atua para estimular um deles, (6 receptor de cainato, assim chamado porque a substincia quimica cainato se liga forte mente a esse receptor. O dcido doméico se liga ao receptor de cainato com ainda mais poténcia que o préprio cainato (os receptores geralmente recebem o nome clo compost aque:se liga de forma mais potente a eles; se 0 dcido doméico tivesse silo descoberto antes, 0 receptor de cainato teria sido chamado de receptor doméico). ‘A distribuigio dos diferentes subtipos de receptores cle glutamate no eérebro varia de regito para regio. Os receptores de cainato si0 mais numerasas no hipocampo. Se o dcido doméico alcangar esses receptores em concentragSes altas 0 suficiente, ele superestimuuli-los, iniciando uma sétie de reagSes bioquimicas que resultaria na morte do neurénio pos-sinaptico. Conseqiientemente, 0 dcido doméico € mais céxico para o hi ouas regides cerebrais. A Figura 6-20 mostra uma secyfo transversal do cérebro de maior quantidade de les6es, apesar de também haver lesées esparsis em ourras regides do eérebro, Pode parecer surpresa que uma substincia quimica que imite um neurotrans- rissor poss causat problemas de meméria ¢ danos cerebrais. Para entender como o Acido domdico atua como neurotoxina, & necessirio que passemos temporariamente pari. uma histdria diferente, aquela do glutamate monossédico (MSG). O enredo dessa segunda histéria ir se ligar ao da histéria do Acido doméico, ‘No final da década de 1960, havia muitos relatos de que o glutamaro monosséilico, wm aditivo alimenticio para reagar 0 sabor, causiva dotes de caboga em algumas pessoas. No pprocesso de pesquisa cas cass, os ciemistasaplicaram altas doses de ghutamato monoss6dico fem uima cultura de neurdnios ¢ observaram que ests morriam. Em seguida, eles injecaam glue famato monossédico nos cérebros de adimais de hboratdrio, 0 que procuziv morte dos neurdnios, Exses achados levantaram wns questio: atas doses do neurorransmissor ghucamato (caja esxrutura lembra 0 glutamato monossidico) podem também ser triers para os peurdnios? Descobriv-se que sim. Esse achado sugere que uma cose alta dle qualquer substdnn- ‘Ga que ate como o glutamato pode ser txica. pode-se explicara ago tdxiea da deida domdico. O Acido domdico am altas quan- tala excessivamente os receptores de certas células cerebrais — 0 que nfo quer dizer que 35 pessoas devam evitar todas as substincins, como o Acido domdico € 0 MSG, que ‘do semelhantes 20 glutamaro na estrutura quimica, Somente doses muito altas dessas substin- cias sio nocivas, da mesma mania que o peéprio glutamato nfo & nocivo, exceto em alas doses. © glamao, na verade, & exsencial ao organism. Achados recentes mosteum que, além dos reeprores para doce, salgido, amargo e azedo,remos papils gustativas reesptoss de thutamato em nosas boca. A papila gustaria reeeprom de glutamaro é chamada mGluR, e provavelmente sa Fangio €extimulr-nos a ingere alimentos que contenham gutamato. Néo Ii duvide de que o glatamaco cfm doses tipicamente encontradas nos alimentos € necesirio pao organismo e no téxice, Somente doses xcesvas de glutamato casi danos. OS POSSIVEIS DANOS DAS DROGAS RECREATIVAS Bas wits crogas recreativas que afetam o sistema nervoso? Flas sio porencialmente noci- vas? A resposta nem sempre é simples, como Una McCann ¢ seus colaboradores (1997) descobriratn em sua revsio dos estudos. Primeito, existe 0 problema de separar os efeitos «da droga cm si dos efeitos de outros fatores relacionados a seu consumo. Por exemplo, apesar dle 0 uso crBnico de dleool poder ser associado a danos 20 télamo € a0 sistema Iim- bico, que produ. graves disticbios de meméria, no € o cool que parece causar esse dano, ¢ sim as complicagées relacionadas 20 abuso de alcool, incluindo deficiéncias vita- ‘minicas dlecorrentes da desnutticio. Por exemplo, os alcoblatras nio s6 obtém quantdades reduzidas de tiamina (vitamina B,) em suas dietas como o alcool também interfere na ab- sorgio dessa substincia pelo intestino. A tiamina possui uma fangio vital na manutengio dda estrucura da membrana celular. De modo semelhante, hi muitos relatos de pessoas que sofrem de disuirhios psiquidtricos graves apés 0 uso abusivo de certas drogas reereat ‘mas, na maiorit dos cios, € dificil deteriinac se a droga desenculeou a concligio ou se somente agravou tim problema existence. Também & dificil de determinae exatamente sea pripria droga ou algum conraminante dela esti relacionado a0 resultado nocivo. Por ‘exemplo, os casos da doenga de Parkinson que se desenvolveram apés 0 uso de heroina sinttica, desctitos no Capitulo 5, foram causados por um contaminante (MPTP), € 0 ppela herofna em si. Virios exsos de uso crdnico de maconha foram associados a ataques psicdticos, como descreve 0 quadro "Psicose Indizida por Drogas", na p. 224. Mas a plana da macouha contém pelo menos 400 substineias quimicas, € GO ou mais desss tém