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) ee et ey AY term & um planeta dinimica. Se fosse foto grafada do espago a cada séeulo, desde a sua formacio até hoje, ¢ estas fotos compuscssem um filme, © que veriamos seria um planeta azul se contor cendo com os continentes ora colidindo, ora se afastando entre si, Atualmente, aereditamos que a lwosfera verrestre € fagmentada em cerca de uma di placas, que se mosem por razSes no muito compreendidas, mas cujo motor situa-se no. manto, Placas sio originadas nas darsais meso-ovei- nieas € ao se chocarem provocam o mergulho da placa mais densi sob a outra © 0 seu conseqiiente rerorno ao manto, A constatacio da existéncia das placas tectonieas dew uma nova roupagem as antigas idéias de Deriva Continental, explicando satistatoriamente muitas das grands feigdes geol6icas da Terra, como as grandes cordilheiras de montanhas, como os An des. respondendo a quest6es, por exemplo, sobre as rochas que ji estiveram ao fundo dos oceanos ¢ estio hoje no topo de grandes eadeias momtanhoss, como nos Himalaias. A "Tecténiea Global ou ‘Teetdnien de Pleas & a chave para a compreensio da hist6ria goo logiea da ‘Terra © de como seri o futuro do. planeta Neste capitulo seri mostrido um breve historico do desenvolvimento da Teoria da Deriva Continental até chegar 4 moderna Teetoniea de Plaeas. Também setio enfatizados aspectos sobre a constituigao das placas tectonicas, as eausas de seus movimentos, bem como as feigdes fisiogrificas e os produtos partir da dinimica destas placas, Além disso serio dis cutidos os mecanismos de erescimento dos continentes ©. movimentagin das massas continentais através do tempo geol6gico. Fig. 6.1 Pangea © sua divisso em dois continentes, Laurésia o norte e Gonéwane 0 sul, pelo Mar de Tethys 6.10 Surgimento da Teoria da Deriva Continental: 0 embrido de uma revolugio nas ciéncias geologicas A woria da ‘Teerinica de Placas now as Geoc! n das Espécies modificou as Biociéneias ¢ as teorias da Relatividade © da Gravitacio Universal mudaram os eonecitos da Fisiet ~ nasceu quando surgiram os pri meiros mapas das linhas das costas atlinticas da América do Sule da Africa, Eim 1620, Francis Bacon, fildsofo in Ss, apontoni © perfeitey encaive entre estas duas costas ¢ levantou a hipotese, pela primeira ver Iistorieamente registrada, de que estes continentes es tiveram unidos no passado. Nos séculos que se seguiram, esta idéia foi diversas vezes retomada, po sém ruramente com angumentagdes cientificas que The dessem suparte teérico, A origem da teoria da ‘Teetdnica dle Plaeas ocorreu no inicio do séeulo XX com as idéias visioniias e pow co convencionais para a Epoca do cientista alemio Alired Wegener, que se dedicava a estudos meteoroligicos, astrondmicos, geofisicos « palcontoldgicos, entre outros assuntos. Wegener pas sou grandes periodos de sua vida nas regides geladas da Groentindia fazendo observagies: meteorolipicas € misturando fregiientemente atividades de pesquisa com aventura, Entretanto, sua verdadeira paisio era a comprovagio de uma idéia, baseada na observacio de um mapa-mundi no qual as linhas de eosta atlintiea atuais da América do Sul e Africa se eneaisariam como um quebra-cabecas gigante, de que todos ox cont nentes poderiam se aglutinar formando um Gnico. megacontinente. Para explicar estas coineidéncias, Wegener imaginou que os continentes poderiam, um. dia, ter judo juntos € posteriormente teriam sido separados. Poueas idéias no mundo cientifico foram Ho fantisticas e revolucionairias como esta A este supercontinente Wegener denominow Pangea, onde Pan significa todo, ¢ Gea, Terra, ¢ con siderou que a fragmentagio do Pangea teria iniciado bd cerca de 220 milhdes de anos, durante 0 Triissieo, quando a Terra cra habitada por Dinossauros, ¢ teria prosseguidlo até os dias aruais. O Panges teria iniciado, 1 sua ftagmentagio dividindo-se em dois continentes, sendo o setentrional chamado de Laundsia © 4 austeal de Gondnuna (Vig, 6.1 “A Imagem de saiélite mosirando @ cordilheira do Himalaia como resultado da colisdo do india com 0 Asio NSIDC/SPL/Stock Photos. Apesar de nio ter sido © primeira nem o tinico de seu tempo a considerar a existéncia de movimentos hotizontais entre os continentes, Wegener foi © pri meiro a pesquisar seriamente a idéia da deriva continental © a influenciar outtos pesquisaderes. Par isto, procurou evidéncias que comprovassem sua teo- ria, além da coincidéncia entre as linhas de costa atuais, dos continentes, Wegener enumerou algumas feicdes seomorfol6gicas, como a eadeia de montanhas da Serra do Cabo na Africa do Sul, de diregao leste-oes te, que seria a continuagio da Sierra de la Ventana, a qual ocorre com a mesma direcio na Argentina, ov ainda um planalto na Costa do Marfim, na Africa, que teria continuidade no Brasil, Entretanto, as evidéncias, impressionantes apresentadas pelo pesquisador * Presenca de fosseis de Glossopteris (tipo de ssperma prrimitiva) em regides da Affien e Brasil, jas ocorréncias se correlacionavam perfeitamente, a0 vidéncias de glaciagio, hi aprosimadamente 300 Ma na Coste da Austrilia © Antartica, Estas evidéne Jo Sudeste do Brasil, Sul da Africa, india, incluem a presenea de estrias indicativas das diregdes, dos movimentos das antigas geleiras, sugeririam que, naquela epoca, g andes poredes da ‘Terra, situadas no hemistério sul, estariam cobertas por camadas de gelo Fig, 6.2a), como as que ocotrem hoje nas regioes polares &, portant, © planeta estaria submetide a um, clima glacial. Caso isto fosse verdade, como explicar a leiras no hemisfério norte, ou a presen ca de grandes florestas tropicais, que teriam dado m maquela Epoca aos geandes depdsitos de car Pste aparente paradoso elimaticn podria ser ficilmente