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Pierre Monnet

Comunicações Extraterrestres

Relatos Inéditos de Contatos Alienígenas

Tradução
Luca Albuquerque
Título original:
Contacts D´Outre espace
Copyright 1994 Amrita Éditions
Dedico inicialmente este livro a J. C. de N,, um ser maravilhoso a
quem amo bastante e cujos laços afetivos recíprocos vão além de
qualquer expressão conhecida até hoje; um amor fora do comum, que
não precisa de nenhuma base material para existir e manifestar-se...
Dedico-o igualmente a todos os homens e mulheres de boa vontade,
que compreenderam que só o amor prodigaliza a vida... a verdadeira...
A ti, ser humano transbordante de amor e afeição, que não podes
exteriorizar nem comunicar-te com o homem agressivo que representa
a maioria que cerca o ambiente em
que vives. Neste meio, tu se sentes isolado, sem poder levá-lo a
compreender que tu o amas e que gostaria de ensiná-lo a amar
novamente.
Dedico ainda estas páginas aos presentes e futuros cavaleiros da
Ordem da Cavalaria da Estrela de Prata, que depositam e continuarão
depositando em mim confiança na missão que me determinaram os
extraterrestres que entram em contato comigo desde 1951.

Pierre Monnet
Índice

PREFÁCIO ................................................................................................................................................... 7
Apresentação do Editor Francês ................................................................................................................. 11
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 13
A MEUS LEITORES ................................................................................................................................. 17
Primeira Parte Primeiros Encontros .......................................................................................................... 25
1951 – Meu primeiro contato físico com quatro seres humanos vindos de além espaço ......................... 27
Em face das portas do insólito .................................................................................................................... 39
A extraordinária presença de certas proteções ao longo da minha vida ..................................................... 51
O veículo do contactado usado pelos extraterrestres durante dez minutos a 110 quilômetros horários ..... 57
As atribulações de um contactado na França.............................................................................................. 63
Segunda Parte Os Contatos ....................................................................................................................... 77
Os extraterrestres que me contatam ............................................................................................................ 79
Eles me deram a prova de que estão entre nós ........................................................................................... 91
No interior da nave ..................................................................................................................................... 95
Eu viajei em torno do sistema de Vega ...................................................................................................... 99
A conjuração mundial e as declarações de alguns cientistas .................................................................... 109
As declarações dos cosmonautas .............................................................................................................. 119
O chefe de estado que conversou com cinco extraterrestres –
Os contactados e os diferentes tipos de contatos ...................................................................................... 125
Viajantes do futuro e do passado .............................................................................................................. 137
Algumas respostas às cartas de meus leitores........................................................................................... 141
Terceira Parte As Mensagens .................................................................................................................. 159
Quarta Parte Ensinamentos e Iniciação ................................................................................................... 191
O tempo não existe ................................................................................................................................... 193
Algumas páginas de uma história antiquíssima ........................................................................................ 199
As civilizações dos tempos antigos até as glaciações terrestres ............................................................... 201
Como os terráqueos transformaram a verdade ......................................................................................... 207
A destruição de nosso mundo ................................................................................................................... 209
O homem, o céu, as religiões e a Terra .................................................................................................... 213
As ondas-pensamentos ............................................................................................................................. 217
Para que possamos nos juntar aos extraterrestres ..................................................................................... 221
Algumas indicações para os pesquisadores .............................................................................................. 225
Do amor à décima potência ...................................................................................................................... 233
6 Pierre Monnet
PREFÁCIO

Com esta obra, Pierre Monnet toma a feliz iniciativa de completar o


relato de sua prodigiosa odisséia espacial desde o seu re-encontro com
extraterrestres, seres dotados de supertecnologia e de poderes
psíquicos de ordem superior, semelhantes, por assim dizer, aos dos
grandes iniciados da Antiguidade, cujo último entre eles (last but not
least) foi o iniciador da era cristã atual.
Ainda que pareça espantoso ou absurdo aos olhos do leitor profano,
este livro deve ser lido e meditado em todos os seus detalhes. Com
efeito, cada elemento é importante e imbrica-se num quebra-cabeça
complexo capaz de colocar-nos na pista de nossos insólitos viajantes
espaciais.
Por um lado, minha longa experiência na matéria (GEPA)1, bem como
os conhecimentos que adquiri a partir de informações e depoimentos
dignos de fé, autorizam-me a confirmar sua autenticidade; por outro
lado, minhas entrevistas aprofundadas com Pierre Monnet permitem-
me testemunhar em favor de sua perfeita probidade intelectual, assim
como de sua boa fé, e solicitar para ele um posicionamento favorável
por parte do leitor – principalmente porque o autor teve a idéia, ao
mesmo tempo judiciosa e original, de incorporar ao relato as
observações e declarações de cosmonautas americanos e russos, cujo
equilíbrio mental não poderia ser posto em dúvida. Aliás, sem precisar
1
Em francês: Groupement d´Etude dês Phénomènes Aériens et Spatiaux (Grupo de Estudos de
Fenômenos Aéreos e Espaciais) (N. do T.)
8 Pierre Monnet

remontar aos tempos bíblicos, a história do nosso mundo até os dias


atuais acha-se repleta de exemplos incontestáveis de reiterados
contatos entre os visitantes do espaço e os habitantes do nosso
planeta2. O aparecimento dos OVNIs constitui por si mesmo o maior
enigma dos tempos modernos, e eu penso na companhia do ufólogo
Guy Tarade, que os contatos com os seus pilotos serão o sinal de uma
explosão psicológica que abalará os fundamentos filosóficos e
religiosos de nosso velho mundo.
Não raro, porém, por ocasião de contatos do terceiro grau, os próprios
contactados recusam-se a divulgar sua inacreditável aventura por
medo de serem ridicularizados e marginalizados, sem falar que, tanto
na Europa quanto nos Estados Unidos, os governos e seus poderes
públicos tudo fizeram para ocultar os fatos e sufocá-los sob o peso da
ignorância e da má fé. Estes últimos chegaram a criar pseudo-
organismos de estudo do fenômeno, que, a exemplo dos “buracos
negros galácticos”, onde a luz desaparece sem retorno, não ofereceram
quaisquer dados concretos, a não ser informações sistematicamente
preocupadas em ridicularizar e desacreditar depoimentos e
contactados.
Ao oferecer aos leitores privilegiados sua extraordinária aventura,
Pierre Monnet apresenta um esclarecimento novo e revelador, para
não dizer “iniciático”, ao mesmo tempo em que cobre um vasto campo
de investigação. Com efeito, o próprio lugar em que se desenrola o seu
contato parece uma permanente pista de aterrissagem3, uma região do
nosso globo onde os extraterrestres realizam missões que ainda não
compreendemos e a cujo respeito o autor faz revelações-chave.
De minha modesta parte, espero que meus colegas cientistas e os
pesquisadores autênticos não bloqueados por estruturas universitárias
ultrapassadas concentrem sua abertura de espírito sobre a “referência
grande ângulo”, com vistas a uma investigação profunda sobre esta
tecnologia de sonho de que dispõem os extraterrestres desde a noite

2
Jacques Vallée em Autres Dimensions, Editions Robert Laffont, 1989.
3
Ver Phénomènes Spatiaux, no. 9, 3º trimestre, 1966, p. 10: “Valensole serait-il um haut lieu de
tourisme insolite?” (O caso de Maurice Masse, 1965.)
Comunicações Extraterrestres 9

dos tempos e minuciosamente descrita por Frank Seully4, a qual lhes


permite “brincar de carniça” com a constante de Plank combinada
com o espaço-tempo, e aniquilar, ao fazê-lo, nosso soberbo raciocínio
cartesiano.

Henri Perret
Doutor em Engenharia
Premiado pela Academia das Ciências
Prêmio Edouard Belin 1968

N.B: Em todos os casos de contatos do terceiro grau de que temos


conhecimento, ficou mais ou menos claro que eles não eram fortuitos
NE devidos ao acaso, mas sempre “programados” e determinados; os
contactados ficavam como que “imantados” e dirigidos para pontos
previamente determinados.

4
Frank Seully, Le mystère dês soucoupes volantes, Editions Delduca, 1951.
Apresentação do Editor Francês

Ao publicar um livro como o de Pierre Monnet, todo editor sabe muito


bem o que terá pela frente: desdém, zombarias, insultos, intimidações e até
mesmo ameaças.
Foi assim, com plena consciência, que as Editions Amrita resolveram dar a
forma de livro àquilo que, faz algum tempo, esperava prudentemente sob a
rubrica “manuscrito”.
Por que tal decisão? Porque às vezes é preciso ter a coragem de ir além de
tudo quanto se faz “razoavelmente” e também porque temos a íntima
convicção de que o depoimento de Pierre Monnet é perfeitamente
autêntico.
Sem dúvida, é um trabalho que incomoda, que chega a irritar, mas tem em
compensação a espontaneidade da experiência vivida... e o recuo de uma
experiência fora do comum que já vai para mais de quarenta anos.
Pierre Monnet não é um escritor. Ele mesmo vive repetindo isso, mas o
seu relato tem a força do coração, o coração de um homem que sofreu, e
ainda sofre a incompreensão dos seus semelhantes. O leitor o achará às
vezes desajeitado, mas tivemos de conservá-lo assim, pois o seu
depoimento nos coloca diante de um fenômeno e de uma tomada de
consciência a que já não podemos fazer vista grossa.

