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1. Conceito
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 trata-se de um sistema que estuda o comportamento humano, estabelecendo condutas
éticas nas áreas da ciência da vida e da saúde, tendo em vista valores e princípios morais. Dentro deste
conceito, o aspecto mais importante é a vida, que engloba a fauna e a flora também.
Microbioética  Estuda questões relativas à vida, a saúde humana
Macrobioética  Estuda a vida em sentido amplo, o meio ambiente

2. Objetivos principais - São dois:


‡ Defesa/tutela da vida.
‡ Criar um senso de responsabilidade na prática, no uso da ciência.

3. Histórico
A bioética é um ramo bastante recente, mas na realidade, a ética sempre esteve presente, pois
sempre houve uma preocupação com a ética, principalmente na medicina.
Principais eventos no século XX:
‰ Aplicação de tecnologias avançadas (conhecimento técnico científico avançado).
‰ 1953 ± os cientistas descobriram que o ser humano tem DNA.
‰ 1967 ± É realizado o primeiro transplante de coração. A pergunta é: quando é que ocorre a morte
encefálica?
‰ Discussão de valores éticos na medicina, principalmente, na pesquisa com seres humanos.
Começam a surgir vacinas, técnicas e testes em laboratórios com animais e, posteriormente, os
testes em seres humanos. Como fazer esses testes de acordo com uma conduta ética?
Na 2° Guerra, pesquisas eram feitas em seres humanos sem qualquer tipo de ética. Por conta
disso, a grande discussão que surgiu após a 2° Guerra foi: Podemos ou não fazer pesquisas
com seres humanos?
‰ Modificação do cenário da medicina.
No passado, a medi cina era praticada pelo médico da família. No século XX, essa prática mudou,
os médicos começam a segmentar a sua atuação, surgem os grandes hospitais. A percepção de
medicina de modo geral é substituída pela segmentação (especialidades: cardiologia, ort opedia,
hematologia, etc), ou seja, houve um desdobramento da atuação dos médicos.

4. Princípios básicos da bioética :


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: em toda relação sempre buscar o bem.
‡   

: Temos que buscar o bem, mas às vezes não é possível, a idéia é minimizar os
riscos e não ter a intenção de causar prejuízo.
‡   
: respeitar a vontade da pessoa, que a pessoa tenha opção, escolha. É o princípio mais
questionado na bioética.
‡ 
: refere-se à justiça distributiva, busca a igualdade. Todos d evem ter acesso ao conhecimento,
ao uso da tecnologia existente.

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1. Fundamento principal
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está diretamente relacionado com a responsabilidade. É o mecanismo que vai
cuidar/criar a responsabilidade no uso de novas tecnologias.
Seu fundamento principal é o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana (pensamento: ³Todo
mundo tem direito a viver com dignidade´).

2. Princípios básicos do biodireito :


‡  : o uso de tecnologias pode trazer danos irreversíveis, por esse motivo, é melhor prevenir
do que ter que ressarcir.
‡  

 : tanto no âmbito civil como no penal.
‡   
!   : a pessoa tem ou não tem direito a opção/escolha.
‡ ": refere-se à justiça distributiva, busca a igualdade. Todos devem ter acesso ao
conhecimento, ao uso da tecnologia existente.

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3. Legislação: nacional e internacional
É bom lembrar que não temos apenas a legislação posta. No biodireito quase não há lei
específica.
‡ Legislação nacional - os princípios constitucionais, os princípios gerais do direito, os direitos humanos,
os direitos da personalidade, legislações específicas         

     ,
legislação administrativa por meio de portarias e resoluções      
      
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 .
Artigos importantes na CF:
‰Art. 1°: Dignidade da pessoa humana
‰Art. 5°: Direitos humanos
‰Art. 170: Desenvolvimento sustentável
‰Art. 196: Direito à saúde
‰Art. 225: Meio ambiente
‡ Legislação internacional - no âmbito internacional podemos utilizar como fundamento:
- Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948 ± é a declaração que deu origem aos direitos
humanos da nossa /constituição /Federal )
- Código de Nuremberg (1949 ± foi o responsável por determinar as regras para as experiências com
seres humanos)
- Declaração Universal do Genoma Humano (1997)
- Declaração Universal dos Dados genéticos humanos (2003)
- Declaração Universal de Bioética ( 2005)

4. Diferenças ± Direitos humanos e direito s da personalidade

Direitos humanos Direitos da personalidade


É pessoal È pessoal
Há o enfoque dentro do direito público Há o enfoque dentro do direito privado

5. Desafios atuais
- Projeto Genoma Humano (1990)
- Declaração Universal do Genoma Humano (1997)
- Importância
- Objetivos
- Declaração Internacional sobre os dados genéticos humanos (2003)

O Projeto Genoma Humano é um consórcio internacional, composto pelos E stados Unidos,


Europa e Japão, que tem por objetivo mapear todos os genes da espécie humana até o ano de 2025.
Com o mapeamento e o seqüenciamento do DNA humano, pretendem construir novamente o DNA
humano, visando obter a cura para determinadas doenças.
Os responsáveis pelo projeto acredi tavam que a descoberta da posição de cada gene, além de
sua composição e função no organismo, seria a chave para o diagnóstico e a cura de muitas doenças,
como câncer, obesidade, diabetes, doenças auto -imunes e hipertensão. Os críticos do projeto, no
entanto, alertavam para o perigo do uso indevido das informações genéticas. Candidatos a emprego,
por exemplo, poderiam ser recusados com base em testes capazes de revelar predisposição genética
para certas doenças, como o alcoolismo.
Em 1990, o Projeto Genoma Humano tinha o envolvimento de mais de 5000 cientistas, de 250
diferentes laboratórios, que contavam com um orçamento , que segundo diferentes fontes, varia de
US$ 3 bilhões a US$ 53 bilhões.
Em referência a este projeto, a grande preocupação da sociedade foi em relação a quem seria o
grande beneficiado com as descobertas resultantes deste projeto? A quem caberia a patente destes
conhecimentos?

A Declaração Universal do Genoma Humano , em síntese, afirma que o genoma humano é


patrimônio da humanidade. Portanto, ninguém pode patentear esse ³conhecimento´, é bem fora do
comércio.

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Logo no art. 1º, o genoma humano, expresso como a base da unidade fundamental da espécie
humana, é classificado como patrimônio da humanidade.
Preocupada com possíveis discriminações, essa Declaração estabelece a necessidade de se
garantir o respeito à dignidade e aos direitos humanos, independentemente das características
genéticas do indivíduo.
Ninguém deve ser submetido a discriminação com base em suas características genét icas. Além
disso, os dados genéticos que possam identificar o indivíduo deverão ser mantidos em sigilo. E
qualquer dano sofrido em razão da intervenção no genoma, é passível de reparação de caráter
indenizatório. (art. 6º, 7º, 8º da Declaração do Genoma Hu mano). Já o artigo 9º deve ser analisado com
cautela, visto que restringe os princípios do conse ntimento e da confidencialidade.

Interessante perceber que a Declaração abre caminho para a intervenção do Estado no mais íntimo
bem do ser humano ± sua personalidade. Assim, em nome do denominado ³interesse público´, abre -se
mão do consentimento e da confidencialidade.

Desafios atuais:
1. Como ter desenvolvimento com cautela? Como colocar isso em prática nos casos concretos?
2. Como evitar o biopoder? Como limitar e sses poderes?
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3. Como aplicar a autonomia da vontade?
4. Conceituar a eugenia.
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Vários são os documentos internacionais que recomendam procedimentos e práticas nas
pesquisas envolvendo seres humanos. Pode -se regredir historicamente ao Código de Nuremberg, de
1947, que cuidou das experimentações com seres humanos, estabelecendo as bases do consentimento
informado.
Devido à importância, influência e especificidade , destacam-se a Declaração Universal sobre o
Genoma Humano e os Direitos Humanos, de 1997, e a Declaração Internacional sobre os Dados
Genéticos Humanos de 2003. Ambas foram aprovadas em conferências gerais da UNESCO e centram -
se no respeito à dignidade hu mana e na proteção dos direitos humanos, quando da coleta, tratamento,
utilização e conservação de dados genéticos humanos e de amostras biológicas.

‡    
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A Declaração Internacional sobre os dados genéticos h umanos veio para complementar a
Declaração Universal do Genoma Humano e para proteger a intimidade e a privacidade de cada
indivíduo. Se cada pessoa tem um DNA exclusivo, ainda que seja da mesma família e exista a diferença,
a Declaração defende que cada u m tem direito a ser diferente, a ter suas diferenças genéticas. A
Declaração preza muito o sigilo e a confidencialidade individual a qual cada um de nós tem direito.
Basicamente, a Declaração visa a proteção dos dados genéticos. Além disso, defende que
ninguém é obrigado a fazer testes genéticos que não queira realizar. Os dados genéticos fazem parte
da privacidade e da identidade de cada um.

‡ 


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× A Declaração determina a utilização do Princípio da Autonomia , ou seja, o direito de saber ou não a
respeito de sua constituição genética. Por outro lado, define também que, quem quiser saber tem direito
a essa informação.
× Confidencialidade ou sigilo dos dados genéticos : uma vez que a pessoa quer conhecer seus dados
genéticos, essa informaçã o deve ser confidencial.

