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Fatos que exigem reflexão e ação

Indubitavelmente, a atual ociosidade do detento e a super


lotação nos presídios têm sido uma das grandes causadoras da
crescente violência dentro dos presídios [e, até mesmo fora,
visto que eles acabam por conseguir acesso a telefones
celulares, e assim, ainda que na condição de detentos,
conseguem manter o controle do comando do tráfico].
Do que tenho observado, tenho percebido que o grande
problema da criminalidade não está nas penas atualmente
previstas no Código Penal Brasileiro, e sim, nos critérios
atualmente adotados por ocasião de seu cumprimento. E, na
verdade, o que tem ocorrido é a ausência de critérios! Até por
que, é imprescindível separar os detentos por compleição física,
nível de periculosidade, reincidência, etc. E, salvo equívoco, a lei
já prevê isto - pelo menos, no caso do menor infrator isso já é
previsto em lei e, é mister que este critério esteja sendo
efetivamente cumprido e, estendido aos detentos maiores de
idade.
Por certo, a parceria com empresas na profissionalização do
detento beneficia a sociedade, o estado, o detento e, as
empresas credenciadas. Beneficia a empresa por que terá mão-
de-obra mais barata e, dedução no Imposto de Renda. Beneficia
o detento por que lhe proporcionará redução da pena [a cada 3
dias trabalhados terá 1 dia reduzido na pena] e, uma melhor
condição de voltar a sonhar e, abandonar o crime. Beneficia a
sociedade pelos motivos que passarei a expor mais a frente.
Beneficia o estado, por que o detento se tornará menos oneroso
aos cofres públicos. Mas, é preciso que o cadastramento de
empresas para esse fim seja bastante criterioso.
Trate um marginal como animal e ele reagirá como animal.
Lembre-o que é humano e, encontrará espaço para conscientizá-
lo. E, deve-se considerar que ninguém pode ser tido como
irrecuperável, sem que antes haja um efetivo esforço no sentido
de sua regeneração. E, devo dizer, que nos 09 anos que
trabalhei à disposição da Vara Especializada da Infância e
Juventude, vi resultados não apenas com infratores de pequeno
mas também entre aqueles que a sociedade julgava
irrecuperáveis.
Inegavelmente, nossas prisões têm sido verdadeiras faculdades
do crime. E isso ocorre, em razão da ausência de critérios por
ocasião do cumprimento da penas e, por que, para que a pena
alcance o resultado desejado é preciso que ela esteja associada
a um sério trabalho de ressocialização, tendo no grupo
ressocializador profissionais capacitados e comprometidos com o
resultado. Contudo, esse trabalho ressocializador não deve visar
apenas questões ligadas aos direitos humanos do detento, mas,
principalmente, a sua conscientização e a condição de voltar a
sonhar. E, não havendo mudança nesse sentido, os criminosos
se multiplicarão a despeito das prisões que diariamente são
feitas - e, isso torna o serviço policial sem sentido.
A sociedade precisa entender que a ressocialização do detento
só a beneficia, pois, mais cedo ou mais tarde, ele terá que sair
da prisão e, obviamente, é preferível que saía regenerado do
que pós-graduado no ato infracional/crime e, disposto à ações
ainda mais cruéis. A meu ver, a adoção de medidas nesse
sentido é uma questão de inteligência. E, vale ressaltar, que a
sociedade se beneficiará tanto com a valorização do Profissional
de Segurança Pública, quanto com os resultados de um sério
trabalho de ressocialização dos detentos.
Por sua vez, os Policiais Civis, Militares e Federais, precisam
entender que um efetivo trabalho ressocializador dos detentos
também os beneficiará no cumprimento de sua missão, caso
contrario, há de sempre se experimentar uma sensação de estar
“remando contra a maré”.
Atualmente, até onde se sabe, um detento de crime de pequeno
porte é colocado junto a outros já contumazes na prática
delituosa e de delitos graves. E, desse jeito, o atual sistema só
propicia a produção de pós-graduados infratores/criminosos.
Na verdade, o que tenho defendido aqui, é apenas parte da
resolução do problema; isto por que, atua no campo da correção,
e não, da prevenção. Um combate efetivo da criminalidade deve
visar tanto esse aspecto corretivo, quanto o aspecto preventivo.
E é preciso ter em mente, que o combate preventivo da
criminalidade só é possível se considerado que o combate à
criminalidade deve ser feito em sua base que é social: falta de
saneamento básico, desemprego, ausência de um maior
investimento em cursos profissionalizantes voltados aos jovens
de baixa renda, etc.
Mas, eu devo dizer que não sou a favor de grupos de direitos
humanos que visam os direitos do bandido e, não se atentam
para o policial e seus direitos.
Penso que deva ser proibida nas prisões a entrega de alimentos
e regalias desnecessárias, visto que não se pode confundir
tratamento humano dos detentos com certas regalias que são
totalmente desnecessárias e só propiciam burlar com maior
facilidade a vigilância dos detentos. A exemplo das prisões nos
E.U.A., o preso deveria ter suas vestes confiscadas até o
término do cumprimento da pena e, deveriam receber uniformes
padronizados. E, além disso, o contato com o detento deveria ser
feito em sala específica e, separada por vidro.
Estado, invista na ressocialização / profissionalização do detento
e, estará investindo no combate à criminalidade. A que ponto
deverá chegar a criminalidade para que tais ações sejam
levadas a efeito? Não foram poucos os que alertaram para esta
necessidade! É uma questão de lógica! É melhor um ex-
presidiário ressocializado do que pós-graduado no crime e,
disposto à ações mais cruéis!
Mas, é preciso entender que a responsabilidade pelo combate à
criminalidade não cabe exclusivamente ao Governo e às
Corporações Policiais, e sim, que esse combate envolve cada
indivíduo, enquanto cidadão brasileiro que, querendo ou não, no
decurso de suas decisões pessoais, trazem consigo
consequências a serem sofridas na coletividade - seja por ação
ou mesmo por omissão.
Equivocadamente, muitos jovens têm se deixado seduzir pelo
“poder” representado nas armas do traficante. E a busca é por
igualdade de possibilidades, além do respeito desejado e, de
quebra, ambição de usarem roupas de marca, carros caros e
etc.. E, por consequência, uma sociedade que julga o outro pelo
que tem e não pelo que é, resulta em anseios que não
encontram na realidade de muitos a saciedade.
E, além disso, o Estado [União] deve parar de investir em
projetos de aceleração nas escolas, para investir em educação
de qualidade. Até por que, o projeto de aceleração nas escolas é
só uma tentativa de mascarar os dados de analfabetismo no
Brasil.
Não se pretendeu apresentar aqui justificativas para o ato
criminoso. Mas, tencionou-se defender o que pode trazer
efetivos resultados à coletividade.
Grandes homens da história sem as facilidades da net, fizeram
verdadeiras revoluções. Nós a temos! É preciso q a usemos
assim. Penso que toda mudança de atitude tem como ponto de
partida a reflexão. Por

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