Você está na página 1de 1

VII.

O MUNDO EM DESENVOLVIMENTO SE
TORNA ESTRATGICO PARA A CHINA: O
CASO DA FRICA
Evitando confrontar os EUA na sia central, Pequim buscou reas no cobertas
pelo lenol curto da capacidade militar norte-americana. Estreitou a
cooperao poltico-econmica com os vizinhos asiticos e intensificou o
comrcio com a Amrica Latina e seus regimes esquerdistas, mas sem
confrontar Washington nessa regio que sua rea de influncia. Ao mesmo
tempo, a China aproximou-se do continente africano, tanto por motivos
econmicos (mercados e matrias-primas) quanto diplomticas (combater a
presena remanescente de Taiwan).
Em novembro de 2006 foi realizada, em Pequim, a terceira Cpula China- frica,
com a presena de mais de 40 lderes africanos, ocorrendo o lanamento de
uma espcie de Plano Marshall chins para o continente, por meio de
investimentos em infraestrutura e ajuda ao desenvolvimento. O desenvolvimento
econmico chins e o fim da Guerra Fria foram determinantes para as relaes
entre a China e a frica. At ento, a poltica externa chinesa para o continente
negro baseava-se na antiga disputa ideolgica, primeiramente com os Estados
Unidos e as potncias coloniais europeias, e, depois, com a Unio Sovitica.
Assim, a China buscava parcerias que convergissem com sua posio
conjuntural, bem como uma diplomacia de prestgio. Quando o pas se
distanciava da URSS, aliava-se com aqueles que fossem contra a infiltrao do
bloco sovitica no continente, como em uma tentativa de polarizar o sistema
internacional de uma forma mais intensa. Assim, durante a dcada de 1980,
houve um decrscimo nas relaes sino-africanas, pois muitos acreditavam que
a China no precisa da frica como das potncias ocidentais para edificar seu
prprio fortalecimento econmico.
Quando o bloco sovitico comeava a esfacelar- se, ocorreu um episdio
bastante importante para os acontecimentos posteriores envolvendo esses
atores. Os eventos da Praa da Paz Celestial geraram forte reao da
comunidade internacional. A reao por parte de governantes africanos, todavia,
foi diferente. No faltaram lderes que defendessem a atitude do governo chins.
Dessa forma, a China passou a encarar a frica de outra forma, visualizando
uma possvel aliana poltica que lhe serviria de sustentao, principalmente na
ONU. Paralelamente, a China aproveitava a ocasio para minar a presena de
Taiwan no continente. Percebeu-se, igualmente, que haveria vantagens
econmicas possveis com os africanos, e a poltica externa voltou-se mais em
direo ao continente.

Você também pode gostar