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× Fiscalização e uso adequado desses dados genéticos : quem manipula esses dados deve ser
responsável pelo sigilo. O Estado deve criar um sistema de responsabilidade e aplicação do uso
adequado desses dados genéticos.
× Direito à identidade genética : esses dados genéticos fazem parte da identidade civil do ser humano.
Não podemos ter duas identidades ± uma civil e uma genética, visto que elas são pertencentes a
mesma pessoa, a fim de que não haja diferenciação, discriminação dos in divíduos (eugenia).
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 : não há lei específica brasileira que trate especificamente dos dados genéticos.
Há uma falha na legislação, mas isto não significa que os dados genéticos não tenham proteção legal.
Vê-se que o surgimento de novas tecnologias genéticas tem promovido conflitos e dúvidas no
âmbito jurídico que não encontram respaldo no aparato legislativo para sua resolução.

Elementos que podem auxiliar a legislação a fundamentar a proteção dos dados genéticos:
‰Art. 1°, III, CF ± Dignidade da pessoa humana
‰Art. 5°, X, CF ± Direito à Privacidade
‰Art. 12, CC ± Direitos da Personalidade (não é taxativo, sempre pode ser incluído)

‡ 


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- Proibição legal
Fundamentação principal : art. 3°, IV, CF:  & +    &   " 

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! &* 7 Há proibição legal da
discriminação genética no Brasil. Por conta deste artigo, alguns autores entendem que a discriminação
genética está ligada até m esmo à raça, seria uma espécie de discriminação pela raça. Algumas raças
têm doenças específicas e agir de forma racista é preconceito (Lei 9459/97).
Situações a serem consideradas:
 Planos de saúde: a Lei 9565/98 fala dos planos de saúde privados. Esta lei sofre atualizações
constantes. Em artigo inserido, os planos de saúde não podem exigir testes genéticos, pois isto
possibilitaria a detecção de doenças que alguns indivíduos poderiam ter no futuro.
 Relação de emprego : art. 168 da CLT e o art. 7°, XXXI da CF ± não se pode vincular a relação de
emprego a testes/análises genéticos para saber se a pessoa tem alguma doença ou não ou, se terá
futuramente.
A não discriminação também pode ser considerada como direito da personalidade.

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 "
: não são exames genéticos. Essa terminologia refere -se a produção de provas. A
perícia genética está relacionada à proteção dos dados genéticos.
Entidade principal : a CF determina que ninguém é obrigado a fazer prova contra si mesmo. Com
isto, conclui-se que a pessoa só permitirá a perícia genética se for para benefício próprio.
Por definição, perícia é o exame de situações ou fatos relacionados à coisas e pessoas, ato
praticado por especialistas na matéria que lhe é submetida, com o objetivo de elucidar determinados
aspectos técnicos (em geral especificados através de quesitos).

A perícia genética no âmbito civil há certa uniformidade de entendimento.


É conhecida a afirmação de que a ciência contemporânea foi capaz de produzir uma tecnologia
hábil a levar à formação de juízo de certeza acerca da existência de parentesco entre duas pessoas.
Trata-se de um exame conhecido no mundo inteiro como ³exame de DNA´. O que se tem aí é uma
prova pericial que, segundo se costuma dizer, é capaz de apontar, com mais de 99% de probabilidade,
se há ou não parentesco entre duas pessoas. Isto tem levado a que, na prática, os processos civis de
investigação de ascendência genética /paternidade tenham se tornado, na verdade, processos decididos
pelo perito ± e não pelo juiz ± sendo este mero ³homologador´ do laudo pericial. Sendo positivo o
resultado do exame, ou seja, constatada a as cendência genética no exame de DNA, o juiz a declara,
baseando-se muitas vezes de forma exclusiva no resultado do exame pericial e resultando em ação de
alimentos, caso comprovada a paternidade. De outro lado, negativo que seja o resultado do exame, o
pedido de declaração de ascendência genética é julgado improcedente.
Contudo, o juiz deve se convencer dos fatos. Se o juiz determinar o exame de DNA, a pessoa
precisa autorizar o exame. Passado algum tempo, isto se tornou um problema, porque os pais se
negavam a fazer o exame. A fim de solucionar este problema, a jurisprudência passou a proceder de
outra forma. O novo CC, observando essa jurisprudê ncia, estabeleceu conforme disposto no art. 231
que ninguém é obrigado a se submeter a perícia, mas para quem se negar haverá presunção negativa,
ou seja, a recusa beneficiará o autor da ação.
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Recusa à perícia médica
Inovações sem precedentes na legislação brasileira são as regras disciplinadoras da perícia
médica e da conseqüente recusa injustificada da parte em submeter-se à sua realização. Trata-se, pois,
a recusa à perícia médica de forte indício, base para presunção da veracidade das alegaçõe s do autor.
Eis o que dispõem os artigos 231 e 232 do Código Civil brasileiro:
³Art. 231: aquele que se nega a submeter -se a exame médico necessário não pode aproveitar -se de
sua recusa´.
³Art. 232: a recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá supri r a prova que se pretendia obter
com o exame´
São os artigos 231 e 232 normas legais sem precedentes na legislação brasileira, que regulam a perícia
médica e a conseqüente recusa injustificada da parte em submeter -se à sua realização
Questão ainda mais to rmentosa diz respeito à recusa de terceiro (e não da parte) em submeter -
se à perícia médica. Alguns autores dispõem que não é possível a recusa do terceiro gerar presunção.
Entretanto, preceituam que ³a falta de colaboração não gera automática impossibilid ade de realização
da perícia. O sistema processual atualmente confere ao magistrado vários instrumentos para lograr
convencer o terceiro a cumprir a decisão judicial. Para coagir a parte ao exame pericial, pode o juiz
valer-se de várias medidas coercitivas , como a multa´.
³A norma do art. 231 (em conjugação com o art. 232) deverá ser aplicada em prejuízo da parte
que impediu o exame médico nas ações de paternidade, quando a possibilidade de sua realização tiver
sido completamente frustrada, não havendo com o remediar o ocorrido, e podendo o juiz contar com
outros elementos indiciários de prova capazes de permitir -lhe, juntamente com a presunção decorrente
da recusa do demandado de submeter -se à perícia, um razoável convencimento em torno da
veracidade dos fundamentos fáticos da petição inicial.

No âmbito penal não há uniformização de entendimento e nem regulamentação do assunto.


Temos duas situações:
 A perícia genética no local do crime é cena de crime, portanto, o que for encontrado ali poderá ser
utilizado.
 O problema ocorre quando é preciso colher material genético para fazer comparações com materiais
achados no local do crime.
Ex. Pedrinho foi seqüestrado por Wilma quando era bebê. Posteriormente, descobriu -se que a
outra filha de Wilma, Roberta, também havia sido seqüestrada pela suposta mãe. O juiz responsável
pelo caso, indagou Roberta sobre fazer um exame para saber se ela era ou não filha de Wilma. Roberta
não quis realizar o exame. Entretanto, em um belo dia, um policial pegou uma bituca de cigarro jogado
por Roberta e fez o exame de DNA. Através deste exame, descobriu -se que Roberta não era filha de
Wilma, contudo, como a perícia foi realizada sem o consentimento de Roberta, o exame não foi
considerado prova válida para o caso. O direito ao sigilo de Roberta foi violado. O juiz pôde julgar o
caso com as outras provas, mas não com a perícia genética.
No âmbito criminal, diante da presunção de inocência, não se pode constranger o acusado ao
fornecimento dessas provas, nem de sua negativa infer ir a veracidade do fato. Demandado, entretanto,
poderá sair vencedor, na medida em que demonstrar, através de outros meios e fontes de prova, que
mesmo com sua recusa não assiste razão o autor em suas alegações.
Na busca do aumento da confiabilidade dos t estes genéticos é possível solicitar serviço de
contra-perícia e assistência de perícia para qualquer uma das partes envolvidas, além do trabalho a ser
realizado pelo perito do juízo. Estes serviços são rotineiramente oferecidos, tanto para
acompanhamento da coleta, da análise propriamente dita e do laudo feito por outro laboratório, quanto
para contra-prova das mesmas amostras colhidas para o teste, bastando que a parte interessada
contrate o perito assistente antes da coleta, para este fim determinado.



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‡ 

  - Art. 5°, XIV e XXXIII, CF/88
O conteúdo do direito da informação na CF envolve três aspectos:
1. Direito de informar ± significa a liberdade de expressão ou pensamento (tenho o direito de
informar a outro).

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2. Direito de se informar ± é o direito que o indivíduo tem de se informar. É o direito ao acesso à
informação.
3. Direito de ser informado ± é o direito de receber a informação.

‡     (lei 8078/90)


A informação tem que ser de forma clara, precisa (verdadeira) e ostensiva (fácil acesso). É um
direito básico de todo consumidor, faz parte da relação de consumo.
- Direito básico ± art. 6°, III, CDC

- 
  
Princípio da transparência - é uma relação de confiança.
Boa fé - padrão de comportamento

‡  


No CDC, se a informação não for adequada, pode existir a responsabilidade. São dois tipos:
 Responsabilidade que pode causar risco à saúde do consumidor.
 Responsabilidade que pode causar perda do patrimônio.

‡  (
#     é a escolha consciente. A possibilidade de optar por produtos mais
adequados às suas necessidades.