explicado, como mosteado na Fig, 6.2b, se ‘0s continentes estivessem juntos hia 3041 Ma, pois neste caso a distribuigio das geleiras estaria restrita a uma calota polar no Sul do planeta, aproximadamente Em 1915, Wey ficar a tcoria da Deriva Ce ser reuniu as evidéncias que en controu para jus inental, livro denominado A onjgem das Continentes ¢ Oceanas Entreuanto, ele no conseguiu responder a questoes fundamentais, como por exemplo: Que foreas seriam capazes de mover os imensos blocos continentais? Como uma crosta rigida como a continental deslizaria que fossem quebradas pelo atrito? Infelizmente na Peseta Cn) Fig. 6.2 o) Distrib cia de geleiras hd 300 Ma 0 de com 00 alval das evidéncias geolégicos de exisiéry cain dts ddas geleiras.b) Simul sferio S, osfera quela época as propricdades plisticas da aster niio cram ainda conheeidas, © que impediu Wegener le explicar sua teoria, Fim virtude destas importantes objegdes colocadas prineipalmente pelos zeofisiens, 0 livro de Wegener nio foi considerado sério por gran de parte do mundo cientifico, Com a morte de Wegener, em 1930, a Teoria da Deriva Continental obstan ainda how comegou a fiear esquecida, vesse tentativas de alguns cientistas em buscar provas, ‘que acabaram por deseartar a idéia, uma vez que no, conseguiam encontrar uma explicacio logiea © aceiti vel do mecanismo eapaz de movimentar as imensas 6.2 Anos 50: O Ressurgimento da Teoria da Deriva Continental A chave para explicar a dinimica da ‘Terra, ao con nirio do que muitos cientistas pensavam, nas rochas continentais, mas no fundo ¢ Na década de 1940, durante a Segunda Guerra Man dial, devido as necessidades militares de localizacio de submarinos no fundo dos mares, foram desenvi dos equipamentos, como os sonares, que permitiram ee ey tragar mapas detalhados do relevo do fundo oceainieo, muito dlistintos da planicie monétona com alguns pi cos € planaltos isolados que se imaginava na epoca para o fundo do mar. Surgiram cadeias de monta- nha, fendas ¢ fossas ou trincheiras muito profundas, mostrando um ambiente geologicamente muito, mais, ativo do que se pensava No final dos anos 40 e na década sequinte, expedi- cde constituidas principalmente por pesquisadores das vuniversidades de Columbia e Princeton (EUA) mapearam 0 fando do Oceano Atlintico, utilizando novos equipamentos e coletando amostras de rochas. Estes trabalhos permitiram eartogeafie uma enorme cadcia de montanhas submarinas, denominadas Dorsal ou Cadeia Meso-Oceanica, que constituiam um sis tema continuo a0 longo de toxla.a'Terra, estendendo-se por 84.000 km ¢ apresentando uma largura da ordem de 1.000 km; no eixo destas montanhas constatou-se a presenga de vales de 1a 3km, associado a. um siste ma de tiftes (Cap. 19), indicando a presenex de um. regime tensional. Posteriormente foi constatado que a0 longo da cadeia meso-oceinica © fluxo térmico cera mais elevado que nas areas contiguas de crosta que esta era uma zona de forte atividade sismica e vulednica, Fsta cadeia de montanbas emerge a, onde seus habitantes levam uma vida. pa cata, mas Freqiientemente afetada por sismos ¢ vuleanismo. © mais importante, porém, era que esta dorsal meso-oceiniea dividia a crosta submarina em nna Isliny daas partes, podendo representar, portanto, a ruptura ou a cicatriz produzida durante a separagio dos con sinentes, Se assim fos: poderia ser accita teoria da Deriva Continental Por outro ido, no final dos anos 50) € inieio da década de 1960, 0 surgimento ¢ aperfeigoamento da geocronologia permiciu a obtengao de importantes informacdes sobre a idade das rachas do fundo oce- ico, onde novamente, a0 contriio do que se imaginava na époea, a crosta oceiinica nao era com- posta pelas rochas mais antigas do planeta mas apresentava idades bastante jovens, nio altrapassando 200 mithées de anos. Datagdes de rochas vu do Atlintico Sul eferuadas no Centro de Pesquisas Geoeronoligi io Paulo con- trib jas da Universidade de para 0 estabelecimento do padio de idades da crosta ocednica, no qual faisas de rochas de mesma idade situam-se simetricamente dos dois lados da dorsal meso-oceiniea, com as mais jovens proximas da dorsal € as mais velhas ficando mais proximas dos continentes, conforme ilustrado 1a Fig, 6.3. © estudo do magnetismo das rochas (Cap. 4) tam bém contribuiu para uma melhor compreensio dos movimentos da crosta continental. Estudos de palcomagnetismo revelaram que as posicées primit vas dos polos magnéticos da ‘Terra tinham mudado 20 longo do tempo geoldgico em relacio as posigies atuais dos continentes. Como era sabido que © exo ‘magnético da’Ter , ‘0s dados paleomagnétieos poderiam indiear, ao invés coincidia com 0 seu eiso roracio de mudaneas do eis magnético, um movimento re lative entre os continentes. As novas informagies provenientes do estudo da crosta oceinica ¢ de ppaleomagnetismo fizeram com que parte dos geotisicos passassem 4 considerar uma deriva dos continentes mais seriamente, Fig, 6.3 Distibuicdo das dades geocronolégices de fundo ocebrico do Alléntico Norte, onde'se observam as idades (em Ma} mois jovens proximos 8 dorsal meso-ocesnica 6.3 O Surgimento da Teoria da Tecténica Global No final dos anos 50, estudos de magnetismo das has do fundo oceinico, realizados na porgio nor deste do Oceano Pacifico, mostraram anomalias imagnéticas (desvios dos valores de campo magnético em relagio & média medida), que exibiam em mapa pacrio simétrico bondado, com as sucessivas bandas indicando alternadamente anos tivas (Cap. 4), Em 1963, K J. Vine e D. H. Mathews, ambos da Universidade de Cambridge, sugeriram que as bandas magnéticas observadas cram relacionadas a bandas magnetizadas de lavas vulednicas do fundo oceinico, geradas durante a expansio deste fundo vam o registro do campo