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Ilya Prigogine

Jorge Barbosa

Ilya Prigogine
Para Motivação do Conhecimento de
Prigogine

18 de Agosto de 2010
2 Ilya Prigogine

ILYA PRIGOGINE  

Ilya Prigogine (1917-2003), nascido na Rússia, de nacionalidade belga, ensinou na Universidade Livre de
Bruxelas e na Universidade do Texas em Austin. Recebeu o prémio Nobel da Química em 1977. No plano
filosófico, publicou em 1979, em colaboração com Isabelle Stengers, La Nouvelle Alliance: métamorphose de
la science. O livro La Fin des certitudes: temps, chaos et les lois de la nature foi publicado em 1996.

As suas investigações científicas em termodinâmica levam-no a valorizar os fenómenos de não-equilíbrio e os


estados de ruptura. Elabora uma teoria – das estruturas dissipativas – que explica as formações de ordem a
partir da desordem e da ruptura com outras ordens. A mecânica clássica de Isaac Newton e de Pierre-Simon
Laplace, modelo grandioso da ciência dita moderna, e as próprias teorias de Einstein, baseiam-se na noção
quase teológica de lei da natureza e na ideia de um determinismo sem falhas. Mas a ciência contemporânea
descobre a cada vez maior importância do aleatório e do espontâneo, a todos os níveis da natureza. ia
irreversibilidade do tempo, que Prigogine chama “a flecha do tempo” não pode ser só da ordem do tempo
vivido ou do senso comum, mas deve tornar-se numa categoria científica fundamental. As investigações em
astrofísica, em microfísica, em química, ou mesmo em biologia, concedem um lugar de importância
crescente aos fenómenos de desequilíbrio, de flutuações e às relações probabilísticas. Os cálculos previsionais
e “retrodictivos” encontram os seus limites e o sonho de um mundo integralmente regulado deve ser
abandonado. Está aberta a via da racionalidade da incerteza. A humanidade já não pode compreender-se
a si mesma como se fosse uma ilha de criatividade e de liberdade no seio de uma natureza regulada desde o
início para a eternidade.

Ao dualismo dominante na filosofia ocidental pode agora opor-se um novo monismo apoiado na ciência. A
“Antiga Aliança”, a partir de agora “rompida” no desencantamento, como proclamava Jacques Monod1, é
substituída pela possibilidade de uma “nova aliança”. “Flecha do tempo”, emergências da novidade e
invenção tornam-se propriedades universais de toda a existência. O novo dado científico pode emparelhar
com a arte, as letras, a filosofia e toda a cultura humanista da liberdade.

Problemas

1 Jacques Monod (1910-1976) Bioquímico francês, prémio Nobel da medicina em 1965, autor do livro Le Hasard et la Nécessité (1970), no
qual afirma que a antiga aliança entre ciência e filosofia está, a partir de agora, desfeita.
3 Ilya Prigogine

Não opor tempo do homem e tempo da natureza

A criatividade humana é um caso particular da criatividade da natureza. Neste sentido, a realidade universal
do tempo reside na novidade e na inovação.

Herança da ciência clássica

A grande ciência clássica de Galileu, Descartes, Isaac Newton, incluindo a do próprio Einstein, privilegia s
noções de equilíbrio, de estabilidade, de permanência e de repetição. Constrói um dualismo filosófico pouco
aceitável entre a matéria e o espírito, entre o determinismo e a liberdade, natureza e homem. Tempo do
homem e tempo da natureza são, deste modo, radicalmente opostos. Quando alguns filósosfos recusam este
dualismo e se referem a um tempo existencial, recusam também o pensamento científico. Prigogine combate
precisamente esta herança.

Determinismo e contingência

O determinismo estritamente “necessarista” de Espinosa e de Laplace já não é defensável. No entanto, o


universo também não pode obedecer a processos puramente aleatórios. Resta-nos, então, um cam,inho
estreito entre determinismo e contingência.

Ciência e Humanismo

O conflito entre ciências humanas e ciências duras, debate antigo entre partidários da mudança e partidários
da permanência, é um reflexo do dualismo filosófico. É preciso alcançar um novo monismo, no qual ciência e
filosofia se reconciliariam.

Obras importantes

– La Nouvelle Alliance : métamorphose de la science, Gallimard, coll. « Bibliothèque des sciences humaines »,
1979 (co-autor: Isabelle Stengers).

– De l’être au devenir : l’intégrale des entretiens d’Edmond Blattchen, Alice, coll. «Noms de dieux, l’intégrale
des entretiens d’Edmond Blattchen », 1980.

– La Fin des certitudes : temps, chaos et les lois de la nature, Odile Jacob, 1996.

– Entre le temps et l’éternité, Fayard, 1988 (co-autor: Isabelle Stengers).

– L’Homme devant l’incertain, Odile Jacob, coll. « Sciences », 2001 (obra coordenada por Ilya Prigogine).
4 Ilya Prigogine

A consultar na Internet

– http://mediatheque.ircam.fr/articles/textes/gerzso95a/ : uma entrevista com Ilya Priogogine sobre o tempo.

– http://nobelprize.org/nobel_prizes/chemistry/laureates/1977/prigogineautobio.html : apresentação de
Prigogine no sítio do Nobel.

-
http://perso.orange.fr/temhis.spaths/SurrealismeEtScience/01_FinDesCertitudes/01_WebPages/LaFinDesCertitu
des.htm : extractos de La Fin des certitudes de Prigogine.

PHILOSOPHIE

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