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Ensaios Aleatórios

C . R i c aC. rRicardo
do M aiolino
Maiolino

Ensaios Aleatórios
Poesias de momentos vagos

-1-
Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

“O homem depende de seu pensamento”(...)


Mokiti Okada

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Prólogo

“A antologia aqui apresentada foi elaborada


peça por peça, ao longo de aproximadamente vinte anos, naqueles
momentos em que a inspiração vem a tona e toma conta da nossa
vontade; quando as idéia vêem a cabeça e a gente só sossega no
momento em que põe no papel o pensamento, eternizando ou
materializando em forma de ensaios, daí a explicação para o nome
deste ser "Ensaios Aleatórios - Poesias de momentos vagos" espero
que goste...”
O Autor

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

DEDICATÓRIA

Dedico esta obra, a minha mãe; aos meus amigos que


colaboraram direta ou indiretamente; a ONG METROSEJOS
LIVRES REABILITISTAS, pelo apoio; aos meus filhos
(Giovani e Yasmin); e, especialmente a minha esposa a quem
tanto amo e que muito me incentivou na realização desta.

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

INDICE
Homenagem à terra - 5
Viagem - 6
Visão do poeta / Tesão do poeta - 7
Você / Olhar quarenta e alguma coisa - 8
Desabafo Solitário - 9
Delírios - 10
A criação - 11
Relacionamento - 13
Amigo Intimo / Um estranho no ninho - 14
Beleza fútil - 15
Neo-Boemia - 16
Empolgação - 17
Linguagem Tribal - 18
Para quê? - 19
Reabilitismo - 20
Palavras / Brumas / Bêbado - 21
Pressa / Paira - 22
Uma Mudança - 23
Um mal necessário - 24
Natureza - 25
Preferência - 26
Velho-Novo Vento - 27
Protelatório – 28
Feliz aniversário mamãe - 29
Marilza (Acrostico) - 30
Errantes Pensantes - 31
Pê que pê - 32
Pra galera delirar - 33
No surgir de uma canção - 34
Passou café na calcinha - 35
Jovem Juventude - 36
O Louco - 37
Cordel Fraquinho - 38
Aqui, ali ou acolá - 40
Saco da Paciência - 42
Antepassados - 43
Humildade - 44
Busca - 45
Presunção - 46
Solo Sagrado - 47
Onipresença - 48
Sobre o Autor - 49

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Homenagem à terra

Quanta história guarda contigo!


No leito de seu alento
que, quem sabe um dia, o vento
possa contar a contento.

Escravos, peões, coronéis, capitães do mato,


leprosos, evangelistas, príncipes, imperadores...
Quiçá até mesmo o próprio rei...
Te conheceu. Oh! Glamourosa terra.

Terra amada e querida por aqueles que aqui


deixaram registrado no livro da história muda...
sua existência, num gesto de permanecia, e,
Pecados misturados com indulgência.

Tu que passaste pelo tempo


deixando para trás a cultura inculta.
Do capiau que na capela do peão
um dia pronunciou: - Ah! Sóco!

O progresso chegou por aqui


trazendo consigo a coca-cola...
mas, mesmo assim, fiel às raízes
não perdeste teus ares interioranos

Batizada com nome da Rainha Santa


de Portugal, recebeu sua imagem
e, do céu, sua passagem incontestável
protege o povo que diz de peito aberto...

Sou caipira, peão, intelectual, capiau...


tenho muito orgulho de ser isabelense
Porque vivo, amo e até mesmo morro
por minha querida cidade de Santa Isabel.

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Viagem

Viajei, andei,
me diverti e vivi.
Paisagens maravilhosas, conheci.
Belas donas, vislumbrei.
Guardo coisas que só a mim,
interessa lembrar.
Porém, por onde fui,
passei ou fiquei, em você
eu sempre pensei.

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Visão do poeta

O poeta é aquele
que não consegue
ou não quer
ver o fato tal qual se segue.
Pois, vê neles apenas
circunstâncias e...
às vezes possibilidades,
que lhe dão as nuances
para sua libido e...
sua obra.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Tesão do poeta

O tesão do poeta...
é ver em tudo,
imagens de sua amada.
Seja no céu, no mar, na terra
ou na lida....
num gole de cerveja, ou
numa chata palestra de teoria florida.
Lá estará ela em sua mente,
sempre presente...
Calada, pelada, sorrindo e contente.