O editor
INTRODUÇÃO

Não importa que livro é este... Ele foi escrito por um homem que teve
contatos extraterrestres. O autor não faz outra coisa senão retransmitir
a mensagem deles à nossa civilização.
Portanto, o ensinamento que esta obra contém é dedicado aos seres
humanos de nosso planeta que procuram o caminho e a voz da
verdade, pela reflexão simples e lógica sobre a natureza que os cerca e
lhes “fala”, a fim de fazê-los compreender o respeito pelas leis
propícias ao desenvolvimento de seu bem-estar e pela continuidade da
vida na sabedoria universal.
As palavras e as frases contidas neste volume não são a obra de um
escritor de ficção científica, de um religioso ou de um demente;
apenas revelações de um ser que conhece por experiência certas
coisas.
Esta obra explica como a iniciação de alguns homens puros foi
deformada pelas religiões, que fizeram disso um mito com fins
vilmente especulativos; o autor mostra o entrave assim feito à
evolução normal da espécie humana, deformação que acabou por
ocultar três quartos da verdade.
Ele relata com força e detalhes os dois contatos físicos que teve com
os extraterrestres.
Sua maior parte representa a tradução decodificada em linguagem
inteligível, e na língua original do autor, de algumas revelações que
14 Pierre Monnet

lhe fizeram os “galácticos” que o contatam.


O autor deixa igualmente claro que uma grande parcela deste livro
permanece de difícil compreensão para ele e que não pode, portanto,
desenvolver detalhes precisos nos planos científico, psicológico e
ideológico; isto pela razão maior de que este volume foi redigido sob
o impulso exterior dos seres que lhe transmitem “telepaticamente” as
informações.
Assim como Georges Adamski (EUA), Howard Menger (EUA) e
alguns outros contactados humanos de nosso planeta, Pierre Monnet
assimilou as informações e as mensagens recebidas dos representantes
de uma civilização extraterrestre muito mais adiantada que a nossa...
Transmitiu por sua vez essa soma de informações sem deformá-las,
sem manchá-las com sua própria personalidade, sem filtrá-las através
de suas imperfeições pessoais, convicções religiosas, políticas, etc. Ele
retransmite a mensagem de modo cabal, claro e autêntico, tal como
lhe foi pedido.
De 1951 a 1972, esse foi para Pierre Monnet um longo período de
assimilação e de “tradução” reveladora das informações. Era preciso
passar os ”impulsos telepáticos” recebidos para as palavras de nossa
linguagem, até que chegou o momento (1972) em que ele pôde
cumprir a promessa feita aos extraterrestres. Esses “irmãos
galácticos”...
Com efeito, estes haviam dito ao seu contactado: “Fale, escreva...
Faça saber quem somos e o que somos...”
Pierre Monnet pôs mãos à obra, guiado e influenciado por eles.
Criticado, incompreendido, chamado de louco, lunático e até mesmo
de trapaceiro, ele não recuou diante do dever de transmitir a
mensagem. Ao risco de perder tudo – a mulher, os amigos, o emprego
e a consideração alheia -, ele falou e escreveu. Apareceu várias vezes
na televisão e no rádio em quase todos os países francófonos, onde
também deu numerosas entrevistas coletivas, conferências secretas e
públicas, durante as quais tentou reunir os humanos dispostos a amar,
como seus “irmãos do alto” lhe tinham pedido,
Comunicações Extraterrestres 15

Com o seu primeiro livro5, as conferências, os programas de rádio e


televisão, e a imprensa, Pierre Monnet, desde 1979, pôde dirigir-se a
milhões de seres humanos.
Depois de certa desaceleração devida ao desencoraja-mento diante do
homem que não ouve, o autor da presente obra retoma o cajado do
peregrino e volta a partir em “cruzada”...
Malgrado os obstáculos que se erguem, Pierre Monnet assume a sua
missão de informação pública, e, sobretudo a maravilhosa missão de
amar e de ensinar o ser humano a amar novamente, a fim de evitar a
catástrofe que nos espreita.
Espinhosa missão, realmente falar de amor ao homem do século XX,
em meio a pensamentos, palavras e atos negativos baseados nas
noções de violência, sexo, drogas, energia nuclear e dinheiro...
Pierre Monnet lança assim um novo apelo à humanidade inteira...
Possa esse apelo ser ouvido, pois ele é maravilhoso de pureza. Esse
apelo fala de Amor... Amor... Amor à décima potência! Pois o tempo
urge...

P.M

5
Les Extra-terrestres m´ont dit...
A MEUS LEITORES

Não sou escritor. Não tenho, aliás, a intenção de me tornar um


escritor, e isso por várias razões. Em primeiro lugar, a mediocridade
de minha instrução escolar, que não me deixa exprimir-me de maneira
muito “literária”. Falo e escrevo de modo simples e sem ornamento,
utilizando apenas a linguagem do coração e da sinceridade. Outra
razão é que não disponho de muito tempo e tenho realmente coisas e
mais coisas para fazer. Além disso, estou sempre dando prova de
negligência por não ser constante em meus trabalhos de escrita. Não
sendo um intelectual, escrever é bastante fastidioso para mim. Enfim,
não tenho a intenção de contar o que quer que seja apenas para cobrir
folhas em branco e chegar, aos trancos e barrancos, ao número de
páginas previsto para que os meus rabiscos se tornem um “verdadeiro
livro”. Tudo o que o leitor tem diante dos olhos é, portanto, coisa
vivida. Não enfeito nem invento nada.
Não! O leitor pode ficar tranqüilo. A obra que tem em mãos relata
uma história autêntica, que retransmite uma certa iniciação recebida
quando de meus contatos com os representantes de uma civilização
extraterrestre originária de um sistema solar bastante conhecido dos
astrônomos do mundo inteiro, já que se trata de Vega, estrela da
constelação de Lira. Paralelamente aos meus contatos físicos, o leitor
encontrará nesta obra os numerosos relatórios telepáticos que recebi
de 1974 a 1981, sendo este último o ano em que essas informações
vindas de “outro lugar” foram interrompidas para finalmente serem
retomadas em 1984.
18 Pierre Monnet

Estas páginas guardam igualmente o relato de certa parte de minha


vida insólita passada ao lado de minha mãe, que era médium. Aqui
poderão ser encontrados os comentários mais ou menos humorísticos
sobre os numerosos programas de rádio e de televisão e sobre as
conferências que dei em quase todos os países francófonos.
O relato dessas pequenas conferências relaxará o leitor, mostrando que
um verdadeiro contactado por extraterrestres não é forçosamente um
indivíduo triste ou “sério”, mas um homem como todo mundo, que
gosta de rir de suas aventuras terrestres. Deus sabe que a vida presente
é curta e que precisamos saber aproveitá-la com alegria, amor e bom
humor. As coisas mais importantes e mais graves devem ser ditas e
feitas com serenidade, alegria e sorrisos.
Desde a publicação de meu primeiro livro (esgotado em 1979), recebi
cartas do mundo inteiro, inclusive da antiga União Soviética. Fiquei
feliz por ler mais de quarenta mil cartas, sentindo-me encorajado em
prosseguir em minha “missão”. Para mitigar o fato de que não tenha
podido responder senão a um milhar dessas cartas, escrevi nesta obra
um longo capítulo onde respondo às questões mais recorrentes que me
fizeram nessa gigantesca correspondência.
Em geral, o ser humano sabe ou não sabe de certas coisas essenciais
que se acham recalcadas no mais profundo de si mesmo desde suas
origens mais longínquas e mais misteriosas.
O saber hereditário adormecido no inconsciente transmite-se pelo
código genético sem que o indivíduo possa suspeitar dessa
transmissão. De acordo com o grau de evolução e de predisposição
natural de cada um, o subconsciente intervém ativamente, fazendo
ressurgir esse saber, permitindo assim compreender, crer e afirmar a
autenticidade de certas revelações que lhe são feitas no decorrer de sua
vida. Vejamos um exemplo pessoal, a fim de ilustrar o parágrafo
anterior:
Com a idade de quatro ou cinco anos, ainda matriculado no maternal,
eu observava meus colegas com bastante perplexidade. Durante as
recreações, sentava-me num banco e pensava profundamente na
Comunicações Extraterrestres 19