a estrutura reaeionada a seu ingfediente ativo, o teraidrocanabinol, Evidentemen & quase impossivel determinar se os ataques psicbiticos esto relacionados 20 THC ou a ‘gum outro ingrediente da maconha, Talvez a melhoreevidéncia de que uma droga ilegal possa causar ano cerebral seja origindria do estuclo do MDMA (metileno-dioximetanfetamina), também chamado de “ecstasy”, una anfecamina sintética amplamente usada. Apesar de o MDMA estar estru- turalmente relacionado & anfetamina, cle produz efeitos aucinégenos, recebendo 0 nome de “anferamina alucindgens", Os resultados dos estudos em animais mostram que doses de,MDMA prdximas 8s consumiidas por humanos resultam na degeneragio das finssi- is rerminagoes do netvo serotoninérgico. Em rocdores, essa terminagies se regenera alguns meses apés a suspensio do uso da droga, mas, em macscos, a perda das terminagies pode ser per- manence, como mostrado na Figura 6-21, Awalmente, nenhum efeito comportamental foi associado a essa forma de dano cerebral. Mas os pesquisadores ainda querem saber uso de MDMA em humanos ese associado & mesma perda de termi- nis scrotoningrgicos como ocorre thos roedores © macacos. A resposta dessa _questio. & complicada, pois ios usuitios de MDMA também ji usaram ontras drogas. Alin disso, ‘Otatamero com MOWA aera densi ds xis serotonin ence dev macacode che (quer) mca noma; (site) macaco 18 mess aso rataest. Dean sig es of Reel rps nse on he Cea Nee pe 0. Mara KA Lowe GA Beate, Te ergs, 940 204 a CaPfruLo 6 Psicose Induzida por Drogas oO eo 2 = o > So 8 a a z & SS 8 B.S. era um piloto de 29 anos que fara transporte de pequenas cargas para as comunidades costeras no noroeste do Pactfco. Ele fumava maconha ¢ hé anos estava cutivanda um tipa de ma- conha particularmente forte na expedatva de que um dia a droga fosse legalizada, Certa noite, RBS. sentiu que estava tendo uma revelacdo. Ele estava convencido de que nao tinha mais controle sobre sua vida e de que estava sendo manipulado por um pe- ‘queno computador que hava sido implantado em seu cérebro 20s sete anos de dade. Ao cantar o ocortdo a um amigo itimo, este 0 encorajou a consular um médico. R. B.S. seguu 0 con- selho, ¢ 0 médico the disse que era improvével ele ter um com- putador implantado no cérebro. Mas R. B.S. insistia que havia sofido uma crurgia quando partcipou de um experimento em ‘uma universidade local. Ele também alegava que todas as outras iangas que partiparam do experimento haviam sido assassi- nadas. O médica entrou em contato com o departamento de psi- cologia da universidade e confirmou que um experimento no qual pattcparam criancas realmente hava sido condunido anos antes, mas os registros do estudo feram destruidos hi muito tempo. R. B.S, acreditava que essa informa justiicava sua histéria. 0 delio sobre o “cerebro eletrOnico” de R. B.S. e as ciancas assas- sinadas persistiu, 0 que custou seu breve. O deltio parecia estar completamente*compartimentaizado em sua mente. Quando lise anatdi 106 tipos de umanos. Também hé evidéncia de que 0 w os novamente & diffel aeibuir as defi dda mem questionado por que no podia mais plotar, ele costumava repe- tira istéria do implant e dos assassinatos, dizendo que ofato de ter contade a verdade havia feito com que fosse reprovado no ‘exame médico necessério para obter a licenca. Em seguida, ele conversava com entusiasmo sobre outros assuntos de maneira completamente norm. R.B.S. estava sofrendo de psicose focal moderada, condicao na qual a pessoa perde o contato com a realidad. Em alguns a- sos, essa perda de contato é to grave e a capacidade para res- ponder a0 ambiente esta to prejudicada e distorcida que a pes- soa ndo consegue mais agit. As pessoas em estadsé ide psicose podem ter alucinacBes (percepgBes: Sensorais falsas), delirios (crencas falsas) ou ainda se recolher para um mundo particular ‘que é quase totalmente isolado das pessoas ¢ dos acontecimentos a sua volta. Viias drogas podem produzr psicose, inciindo 0 LSD, a anfetamina, a cocaina e, como mostrado neste caso, a ma- conha. A forma mais comum de psicose consiste em sintomas de ‘esquizofrenia, um transtomo no qual muitos aspectos da vida de ‘uma pessoa que eram adaptativos anteriormente se transformam em um emaranhado de percepcées distorcidas e pensamentos, perturbados. ‘Amaconha que R. B.S, utilizava de forma to intensa vem da planta de cinhamo Cannabis sativa, que talvez seja a mais ica utilizados em outeos animais 86 podem ser utilizados em de MDMA esteja associado & «eterior Jas especificamente 20 MDMA. ‘A descoberta de que o MDMA pode ser t6xico aos neurdnios Jevou a0 estudo sobre os possiveis efeitos téxicos da anfetamina. Os resultados dos estudos em rocdores mostraram que altas doses de anfetamina podem resultar na pera de terminagies dopaminérgicas, mas novamente nenhuma deficiéncia comportamental foi associada a essa perda. Nao se sabe