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Você

Deixa desse teu jeito calado.


Quero ouvir tua voz
macia e agradável.
Quero deleitar-me com tua conversa
gostosa e inteligente.
Que faz acalmar
o coração da gente.
Possa eu, um mero mortal,
somente por generosidade divina,
ter algo tão belo a contemplar...
Você!

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Olhar quarenta e alguma coisa

Esse teu olhar que me provoca


e ao mesmo tempo intimida;
que me envolve, porém disfarça;
que traz muita loucura e tanta emoção.
Tremo de medo...
amor...
ou paixão?
Quem saberá dizer-me?
Eu não sei não.
Só sei que para mim é bom,
e pro coração então!?

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Desabafo solitário

Amanha
vou tentar lhe dizer
o que na realidade
eu sinto por você.
Passagens de levar um fora,
confesso que é muito ruim.
Quero que saiba uma coisa...
todas as noites,
eu só penso em você e
não consigo dormir.
Analisando friamente,
vejo que me prendeu
e venceu de uma só vez.
Você conquistou o meu coração;
o dia amanheceu;
o sol desabrochou;
e, o mundo se abriu.
Quero beijar essa tua boca!
Quero sussurrar palavras
de amor para você!
Quero beijar a tua boca...
Para um dia, quem sabe?
Possa dizer apaixonadamente que...
Eu te amo.

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Delírios

Quantas vezes eu te quis,


pensei em ti e sonhei contigo.
Sempre pedindo aos céus
o privilégio de tê-la
ao menos por um dia
para acordar com o leve
toque de seus lábios nos meus
que com um olhar firme e
penetrante poderia dizer-me:
-Bom dia, meu amor!
Já é hora de acordar.
Levanta que eu quero te amar.
Faça desse momento,
uma eternidade para eu
nunca te deixar

-10-
Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

A criação

O desejo toma conta do casal,


duas pessoas completamente apaixonadas,
que querem chegar há um único objetivo:
o do “prazer”; que numa escala maior
pode ser chamado ou rotulado como...
amor...

Carícias e mais carícias aumentam


consideravelmente o tesão...
algo tão sublime para o ser humano.
Beijos incrementados com o puro desejo.
O calor, que sobe da ponta dos pés ao
centro das cabeças.

A cada toque dos corpos sedentos de prazer


realçam arrepios fulminantes
que fazem com que qualquer um perca
o sentido, ou melhor a cabeça,
vivenciando um dos mais consideráveis
sentimentos.

Quando não há como suportar


tamanha rebeldia fisiológica
dá-se início ao ato...
Seria, analogicamente falando,
uma corrida cheia de obstáculos e
cheia de reciprocidade.

O gozo de ambas as partes


é recheado com a iminência,
até que se chega ao momento crucial,
que não ultrapassa vinte segundos,
mas vale tanto quanto...
uma eternidade.

(continua)
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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

A criação - (continuação)

E ali pairam sobre o leito


cheios de cansaço físico,
porém, tão relaxados como nunca,
ao ponto de adormecerem ou
de tragarem um cigarro e
deleitarem-se da emoção vivenciada.

Depois de alguns dias, ela,


passa a sentir uma certo mal estar,
seguido de fortes enjôos e indisposição.
A dúvida fica por martelar suposições.
Em sua mente, a insegurança se faz presente.
Será?...

Algo que para uns, seria uma dádiva;


e, para outros a maior dor de cabeça.
Fazer ou não uma coleta para ter
o certificado de que em nove luas
estará arrebatada ao conformismo da...
maternidade?

A coleta é feita e o certificado é...


indiscretamente perspicaz.
Ao tê-lo nas mãos
dá para se notar o brilho nos olhos,
que num suspiro ingênuo encher-se-á
de grandes, talvez imensas, responsabilidades.

Ih... agora?

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Relacionamento

Quando te conheci,
tu eras para mim
apenas uma simples garota,
que havia me interessado.
Iniciamos uma amizade
e comecei a te conhecer
mais profundamente.
Essa amizade transformou-se
em algo muito interessante.
Proporcionando-me momentos
extraordinariamente maravilhosos...
Apaixonei-me por ti!
Ressurgiu-me tanto sensações,
quanto sentimentos que
há muito tempo eu não sentia
e nem mais sabia qual era o gosto
Reacendeu-me uma chama, que
a uma eternidade se apagara.
Esse renascimento afetou-me por inteiro.
Já não tinha mais as diretrizes
para fazer alguém feliz.
Fazer sentir-se bem tanto
física, mental ou espiritualmente.
Preocupei-me com os mínimos detalhes.
Deixei a minha vida de lado,
para viver tão somente, para ti.
O previsível aconteceu, pois aprendi a...
te amar incomensuravelmente.
Hoje! Não fico constrangido em
dizer a todos que...