magnético ter restre na €poea de extrusio das lavas submarinas, Esta interpretacio trouxe subsidios a favor do con ecito da expansio do assoalho oceanico postulado por Harry Hess da Universidade de Princeton (EUA) no inicio da década de 1960, quando a atencio dos pes guisadores estava voltada para o estudo de bacias oceitnicas. Foi neste context que surgi a hipatese de expansio do fundo oceinico, publicada em 1962 no trabalho de Harry Hess, “History of the Ocean Basins”. Com base nos dados geoligieos e geofisicos disponé veis, este autor propunha que as estruturas do fundo ocednico estariam relacionadas a processos de conveegio no interior da Terra. Tais processos seriam riginados pelo alto flux calorifico emanado na dorsal do manto, devido ao aumento de temperatura que 0 tornaria menos denso, conforme ilustrado na Fig. 64 onde se encontra representada uma célula de conveecio, De acordo com o modelo de Hess, este material, ao atingir a superficie, se movimentaria late ralmente € 6 fando ocednico se afastaria da dorsal. A fenda existente na erista da dorsal no continua a eres- cer porque 0 espaco deixade pelo material que saiu para formar a nova erosta ocednica € preenchide por novas lavas, que, ao se solidificarem, formam um novo fundo ocednico, A continuidade deste processo pro: duziria, portanto, a expansio do assoalho oceinica, A Deriva Continental ¢ a expansio do fundo dos ocea- ‘nos seriam assim uma conseqiiéncia das correntes de convecgio, Assim, em fungao da expansio dos fundos ocean cos, 08 continentes viajariam como passageiros, fixos ee ae ae rolante. Com a continuidade do proceso de geragio de crosta oceiniea, em algum outro local deveria ha ver um consumo ou destruieio desta crosta, caso contritio a Terra expandiria, A destruicio da crosta joceiinica mais antiga ocorrena nas chamadas Zonas de Subduegio, que seriam loeais onde a erosta ove nica mais densa mergulharia para o interior da Terea até atingir condicdes de pressio © temperatura sufici entes para sofrer fusio © ser incorporada: ovamente Baixo "xo Alto fhxo fis térmico Dorsal 18™ Co na wicdnico Fig. 6.4 Esquema de correntes de convecgdo atuantes dorsal meso-oceénice 6.4 Placas Tecténicas Como visto em eapitulos anteriores, o planeta ‘Ter ra esta reologicamente dividido em dominios concéntticas maiores, sendo o externo constitu pela Litosfera. \ parte superior da litosfera é channada de erosta € a parte inferior, nais interna, & composta por rochas do manto superior, sendo que uma das dite zeneas principais entre elas & sua composigi quimica \ crosta da ‘Terra € constituida pela erosta continental, que inclui predominantemente rochas de composicao granitica € pela erosta ocediniea, que contém rochas basilticas. As rochay crustais ocorrem sobre © manto, superior A espessura média da erosta varia de 5a 10 ker para a oceiniea ¢ entre 25 e 50 km para a continental, sendo que sob as grandes cordilheiras, como os Himalaias, esta egpessura pode aringir até 114) kin. Estas camadas de crosta mais uma porgao ripida do manto superior sotoposta constituem a litosfera, A litosfera tem espessuras variadas, com uma mé dia prosimaa 100;km, E compartimentada por falhas € fraturas profundas em Placas Tectonicas. \ distribu cio geogrifica destas placas na Terra é ilustrad nit Fig 6.5, yee Teste er ey foresimpla,n 2 de elgum po © limite inferior da Litosfera € marcado pela Astenostera que consiste de uma zona no manto superior, conhecida também como “Zona de Bai xa Veld de lade”, por causa da diminuig velocidade das ondas sismicas P ¢ $ devido a0 tado algo plistico desta zona, pois entre 100 ¢ 350 km de profundidade (topo ¢ base da astenosfera 1s temperaturas aleaneam valores prdximos da tem- peratura de fusiio das rochas mantélicas. O proceso de fusio parcial inicia-se produzinde uma fina pe para diminuir a velocidade das ondas sismicas, Desta forma o estado mais plisticn desta zona permite que a litosfera rivida deslize sobre a Astenosfera, tornande possivel o deslocamento lateral das pla 6.4.1 A naturez: das placas tectnicas inica ou mais comumente compostas de poredes plo deste tipo de placa podemos citar as Placas Sul-Ameticana, Africana e Norte-Americana. As placas de natureza oceinica podem ou nao ineluit fera. Os nimeros re locidade de 1¢ ja placa de Nozea 9 vs pequenos fragmentos de crosta continental, © qu pode ser exemplificado pela imensa Placa do Paci fico, de narureza ocednica, que contém uma pequena parte da California, onde se situa a cidade de Los Angeles, De uma forma geral, as placas desta natu reza incluem somente crosta ocednica, a exemplo da Placa de Nazca. As caracteristicas das crostas oceiinicas ¢ conti nentais Mio muito distintas, prineipalmemte no que diz respeito & composicio litolbgica e quimica, morfologia, estruturas, idad: espessuras ¢ dina mica (Caps. 3, 4 5). A crosta continental tem uma composigio litolégica muita variada, pois compre ende rochas de carter vido até ultramiificn, © que rochas granodioriticas a dioriticas (Cap. 16). A erost continental pode ser subdividida em superior e in ferior, sendo a superior composta por rochas sedimentares, igneas © metamdrficas de baixo a médio grav, ¢ a inferior constituida predominante mente pot rochas metamérficas de alto prau de Ac menos 3,96 bilhdes de anos, »sta continental esti sendo formada ha pelc des de gnaisses na regio centro-norte do Canada, Por isso apresenta estruturas complexas, produzi das pelos diversos eventos geoldgicos que afetaram as rochas apés a sua formacio. Em geral, a espes sura média da costa continental é da ordem de 30 1 40 km, adelgagando-se a medida que se aproxi ma da zona dé transi¢io com a crosta ocednica, A crosta ocedinica tem uma composigao litolégica muito mais