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Explique.
Tendo isto em vista, observamos duas diferenas bsicas que nos impedem
de confundir tais conceitos; a primeira delas est ligada ao objeto, a segunda,
linguagem. No que tange o objeto, vemos que o Direito Positivo enfoca-se na
adequao da norma escrita s demandas comunitrias e ao comportamento
social ao passo que a Cincia do Direito se debrua sobre o Direito Positivo em
si, de modo a compreend-lo, suprir suas eventuais lacunas e corrigir
quaisquer ambiguidades que possam existir.
Podemos definir norma jurdica como uma regra imposta por determinado
ordenamento jurdico e que deve ser seguida por todos aqueles que a este
ordenamento esto subordinados dada a sua importncia para o bom
funcionamento social. Embora por vezes os termos norma jurdica e lei
sejam empregados como se sinnimos fossem, h quem d ao primeiro uma
conotao mais ampla, abrangendo desta forma as leis, os costumes e at a
jurisprudncia da comunidade na qual se aplica.
Dado seu carter imperativo, a norma jurdica tem como elemento inerente
a coercibilidade, ou seja, a possibilidade de utilizar-se da coao para fazer
com que seu cumprimento seja efetivo. Foi nesta esteira que o jurista alemo
Hans Kelsen desenvolveu sua obra Teoria Geral das Normas, afirmando que
a existncia de uma penalidade para aqueles que no cumprissem
determinada ordem positivada no ordenamento jurdico seria a propulso para
que esta fosse cumprida. Ainda de acordo com Kelsen, haveramos de falar em
duas normas, a saber: norma primria e norma secundria. Ao passo que a
norma secundria seria a norma em si, ou seja, aquela norma que determina
o dever ser do indivduo, a norma primria trataria sobre a punio por ele
sofrida no caso de desobedincia.
De encontro ao pensamento kelseniano est o do italiano Norberto Bobbio,
que propunha alm da possibilidade de existir norma sem sano a existncia
de normas cuja finalidade seria bonificar aqueles que a elas seguissem.
Destarte, ao tratar da funo promocional do ordenamento jurdico, Bobbio
propunha que haveria uma maneira no-imperativa de se conseguir o
cumprimento da conduta; o Estado no precisaria coagir o indivduo a no agir
de determinada forma, ele poderia bonificar aqueles que o se portassem de
acordo com o que desejvel para a ordem social.