se of seres humanos que utilizam anfetamina apresentam danos semelhantes aos neurdnios. As doses de anfetamina utilzadas nos estudos com roedores so mais altas do que as utilizadas por usudrios humanos; assim, as implicagées dos estu- dos com roedores ainda estio abertas.a questionany ‘As agies psicoativas da cocaina sio seme efeitos nocivos estio sujcitos a intensa investigagio. Os resultados de muitos estudos rostram que 0-usy de cocana estf relacionado ao bloqueio do fixe sangiiinee cerebral ¢ ‘a outras alteragées na cicculagio sangiiinea. Entretgnto, no esté claro se a cocaina causa essas anomalias ou agrava as condigdes precxistentes. tes as da anfetamina, © seus possiveis COMO AS DROGAS E 05 HORMONIOS INFLUENCIAM © COMPORTAMENTO? antiga planta ndo-comestivel cultivada.O ingrediente ativo & 0 delta-9-etraidracanabinol (THC). Em doses baitas, 0 THC pos- Sui efeitos sedative hipndticos moderados semelhantes aos do ‘lcool;j6 em doses mais atas, produz euforia e alucinacdes. Parece que 0 THC possui o scu proprio receptor cerebral, pois thd pouca tolerSncia cruzada entre 0 THC e outras drogas. O THC pode mimetizar uma substincia natural chamada anan- déamida, que atua sobre um receptor de THC que inibe natural- mente a adenil ciclase, parte de um dos sistemas de segundos mensageiros. ‘A maconha causou o delitio de R. B. 5.2 0 consumo in- tenso de maconha certamente levantou a suspeita de que a ‘droga pudesse ter influenciado sua condicao. © médico de R. B. S. encontrou varios relatos de condicbes semelhantes lga- das & maconha, Apesar de nao haver evidéncias de que 0 uso de maconha produz dano cerebral, sabemos que ele agrava os sintomas de pacientes esquizofrénicos. No entanto, pelo fato de as varias formas de esquzofrenia serem bastante comuns (1 em cada 100 pessoas), os delirios de R. B. S. poderiatn ter ‘ocorrido de qualquer maneira, mesmo se ele nio usasse ma- conha, Além disso, a maconha contém cerca de 400 compos- tos além do THC, e qualquer um deles poderia ter causado 05 sintomas psicoticos, ‘A maconha possi vérios efeitos benéficos, incluindo 0 alivio da dor e da néasea associado 8 quimioterapia em pa- cientes com cancer, 0 controle das conwulsdes cerebrais sin- tomiticas da epilepsia, a reducdo da pressdo intra-ocular em pacientes com glaucoma e o alvio dos sintomas de alguns dis- turbios do movimento. Entretanto, os efeitos da maconha na alteracdo das fungBes psicolégicas provavelmente irda impedtt sua legalizacdo. |Aimaconha¢produida a pant da planta de nharno Cannabis stv. A planta € uma erva anual que chega ater de 325 metros deatrae ‘atvada cm una arpa variedade de cima, aides esol * A feoicielidina (PCP), ou *pé de anjo", & um bloqueador do receptor de NMDA originalmente desenvolvido como anestésco, Seu uso fai inrerrampida apis cerea de metade dos pacientes tatados apresentar sintomas psiosticos uma semana apés voltarem da anestesia. Os usuiris cle PCP relatam alceragées de percepgfo ¢ fala empastada pds pequenas closes ¢ aluecinagées e alterages de percepgio com altas doses. Alguns dos sin- tomas podem durar por semanas, Os mecanismos pelos quais a PCP produ. alteragbes comportamentais si0 desconhecidos, mas John Olney e seus colegas (1971) relararam 4que, depois que ratos recebera jonada (MK-801), eles sofreram alter ses anormais ¢ perda de neurSnios. Fsse achado sugere que o comportamenio alverado dos usuirios de PCP pode estar relacionado ao cano aos neurénios. Mas algumas drogas que produzem experiéncias de percepcio alterada ¢ aleeragbes parecem estar ligadas aos danos cerebrais. Por exemplo, 0 LSD, uma droga que se acredica atuar sobre os neurSnios serotoninérgicos, prods alucinagées, mas nfo parece causar alteragSes cerebrais permanentes em ratos. Da mesma forma, apesar de 05 opiides produzirem alteragées do humor, os resultados dos estudos de longo prazo com seus usidtios no revelaram danos cetebrais ou deficiéncias cognitivas persistentes do humor ns 226 CAPITULO 6 Gal seal af sh alo qu ev at sinadas roves Recapitulando © comportamento pode ser alterado de varias formas com 0 uso repelitvo de uma droga, Essas alteracoes incluem tolerdncia, na qual hd uma diminuigdo da resposta comportamen- tal, sensibilizagdo, que é um aumento das respostas comportamentas, e adiccao, o aumen- to do desejo de usar a droga decorrente da experitncia com ela. Atualmente, muitos pesqlisadores acreditam que nao é somente por causa dos sintomas da abstinéncia que as ‘pessoas continuam a usar uma droga, pois ha uma série de incentives adquitidos assoca- dos a seu consumo: As diferencas individuais na experiéncia, 2 constituicdo genética ¢ 0 contexto no qual a droga & consumida influenciam seus efeitos sobre o comportamento, O Zomportamento desinibido sob a influéncia do dlcool muitas vezes pode ser explicado pelos-conceitos de suspensdo e miopia alcodlica. Os cientstas ainda pesquisam