homogenea, consistindo de rochas igneas hasicas (hasaltos), cobertas em varias partes por una fina camada de material sedimentar, E. bem menos espessa do que a crosta continental, em geral da or m de 6 a 7 km, adelgacando-se A medida que se 6.4.2 Tipos de limites entre placas litosférieas Os limites das placas tecténicas podem ser de rés tipos distintos: 1 Limites Divergentes: marcados pelas dorsais meso-oceanicas, onde as placas teetinicas afastam- se uma da outea, com a formacio de nova crosta b Li 5 Convergentes: onde as placas colidem, com a mais densa mergulhan do sob a outra, gerando uma zona de intenso magmatismo a partir de processos de fusio parcial da exosta que mergulhou. Nesses limites ocorrem fossas e provineias vuledinicas, a exemplo da Placa Pacifica (Cap. 17) © Limites Co ervativos: onde as placas deslizam latcralmente uma em relagio A outra, sem destruigio ow geragio de crostas, a0 longo de fraturas denominadas Falhas Transformantes (Cap. 19). Como exemplo de Ii mite conservativo temos a Falha de San Andreas, na América do Norte, onde a Placa do Pacifico, contendo a cidade de Los Angeles e a zona da Bai va Califérnia se destoca para o norte em relagio & Placa Norte-Americana, que contém a cidade de E em toro destes limites de placas que se con 2 atividade geolégica do planeta, como sismos (Cap. 3), vuleanismo (Cap. 17) € orogénese. \tividaces geoligicas semelhantes tam bem ocorrem no interior das placas, mas em menor intensidade ee ee orn cot 103 6.4.3 Que forgas movem as placas tectonicas? Uma das principais objegies a Teoria da Desiva Continental era que Wegener nio conseguia explicar as forcas que moveriam os continentes. Hoje sabe mos qual © motor que faz as placas teetdnicas se moverem, mas aio sabemos explicar exatamente como os peocessos naturais faze este motor func nar, Entretanto, nbs podemos modelar as causas dos movimentos ¢ testar estes modelos com base as leis naturais. O que sabemos é que a astenosfera ¢ a litosfera estio intrinseeamente relacionadas. Se a astenosfera se mover, 4 litosfera seri movida tam. bém, Sabemos ainda que a litosfera possui uma energia cinética cuja fonte € 0 fluxo térmico interno da Ter ra, € que este calor chega a superficie através das correntes de convecgio do manto superior, O que no sabemos com certeza € como as conveegdes do manto iniciam 0 movimento das placas. © principio basico de uma eclula de conveceio pode ser observado esqnentando uma grande panel com mel, no qual boiam duas rolhas de cortiga, Ao aquecet fo centro da base da pancla o mel esquenta mais rapida mente no centro do ge nas bordas da panela, diminuindo alia densidade do mel. Conseqiientemente, o mel aque ido subiri enquanto 0 mel mais fio da borda desceri para ocupar 0 lugar do mel que subi, instalando-se uma cireulacio de Auidos, que afastari as duas rolhas para borda da panela, segundo o sentido das correntes, De forma analoga este movimento de conveccio ocorre no manto, Entretanto, a conveeeio no manto refere-se a um movimento multi lento de rocha, que sob condigdes apropriadas de temperatura clevada, se comporta como um material plistico-viscoso mi grande lentamente para cima, Este fendmeno ocorte quando um foco de calor localizado comega a atuar produzindo diferengas de densidade entre o material aquecido e mais leve ¢ © material cireundante mais fio © denso, A massa aquecida se expande e sobe len tamente, Para compensar a ascensio destas massas de material do manto, as rochas mais frias e densas des » € preenchem o espaco deixado pelo material que subiu, completando o ciclo de conveccio do manto, conforme ilustrado na Fig. 6.6, O movimento de conveecio das massas do manto, euja viseosidade € 10° vezes muior do que a gua, ocorre a uma veloc dade da ordem de alguns centimettos por ano. ee eet ey N | = b Fig. 6.6 Modelos sugeridos pore mecanismos de correntes de convecgdo. « - Corrente de convecgas ocorrendo somen te na.astenosfero.b - Correntes de conveccdia envolvende todo Muitos cientistas acreditam que as correntes de conveccio do manto por sis6 nao seriam suficien tes para movimentar as placas litosférieas mas constimiriam apenas um dentre outros Fatores que em conjunto produziriam esta movimentagio. O proceso de subducgio teria inicio quando a par te mais fria e vetha da placa (portanto mais distante da dorsal meso-oceinica) se quebra © come mergulhar por debaixo de outra placa menos den- si, ©. partir dai os outros fatores ilusteados na Fig. 6.7 comecariam a atuar em conjunto com as cor. rentes de conveccio, Estes outros fatores ineluem: Fig. 6.7 Processos geoldgiens que cobsam 6 movimentacdo dos placas tecténicas:¢)criacéo de nova litosfere oceBnica na dorsal meso-ocednica; b} mergulho do ltosfere nora. interior cdo manta, puxada pele crosta acednica descencente mais den: sa; c) espessamento do placa litestérica, & medida que se distancia de dorsal meso-oceénica, tornando @ limite entre & placa e. astenosfero umo supericie inclinade. a- Pressio sobre a placa prove nova litosfera nas zonas de dorsais meso-ocesinieas, 0 que praticamente empurraria a placa teetOniea para os lads. bb. Mergutho da ttosfent pana o interior de manto em diregao 4 astenosfera, pusada pela erosta descensente mais densa e mais fia do que a astennsfera mais quente:a sua volta, Portanto, por causa de sua maior densidad, parte da placa mais fria © mais antiga me do parte da placa ltasfériea para haixo, Jharia pusan cA phica litostirica torna-se mais fria e mais es pessa a medida que se afasta da dorsal meso-oceiiniea onde foi criads, Como conseqiiéncia,o limite entre a litosfera € a astenosfera € uma superiicie inelinada, Mes peso da placa tectOniea poderia eausie uma movimen no com uma inclinacio muito baisa, 0 proprio de