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‡ 

'+ ± art. 196, CF
Para termos uma boa saúde é muito importante termos informações adequadas sobre a nossa
saúde. Essa informação ± que é dada quando o médico atende o paciente ± é um dever do médico.
Ao atender um paciente, o médico deve vê -lo como um paciente, ou seja, como uma pessoa que
o procurou por motivo de saúde e q ue confia em sua capacidade de resolver o problema.
Na relação médico ± paciente, podemos entender as informações como direito e dever.
O médico tem o dever profissional de informar ao paciente sobre a sua saúde.
O paciente tem o direito de saber e o dever de dar todas as informações sobre a sua saúde e
não pode omitir nada, pois só assim, o médico pode dar o devido tratamento. Futuramente, o paciente
pode processá-lo por não ter tido o tratamento adequado, mas se o paciente omitiu informações, ele
tem parte da culpa.

‡ 
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- Princípio da Beneficência : em toda relação sempre buscar o bem.
- Princípio da Autonomia : com a informação adequada, o paciente pode optar, tem o direito de escolher
qual tratamento ele quer.

‡  * 

a) Contrato
Apesar do fato de não estar previsto legalmente, é opinião quase pacífica na doutrina que a
relação médica é contratual. Estes contratos são atípicos, visto que têm suas próprias características.
A relação médica é considerada contratual, pois o paciente pode escolher relativamente com
quem quer se tratar. Contudo, é importante destacar que por ser contratual, o descumprimento do
contrato pode gerar responsabilidade.

b) CDC
As regras do CDC não são aplicadas somente em casos em que a relação é onerosa. A relação
de consumo, não está obrigatoriamente ligada à onerosa.
Para o CDC a regra geral é que a responsabilidade é objetiva .
Exemplificando: se estivermos nos referindo a um médico que é autônomo (trabalha sozinho), a
regra é que a relação é subjetiva. O art. 14 do CDC trata da responsabilidade subjetiva.
Importância do CDC: aplicação da responsabilidade. Por ser relação de consumo, a
responsabilidade pode ser alterada. Já se tratando de instituição/hospital, a regra é de r esponsabilidade
objetiva, não se aplica o art. 14 do CDC.
É bom lembrar que mesmo que não haja contrato escrito a relação contratual existe.

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c) Principais deveres do médico
1. Dever de informar. É bastante amplo, abrange o aconselhamento, o esclarecimento s obre o seu
diagnóstico e o tratamento adequado.
2. Tomar nota das informações no prontuário médico. Hoje, o prontuário é um mecanismo de prova
muito importante. Havendo uma situação de erro médico, o prontuário serve como prova. O
CRM (Conselho Regional de Me dicina) determina que o prontuário deve ser feito com letra
legível.
3. Dever de sigilo. Ter resguardado o segredo sobre dados pessoais, por meio da manutenção do
sigilo profissional, desde que não acarrete riscos a terceiros ou à saúde pública. A
confidencialidade a respeito das informações da saúde do paciente deve ser mantida.
4. Dever de não abusar de seu direito.

d) Termo de Consentimento Informado (TCI) ou Termo de esclarecimento informado


Objetivos:
1. Esclarecer o paciente de determinada informação.
2. Consentimento do paciente.
O problema é que não temos legislação sobre isso, o que acaba gerando alguns problemas.
Além disso, os TCIs ainda não são adequados e consequentemente, somos obrigados a utilizar o que
temos  responsabilidade. Muitas vezes, o TCI é c onfundido com o contrato médico.
O CRM afirma que o TCI é importante para a segurança dos médicos, pois demonstra que o
médico deu a informação adequada ao paciente.
O TCI deve ter os seguintes requisitos (conteúdo):
- Linguagem fácil
- Diagnóstico do caso em questão
- Tratamento escolhido
- Riscos do tratamento (quais são as possíveis situações que podem ocorrer)
- Cuidados que o paciente deve tomar (cuidados mínimos necessários)
- Se for o caso, o preço
O médico tem o dever de informar ao paciente so bre os riscos do ato médico, dos
procedimentos e das conseqüências dos medicamentos que forem prescritos.

e) Defeito ou falta de informação


O defeito ou a falta de informação que atinge a relação contratual origina sempre
responsabilidade civil ou penal, dependendo da situação.
- Responsabilidade
O termo não pode ser imposto, não exclui nenhuma responsabilidade do médico e não tem valor
para evitar possível pedido de indenização futura. Deve ser apresentado em linguagem acessível e
simples e, após o entendimento, pode ser assinado pelo paciente e pelo médico, se a opção for pelo
documento escrito.
Na questão da capacidade de assinar o TCI podemos aplicar o que disciplina o Código Civil.
Essa é a regra, mas existem exceções.

f) Dispensa do TCI
1. Pode ser por urgência: por exemplo, o indivíduo sofreu acidente e está muito abalado, sem
condições de raciocinar. É uma situação de urgência que dispensa a assinatura.
2. Situação de emergência em relação à saúde pública : quando há grave risco à saúde pública,
como o caso de epidemias ou pandemias.
Outra questão importante: o menor pode assinar o TCI? De acordo com o Código Civil, não.
Todavia, hoje há um grande questionamento sobre a possibilidade dos relativamente capazes
assinarem o TCI. Será que eles já não têm m aturidade suficiente para assinar o TCI?
A doutrina tem se posicionado de forma dominante de que os relativamente incapazes não
poderiam assinar, mas poderiam ser ouvidos sobre o que gostariam que fosse feito para a sua saúde.
Além disso, teriam todo o di reito de serem informados sobre o tratamento e suas condições.
O ECA nos artigos 15 a 18, diz que o menor deveria ser ouvido, mas a doutrina afirma que ouvir
é uma coisa e decidir é outra.
Havendo discordância entre os genitores, aplica -se o art. 1632 do CC, que afirma que a decisão
fica a cargo do juiz de direito.

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- Legislação:
Um dos deveres do médico é manter o sigilo das informações recebidas pelo paciente. Esse
dever profissional está disposto na legislação:
‰Art. 5°, X da CF
‰Art. 229 da CC
‰Art. 363 do CPC
‰Art. 347 do CPC
‰Art. 406 do CPC
‰Art. 154 do CP

- Prontuário: Não há legislação específica para médicos. Mas existe, também, o Conselho Federal de
Medicina (CFM):
‰Resolução 1605/2000: sigilo e prontuário médico
‰Resolução 1821/2007: prontuário eletrônico.
O médico não pode sem consentimento do paciente, revelar conteúdo do prontuário do paciente,
porque o médico é mero guardião deste e o prontuário é de propriedade do paciente, até mesmo em
relação aos familiares o con teúdo do prontuário deve ser sigiloso, pois estes são considerados terceiros
(art. 102 do Código de Ética Médica), segundo o CFM.
O sigilo é válido para os parentes e persiste também após a morte do paciente.
Sempre que o paciente desejar uma cópia do p rontuário, ele tem esse direito. Se o médico se
recusar, o paciente poderá ainda, recorrer ao CFM ou ao Judiciário para requisitar esta cópia.

- Questões importantes
×c A questão do sigilo é importante, também, em relação aos planos de saúde e na situação de erro
médico.
Dispensa na obrigação do sigilo (art. 102, Código de Ética Médica):
cQuando houver autorização do próprio paciente ou representante legal (autonomia da vontade).
c Determinação judicial. Nessas situações, o médico deve se limitar ao que foi requerido pelo juízo,
exceto se o juiz requerer o prontuário inteiro. Neste caso, o médico pode solicitar que a ação corra sob
segredo de justiça.
cComunicação de crime, doença contagiosa ou maus tratos para a autoridade competente.
cPara evitar a contaminação de familiares (situação típica de doenças sexualmente transmissíveis).
× Sigilo para menores: o menor procura atendimento clínico. O menor tem direito ao sigilo da mesma
forma. Seu fundamento é o art. 103 do Código de Ética Médica, apesar deste artigo ser ambíguo e
muito subjetivo.
Ex: Um menor vai ao consultório procurando atendimento médico. Se o médico achar que o
menor tem maturidade suficiente para entender adequadamente o tratamento, o médico atenderá o
menor. Caso contrário, se o médico achar que o menor não compreenderá adequadamente, ele não
atenderá e dirá ao menor para vir acompanhado por seu responsável.

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Uma das questões mais polêmicas que temos hoje é em relação à transfusão de sangue. A
grande maioria da legislação fala sobre a doação de sangue, mas não sobre a transfusão.
a) Legislação ± leis mais importantes:
‰10205/01: aborda a doação de sangue, como pode ser realizada. É complementada pela lei
‰10272/04: cria o sistema da Hemobras ( Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia ±
Sistema de doação de sangue do Brasil). Estabelece como o serviço público funcionará para receber as
doações.
‰Lei 9434/97: Lei da doação de órgãos no Brasil. É importante porque esta lei dispõe que a doação de
sangue deve seguir uma legislação específica.
‰Art. 199, § 4°, CF: entende que é possível a doação e a transfusão de sangue como meio de cura.

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b) Doação de sangue
A doação de sangue não envolve muita questão ética, visto que não coloca em risco a saúde de
ninguém. É importante verificar que é necessário todo um cuidado para que não traga prejuízo às
pessoas que receberão o sangue doado.
- Forma:
1. Tem que ser voluntário, mas há dentro disso, a regulamentação da lei (peso, doenças pré -
existentes).
2. Tem que ser gratuita .
3. Como regra, deve ser anônima, no entanto, existem situações em que pessoas só podem
receber sangue de pessoas específicas.