“E U T E A M O”

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Amigo Intimo

Tu, que carregas contigo.


Um pedido de perdão,
à minha amada querida.
Cheio de ódio, rancor,
amassado, esquartejado, etc...
que esse sentimento fique contigo,
e, daí jamais saia,
pois, a partir de agora,
usarei as palavras ditas,
e, não mais as escritas,
porque sei que
em ti, posso confiar
pois é meu amigo íntimo do momento
que pode até ser excêntrico, mas é
Meu lixo amigo

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Um estranho no ninho

Quem é esse?
Que na rua; no frio;
e, no vento...
Dorme no relento.
Rejeitado é, por tudo e todos.
Traz no peito um coração complicado,
tímido, maltratado e complexado.
Que não faz nada para melhorar,
se ver bem ou ser normal.
Um estranho no ninho...
Ser humano, porém...
Um mendigo.

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Beleza fútil

Para que, tanta ostentação?!


Status ou vida de aparência,
não faz bem não.
Degustar mortadela e
Arrotar caviar,
sem ter um níquel, porém
muitas contas para pagar.
Não vai ser amada
nem muito menos amar.
Só se tem uma coisa a enfatizar
Que a velhice chega,
e a beleza exterior
tende a se acabar.
Ficam dúvidas no ar.
E o sentimento e a beleza interior...
onde vão parar?

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Neo-Boemia

Crio um novo estilo de vida


que não se compara
ao de antigamente.
Só poderá analisar
se for analogicamente.
Bebida, jogatina, tesão e sexo...
dá até para se assemelhar.
Viver a vida podendo gozar.
Ter coisas belas para se contemplar.
Não abusar do sentimento e desvairar.
Sem saber como, quando ou
onde vai chegar.

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Empolgação

Quanto amor,
quanta ternura.
Tanta paixão,
tanta penúria.
Força emoção,
força canção.
Traz tesão, mas
traz também
desilusão.

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Linguagem Tribal

Há de se entender e falar,
num linguajar tupiniquim,
para se compreender
o verdadeiro significado
do termo coloquial,
melhor dizendo,
linguagem tribal.

Pois a massa,
carente de cultura,
na atual conjuntura,
de ícones e símbolos dependerão
para uma completa assimilação
porque têm de fato
preguiça de pensar
ou de usar a razão.

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Para quê?

Todo senso libertino


quando a juventude
que está alienada
não saberá utilizar-se
dos recursos que estão
“disponibilizados”

Para quê?
Postura, Literatura, Cultura, etc...
se ainda sofremos uma
ditadura, que se passa
de lobo transvestido de cordeiro,
que mesmo camuflada,
inflama milhões de analfabetos.

Para quê?
Liberdade...
Se a televisão aprisiona
até mesmo os mais pródigos.
Tornando o raciocínio e o
livre pensamento,
num bicho de sete cabeças.

Para quê?
Criar robôs ou papagaios,
que só sabem fazer aquilo
que está programado ou
formatado pela dita
intelectualidade virtual...

Para quê?...

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Reabilitismo

Reabilitemos os mais intrínsecos,


os mais puros e os mais excêntricos,
movimentos de nossa existência,
na forma de pensar e coagir.
Reabilitemos de tal forma,
que isso possa ocasionar a maior
e mais completa transformação.
Temos que ser a renovação!
Temos que agir com o coração!
Temos que domesticar a nossa crença!
Temos que respeitar o nosso limite!
Temos que acreditar na reconstrução!
Temos que crer, sem temor!
Temos que amar a busca...
Tudo isso para nos transformarmos,
no melhor sentido da palavra,
nos verdadeiros “reabilitistas”.

-20-
Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Palavras

Palavras jogadas ao vento,


faz tudo se perder no nada.
Trazendo à tona algo que,
não se pode entender e
nem muito menos compreender.