alguns centimetros por ano. 6.4.4 A velocidade do deslocamento das placas tectonicas Tm meédia, a velocidade de movimentacio das placas tectéinicas € considerada de 2.4 3 em/ano, em bora a velocidade relativa constatada entre aleumas pleas seja muito maior do que entre outras. Geral mente, as diferengas de velocidade estao relacionadas 4 proporgio de erosta continental presente nas placas As placas Sul-Americana e Miricana mostram baivas les, enquanto as pl hum envolvimento de erosta continental, como a do velocid com poueo ou ne Pacifico, tendem a exibir velocidades maiores, Além disso, a velocidade «las placas depende também da jeometria do movimento da placa em uma superficie esférica, como seri visto a seguir Em um primeiro momento, podemos pensar que todos os pontos situados em u a placa litostériea te- Flam a mesma velocidade. Isto setia verdade se a placa fosse plana ¢ deslizasse sobre uma superficie chara € plain Na verdade, ., como uma balsa navegando sobre a gua. la ie este -as S40 convexas € deslizam sobre ica em torno de um eiso € de um uma supe polo, denominados de eixo de rotagio da placa e polo de expansiv, que nada tém a ver com 6 eixo rotacional da Terra ¢ 0s pélos norte € sul geogrificos. O polo de expansio € definido como um ponto em volta do qual uma placa tectOnica gia, representad na Fig. 6.8 por p®. Para uma dada velocidade angular de uma placa, a velocidade de distintos pontos sobre « pl seri diferente, aumentando & medida que os pontos se distanciam do pélo. Por exemple, 0 plo p® gira, mas nio pereorre nenhuma distancia © portanto sua velocidad € zero, enquamto os pontos mais distantes do polo, dentro de um mesmo intervalo de tempo, tetio de percorrer distincias maiores € conseqiente (© tetio. maior velocidade, conforme pode set visto na Fig, 68) Embota todas as placas litostéricas possam se mover, ndo s40 todas que atualmente estio em movi mento, Existem algumas, como a Placa At cama, que parecem estacionarias, por estarem bordejadas quase intciramente por limites divergentes de placas que se afastam a taxas similares, \ velocidade medida de placas litostérieas geral mente € relativa, mas a velocidade absoluta pode ser determinada através da utilizagio de pontos de refe réneia, como os Hot Spots ou Pontos Quentes. Estes pontos quentes na superficie terrestre registram, atividades magmatieas iaadas a porgdes ascendentes de material quente do manto denominadas Plumas do Manto ¢ originadas em profundidades diversas do ma 4 partir do limite entre © mitcleo externo € ‘© manto inferior, As marcas que cles deixam nas pla ‘cas que se movimentam sobre eles incluem vuleGes illas vuleinicas, como © Havai), plats meso-occini cos € cordilheiras submarinas. As plumas do manto, em comparagio com as pla: cas, sio relativamente estacionitias, de modo que as placas litosféricas se movimentam sobre clas Freqiientemente, a passage de uma placa sobre um Hot Spot resulta em um rastro de feigdes lineares na superficie da placa, euja direeio indica a movimenta. cio desta placa. No caso de placas oceanieas, como a do Pacifico, © traco dos Hot Spots pode ser uma ea deia de montanhas vuledsicas ou uma série de ilhas vulednicas, que quando datadas radiometricamente permitem calcular a velocidade de movimentacao das placas, a partir da distincia entre as ilhas ¢ as idades das erupcdes vulcinieas, como mostrado na Fig, 6.9. As plumas do manto explicam muitas das ativida des wuleinicas que ocorrem no interior das placas, para «caso de erosta oceiinica gerando ilhas oceiinieas, e no caso de crosta contincatal, gerando um espessamento da crosta com uma eadeia de vuledes, como por exemple 1 costa oeste da. América do Nome. Quando o Het Spot se situa sob ou préisimo da dorsal meso-oeedniea, cle produz um aumento do fluso de material fundido, causindlo um espessamento maior do que no resto da dorsal, muitas vezes sob a forma de um plato sobre 0 Ce ge ore ee ino de rolaceo do poca Dorsal meso-oceénice Fig. 6.8 Modelo de movimento de uma placo curva sobre ume supertice esferica, Notar que 0s pontos | e 2, na placa B, exibem diferentes velocidades, pois tém de percorrer dite rentes distancios no mesmo iniervolo de tempo, tendo o ponte 2.uma velocidede moior do que o ponte | sssoalho oceinico, Um exemplo espetacular desta fei cio éa [slindia, onde a atividade magmatica relacionada, a0 Hot Spot foi tio intensa que o plato, na dorsal meso- doceiinica, se expoe acima do nivel do mar (Cap. 17 6.4.5 As colisdes entre placas tectonicas © movimento das placas teetOnieas produ ao lon go de seus limites convergentes colisdes que, em funcio da natuteza e composi¢io das placas envolvi das, itio perar rochas ¢ feicies fisiogrificas distintas Nesse sentido, o choque entre placa litosféricas pode envolver erosta oceiinica com crosta occiinica, erosta continental com erosta ocedniea ou erosta continental com crosta continental, como ilustrado na Fig, 6.10. Quando placas ocednicas colidem, a placa mais den sa, mais antiga, mais fia e mais exspessa mengulha sob a ‘outra placa, em diresio ao manto, carregando consigo, parte dos sedimentos acumulados sobre ela, que trio se fundir em conjunto com a crosta oceaniea em aT et ee ee ee subduccit. © proceso produz intensa atividade vul- cinica de composicio andesitica, comumente imanifestada sob a forma de arquipélagos, conhecidos como “Arcos de has” (Fig. 6.102), de 100 a 400 km atris da zona de subuecio. Na zona de subduccio forma-se uma fossa que seri mais prosima do arco de ithas, qu ho. As il de arco de ifhas ntiy mais inclinado for o dngulo de mer s do Japo constituem um exemplo atual A colisio entre uma placa continental ¢ uma oced nica (Fig, 6.10b) provocara a subducsio desta cltima sob a placa continental, que, a