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BLOG DE JAMILDO

http://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/2009/03/02/shows_do_calot
e_eram_em_homenagem_a_lia_de_itamaraca_41917.php

IMAGINA SE NÃO FOSSE


Shows do calote eram em homenagem a Lia de Itamaracá
POSTADO ÀS 14:24 EM 02 DE MARÇO DE 2009
A cirandeira Lia de Itamaracá ficou no prejuízo ao apresentar-se nos eventos em
que recebeu homenagens tanto da Prefeitura do Recife, quanto da Fundarpe. A
denúncia é da produção de Lia, que até agora ainda não viu a cor do dinheiro para
pagar os músicos extras vindos de Natal, os custos de uma exposição fotográfica,
alimentação e transporte na ocasião das apresentações que aconteceram em
novembro e dezembro do ano passado.

O produtor e empresário Beto Hees denuncia que existe um "descaso com a


cultura popular" e por isso o atraso de mais de quatro meses no pagamento do
cachê da cirandeira. "Nós temos que nos humilhar, nos expor, correr atrás e
cobrar uma coisa que é nossa de direito, o recebimento do salário por um trabalho
executado. Não é só o caso de Lia, mas de muitos outros artistas da cultura
popular em nosso Estado", reclama.

De acordo com Hees, a PCR deve R$ 27 mil por três shows - o cachê acertado foi
de R$ 9 mil pela apresentações natalinas realizadas no Marco Zero, Pátio de São
Pedro e Sítio da Trindade. A dívida da Fundarpe é menor, R$ 11 mil por três
apresentações e custos de exposição fotográfica. "Sabemos que muitos artistas
do sul já receberam pelos shows do Carnaval, enquanto ainda aguardamos
pagamento de novembro. Você vai na Fundarpe e Prefeitura cobrar, eles dizem
que amanhã resolvem e até agora nada".

As apresentações mencionadas pelo produtor eram em homenagem à Lia. "O que


é ser embaixadora e o que a Fundarpe pensa disso? Lia é melhor recompensada
fora do Estado do que aqui", alfineta.

DIARIO DE PERNAMBUCO

http://www.diariodepernambuco.com.br/2010/05/28/politica7_0.asp

Fundarpe // Oposição pede pressa nas investigações

O líder da oposição na Assembleia Legislativa, deputado Augusto Coutinho


(DEM), cobrou ontem do presidente da Casa, deputado Guilherme Uchoa (PDT),
agilidade no pedido de informações ao governo do estado sobre os empenhos da
Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). A
bancada de oposição acusa a Fundarpe de ter fracionado as despesas com o
Carnaval deste ano para fugir das licitações. "Esperamos que Uchoa encaminhe
na próxima semana nosso pedido. É importante termos esse mecanismo para
continuar fiscalizando. Na semana passada, ele viajou. O presidente deve estar
com muitos despachos pendentes", comentou.

Na segunda denúncia da oposição, os parlamentares constataram que 11


empresas, algumas com sócios em comum, receberam juntas da Fundarpe (de
janeiro de 2009 a abril de 2010) R$ 36,2 milhões em empenhos fracionados.
Segundo Coutinho, se a oposição for depender do governo para fiscalizar correrá
o risco do processo não avançar. Ele citou como exemplo as denúncias sobre a
contratação de shows fantasmas e superfaturados pela Empresa Pernambucana
de Turismo (Empetur), ligada à secretaria de Turismo. "Ontem, o governador disse
na rádio que mandaria a corregedoria apurar. Eles investigaram o caso da
Empetur e viram que tinha coisa errada. O novo secretário de Turismo Paulo
Câmara se comprometeu em nos entregar o relatório das apurações e até hoje
não recebemos", criticou.

Por telefone, Uchoa garantiu que já enviou todos os requerimentos da oposição e


que o governo tem o prazo de 30 dias para responder. "A oposição só resolve
atuar seis meses antes da eleição, quando arranjaram um candidato (Jarbas
Vasconcelos)", criticou.

Ontem, em entrevista a uma rádio local, o governador afirmou que o que tiver de
errado será apurado e os culpados punidos. O socialista disse, ainda, que a
oposição estaria fazendo denúncias infundadas. "A Fundarpe está prestando
todos os esclarecimentos, mas não vou fazer o jogo de alguns que querem tirar
Pernambuco do caminho que ele está indo. A minha determinação é que se apure
tudo", prometeu.
FOLHA DE PERNAMBUCO

http://host-1-14-127.hotlink.com.br/index.php/caderno-politica/580583-material-da-
fundarpe-sob-avaliacao

Material da Fundarpe sob avaliação

Uma equipe designada pela bancada de oposição ao Governo na Assembleia


Legislativa está analisando vários documentos que a Fundação do Patrimônio
Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) enviou em resposta aos pedidos
de informações dos gastos do órgão com festas de 2007 até hoje. Uma das
mentoras da denúncia de irregularidades na contratação de artistas, a deputada
estadual Terezinha Nunes (PSDB) explicou, ontem, que o grupo de trabalho está
atento para verificar uma eventual falta de algum documento. “A Fundarpe
mandou 13 pastas com documentos e nós mandamos uma equipe analisar cada
um para ver se ela mandou tudo que pedimos. Se não, vamos refazer o pedido de
informação. Estamos só aguardando que a equipe diga se está tudo lá”, afirmou a
tucana.

Nunes acredita que, até quinta-feira, o pessoal responsável pela análise possa
anunciar se o dossiê está completo e justifica a razão da demora. “Mandaram a
documentação toda misturada, o tipo, o ano... Mandaram de bolo para a gente
organizar, e uma equipe nossa, aqui da Alepe, está vendo isso. Imaginamos que o
Ministério Público de Pernambuco (MPPE) também esteja avaliando e que fará as
perícias necessárias”, afirmou a deputada.

Promotores

Com a possível comprovação pelo Instituto de Criminalística do Estado da


adulteração de fotos apresentadas pela Empetur, no seu recente escândalo, como
provas de que shows tachados de “fantasmas” realmente ocorreram, cresce o
interesse da averiguação das provas de defesa da Fundarpe. Terezinha Nunes
lembrou que quatro promotores do MPPE foram destacados para cuidar do caso
da Fundarpe e lamentou a adulteração das provas. “Acho isso estarrecedor, se
adulterar documentos para receber verba federal... Acho que José Ricardo (ex-
presidente da Empetur à época do escândalo), que assinava tudo, terá que
responder por tudo isso, para verificar se houve ou não utilização de recursos
públicos para uso pessoal”, disse.
"A FARRA DOS CACHÊS"

Oposição faz nova denúncia contra Fundarpe

http://acertodecontas.blog.br/politica/oposicao-faz-nova-denuncia-contra-fundarpe/

Os jornais locais de hoje trazem matérias sobre as denúncias da oposição, na


Assembleia Legislativa do Estado, contra a Fundarpe. Deputados oposicionistas
dizem ter apurado um esquema no qual 11 empresas (chefiadas por 5 famílias)
teriam recebido, entre janeiro de 2009 e abril deste ano, R$ 36,2 milhões.

Segundo os deputados, os repasses teriam sido realizados por meio de empenhos


fracionados, que teriam beneficiado empresários familairmente ligados a
ocupantes de cargos no Palácio do Campo das Princesas.

A presidente da Fundarpe, Luciana Azevedo, respondeu através de nota, dizendo


que “A lógica apresentada pela bancada de oposição de fracionamento de
despesas é maliciosamente equivocada, a fim de induzir a sociedade ao erro de
interpretação da própria lei.

Confiram abaixo as matérias publicadas pelo Jornal do Commercio e pelo


Diario de Pernambuco.

“Fundarpe é alvo de nova denúncia da oposição”

por Manoel Medeiros Neto, do JC

Deputados da bancada de oposição na Assembleia Legislativa denunciam que 11


empresas chefiadas por cinco famílias receberam da Fundarpe R$ 36,2 milhões
entre janeiro de 2009 e abril deste ano

Um suposto esquema de distribuição de R$ 36,2 milhões entre janeiro de 2009 e


abril deste ano para 11 empresas chefiadas por “cinco famílias” é a mais nova
arma da oposição contra a administração da Fundação do Patrimônio Histórico e
Artístico de Pernambuco (Fundarpe), presidida desde 2007 pela ex-vereadora
Luciana Azevedo. As informações, coletadas pela equipe técnica da bancada de
oposição na Assembleia Legislativa (confira quadro ao lado), foram divulgadas em
entrevista coletiva, ontem. O grupo denominou as denúncias como “A farra dos
cachês” e exigiu explicações do governo estadual. Um dos principais
questionamentos dos deputados se refere à ligação entre assessores do Palácio
das Princesas e uma empresa beneficiada, só em 2008, com R$ 2,6 milhões. O
estabelecimento é o Palco Show, sediado em Caruaru.

O levantamento dos dados foi realizado a partir de um comparativo entre


informações disponíveis no Portal da Transparência do governo estadual e de
documentos fornecidos pela Junta Comercial do Estado de Pernambuco (Jucepe).
Na conclusão, os oposicionistas avaliaram que além do fracionamento dos
empenhos – milhões foram pagos através de centenas de ordens de pagamentos
de valores menores –, há a possibilidade de “coincidências indevidas” em relação
aos sócios das empresas. O fato indicaria, segundo a oposição, a formação de um
grupo de pessoas que estaria sendo “beneficiado indevidamente” pelo governo,
sem licitação. “São fatos e ligações que o governo precisa se explicar. É muito
dinheiro envolvido e até hoje não houve uma explicação efetiva”, disparou o
deputado Augusto Coutinho (DEM).