imensidão do universo. Enquanto via meus colegas brincando, erguia


os olhos para o céu e pensava: “Que fazem as outras consciências nos
outros mundos?”
Sempre a propósito de meus colegas de escola, eu pensava também:
“Porque costumam brincar de maneira tão desordenada, incoerente e
agressiva? Eles não pensam. O cérebro deles está embaralhado. São
cascas vazias.”
Esse modo de pensar para uma criança de quatro anos deve parecer ao
leitor algo impossível!
Posso garantir que não estou inventando nada.
Pode-se atribuir essa angústia latente, essa nostalgia de um “outro
lugar vivido”, a influxos intuitivos? Aos restos de memórias saídos de
vidas anteriores? Nunca se saberá...
Sou um “pesquisador” que não sente a menor repugnância pela
meditação. Durante toda a minha vida, apliquei-me a buscar o porquê
das coisas e dos seres. Vejo-me agora recompensado. Nisso reside a
verdadeira riqueza do homem: ter compreendido que esse prisioneiro
das trevas que é o ser humano ainda não sabe se o quiser
verdadeiramente, pode ser o mais rico do mundo pelo conhecimento
interior. Pois o humano que descobriu e compreendeu o essencial da
vida, a verdadeira vida, é mais rico que aquele que acumulou bens
materiais...
Claro, isso não é nada fácil, e eu passei por muitos tormentos. Não se
conquista o conhecimento sem duras penas. Precisamos inicialmente
desembaraçar-nos do “velho homem” que está dentro de nós e aplicar
esse saber essencial na vida de todos os dias.
Quando falo de conhecimento, não pretendo ter recebido a “ciência
infusa”. Refiro-me, claro, a esse conhecimento universal latente que se
acha impresso em todo ser e que, dependendo de nossa vontade, pode
ressurgir das profundezas mais secretas das menores fibras do ser: o
conhecimento do coração...
Trata-se realmente de reencontrar sua consciência cósmica; de
20 Pierre Monnet

compreender a verdadeira significação da vida e porque a perdemos


tão tolamente. Pois o ser humano, em vez de progredir rumo às alturas
de sua evolução original cósmica, rola pelos caminhos da inexistência.
O homem retarda e anula a própria meta de sua vida, a ponto de não se
lembrar mais que essa meta existe.
Se eu fosse um desequilibrado, um louco, não estaria em liberdade.
Embora, diga-se de passagem, nem todos os loucos se encontram
trancafiados... e a prova:
Livres se acham os loucos que atiçam milhões de homens contra
outros milhões de homens em guerras abomináveis. Livres se acham
os loucos que aceitam isso. Livres se acham os loucos que destroem a
natureza que os faz viver. Livres se acham os loucos que inventam e
mandam fabricar e ainda aqueles que aceitam a tarefa de fabricar as
bombas de napalm, as bombas atômicas, as bombas de hidrogênio, as
bombas bacteriológicas, a bomba de nêutrons, e tantos outros
engenhos inventados para destruir toda a vida na superfície do globo.
Todos esses loucos se acham em liberdade!
Que se espera para reagir contra a loucura dos homens do planeta
Terra?
Não faz muito ouvi de um escritor num programa de rádio: “Nenhum
Deus será capaz de curar o homem de sua loucura; o homem não será
verdadeiramente um homem senão quando for educado e iniciado por
um ser superior.”
Encontrei esses seres superiores. São os galácticos que entram em
contato comigo. Aliás, sempre estiveram em comunicação conosco e
muitas vezes mudaram a orientação de nossas civilizações sucessivas
ao longo do tempo. Mas quando se faz o cálculo do número de seres
superiores que vieram educar e iniciar o homem em todos esses
milênios, sem querer bancar o pessimista, penso que há motivos para
alarme. Embora nada ainda esteja definitivamente perdido, já que eles
voltaram em nossa época.
Alguns amigos, pois ainda tenho amigos, aconselharam-me a começar
Comunicações Extraterrestres 21

minha obra situando-me aos olhos dos leitores. Curvo-me de bom


grado a essa convenção literária e aproveito a oportunidade para
assinalar que minha situação social modesta não influiu em nada do
que escrevo. Isso, a fim de acertar as coisas, desde o início, com os
tortuosos psicólogos que quiserem dar-se o trabalho de demolir a
veracidade de minhas palavras.
Situar-me... é o que farei da maneira mais breve possível, pois minha
vida de “terráqueo” nada tem de extraordinário, a não ser que se possa
dizer tal coisa sobre o fato de tê-la passado estudando o
comportamento da sociedade humana em que me vejo inserido.
Sou filho de médium e por isso mesmo vivi, apesar de tudo,
momentos pouco comuns para a maioria dos mortais. Este livro tem
um capítulo especial a tal respeito.
Sou, portanto, filho de médium, proveniente de uma família de
operários pobres, mas ligeiramente acima da média, e me sentia feliz
nesse meio.
Deixei a escola aos quatorze anos (limite facultativo legal da época)
para trabalhar numa vidraçaria aonde rapidamente cheguei a gravador
de vidro. A arte de fazer vidro me atraía porque eu sempre tiver a
inclinação por todas as formas de arte em que se pudesse dar vazão à
criatividade. Infelizmente, fui obrigado a largar esse belo ofício para
servir o Exército. Não o retomei mais. Mesmo porque, um pouco mais
para frente, recebi “ordens do alto”. Fui, por assim dizer, orientado
para uma missão bem precisa: visitar outros continentes, estudar de
perto outros costumes, outras nações, outros homens. Além da
duração legal do serviço militar, voltei a sentar praça três vezes; não
por espírito militarista, mas para poder assumir minha “missão do
alto”.
Com efeito, acho-me em contato latente com extraterrestres desde a
idade de quatro anos, a partir de quando elem me deram sinais de sua
existência. Aos 21, por ocasião de meu desligamento do Exército, eles
me confiaram minha primeira missão de “observação” a fim de que eu
conhecesse melhor meus congêneres terráqueos e a sociedade
22 Pierre Monnet

terráquea na qual eu tinha sido colocado. Além disso, antes do


Exército cheguei a filiar-me a uma religião, a uma seita e a um partido
político. Depois dessa “missão de estudo”, julgo saber o que é o
homem da Terra.
Retornando à vida civil, “vegetei” enquanto exercia esse e aquele
ofício para ganhar minha vida, depois me estabilizei numa profissão
que me propiciou algum tempo para pensar e escrever, fora da
confusão incoerente daquilo que o homem chama de vida. Aposentado
desde 1º de Julho de 1992, pude finalmente ocupar-me com o presente
manuscrito, cujo primeiro esboço data de 1985 e que agora posso
burilar, corrigir e completar.
As diferentes profissões que exerci ao longo da vida nunca me
atrapalharam. Os seres humanos com quem eu convivia é que me
davam e me dão condições de meditar sobre o homem e sobre o que
ele faz de sua vida.
Pouco a pouco, mudei de estado interior e, mesmo vivendo no meio
dos homens, “afastei-me” dos seres humanos a fim de observá-los
melhor, de apreciá-los melhor e amá-los dentro de sua justa medida.
Sempre me senti estimulado a buscar o conhecimento das verdades
universais por meio de profundas reflexões.
O objetivo real da vida do ser humano sempre foi para mim um
importante problema para o qual eu mesmo não pude encontrar
solução satisfatória. Até o dia em que obtive uma resposta quando
menos esperava, em julho de 1951, época do meu primeiro contato
com extraterrestres.
Imagine o leitor minha surpresa: Pierre Monnet, contactado “do
alto”... Que reviravolta!
Por que eu, que não sou nada? Meditei bastante sobre isso, e não pude
atribuir tal privilégio se não a essa sede de conhecimento espiritual e
cósmico que me acompanha e certo grau de mediunidade deixado por
minha mãe, mediunidade graças à qual, acho eu, os extraterrestres
puderam me contatar. Deverão existir outros critérios, que
Comunicações Extraterrestres 23

desconheço. Malgrado o caráter extraordinário de que se reveste meu


“contato do terceiro grau”, quero reafirmar que esse primeiro contato
e os outros eram bastante reais e não fruto de uma alucinação, como
costumam alegar aqueles que não acreditam em OVNIs. Tenho
comigo várias provas que me permitirão demonstrar cientificamente a
verdade de minhas “aventuras cósmicas”. Meus escritos contêm (por
menos que os cientistas saibam ler entre as linhas de alguns capítulos)
sinais que falam por si mesmos, que os verdadeiros pesquisadores não
deixarão de reconhecer à passagem, pois eles são de tal ordem
científica, que nem o mais malicioso contador de histórias poderia
inventar.
Que necessidade teria eu de simular? Só teria a perder montando uma
farsa. Perder o que? Perguntaria o leitor. Ora, minha reputação como
um sujeito sensato, meus amigos, meu emprego, minha mulher, e
tantas outras coisas. Pois acabei arriscando tudo isso, e apesar da
verdade contida em meus escritos, não pude evitar essas perdas...!
Mas se assumi todos esses riscos sem nenhuma hesitação e sofri suas
conseqüências, não creia o leitor que minha decisão de falar sobre os
meus contatos com alienígenas foi tomada irrefletidamente.
Existe na vida pelo menos um instante em que se precisa saber
escolher. Minha opção foi, portanto, retransmitir as informações e a
mensagem de amor dos seres que me contatam. E eu sei em quem
acreditei...
Se resolvi escrever este livro a partir dos meus encontros e contatos
com seres vindos de outro lugar, isso se deve a que esse caso de
“discos” é dos mais sérios e merece ser estudado. Os fatos são os
seguintes:
Uma civilização extraterrestre bastante evoluída pretende entrar em
contato com todos os terráqueos; ela tem coisas importantíssimas a
nos dizer e ensinar.
O poder psíquico e técnico desses seres é simplesmente colossal. Não
é menos verdade que tal poder é pacífico – posso assegurá-lo sem
risco de erro, pois estou em contato com eles.
24 Pierre Monnet