os pos- siveis efeitos prejudicias de diferentes drogas psicoativas sobre 0 cérebro. Até agora os achados s30 confusos, pois algumas drogas produzem danos cerebraise, outras, aparente- mente nao. . HORMONIOS (Os horménios, mensageiros quimicos produzidos pelas glindulas enddcrinas, tém efeito sobre o organismo a0.utilizar a corrente sangiifnea para alcangar varias células-alvo. Em. 1849, 0 pesquisador sueco A. A. Berthold realizou o primeiro experimento para demons- trat a existéncia ¢ a fangéo dos horménios. Berthold removeu os testfculos de um galo © descobriu que éste no cantava nem mostrava comportamento agressivo ou sexual. Em seguida, Berthold reimplantou um testiculo na cavidade corporal do galo, que entio voltou a cantar e a mostrar comportamento sexual normal ¢ agressivo, O testiculo reim- plantado nao estabeleceu nenhuma conexio nervosa; assim, Berthold concluiu que ele deveria liberar uma substincia quimica no sistema circulatério do galo para influenciar comportamento do animal. Essa substincia quimica, sabemos agora, é 0 horménio testosterona. O efeito que Berthold produziu ao reimplantar o testiculo pode ser imitado 20 se acdministrar testostcrona em um galo castrado, 0 capo. O hormdnio ¢ suficiente para fazet com qu 0 capio se comporte como tun galo com tcsticulos. ‘Até ha pouco tempo havia poucos motivos para se associar horménios a drogas, ex- ceto da maneira mais indireta. Mas hoje os horménios, como outras drogas, so utiliza ddos para tratar ou prevenir doengas. As pessoas tomam horménios como uma cerapia de reposigio porque perderam as glindulas que os produzem. Eles também tomam hor- mdnios, principalmente os horménios sexusis, pacv‘heutralizar os efeitos do envel mento e para a a forca fsica ea resistencia nos esporte (Os hormanios estio divididos em trés grupos principais. Um grupo mantéin no or- ganismo um ambiente intemo relativamente constante, cond! homeostase (0 ermo homeostais vern do grego homeo, que significa “o mesmo lugar” € stasis, "permanccet”). Esses horménios controlam os niveis de agticar no sangue €2 a sorcio de agicar pelas células. Eles também controlam a concentracio de agua no sangue cenas células, assim como os niveis de sédio, potissio € cilcio no organism, ¢ atuam em vias fung6es digestivas. Um segundo grupo de horménios controla as fiangées reprodu- tivas, les instruem 0 organismo a se desenvolver em macho ou fémnea, influenciam 0 comportamento sexual € a concepeio de criangas, ¢, em mulheres, controlam 0 ciclo menstrual, 0 parto € o aleitamento. O terecito gpo de hormdnios. os horménios do es- tresse, é ativado em situagées de emergéncia. Eles preparam o organismo para responder e lidar com os desafios. (COMO AS DROGAS EOS HORMONIOS INFLUENCIAM O COMPORTAMENTO? 3227 Controle Hierarquico: dos Horménios ‘A Figura 6-22 moura que o controle © a ago dos hormOnios esto onganitados em una hierarquia de quatco niveiscomposta por cérebro,hipéfise glindulas endécrinasecAllas- alvo afetadas pelos hoxménios. O cftebro,principalmente © hipordlamo, prods fatores de liberagio que instruem a hipéfise a produzir os horménios hipofisirios. Os hormé- nis hipoistios, por sua ver, influenciam as glindulas endécrinas a liberarem os hor- mnios adequas ma corrente singin, Fics hormnios,ento, am sabre alos no or- anism, também fornecendo o feedback sobre a necesidade de mais ou menos horm6nis. Embora ainda existam muitas perguntas sobre como os hormdnios prodzem com- portamentos complexes, parece que eles atuam mirando 0 eérebro e ativando os ‘neurdnios. A influgneia da eetosterona sobre o galoilustraalgumas das mancias como esse horménio produz comportamentos masculinos. A testosterona pode ter efeitos semelhantes 20s dos neurotransmissores sobre as cdlulas-alvn cerebras, mas ca também entra nos newdnios que patiipam do canto, do comportamento sexual masculino eda agressio, Nesses neurdnios, a testosterona é transportada para 0 niicleo celular, onde ativa 0s genes. Os genes, por sua vet, provocam a sintese de proteinasnecessri para os processos celulares que produzem os comportamentos masculinos do galo. Os estimulos sensorais também sio necessris para desencadear eses comportamentos: 0 gal canta somente em certas horas, se interesa pela aividade sexual apenas na presenga de gali- has ¢ € agressivo somence quando encontra outro galo. Esses estimulos sensoriais servem como sinais para o sistema endécrino, ‘Além de influenciar © comportamento, a tetorterona também iniciaalteraées no tamanho e na aparéncia do corpo. Em um galo, por exemplo, a testosterona produz a iva do animal, além de aivar outros Srgios relacionados 20 sexo, Essa dliversidade de fung6es da testosterona esclarece por que 0 organismo utiliza 25 horménios como mensageiros.Seus alvorsfo to dispersos que a melhor mancia de aleangar todos € usilizar a eorrente sangifnes, que percorre o corpo