A deputada Terezinha Nunes (PSDB) comentou o teor da denúncia após a


entrevista coletiva: “Cinco famílias, proprietárias de 11 empresas, recebem R$ 36
milhões da Fundarpe”. Outro fato questionado refere-se à informação de que a
empresa Nova Era, líder no recebimento de verbas da Fundarpe desde janeiro do
ano passado (R$ 8,82 milhões), foi alvo de alteração contratual na última sexta-
feira (21). Sócias desde a inauguração, duas das proprietárias saíram e abriram
vaga para outras duas mulheres. “Alguns fatos nos levam a suspeitar da hipótese
da existência de laranjas. O governo precisa explicar quem são essas pessoas”,
acrescentou Terezinha.

COMPARAÇÃO

Os oposicionistas também chamaram a atenção para a comparação entre o valor


distribuído entre as 11 empresas em 16 meses (R$ 36,2 milhões) e o orçamento
do principal programa do governo estadual para o fomento da produção cultural, o
Funcultura, em 2009 (R$ 24 milhões). Além de Augusto e Terezinha, estavam
presentes Adelmo Duarte, Dilma Lins e Maviel Cavalcanti, do DEM, e Edson
Vieira, do PSDB. Eles também apresentaram fotos do que seriam as fachadas das
empresas, pouco condizentes com o montante da verba recebida.

Sobre a denúncia de que ocupantes de cargos no Palácio das Princesas teriam


ligações familiares com o proprietário da empresa Palco Show, João Bertino da
Silva, fato revelado pelo JC na edição do último domingo, os oposicionistas
afirmaram que um assessor do governo também integra a lista: Antônio Mário da
Mota, assessor da Casa Civil e irmão do ex-prefeito de Riacho das Almas, Mário
da Mota, é cunhado de Bertino. “Causa muita estranheza essa empresa ter
recebido a maior parte dos recursos em agosto de 2008, em plena campanha”,
registrou Coutinho.
FOLHA DE PERNAMBUCO

Deputada Terezinha Nunes diz que MPF fez justiça

23/08/2010

http://www.folhape.com.br/index.php/caderno-
politica/579652?task=view

A deputada estadual Terezinha


Nunes (PSDB) comemorou a
notificação remetida ao ex-
presidente da Empresa de
Turismo de Pernambuco
(Empetur), José Ricardo Diniz,
pelo Ministério Público Federal
(MPF), em relação ao
escândalo dos shows
fantasmas. A tucana viu a
resolução como a TUCANA ressaltou o trabalho feito
concretização da justiça e a pela oposição, que resultou na
confirmação do atento trabalho apuração
fiscalizador dos oposicionistas.
“Demostra a seriedade do trabalho feito pela oposição na Assembleia
Legislativa. Fizemos a denúncia e estava tudo provado, aí em pouco
tempo apontaram o culpado. Isso mostra a seriedade do MPF.
Imaginávamos que fosse demorar”, avaliou, ontem, em entrevista à
Rádio Folha FM 96,7.
Sobre o não indiciamento do deputado estadual Silvio Costa Filho
(PTB), à frente da Secretaria de Turismo na época do escândalo,
Terezinha Nunes disse não caber a ela a avaliação dos apontados.
“Não posso julgar ninguém, a gente encaminhou tudo para o MP.
Sese ele entende que o (ex) secretário não devia ser indiciado, deve
haver argumentos para isso”, minimizou.
A respeito da decisão do Ministério Público de Pernambuco (MPPE),
a deputada tucana disse que se fez justiça aos fatos, ao entender
que não há provas suficientes para comprovar o envolvimento do
deputado federal Raul Henry (PMDB) no suposto desvio de R$ 62,6
milhões, que foi denunciado pelos então oposicionistas e atuais
governistas. À época do acontecido, o peemedebista era secretário
de Educação e Cultura, no então governo do hoje senador Jarbas
Vasconcelos (PMDB).
Para Terezinha, os parlamentares governistas relembraram as
denúncias do caso depois de explodir o escândalo da Fundarpe,
recentemente, na gestão de Luciana Azevedo. “Vimos com muita
alegria e confiança de que não passou de um factóide, de uma
tentativa de fugir das investigações atuais”, comemorou a
parlamentar. Ela afirmou, ainda, que não há planos de impetrar
qualquer processo contra os acusadores por ter envolvido o nome de
Raul Henry. “A palavra do Ministério Público vale por mil ações”,
definiu Terezinha Nunes.

João Arraes se defende, mas não soube explicar papel desempenhado em voo
fretado pelo governo

http://189.1.14.127/dominios/blogdafolha/index.php/materias/9928-joao-arraes-se-
defende-mas-nao-soube-explicar-papel-desempenhado-em-voo-fretado-pelo-governo-
do-estado

Marcelo Lacerda/Folha de PE

Parlamentar do PSB integrou equipe de artistas e


jornalistas rumo a Santiago de Cuba
O vereador do Recife, João Arraes (PSB), disse
agora há pouco ao Blog da Folha que viajou para
Santiago de Cuba como convidado da presidente da
Fundarpe, Luciana Azevedo, da Secretaria de
Turismo e do Governo do Estado. O socialista se
defende de acusação feita aqui no blog por um
artista local, de que ele teria viajado uncamente
para fazer turismo na ilha caribenha. No entanto,
não soube responder o porquê de ter sido o único
parlamentar a integrar a trupe de 150 pessoas em
voo fretado rumo a um festival de cultura.

"Isso deve ser coisa de gente que ficou com ciúme


por eu ter sido o único a ir com a delegação", disse
o vereador, que emendou em seguida: "Não fiquei
fazendo turismo até porque já tinha ido a Cuba.
Essa é a segund avez que vou lá. Fui assistir aos
eventos e ajudei no que pude". O senhor ajudou em
quê por lá?, perguntou o blog. "...É... ajudei no que
foi preciso. Sempre que pude ajudar estava lá para
colaborar", disse Arraes. O vereador stambém fez
uma defesa ferrenha da presidente da Fundarpe.
"Luciana é incapaz de fazer um gesto que não seja
com sinceridade". Então tá.

BLOG DA FOLHA

Leitor do Blog revoltado com escândalo na Fundarpe

http://189.1.14.127/dominios/blogdafolha/index.php/materias/8592-
leitor-do-blog-revoltado-com-escandalo-na-fundarpe

Até quando?

O poder da indignição é instrínseco a nós, humanos. Mas parece


que vivemos um período de descrédito, sossego com a corrupção,
desleixo com os temas relativos à ética. O Estado de Pernambuco
assiste há duas semanas o escorrer de um escândalo que,
segundo informa a imprensa, já atinge um rombo de R$ 62,6
milhões. A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de
Pernambuco, a Fundarpe, dirigida pela "senhora da licitude",
Luciana Azevedo, manipulou cerca de 8 mil empenhos em favor
de 16 empresas (produtoras) totalmente desconhecidas do povo
pernambucano. Não se tem notícia do destino final da dinheirama.
Mas o que diz Luciana? É encrenca da oposição. O que diz o
senhor governador Eduardo Campos? "A Fundarpe vai falar". E a
vida vai... Corrompendo os cidadãos de bem e enriquecendo os
desmerecidos. Onde vamos parar ?

Mauricio Barbosa - Morador de Beberibe

BLOG DA FOLHA

http://189.1.14.127/dominios/blogdafolha/index.php/materias/8661-terezinha-
nunes-esclarece-polemica-sobre-fundarpe

Terezinha Nunes esclarece polêmica sobre Fundarpe

Pretendia não falar de forma detalhada neste


escândalo da Fundarpe, no aguardo de que os
órgãos de fiscalização pudessem, com tranquilidade
e com os documentos em mãos, desvendar o
verdadeiro mistério que paira sobre o enorme valor
de R$ 62 milhões repassado a entidades que não
possuem sede ou que possuem sedes precárias e
são dirigidas por pessoas até agora desconhecidas.

Mas mudei de ideia ao ser surpreendida por uma


declaração descontrolada e nervosa da presidente
da Fundarpe, Luciana Azevedo, à rádio Olinda, hoje
pela manhã. Demonstrando-se desesperada e
acuada pelas evidências cada vez maiores de
desvios de recursos no órgão que preside, Luciana
decidiu atacar inocentes, inclusive citando meu
nome.

Por acaso entra na cabeça de alguém que eu


quisesse investigar todo esse esquema sem temor,
como tenho feito, se tivesse qualquer culpa em
cartório? É claro que ninguém vai engolir isso. É
querer abusar da inteligência das pessoas.

Na tentativa de me intimidar para fugir das


responsabilidades que caem sobre sua cabeça
diariamente, Luciana disse que eu solicitei recursos
da Fundarpe para festas em municípios que me
apoiam e ela é que não liberou.

Não é verdade o que ela diz pelo que exponho a


seguir.

Entre 2007 e 2008, fui à tribuna questionar várias


vezes a liberação de verbas a municípios que não
tinham qualquer tradição de São João, enquanto
outros com essa tradição eram menosprezados,
como Gravatá, que não recebeu um tostão da
Fundarpe.

Diante de minhas críticas, no São João de 2008 fui


procurada pelo deputado Izaias Regis, o qual me
informou que a Fundarpe passaria a liberar recursos
para os municípios que os deputados
selecionassem para os festejos juninos daquele
ano. A liberação se daria via a entidade Associação
de Eventos Culturais e Esportivos de Pernambuco.
Fiz então o ofício (que distribuo à imprensa, pois
não tenho o que esconder), sugerindo o repasse de
R$ 100 mil - dentro do montante que o Governo
estava disponibilizando - aos municípios de Abreu e
Lima, Moreno e Lagoa de Itaenga.

