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Compras de Energia para Distribuição

O novo Modelo do setor elétrico define que a comercialização de energia elétrica é


realizada em dois ambientes de mercado, o Ambiente de Contratação Regulada - ACR e o
Ambiente de Contratação Livre - ACL.

A contratação no ACR é formalizada através de contratos bilaterais regulados,


denominados Contratos de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Regulado
(CCEAR), celebrados entre Agentes Vendedores (comercializadores, geradores, produtores
independentes ou autoprodutores) e Compradores (distribuidores) que participam dos
leilões de compra e venda de energia elétrica.

Já no ACL há a livre negociação entre os Agentes Geradores, Comercializadores,


Consumidores Livres, Importadores e Exportadores de energia, sendo que os acordos de
compra e venda de energia são pactuados por meio de contratos bilaterais.

Para garantir o atendimento aos seus mercados, os Agentes de Distribuição podem adquirir
energia das seguintes formas, de acordo com o art. 13 do Decreto nº 5.163/2004:

• Leilões de compra de energia elétrica proveniente de empreendimentos de geração


existentes e de novos empreendimentos de geração.
• Geração distribuída, desde que a contratação seja precedida de chamada pública
realizada pelo próprio Agente de Distribuição e com montante limitado a 10% do
mercado do distribuidor.
• Usinas que produzem energia elétrica a partir de fontes eólicas, pequenas centrais
hidrelétricas e biomassa, contratadas na primeira etapa do Programa de Incentivo às
Fontes Alternativas de Energia Elétrica - PROINFA.
• Itaipu Binacional.

Além disso, conforme descrito no mesmo artigo do Decreto nº 5.163/2004, os contratos


firmados pelos Agentes de Distribuição até 16/03/2004 também são considerados como
energia contratada para atendimento à totalidade de seus respectivos mercados.
Contratos de Leilão

A tabela a seguir apresenta as quantidades de energia contratada, a tarifa média e os prazos


referentes aos contratos resultantes desses leilões :

Energia
Tarifa Média Contratada Prazo do Contrato
( R$/ MWh) (MW – média
anual)
57,51 584 1 de janeiro de 2005 a 31 de dezembro de 2012
67,33 406 1 de janeiro de 2006 a 31 de dezembro de 2013
75,46 183 1 de janeiro de 2007 – 31 de dezembro de 2014
83,13 93 1 de janeiro de 2008 – 31 de dezembro de 2015
94,91 15 1 de janeiro de 2009 – 31 de dezembro de 2016
1 de janeiro de 2008 – (vigência 30 anos para energia
127,15 32
hidráulica e 15 anos para energia térmica)
1 de janeiro de 2009 – (vigência 30 anos para energia
127,81 54
hidráulica e 15 anos para energia térmica)
1 de janeiro de 2010 – (vigência 30 anos para energia
117,25 150
hidráulica e 15 anos para energia térmica)

Contratos Iniciais
Até o final de 2005, nossas distribuidoras (CEMAT, CELPA, CELTINS e
REDESUL/SUDESTE) compravam energia elétrica nos termos dos Contratos Iniciais
celebrados com a Eletronorte, Duke Energy, AES Tietê S.A., Companhia Energética de
Minas Gerais - Cemig, Furnas, Companhia Paranaense de Energia - Copel, Rosal Energia
S.A., hoje não mais existentes, segundo os quais quantidades mensais de demanda (com
exceção de Rosal, com a qual foram contratadas apenas quantidades de energia),
quantidades anuais de energia e as respectivas tarifas eram estabelecidas pela ANEEL.
Durante os exercícios encerrados em 31 de dezembro de 2005, 31 de dezembro de 2004, e
31 de dezembro de 2003, compramos o volume total de 2.788 GWh, 6.969 GWh e 8.007
GWh, respectivamente, sob Contratos de Iniciais.

Contratos Bilaterais Eletronorte


Também contratamos a compra de energia elétrica por meio de contratos bilaterais de
fornecimento inter-regionais. CELPA e CELTINS celebraram contratos bilaterais com a
Eletronorte em 2003, que vencem em 2008.