intro. plumagem e a efi “ ® A © (controle dos harmo hee, (A) Em resposta aos ests sensors aida ‘cog, o lebron avid do iposiano, 0 iota produ oes de iesaro que eran nape antrr aats os wasps postsiar trv dos dios. (8) Obese instru dos odio de era, a ips Hera horns ipo acre angie, qu tem como ho as lindas endcinas. (CE espost 20s ‘nrc iota, as gins ndicinas ‘era seus ris hari a comente ‘angle. harmdniosendicns tn como hows ies do corpo incinda occ, a ener | entcine two \ ~) Em rosposia aos estimulos senso, ohipotlamo sac fatores co lberagéo na hips. Em rosposia aos horménioshiplisrion, 18s léndulas endéerinasliborom soue réprioshnrménios, quo stimula os ‘61g80s-ab, incuindo 0 céabro, Em ‘tosposta ohipotslamo @ a hipdise diminuem a produco de horménios. 28 o CAPITULO 6 ‘no cérebro ¢ em outras estruturas corporis ¢ dentro de todas as células do corpo. Essa consti ia do ambiente interno (ou homeostase) deve ser manta, independente da idace, das atvi dades ou do estado da pessoa, Para a sobrevivincia, & nocasirio um aubiente intemno telat, ‘mente constante — em erianga ou adultos, em repuso ou ativcade, pds comer em excesen ‘1 quando se esté com fome. Iso tora os horménios homeosttios esenciis \ pedpria vida, Ainsulina é um exemplo de hormdnio honvcostético. A concentcagio normal de glicse a ‘coments sangiine varia entre 80 ¢ 130 miligrams por 100 millizes de sangue. Un grupo de Als o pancreas liber insula, fazendlo com que o nivel de aticar no sangue cia 20 insta 0 figado a comer a armazenar glicose em vez de liber-la ea instar as cflulas 2 atmentar sia expragio de glicose. Eno, a diminuigo reultace da glicoe estimula as eflulas pancredtion suspender a produgio de insulina.O disdzbio chamado diabetes mills € causdo pela insu <éncia da secrecio de insulina por esas clus pancretica, resultando em im aumento dos nfves de glicose no sangue e na incapacidade de as eflulas do corpo captarem ess plicose Horménios Reprodutivos ‘Somos preparados para a fungio reprodutiva pelos hormsnios que nos eo 9 aparicia sexual € {que nos permitem desenvolver comportamentos relacionados a0 sexo. Esses hormitios sexuais comesam a atar sobre nés antes do nascimento e continua a agircunmve da nce hs homens, os horménios sexuais produzem 0 corpo € os comportamentos masculinos, Nas ime, theres, os horménios desempenham uma fungio wm pouco menor na procugio do corpo fe- ‘inine, mas contolam os cclos menstuais regula muito spccos ds pesactse des noe _mento ¢ estimulum a produgio de leite para amamentagio dos bebs. Os horménios também contribuem para as diferensae sexuais no comportamento cogni- tivo, Tiés linhas de evidéncia, resumidas por Elizabeth Hamson ¢ Doreen Kimura (1992), sus- entam esi conclusio. Primero, os resultados de testes verbais e espacizis aplicados em. homens ¢ mulheres em muitos cendrios e culturas diferentes ‘mostram que os homens tendem se sobressair em tarefasespaciais e, as mulheres, nas verbais, Segundo, os resultados de testes semelhantcs aplicados em mulheres apresentaram flutuagGes na pontuagiio clarante as vdrias fases do ciclo menstrual, Fazerilo uma comparacio, durante a fase em que o estradiol ea pro- {esterona estavam em scus niveis mais baixos, as mulheres se safam melhor nas arefas espa- itis, mas, durante a fase em que os niveis desses hormdnios estavam altos, as mulheres se salram comparativamente menor nas tarefss verbais, Tercero, todos os estes quc comparam mulheres na pré- © na pés-menopausa, mulheres em virios estigios de gestagfo ¢ miulheres ¢ homens com niveis varidveis de horménios fornecerim alguma evidéncia de que os hor- ‘mois fetam as fungées coghitvas. Esa dferengas relacionadas 20s hoemdnios ma fungao Cognitiva néo sio grandes, Existe, entre homens ¢ mulheres, uma grande quantidade de iddéncias nos resultados de desempenho, ‘Todavia, as diferengas parccem confidveis. In- Alutncias semehantes dos hormnios seuais sobre © comportamento slo enconitadas em ‘outras espécies. O exemplo do galo descrito anteriormente mostra os efeitos da testosterona sobre o comportamento dest animal. Aalmente hi vrios etudos que dermonstsin sue oe habilidades motoras em niulheres e em femeas de outras espécies melhoram na fise esteal, perfodo em quc os nives de progesterona esta ates. Horménios do Estresse Ftresse, um termo emprestado da engenara, reulta da agio de um estressor, um agente que exerce uma forga e produ. uma resposta ao estresse no teepto. Aplicado a COMO AS DROGAS 0S HORMONIOS INFLUENCIAM O COMPORTAMENTO? nv 229 lante sobre nés, ¢ as respostas ao estresse sio processos comportamentas € fsioldgicos que usamos para lidar com «ais eventos. Surpreendentemente, a resposta a0 estresse & a mesma, quier o estresor seja tum acontecimento excitante, triste ou assustador. Robert Sapolsky (1992) utiliza a imagem vivida ce um leo Faminto perseguindo uma zebra part ilustrar esse ponto. A perseguigio, para