exemplo dos arcos de ilhas, produziri um arco magmatico na borda do con tinente, caracterizado por rochas vulednicas de ica € rochas plutdnicas » principalmente dioritica ¢ yranodiort acompanhado de deforma composigio andesitica ¢ da de composi a, Jo e metamorfismo tanto das rochas continentais pré-existentes como de parte das rochas formadas no proceso. As feigées fisiogrificas geradas neste proceso colisional sio as grandes condilhieiras de montanhas continentais como, ‘os Andes na América do Sul tha wicénico (© choque entre placas continentais (Fig, 6.10) pode ocorrer apds o proceso colisional do tipo Andino, onde a continuidade do processo de subduccio da crosta oceinica sob a crosta continental leva uma massa continental ao choque com o arco magmatico forma do inicialmente. Quando os dois continentes colidem, 4 crosta continental levadapela crosta oceinica mais densa mengulha sob a outra, Este processo nto gera vuleanismo expressive como nos outros dois proces sos anteriores, mas produ intenso metamorfismo de rochas continentais pré-existentes € leva a fusio parci al de porgdes da crosia continental gerando magmatismo granitico. Os exemplos chissicos de fei GOes geradas por este proceso sio as grandes cordilheiras de montanhas do tipo dos Alpes © dos Himalaias, esta iltima gerada a partir da eolisio entre as placas da india € a Asitica, processo este iniciado cerca de 70 milhées de anos atris que continua até os dias aruais, Fig. 6.9 Esquema de formocéio de ihas vulcénicas @ portir deHot spats: a} © Hol Spot produz'e primeira Iho Vulcénica; b) com o movimento da placa € o Hot Spat fxa a ha VuleGnica 2 ir se formar em outro lugar; ¢) com a continuidade de movimento da place, asithas 1 e 2 se deslocam e ilhe vulcanica 3 se forma; d) mape mostrando as ilhas que comadem o Arquipélage do Hava formadar Por acéo de Hot Spot desde 5,6 milhoes de anos airés. Os nimeros correspondem ds idades das rochas vulcdnicas erm milhdes de ‘anos, Noor que as idades aumentam conlorme 0 movimento da ploca, indicado pela seta, a pari da ilho mais jovem, que contém 0 vwolconismo recente, pore e ilha mais antigo de 5,6 Mia Monto nates Fig. 6.10 Processes colisioncis ervelvendas a) croste aceéin <3 com croste ocednica; 5} crosta continental cam crosta ‘ocedinica;c} rasta continental com cresta continental [os to: -. Bocia de Prisma de aciesc&o ante-orco Cresta ocetnica | Mélange, Otel. Fig. 6.11 Perfil de um limite de placa convergente mostrando os principals feicdes goolégica COPE Sa ot oc Asociados aos processos colisionais entre placas teetonicas acorrem uma série de feigdes geolbgicas ¢ associagdes litolégicas caracteristicas ilustradas na Fi 6.11, como as bacias de Ante-Arco ¢ Retro-Arco, s de tochas tipicas de zonas de subduccto como mélanges € ofiolitos. As bacias do tipo ante-areo so formadas na placa continental, na frente do arco entre este € a fossa (Fig 6.11), uma vez que o choque de pleas produ uma cl vagio (socrguimento) na borda da placa © como conseqiténeia forma-se uma bacia enire esta clevacio € 0 arco. Geralmente, estas bacias contém importante con tribuicio de sedimentos provenientes ca erasio de rochas vulcinieas ¢ sediimentares do priiprio arco adjacemte. Por ‘outro lado, a formago de uma bacia do tipo Reto. Arco em wim processo colisional envolvendo erosta ewinica pore ou nic ocorrer. Essas bacias sip Forma das a partir de fendimenos dlstensivos que prochizem 0 adcleagamento da crosta atts do arce, Este processo de distensio. ocorre em fancao de varios fatores relaciona ddos, tas como idade, densidade © velocidade da placa doceinica em subducio, que vio resular no angulo de mergulho cla placa. Se 0 ingulo for maior do que 45°, 0 «que impliea uma placa ocednica mais velha ¢ mais densa, 4 zona de subduegio migrari para a frente e a placa que contém o arco sofreri distenso, gerando a bacia de retro arco. Os dois tipos de hacias Slo paralelos ao arco © as bacias retro-arco sio preenchidas por sedimentos mati nnhos tipicos de mar raso, podendo ocorrer vuleanismo hasiltico assoeiado aos movimentos tensiomals(rupturas) Bardo do ‘granto Crosta continental Bacio de Reto-arco * ee Muitos materiais rochosos ocorrem como resulta © constituem as des petrotectoni ©.08 Offolitos, do de processos colisionais ninadas “asso ”, sen: do as mais tipicas as Mel As fossas ow trincheiras comumente contém pe- quenas quantidades de sedimentos marinhos ¢ sedimentos provenientes do areo, dos quais uma par Ja para baixo pela placa que mergulla na zona de subdluceao, € outra parte, mais significativa, deformad e quebrada pelo tectonismo que ocorre nas margens eonvergentes. A esta mistura eabtica de rochas quebradas © desordenadas, que ocortem nas fossas por uma extensio que varia de metros a alg mas dezenas de quilimetros, denomina-se méleng palavra francesa que significa mistura). Como estes sedimentos sio de baixa densidad, nie podem ser jevados para o interior do manto, Conseqgientemente sto pressionados pela colisio das duas placas, sendo cisathados, fraturados € metamorfisados em condi goes dle alta pressio ¢ baiva temperatura, ji que estio proximos da superficie. As rochas tipieas deste pro: cesso S20 05 celogitos, rochas mantélicas € os xistos azuis, cuja cor azu eniente de um anfibélio chamado glaueofin ws milanges Si0 teigdes superficiais, difcilmente sto encontradas em terrenos pré-cambrianos como no Brasil porque sio erodidas com facilidade. Na América do Sul, exemplos de mala podem ser encontrados nos Andes. Os offolitos slo rochas mvficas-ultramiticas (Figs, 5.12 e 6,13) que representam fatias ¢ fragmentos de crosta oceanic ou manto superior posicionados em meio a rochas da crosta continental, geralmente asso- ciados a sedimentos marinhos na