Durante o exercício encerrado em 31 de dezembro de 2006, CELPA e CELTINS compraram


da Eletronorte 622 GWh a uma tarifa média de R$ 71,70 por MWh estes que representaram
7,4% do total de energia comprada pela CELPA e representaram 12,4% do total de energia
comprada da CELTINS.
O montante de energia comprada das Usinas Hidroelétricas de Lajeado e Guaporé foi de
2.300,8 GWh no ano de 2005 e 2.473,3 GWh no ano de 2006, correspondente a 15,1% e
16,1% da energia total adquirida no anos de 2005 e 2006, respectivamente. A energia
assegurada de Lajeado é de 4.613,016 GWh anual (526,6 MW médio) e a de Guaporé é de
527,35 GWh anual (60,2 MW médio). A parcela da energia de nossa titularidade na UHE
Lajeado é fornecida para a Caiuá Distribuidora, EDEVP, CNEE, EEB, CELTINS, CEMAT
e REDECOM e a UHE Guaporé fornece energia apenas para a CEMAT.

Energia de Itaipu
As distribuidoras CELTINS e CEMAT, são cotistas de Itaipu.A tarifa é com
base no Dólar, de forma a custear, juntamente com outras distribuidoras
do sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, as despesas operacionais de
Itaipu e os pagamentos de principal e juros sobre os empréstimos em
Dólares tomados por Itaipu, bem como o custo de transmissão dessa
energia ao Sistema Interligado. Dessa forma, as flutuações da taxa de
câmbio do Dólar para o Real afetam o custo, em termos reais, da
energia elétrica que as distribuidoras são obrigadas a comprar de Itaipu.
Alterações no preço da energia gerada por Itaipu estão, entretanto,
sujeitas ao mecanismo de ressarcimento dos custos da Parcela A,
conforme discutido na Seção "O Setor de Energia Elétrica no Brasil”. Em
2003, 2004, 2005 e 2006, nossas distribuidoras tiveram uma despesa
com Furnas/Eletrobrás de R$ 52,9 milhões, R$ 51,2 milhões, R$ 47,6
milhões e R$ 46,8 milhões, respectivamente, pelo suprimento de
energia elétrica de Itaipu.

A tabela a seguir apresenta as nossas fontes de suprimento de energia no


período de três meses encerrado em 31 de março de 2006 e nos
exercícios encerrados em 31 de dezembro de 2005, 2004 e 2003, em
MWh:

Energia Comprada Exercícios encerrados em


(MWh) 31 de Dezembro de
2006 2005 2004 2003
Contratos Iniciais - 2.788.353 6.969.579 8.007.520
Contratos Bilaterais 5.094.417 5.307.120 4.852.440 3.806.456
Proinfa (1) 58.036 - - -
Leilão Eletronorte 621.960 621.960 876.768 665.760
Itaipu 580.051 581.926 573.096 573.283
CCEAR 1º Lote 5.089.144 4.686.590 - -
CCEAR 2º Lote 3.300.734 - - -
CCEAR Ajuste 59.616
Geração Desverticalizada 533.935 84.416 - -
Total Energia Comprada 15.337.893 14.070.364 13.271.882 13.053.019

(1) Vide Seção “O Setor de Energia Elétrica no Brasil – Proinfa”, quadro 09.02 –
Características do Setor Elétrico.

Tarifas de Distribuição

Os mecanismos tarifários

As nossas distribuidoras operam com tarifas reguladas e seus resultados dependem de atos
regulatórios. Seus respectivos contratos de concessão definem reajustes anuais, revisões
tarifárias periódicas e a possibilidade de revisões tarifárias extraordinárias.

Tarifas Aplicáveis

A tabela a seguir apresenta a tarifa média das classes de clientes para os períodos indicados,
sem levar em conta o Reajuste Extraordinário de Tarifas, o ECE (Encargo de Capacidade
Emergencial) e o ICMS.

Período de Três
Meses
Encerrado em Exercício Encerrado em
31 de março de 31 de dezembro de
2007 2006 2006 2005 2004
(em reais/MWh)
Residenciais 393,03 392,50 389,75 379,56 356,64
Industriais 235,79 295,33 262,96 294,03 248,25
Comerciais 412,66 423,71 420,78 415,08 386,92
Outros 271,24 290,41 273,40 269,41 247,37
Média Total 343,05 361,25 340,03 344,69 303,35
Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição – TUSD
Um consumidor que opte pelo mercado livre e utilize o sistema de distribuição deve pagar a
tarifa de Uso do Sistema de Distribuição - TUSD ao distribuidor local. O Decreto nº 5.597,
de 26 de novembro de 2005, contudo, autorizou os consumidores livres a se conectarem à
rede básica por meio de rede própria. Como resultado, caso um consumidor livre se conecte
diretamente à rede básica, sem utilizar o sistema de distribuição da concessionária, o
pagamento da TUSD não será mais devido. Dessa forma, pode haver redução das margens
de lucro das distribuidoras de energia, decorrente do não pagamento de TUSD por parte dos
consumidores livres conectados diretamente à rede básica, até a próxima revisão tarifária
periódica.