os «lois animais, provoca reagBes emocionais muito diferentes, mas suas resposta fsiolbgias 20 estresse sio as mesmas. Ambos estio em um estado de alta estinmulagso e esto gastando 0 maximo de eneaa ‘A resposta 10 estresse se inicia quando 0 eérebro percebe um estressor — algum faror que provoca a estimulagio. A resposta consiste em duas seqiiéncias bioquimicas separaclas, uma rpida e outra lenea. A Figura 6-23 mostra que o hormdnio que con- rola a resposta ripida € a epineftina, uma substincia quimica muito semelhante a0 neurorransmissor noradrenalina, e 0 hormOnio que controla a resposta lenta € 0 eor- tisol. A resposta da epinefiina causa “a descarga de adrenalina” que sentimos quando estamos assustados ou ante a uma competicio’atlética ou algum outro desempenho importante. A via de epineftina prepara 0 corpo para uma explosio repentina de atividade, A via de cortisol ¢ ativada de maneira mais lenca, de minutos a horas. Ela prepara o organismo para adapragoes mais demoradas, como a restauragio de células etecidos apd o gasto de energia © cortisol possui uma grande variedade de fungées, que inclui a desativagio de ‘Atesposa 20 esse Nau 6 35 "Naa de alent) lpia tera 0 hrm radar decrtiatopina (4) tas das is pr apie ater, 2) 2 ips Resa hora eador adeno co(ATH na corn sangoea, (8) cats Read pel cre gina nena pra ositera crctra e ()ocontsa eis clas corporis as lids cendscinas eo obo a rede conor ‘etressr, a via de agi iia (1) 0cebro ceva ins para andl xia (2) cea Simpico da meta espinal tad, (3) dos os sistemas corporais nao imediatamente necessirios para lidar com tum estressor. Por | pine ier da med do gla excmplo, o cortisol desativa a insulina para que o figado comece a liberar glicose, pro- | arena) aepnein esiula as as duzindo assim um desequilfbrio homenseitico remporitio. Fle também paralisn as | copaai, as ins ndcinaseo credo fiangies reproxltivas e inibe o sistema imune. Desi maneira, os suprimentos de energia | areduirem econarom o estes. podem ser concentrados para lidar com o estresse No crebro, 3 hipotaiamo tvera ‘CRH na hipiso, ‘A hile ibera ‘ACTH, quo atua sobre a gldndula ‘dena (sistema simpatco «da modula espinal & atvado para esfimuara landula adrenal cértex adronal ora cortisol no ‘A media adronal slstoma tive epinotina cult, ho sistem cirultdvio, ‘0 corso ava as ‘élulas corpora, a olindulas ondécrinas @.0 cérebr0, ‘Acpinotina estima ‘as cAulas corpora, a glinduas ond nas 00 eéebro. 20 CAPITULO 6 ‘and nav par o estes, erario cexcesva de cris aus danas 05 nerdios bipocampais Os ners daificades so incpazes deca seis pa que a lind arena desave a produ de crise restand ‘aumento d sececio de cortisol em mais anes es ness hpocompsi Apesar de o cortisol ser hidrofobico, ele & transportado pela corrente sangtiinea, ligando-se a uma protefna, Quando deixa o sangue, ele se desliga dessa proteina, pe- netra as membranas celulares e induz a transcrigio do gene no DNA das células, re- sultando na s{ntese de novas moléculas de protefna. As proteinas recém-produridas contribuem para a mobilizagio dos recursos corporais e a regeneracio dos anos catt- sados pelo estressor ¢ pela resposta a0 estress. Finalizando a Resposta ao Estresse Normalmente, os estressores sfo eventos de curta atuacio. © organismo mobiliza seus re- cursos, enftenta 0 desafio e, cm seguida, encerra a resposta ao estresse. Como somente 0 cérebro € responsivel pela acvagio da reagdo ao estrese, le também € responsivel por sua desativagio, Quando a causa do estresse termina, ele instrui o hipotilamo a desativar a resposta ao estresse. Robert Sapolsky argumenta que o hipocampo tem uma fungio importante na dee sativagio da tesposta a0 estrese. O hipocampo concém uma alta densidade de receptores de cortisol, além de axénios que se projetam para o hipotilamo. Conseqtientemente, 0 hipocampo é hasrante sdequado para detectar cortisol no sangue ¢ instruit 4 hiputilamno a reduzie esses ive Entretanto, pode haver uma relacio insidiosa entre o hipocampo e os niveis sani neos de cortisol. Ao observar macacos-vervet selvagens, que haviam se tornado uma peste para a agricultura no Quénia (¢ por este motive foram capturados € colocadas em jaulas), Sapolsky € seus colaboradores descobricam que alguns dos macacos adoceeram ¢ morreram de uma sfndrome que parecia estar relacionada ao estress. Parecia que os ani- mais mortos eram inferiores ¢ foram colocados em jaulas com macacos particularmente agressivos ¢ dominantes. As autépsias mostraram altas taxas de dlceras géstricas, plindu- las adrenais aumentadas e degeneragio hipocampal promanciada, hipocampal ocorra por causa dos altos niveis de cortisol produzidos pelo estiesse con tfauo decarrente do fato de esses animais estarem enjaulados com macacos ayiasivos, Os niveis de cortisol geralmente sio regulados pelo hipocampo, mas, se tais niveis pe ‘manecerem elevados por causa de