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Brumas

Ao ser ameaçado ou atacado por uma serpente;


ou, pelas brumas da calúnia e difamação,...
somente desfira um contra-ataque
no momento em que tiver a certeza absoluta
de que vai exterminá-los, liquidá-los.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Bêbado

O bêbado deve
beber em demasia.
Só que isso ele não faz.
Será que é por causa do amor
ou dos pecados capitais?

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Pressa

Quanto mais se procura,


menos se acha.
Cada coisa tem seu momento
e hora certa para acontecer.
Porém, quando se é motivado
pela pressa, que muitos dizem ser:
“a inimiga da perfeição”.
Algo indesejável e imprevisível...
ACONTECE!

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Paira

Paira no tempo o gosto do imaculado sangue,


que corre por entre as veias do meu ser...
pois, não sou mais aquela criança ingênua que,
num instante qualquer, mostra o desejo
egocêntrico, do âmago, do egocentrismo.

Não tenho mais o privilégio de ver,


os encontro desencontrados dos enamorados,
pois, o que observo apresenta-se de forma,
um tanto figurada, de tão somente pó,
que quanto mais se mexe, mais fede.

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Uma Mudança

Eu aqui estou parado, sentado ...


Paro para ver o tempo passar
Um tempo que não para, mas
Deixa marcas e cicatrizes.

Do lúdico ao sério;
Do sério ao triste e mórbido;
Do triste e mórbido ao fundo do poço; e,
Do fundo do poço a Luz

Nesse instante, ora sinto prazer,


ora choro de prazer... e... tristeza.
Ao mesmo tempo em que transparece-me
a insegurança, cria-se a esperança... uma
mudança.

Me fortaleço no exato momento em que


Recordo da existência de um Deus no céu que
Constantemente me protege e na terra
A ganância leva pessoas ao cúmulo da
hipocrisia.

Paro... penso... reflito... sonho...


até entender que em hipótese alguma
devo me deixar envolver a esse
mar de lama denominado inveja e incapacidade.

-23-
Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Um mal necessário

Aquilo que se prostra como


um privilégio egocêntrico,
na vivência dos normais.
Alguns acreditam veementemente
que seja o “sonho”;
outros dizem ser a idealidade;
mas, eu prefiro me ater
ao puro, seco e íntimo rótulo,
que imaginário pode ser,
porém, a palavra é tão somente:
Ilusão...
Ora, não será esse termo,
que move toda a humanidade?
Não será essa palavra,
que dá ênfase ao fogo
que envolve e corrompe a
individualidade do ser e
que o senso comum dá
como adjetivo: paixão?
Se não fosse esse, digamos,
o instrumento da criatividade,
muito pouco se teria feito e
estaríamos longe, muito longe,
do progresso; da criação;
da informatização; da evolução...
Ilusão, é isso que move o
nosso singelo e pecaminoso,
“coração”

-24-
Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Natureza

Em contato com a natureza,


nós, seres humanos, ganhamos
confiança e forças para viver.
O nosso maior presente
é a contemplação.
A Mãe Natureza faz a parte dela.
A nossa parte é apenas...
Preservá-la e Não Destruí-la.

-25-
Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Preferência

Prefiro viver o lúdico


do que presenciar a
prepotência daqueles
que se apresentam
de forma insólita.

Prefiro viver o lúdico


e prefiro ser lírico
num mundo cercado de
senso comum e onde
ser culto é ser careta.

Prefiro ser lúdico e lírico


para deleitar-me de
um sorriso sincero e ingênuo
do que apodrecer na imensidão
duma falsa sociedade paternalista

Prefiro ser lúdico, lírico e


acima de tudo, sincero
para rir dos intelectuais insanos
que não soltam pum (não devem ter “ú”);
devido as regras de etiqueta.

-26-
Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Velho-Novo Vento

O velho vento soprou,


para não mais voltar,
deixando para trás
a lembrança prazerosa
de sua brisa, bem como
o repudio de tua frieza.

Assim como as águas


que passaram por debaixo
da ponte e impondo a dúvida,
que só Deus sabe:
-Quando haveria de retornar e
trafegar sobre aquele mesmo lugar?

Porém, a própria natureza


ensina coisas que estão além
da nossa reles compreensão,
onde o ensinamento é válido
para que não repitamos os mesmo erros
para um novo recomeço, neo-começo.

O que passou, passou; e, o que ficou, ficou.