Vale salientar que não conheço a entidade indicada


pelo deputado e nem imaginava que por trás disso
tudo estaria um grande esquema ilegal como está
sendo comprovado hoje. Minha única intenção era
corrigir uma injustiça da Fundarpe, ao não beneficiar
municípios onde os administradores eram da base
da oposição.
Excluí Gravatá porque o mesmo deputado me
informou que eu poderia deslocar o valor de R$ 150
mil, já disponibilizado ao município por meio de
emenda de minha autoria à Secretaria de
Agricultura, para a Fundarpe, a fim de que o recurso
fosse repassado para o São João de Gravatá.
Autorizei então, legalmente, a nova destinação da
emenda.

Nesse meio tempo, depois de informar aos prefeitos


que as verbas para o São João estavam garantidas,
soube que os recursos seriam entregues,
estranhamente, em espécie, e que Gravatá não
mais receberia os R$ 150 mil da minha emenda,
apenas R$ 60 mil, algo inadmissível, pois o valor já
estava alocado.

Decidi, então, suspender tudo. Foi uma desistência


minha e não da presidente da Fundarpe, como ela
alega.

Informei que não mais queria a liberação de


recursos para os municípios que indiquei e
comuniquei o mesmo aos prefeitos. Achei por bem
não tornar público isso, pois não tinha provas, mas
me convenci desde esta data que há algo de podre
no reino da Dinamarca quando o Governo admite
pagamentos em espécie, sem comprovação dos
eventos realizados.

Fui procurada diversas outras vezes para solicitar


recursos, que seriam liberados via Isaltino
Nascimento e não mais por Izaias Regis. Não só
recusei como passei a investigar o esquema
montado que agora, finalmente, estouramos através
da primeira denúncia da oposição, aprofundada pela
imprensa e que causa perplexidade em todo o
estado.

Essas são as verdades dos fatos. Cabe a Luciana


Azevedo ou a quem ela representa explicar como se
permite pagamentos em espécie de recursos
públicos, sem recibos assinados e sem passar pela
rede bancária. Para mim isso é um indício claro de
corrupção ou tentativa de corrupção e cooptação.
Comigo isso não funciona.

Entendo o nervosismo da presidente da Fundarpe


mas não reconheço nela nenhuma moral para
acusar ninguém. Afinal, quem tem o rabo preso não
pode atacar, só se defender. E, ao que parece, nem
isso ela pode fazer.

Terezinha Nunes

A polêmica da Fundarpe nos recados do Twitter

http://www.rauljungmann.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3151:a-
polemica-da-fundarpe-nos-recados-do-twitter&catid=28:noticias-do-tema-etica&Itemid=60
Escrito por Cecília Ramos, do Jornal do Commercio

O episódio envolvendo a Fundarpe – com as denúncias


de irregularidades na contratação de eventos artísticos –
rendeu cartas, desabafo, bate-boca, entrevistas e foi muito
intenso também no microblog Twitter.

Ontem, o caso Fundarpe (Fundação do Patrimônio Histórico e


Artístico de Pernambuco) completou um mês. Dos políticos
que entraram no tema, na web, os que mais comentaram
foram os deputados estaduais Augusto Coutinho (DEM) e
Terezinha Nunes (PSDB). Não por coincidência. Eles
encabeçaram a denúncia da bancada de oposição ao governo
Eduardo Campos (PSB), na Assembleia Legislativa (Alepe),
contra a Fundarpe. Líder da oposição, Coutinho postou, na
última sexta-feira, 12 mensagens. Ou seja: escreveu 12 posts
sobre o tema e deixou claro que, se depender da oposição, a
polêmica continuará.
Em um dos comentários, o deputado diz: “Estamos esperando
os documentos que a Justiça determinou. Não é uma guerra,
não se trata também de embate pessoal”. E em outro post,
escreve que “para trás, muita coisa ainda precisa ser
respondida”. Ele disse ter achado a iniciativa do governo, de
enviar à Assembleia Legislativa projeto de lei para disciplinar a
contratação de artistas pelo Estado, “positiva”, porém logo
esclareceu: “Não elogiei o projeto, já que nem conheço”. Para
o deputado, o governador fez “mea culpa” ao lançar a
proposta.

Por fim, Coutinho comemorou: “A estratégia do governo de


tentar me atingir para desviar o foco deu errado”. Ele foi o alvo
do contra-ataque do governo, que também apresentou
denúncia de suposto envolvimento dele no esquema de
liberação de verba para eventos, via Fundarpe. Terezinha
Nunes, que faz a oposição mais contundente ao governo na
Alepe, provocou, via Twitter, a vereadora Marília Arraes (PSB),
prima do governador, sugerindo que ela opinasse sobre o
caso. Aliás, Marília, uma das governistas mais ativas no
microblog, não tratou do tema na internet. Assim como o líder
do governo na Assembleia, Isaltino Nascimento (PT). Nos
bastidores, a orientação para não se falar sobre o assunto teria
saído do próprio governador.

O dia do silêncio no Twitter para os poucos políticos que


estavam comentando o caso foi a quinta-feira (10), quando,
pela primeira vez, o governador saiu em defesa da presidente
da Fundarpe, Luciana Azevedo, e anunciou o projeto de lei.
Depois do silêncio, Terezinha postou sua única mensagem
sobre o tema: “Estranho. Governador esperou estourar
escândalo na Fundarpe para poder mudar regras do jogo. Três
anos e meio depois”.

O Twitter oficial da Fundarpe também postou, e muito, para


divulgar manifesto em defesa da entidade e de sua gestora.

Pente-fino do TCE nas contas da Fundarpe


Escrito por Jornal do Commercio

http://www.rauljungmann.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3072:pente-
fino-do-tce-nas-contas-da-fundarpe&catid=28:noticias-do-tema-etica&Itemid=60

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Marcos Loreto – relator das


prestações de contas de 2007 e 2009 e de uma auditoria especial na Fundação do
Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) iniciada em 2009 –
prometeu, ontem, uma análise “pente-fino” nos contratos da entidade, depois das
denúncias de irregularidades em gastos com eventos.

“Vamos fazer essa auditoria com maior rigor que as que vinham sendo realizadas”,
assegurou. As despesas com shows e eventos, sem licitação, questionadas por deputados
estaduais da oposição chegam a R$ 62,6 milhões nos últimos três anos e meio. Mas apesar
da promessa de priorização, nenhuma das contas da entidade sob a presidência de Luciana
Azevedo (2007 a 2009) foi julgada pelo TCE até o momento.
Loreto é responsável pela análise da maior parte dos contratos da Fundarpe com eventos.
Por isso, ele pode comandar todas as auditorias especiais que atinjam o órgão. O último
pedido de análise, requerido por deputados oposicionistas, é referente a gastos com o
Carnaval 2010 e está sob a responsabilidade do conselheiro Romário Dias. Mas Loreto
explicou que, como as denúncias do Carnaval são também relativas a contratação de artistas,
elas podem ser absorvidas pela auditoria especial de 2009, que trata do mesmo tema.

O TCE não marca prazo para conclusão de investigações, nem detalha quais as medidas
estão sendo tomadas. Mas o JC apurou que as ações que devem ser tomadas no caso
Fundarpe vão além de verificações contábeis. Entre elas, estão a análise grafotécnica pelo
Instituto de Criminalística em contratos de eventos e em empenhos (ordens de pagamento) e
pedidos de informações à Receita Federal sobre a movimentação das empresas contratadas
e até à Ordem dos Músicos do Brasil (OMB), para saber se os artistas são cadastrados.
O fato de o TCE não ter julgado ainda qualquer das contas da Fundarpe entre 2007 e 2009 foi
minimizada por Loreto. “São assuntos complexos, que muitas vezes o TCE necessita de
respostas de outros órgãos e isso demora um pouco”, comentou. As últimas contas da
Fundarpe julgadas foram as de 2006, no governo Jarbas Vasconcelos (PMDB) – aprovadas
com ressalva. Na gestão passada, as contas de 2005 e 2002 da Fundarpe foram
consideradas irregulares pelo tribunal. O TCE informa que a de 2005 teve um vício
“insanável”, mas não detalha qual, já a de 2002 foi rejeitada pela falta de prestação de contas
de R$ 60 mil em despesas. As contas de 2006, 2004, 2003, 2001, 2000 e 1999 – a última
constante no site do TCE – foram consideradas regulares com ressalvas.
Além da prestação de contas de 2007, 2008 e 2009 – a de 2008, o relator é Carlos Porto –
estão aguardando julgamento pelo TCE sete auditorias especiais sobre a Fundarpe, seis
delas relativas à gestão Luciana Azevedo: uma referente ao exercício de 2010, duas de 2009,
uma de 2008, duas de 2007 e uma de 2001.
CASO EMPETUR

Além da Fundarpe, Loreto também é o relator da auditoria envolvendo outro escândalo no


governo Eduardo Campos (PSB): o dos “shows fantasmas” pagos pela Empresa
Pernambucana de Turismo (Empetur). Ele havia prometido para junho a conclusão dos
trabalhos. Mas ontem informou que vai adiar por “mais algum tempo” o resultado da
investigação. Loreto justificou que aguarda informações de outros órgãos públicos, caso do
Ministério do Turismo, para os auditores fecharem um relatório do caso.

Deputada interpela judicialmente Fundarpe

Da Folha de Pernambuco

A deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB) vai


interpelar judicialmente a Fundação de Patrimônio
Histórico Artístico e Cultural de Pernambuco
(Fundarpe). A tucana quer que a entidade esclareça
“onde foram parar os R$ 91 mil que, conforme
informações repassadas à Imprensa, por fontes
governamentais, teriam sido liberados em 2008 para
o São João de Gravatá”. “Fiquei surpreendida com
essa informação do Governo de que teria liberado
R$ 91 mil para Gravatá a meu pedido. Então, eu
quero saber onde está o dinheiro”, ressaltou a
parlamentar, justificando que só se pronunciou
ontem porque foi colher informações com o então
prefeito do município, Joaquim Neto (PSDB), seu
aliado.