uma situagio continua de estresse induaido, os altos niveis de cortisol podem causar danos 20 hipo- campo. © hipocampo danificado € incapnz de desempenbar sua fan- 0 de reduzir 0s niveis de cortisol, Isso estabelece um circulo viciaso ‘no qual o hipocampo sofre degene- ~tagio progressiva e us niveis de cor- tisol nfo sio controlados. A relasio circular entre o estresse prolon- gro, os € 0 dano 20 ‘ese ae conferida na Figura 6-24. Os cir- ot ten, ‘qtitos de tesposta a0 estresse em macacos sio muitos. semelhantes aio [eres] aos dos humanos; assim sendo, secegie sowinte | existe a possbilidade de que 0 es- aot evcat | tresse excessivo em huumanos tam- bein possa causar danos 20s new- Si ein rBnios hipocamp: possivel que o danio (COMO AS DROGAS E OS HORMONIOS INFLUENCIAM © COMPORTAMENTO? Recapitulando ‘As ldndulas endécrinas produzer hormfnios, queso emvados pela coment sanginen para ‘0s alvos no organism. Os horménios s30 controlados de forma hierdrquica pele experiéncias sensoras, pelo céebro, pela hipése e pelas gkndulas endécinas responsiues por sia secrecao. Os horns podem ser dassicadas em rs grupos: ormenios homeostitcns, ave regulam os nutientescorporais eos processos metabélicos, horménios reprodutves, qe regu: lam o comportamento sexual a gestaglo e o pate, e horménios do stress, que regula a respostas do orgarismo aos desafios. Por possulrem muitos alos espalhados, seu transporte pela corrente sangina € uma maneira efcente de envio das mensagensquimicas RESUMO RESUMO 1 ‘Como as drogas entram no organismo, aleangam seus alvos es eliminadas? As drogas, que sio substincias quimicas consumidas para cuusa algumas alterages desejadas no orga nismo, sio administradas de vérias formas, ineluindo ingestio, inalagioe injego, Para na nervoso, tun droga deve ultrapassa wirias batten aleangae um alvo no sist cluindo as criadas pelo sistema digestrio, pelos capilares do sistema sangifneo, pela barreira hematoencefilica e pelas membranas celulares, As droga so diluldas pelos Iiquidos corporais enquanto ultrapassam essas barreiras sucessvas até alcangazem sts CElulasalvo, As drogas produzem seus efeitos, atuando sobre os receprores ou 08 proces- ss quimicos no sistema nervoso, especialmente nos processos de transmnissio neural das sinapses. Em rlagfo aos nesrbniog, cas atuamn como agonista pars catimul-ls ou como ancagonistas para deprimi-los. As drogas sio metabolizadas no organismo e elimi: nnadas pelasfezes, pel rina, pelas glindulas sudoriparase pela respira. Como cada individua responded droges? A droga no possui uma ago wniforme em co das as pessoas. Muitasdiferencas Fisica, incluindo 0 peso corporal, o sexo, a idade € 0 background genético influenciam os efeitos de una determinada droga. Como as drogas sto clsificadas? As droyas psicoativas esti clasiicadas em sete grupos, de acordo com seus efeitos: sedativo-hipndticos € agentes ansioliticos, agentes _ antipsicéricos,antdepressves, estabilizadones do humor, analysicos nacéico, ‘stimulantes psicomorores e estimalances que possuem eletos psicrllicos ¢ allucindgenos. Cada grupo de drogas concém virias drogas natura, sineéticas ‘ou ambas, podendo aruar de manciras diferentes. ‘Como o consumo repeide de drogase seus wo em contextos diferentes afitam 0 comporta-” ‘mento? Una iia errénea sobre a drogas é que elas ttm ag6es relativamente constantes eespecficas. O organ 1 rapidamente tolerantes am 118, ¢,desse modo, a dose deve ser summentada para produzir 0 mesmo efeto. Por outro Jado, as pessoas podem se tornar sensives a una droga: assim, a mesma dose prode efeitos cua vez msiores. O aprendizado deseinpenha uma fangio importante no com- portamento clas pessoas quando essa esto sob a influéncia de uma’ droga. Por que as pesoas re tornam dependentes de dregas?\ dependéncia se desenvolve em iris estigios, como resultado do consume repetido da droga. No inicio, 0 consumo de deogas prod 0 desejar ou o gostar. Entretanto, com o uso repetido da droga, 0 con- sumo da miesma se rorna condicionado a objetos eventos e hugares a ela associaos, ligncia do incentivo, fizendo com que 0 ‘Com o tempo, esses estimulosadquirem usuitio da droga procure por ela, © que leva a0 consumo de mais droga. © descjo pela a 21 «droga consiste na experincia subjciva associa 20s est’mulos proeminentes ¢& procura pela substincia. A medida que a dependéncia quimica progrd, a experigncia subjetiva do gosto pela droga dimtinui e o deseo pela substincia aummenta. 6. Ocfeite de una droga depende da situagito em que ela €contumida? A inflstncia das dro- {88 sobre o comportamento varia muito conforme a siuiagio ¢ em o modo como uma Pessoa aprende os comportamentos relacionados & droga. Algumas drogas, como o dl- «ool, podem produzir miopia, como se o comportamento da pessoa fosse primaria- ‘mente influenciado pelos estimulas procminentes no ambiente. Esss estimulos podem encorajara pessoa ase comportar de modo diferente de seu comportamento normal. 