Gostaria de render homenagem aos numerosos pesquisadores e


escritores que freqüentemente estiveram muito perto da verdade sobre
os OVNIs e seus ocupantes. Pesquisadores como Franck Edwards, J.
Allen Hyneck, Von Danicken, Henri Durrant, Desmond Leslie, Jimmy
Guieu, Guy Tarade, Brisley Le Poer Trench, James Chuchward, T.
Lobsang Rampa, Jean Sendy, Jean-Gérard Dhomen, Robert Charroux,
entre tantos outros que deixo de citar para não tornar a lista
demasiadamente longa.
Primeira Parte

Primeiros
Encontros

-
1951 –

Meu primeiro contato físico com quatro seres


humanos vindos de
além espaço

Foi numa noite de Julho. Eu estava em Courthezón, uma cidadezinha


da Provença, situada a dezoito quilômetros de Avignon. Achava-me
no acostamento da antiga Nacional 7, que atravessa a cidade e
contorna uma pracinha em cujo centro eleva-se uma fonte circular.
Não longe dali, podia ver uma porta medieval onde se incrustava um
pêndulo elétrico que marcava, no começo de minha aventura 1h30.
Nesse período do ano, e por causa da época, o movimento de carros
era relativamente intenso: vivia-se a estação turística, além da abertura
do festival de Orange, minha cidade natal, situada a sete quilômetros
dali.
A estrada entre Courthezón e Orange é reta a partir do primeiro
quilômetro. Eu a percorria habitualmente em quinze ou vinte minutos,
às vezes menos, de acordo com o meu humor e a minha coragem no
momento. Nessa época, eu tinha apenas uma bicicleta. Fazia o
percurso duas vezes por semana, nos mesmos dias e mais ou menos
nas mesmas horas, para visitar minha noiva, com quem casei depois.
Preocupado em verificar meu desempenho entre a partida e a chegada,
aonde quer que eu fosse, sempre regulava meu relógio de pulso com o
28 Pierre Monnet

relógio dos lugares em que me achava; tinha-se tornado um hábito. Os


jovens estão sempre procurando superar sua própria marca, nem que
seja para poder vangloriar-se junto aos amigos de que o recorde da
véspera foi batido.
Nesse dia não foi diferente, e depois das verificações habituais, montei
na bicicleta. As coisas, entretanto, tomaram outro rumo.
Tive a extraordinária surpresa de ser instantaneamente “tele-
transportado” cinco quilômetros mais longe, sempre no acostamento
da estrada Nacional 7, à entrada de uma vasta, sinuosa e profunda
cascalheira. Eu conhecia o local, mas nunca tinha posto os pés ali.
Ficava ao lado da estrada, a três ou quatro quilômetros de Orange. A
distância da estrada à cascalheira podia ser de uns quinze metros, e
entre as duas erguia-se um matagal, com arbustos de pouca
importância.
Esse “tele-transporte” instantâneo me deixou atônito. Sentia meu
cérebro vazio. Estava boquiaberto. Depois, à maneira de um homem
vencido pelos acontecimentos, mas ainda assim consciente da
realidade da situação e de mim mesmo, como se estivesse sendo
arrastado por uma força irresistível, peguei a ladeira que descia uns
dez metros na direção da cascalheira sinuosa. Ao chegar lá embaixo,
no ponto mais fundo da cascalheira, não sei por quê, desmontei e
continuei o caminho a pé, empurrando a bicicleta.
Sentia-me extremamente leve. Tinha a impressão de que meus pés não
tocavam o solo. Estava muito calmo e descontraído, apesar do insólito
da situação. Sentia-me como alguém que sabe que algo está para
acontecer. Não experimentava qualquer sinal de cansaço. A emoção
suspendia-me o fôlego, e meu coração batia mais rápido. Mas não
estava com medo; ao contrário, experimentava dentro de mim certa
paz.
Curiosamente, quanto mais prosseguia, maior era aquela impressão
que a gente tem quando entra na água pela primeira vez; ou seja, uma
leve opressão nos pulmões. E, coisa esquisita, de maneira progressiva
os sons exteriores iam sumindo à medida que em penetrava mais na
Comunicações Extraterrestres 29

cascalheira, como se soubesse com precisão onde estava indo.


Numa pequena curva, uns sessenta metros diante de mim e atrás de
um dos vários montes de areia que as escavadeiras tinham empilhado,
percebi um clarão... Continuei me aproximando, e, a uns dez metros
ou mais de distância, vi diante de mim, “flutuando”, pairando a mais
de meio metro do chão, um disco em forma de lentilha, medindo cerca
de vinte metros de diâmetro.
O disco era encimado por uma proeminência central em forma de
cúpula. Da base ao cume, o engenho podia medir uns três metros de
altura. Pulsava lentamente, irradiando uma cor “branco-azul prateada”
iluminando com nitidez os paredões da cascalheira distantes uma
dezena de metros. A irradiação parecia ter como fonte o próprio metal
insólito de que parecia feito esse engenho extraordinário e de uma
beleza fascinante. Emanava do disco um poder dificilmente
concebível para quem não o viu com os próprios olhos.
O “metal” do disco parecia ao mesmo tempo material e imaterial, ou
pelo menos guardava uma estrutura atômica interna constantemente
em movimento. Quase uma coisa viva. Era a um tempo
impressionante, inquietante e belo...
Lentamente, muito lentamente, aproximei-me dessa coisa que me
atraía. Em seguida, quando já me achava bastante perto (a uns seis ou
sete metros), percebi que um silencia total se estabelecera há muito em
volta de mim. Não ouvia mais o barulho da circulação de automóveis
na estrada, que não podia estar distante dali mais de cinqüenta metros.
Não ouvia mais o canto dos pássaros noturnos e dos grilos, o som dos
meus passos, nem o crepitar dos pneus da bicicleta no cascalho. Esse
silêncio total me deu a impressão de que me haviam colocado dentro
de uma redoma, completamente isolado. Eu só escutava o ruído de
minha respiração, as batidas do coração e a circulação do sangue nas
veias.
Apesar de tudo, sentia-me bem. Maravilhado pelo que estava vendo,
eu continuava em frente. Muito calmo. Provavelmente muito
fascinado pelo engenho, não me dei conta que ao lado dele e um
30 Pierre Monnet

pouco à frente achavam-se de pé quatro seres humanos não-terrestres.


Vestiam uma roupa colante feita de um “tecido” flexível prateado e
luminescente formado de “escamas”. A roupa iluminava o chão em
volta num diâmetro de uns cinco metros.
Desviei-me um pouco para a direita ao percebê-los. Enquanto os
examinava, avancei calmamente até ficar a uns três metros de
distância desses quatro seres magníficos.
Não sentia mais meu corpo. Imóvel diante deles, deitei minha bicicleta
no chão, perto de mim, e contemplei os quatro seres vivos de aspecto
perfeitamente humano, embora não fossem de origem terrestre; isso eu
sabia! Não me perguntem por quê; eu seria incapaz de dar uma
resposta.
Eles estavam “descalços”, não usavam luvas nem qualquer capacete
de respiração. Eram altos, atléticos. Podiam medir cerca de um metro
e oitenta de altura (não me animei a medi-los de perto, eles poderiam
ficar envergonhados... humm!). OS quatro eram parecidos. Bem
proporcionado e de igual constituição, verdadeiras duplicatas. Seus
cabelos eram ao mesmo tempo louros e brancos, descendo de maneira
regular pelos ombros. O rosto era bonito e fino. Podiam ter cerca de
trinta anos de idade. O olhar guardava um brilho, uma suavidade e
uma franqueza que nunca vi entre nossos semelhantes, os terráqueos.
Vendo que me aproximava, sorriram para mim. Eram tão delicados e
tão belos, que na hora, à parte da ausência de seios (no sentido
feminino do termo), nos primeiros segundos achei difícil determinar
se pertenciam ao sexo feminino ou masculino. Mas, depois de alguma
hesitação, não pude mais enganar-me quanto a isso: eram realmente
“machos”. Irradiava-se deles uma impressão geral de grande força a
um só tempo interior e exterior; eram talhados como atletas e sorriam,
revelavam tranqüilidade, gentileza e bondade. Parecia habitá-los uma
paz profunda. O aspecto simpático desses alienígenas era
comunicativo; eu tinha vontade de me jogar nos braços deles, como se
já os conhecesse há muito.
Em seguida, levantaram o braço direito em minha direção,
horizontalmente, a palma da mão voltada para o alto. Fizeram esse
Comunicações Extraterrestres 31

movimento quase juntos e sempre no mais perfeito silêncio.