Se o gosto amargo ainda se faz presente,
é motivo para ficarmos contentes, pois
o novo vento, ainda se sente...
forçando-nos a agir com sabedoria
para poder seguir em frente nessa utopia...

-27-
Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Protelatório

Quantas coisas
nós deixamos de fazer?
Por vezes, por falta de
coragem ou medo de tentar;
por outras, por incapacidade ou
traumas do passado.
Porém, é bem melhor
nos arrependermos daquilo que fizemos
e não deu certo, do que
nos acovardarmos, lamentando
por algo que poderíamos ter feito e...
não fizemos!

-28-
Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Feliz aniversário mamãe


(Acróstico – presente de aniversário)

Ter o privilégio de dizer que


eu te amo, pode ser a mais
rara das situações que me trazem
emoções afloradas e cheias de
satisfação, porque és
a minha amada e bela mamãe.

Maior que o sentimento que


apazigua meu coração, eu...
rio com uma alegria
incontestável e incomensurável
ao lembrar do teu natalício.

Belo é o teu nome,


e, envolvente é tua coragem, mas
não obstante, é deveras
emocionante a tua garra, pois,
digo a quem queira ouvir que...
invejo as diversas formas
como ultrapassas seus obstáculos;
tão grande e bom é sentir o seu amor e...
obsessão minha e desejar-te hoje um:

- FELIZ ANIVERSÁRIO MAMÃE!

-29-
Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Marilza
(Acróstico – presente de aniversário)

Muitas batalhas levas contigo


as vezes parece que essas
representam um enorme
invólucro de sentimentos
longínquos cheios de coragem, que
zoam para um lugar distante, mas...
ao alcance das suas mãos.

demora não, para perceber


e quiçá um dia as revele a alguém.

Sobre o manto do imponderável,


outrora vi chegar de perto
uma amizade sem
zanga, mas verdadeira, minha
amiga querida, um:

- FELIZ ANIVERSÁRIO!!!

-30-
Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Errantes Pensantes

A escuridão anunciava
um prelúdio de barbárie.
Nas trevas muito pouco
podiam enxergar os profanos.

A luz do conhecimento foi até as trevas


mas não foi reconhecida
por todos que ali estavam, porém
alguns privilegiaram-se no deleite.

A ação inquisidora do momento


reservou a carnificina,
a fogueira, a guilhotina, ...
aos errantes pensantes, “hereges”.

Pensar, era proibido!


Falar, somente o que foi lido!
Sussurrar, só por gemidos!
Desafiar, era ter tino e libido!

Quantos e tantos
pagaram o preço da inocência
magos, bruxas, alquimistas, pensadores, ...
morreram por gestos de indulgência.

Sábios, os que permaneceram calados.


Pensando e agindo por códigos
camuflados, maquiados ou decodificados...
Fizeram história e não foram sabatinados.

-31-
Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Pê que pê

Vá!...
Pro diabo que te carregue
sujeito sem eira nem beira
que só fala besteira.

Vá!...
Pra fora do Brasil;
faz de conta que não viu; e,
vai pra puta que o pariu.

Vá!...
Bicho besta e ignorante.
Vai morder seu pai na bunda.
Arrede de perto de mim... gente imunda.

Vá!
Vá simbora! Vai não... vaaaiiii!
Se é por falta de adeus, eu te digo rapaz
“Saudade não deixa e falta não faz”.

-32-
Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Pra galera delirar


(letra de música)

Vai começar!
Essa festa de rodeio
De Peão de Boiadeiro
pra trazer muita emoção

E tem peão, tem cowboy


Arrasta pé
Tem também muita mulher
Pra alegrar o coração

Eu quero ver o chão tremer


E a poeira levantar
Eu quero ver o chão tremer
Pra essa gente delirar

E tem breteira
Tem cerveja e brincadeira
Pra fazer muita zoeira
Tem artista, tem show bom

E no ginete
O touro que rodopia
E faz toda alegria
do povo que prestigia

-33-
Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

No surgir de uma canção


(letra de música)

No surgir de uma canção


Que se possa fazer sonhar
Com as chaves do coração
ver esses sonhos realizar

Os segredos do destino
Estão nas histórias de cada um
nas estradas da sua vida
Sempre há algo em comum

Se quiseres andar, siga em frente


E não tente olhar pra traz
Se o fizer verá muita gente
De desejos um tanto banais

Quem não erra, não vê os limites


E esquece dos seus ideais
Quem não tenta por medo de errar
Não tem o direito de reclamar

Aquele que não acredita


Com certeza não vai sonhar
E sem sonhos, não realiza
Inventa motivos pra remediar

-34-
Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Passou café na calcinha


(letra de música)

O que eu não gosto é ver mulher chorar...