- Termo de consentimento
Toda pessoa que doa sangue tem que assinar o termo de consentimento informado, que é
obrigatório por lei na doação de sangue, até porque o sangue será avaliado e é uma forma dos
doadores autorizarem o exame.

- Responsabilidade
A responsabilidade na doação de sangue tem uma parcela muito maior do Estado, além do
médico e do hospital. Há muitos casos de açõe s propostas por contaminação pela transfusão de
sangue. Muitas pessoas foram contaminadas e tiveram problemas de saúde. Neste caso, a
responsabilidade é na maioria dos casos do Poder Público.
Existe dúvida se a responsabilidade nestes casos é subjetiva ou objetiva. Há tendência de que a
responsabilidade deve ser objetiva, vez que a contaminação teria ocorrido por falha na triagem do
sangue.

c) Transfusão de sangue
A transfusão de sangue é uma forma de tratamento com riscos. O grande questionamento é se
esse tratamento cura.
O posicionamento da doutrina é que se trata de um tratamento como outro qualquer, entretanto,
não é possível dizer que a cura é certa e absoluta. Se não é um tratamento certo, a pessoa pode
recusar esses tratamento e optar por outro.

- Histórico: O caso do sangue para tratamento médico é muito antigo. Na época antiga os guerreiros
bebiam sangue, a fim de melhorar a saúde e a vitalidade. Já no Império Romano o sangue era bebido
como tratamento de saúde. Na Idade Média, tirava -se o sangue ruim do corpo com a finalidade de
melhorar a saúde. Hoje, sabemos que o sangue pode tanto ser retirado como colocado para melhorar a
saúde.

- Forma de transfusão de sangue. São duas:


× Autóloga: a transfusão de sangue é do próprio indivíduo. O sangue é retirado, tratado e devolvido ao
indivíduo. Requer menos problemas na bioética.
× Heteróloga: é a transfusão de sangue de terceiros.

- Legislação - Não há legislação específica sobre transfusão, mas existe uma resolução CFM 1021/80:
diz que o médico pode se utilizar do sangue sempre que for necessário para salvar a vida do paciente.
Isto nos leva a uma questão: Será que o paciente pode recusar a transfusão de sangue?
1. Questão relativa à religião
2. Direito à privacidade
3. Direito à autonomia da vontade

- Recusa
O grande questionamento é: A recusa pode gerar a morte do paciente?
Existem tratamentos alternativos à transfusão de sangue? Alguns médicos afirmam que há,
inclusive, o sangue sintético. Outros dizem que não há e somente a transfusão de sangue pode salvar a
vida. O grande problema é que não há como o juiz afirmar se há ou não tratamento alternativo a
transfusão.
Cabe recusa à transfusão? Cabe recusa desde que não implique no risco de vida do paciente.

c c c c Î
O art. 15 do CC dispõe que: Ninguém pode ser constrangido a submeter -se, com risco de vida, a
tratamento médico ou a intervenção cirúrgica . Este é um artigo muito ambíguo. A doutrina moderna tem
utilizado este artigo para recusar o tratamento ± a transfusão, defendendo a tese da liberdade religiosa
e da autonomia da vontade.
Todavia, a questão mais complicada é: se o paciente vier a falecer, de quem é a culpa?
Hoje, em vários países, entre eles o Canadá e os Estados Unidos têm decidido pela autonomia,
que a opção é do paciente e não do médico. Se o paciente assinar o termo é de responsabilidade
exclusiva dele. Contudo, esta decisão só tem valor se o indivíduo tiver discernimento suficiente para isto.
Na grande maioria das vezes, a crença dos Tribunais é que no caso dos incapazes a transfusão de
sangue deve ser feita. Os responsáveis não podem decidir por eles.
No Brasil, o caminho que se tem seguido é de que se for para salvar a vida do paciente, se
houver o risco de vida deste, o médico pode mesmo sem autorização do paciente, cumprir o seu dever
de cura, realizando a transfusão, fundamentado na Resolução CFM 1021/80. Porém, não é opinião
pacificada.
O médico pode e não deve porque, por exemplo, se o médico tem conhecimento de que a
crença religiosa do paciente não permite, os médicos tentam ao máxi mo utilizar tratamentos alternativos,
mas se mesmo assim a transfusão for necessária, o médico pode fazer a transfusão, com base no
caput do art. 5° da CF (.
Podemos observar que o Brasil está em um estágio um pouco mais atrasado em relação aos
outros países, tais como Estados Unidos e Canadá, visto que nestes países prevalece a autonomia da
vontade do paciente e no Brasil, por mais que o paciente não queira, o médico pode realizar a
transfusão de sangue.

‡ $
 -  
Objetivos principais: salvar vidas, buscar curas para doenças, entre outros objetivos. Além disso:
1. A preservação da dignidade da pessoa humana.
2. Melhoria da qualidade de vida.
3. Divisão dos benefícios da nova tecnologia.
Questão importante no Brasil : a pesquisa com seres humanos é considerada direito à saúde.
Não temos legislação específica, mas há uma resolução do Conselho Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde n° 196/96 e os artigos 122 a 130 do Código de Ética Médica. Na realidade são
normas administrativas. Há também a legislação internacional:
- Código de Nuremberg
- Declaração de Helsinque (1964 ± sua última declaração é de 2002)

- Procedimentos
O procedimento brasileiro para a pesquisa com seres humanos traz a seguinte estrutura:
MS O Ministério da Saúde tem uma Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP)
Å
CONEP A CONEP pode ser entendida como um órgão de natureza consultiva, normativa, deliberativa
Å e educativa. É este órgão que dá a última palavra em relação às pesquisas
CEP Abaixo da CONEP está o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Toda instituição brasileira que
realize pesquisas com seres humanos tem que estar vinculada ao CEP. Cabe ao CEP
fiscalizar estas instituições. São órgãos regionais cuja natureza jurídica é consultiva,
deliberativa e edu cativa.

CONEP  estabelece as normas para os CEP c somente fiscaliza as instituições que


procedimentos das pesquisas com seres humanos realizam pesquisas com seres humanos.

- Requisitos em relação às pesquisas com seres humanos:


1. Consentimento livre e informado da pessoa pesquisada.
2. A pesquisa tem que ter finalidade terapêutica. Como regra geral, aqueles que não estiverem
com a vida em risco não devem participar das pesquisas.
3. Devem ser ponderados os riscos e os benefícios.
4. Respeito ao sigilo. Não é pe rmitido divulgar quem faz parte da pesquisa.
5. Não pode ser remunerada. Observe que a compensação de custos não é remuneração.
6. Possibilidade de responsabilidade por danos causados. No TCI não pode ter a cláusula de não
indenizar. Se escrita, é nula.
c c c c 
- Observações importantes
× Somente pessoas capazes podem participar destas pesquisas com seres humanos? Não, é possível
realizar pesquisa para/com incapazes, desde que seja essencial e que tenha autorização do
representante legal. Existem medicações que surtem efeitos diferentes em crianças e em adultos.
× O Brasil admite o uso de placebos? O grande problema com o placebo é que o pesquisado não pode
saber que está utilizando. O pesquisado tem idéia que pode estar tomando, mas não tem certeza. A
questão ética neste caso é importantíssima, visto que o pesquis ado está doente e pode ter seu estado
agravado por não estar sendo medicado. É como se a pessoa estivesse sem tratamento médico.
O placebo pode ser utilizado no Brasil contanto que não seja conhecido nenhum medicamento
ou tratamento para a doença pesquisa da ± Resolução 1885/08 do Conselho Federal de Medicina.
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 -  

 ."  


 -  
O transplante de órgãos e tecidos humanos deve ser encarado como tratamento.
‡ l"

‰Art. 199, §4° da CF: expressa claramente que o Brasil admite o transplante de órgãos e tecidos
humanos.
‰Lei 9434/97 (alterada pela lei 10211/01)
‰Art. 13 e 14 do Código Civil, porque eles abordam os direitos da personalidade ± Apesar do corpo
fazer parte do direito da personalidade, a pessoa não pode fazer o que quiser com seu corpo. No
entanto, se for para beneficiar a saúde de outrem é permitido. O transplante é válido e lícito, desde que
observe os requisitos legais.

‡ ù    . Há três:


×Autotransplante (enxerto): Utiliza o próprio material genético da pessoa. Geralmente é retirado tecido,
pele de um local sadio e transplantado em outro. Ex. Queimadura.
×Alotransplante: Utiliza material do corpo humano de outra pessoa. É a forma mais comum de
transplante.
×Xenotransplante : É o transplante realizado entre espécies diferentes. Exemplificando: retira -se o órgão
de um animal e coloca -se no ser humano.
A legislação aborda somente a questão do autotransplante e do alotransplante. Em relação ao
xenotransplante, o problema é que a legislação brasileira não faz menção ao transplante entre espécies
diferentes. O que se indaga na bioética é se a criação de animais para esse fim é ética. Envolve várias
questões éticas que ainda não estão res olvidas. Como não há regulamentação a esse respeito,
presume-se que o xenotransplante é permitido.

‡  


1. O transplante tem que ter finalidade terapêutica, tem que ter a finalidade de salvar a vida da
pessoa.
2. O transplante tem que ser gratuito, não se admite no Brasil o comércio de órgãos e tecidos
humanos.
3. O receptor deve ser apto à receber o órgão ou tecido humano, vez que não adianta
simplesmente retirar o órgão de uma pessoa e colocar em outra. É indispensável a verificação
da compatibilidade entre doador e receptor.
4. Deve se verificar as regras legais a respeito do consentimento. A questão é a da autonomia da
vontade, pois ninguém pode ser obrigado a doar.