A tabela abaixo apresenta a receita bruta consolidada resultante do uso da rede de nossas
distribuidoras por consumidores livres e outras concessionárias (energia em trânsito por
nossa rede), nos exercícios indicados:

2.006 2.005 2.004 2.003


CELPA 13.419 - - -
CEMAT 44.077 27.644 12.413 2.671
CELTINS 2.820 375 - -
REDESUL/SUDESTE 16.274 12.160 1.743 1.510
TOTAL 76.591 40.179 14.156 4.181

Total Arrecadado pelas Receitas de TUSD: Geração (Descerticalizadas e Curuá-


Uma), Autoprodutores, Suprimento e Clientes Livres.
Desconheço os valores passados, nenhum valor confere com o Relatório Comercial.A
Celpa não deveria ter arrecadado receita de TUSD de Clientes Livres em 2005?

Procedimentos de Faturamento

Nossos clientes são faturados segundo um dos seguintes sistemas tarifários: (1) o sistema
convencional de tarifas, que é aplicado a clientes das Classes A e B; ou (2) o sistema de
tarifas sazonal-horário, que só é aplicado a clientes da Classe A. No sistema convencional,
aos clientes da Classe B é aplicada uma única tarifa para o consumo de energia, e para os
clientes da Classe A, aplicam-se tarifas únicas para consumo de energia e demanda de
potência, independente de quaisquer variações sazonais ou de horário. O sistema de tarifas
sazonal-horário, por sua vez, considera tanto as variações sazonais, que são as estações de
seca (maio a outubro) e de chuvas (novembro a abril), quanto de horário do dia, estes,
chamados de horários de ponta e fora de ponta de carga do sistema elétrico, e estabelece
tarifas diferentes para as várias combinações. As tarifas são mais elevadas durante a estação
de seca, quando o suprimento de energia hidrelétrica tende a ser menor. As tarifas mais
altas também são aplicadas durante as horas de pico de demanda.

As leituras dos medidores e o faturamento são efetuados mensalmente para todos os


clientes, com exceção dos clientes rurais, cujos medidores são lidos a intervalos que variam
de um a três meses (porém, se a leitura não for efetuada, esses clientes são faturados
mensalmente, com base no consumo médio recente). As faturas são emitidas a partir das
leituras dos medidores ou com base na estimativa de consumo de energia, conforme
calendário de leituras e faturamento definidos, com vencimento para cinco dias úteis após
apresentação aos clientes.
Para os clientes da Classe B, em caso de não pagamento, o sistema de faturamento
identifica a inadimplência, e emite uma notificação sobre a falta de pagamento incluída na
fatura do mês subseqüente, com indicação da previsão da data de possível suspensão do
fornecimento de energia permanecendo o não pagamento, em prazo não inferior a quinze
dias. O tratamento para os clientes da Classe A é diferente, em função principalmente dos
maiores valores das faturas, sendo enviada notificação aos inadimplentes, quatro dias úteis
após a data de vencimento, ficando sujeitos à suspensão do fornecimento de energia após
quinze dias dessa notificação, exceto forem prestadores de serviços públicos essenciais,
como no caso de hospitais.

Políticas Sobre Pagamentos em Atraso e de Controle de Crédito

Consideramos o gerenciamento e o controle dos pagamentos em atraso pelos clientes como


uma prioridade, e estabelecemos metas para reduzir o nível de inadimplência e aumentar os
valores recebidos.
Antes de exercermos nosso direito de suspender o fornecimento de energia elétrica aos
clientes inadimplentes, procuramos receber o valor vencido informando ao cliente em
questão, na fatura do período subseqüente ao pagamento vencido, que a fatura anterior está
em atraso. O cliente terá, então, 15 dias para pagar a dívida. Se a dívida não for paga, como
recurso final, suspendemos o fornecimento de energia elétrica, respeitando o prazo
estabelecido a partir da segunda fatura.