zona de contato entre 1s pheeas. Os processos de cavalgamentos de fragdes de offolitos sobre margens continentais mio podem por diques (com to Neves. Fig. 6.13 Ofialitos Foto: B.B. de Brito Neves set explicados pelos processos normais de subduecio, onde a placa ocedniica mergulha por debaixo da plac continental, Nesse sentido foi definido o term obduegao, que estaria relacionade 20 deslocamente de partes de crosia oceinica sobre uma erosta conti nental através de provessos tectonicos complesos, A Fig, 6.14 ilustra trés mecanismos de colocacao de pe dagos de crosta ocednica em meio a crosta continental, onde os dois primeiros modelos mostram eventos de obduceio. © primeiro diagrama mostra um modelo de obduccio através do cavalgamento da crosta oceini ca sobre margem continental passiva durante um, processo colisional, O segundo exemplo também de obduccao ilustea o fraturamento da parte superior da Titosfera ocednica em subducedo © posterior caval mento dos fragmentos assim gerados por sobre un arco pré-existente, © altimo esquema mostra a adicic tectdnica ao complexo de subduccio ou prisma de Je uma fatia de crosta occinica através de acresga seu deslocamento para fora da fossa e sua respectiva introducio. no prisma. Os melhores exemplos de ffolitos s20 enconteados no Complexo de ‘Troox em Chipre (Figs. 6.12 © 6.13) enas Montanhas de Oma, prosimo a Anibia Saudita 6.4.6 Margens continentais Como conseqiiéneia da tectonica de placas, os con tinentes fragmentam-s¢ e juntam-se periodicamente a longo do tempo geolégica. As evidencias geoldgicas estas aglutinagSes e rupturas sio encontradas em sre de margens dos continentes atuais ou que foram no passado geol6gico © hoje se encontram suturadas no meio dos continentes. Nesse contexto podemos reco. Core Mee a g > - Margens Continentais Passivas desenvol vem-se durante o processo de formagio de novas ‘ bacias oceanicas quando da fragmentacio de conti Tein conkers nentes. Este proceso é denominado de sifteamento, poe coldygico em inglés Rift palavra proveniente do term: Valley, que significa um vale de grande extensio tor mado a partir de um movimento distensivo na erosta, e que produ falhas subvertieais ¢ abatimento de blocos (Cap.19}, Este proceso, ilustrado na Pig, 6.15, inicia se com 0 aumento pontual do fluxo térmico no manto, aque iri causar o soerguimento e abaulamento da eros ta continental sobre este ponto, eventualmente provocando o fraruramento ¢ extrusion de rochas maficas (Fig, 6.15a). Com a subseqiiente instalacio de e cortentes de conveccio no manto subjacente a esta ae regido, inicia-se um processo distensive gerando coon erica ie falhamentos normais eo desenvolvimento de estrutu 80 prsire ce ocroscao, : do tipo rift valley (Fig, 6.15b). Com a continaidade do movimento distensivo, acorre © adelgagamento da crosta continental até que finalmente ocorra @ ruprara desta crosta ¢ © desenvolvimento de uma crosta nica incipiente (Fig. 6.15). Um novo, oceano comega a se formar, A medida que 0 proces so distensivo continua, a crosta oceinica € 0 oceano Fig. 6-14 Mecarismos possveis para a colocacdo tecténico V0 também aumentando (Tig, 6.154). Ao longo das nica em meio @ rochas centinen: muargens adelgacadas dos continentes ocome a movimen, de frogmentos de crosta oce fois. Fonte: Condie, 1989, taco teciOnica de blocos, caracterizada, principalmente, 1. - Margens Continentais Ativas, si tuadas nos limites convergentes de placas tectonicas onde ocorrem zonas de subducgio © fidhas transformantes; nestas margens esto em desenvolvimento ativi dades tectinicas importantes, como por exemplo, formacio de cordilheiras no pro- cesso chamado de orogénese, Na Amé pee Te inpgoo de magTas Basco do Sul, © exemplo de margem continen- tal ativa a costa do Pacifico, onde a Cadeia Andina encontra-se atualmente em desen: volvimento. As margens continentais ativas ol se formam meélanges ¢ offolitos, que irio constituem os ambientes icos onde compor 0 denominado prisma de acresgio de um areo, Este prisma acrescionério é composto por rochas bassilticas e sedimen- m da parte superticial da placa ocediniea descendente tos provenientes da rasp: Fig. 6.15 Esquera evolutive de fragmentagdo de uma massa continental © sp fon aciccaeas a desenvolvimento de morgens continentais passivas. Ri eer por sistemas de falhas subverticais. Atualmente este pro: re no Oceano Atlintico, onde as costas leste da América do Sul € oeste da Africa constiruem as margens continentais passivas, Portanto, este spo de margem continental situa-se ao longo de limites diver: gentes de placas tectnicas € nia sofre tectonismo importante em eseala regional. Quando o processo de rifteamento é iniciado, possivelmente induzido pela ascensio de uma plu- ma do manto (Hot Spot), & comum que a crosta continental se rompa ao longo de um sistema de ures fraturas separadas por Angulo de 120", sendo que duas delay evoluem para a formacin de ocea- nos ¢ de margens continentais passivas ¢ a terceira Graben no Falha continente tansformante Cadeio Rite preenchido Meso - ocedica Pot sediment, e gicben cential coberto pelo mar fratura em geral forma um vale que se estende para dentro de areas continentais, mas nao chega a de- seavolver uma bacia occanica. Este terceiro braco constitui um rifte abortado, © ponto de encontro destes trés riftes & denomi nado jungio wiplice ou ponto triplice © marca 0 > de ponto geogrifico onde se iniciou a fragmentac continentes. Lim dos exemplos atuais de jungi triplice ocorre entre a Aribia Saudita € 0 noroeste da Africa, onde os dois riftes ativos formam o Golfo de Aden e © Mar Vermelho, ¢ 0 terceito rifte constitui o Rift Valley Africano que se estende para o interior do continente african, como mostrado na Fig. 6.16. Fig. 6.16 