‡  ."  


  /  #
#
Requisitos:
1. Não pode comprometer a vida e a saúde do doador de forma definitiva, colocando -se em risco a
sua sobrevivência.
2. Não pode causar mutilações ou deformações inaceitáveis no doador. Há uma limitação do que
se pode doar em vida.
3. Só é possível doar no caso de órgãos dup los (ex. rim) ou partes renováveis (parte que se
regenera ± ex. medula óssea, fígado) do corpo.
4. Deve ser terapia indispensável, ou seja, é a última hipótese, todos os outros mecanismos já
foram tentados.
c c c c 
5. Em regra, o doador deve ser pessoa com parentesco d o receptor. Entretanto, quando for o caso
de pessoa sem parentesco, o transplante poderá acontecer mediante autorização judicial, exceto
no caso de medula óssea (art. 9°, Lei 9434/97). Havendo parentesco não é necessária a
autorização judicial. Já se não h á parentesco, é preciso autorização judicial. Essa medida visa
evitar o comércio de órgãos.
6. Deve ser feito entre pessoas capazes.
7. Cabe doação de medula óssea quando o indivíduo é incapaz desde que haja consentimento de
ambos os pais ou do responsável, med iante autorização judicial e sob a condição de que o ato
não ofereça risco ao doador incapaz.
8. A única possibilidade do menor em vida ser doador é na doação de medula óssea, mas
mediante autorização judicial e dos pais.
9. Deve ter termo de consentimento inf ormado das partes envolvidas.

‡  ."  


  /     #
#
É a grande maioria dos transplantes na prática.
Requisitos:
1. Deve haver a confirmação da morte daquele que é doador. Quando for o caso de morte
encefálica, deve-se observar critérios médicos para a sua confirmação seguindo -se a resolução
do CFM 1480/97: trata de todos os pontos da morte encefálica, como por exemplo, precisa ao
menos de dois médicos para confirmar a morte, além disso, é necessário que o neurologista
ateste a morte cerebral. Os testes devem ser feitos em tempos pré -determinados a fim de
confirmar o óbito. As pessoas acima de dois anos têm que fazer os testes de 6 em 6 horas. Por
mais que a morte encefálica seja detectada, a pessoa terá qu e ser mantida pelas máquinas para
que seus órgãos sejam aproveitados.
2. Ao detectar a morte encefálica o atestado de óbito já é emitido.
3. Deve haver o consentimento de um familiar que tenha parentesco até 2° grau ou que seja
cônjuge para que a remoção de órgã os e tecidos seja admitida (art. 4°, lei 9434/97). Esse foi o
ponto mais importante da alteração da lei 9434/97. Essa lei dizia que o doador era presumido. A
regra era que todos eram doadores e quem não fosse, deveria colocar um aviso na carteira de
identidade dizendo que não era doador, caso contrário, todos seriam doadores. A lei 10211/01
acabou com a situação do doador presumido. Com essa lei ficou estabelecido que todo doador
tem que ter um familiar que autorize a doação. De acordo com a lei quem decide se os órgãos
serão doados ou não são os familiares.
4. No caso de pessoa não identificada a doação não poderá acontecer. Contudo, o corpo poderá
ser doado para pesquisa.
5. Deve haver a comunicação da morte e a possibilidade da doação de órgãos para a Central
Nacional de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos Humanos (CNCDO).
Essa central estabelecerá a lista das pessoas que precisam receber os órgãos. Cada tipo de
órgão tem uma lista. Dependendo do órgão, existe uma regra para definir a ordem da fila de
espera.
6. O cadáver depois da retirada dos órgãos ou tecidos deve ser reconstituído antes de ser entregue
aos familiares.



'#

O direito à vida vem contemplado na CF no art. 5°. É importante ressaltar que existem outros
mecanismos legais que protegem esse direito. A ECA também trata do direito à vida nos arts. 7° ao 11.
Na nossa legislação não há contemplado o que é o direito à vida. Na nossa legislação há
exceções da inviolabilidade do direito à vida, como o CP que traz excludentes d e punibilidade, essas
exceções nos levam a concluir que esse direito não é absoluto.
Discussões no STF:
‡ Aborto de feto anencéfalo. Há ou não vida naquele feto anencéfalo? Há de se observar que existe
diferença entre vida uterina e vida extra uterina. É possível incluir o aborto do feto anencéfalo junto com
outras possibilidades legais previstas para o aborto?
‡ Utilização das células tronco embrionárias.
A CF (conteúdo) entende que o direito à vida engloba:
- o direito de nascer
- o direito de continuar vivo
- o direito à vida digna

c c c c G
O grande problema reside na dignidade.

%
 

 
O direito à vida não está presente somente no direito brasileiro. Está também nas declarações
internacionais. Cada qual traz a proteção à vida de f orma diferente.
- Declaração dos Direitos Humanos (1948) ± Art. 3°
- Pacto dos Direitos Civis e Políticos (1966) ± art. 6°

Na situação do direito à vida, temos que observar:


 
S
."
 #
 : Temos duas possibilidades a serem analisadas.
Correntes:
× 

 : a vida se inicia com a concepção. A própria biologia tem divergências internas, duas
subcorrentes:
! Singamia: é a corrente que entende que a concepção inicia -se no exato momento da fertilização
do gameta feminino pelo gameta mascul ino.
! Cariogamia: entende que a concepção ocorre após aproximadamente 12 horas da fertilização,
com o aparecimento do zigoto que possui material genético já individualizado.
×# #
 0
  # #

  ,Pode ser dividida em três teorias:
! Teoria da nidação: a vida se inicia no momento da fixação do zigoto no útero da mulher.
Geralmente ocorre entre o 6° e 12° dia após a concepção. Nada adianta a formação do zigoto se
não houver a fixação deste zigoto no útero. É através da nidação que se f az prova de gravidez
para o direito penal.
! Sistema nervoso: a vida começa a ser registrada com a formação do sistema nervoso central
que ocorre por volta da 8° semana de gestação. Se conseguirmos atestar a morte com esse
critério, então, a vida só se inici a com esse critério. O problema é que 8 semanas é muito tempo
para se detectar uma gravidez.
! Corrente pré-embrião: é a corrente que determina que a vida se inicia somente após o 14° dia
após a concepção. Estabelece um limite de tempo para que aquele conjun to de células se torne
um embrião. É uma corrente mais recente. O critério biológico aqui é bastante questionado por
aqueles que estudam a reprodução humana assistida, para estes, esta corrente é muito
interessante.
Estas três correntes acabam dando supor te ao embasamento jurídico do que é a vida. A grande
maioria dos biólogos é concepcionista.

  
(&
 1 2345
Não existe conceito jurídico do que é o direito a vida. O art. 2° do CC, é bastante complexo,
porque não diz a partir de que momento efetivamente a personalidade jurídica se inicia.
Tecnicamente temos dois requisitos importantes que farão diferença no direito:
- Nascimento
- Nascimento com vida  respirar

Para tentar explicar o momento em que se inicia a personalidade jurídica do ser humano, temos
as correntes:
× 
 : para esta corrente a personalidade jurídica se inicia apenas com o nascimento. Nasceu,
respirou, já tem personalidade jurídica. Para seus adeptos, o nascituro não tem personalidade jurídica.
É uma corrente mais tradicionalista, antiga.
× 

 : defendem que a personalidade jurídica se inicia com a concepção. O nascituro tem
personalidade jurídica.
× 
  

 : é uma corrente mista. Afirma que, na verdade, a personalidade
jurídica é absoluta a partir do nascimento com vida. O nascituro tem personalidade jurídica
condicionada ao nascimento com vida.
A doutrina brasileira tende a ser natalista. O STF permitiu que as células tronco embrionárias
sejam utilizadas para pesquisa. De cer ta forma, o STF com este ato reconheceu a teoria natalista.





c c c c è
S    
Aula 06/10/09
 ù6  u 7*S 8
A doutrina brasileira tem se posicionado que o 
 é aquele que tem vida intra -uterina.
 
 é a vida extra-uterina, criado em laboratório, que ainda não foi implantado no corpo humano.

1. Código Civil
- 

 

Principais direitos do nascituro no Código Civil:
1) O nascituro tem direito à vida (art. 2°).
2) O CC fala expressamente que o nascituro tem direito a receber doação até que nasça com vida,
como forma de expectativa. Após o nascimento, o direito é concretizado. Qualquer pessoa pode
fazer doação para o nascituro (art. 542). Se o nascituro não nascer, será nula a doação.
3) Direito a alimentos - Alimentos gravídicos : a mãe gestante pode pedir alimentos para o nascituro
nascer com vida.
4) O nascituro tem direito a curatela (art. 1779).
Curatela: mecanismo de proteção ao incapaz. Os direitos defendidos pelo curador são
necessários quando a mãe e o pai são incapazes, não podem responder pelos direitos do
nascituro. A lei permite que outra pessoa haja em prol de seus interesses. Se a mãe ou o pai
são capazes, esta curatela não é necessária.
5) Tem direito sucessório, tanto legítimo como testame ntário (art. 1798).
A questão do nascituro e seus direitos são importantes, porque mesmo que não se tenha ainda a
personalidade jurídica, os direitos do nascituro estão resguardados.