Essa atitude, no mínimo simpática, me deu confiança. Acabavam de
fazer o mesmo gesto que faríamos para encorajar um visitante a entrar
em nossa casa.
Entretanto, fiz um movimento de recuo, e um grande calafrio me
percorreu dos pés À cabeça, pois eles tinham-se expressado em mim
sem ter aberto a boca! Eu ouvia poderosamente seus pensamentos no
interior de meu cérebro e de todo o meu ser! Algo de uma nitidez, de
uma clareza extraordinária. Ao mesmo tempo, logo percebi que os
pensamentos não se traduziam em palavras, eram antes como
impulsos codificados misturados com imagens e conceitos profundos
que me eram estranhos, embora familiares. Eles me faziam participar,
pela primeira vez, de um processo de comunicação telepática a que
não estava habituado e cujo “mecanismo” não compreendia; processo
que, segundo eles, era a coisa mais natural do mundo, existente desde
o começo dos tempos, mas que foi “esquecido” pelo homem de nosso
planeta quando ele se afastou das leis universais. O “mecanismo”
desse processo permitia, por assim dizer, uma superimpressão dos
elementos fonéticos de meu vocabulário sobre os pensamentos
emitidos por esses seres que eu não tardaria a qualificar de
“maravilhosos”.
Mesmo admitindo que encontrássemos em nossa pobre linguagem as
palavras precisas capazes de traduzir perfeitamente o que me foi
“dito” (expressado é uma palavra mais adequada), a quantidade do
que me revelaram, no exíguo espaço de uns vinte minutos, exigiria
horas e mais horas para ser vertida na nossa linguagem. Horas?
Calculo que levaríamos um ou dois anos para cada oito horas de
discurso.
Encontro, por um lado, dificuldade para traduzir o que foi impresso
em mim, por causa da pobreza de nosso vocabulário, e, por outro,
julgo impossível dizer tudo na hora atual. Deixo ao leitor o cuidado de
imaginar o número de volumes que eu precisaria escrever para que a
retransmissão fosse realmente completa. Deveria esperar um
“desbloqueamento lingüístico” ulterior? Confesso humildemente que
32 Pierre Monnet

por enquanto estou no máximo de minhas possibilidades, coisa que


lamento bastante. Não se usaram palavras, mas algo como
pensamentos e conceitos codificados, sob forma de impulsos para os
quais não tenho encontrado os vocábulos certos senão de maneira
muito lenta, com o passar dos anos; com exceção de algumas frases
isoladas que pude traduzir instantaneamente, porque isso era
necessário em tais ou quais situações urgentes quando de alguns
contatos.
A tradução dos conceitos que foram registrados em mim no dia desse
primeiro contato físico só começou a ser feita dois anos depois. Passo
ao leitor algumas frases esparsas que pude compreender
imediatamente no momento em que foram emitidas:
“Sentimos que você está com medo. Não tenha medo. Queremos o
bem de todo ser vivo, sobretudo se ele não for violento.”
“Não se aproxime muito de nosso veículo; ele é perigoso para
qualquer ser vivo que não se ache em sintonia com sua amplitude de
ondas. As vibrações que ele emite destruiriam as células do seu
corpo.”
Esta entrevista conosco poderá causar-lhe indisposições que influirão
em sua saúde; você terá problemas nervosos durante algum tempo,
mas isso passará. “Depois do que, nossa conversa se tornará mais
clara e você poderá transmitir aos homens do planeta o que lhe
dissemos.”
“Sabemos que vocês empregam a linguagem por intermédio da
escrita. Se esta maneira lhe parece mais rápida, use-a, mas cuidado
para não adotar os seus conceitos habituais; isso poderia deformar a
nossa mensagem, tornando-a falsa.”
“Falamos longamente com você. Você levará muito tempo traduzindo,
mas quando acabar, diga aos homens de seu planeta aquilo que lhe é
permitido dizer.”
“Estamos aqui pelo bem dos homens desse planeta. Faça com que eles
compreendam isso.”
Comunicações Extraterrestres 33

“Esta mensagem está registrada em você de maneira indelével. Saiba


servir-se dela com prudência e ficaremos felizes com a sua
colaboração.”
“Você não é o único do planeta que conversou conosco. Infelizmente,
a maioria recusa-se a falar de nós, e os outros não são levados a sério
pelos seus.”
“À medida que você for traduzindo, escreva e faça saber quem somos
e o que somos.”
“Não tenha medo, mas seja prudente junto aos seus semelhantes ao
falar de nós.”
“Nós o protegeremos da melhor maneira possível, desde que entre
sempre em contato conosco do modo como lhe ensinamos.”
“A duração da sua vida não nos parede suficientemente longa. Por
isso, propomos-lhe regenerar as células de seu corpo a fim de que
você possa chegar aos 120 anos, pela contagem de vocês. É o máximo
que podemos fazer por você. Faremos essa regeneração dentro de
nosso veículo. Queira nos perdoar: julgamos necessário agir dessa
forma. Você não se lembrará da operação.”
Os seres interromperam a emissão de pensamentos. Muito preocupado
até ali em “recebê-los”, não tinha percebido que uma abertura se fizera
na frente do domo. Podia dar passagem a dois homens. Lá dentro
imperava uma luz branco-alaranjada que feria os olhos. Os quatro
seres continuavam ali, à minha frente, sorridentes e silenciosos.
Foi então que, sem me despedir, peguei minha bicicleta, fiz meia volta
e subi a pé até a estrada. Alcançando a Nacional 7, montei e pela
segunda vez vi-me instantaneamente teletransportado à entrada da
cidade de Orange, onde eu morava.
Instintivamente, consultei meu relógio e fiquei estupefato ao ver que
ainda marcava 1h30. Ora, ora, meu relógio teria parado nesse meio
tempo? Cartesiano e curioso como era, quis tirar a limpo aquilo tudo!
Pedalando desta vez, percorri o quilômetro e meio que faltava para a
prefeitura e pude constatar que o relógio do prédio e o meu marcavam
34 Pierre Monnet

1h35.
Desde o começo de minha aventura, posso assegurar ao leitor que me
belisquei várias vezes para confirmar se não estava sonhando.
“Tudo aquilo era para mim uma coisa impensável! E além do mais
não me lembrava do trajeto dos quase oito quilômetros; exatamente
como se não os tivesse feito; não me achava cansado nem sem fôlego
depois da “viagem”... Para piorar, não me dera conta de nada: o
desfilar da paisagem, os faróis dos carros que habitualmente me
incomodavam bastante, os pássaros noturnos, os grilos... Nada.
Eu devia naturalmente concluir: “O tempo material não tinha
escoado...”, mas ainda duvidava. Em meu espírito, nada disso podia
ser possível. Para convencer-me de que não estivera sonhando, eu
precisava de provas! Diante do relógio da prefeitura, decidi refazer o
trajeto Orange-Courthézon-Orange. Desta vez pedalando, pois não fui
mais teletransportado (era bem prático). Chegando à porta medieval
de Courthézon, comparei o pêndulo elétrico e meu relógio, ambos
marcando 1h55. Voltei, portanto ao relógio na frente da prefeitura de
Orange para constatar que ele e o meu marcavam 2h25. Verifiquei na
ocasião que para o retorno a Orange eu tinha levado mais tempo, pois
então sentia-me cansado. Sendo de natureza muito objetiva, a prova
do tempo que não escoara não me bastava; era preciso outra coisa.
Pois a aventura que tinha acabado de viver era muito fantástica para
não ser simplesmente fruto de um sonho. Pensei então numa astúcia
que consistiu no seguinte: para ter certeza de que não tinha sonhado,
naquela noite (eu deveria dizer “naquela manhã”), entrando em casa,
fiz barulho de propósito para acordar minha mãe e inventei um
pretexto qualquer para justificar esse despertar intempestivo.
Alimentava a secreta esperança de que no dia seguinte levaria uma
bronca por ter acordado toda a casa. E foi o que aconteceu. Tinha,
portanto “minha prova” de que não havia sonhado. Tudo que tinha
acabado de experimentar – teletransporte, contato com extraterrestres,
reteletransporte, e o tempo material que não tinha escoado – era de tal
modo estupidificante, que eu precisava escorar-me em alguma coisa
“palpável”. Todo mundo sabe a diferença, enorme, sob todos os
pontos de vista, que existe entre o sonho e a realidade. O que me
Comunicações Extraterrestres 35

aconteceu não pode ser comparado a um sonho. E não acredito que os


movimentos dos relógios sonhem!
Por muitos dias e longas noites de insônia, refleti com intensidade
naquilo que realmente ocorrera comigo. Todo tipo de hipóteses veio-
me naturalmente ao espírito:
Ter dormido na bicicleta ao longo daqueles oito quilômetros era
impensável. Teria sido massacrado na estrada ou acordado num valão
ou no hospital. De qualquer modo, há o “caso” do tempo que não
transcorreu.
A amnésia momentânea, duas vezes seguidas; aí também há o “caso”
do tempo que não transcorreu... e depois a memória completa da
maior parte do contato com esses seres vindos de além-espaço, que
permanece em meu espírito como se tivesse acontecido ontem. Só a
hipótese da amnésia momentânea durante o trajeto podia ser
eliminada,
Por ocasião das numerosas conferências que dei na época da
publicação de meu primeiro livro, organizadas entre 1979 e 1981 por
centros de pesquisas e institutos de parapsicologia, faziam-me não
raro a seguinte pergunta: “Você sentiu que teria podido tocar os quatro
seres à sua frente? Pareciam-lhe sólidos?” Eu respondia sempre que
esses seres achavam-se realmente ali, diante de mim, em carne e osso.
Mas, refletindo melhor, e levando em conta o fantástico avanço
científico que eu reconhecia neles, meu contato de 1951 poderia ter
sido não mais que uma projeção tridimensional perfeita num certo
espaço ambiente artificial e fora do tempo terrestre. Isso pode ter uma
relação direta com o tempo que, para mim, não tinha escoado, pois
meu corpo provavelmente fora projetado para fora do tempo terrestre,
em outra dimensão vibratória, em um ponto determinado na superfície
da Terra (o lugar de meu contato). Não sou cientista, e isso não passa
de mera hipótese de explicação do tempo que se congelou enquanto eu
vivia a minha aventura de contato do terceiro grau.
Sei que tal hipótese é perturbadora, mas ela nos coloca diante do
poder psíquico e científico de que são dotados os seres cósmicos. Em
36 Pierre Monnet