“Enviei realmente um ofício à Fundarpe solicitando


que uma emenda orçamentária minha, aprovada e
colocada no Orçamento do Estado, fosse destinada
ao São João de Gravatá. Na época, o Governo se
comprometia a liberar a emenda completa, mas
depois fui informada pelo então prefeito Joaquim
Neto que o município não queria o apoio pois a
Fundarpe teria informado que só poderia destinar
R$ 60 mil, o que ele (prefeito) considerava uma
esmola. O próprio prefeito informou à Fundarpe na
época que não se interessava pelos recursos e o
ofício ficou sem efeito. Tanto que é que na
declaração que dei à Imprensa informei que os
recursos para Gravatá não tinham saído”, destacou
Terezinha Nunes.

A deputada ainda assegurou que quer saber tudo:


como o referido dinheiro foi pago, para quem foram
emitidos os comprovantes e o que foi feito com os
recursos. “O ex-prefeito diz que não chegou a
Gravatá e a Fundarpe está na obrigação de
esclarecer tudo”, finalizou.

ESSA VOCÊ NÃO PODE PERDER

Grupo Kerigma, que recebeu mais de R$ 4 milhões da Fundarpe, grava DVD


sábado

http://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/2010/06/18/grupo_kerigma_
que_recebeu_mais_de_r_4_milhoes_da_fundarpe_grava_dvd_sabado_73397.php
O Grupo Cultural Kerigma que já recebeu R$ 4,749 milhões da Fundarpe, grava
no sábado e domingo seu primeiro DVD, no Teatro Guararapes. O grupo é
administrado por Evaneide Gomes da Silva, esposa de Joabson Guerra da Cunha,
dono da Expresso Produções e a Rápido Produções, empresas criadas no final de
2009 e que receberam da órgão estadual R$ 2,284 milhões. Como o panfleto
acima indica, o show é apresentado pela Joabson Produções.

Matéria publicada pelo Jornal do Commercio no dia 06 de junho deste ano mostra
ainda:

"A relação de Joabson com a Fundarpe, entretanto, não se encerra na prestação


de supostos serviços através das empresas. Após apurar, através de fontes em
sigilo, que o agora produtor cultural teria prestado serviços de “office-boy” para a
direção executiva do órgão, o JC questionou a fundação sobre o tema. E a
Fundarpe confirmou: “Joabson Guerra Cunha foi contratado temporariamente
como técnico de palco nos ciclos Natalino e Junino (Polo da Casa da Cultura de
Pernambuco) nos anos de 2008 e 2009 e exerceu a função de coordenador do
Palco Forró durante o Festival de Inverno de Garanhuns de 2008, sendo
subordinado à produção executiva”."

NOVO ESCÂNDALO?
Leitor estranha que empresa recém-criada receba milhões da Fundarpe

http://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/2010/05/13/leitor_estranha_
que_empresa_recemcriada_receba_milhoes_da_fundarpe_70765.php

Prezado Jamildo,

Vendo nota no seu Blog sobre supostas irregularidades na Fundarpe, envolvendo


empresas suspeitas, fui ao Portal da Transparência do Governo do Estado e fiz
algumas pesquisas envolvendo tais empresas.

Pra minha surpresa o “desconhecido Grupo Kerigma”, que no carnaval de 2010


recebeu a quantia de R$ 637mil reais, durante os anos de 2008 e 2009 recebeu
mais de R$ 4milhoes de reais da mesma Fundarpe. Esta tudo lá, no Portal da
Transparência:

GRUPO CULTURAL KERIGMA


CNPJ: 09.543.933/0001-08

Valor Recebido 2008: R$ 2.853.020,00 (arquivo anexo)


Valor Recebido 2009: R$ 1.249.400,00 (arquivo anexo)

E pra nossa surpresa maior, checando a inscrição do CNPJ do “desconhecido


Grupo Kerigma” no site da Receita Federal, a empresa foi aberta apenas em
15/04/2008.

Pois vejamos, aberta em meados do mês de Abril de 2008, já naquele mesmo ano
celebrou com o Governo do Estado, através da Fundarpe, mais de R$ 2,5milhões
de reais, todos por dispensa de licitação.

Essa informações merecem sim ser chegadas pelo Tribunal de Contas, Ministério
Público e Imprensa de Pernambuco.

Agradecido,

Feliciano Filho

ESTADO
Oposição vai ao MP e fará pedido de informação sobre repasse de verbas da
Fundarpe para Carnaval

http://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/2010/05/12/oposicao_vai_ao
_mp_e_fara_pedido_de_informacao_sobre_repasse_de_verbas_da_fundarpe_par
a_carnaval_70685.php

O líder da oposição, deputado Augusto Coutinho (DEM), encaminhou pedido de


informação à Fundarpe sobre os repasses de verbas do governo no Carnaval
2010.

A bancada também decidiu, em reunião, que irá solicitar que o Ministério Público
acompanhe o caso. Segundo levantamento realizado, entre os dias 04 e 12 de
fevereiro, no período do pré-carnaval, foram destinados para empresas e pessoas
físicas mais de R$ 21 milhões, em 1860 empenhos. Só no dia dez de fevereiro
foram liberados R$ 13 milhões, em 1210 empenhos.

“Vamos solicitar todos os repasses para o carnaval, com cópia das notas fiscais e
relação de todas as empresas e artistas contratados”, destacou Coutinho. Os
empenhos com valor inferior a R$ 8 mil não foram publicados no Diário Oficial.

“O que houve foi um fracionamento de despesas. O Governo deve explicar porque


isso aconteceu”, acrescentou a deputada Terezinha Nunes. Para o deputado
Maviael Cavalcanti "se foi fracionado é porque queriam esconder algo".
Só uma empresa, a Kactus Promoções e Eventos, recebeu 257 empenhos, a
maioria entre R$ 6mil e R$ 7,9 mil, totalizando R$ 2,5 milhões.

Outra empresa, a Nova Era Promoção e Organização de Eventos Artísticos e


Entretenimentos Ltda- ME foi o destino de 157 empenhos, todos entre R$ 7mil e
R$ 8 mil reais, representando uma soma de R$ 1,1 milhão.

O Galo da Madrugada, por exemplo, bloco mais conhecido do carnaval do Recife,


recebeu R$ 650 mil em um só empenho.

Já o desconhecido Grupo Cultural Kerigma recebeu quase a mesma quantia (R$


637 mil), em 89 empenhos, todos com valores entre R$ 3 mil e R$ 8 mil.

Os deputados também destacaram que três das cinco empresas que mais
receberam empenhos (Kactus, Raízes e Expresso) fizeram inscrição na Junta
Comercial entre setembro e novembro de 2009, poucos meses antes do carnaval.

Participaram da reunião da bancada que discutiu novas estratégias de ação dos


oposicionistas os deputados Augusto Coutinho(DEM), Miriam Lacerda(DEM),
Edson Vieira(PSDB), Terezinha Nunes(PSDB), Antônio Moraes(PSDB), Carlos
Santana(PSDB), Dilma Lins(DEM), Maviael Cavalcanti(DEM), Adelmo
Duarte(DEM), Eduardo Porto(PSDB) e Emanuel Bringel(PSDB) e Jacilda
Urquisa(PMDB).
As informações requeridas no Pedido de Informação são as seguintes:

a) cópia de todos os empenhos emitidos pela Fundarpe, no período de 1º de


fevereiro a 16 de abril de 2010;
b) cópia de todas as notas fiscais referentes aos empenhos discriminados no item
anterior;
c) cópia de todas as publicações no Diário Oficial das contratações feitas por
inexigibilidade de licitação;
d) relação nominal de todos os artistas e empresas de eventos contratadas, e
seus respectivos valores de contratação,
para o Carnaval 2010.

BLOG DE JAMILDO

ESTADO
Oposição vai ao MP e fará pedido de informação sobre repasse de verbas da
Fundarpe para Carnaval
http://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/2010/05/12/oposicao_vai_ao
_mp_e_fara_pedido_de_informacao_sobre_repasse_de_verbas_da_fundarpe_par
a_carnaval_70685.php

O líder da oposição, deputado Augusto Coutinho (DEM), encaminhou pedido de


informação à Fundarpe sobre os repasses de verbas do governo no Carnaval
2010.

A bancada também decidiu, em reunião, que irá solicitar que o Ministério Público
acompanhe o caso. Segundo levantamento realizado, entre os dias 04 e 12 de
fevereiro, no período do pré-carnaval, foram destinados para empresas e pessoas
físicas mais de R$ 21 milhões, em 1860 empenhos. Só no dia dez de fevereiro
foram liberados R$ 13 milhões, em 1210 empenhos.

“Vamos solicitar todos os repasses para o carnaval, com cópia das notas fiscais e
relação de todas as empresas e artistas contratados”, destacou Coutinho. Os
empenhos com valor inferior a R$ 8 mil não foram publicados no Diário Oficial.

“O que houve foi um fracionamento de despesas. O Governo deve explicar porque


isso aconteceu”, acrescentou a deputada Terezinha Nunes. Para o deputado
Maviael Cavalcanti "se foi fracionado é porque queriam esconder algo".
Só uma empresa, a Kactus Promoções e Eventos, recebeu 257 empenhos, a
maioria entre R$ 6mil e R$ 7,9 mil, totalizando R$ 2,5 milhões.

Outra empresa, a Nova Era Promoção e Organização de Eventos Artísticos e


Entretenimentos Ltda- ME foi o destino de 157 empenhos, todos entre R$ 7mil e
R$ 8 mil reais, representando uma soma de R$ 1,1 milhão.

O Galo da Madrugada, por exemplo, bloco mais conhecido do carnaval do Recife,


recebeu R$ 650 mil em um só empenho.