- 

  

Quanto ao embrião, temos apenas um artigo que fa z menção ao embrião :
1) Trata da presunção da paternidade. Fala expressamente do embrião (art. 1597).
2) Outra situação que pode ser levantada no CC referente ao embrião é o direito à sucessão, como
forma de prole eventual (art. 1800, § 4° - não fala expressamente do embrião). A doutrina tem
aplicado esse artigo com uma série de ressalvas.

Regras da sucessão:
- Recebem os herdeiros que estão vivos. A exceção a essa regra é o nascituro, Entretanto, não faz
menção ao embrião. A lei entende que se houver, dentr o de uma sucessão testamentária, o embrião
que está congelado, se este vier a ser implantado no período de até 2 anos da abertura da sucessão e
se isto for colocado o testamento, o embrião passará a ser nascituro. Se isto ocorrer no prazo de 2 anos,
terá direito sucessório.

2. Lei 11105/05 ± Lei de Biossegurança - Pesquisas com células- tronco embrionárias


No seu art. 5°, a Lei de Biossegurança, possibilita as pesquisas com células -tronco embrionárias.
Permite o uso do embrião para pesquisas e terapias com células -tronco, com a imposição de alguns
requisitos:
1) Os embriões devem ser produzidos para fins de re produção humana assistida (RHA). O
pesquisador não pode fazer um embrião humano apenas para realizar pesquisas.
2) Deve ter sempre a finalidade terapêutica. A pesquisa tem que ter sempre o intuito de salvar a
vida de pessoas.
3) Devem ser embriões inviáveis ou c ongelados por mais de 3 anos. Não basta só ser um embrião
inviável feito para a reprodução humana assistida ou congelado, tem que estar há mais de 3
anos nestas situações. Embrião inviável é aquele que não tem condições de se desenvolver.
4) Autorização dos genitores.
Em regra geral, as pessoas que fazem a reprodução humana assistida, fazem os embriões, tem
seus filhos e os embriões restantes que não foram utilizados por não mais serem necessários,
acabam ficando esquecidos nas clínicas de reprodução.
O que tem sido abordado em relação a estes casos, é se esse material genético (embriões)
³esquecidos´, não poderiam ser utilizados pelas cl ínicas, após um certo tempo, mesmo sem
autorização. No entanto, quando a lei fala em autorização dos genitores, tem -se a idéia de que
os pais estão mandando os seus filhos à morte.
5) É vedada a sua comercialização, devendo haver fiscalização por parte do poder público. A
ANVISA tem sido o órgão competente para esta tarefa.
c c c c ´
Aula 13/10/09
76897*   uu u  7  ù  l:9 ;
Na maioria das vezes, as pessoas utilizam a reprodução humana assistida por não conseguirem
ter filhos da maneira natural.

1. Formas de reprodução humana assistida:


} Inseminação artificial: é o nome dado ao tipo de RHA ³in vivo´ no próprio corpo da pessoa.
} Fertilização artificial: esta RHA é feita ³in vitro´, o embrião é feito em laboratório. Existe, também,
uma técnica de fertilização mais moderna: ICSI ± é a fertilização por injeção intracitoplasmática.

Fertilização comum Fertilização por injeção intracitoplasmática


O gameta masculino e o gameta feminino são É utilizada uma injeção para inserir o
colocados na proveta e espera -se que o embrião espermatozóide no gameta feminino, com isso, há
se forme naturalmente. muito mais chances de se formar o embrião.

Inseminação artificial Fertilização Artificial


O médico tem participação reduzida. O médico O embrião é formado no laboratório. Feitos os
melhora as chances, colocando o material embriões, o médico verificará quais são viáveis.
genético no local adequado, contudo, não há Neste procedimento, a chance de gravidez é
certeza de que este procedimento será eficaz. maior.
É normalmente utilizado em casais que
aparentemente não tem nenhum problema de
fertilidade.
Tanto na inseminação como na fertilização artificial, há os sistemas de formação:
‡ Homólogo: é utilizado o material genético do próprio casal. Se for feito um exame de DNA, o filho é
realmente filho do casal.
A inseminação pode ser homóloga e só poderá ser heteróloga se tiver doação do sêmen, vez que o
óvulo já está na mulher.
‡ Heterólogo: é utilizado o material genético de uma terceira pessoa que não faz p arte da relação
matrimonial. Para isso, eles se utilizam do banco de sêmen ou de óvulos. O doador é anônimo, o casal
não fica sabendo quem é. O embrião é formado na proveta.
A fertilização pode ser homóloga ou heter óloga, Nesta, pode ser de 3 formas: doaç ão do material
genético feminino, doação do material genético masculino e doação de embrião.

Toda doação de material genético no Brasil é anônima e gratuita (a pessoa não pode receber
nada em troca). Dentro dessa estrutura é necessário verificar se há l egislação específica sobre o
assunto. Temos:
× Resolução CFM n°1358/92 : fala de todos os assuntos sobre reprodução humana assistida, entretanto,
como é muito antiga, está obsoleta. Há uma lacuna legal .
× Art. 226 da CF junto com outra lei ± 9263/96 tratam do planejamento familiar. O casal que quiser,
pode planejar quantos filhos quer ter. Ninguém pode ser obrigado a ter filhos no Brasil. O Poder Público
não pode interferir no planejamento familiar, mas de ve instruir e informar como planejar esta estrutura
familiar.
×Art. 1597 do CC: é o único artigo do CC que aborda ± indiretamente ± da reprodução assistida.
×Lei 11105/05 ± Lei de Biossegurança: no art. 5° trata dos embriões que podem ser utilizados nas
pesquisas.
×Projeto de Lei 90/99: tenta fazer uma legislação específica sobre a RHA.

3. Presunção de paternidade ± Art. 1597, CC


O art. 1597 do CC é referente à área do direito de família. Trata da presunção de paternidade.
Essa presunção vem do direito romano. Na época em que não havia teste de DNA, eram
utilizadas as regras de presunção de paternidade. Quando surgiam dúvidas quanto à paternidade, era
observada a situação vivida, se a mãe tinha possibilidade de ter um caso fora do casamento.
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" ´  a mãe é sempre certa
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"( & & 
" " $" ´ cpai é aquele que demonstra as núpcias
É uma presunção do direito romano que existe até hoje.
Os incisos I e II do art. 1597, abordam o prazo de gestação natural.

c c c c å
Inciso I: 180 dias ± se o filho nascer 6 meses após a relação matrimonial, é filho daquela relação. Passa
a ser filho presumido.
Inciso II: Se o casamento foi dissolvido e se o pretenso filho desse casamento nascer nos 300 dias após
a dissolução do casamento, o filho é presumidamente dessa relação. No entanto, se a mulher casa
novamente antes deste período e tem um filho, a situação é outra. A lei estabelece um prazo para a
separação matrimonial.
Inciso III ao V: trata da RHA.
Inciso III: Fecundação artificial homologa.
Inciso IV: Embriões inseminados de forma homóloga.
Inciso V:Embriões inseminados de forma heteróloga, desde que com a autorização do marido. O que
importa é que seja RHA heteróloga. Se o marido permitiu, autorizou este tipo de RHA, há presunção de
paternidade.
Ex. Marido é estéril. Ele permite a RHA heteróloga. Se ele autorizou, aceitou, não há como voltar atrás,
é como se fosse uma adoção. No entanto, se o marido não autorizou e foi enganado, a situação é
diferente.
Se houve reprodução humana assistida, aplicam-se estes artigos.
‰ Nascidos a qualquer momento, mesmo que o pai já tenha falecido, esse sêmen gerará presunção de
paternidade  filiação  alimentos  direitos sucessórios.
As clínicas, para evitar problemas, têm requerido que os maridos deixem autorização para a
utilização do seu material genético.
Ex. Se o marido falece, a mulher tem o direito de usar o material genético que está congelado deixado
por ele? Se o marido tiver deixado autorização, sim. Se não tiver deixado autorização, será um gra nde
problema, pois as partes dele podem ingressar com ação para impedir que a mulher utilize esse
material. Essa é a grande discussão da doutrina. É importante lembrar que se um filho do morto for
gerado e nascer, este terá direitos sucessórios.
Embriões excedentários são embriões excedentes, advindos de uma situação homóloga. São os
embriões são feitos ³in vitro´ que não foram utilizados e sobraram. Em razão destes embriões terem o
mesmo material genético do casal, se forem utilizados posteriormente, ter ão presunção de paternidade.
Ex. Homem passa por tratamento de quimioterapia e tem seu material genético congelado. O casal
tenta uma vez e não consegue ter os filhos. Após certo tempo, o casal se separa. Anos mais tarde, a
mulher resolve ter filhos, mas n ão tem mais óvulos fortes para engravidar. A mulher ingressa com ação
para ter filhos utilizando os embriões congelados da época em que era casada. O ex -marido não
permite, pois seu material genético está lá e se o filho nascer, será seu também. Este caso ocorreu na
Inglaterra, a justiça inglesa deu ganho de causa ao ex -marido.
‰ No caso de embriões excedentes, provindos de formação homóloga  há presunção de paternidade.
O que pode ser feito com os embriões excedentários:
1) Podem ser destinados às pesquisas embrionárias, observando -se sempre os requisitos.
2) Podem ser doados para outro casal. A doação pode ser feita ao banco de embriões.
3) Podem ser congelados para uso próprio.
O descarte de embriões não é permitido, é considerado proibido e antiético. O descarte pode
ocorrer em segundos, se os embriões não estiverem sob temperatura adequada.

