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Prevalência do Sobrepeso e da Obesidade

Fonte: Controle do Peso Corporal/ O impacto da Modernização na Transição


Nutricional e Obesidade
A obesidade e o consequente sobrepeso tem se caracterizado como a
disfunção orgânica que mais apresenta aumento em seus números, não apenas nos
países industrializados, mas particularmente nos países em desenvolvimento. As
evidências mostram que a adoção de estilo de vida inadequada vem favorecendo este
tipo de acontecimento, sobretudo no que se refere ao sedentarismo e aos hábitos
alimentares.
Mais recentemente, tem sido desenvolvido estudos que procuram abranger
levantamentos populacionais, na tentativa de fornecer subsídios que possam servir
de referência na análise da prevalência da obesidade e do sobrepeso em diferentes
segmentos da população.
O excesso de peso é uma condição que desperta interesse desde a
Antiguidade. Infinitas modalidades terapêuticas vêm sendo implementadas, porém,
pouco se avançou em direção a melhor terapia para a obesidade.
A prevalência da obesidade está sempre aumentando, e alguns dos fatores que
contribuem para ascensão desta epidemia é a transição nutricional, com aumento do
fornecimento de energia pela dieta, e redução da atividade física, o que podemos
chamar de estilo de vida ocidental contemporâneo.
A industrialização e urbanização trouxeram aumento da ingestão de calorias e
diminuição da atividade física, estabelecendo o princípio do sobrepeso, ou seja, maior
ingestão calórica e menor gasto energético, com acúmulo de gordura. Na população
infanto-juvenil, outros fatores agravam o problema, como o desmame precoce e
introdução de alimentos altamente calóricos desde o início da vida. Crianças e jovens
tem cada vez menos espaços gratuitos para praticar atividades físicas e incorporam
formas de lazer sedentárias, como computadores e televisão. As refeições rápidas e
fora de casa com refrigerantes, salgadinhos, sanduíches e biscoitos substituíram o
arroz, feijão, carne e verdura, até mesmo a merenda escolar.
Países Industrializados
Ao recorrer aos valores do índice de massa corporal compilados no National
Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) |||, verifica-se que 33% da
população adulta norte-americana apresenta sobrepeso, e 14% dela sobrepeso
elevado. Com essa prevalência, parece ser possível levantar a hipótese de que,
naquele país, o sobrepeso vem assumindo proporções epidêmicas. Constata-se
também que a prevalência do sobrepeso varia consideravelmente em relação à idade,
ao sexo, ao grupo racial e ao nível socioeconômico.
Os dados analisados mostram que a proporção de sobrepeso na população
aumenta com a idade, com os mais altos índices tendo ocorrido aos 60-69 anos entre
os homens, e aos 50-59 anos entre as mulheres. Existem ainda indícios de que a
prevalência do sobrepeso tem aumentado ao longo do tempo. A proporção de
sobrepeso observada nessa população, no período de 1988-91, foi substancialmente
maior em comparação com o período de 1971-74.
Levantamentos nacionais realizados nos Estados Unidos mostram que a dieta
de sua população, em geral, é composta por aporte calórico acima do necessário e
extremamente rica em alimentos com alto teor de gorduras. Além disso, não mais que
um, em cada cinco americanos adultos, pode ser considerado fisicamente ativo.
Desse modo, não obstante a evolução da indústria alimentícia, a forte cultura e a
pressão da mídia para que as pessoas se tornem magras e aptas fisicamente, verifica-
se que, nos países industrializados, o sobrepeso e a obesidade permanecem com um
dos mais predominantes problemas de saúde.
População Brasileira
Em nosso país, ainda que sejam necessárias estatísticas mais aprimoradas, é
cada vez mais evidente a “americanização” dos hábitos alimentares, o que, aliado à
progressiva redução da atividade física do cotidiano em razão da mecanização e do
avanço tecnológico de nossa sociedade, torna possível prognosticar paulatino
aumento na prevalência da obesidade e do sobrepeso nos diferentes segmentos da
população brasileira.
Dados preliminares produzidos pelo Instituto Nacional de Alimentação e
Nutrição mostram que aproximadamente 32% da população adulta brasileira
apresentam algum grau de sobrepeso, especialmente nas classes menos favorecidas.
Destes, 8% tem excesso de peso corporal acentuado ou obesidade. Enquanto 27%
da população de homens adultos apresentam algum grau de excesso de peso
corporal, essa prevalência alcançou 38% para as mulheres. A situação mais crítica é
encontrada na região sul, seguida pela região sudeste. A proporção do sobrepeso e
da obesidade eleva-se gradativamente com a idade. Atingindo maior prevalência no
grupo de a 45 a 55 anos, em que 37% dos homens e 55% das mulheres apresentam
peso corporal acima dos limites esperados. Nos últimos 15 anos a população
brasileira de obesos praticamente dobrou, e o maior aumento ocorreu entre os
homens.
No Brasil, a obesidade como problema de saúde pública é um evento recente.
Apesar da existência de relatos a partir da Era Paleolítica sobre “homens corpulentos”,
a prevalência da obesidade nunca apresentou um grau epidêmico como na
atualidade.
Ao mesmo tempo em que declina a ocorrência da desnutrição em crianças e
adultos num ritmo bem acelerado, aumenta a prevalência de sobrepeso e obesidade
na população brasileira.
O aumento da prevalência da obesidade no Brasil torna-se ainda mais
relevante, ao se verificar que este aumento, apesar de estar distribuído em todas as
regiões do país e nos diferentes extratos socioeconômicos da população, é
proporcionalmente mais elevado entre as famílias de baixa renda.
O fato de o Brasil se encontrar na categoria de país capitalista em desenvolvimento
faz pensar que nos próximos anos a prevalência da obesidade e do sobrepeso tende
a aumentar.

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