Além da suspensão, utilizamos os seguintes métodos para cobrar os pagamentos em atraso:

• empresas de cobrança – clientes com o fornecimento suspenso e dívidas


vencidas há 90 dias ou mais são contatados por empresas de cobrança para
obtenção do pagamento; e

• pagamentos parcelados – em certos casos, os clientes podem negociar a


amortização de suas dívidas em parcelas, geralmente pagando um valor
inicial de 30,0% a 40,0% do total da dívida. Sobre estas contas, incidem
juros e multas. Neste caso, o cliente não pode atrasar nenhuma parcela.

No início do segundo semestre do ano de 2005, montamos um grupo de profissionais com o


propósito de avaliar a qualidade e a possibilidade de recuperação dos créditos em atraso
referente ao fornecimento de energia para os diversos segmentos de clientes. Este trabalho
está em fase de conclusão. Todavia, com base em resultados preliminares, avaliamos que o
atual nível da provisão para créditos de liquidação duvidosa é conservador, e entendemos
que não haverá alterações significativos nas demonstrações contábeis com relação a esse
item quando da conclusão dos trabalhos.
EVENTOS SUBSEQUENTES

a. A Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, através da Resolução


Homologatória nº. 444, de 3 de abril de 2007, fixou reajuste tarifário médio anual na
controlada Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. – CEMAT de 8,84%, sendo destes
2,75% relativos ao reajuste tarifário anual e 6,09% relativos aos componentes financeiros
adicionais.

b. Em cumprimento ao disposto na Instrução CVM nº. 358, de 3 de janeiro de


2002, no dia 28 de março de 2007 a Companhia publicou “Fato Relevante” informando
ao público a precificação de sua emissão de bônus perpétuos no valor de US$
400.000.000,00 (quatrocentos milhões de dólares norte-americanos) para colocação no
mercado internacional junto a investidores institucionais estrangeiros qualificados, em
conformidade com isenções estabelecidas de acordo com o Securities Act of 1933,
conforme alterado, dos Estado Unidos da América, sem a necessidade, portanto, da
solicitação e obtenção de qualquer registro de distribuição no exterior, inclusive perante
a Securities Exchange Commission dos Estados Unidos da América (SEC) (os
“bônus”). Os Bônus serão emitidos a uma taxa de 11,125% ao ano, pagos
trimestralmente, não possuem data de vencimento e poderão, por opção da Companhia,
ser resgatados a partir de 02 de abril de 2012, em qualquer data de pagamento de juros.

Em abril/2007 os US$ 400.000 foram liberados totalizando R$ 814.033 conforme segue:

Data US$ R$

04/abr 800 1.625


05/abr 321.735 654.862
09/abr 77.465 157.546

Total 400.000 814.033

c. Em 24 de Abril de 2007, a controlada Companhia de Energia Elétrica do


Estado do Tocantins – Celtins, assinou contrato com o Banco Inter-Americano de
Desenvolvimento – BID no valor de US$ 80 milhões com as seguintes características:

- 1º. Desembolso previsto para a 2ª. Quinzena de maio/2007: US$ 55 milhões


(os demais US$ 25 milhões dependerão do cumprimento de uma série de exigências),
subdividido em Parte A (A Loan) US$ 60 milhões (recursos diretamente do BID); e
Parte B (B Loan) US$ 20 milhões (recursos de um consórcio de bancos).

- Amortização: Parte A: 3 anos de carência + 6 anos de amortização, e Parte


B: 3 anos de carência + 3 anos de amortização

- Custo : Parte A: Libor + 3,875% a.a. e Parte B: Libor + 3,500% a.a.

d. A ANEEL, através de Resoluções Homologatórias de 08 de maio de 2007


publicadas no Diário Oficial da União em 10 de maio de 2007, fixou reajuste tarifário
para as controladas Caiuá Distribuição de Energia S.A., Empresa Elétrica Bragantina
S.A., Empresa de Distribuição de Energia Vale Paranapanema S.A., e Companhia
Nacional de Energia Elétrica conforme segue:
% de reajuste
Componentes
Resoluç ão Reajuste Financeiros Reajuste Parcela A Parcela B
Empresa nº . Tarif a A nual A dicionais Médio

Caiuá Distribuidora de Enegia S.A . 460 0,36% -0,87% -0,51% -2,76% 2,25%

Empresa Elétrica Bragantina S.A . 461 0,07% 3,10% 3,17% 0,44% 2,73%

Empresa de Dis tr. de Energia


V ale Paranapanema S.A 462 1,74% 1,66% 3,40% 0,52% 2,89%

Cia Nacional de Enegia Elétrica 463 0,63% -0,14% 0,49% -1,94% 2,43%

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