4. Observações importantes
A lei não fala que tipo de autorização deve ser feita. Por isso, entende -se que há lacuna legal.
Neste caso, a autorização pode tácita , mas preferencialmente escrita, visto que se tiver a necessidade
de provar depois, será difícil comprovar a autorização tácita.
A lei não coloca de forma legal, mas a doutrina entende que os incisos I ao IV tem presunção
relativa, ou seja, é possível co ntestar. Já o inciso V tem presunção absoluta (não cabe contestação).
O direito brasileiro considera filiação, não apenas no critério biológico, mas também no critério
civil (afeto), além de estar atr elado ao sangue, está atrelado à afetividade.
Conceito de filiação hoje:
- Filiação natural (biológica)
- Filiação civil (aquela que vem de uma fundamentação da lei  adoção e a RHA, principalmente na
forma heteróloga.

c c c c *
Observações ± Resolução CFM 1358/92 : esta resolução é importante, em virtude de não termos
legislação a respeito do assunto.
1) A resolução não delimita a questão do estado civil das partes envolvidas em reprodução assistida.
Para a resolução não há proibição para que o médico faça a RHA em pessoas solteiras ou divorciadas.
A CF no art. 236, § 4°, aborda a família monoparental, ou seja, a mãe ou o pai que vive sozinho com os
seus filhos constitui família do mesmo jeito. Se a própria CF reconhece a família monoparental, porque
não seria possível a RHA em pesso a sozinha?
- Dois homens ou duas mulheres vão à clínica de reprodução para gerar seu filho. O problema
ocorrerá quando o casal for fazer o registro do filho gerado dessa forma, vez que a lei brasileira permite
que no registro conste pai e mãe, mas não dua s pessoas do mesmo sexo. Entretanto, na adoção é
possível que o registro seja feito por duas pessoas do mesmo sexo. O fato de não haver legislação
específica sobre este assunto cria estes problemas.
2) Questão da barriga de aluguel: o termo utilizado é ges tação de substituição. No Brasil, não há lei
sobre isto. A barriga de aluguel não é proibida, pois não existe regulamentação sobre o assunto.
No Brasil, o termo barriga de aluguel não é adequado, vez que a gestação não pode ter fins
lucrativos.
A resolução indica que a barriga de aluguel só seja utilizada em casos extremos e
preferencialmente, a hospedeira (a mulher que vai gerar a criança) seja parente em linha reta ou
colateral até o 2° grau (irmã) da mãe genética, sendo que qualquer outro caso deve ser autorizado pelo
Conselho Regional de Medicina.
3) A resolução determina a proibição do descarte de embriões e o anonimato em caso de doação
(material genético, embriões).
4) A resolução determina que o número máximo de embriões a serem transferidos por procedimentos
deve ser de quatro, contudo, não delimita o número de embriões a serem formados em cada processo
de reprodução. O médico pode fazer quantos embriões ele achar necessário, contanto que não coloque
em risco a saúde da mulher, por isso, o número seguro de embriões a serem transferidos para o corpo
da mulher é quatro. Os embriões restantes devem ser congelados . .Alguns médicos consideram que
quatro embriões ainda são muitos, que o melhor seria três.
5) No caso de gravidez múltipla, a resolução ve da a redução do número de embriões, porque a redução
de embrião pode ser comparada ao aborto.
Se o Brasil não permite o aborto, então, a redução também não deveria ser permitida. O que
causa discussão são as duas situações legais que permitem o aborto: o estupro e a questão da saúde
da mãe. Numa gestação de quádruplos, o médico poderia dizer que se não for realizada a redução, a
saúde da mãe corre risco de vida, mas qual dos embriões deve ser escolhido para ser feita a redução?
6) A resolução permite o d iagnóstico pré-implantacional (verificação do embrião antes de ser implantado
no corpo humano) apenas para o caso de verificação de doenças ou características relevantes para a
saúde humana. Contudo, proíbe o diagnóstico apenas para a verificação do sexo d o embrião. O que a
resolução veda, na verdade, é a verificação do sexo do embrião. Por exemplo, há casais que já tem
quatro filhos e desejam ter uma filha e, para isso, recorrem à RHA.
A importância de se fazer o diagnóstico pré -implantacional é minimiza r as possibilidades de
anomalias nos bebês, pois se for verificado que o embrião é portador de alguma anomalia, este não
será transferido para o corpo da mulher, Mas isto não seria eugenia?
Ex. Mãe hemofílica ± se o embrião transferido for do sexo masculi no, certamente será hemofílico,
visto que o gene da mãe será transferido para o filho. Já, se for do sexo feminino, ela terá o gene, mas
este não se desenvolverá. Uma parte das pessoas acredita que este diagnóstico seria uma espécie de
eugenia, porque se a gravidez fosse natural, o bebe nasceria com a doença de qualquer forma.

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 é uma espécie de verificação das características genéticas do
embrião, combinando técnicas de fertilização in vitro e biologia molecular, onde uma célula do embrião
é examinada para a detecção da presença ou não de uma desordem genética, antes da transferência
embrionária e da ocorrência da gestação.

c c c c A
Diagnóstico pré-implantacional Diagnóstico pré-natal
É realizado antes da implantação do embrião no É realizado quando a mãe já está em processo
corpo da mãe. gestacional
É um procedimento caro que é uma importante Sua importância é a possibilidade de se fazer o
alternativa para aqueles casais com risco elevado tratamento durante a gestação ou logo após o
de anomalias genéticas, mas que envolve muitas nascimento do bebê.
questões éticas. Se for verificado algum distúrbio no feto, o aborto
não é permitido.


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 é um tratamento feito pela genética. É o procedimento de engenharia genética
que envolve a modificação de células e genes com o intuito de corrigir falhas ou doenças causadas pela
má formação genética.
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7   /   : a grande utilização da terapia gênica é através das células -tronco, por
isso, a terapia gênica ainda tem caráter experimental. A idéia é de se consertar o embrião para que ele
nasça saudável. Contudo, surge a dúvida novamente: isto não seria eugenia?

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Clonagem é a técnica de engenharia genética, por meio da qual se reproduz, por síntese artificial,
um organismo inteiro ou parte dele, tendo como base um único substrato genético (único gene). Pode
ser total ou parcial.
A clonagem pode ser classificada e m terapêutica (para o tratamento da saúde) ou reprodutiva
(reprodução de um ser, cópia). Além disso, pode ser vegetal, animal ou humana.
No Brasil há lei expressa que proíbe a reprodução humana ‰ art. 6° da Lei 11105, mas não
proíbe a reprodução vegetal ou animal. A reprodução humana é também proíba pela Declaração
Universal do Genoma Humano e pela Declaração dos Dados Genéticos.
O fato de realizar pesquisas com as células -tronco já é considerada clonagem.

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   :0*;, Transgênico é sinônimo de
organismo geneticamente modificado. O organismo vegetal que é geneticamente modificado é
conhecido como transgênico.
No Brasil, os transgênicos são permitidos, desde que sejam observados os requisitos legais.

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No Brasil, o transgênico é regulado pela lei 11105 ± Lei de Biossegurança , que, basicamente
trata da segurança na clonagem dos vegetais. A segurança é a principal preocupação. O transgên ico é
seguro para o meio ambiente? É seguro para o consumo humano?
Quando nos referimos à segurança dos transgênicos para o meio ambiente, o assunto é de
direito ambiental (art. 225, CC). A questão levantada é: o transgenico liberado para o meio ambiente
pode trazer quais conseqüências?
Ex. Temos dois vizinhos. Um dos vizinhos, planta soja transgênica e o outro cultiva soja normal.
A certeza que se tem hoje é que existe a possibilidade da contaminação por fluxo gênico. Um pássaro
pousa na plantação de soj a transgênica e depois vai para a plantação normal. Com isso, há
contaminação da soja normal. Isso é considerado pol uição. Se a soja normal for vendida à Europa, por
exemplo, os europeus têm o costume de examinar os produtos e pode acontecer de pegarem par a
amostra justamente parte da soja contaminada. Isso trará conseqüências para o plantador de soja
normal, pois certamente, terá seu produto recusado.
O transgênico tem duas funções importantes:
! Modificar a planta para o cultivo. Utilizar menos agrotóx icos e pesticidas.
! Para que a planta fique mais nutritiva, é possível adicionar algum nutriente que a planta não
continha.
Em regiões assoladas pela fome, pode -se adicionar nutrientes.

c c c c È
A questão é quanto a possibilidade desses transgênicos, causarem ou não toxidade ou alergia.
O produto transgênico deve conter a informação na embalagem, com a finalidade de se evitar
algum possível dano à saúde. A informação de segurança do produto ao consumidor deve ser feita por
meio de rotulagem.
O órgão responsável pela fiscalização é a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança ±
CTNBIO. Esta realiza testes denominados:
! Estudo de Impacto Ambiental ± EIA
! Relatório de Impacto ao Meio Ambiente ± RIMA
Regra de rotulagem no Brasil  Todo produto que contenha mais de 1% do seu conteúdo final
de transgênico tem a rotulagem obrigatória. Se contiver menos de 1% não é obrigatório.
Essa decisão foi firmada através do decreto n° 4680/2003.
Hoje, o que está sendo levado ao Judiciário é que este decreto contraria o CDC, que afirma que
todo consumidor tem o direito de saber o que está consumido. Há discussão para que seja mudado
este decreto, para que a rotulagem seja obrigatória em todo produto transgênico, independente da
porcentagem que o produto contenha.
Nem todo país obriga a rotulagem dos produtos transgênicos. Os EUA e a Argentina não
impõem a rotulagem.