llustraco mastrando « jung6o triplice no Oriente Médio: 6) ries do Gallo de Aden, do Mar Vermelho e do interior da Arca; b} jungio tiplice entre @ América do Norte, Arica e América do Sul, no inicio da fragmentacao do Pangea. bertura eo fechamento de bacias oceanicas lo de Wilson”, home dado por Burke e colaboradores, em 1976, em >u oceanos € conhecida como “C homenagem a J. T. Wilson, que foi um dos idealizadores da Teoria de Expansio do Assoalho Oceinico, Este ciclo inicia-se com a ruptura de ama jento de massa continental, através do desenvol fraturas ¢ de siste s de riftes, como os que ocor Rift Valley da Africa’ pela abertura de uma p rem atualmente no“ seguido a bacia ocenica/ocea nto, como 0 Mar Vermelho hoje; este devera expandir-se até uma extensio indeterminada, que poderia ser similar do arwal Oceano Atiintico Sal Poster subduegio de crosta oceiniea em uma ou ambas as mente, o cielo se inverte, iniciando-se uma margens continentais, que passam de passivas para at vas. Pode ocorrer, entio, o fechamento total ou parcial das bacias oceanicas, gerando uma orogénese. O re To geoldgico existente indica que © Ciclo de Wilson ocorreu varias vezes na histéria da ‘Terra, © que pro- duziu uma movimentacio continua dos continentes em diversas diregdies, ora se aglutinando ora se frag mentando, 2 bie ao ans ema rain micmarte aut 230 mindesde anosarae thee we ance cme Ce eco et 6.5 A Danga dos Continentes Um proceso zeole ico da importincia © magni tude da fragmentagio do supercontinente Pangea nao ‘ocorreu somente nos ihimios 200 millies de anos da historia da Terra. As informacdes geologicas dispont veis, principalmente as geocronol6gicas paleomagnéticas © geotectonicas, demonstram que a aglutinacio © a fragmentagao de massas continentais ocorreram diversas vezes no passado geoldgico © que © Pangea foi apenas a Ghima importante aglutinacio de continentes, Antes do Pangea as massas continen tais se jantavam em blocos de dimensbes ¢ formatos iferentes dos continentes atuais, pois os primeiros blo. cos de crosta continental formaram-se hit 3,96 bilhoes de anos e foram crescendo com o desenvolvimento de nova crosta continental, através de orogéneses, até atingir as dimensdes atuais. Hi 350 milhoes de anos cerca de 95% das areas continentais atuais ja estavam formadas A Fig, 6.17 mostra a reconstituigio da aglutinagac de blocos continentais claborada para os ltimos 2 bilhdes de anos (2,0) Ga) da historia geolégica da ‘Ter 850 mines oe anor ane 108 mindes aero: ans Fig. 6.17 ® posicio dos continentes de 2,0 bilhées de anos ai Ihoes de enos ats, mostronde as diversos aglutinagées ¢ Pree eee sy ra, Nessa figura pode ser observado que, no inicio, as muassas continentais estavam reunidas em tres micro- continentes, Artiea, Atlintica ¢ Us, com partes do que sefia a futura América do Sul fazendo parte da Adin ca. Entre 2,0) € 1,0 bilhdo de anos atris, estes microcontinentes se fragmentaram, sos de rifteamentos, com os fragmentos colidindo entre Si, para gerar novas configuragdes continentais maio. res. Enire 1,3 € 1,0 bilho de anos atris, os principais locos de erosta continental se juntaram originando 0 primeiro supercontinente, que foi denominado Rodinia, todeado pelo oceano Mirévia, Ambas as denomina: es sito de origem russa significando respectivamente mae-pitria © paz. A América do Sul farin parte dos locos Amazinia, Rio da Prata ¢ S40 Francisco. Entre 1.000 ¢ 800 milhies deane terit sido fragmentado ¢ entre 800 Ma e 500 Ma os is,0 continente Rodinia 422Mo [sksane mado} ‘50a 374Mo Nooproioraxdeco lado} [Povenare) ss0.Ma 260Ma (Pormano} Fig. 6.18 Posicdes dos masses continentais de América do Sule Africa de 750 milhdes de anos ards. Fonte: Daliel, 1995, fragmentos de crosta continental teriam tornado a e« lidir entre si formando um novo supercontinente denominado Gondwana, que ineluiu a Amétiea do Sul © outros dois menores, Laurentia-Baltica e Sibéria, Ha 550 Ma, estes trés continentes estiveram juntos, for ue supercontinente denominado Pandtia, © que em gre mando, por um custo periodo de tempo p 0 significa “tudo no Sul”, ji que este supercontinente situou-se no hemisfério Sul. Hi cerea de 500 Ma, Panotia teria iniciaclo a sua fragmentacio, permane cendo Gondwana inteiro no hemistério Sul, ineluindo a América do Sul e Africa, € uma outra massa cont: nental constituida pela Laurentia-Biltica e Sibéria, que ineluia partes do que seria hoje a América do Norte Europa ¢ Asia, Hit aproximadamente 340 Ma todas as massas continentais comegaram novamente a Se jun tar, culminando ha cerca de 230 Ma com a formagio do supercontinente Pangea, circundado por um Gnieo ‘ocean denominado Pantalassa (em rego significa “todos os mares”). Ha 200 milhdes de anos © Pangea vem se fragmentando, ¢ a América do Sul iniciow sua separagio da Africa hé 180 Ma, Nesta mesma époea, a Austrilia © @ Antirtica também se separaram do. na parte sul do Gondwana, Pangea, ea india, que estava iniciou sua viagem até © hemisfério Norte, onde foi colidir com a Asia, sendo a Cordilheira dos Himalaias © produto dessa colisio, A Fig, 6.18 mostra as posigdes da América do Sul eda Africa, ao longo do tempo geologieo, desde 750) milhdes de anos atris, Leituras recomendadas BURCHEIEL, B. C. The Continental Crate Scientific American, ¥: 249, 1983. SKINNER, BJ; PORTER SC, The Dynamic Earth N. York: J. Wiley, 1995, TAKEUCHIH; UYEDA, S; KANAMORI, H. A terra, um planeta em debate: introdugi di geofiica pola anélise da deriva continental. Sto Paulo: EDART/EDUSP, 1974. VINK, GE.; MORGAN, JW; VOGT, PR. “The Earth's Hot Spots”, in: Scientific American, 252, 1985, WYSESSION M. The Inner Workings of the Earth. Ameriian Scientist, v. 83, 1995,

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