Mulher sofrendo por amor é de matar!
Ainda mais quando o sujeito,se aproveita,
de fininho se ajeita e depois sai pra caçar

Me lembro bem daquele moça que chegou


caiu no conto do vigário e se entregou...
e eu falei daquela dona feiticeira,
com jeitão de macumbeira que a questão
solucionou...

E a tal moça fez o que se ensinou


tirou a calcinha e fez dela um coador
passou o café e deu pro seu amor
e ele tomou, se lambuzou e se ferrou

Passou café na calcinha


e deu pro tontão tomar...
Ele tomou bem gostoso, agora tá receoso porque
Vai ter que casar

-35-
Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Jovem juventude

Jovem juventude...
que um dia jovem
buscou na juventude
a fugacidade de ser jovem.

Jovem juventude...
de gente-moça, adolescente,
as vezes incoerente,
ingênua, porém, inexperiente.

Jovem juventude...
juvenil...
imediatista, precoce e tenaz
difícil de enumerar ou rotular.

Jovem Juventude...
que na juvenília,
por falta de motivação
deixou de sonhar e acreditar.

Acorda Juventude!!!

-36-
Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

O louco
(letra de musica)

Eu sou um sonhador desencanado;


sou um louco alienado;
pra quem diz ter a razão.
Sou tratado como diferente
preconceito inconseqüente
daqueles que são iguais.
Para todos que me taxam de
maluco, digo que sou... um matuto,
e, até peço perdão.
Pois levo a minha vida ao meu estilo,
fico longe desse giro,
para não ter desilusão.
Desilusão, não quero não.
Não quero não, ter desilusão.

-37-
Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Cordel do fraquinho da peste

No olhar do flagelado
sou fraquinho, mirrado, minguado...
porém, muito determinado
pra deixar aqui um recado:

- Digo para quem quiser escutar,


que não sou homem de difamar,
mas quem mexer comigo vai se danar,
pois, um gigante ignorante eu vou mostrar.

Um gigante ignorante e observador,


que sabe derrubar qualquer andor,
vou causar tanto terror,
pra fazer morrer de pavor.

Vivo minha vida numa boa!


Não sou uma pessoa à toa,
mas desafio a quem entoa,
pra uma briga na garoa.

Não me provoquem, não!


Eu sou igual a merda no chão,
pois, quanto mais se fuçar o pacotão,
mais sentirá o fedo na imaginação.

Gingo bem nessa passada,


pra fazer nascer numa encruzilhada,
gente falsa e mal amada,
um bando de cobra criada.

(continua)

-38-
Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Cordel do fraquinho da peste – (continuação)

Falando em cobra, digo então,


que tem jibóia na operação,
que enrola o sujeito no apertão,
pra quebrar o osso do caboclo peão.

Depois, a jibóia passa a engolir!


O sujeito não pode sorrir,
e por ser sangue ruim, o capeta por vir...
pra não passar mal... a cobra vai cuspir.

No olhar do flagelado...
sou fraquinho, mirrado, minguado,
e também, determinado, porém, se cutucando...
qualquer um pode virar condenado!

-39-
Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Aqui, ali ou acolá

Uma história eu vou contar!


Pra quem quiser escutar...
da cidade de Santa Isabel,
que num tá escrita no papel.

Tinha um negro ladino e arredio;


que queria liberdade; que jogava capoeira;
mas, pedia piedade,
pra sua gente que sofria...

A sinhá que presenteou


e a leitura lhe ensinou.
Confusão, então, se formou,
pois, o coronel ele enfrentou.

Foi pro tronco e ali levou,


chibatada do capitão,
sendo, exemplo de tronco em tronco...
nas senzalas da região.

Os negros que se rebelaram!


Bem aqui nessa cidade,
pois, queriam liberdade....
clamavam liberdade...

Muito antes da princesa assinar.


A tal lei da abolição.
Alforria!? Aqui se fez...
para um povo sem condição

(continua)

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Aqui, ali ou acolá – (continuação)

Um povo sem emoção;


um povo sem direção;
um povo na solidão e respirando liberdade...
em regime de escravidão.