Já o desconhecido Grupo Cultural Kerigma recebeu quase a mesma quantia (R$


637 mil), em 89 empenhos, todos com valores entre R$ 3 mil e R$ 8 mil.

Os deputados também destacaram que três das cinco empresas que mais
receberam empenhos (Kactus, Raízes e Expresso) fizeram inscrição na Junta
Comercial entre setembro e novembro de 2009, poucos meses antes do carnaval.

Participaram da reunião da bancada que discutiu novas estratégias de ação dos


oposicionistas os deputados Augusto Coutinho(DEM), Miriam Lacerda(DEM),
Edson Vieira(PSDB), Terezinha Nunes(PSDB), Antônio Moraes(PSDB), Carlos
Santana(PSDB), Dilma Lins(DEM), Maviael Cavalcanti(DEM), Adelmo
Duarte(DEM), Eduardo Porto(PSDB) e Emanuel Bringel(PSDB) e Jacilda
Urquisa(PMDB).
As informações requeridas no Pedido de Informação são as seguintes:
a) cópia de todos os empenhos emitidos pela Fundarpe, no período de 1º de
fevereiro a 16 de abril de 2010;
b) cópia de todas as notas fiscais referentes aos empenhos discriminados no item
anterior;
c) cópia de todas as publicações no Diário Oficial das contratações feitas por
inexigibilidade de licitação;
d) relação nominal de todos os artistas e empresas de eventos contratadas, e
seus respectivos valores de contratação,
para o Carnaval 2010.

Ministério Público de Pernambuco

(FP – Grande Recife) Material da Fundarpe sob avaliação

http://www.mp.pe.gov.br/index.pl/clipagem20072010_material

TEREZINHA aguarda fim da análise do documentos

Uma equipe designada pela bancada de oposição ao Governo na Assembleia


Legislativa está analisando vários documentos que a Fundação do Patrimônio
Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) enviou em resposta aos pedidos
de informações dos gastos do órgão com festas de 2007 até hoje. Uma das
mentoras da denúncia de irregularidades na contratação de artistas, a deputada
estadual Terezinha Nunes (PSDB) explicou, ontem, que o grupo de trabalho está
atento para verificar uma eventual falta de algum documento. “A Fundarpe
mandou 13 pastas com documentos e nós mandamos uma equipe analisar cada
um para ver se ela mandou tudo que pedimos. Se não, vamos refazer o pedido de
informação. Estamos só aguardando que a equipe diga se está tudo lá”, afirmou a
tucana.
Nunes acredita que, até quinta-feira, o pessoal responsável pela análise possa
anunciar se o dossiê está completo e justifica a razão da demora. “Mandaram a
documentação toda misturada, o tipo, o ano... Mandaram de bolo para a gente
organizar, e uma equipe nossa, aqui da Alepe, está vendo isso. Imaginamos que o
Ministério Público de Pernambuco (MPPE) também esteja avaliando e que fará as
perícias necessárias”, afirmou a deputada.
Promotores
Com a possível comprovação pelo Instituto de Criminalística do Estado da
adulteração de fotos apresentadas pela Empetur, no seu recente escândalo, como
provas de que shows tachados de “fantasmas” realmente ocorreram, cresce o
interesse da averiguação das provas de defesa da Fundarpe. Terezinha Nunes
lembrou que quatro promotores do MPPE foram destacados para cuidar do caso
da Fundarpe e lamentou a adulteração das provas. “Acho isso estarrecedor, se
adulterar documentos para receber verba federal... Acho que José Ricardo (ex-
presidente da Empetur à época do escândalo), que assinava tudo, terá que
responder por tudo isso, para verificar se houve ou não utilização de recursos
públicos para uso pessoal”, disse.

Ministério Público de Pernambuco


http://www.mp.pe.gov.br/index.pl/clipagem20101706_mppe

( JC – Política ) MPPE abre 4 inquéritos no caso da Fundarpe

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) publica hoje no Diário Oficial quatro


portarias que instauram inquéritos civis para apurar denúncias em torno da
Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). A
informação foi confirmada ontem pela promotora do Patrimônio Público da Capital
Andréa Nunes. Os deputados de oposição ao governo estadual Augusto Coutinho
(DEM) e Terezinha Nunes (PSDB) denunciaram ao MPPE, no dia 14 de maio,
supostas irregularidades em operações de contratos entre a Fundarpe e
produtoras culturais para o Carnaval deste ano. Pouco mais de três semanas
depois, o JC publicou reportagem informando que, desde 2007, a fundação pagou
R$ 62,6 milhões – sem licitação – a 16 empresas dominadas por poucos grupos
familiares e desconhecidas do setor cultural.
“A Promotoria do Patrimônio Público está iniciando um procedimento em relação a
todos os exercícios desde 2007. Depois da denúncia que recebemos,
acompanhamos a cobertura jornalística sobre o caso e decidimos investigar não
apenas 2010, mas todos os anos, desde 2007”, explicou Andréa Nunes. De
acordo com Andréa, a Promotoria decidiu dividir os trabalhos em quatro inquéritos
(confira o quadro), divididos pelos anos, desde o início da atual gestão. Além dela,
que será responsável pela investigação em torno das operações da Fundarpe em
2010, mais três promotores atuarão: Ana Joêmia da Rocha (2007), Lucila Varejão
(2008) e Eduardo Cajueiro (2009).
A partir de hoje, a Fundarpe terá vinte dias úteis para disponibilizar toda a
documentação solicitada pelo Ministério Público. Depois dessa fase, os
promotores vão analisar o dossiê e decidir se indiciam a presidente do órgão,
Luciana Azevedo – ordenadora de despesas da Fundarpe –, ou arquivam os
processos. “Como são muitos documentos, estamos dando vinte dias para a
Fundarpe entregá-los”, justificou Andréa Nunes. A Fundarpe estará obrigada a
remeter ao MPPE documentos como planilhas eletrônicas com a relação de todas
as produtoras que prestaram serviços ao órgão desde 2007 e a cópia física de
todas as contratações realizadas juntos às 16 empresas.
Em outra frente de investigação, a oposição estadual aguarda a execução do
mandado assinado pelo juiz Djalma Andrelino, da Terceira Vara da Fazenda
Pública, que ordenou que o governo do Estado apresente os documentos
comprobatórios de pagamentos realizados pela Fundarpe desde 2007.

Coutinho e Terezinha comemoram a decisão


Principais responsáveis pelas denúncias relativas à Fundarpe, os deputados
Augusto Coutinho (DEM) e Terezinha Nunes (PSDB) comemoraram ontem a
decisão do MPPE, que instaura hoje quatro processos de inquéritos civis para
apurar as movimentações financeiras realizados pelo órgão desde 2007. De
acordo com eles, o passo é decisivo para que a sociedade tenha uma “resposta à
altura” sobre o que consideram ser o maior escândalo de corrupção do Estado. “A
iniciativa é positiva porque demonstra que a preocupação que sempre tivemos de
esclarecer o caso será resolvida. Como parlamentares, faltam elementos para
investigar com profundidade”, avaliou Coutinho.
Para Terezinha Nunes, a notícia é “compensadora”. “Embora tenha demorado um
pouco, é compensador. A sociedade precisa de uma resposta, para o bem da
democracia. Esperamos que os trabalhos tenham a agilidade necessária”,
comentou. Os dois também são os autores de ação impetrada na Justiça na
semana passada para que o governo apresente a documentação dos pagamentos
feitos pela Fundarpe desde 2007.
Depois das entrevistas da presidente da fundação, Luciana Azevedo, à Rádio
Olinda e à Rádio Folha, semana passada, Coutinho e Terezinha tornaram-se alvos
dos governistas. O Palácio disponibilizou documentos que comprometeriam os
dois e a presidente da Fundarpe, Luciana Azevedo, afirmou que Coutinho seria
“chefe da quadrilha” – referindo-se à gestão da Fundarpe no governo anterior.
Questionados se estariam intimidados, os dois refutaram a hipótese e afirmaram
que vão persistir na apuração do caso. “Não vou entrar no jogo do governo,
principalmente depois dos ataques pessoais de Luciana Azevedo”, respondeu
Coutinho. “Em nenhum momento nos intimidamos nem nada nos intimidará”,
desafiou Terezinha.
Endereços fantasmas no caso da Fundarpe
Publicado em 27.05.2010

A casa de um pescador, em São Lourenço da Mata, é informada como a sede de uma


das empresas que receberam recursos da Fundação

Gilvan Oliveira
Manoel Medeiros Neto

politica@jc.com.br

Três das empresas contratadas pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de


Pernambuco (Fundarpe) para realização de eventos, entre janeiro de 2009 e abril de
2010 – com gastos de R$ 60,2 milhões, sem licitação – forneceram à Junta Comercial
de Pernambuco (Jucepe) endereços fantasmas. Foi o que constatou ontem a
reportagem do JC, ao visitar os respectivos endereços. Dos três “visitados”, dois não
existem e no terceiro mora um pescador e sua esposa há 28 anos. O casal assegura
nunca ter funcionado uma produtora de eventos no local. As empresas procuradas
receberam juntas R$ 2,92 milhões.

Para encontrar as três empresas contratadas pela Fundarpe, todas localizadas no


bairro de Penedo, em São Lourenço da Mata (Região Metropolitana), a reportagem
tomou por base os endereços constantes em certidões da Jucepe. Na Rua Fonseca
Galvão, nº 198, deveria funcionar a Expresso Produções e Eventos, que faturou R$
1,66 milhão entre 2009 e 2010. Mas no local – uma casa simples, de dois andares –
reside o pescador José Vicente da Silva, 56 anos, e sua esposa, a dona de casa
Valdenice Ana da Silva, 52. Ele ficou surpreso ao ler o documento da Jucepe onde
aparece o endereço dele como sede de uma empresa com faturamento alto.