7. uso repetido de drogas pode causar dano cerebral? uso de dlcool pode estar asociado a anos 20 hipotdlamo a0 télamo, mas a causa do dano se deve mais § desnutrigio que As agoes diteta do slcool. A cocaina pode piejuicar a circulagao cerebral, causando ddano ao eétebro por causa do fluxo reduzido de sangue ou do sangramento no tecido Fxlstem muitos reutss disponieis on- line para expandie seus conhecimentos: 1 www.northpublishers.com/kolb/ neural, A droga "estas", ou MDMA, pode resultse na perda de eolacerisaxdnicos f- chapters 1nos dos neurtnos seroroninérgicos. A maconha e o LSD estio asociados a0 comporta- aga alguns exes para refrgero mento psicético, mas nio esti claro se esse comportamento se deve aos efitosdireros aprendinadosolne 0 materia © das drogas ou 20 agravamento de condigbespreeaatentes, aproveite para ver algumnas awwalizagdes 8. O que sto horménios? Horménios sio substincias produzidas pelas glindulas do orga- das pesquissem andamento sobre 0 nismo e ciculam na corrente sangtiinea para afetar uma grande variedade de alvos tera, Voet também enconteart Kinks (Os horm6nios homeostiticosreyulam 0 oquilibrio de agers, proteins, para outros sites que ie jae a = carboidratos, suis ¢ outrassubstincias no organisino, Os horménins.reprodutivos forgar 0 que fi aprenido, ‘egulam as caracterstca fisicas€ os comportamentos associados & reprodugio e A desoendéncia. Os horménios do estress regulam a capacidade do organismo em lidar com situagGes de desafio e vita. Os horménios estio sob 0 controle hierdequico dos eventos sensoriais, do cérebro, da hipéfise e das glindulas endéctinas, que interagem para regular os niveis hormonais. = wwwnofas.org Consulte este ste pata aprender mais 2o- brea sindrome alodlica fetal 1 wenw.niaaa.nih.gov Confira oandamento das pesquiss sobre ——- TERMOS-CHAVE ‘abuso de dleool ness fil dos National * fons of Hack abuso de substincas,p.216 miopiaaleodiea,p. 220 tolerincia merabslia, agente ansiolltio, p. 201 saliéncia do incentivo, p.213 . andlogo ao glutamate, p.217 teoria da sensibilizagio do p.222 sensiblizago, p. 213 incentivo, p. 218, ativagio psicomovora p. 216 simtomas de abaingncia, dependéncia de substincis, ——_p. 216 p.216 tolertncia eaula,p. 213 ‘ dependéncafsica,p. 216 tlerdncia eruada,p. 201 PERGUNTAS SOBRE 0 CAPITULO Quais problemas si encontrados ao se transformar uma droge psicoativa em ina “balinha magica” que tem como alvo o sistema nervoso central? Descreva o funcionamento da barreira hematoencefilica, Descreva as sete categorias de drogas. 4, Taga. distingSo ente a hipStese de dependéncia ¢ateoia do desejare gostar dla de- pendéncia de drogas 5. aga a distingio entre as explicagées dos comportamentos da desinibigio, suspensio s0b os efeitos de drogas. mniopia alen 6 Descreva 0 controle hierirquico dos hormdnios. 7. Descreva a relagio entre estresse, cortisol e hipocampo. a 233 ‘COMO AS DROGAS E OS HORMONIOS INF PARA PENSAR Uma visio tradicional das drogas é que elas induzem as pessoas a fazer certas coisas. Discuta as visdes contemporiineas de como as drogas podem influenciar nosso comportamento, elo fato de muitas lrogas funcionarem afetando a fungio das sinapses, o efeito que clas produzem deve ser semelhance a algum comportamento produzido naturalmente. Discuta essa idéia com relagio a uma droga de sua escolha LEITURAS RECOMENDADAS Becker, J. B., Breedlove, S. M., & Crews, D. (2000), Behavioral endocrinology. Cambridge, MA: MIT Press. Liveo que consiste em virios capfculos sobre hormdnios, cada um escrito por ‘um especiales, Cooper, J. Rs Blooms, FE, & Roth, Ri H. (1996). The biochemical bass of neurepharmacolagy Now York: Oxford Univesity Press. Resumo de como as sinapscs respondent as drogas. CConsis cm wna descrig geval de wns as sinapsesFuncionam ¢ resume a esrucura € 4 fungao de virisssinapses neurogulinicas difer Feldman, R.S., Meyer, J. 8. 8 Quemzer, LF (1997). Principles of neuropsychopbarmacolagy. Sunderland, MA: Sinauer. Livro abrangente e avangado sobe cowo varias drogas afetam sistema nervoso, Um destaque nas referéncias sobre a neuropsicofarmacoloyia contem- porducs, Julien, R. M. (2001). A primer of drug action. New York: Worth, Este liveo & uma introdugio de Jeitura extremamente agradivel a como as drogasafetam o sistema nervoso ¢ produzem al- ‘erases no comporramento, no humor ¢ na fungio cognitiva Sapolsky, RM. (1994). Why zebras don'r ge ulcers. New York: W. H. Freeman and Compaiy, ura agradivel sobre audo © que voct gostaria de saber sobre 0 ‘stress. O Fema do livro & como o astesse afeta o cfrebro ¢ contribu pata muitas condigies médicas — incluindo doengas cardiacas, depressio, problemas sexusis reprodutivos, distrbios hormonais — até o envelhecimento € a morte, Ab, claro, isso feta as zebras,

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