nosso planeta relativamente subdesenvolvido, as pessoas têm


dificuldade em acreditar nessas coisas, pois elas ultrapassam seu
entendimento e as noções que lhes impingiu “a intelligentsia
mundial”, fazendo-as considerar tudo isso pura “ficção científica”.
Contudo, eu sei... que é muito grande o número de pesquisadores e
estudiosos oficiais de nosso mundo que conhecem a verdade sobre os
extraterrestres. Sim, nossos sábios oficiais tem as provas concretas e
absolutas dessa realidade e sabem, como decorrência de poderosos
cálculos de probabilidades matemáticas e técnicas, que, em algum
lugar à nossa volta, a realidade vai muito além de toda a “ficção” que
se pode encontrar nas livrarias...
Voltando ainda ao assunto de meu primeiro contato físico em 1951, no
caso de uma projeção, mesmo em três dimensões (ou holograma),
como teria sido possível recorrer a aparelhagens “fantasmas” para
praticar em mim a regeneração celular de que me falaram? Devemos
escolher:
Aterrissagem real.
Projeção real da matéria.
Projeção visual por intermédio de uma certa telepatia a distância. Mas
nesse caso os seres não teriam podido praticar regeneração celular em
mim no interior de sua nave espacial.
Meu caso de contato interessa muito aos “ufólogos” e aos céticos.
Devo abrir para estes últimos um parêntese sobre dois parágrafos que
dizem respeito à “conversa” com “meus” extraterrestres. Esses
parágrafos retraçam dois pontos precisos de meu primeiro contato
físico, pontos que não deixarão de ter interesse para os leitores
“ufólogos” ou pesquisadores isolados que elegeram a tarefa de
demolir a veracidade de meus contatos.
Com efeito, desde o começo da entrevista com os quatro magníficos
seres que eu tinha á minha frente, eles me disseram:
“Não se aproxime muito de nosso veículo; ele é perigoso para
qualquer ser vivo que não se ache em sintonia com sua amplitude de
Comunicações Extraterrestres 37

ondas. As vibrações que ele emite destruiriam as células do seu


corpo...”
O leitor pode ainda ler mais adiante:
“...propomos-lhe regenerar as células de seu corpo, a fim de que você
possa chegar aos 120 anos, pela contagem de vocês. (...) Faremos essa
regeneração dentro de nosso veículo.”
Este parágrafo parece em flagrante contradição com o mencionado
linhas atrás. Realmente:
Não posso aproximar-me do engenho sem correr o risco de morte.
Submeto-me à regeneração celular no próprio interior da nave.
O cético logo pensará que o suposto contactado se contradiz em seu
relato, portanto tudo isso não passa de invenção.
E vocês, queridos leitores... O que pensam?
O homem de espírito aberto dirá: “Nossos cosmonautas começam a
viajar no espaço. Em breve sairão do sistema solar e irão certamente
mais além na galáxia. Não podemos ser os únicos humanos no cosmo.
Então, o que sabemos nós das possibilidades científicas de eventuais
‘extraterrestres’ que nos visitariam?”
Quanto aos próprios contactados (em número de setecentos mil), eles
não pensam nada.
No que diz respeito, a aventura que vivi e tantas outras que ainda vivo
pareceram-me absolutamente normais e lógicas; uma normalidade e
uma lógica que decorrem da colossal evolução de tudo o que vive,
mexe-se e vibra no cosmo para assegurar a vida no espaço e no tempo.
Eu sou um dos numerosos contactados que existem na Terra e que
viveram, mais ou menos bem, a maravilhosa experiência de um
contato do terceiro grau com extraterrestres para os quais nada,
absolutamente nada, é cientificamente impossível. Então, por que
esses seres não teriam podido fazer-me entrar em sua nave sem
qualquer risco para mim? Se eu tivesse me aventurado sozinho e sem
38 Pierre Monnet

precauções a uma certa proximidade do veículo, teria encontrado a


morte! Daí a advertência que me fizeram. Eles disseram a mesma
coisa a Moisés no dia em que este recebeu as tábuas da lei (escritas e
recortadas a laser na própria nave). À luz da tecnologia atual, já não
cabem dúvidas de que as visões de Ezequiel e as viagens aéreas de
Elias e Enoque foram para cada um deles um contato importante com
alienígenas, representando os “exércitos do Eterno”. Leiam o que se
acha escrito na Bíblia:
Salmos 68-18: “Os carros de Deus são vinte milhares, milhares de
milhares. O Senhor está entre eles...”
Isaías 13-5: “Já vem duma terra de longe, desde a extremidade do
céu...”
Notemos, de passagem, que toda essa “gente” vinda do céu ganhou
nomes como “arcanjos”, “anjos”, “querubins”, etc. Tenhamos em
mente que “querubim” em hebreu quer dizer “cheio de saber”. De
fato, os extraterrestres que nos visitam através de “carros de fogo”,
discos voadores e outras naves espaciais, são “cheios de saber”. Em
todo caso, no que diz respeito aos que me contatam, eles tem mais de
quinze mil anos de avanço científico e tecnológico sobre nós.
Os seres galácticos que encontrei várias vezes em pessoa contatam-me
freqüentemente desde 1974, mas não os vejo mais; os contatos são
unicamente telepáticos. Não posso duvidar da realidade dessas
comunicações à distância.
Tudo isso é, para mim, a aventura mais extraordinária que possa viver
um habitante da Terra, malgrado os inconvenientes que tudo isso
comporta em relação aos céticos em geral. Tenho, contudo, a
esperança de que aquilo que vivi e afirmo venha a ser experimentado
por outras pessoas, e em breve. Com efeito, alguma coisa começa a
“mexer-se” entre os cientistas oficiais e a mídia.
Ainda que tenha a aparência de uma ficção científica, meu relato, que
é autêntico, contém a promessa de um futuro melhor, muito próximo,
para a humanidade.
Em face das portas do insólito

Nunca deixei de me perguntar por que fui escolhido para ser


contactado. A palavra “escolhido”, aliás, não me convém; dá a idéia
de alguma coisa ligada a seitas, religiões, gurus e fanatismo.
Por que eu?...
Recuando no tempo, ao longo de profundas reflexões sobre minha
vida passada, por associação de idéias, acabei entendendo...
Este capítulo tenciona esclarecer o leitor sobre esse “por que eu?”
Muitos correspondentes fizeram-me a seguinte pergunta: Quem era
Pierre Monnet antes de seu primeiro contato? De fato, como já dei a
entender, fui contactado desde a mais tenra infância, sem saber que
era “isso”, contatos.
Tentarei, portanto, responder a essa pergunta sem, contudo,
transgredir as leis do respeito de minha vida privada. Procuremos
satisfazer o desejo que tem o leitor de me conhecer melhor.
Nasci em 27 de Junho de 1932, às 21h.
Por mais extraordinário que possa parecer, tornei-me filho único,
embora sendo o quinto de seis irmãos, quase todos natimortos. Os
outros morreram dias ou semanas depois de nascerem. Por que tantos
falecimentos? Nunca ficou explicado, mas, de qualquer modo, a
medicina na época não era o que é hoje. Ainda se morria de uma
40 Pierre Monnet

simples apendicite. Confesso que o fato de ter sobrevivido levou-me a


fazer interrogações correlatas com minhas aventuras com
extraterrestres; tal sobrevivência teria sido prevista “do alto”?...
Continuemos a deslocar-nos no tempo até os dias de hoje. Tudo isso
se passou em duas casas geminadas que tinham acabado de ser
construídas. Eu devia andar pelos meus sete ou oito anos. Meus pais,
que não recuavam diante do trabalho duro para ganharem
honestamente a vida, atarefavam-se, depois da passagem dos
pedreiros, pintores, tapeceiros e vidraceiros, em limpar o chão das
duas moradias, situadas exatamente do lado oeste do Arco do Triunfo
de Orange.
Naquele dia, enquanto meus pais “penavam” no primeiro andar, eu
brincava no jardim de uma das casas. Foi então que testemunhei um
fenômeno insólito que me causou um grande pavor. Eu estava sentado
junto a um muro, à sombra, pois fazia calor. Imóvel e compenetrado.
Absorto por não sei que reflexão de criança, meu olhar fitava adiante
um lagarto aquecendo-se ao Sol, completamente estirado sobre um
tijolo esquecido numa mureta situada a cinco ou seis metros.
Fiquei apreciando o lagarto por um bom momento, quando
subitamente ele pulou do tijolo. Em seguida, saiu correndo, como se
alguma coisa o tivesse incomodado. Ao perder o réptil de vista, meus
olhos deram com o tijolo onde ele estivera. Eu estava calmo e
relaxado, e o tempo realmente estava muito quente.
Para meu espanto, vi então o tijolo erguer-se lentamente quase meio
metro do chão. Ficou levitando durante dois ou três segundos, depois
desceu para retomar o lugar exato que ocupava antes.
A estupefação e o medo foram tão grandes, que fiquei absolutamente
bloqueado, imóvel, incapaz de soltar um grito. Os olhos presos no
tijolo, meu medo só fazia aumentar. Um calafrio percorreu-me da
cabeça aos pés, depois me levantei de um salto. Subi rapidamente até
o andar onde meus pais trabalhavam. Atravessei o cômodo correndo,
escorregando de bunda na espuma do sabão que minha mãe estava
usando para a limpeza das janelas. Na passagem, derrubei um balde
Comunicações Extraterrestres 41