Vicente contou que ele mesmo construiu o imóvel em 1982 e o ampliou recentemente,
acrescentando o primeiro andar. Ele e a esposa moram no andar de cima e alugaram o
térreo por R$ 170, para aumentar a renda familiar, que gira em torno dos R$ 400,
segundo informaram. E nunca ouviram falar na Expresso Eventos. “Alugamos a parte
de baixo para um casal, mas eles não mexem com essas coisas, não”, assegurou. O
casal estava ausente.

A dona de casa Valdenice Silva disse que desde o início do ano tem chegado
correspondências na casa, endereçadas a Daniela Carla Marques e Silva, que figura
como sócia da Expresso Eventos ao lado Joabson Guerra da Cunha. “Nunca ouvi falar
nessa pessoa. Liguei para o Correio e eles me orientaram a devolver tudo. Foi o que
fiz”, revelou.

A cerca de 300 metros dali, na avenida Clodoaldo Gomes de Araújo, nº 186, deveria
funcionar a Rápido Produções e Eventos, que recebeu da Fundarpe R$ 523,9 mil só
este ano. Mas na avenida, a principal do bairro de Penedo, não existe o número 186. A
reportagem perguntou a moradores das casas com números próximos ao 186, e
ninguém sabia de uma casa com aquela numeração ou da existência da empresa.

O mesmo caso de endereço inexistente aconteceu com a empresa Muito Mais


Produções e Eventos, que recebeu R$ 740,3 mil em 2009. Ela deveria funcionar na Rua
Capiba, nº 230. Mas, além de não constar esse número, o local revelou-se
incompatível para instalação de uma empresa de eventos. De acesso difícil, com vias
de terra batida, a Rua Capiba é praticamente na zona rural de São Lourenço da Mata.
No local, há pouco mais de 10 casas, cada uma distanciada da outra em cerca de 100
metros, lembrando pequenos sítios. Os moradores abordados disseram nunca ter
ouvido falar na empresa ou em qualquer outra instalada no local.

O JC procurou a Fundarpe para comentar o fato de empresas com indícios de serem


fantasmas terem recebido dinheiro público, e quais os eventos promovidos para
justificar os R$ 2,92 milhões gastos com elas. Mas a assessoria de comunicação da
entidade informou que só prestará esclarecimentos “aos órgãos oficiais”, e não à
imprensa, acrescentando que já respondeu a três pedidos de informação da bancada
de oposição na Assembleia.
Empresas do caso Fundarpe receberam R$ 62,6 milhões
Publicado em 06.06.2010

Valor foi pago, sem licitação, a 16 empresas através de 8 mil empenhos. Dados estão
disponíveis no Portal da Transparência

A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) utilizou


desde o início da gestão do governador Eduardo Campos (PSB), em 2007, até abril
passado, R$ 62,679 milhões sem licitação com 16 empresas (confira o quadro) para a
realização de eventos. Deputados estaduais da oposição consideram essas
contratações suspeitas de desvio de recursos públicos. Os números foram apurados
pelo JC através dos dados disponíveis no Portal da Transparência do governo estadual.
Os pagamentos foram efetuados por meio de cerca de 8 mil empenhos (ordens de
pagamentos) cujos valores não ultrapassam R$ 8 mil, cada, o que justificaria a
dispensa de licitação. Mas a oposição aponta neste fato uma manobra para fracionar
despesas, o que seria uma ação irregular. A reportagem visitou 15 das 16 sedes das
firmas e constatou que apenas uma funciona de fato. As demais registraram o
estabelecimento em endereços residenciais ou em imóveis incompatíveis com a
movimentação financeira dos últimos quatro anos.
Os dados públicos referentes às empresas (como certidões da Junta Comercial do
Estado, a Jucepe) e dos seus proprietários sugerem que a maior parte delas não
pertence a produtores culturais com tradição no Estado. Ao contrário da prática
executada pela gestão da presidente da Fundarpe, Luciana Azevedo, de fomentar o
setor cultural através de editais públicos, via Funcultura, a liberação dos R$ 62,679
milhões sem licitação para empresas questionadas, suscita desconfianças em relação à
prática. Líder de um grupo que envolve quatro empresas beneficiadas, Joabson Guerra
da Cunha, 32 anos, por exemplo, foi contratado pela Fundarpe em 2008 para executar
serviços de assistente de palco. Hoje, lidera um grupo empresarial que faturou R$
8,892 milhões em apenas dois anos. A Expresso Produções, de sua propriedade, está
registrada no endereço onde mora o pescador José Vicente da Silva, 56 anos, que
desconhece a firma.

Apenas em três anos (de 2007 até 2009), o orçamento destinado às empresas
apontadas como suspeitas foi de R$ 51,287 milhões, valor 31% maior que a verba
investida no mais festejado programa de democratização do fomento à cultura do
governo estadual, o Funcultura, no mesmo período (R$ 39 milhões). A coincidência
entre as empresas beneficiadas também existe no quesito geográfico. Seis delas estão
sediadas na Mata Norte (cinco em Nazaré da Mata e uma em Goiana), nove na Região
Metropolitana do Recife (três em São Lourenço da Mata, duas em Itapissuma, duas em
Paulista, uma em Camaragibe e uma em Itamaracá) e apenas uma no Agreste
(Caruaru).

No levantamento realizado pelo JC, destaca-se também a maior quantidade de


empenhos liberados em alguns meses. Em outubro de 2008, quando ocorreram as
últimas eleições municipais, a Fundarpe pagou R$ 5,51 milhões a parte dessas
empresas. Mas em outubro de 2007 (R$ 563,2 mil) e de 2009 (R$ 2,45 milhões)
concentraram liberação de montantes menores. A movimentação no mês de agosto
também sofre alterações entre 2007 e 2009. Em 2008, foi liberado R$ 1,33 milhão,
valor bem maior que em agosto de 2007 (R$ 100 mil) e de 2009 (R$ 633,7 mil).

Até agora, as explicações da Fundarpe sobre o assunto são resumidas. De acordo com
a fundação, toda a verba serviu para o pagamento de “cachês de artistas” e a oposição
estaria tentando usar o fato para confundir a população poucas semanas antes do
início da campanha eleitoral. Os dados oficiais sobre os pagamentos, no entanto, ainda
permanecem um mistério. A Fundarpe afirma que esclarecerá as dúvidas aos “órgãos
competentes”.

Em Nazaré da Mata, empresa até num bar


Publicado em 06.06.2010

Famosa como polo de maracatu rural, Nazaré da Mata abriga as empresas que mais
receberam recursos da Fundarpe para eventos suspeitos, segundo a oposição. Dos R$
62,6 milhões pagos pelo órgão, R$ 18,4 milhões foram para cinco companhias cujas
sedes, de acordo com os registros da Jucepe, estão no município da Mata Norte. E a
exemplo do que ocorreu com outras empresas visitadas, o JC verificou que os
endereços em nada lembram firmas com o faturamento na casa dos milhões de reais.
Quatro delas “funcionam” em residências simples, uma das quais em reforma e sem
moradores, e a outra tem como sede o endereço de um bar, ao lado da delegacia de
polícia da cidade. Quatro dessas empresas têm sócios comuns.
Das cinco firmas em Nazaré da Mata que captaram recursos da Fundarpe, a Resolve
Produções e Eventos foi a mais agraciada. Recebeu R$ 5,463 milhões entre 2007 e
2010. A sede dela é na Rua Dionísio Basílio de Almeida, nº 101, no bairro de Onze de
Julho. O local é uma residência simples, onde mora uma aposentada. A segunda
empresa que recebeu mais recursos foi a Nazaré Produções e Eventos, cuja sede
também é uma residência simples, na rua José Carlos de Araújo, 34, no Centro: R$
5,184 milhões.

As duas empresas, que juntas faturaram R$ 10,647 milhões em três anos e meio,
pertencem aos mesmos sócios: Bruno Henrique Francisco Rosendo e Mauricéa Simião
dos Santos. As duas casas sedes das empresas foram cedidas pelo comerciário
Humberto Alves Patrício, uma pertence à cunhada dele e na outra mora a avó – a
aposentada citada no parágrafo anterior. O comerciário contou ao JC que as casas
foram alugadas apenas para emprestar os endereços às duas pessoas jurídicas, o
pagamento é uma ajuda de custo – ele não revelou quanto. O aluguel foi proposto por
uma pessoa identificada apenas como Nado, que passa durante a semana nas duas
casas para recolher correspondências. Nado seria ligado a Bruno Rosendo, sócio-
gerente das duas empresas.

“Ele (Nado) tem escritório no Recife, me procurou dizendo que tinha essas firmas, que
precisava de endereço. Mas não tenho conhecimento das atividades dele”, assegurou.
A reportagem tentou contatar Nado e Bruno Rosendo. Mas não obteve êxito.

O terceiro maior destino de recursos da Fundarpe em Nazaré da Mata foi a empresa


Suvanserv: R$ 3,914 milhões entre 2008 e 2010. O endereço dela é a Rua Conselheiro
João Brasil, 55, Centro, uma casa em reforma. Na ocasião da visita, ninguém se
encontrava no local. A quarta empresa em faturamento de dinheiro público foi a
Vertentes Produções, com R$ 2,962 milhões, com endereço na Avenida Coronel Luiz
Inácio, 929, Centro. Nestes dois casos também há coincidência de sócios. A Suvanserv
pertence a Edivaldo dos Santos Paiva e Vanda Maria de Aguiar Cavalcanti, e a
Vertentes, também a Edivaldo dos Santos Paiva em sociedade com Anísio Vital Paiva.