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Na nossa legislação não existe nenhum fundamento que diga que temos direito a uma morte
digna. O que há é o direito à vida digna.
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": não há.
A questão da morte digna é referente às pessoas portadoras de doenças em estágio terminal e,
se essas pessoas, têm ou não direito a escolha do tratamento.
×Art. 5°, III da CF: a lei diz que a pessoa não é obrigada a se submeter a tratamentos desumanos.

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 Eutanásia  eu = boa tanasia= morte, literalmente, significa boa morte.
São poucos os países que permitem a eutanásia.
Eutanásia seria a morte com compaixão. Busca antecipar a morte de um doente terminal que
não tenha mais condições de cura, a pedido do próprio doente ou de seus famíliares.
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Na nossa legislação, não há previsão legal acerca da prática da eutanásia, se é crime ou não.
Por outro lado, uma boa parte da doutrina brasileira acredita que, apesar de não termos a eutanásia
como crime, é uma forma de homicídio. É possível considerá-la como homicídio privilegiado por
caracterizar o motivo de relevante valor moral. O con sentimento da vítima em nada altera a tipificação
do crime, posto ser a vida um bem indisponível.
O Código Penal (CP) dispõe sobre o homicídio privilegiado em seu art. 121, § 1.º, e a eutanásia
tem sido tipificada pela doutrina e jurisprudência majoritári as na hipótese do relevante valor moral.
A eutanásia é dividida pela doutrina em:
‡ Eutanásia ativa: é a indução da morte pela administração de medicamentos ou substâncias capazes
de por fim à vida de uma pessoa, ou seja, a morte é um resultado direto do ato praticado.  

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‡ Eutanásia passiva ou ortotanásia : é a suspensão ou omissão de tratamento ou meios que prolonguem
a vida do doente. Neste caso, busca -se a morte em seu tempo natural.  

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Legalmente, no Brasil, não é permitido que se desligue os aparelhos que mantém uma pessoa
viva. O ato de desligar os aparelhos pode ser considerado uma forma de homicídio. Por isso, existe a
Resolução do CFM n° 1805/2006, que permitia ao médico realizar a ortotanásia, desde que o paciente
ou os seus familiares permitissem tal procedimento. Esta Resolução está suspensa, por considerarem
que esta resolução ultrapassou os limites. Os médicos que praticarem ortotanásia poderão sofrer
sanção penal
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 : o próprio paciente coloca fim à sua vida. É o ato praticado pelo próprio paciente
para abreviar a sua morte, com a orientação de uma terceira pessoa que o instrui sobre o que ele deve
fazer para morrer. Este tipo de ato não é permitido no Brasil, visto q ue o terceiro está instigando o
doente ao suicídio. Pode ser considerado crime, enquadrando -se no art. 122 do CP.
Distanásia é uma figura que complementa a eutanásia. O comum é a prática da distanásia com
o intuito de salvar a vida da pessoa. É a conserv ação da vida de um doente incurável e irreversível,
causando a denominada morte lenta. Neste caso, não se busca a qualidade de vida, mas sim a
quantidade. Pode ser encarada como tratamento inútil.
O problema em relação à distanásia é que se o médico reali zar o procedimento, depois ele não
poderá desfazer esse procedimento.
No Brasil não temos previsão legal para a distanásia. Em razão da distanásia, há uma questão
muito importante: a Lei Mário Covas.

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É uma lei bastante complexa e pe culiar. Diz que o paciente pode se recusar a receber um
determinado tipo de tratamento, desde que receba a informação adequada.

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A questão importante é referente à recusa do tratamento. A Lei Mário Covas pronuncia que o
paciente pode se recusar a fazer tratamentos dolorosos ou extraordin ários para prolongar a sua vida.
Ora, isto não é distanásia? Esta lei estaria permitindo a distanásia.
Outro ponto desta lei que causa discussão é que o paciente pode optar pelo lo cal da morte. Ex.
O doente está em estágio terminal, não há mais nada a fazer e ele deseja morrer em sua casa, ao lado
dos seus familiares. Seria uma opção do próprio paciente, parar o tratamento e morrer em casa.
O que causa muita discussão em relação à essa lei é que ela permitiria a morte. Mas a lei faz
questão de salientar que o que é permitido é a recusa ou não das formas de tratamento. A pessoa
estaria somente opinando sobre o tratamento.


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Para o biodireito, em relação ao transesualismo, o que interessa é como o direito trata esta
situação.
A Sociedade e o Direito reconhecem, tão somente, a existência de dois sexos: ³feminino´ e
³masculino´. Com isso, o indivíduo sempre será identificado como pertencente a um desses sexos,
inclusive, para o exercício de seus dire itos (Direito de Família, Direito Previde nciário, etc.).
Hermafrodita refere-se ao ser que possui órgãos reprodutores dos dois sexos. Pode resultar de
uma atrofia ou distúrbios de órgãos os quais levam a erro. Nos seres humanos é considerado como
anomalia, não se tem nenhuma notícia de pessoas que tenham os dois sexos corretamente formados.
O que há é que aparentemente a pessoa tem um sexo e com a formação, constata -se que é de outro
sexo.
De um modo geral, os autores concordam que, na espécie humana não é possível o
hermafroditismo completo e funcional, ou seja, um indivíduo que, ao mesmo tempo, possua capacidade
reprodutora, como macho e como fêmea. O que concordam ser possível é um indivíduo aparentemente
de ambos os sexos, mas que não possuiria cap acidade reprodutora de nenhum sexo, ou apresentaria
capacidade reprodutora de apenas um dos sexos.
Diferente do hermafrodita, o transexual nasceu homem ou mulher, tem os órgãos formados. É
muito discutido hoje, se estas situações são causadas por desvios psicológicos ou desvios genéticos.
Já foi constatado que essas pessoas têm desvios genéticos.
Transexuais são aqueles que nascem morfologicamente de um sexo, mas sentem repulsa por
aquele sexo. É diferente do homossexualismo. Normalmente, os transexuais n ão conseguem conviver
com o próprio corpo.
A questão é ± Será que estas pessoas podem fazer a cirurgia para alteração de sexo? Essa
cirurgia é considerada mutiladora ou reparadora?

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Uma parte das pessoas é contrária à cirurgia, porque não há lei que diga que a alteração é
permitida e fundamentam sua posição afirmando que a cirurgia é mutiladora.
Outra parte das pessoas, de uns 10 anos para cá, afirmam que se a alteração não está prevista
em lei, permitida está. Essa corrente mais moderna alega que a cirurgia é reparadora para que a
pessoa possa conviver com o seu corpo.
A corrente dominante é a que considera a cirurgia reparadora. Apesar da alteração não estar
prevista em lei, a jurisprudência te m fundamentado que é direito à saúde do ser humano - saúde física e
psicológica. Além desse fundamento, há uma resolução - CFM n° 1652/02 que estabelece alguns
requisitos para que o médico realize a cirurgia:
c c c c G
1) Desejo compulsivo e expresso do paciente em rea lizar a cirurgia, ou seja, mudar de sexo.
2) Permanência do distúrbio psicológico, analisado e confirmado pelo psiquiatra que acompanhou o
paciente por no mínimo 2 anos.
3) Deve ser pessoa maior e capaz. Não pode ter outras incapacidades mentais.
4) Avaliação de equipe médica multidisciplinar e cirurgia realizada por equipe autorizada e hospital
credenciado. Não é qualquer médico que pode realizar a cirurgia. Hoje já se faz esta cirurgia no
SUS.
5) Necessidade de termo de consentimento informado. A pessoa tem que ter conhecimento de tudo
que acontecerá na cirurgia.

Tecnicamente, para se fazer a cirurgia não é necessária autorização judicial, basta os requisitos
estarem presentes.
O problema é: depois que a cirurgia for realizada, como fica? Na maioria das decisões judiciais,
se a cirurgia foi realizada, o ideal é que se faça a alteração do registro do nome e sexo da pessoa.
É importante saber que há divergência no judiciário. Existem decisões que permitem a mudança
do nome, mas não do sexo no registro. Estes casos acabam criando um desconforto para a privacidade
da pessoa.
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 : no Brasil, tem que ser feita por meio judicial e a
possibilidade é a corrente dominante atualmente, fundamentando -se no princípio da dignidade da
pessoa humana, nos direitos da personalidade e no art. 58 da Lei de Registros Públicos (lei 6015/73)
que diz que é possível alterar o nome de alguém que é conhecido socialmente por aquele nome.
A partir do momento que é realizada a alteração do nome e do sexo da pessoa é que surgem os
problemas.
- Se a pessoas que fez a mudança de sexo se casar com alguém que não tinha conhecimento do fato e
descobriu posteriormente, o casamento é anulável.
- Se for o caso de um casal e após certo tempo, um dos dois cônjug es resolve fazer a mudança de sexo
e não se separam judicialmente. Neste caso, teremos um casamento com duas pessoas do mesmo
sexo, como fica?
- E se for a caso de um casal que tem filhos que são frutos desse casamento e que decorrido certo
tempo, um dos cônjuges faz a mudança de sexo. Como fica o registro de nascimento dos filhos, tendo
em vista que um dos pais mudou de nome e de sexo? 






























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