cheio de água suja e derrubei uma vassoura que veio cair em minha
cabeça. Agarrei-me às pernas de mamãe. Chorava e gritava: “Mamãe,
eu vi... Mamãe, eu vi... a pedra que voava sozinha. Mamãe, estou com
medo, não quero mais brincar no jardim.”
Parece que eu estava pálido, e meus olhos nunca estiveram tão
escancarados de pavor. Mamãe me consolou, prometendo explicar-me
mais tarde o que tinha acontecido. Aparentemente, a situação que eu
tinha acabado de viver não pareceu afetá-la de maneira especial. Mas
ela só explicou aquilo alguns anos depois. Segundo ela, desse modo
eu poderia entender melhor as coisas.
Na idade de seis ou oito anos, o fato de minha mãe ser “médium” não
me dizia praticamente nada.
Não consigo recordar a época de minha vida em que ela me explicou
que todos esses fenômenos seguiam-na por toda parte. Eu lhe disse:
“Mas no dia em que aquilo me aconteceu, eu não estava com você.
Então, porque coisas como o tijolo e tantas outras ocorrem sem que
você esteja por perto, perto de mim? Ela me respondeu que isso
acontecia porque eu era seu filho, carne de sua carne, que essas coisas
se manifestavam, e aquilo não era tudo, eu ainda veria muitas outras...
Eu não sabia se devia regozijar-me pelo futuro que me aguardava ou,
ao contrário... Com efeito, fui testemunha de muitos outros fenômenos
paranormais com os quais acabei me familiarizando. Tínhamos muitas
moradias na comunidade de Orange. Em cada uma delas ocorriam
manifestações insólitas. As portas abriam-se sozinhas, como para dar
passagem a uma pessoa. Páginas de livros viravam sozinhas diante
dos olhos de minha mãe, que não fazia o menor gesto para ler certas
obras. Eram em geral obras que tratavam de amor universal ou de
fraternidade humana. Nessa época, eu ainda não tinha aberto nenhum
desses livros, mas conhecia-lhes o conteúdo pelos títulos que aparecia
quando um deles arrastava-se na mesa.
Mamãe lia muito. Suas leituras eram instrutivas e tratavam de tudo o
que chamamos de parapsicologia. Ela lia livros sobre “a vida depois
da morte” (já se falava nisso) ou que tivessem relação com os
42 Pierre Monnet

fenômenos de levitação, hipnose, estados catalépticos das pessoas


hipnotizadas, fenômenos de aparição de “fantasmas” ou ectoplasmas,
comunicação pelo espírito com os desaparecidos... Em suma, leituras
ricas de ensinamentos que não me interessavam nem um pouquinho e
que eu não entendia muito bem.
Para azar de mamãe, nada disso me atraía. Eu a escutava porque ela
era a minha mãe e porque meu pequeno cérebro de criança pensava
que essas coisas realmente existiam, mas não queria interessar-me por
elas e menos ainda manipulá-las, pois isso ia além do meu
entendimento e me causava um pouco de medo. Algo como o medo de
alguém que se encontrasse sozinho numa floresta em noite de
tempestade. Mas também um medo respeitoso das coisas
desconhecidas, que, apesar de tudo, eu queria sufocar.
Entretanto, eu contrapunha a esse medo do desconhecido o espírito
cartesiano, que diz: “Só acreditarei realmente quando puder verificar e
tocar com o dedo.”
Uma noite, ainda nessa jovem idade, quando realmente sentia que
minha mãe resolvera comigo mesma iniciar-me em todos esses
“mistérios”, ouvi-a dizendo-me o seguinte: “Você não deve temer a
morte, pois depois dela você voltará à Terra para viver uma nova vida
no corpo de outra criança. Isso acontecerá numerosas vezes.”
Nessa noite, ela me explicou todo o processo da reencarnação e suas
conseqüências. Eu não compreendia nada, mas estava interessado;
aquilo não entrava muito bem na minha cabeça, mas me seduzia.
Sentia haver certa lógica... Durante essa “iniciação”, ela fazia-me
conhecer um Deus diferente, bem mais agradável e humano do que
aquele que me era descrito nas aulas de catecismo.
Escrevo à medida que as recordações acorrem-me ao espírito, e uma
delas ficou intensamente gravada:
Era noite de inverno. Morávamos no terceiro andar de um velho
imóvel de Orange. Lá fora nevava e ouviam-se os passos surdos de
alguns raros transeuntes perdidos naquela hora tardia. Meia-noite e
meia. Na cozinha familiar, onde eu dormia numa cama encostada
Comunicações Extraterrestres 43

contra a parede, fazia uma quentura gostosa. Minha mãe lia até tarde,
como sempre, sobretudo nessa estação. Ela tinha os pés sobre a porta
aberta do compartimento de serviço de nossa velha cozinheira. Lá
dentro havia dois ferros de passar, alguns pedaços de lixa, alguns
panos e... Kai-Kai. Tínhamos dado esse nome à nossa magnífica gata
siamesa preta e branca, manchada de amarelo e ruço. Esse local era,
portanto, sua residência de inverno. Tratava-se de uma gata muito
inteligente, que conversava telepaticamente com minha mãe e às vezes
comigo. Não ria, por favor! As personagens religiosas do Egito antigo
veneravam o gato como símbolo do conhecimento e da
espiritualidade. Esses animais, pelo que parece, correspondiam-se
telepaticamente com os grandes iniciados para transmitir-lhes
informações do além e de outros mundos. Por que não? Nós, gente
supostamente civilizada, estamos longe de conhecer tudo...
Naquela noite, tudo estava tranqüilo dentro de casa. Só ouvíamos o
ronronar da gata e o lento tique-taque do pêndulo de nosso velho
relógio provençal. Kai-Kai tinha o hábito de seguir com uma
expressão engraçada o balanço desse pesado disco de cobre. Eu me
achava deitado, saboreando o ambiente calmo da vida em família
quando fazia muito frio lá fora.
Em certo momento, mamãe descansou o livro sobre os joelhos e a gata
deixou precipitadamente o seu abrigo. Nosso gentil felino colocou-se
a pouco menos de um metro da parede, de frente para ela, olhando-a
com insistência. Tinha as patas imóveis, o dorso erguido, o pêlo
eriçado e os olhos quase fora das órbitas. Grunhia e respirava forte na
direção da parede. Aparentemente não havia nada ali. Minha mãe
dizia-me então: “Não tenha medo, é ‘fulano’, desaparecido há mais de
dez anos, que vem nos fazer uma visita.” Depois dessas palavras, os
olhos de minha mãe caíram no vazio e ela se pôs a conversar com o
desaparecido invisível. Já estava começando a me acostumar com esse
tipo de situação, mas posso assegurar-lhes que era uma coisa
impressionante para um simples garoto. Passava-se manifestamente
algo de invisível, mas ativo e muito real, considerando a atitude da
gata, que devia realmente sentir e até mesmo “ver” a presença desse
personagem insólito na casa. Minha mãe conversava com ele e, ainda
44 Pierre Monnet

por cima, falava de mim!


Para minha sorte, ela me informava progressivamente de todas essas
coisas estranhas que podiam acontecer em qualquer tempo ou lugar,
sobretudo nas horas calmas da noite. Habituei-me aos poucos a tais
situações, e isso começou inclusive a se transformar num jogo; um
jogo em que eu só queria ser espectador, sem ter parte ativa na
experiência, como teria desejado minha mãe. Apesar de tudo, a
atração pelo insólito que desapontava em mim era tingida por uma
suspeita de temor. Isso não me impedia de brincar de detetive, pois
uma parte de mim não queria ouvir que essas coisas extraordinárias
pudessem realmente existir. Então, fiquei à espreita...
Os “desaparecidos” visitavam mamãe freqüentemente, e as
“conversas” corriam bem entre eles. Tudo isso me intrigava, e eu me
esforçava por achar uma trapaça qualquer que teria explicado todos
esses fenômenos que iam além de meu entendimento. Por falta de
sorte, o caçador de fantasmas em que eu me transformara nunca
conseguiu descobrir o menor truque. Isso me deixou por muito tempo
perplexo.
Por amor, mamãe passou grande parte de sua vida fazendo-me colocar
o dedo nisso que o comum dos mortais chama de “o invisível”, “o
insólito”, “o oculto”, coisas a que se fecham os ouvidos por medo
supersticioso.
Enquanto viveu, ela sempre voltava à carga para explicar-me o que se
passa “depois”. Apesar de minhas reticências em acreditar naquilo que
me ultrapassava, ela não perdia a confiança e fazia o seu trabalho de
formiga, estocando em meu subconsciente aquilo que supostamente eu
viria a compreender mais tarde.
Foi assim que um dia ela me disse: “Tudo que lhe explico é
importante e existe realmente. Quando o corpo morre, nosso
verdadeiro ‘eu’ eleva-se e prepara-se para uma vida nova. Ao morrer,
não fazemos outra coisa senão largar uma roupa que está nos
incomodando porque se tornou inútil; pois somos imortais. No
momento, ainda é difícil para você compreender isso, mas quando eu
Comunicações Extraterrestres 45

‘partir’ provarei o que estou dizendo hoje.”