A Vertentes Produções tem sede no mesmo local onde funciona a banca A Confiança e
o Bar do Som, vizinhos da delegacia de Nazaré da Mata. O gerente do bar, Sonivaldo
Bernardino de Andrade, confirmou que “duas vezes por semana” o sócio-gerente da
firma, Edivaldo dos Santos Paiva, passa para pegar correspondências. “Às vezes ele se
reúne com um pessoal aqui (nos fundos do bar). Mas não me envolvo nos negócios
dele”, declarou. O JC entrou em contato com Edivaldo, deixou recado a uma pessoa
identificada como Paulo, se dizendo filho dele. Mas ele não deu retorno.

A última empresa visitada na cidade foi a Raízes Produção e Organização de Eventos,


na Vila Santa Marta, 29, Centro. No local mora a dona de casa Edijane Nascimento
Silva e ela disse nunca ter ouvido falar na empresa. A Raízes, segundo a Jucepe, foi
aberta em outubro de 2009 e já recebeu da Fundarpe R$ 944 mil.
POLÊMICA DA FUNDARPE
Mais suspeitas sobre empresas de eventos
Publicado em 28.05.2010

Sedes de outras três empresas contratadas pela Fundarpe para realização de eventos,
visitadas ontem pelo JC em Itapissuma e Itamaracá, reforçam os indícios de que os
endereços são de fachada

Gilvan Oliveira
Manoel Medeiros Neto

politica@jc.com.br

O JC visitou ontem as sedes de mais três empresas contratadas pela Fundação do


Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) – para realização de
eventos – e o que verificou aumentam ainda mais as suspeitas sobre essas empresas.
Os imóveis, em Itapissuma e Itamaracá (Região Metropolitana), em nada lembram
sedes de companhias com faturamento alto. Pelo contrário: os estabelecimentos
funcionam numa pequena garagem, numa residência modesta e numa casa de
veraneio, sugerindo que os endereços são de fachada. E quem se dispôs a falar com a
reportagem se negou a dar informações detalhadas sobre os empreendimentos.
Juntas, elas receberam R$ 15,6 milhões da fundação.

A primeira sede de empresa visitada ontem foi a do Bloco Tá Legal Produções


Artísticas, que entre 2007 e este ano recebeu R$ 3,699 milhões da Fundarpe. Ela fica
na Avenida Agostinho Nunes Machado, nº 900, no Centro de Itapissuma. O local,
recentemente pintado com a logomarca da empresa, é uma garagem que estava
fechada.

Uma mulher que fazia serviços domésticos na casa em frente à garagem, que ela
mesma afirmou pertencer ao dono da Tá Legal, informou que no local não havia
telefone fixo e nem sabia os contatos do responsável pelo empreendimento. “Ele está
viajando”, assegurou. A Tá Legal pertence aos sócios Glaydson Figlioulo do Nascimento
e Severino Wellington Freitas da Silva, mas a mulher – que não quis se identificar –
não informou qual dos dois seria o dono da casa.

No nº 933 da mesma avenida fica a sede da Figlioulo Produções Artísticas, empresa


que faturou, nos últimos quatro anos, R$ 6,731 milhões em recursos públicos. Ela
também pertence a Glaydson Figlioulo do Nascimento, mas com outro sócio: Inácio
Antônio do Nascimento. Na casa, a reportagem foi recebida por uma mulher
aparentando 60 anos, que não quis se identificar. Ela confirmou que sua casa é a sede
da Figlioulo e não informou mais nada. Disse que lá não havia telefone fixo nem sabia
os contatos dos responsáveis pela empresa. “Não sei de nada, não vou falar nada”,
afirmou.

No bairro de Forno da Cal, em Itamaracá, o JC demorou para encontrar a Clarins


Produções Artísticas, que recebeu da Fundarpe R$ 5,175 milhões entre 2008 e 2010. O
endereço dela na Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe) não bate com o da sede da
empresa. Ela deveria funcionar no nº 2.175 da Rua Paraná, mas a numeração da via
só vai até 200. A empresa funciona numa casa sem número entre a 157 e a 180.

A sede da Clarins é numa casa com muro alto, que aparenta ser de veraneio. No local,
estava um homem em torno de 40 anos que se apresentou como Geraldo. Ele se disse
“motorista do dono da empresa” e assegurou que lá funcionava de fato a Clarins. “O
dono está viajando pelo interior, promovendo eventos, e o telefone dele eu não posso
dar”, disse.

Desde o surgimento das denúncias envolvendo a Fundarpe, lançadas por deputados da


oposição há duas semanas, o JC visitou as sedes de nove empresas contratadas pela
fundação. Em oito delas, encontrou situações que sugerem a existência de empresas
fantasmas ou de fachada. E em apenas uma, a Palco Show Produções, em Caruaru
(Agreste), havia estrutura compatível com uma empresa grande de produção de
eventos. A Fundarpe tem sido contactada para explicar quais os critérios para a
contratação e quais os eventos promovidos pelas empresas, mas se nega a dar
informações, sob a justificativa de que só dará explicações aos órgãos oficiais.

Eduardo decide não falar mais sobre o assunto


Publicado em 28.05.2010

O mistério em torno da lista de apresentações artísticas que consumiram do erário


estadual mais de R$ 36 milhões, entre janeiro de 2009 e abril deste ano, é uma
responsabilidade da Fundarpe, indicou ontem o governador Eduardo Campos (PSB).
Questionado pela reportagem do JC sobre a decisão da fundação de não divulgar quais
artistas foram supostamente contratados com os milhões, instantes após o término da
entrevista que concedeu ontem na Rádio Jornal, Eduardo afirmou que não voltaria
mais ao assunto. “A Fundarpe vai falar sobre esse tema. O que eu tinha para falar, eu
já falei. Estou tranquilo de que a Fundarpe haverá de esclarecer todas as questões”,
disse.
Questionado ao vivo na rádio sobre o suposto esquema de corrupção na contratação
de shows, o governador defendeu a apuração das denúncias e a punição de hipotéticos
culpados, mas lembrou que o tempo próximo às eleições é fértil para “denúncias
vazias e infundadas”. “A Fundarpe está prestando todos os esclarecimentos, essa é a
linha do nosso governo. Se tiver alguma coisa errada é para ser apurado, para ser
punido. Agora eu não vou fazer o jogo vazio das denúncias infundadas, sem
fundamento, sem conhecimento. O Tribunal de Contas está fazendo levantamentos lá,
a nosso pedido, a Controladoria está fazendo levantamento, tudo com tranquilidade.
Não sou juiz da oposição nem a oposição é juiz nosso”, disse.

Seguindo a linha do presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Uchoa (PDT), que


subiu à tribuna na última terça (25) para lembrar que o governo Jarbas “também teve
problemas” na área cultural – Uchoa também registrou não aceitar a acusação de que
“todos são honestos, só Eduardo é safado” –, o governador lembrou que a “gestão
passada” passou seis anos na luta contra a instalação de uma CPI. “O próprio governo
que me antecedeu durante muito tempo teve muitas denúncias sobre questões de
recursos na área de cultura. Durante seis anos, o governo (Jarbas) ficou evitando uma
CPI na Assembleia, foi coisa pro Ministério Público...”, lembrou.

Em relação às empresas questionadas, o governador disse que elas “existem


formalmente” e que há muita “informalidade” no setor. Ele também reiterou que sua
administração avançou no setor cultural, inclusive convocando um artista reconhecido
no País para liderar a Secretaria Especial de Cultura, o escritor Ariano Suassuna.
Pequenas empresas, grandes verbas
Publicado em 14.05.2010

Da mesma forma que no caso dos “shows” do Turismo estadual, empresas sem
estrutura estão envolvidas na nova denúncia da oposição sobre a Fundarpe

Jorge Cavalcanti
jorge.cavalcanti@jc.com.br

As empresas que mais receberam empenhos da Fundação do Patrimônio Histórico e


Artístico de Pernambuco (Fundarpe), segundo a nova denúncia da oposição na
Assembleia Legislativa, funcionam em escritórios modestos, que em nada lembram os
valores embolsados entre os dias 4 e 12 de fevereiro deste ano. Hoje, o líder da
bancada, Augusto Coutinho (DEM), entrega à procuradora-geral do Ministério Público
em exercício, Maria Helena Nunes Lyra, um pedido de investigação sobre supostas
irregularidades no repasse de verbas para o Carnaval.

O JC visitou ontem a Kactus Promoções e Eventos e a Nova Era Entretenimentos,


ambas em Paulista (Grande Recife). Na primeira empresa, situada na Rua Milton Souza
Lopes, mais conhecida como Rua do Cajueiro, o endereço que está registrado na Junta
Comercial de Pernambuco (Jucepe) refere-se a um escritório de advocacia. Na
pequena sala ao lado, sem nenhuma placa de identificação, uma mulher disse que
trabalhava na empresa e garantiu que no local funciona a Kactus. Segundo ela, que
não quis se identificar, os responsáveis estão em viagem e só retornam no dia 20. “Até
eles voltarem, não posso dar informação nenhuma”, contou.

À primeira vista, chama a atenção que uma empresa que recebeu R$ 2,57 milhões,
divididos em 257 empenhos, funcione numa sala com apenas um ventilador e uma
mesinha com telefone e fax, sem um computador sequer. No térreo da galeria, o
funcionário do curso de informática Conexão, Carmino Williams, afirmou que nunca
ouviu falar na empresa. “Sei que lá em cima tem um escritório e um consultório, mas
não conheço nenhuma Kactus”, disse ele, que trabalha na galeria há dez meses.

Na segunda empresa, instalada em uma das salas do número 531 da Rua Siqueira
Campos, apenas um pedaço de papel ofício – com o nome Nova Era impresso e fixado
com fita adesiva – informa que ali funciona a entidade que recebeu R$ 1,1 milhão, por
meio de 157 empenhos. Na porta, um cadeado trancado. Pessoas que trabalham em
outras salas no mesmo prédio afirmaram que apenas uma mulher vai ao local de vez
em quando.