Iê, o negro!
Pra onde é que vão lhe jogar?
Iê, o negro!
Dia aqui... ali... ou... acolá!

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Saco da paciência

Para o “saco da paciência”


será sempre necessário,
que esse seja costurado,
toda vez que se romper.
Pois, tão somente os sábios
são os verdadeiros detentores
dessa verdade eterna.

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Antepassados

Aos nossos antepassados


devemos respeito e
gratidão absoluta.
Sem eles, nós jamais
marcaríamos nossa existência
nesse mundo tão conturbado,
que mesmo vivendo no imenso caos,
ainda temos momentos de
alegria e descontração
quando lembramos que
indubitavelmente eles,
os ancestrais e antepassados,
souberam deixar registrado
grandiosas lições de vida e
uma passagem repleta de experiências,
pois, ousaram viver bem por aqui.

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Humildade

Quando te maltratarem
ou maldizerem.
Respire fundo!
Tenha calma e
aprenda a ser sábio!
Abaixe a cabeça,
peça desculpas
e agradeça a Deus.
Porque a humildade,
é sem dúvida alguma.
a maior virtude
que um ser humano pode ter.

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Busca

A constante busca nos leva a crer,


que existe algo a se estabelecer
entre o divino, espiritual e material.
Se deixarmos as coisas
acontecerem de forma natural
nós alcançaremos,
sem resquícios de hipocrisia,
o nosso real e almejado...
OBJETIVO.

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Presunção

Muitos e muitos feitos


colocam o ser humano
num pódio de superioridade.
Pois, dentro dos argumentos
que lhe foram concebidos
pelo prisma intelectual,
leva-o a crer que possa
alcançar a tão sonhada felicidade.
Essa crença faz a vaidade
adquirir formas com
vícios de perfeição e
o que era para ser harmônico,
recebe ares destrutivos
fazendo esse ser... que é humano...
sofrer incansavelmente.

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Solo Sagrado
(Guarapiranga – IMMB)

Lugar de beleza infinita,


de construções arquitetônicas
arrojadas, que revelam uma
simples, porém completa,
harmonia com a natureza;
que foi construído pelas mãos
de homens e de mulheres
que ali depositaram o mais puro
sentimento de gratidão,
pois sem esse sentimento,
não caberia um nome tão sugestivo...
Solo Sagrado...
que é sagrado, porque tem amor;
que tem amor, porque revela o divino;
e, é divino porque somente Deus, explica.
Se não entendestes...
então sintas

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Onipresença

Contemplar o que é “belo”,


pode ser considerado,
um dos maiores primórdios de algo que
rotulamos como individualidade.
Ainda mais, quando se tem a consciência
de que o ato contemplativo,
além de aumentar a percepção e
desenvolver a sensibilidade do ser,
é capaz de ocasionar uma certa...
“Elevação da Espiritualidade”.
Porque em contado como uma arte,
que tenha por base a inspiração divina,
o ONIPOTENTE; o ONICIENTE;
mostra-se, ONIPRESENTE!

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Ensaios Aleatórios
C. Ricardo Maiolino

Sobre o autor

C. Ricardo Maiolino ou Celso Ricardo Maiolino, foi diretor presidente


da Ong Metrosejos Livres Reabilitistas; um dos criadores do Movimento
Reabilitista, que visa provocar no ser humano emoções através das mais variadas
manifestações artísticas; foi Secretário Municipal de Cultura, Esportes, Turismo e
Lazer de Santa Isabel/SP no ano de 2.005; Ator-amador; radialista/locutor do
Programa Arquivo "S" e Guerra de Idéias na rádio comunitária de Santa Isabel/SP,
sendo, um dos mais polêmicos comunicadores; Investigador Profissional
Autônomo; e, que agora aspira um lugar na vida literária com a presente antologia
reunindo forças para em breve lançar um romance à brasileira.

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CAPA: C. RICARDO MAIOLINO

ILUSTRAÇÃO DE CAPA: HORN

DIAGRAMAÇÃO: C. RICARDO MAIOLINO

Projeto Literário registrado no


Oficial de Registro de Títulos e Documentos
da Comarca de Santa Isabel/SP,
Reg. Nº 5052, LºB-46, fls.11, em 08/01/2004

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