Segundo a denúncia da oposição, a Fundarpe fracionou os empenhos em valores


abaixo de R$ 8 mil, com o objetivo de evitar licitação. Apenas gastos acima desta cifra
passam obrigatoriamente por um certame. Pelos dados apresentados pela bancada,
foram emitidos 1.860 empenhos em oito dias, num total de R$ 21,5 milhões.
Fundarpe sob suspeita de fraudar licitação
Denúncia // Oposição questiona repasse de mais de R$ 21 milhões para o carnaval deste
ano

Após denúncias de superfaturamento de shows e eventos não realizados pela Empresa


Pernambucana de Turismo (Empetur), que resultou na exoneração do ex-secretário de
Turismo Sílvio Costa Filho (PTB), a bancada de oposição da Assembleia Legislativa mirou
sua artilharia para outro órgão do governo Eduardo Campos. O alvo agora é a Fundação do
Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). A oposição questiona o
repasse de verba para o carnaval deste ano e já encaminhou pedido de informação à
instituição.
Hoje, eles ingressarão com a denúncia no Ministério Público estadual e outra no Tribunal
de Contas do Estado (TCE). Segundo os parlamentares, a Fundarpe teria fracionado os
empenhos das despesas referentes a pagamento de empresas e pessoas físicas para burlar a
Lei de Licitações. No levantamento apresentado pela oposição, entre os dias 4 e 12 de
fevereiro, durante os festejos de Momo, foram liberados mais de R$ 21 milhões em 1.860
empenhos. O grupo revelou, ainda, que somente no dia 10 de fevereiro saíram do cofre
estadual R$ 13 milhões por meio de 1.210 empenhos.
De acordo com o líder da oposição, deputado Augusto Coutinho (DEM), está clara a
intenção do governo de burlar a Lei de Licitações, já que a legislação diz que despesas de
até R$ 8 mil não precisam ser publicadas no Diario Oficial. "Enquanto alguns blocos
tradicionais, como o Galo da Madrugada, receberam R$ 650 mil em apenas dois empenhos,
outras empresas, a exemplo da Kactus Promoções e Eventos recebeu 257 empenhos com
valores entre R$ 6 mil a R$ 7,9 mil. Ela recebeu sozinha R$ 2,5 milhões", disse.
Outros empenhos que também chamaram a atenção dos parlamentares referem-se aos
recursos destinados à Nova Era Promoção e Organização de Eventos Artísticos e
Entretenimentos Ltda. e à empresa Raízes Produção e Organização de Eventos Ltda. A
primeira recebeu 157 empenhos, todos entre R$ 7 mil e R$ 8 mil, o que representa um
montante de R$ 1,1 milhão. A segunda entidade ganhou 125 empenhos, cujos valores
variam entre R$ 7 mil e R$ 8 mil, totalizando R$ 929 mil.
Na avaliação da deputada Terezinha Nunes (PSDB), o governo precisará explicar porque
fracionou as despesas e qual a razão dos empenhos não terem sido agregados. "Há no
mínimo má-fé. O que houve é que as despesas não foram publicadas e está irregular.
Fracionamento de despesas não é permitido na administração pública", criticou a tucana.
Por telefone, a presidente da Fundarpe, Luciana Azevedo, disse que não tinha tomado
conhecimento das denúncias da oposição, mas que prestaria todos os esclarecimentos hoje,
após saber detalhes do caso. Após ser informada pela reportagem sobre o conteúdo das
denúncias, ela supôs que as acusações sejam contra a contratação de artistas. "Se for essa a
denúncia, eles (os artistas) têm notória especialização e cachês de artistas não têm licitação.
É produto único. Na maioria dos casos, os artistas têm uma empresa que os representa.
Nunca a Fundarpe foi tão transparente como nesta gestão", afirmou Luciana. (Claudia
Elói.)
Oposição cobra documentação na Justiça

A oposição agiu em duas frentes, ontem, para fortalecer a tese de que há indícios de desvios
de recursos da Fundarpe - uma tentativa de desgastar a imagem do governo com um
discurso ético. Depois de impetrar uma ação cautelar para ter acesso às ordens de
pagamento feitas pela fundação nos últimos anos, na 3ª Vara da Fazenda Pública, no Fórum
Joana Bezerra, a deputada Terezinha Nunes (PSDB) enviou uma dura nota à imprensa para
contestar as declarações dadas por Luciana Azevedo, nas quais ela acusou a tucana de
também querer se beneficiar com a liberação de verbas da Fundarpe para bases eleitorais, o
que ela teria negado.
Terezinha admitiu, no entanto, que, em junho de 2008, enviou autorização para que a
Associação de Eventos Culturais e Esportivos de Pernambuco captasse R$ 100 mil junto à
Fundarpe para realizar festas juninas nos municípios de Abreu e Lima, Moreno e Lagoa de
Itaenga. Mas disse que não conhecia essa entidade e que só fez isso depois de ser orientada
por um parlamentar da base governista, Izaias Régis.
A Associação de Eventos Culturais e Esportivos também foi indicada por Augusto
Coutinho para receber R$ 100 mil em junho de 2009 para realização de festividades
juninas. O documento com a assinatura dele chegou à imprensa por meio de um governista
e estava sendo usado como um trunfo por Luciana Azevedo, que viu o pedido como ilegal,
mas não a ponto de rejeitá-lo. Terezinha mostrou sua versão.
Segundo a deputada, após questionar, na Assembleia, a liberação de recursos para
municípios que não tinham tradição de São João, entre 2007 e 2008, foi procurada pelo
deputado Izais Régis (PTB) para discutir a questão. "Diante das minhas críticas, no São
João de 2008, fui procurada pelo deputado Izaías, o qual me informou que a Fundarpe
passaria a liberar recursos para os municípios que os deputados selecionassem para os
festejos juninos daquele ano. A liberação se daria via a entidade Associação de Eventos
Culturais e Esportivos. Fiz, então, o oficio (que distribuo à imprensa) sugerindo o repasse
de R$ 100 mil, dentro do montante que o governo estava disponibilizando (#) Vale salientar
que nem imaginava que, por trás disso tudo, estaria um grande esquema ilegal como está
sendo comprovado hoje".
Terezinha contou que achou "estranha" a forma como os recursos estavam sendo alocados e
decidiu suspender tudo. "Foi uma desistência minha e não da presidente da Fundarpe, como
ela alega. (Depois disso) fui procurada diversas vezes para solicitar recursos que seriam
liberados via Isaltino Nascimento e não mais por Izaias Régis. Não só recusei como passei
a investigar o esquema montado", declarou, sendo rebatida por um integrante do governo,
que enviou um fax à imprensa no qual Terezinha autoriza não só a captação de R$ 100 mil
junto à Fundarpe, como indica a empresa Marim Comunicação e Eventos LTDA para
captar R$ 250 mil junto à fundação.
Oposição barra novos recursos para a Fundarpe

Um pedido de verba suplementar para a Fundação foi derrotado ontem na


Assembleia Legislativa, significando a primeira derrota do governo na Casa
O governo Eduardo Campos sofreu ontem sua primeira derrota no plenário da
Assembleia Legislativa desde o início da gestão, em 2007. Um projeto de lei do
Executivo que acrescentaria ao orçamento da Fundação do Patrimônio Histórico e
Artístico de Pernambuco (Fundarpe) R$ 3,67 milhões foi reprovado após
articulação rápida do líder da bancada oposicionista, deputado Augusto
Coutinho (DEM). A votação não foi nominal: os seis parlamentares da oposição
presentes no plenário se manifestaram contrários e conseguiram barrar a
aprovação, que necessitaria do apoio de maioria simples. Apenas cinco deputados
governistas participavam da reunião no momento. O principal argumento para a
reprovação foi a suspeita de irregularidades na Fundarpe.
“Eu votei contra porque um órgão que se encontra sob suspeita não pode ter uma
suplementação orçamentária. Isso não existe”, argumentou o líder do PSDB,
deputado Pedro Eurico. O tucano foi o único parlamentar componente da
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que tentou barrar a aprovação do
crédito ainda na análise da matéria no colegiado, terça-feira da semana passada.
Augusto Coutinho, líder do grupo que denunciou um suposto esquema de
corrupção baseado em empenhos fracionados pela Fundarpe para direcionar
verbas, também citou as suspeitas de ilicitude para justificar seu posicionamento.
“Como a gente poderia aprovar uma matéria dessas se não existe explicação
sobre os empenhos fracionados da Fundarpe? O governo está devendo
explicações, nós estamos na expectativa de um pronunciamento convincente.
Também é perigoso porque existem ligações de empresas com pessoas próximas
do governador”, afirmou.
Na CCJ, a relatora do projeto foi a deputada Teresa Leitão (PT). Governistas que
defenderam a matéria na comissão, como o deputado Sebastião Oliveira (PR) –
que discutiu com Pedro Eurico na última reunião do colegiado –, não chegaram a
tempo de para participar da votação. Sebastião chegou no espaço quando a
sessão já havia sido finalizada. O posicionamento contrário ao governo dos
deputados Emanuel Bringel (PSDB) e Carlos Santana (PSDB) foi decisivo para
o resultado. Bringel e Santana – tucanos que sempre votaram com o Palácio das
Princesas na Assembleia – modificaram o comportamento político nas últimas
semanas.Desde o “sim” do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) à pré-
candidatura ao governo, os dois passaram a adotar um estilo menos eduardista.
Participaram, inclusive, da reunião que denunciou os 1.860 empenhos emitidos
sem licitação pela Fundarpe em apenas nove dias de fevereiro deste ano, num
valor total de R$ 21,5 milhões.

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