Quando de seu falecimento, fiquei surpreso ao dar-me conta de que
não estava triste e tudo isso era natural. Ao olhar o caixão onde ela
supostamente se achava descansando, tive o sentimento profundo de
que aquela caixa de madeira estava vazia... absolutamente vazia. E
então compreendi que mamãe tinha-me iniciado para que eu
aprendesse a não dar qualquer importância às coisas materiais. E tinha
conseguido, porque efetivamente, eu não conferia nenhuma
importância a nada que, desde o meu nascimento, tivesse aparência
física. A fúnebre caixa de madeira estava, para mim, inteiramente
vazia. Mamãe achava-se em outro lugar, que é ao mesmo tempo nosso
passado, nosso presente e nosso futuro; daí a explicação, pelos meus
amigos extraterrestres, da inexistência do tempo.
Um ano exato depois do falecimento de minha mãe, às três horas da
manhã, levantei-me para trabalhar. Preparei café, estava contente e
longe de pensar nela. EM certo momento, atravessei a cozinha e, num
lugar preciso, experimentei em todo o corpo uma impressão de frio
glacial. Entretanto, fazia calor no cômodo. Uma impressão de frio
glacial num cômodo quente teria que me parecer anormal, mas não dei
atenção especial a isso. Disse apenas para mim mesmo que era
esquisito, só isso... Entrei numa despensa sob a escada para apanhar
um salsichão e voltei à cozinha, para me ver cara a cara com a visão
efetiva, nítida e precisa, embora levemente transparente à primeira
abordagem, de minha mãe, de pé diante de mim, bem viva e
sorridente, que me olhava. Essa visão de volume em três dimensões
situava-se exatamente no lugar onde eu tinha experimentado a
sensação de frio glacial. O senti medo; já fazia algum tempo que o
insólito não me assustava. A aparição estava ligeiramente luminosa,
quase cintilante. Mamãe estava vestida como de costume, radiante. Eu
podia jurar que ela se achava viva, em carne e osso, não fosse o
aspecto luminoso ligeiramente cintilante. Olhava-me com doçura e
com aquele fiapo de malícia que havia em seu olhar e em seu sorriso.
Pouco tempo depois da aparição, ouvi-lhe a voz em minha mente: “Eu
lhe disse que provaria que depois não era o fim.” EM seguida, a visão
perdeu rapidamente os contornos e desapareceu.
46 Pierre Monnet

Uma outra experiência insólita. Foi em 1941. Eu tinha nove anos e


meio. Mamãe lia à mesa da cozinha. Eu estava sentado em minha
mesa de trabalho. Como de hábito, por volta das dez horas da noite
mamãe folheava livros, a gata ronronava em minha cama e nosso
velho relógio provençal ritmava o silêncio.
Eu estava fazendo os deveres da escola para o dia seguinte. Tudo
estava ali: livros, cadernos, tinteiro, régua e esquadro, borracha e
apontador. Em minha mesa podia-se sentir o cheiro da sala de aula.
Estava sublinhando de tempos em tempos uma ou outra palavra e as
frases de um texto que eu examinava com uma atenção especial.
Sem afastar os olhos do livro, estendi o braço direito para pegar a
régua, quando senti sob a mão um objeto que não fazia parte do
material da escola. Surpreso, sem coragem para levantar os olhos e ver
afinal o que tinha tocado, tateei suavemente o objeto estranho, que se
deixava enrolar em meus dedos. Ergui por fim a cabeça e vi na mão
um objeto esférico, duro e leve. Parecia uma liga de alumínio, de cor
prateada, fosca. Mas o mais insólito e mais impressionante ao mesmo
tempo, era que o objeto emitia uma fonte de doce calor e uma ínfima
vibração. Aquilo começava a me dar medo. Com a ajuda da
imaginação, fiz a mim mesmo perguntas do tipo: de onde saiu esta
esfera de metal, como apareceu ali de repente em minha mesa, e por
quê?... Tantas perguntas, que faziam nascer em mim algum medo.
A verdade é que logo devolvi o objeto ao lugar onde aparecera morto
de medo, sobretudo quando percebi que mamãe tinha deixado a mesa,
indo deitar-se.
Decidi, portanto, corajosamente, tentar esquecer a situação e voltar
aos meus deveres. Já não podia, porém fixar a atenção no trabalho;
como evitar examinar o objeto misterioso com o canto dos olhos?
Depois, entre duas linhas de leitura, o objeto aproveitou para
desaparecer, sem que eu tivesse notado. Procurei-o por toda a parte:
embaixo dos livros, dos cadernos, em minha pasta que estava aberta
junto à mesa. Procurei-o por todo o cômodo e não o achei.
Comunicações Extraterrestres 47

Continuei, portanto meu trabalho sem me ocupar mais do “caso”.


Ao cabo de meia hora, absorvido pelo estudo, já não pensava na
esfera, e aconteceu-me repetir o gesto de estender o braço, tateando
para pegar a régua. Tive dessa vez a surpresa de encontrar em minha
mão não uma esfera, mas um cubo! Um cubo da mesma matéria,
mesmo calor e mesmas vibrações que a esfera... Ergui então a cabeça
para vê-lo, guardei-o na mão, senti-o realmente ali dentro, firme,
quente e vibrante, e em seguida depositei-o sobre a mesa. Foi então
que sob meus olhos, lentamente, ele apagou-se e desapareceu
totalmente. Dessa vez senti menos medo, mas resolvi ir para a cama,
porque aquilo já era demais!
Quem disse que eu conseguia pegar no sono? Nunca falei sobre isso a
ninguém, pois era muito fantástico, e não acreditariam em mim.
Em julho de 1957, aos 25 anos de idade, eram seis e meia da manhã
quando senti uma vontade irresistível de ir ao passeio público, onde
tantas vezes brincara na infância e na adolescência.
Era uma manhã a um só tempo de primavera e verão. Os mesmos
perfumes das árvores, os mesmos perfumes das flores que conhecera
na infância exalavam por toda a parte. Não havia ninguém no jardim
àquela hora. Eu estava sentado num banco, sentindo-me ótimo. Atirara
a cabeça para trás, fechara os olhos e me deixara invadir pelos raios do
Sol matinal. Ouvia os passarinhos cantando e, suavemente,
lentamente, respirava o ar da manhã. Queria que aquele momento se
eternizasse... Em seguida, pouco a pouco, percebi inicialmente de
modo atenuado uma música; um canto de uma harmonia, de uma
pureza e de uma perfeição que nunca tinha ouvido em minha vida.
Essa música, essa sinfonia, parecia vir do alto e de toda parte ao
mesmo tempo e até de dentro de mim. Isso me proporcionou uma paz
e uma serenidade desconhecidas até então. Achava-me bem e não
ousava mexer um cílio, com medo de que aquilo acabasse. Considerei
que todas essas coisas estavam acontecendo por causa da minha
presença ali, fora do mundo, sozinho com Deus, pois me surpreendi
falando mentalmente com ele, agradecendo-lhe por me dar coisas
deliciosas, por fazer-me experimentar essas sensações sublimes que
48 Pierre Monnet

pareciam regenerar-me, agradecendo-lhe pela oportunidade de estar


em comunhão perfeita com a natureza, tão bela.
Ouvi um trinado no espaldar metálico do banco. Abri um olho, oh!...
surpresa e alegria, um passarinho achava-se ali, a meio metro de meu
rosto. Ele me olhava e parecia não ter medo. Retive a respiração,
temendo que ele saísse dali voando.
A música harmoniosa que vinha de toda parte e de lugar nenhum
aumentava de volume e me enchia inteiramente. Mais atento, abri os
dois olhos, endireitei o torso; o pássaro voou. Pus-me de pé a fim de
detectar o lugar de onde vinha a harmonia sublime e senti-me
subitamente leve e feliz. As coisas à minha volta eram mais belas,
mais luminosas e ligeiramente irisadas.
Para minha estupefação, vi que eu levitava suavemente e que não
tinha qualquer medo desse fenômeno insólito. Via o azul do céu, que
também se iluminava. Eu estava subindo, de pé, verticalmente. Ao
cabo de um tempo, dei-me conta de que meus pés achavam-se à altura
do cume das árvores, ou seja, quase dez ou quinze metros acima do
solo. E ali, inesperadamente, ouvi no mais profundo de mim uma voz
que me falava, dizendo-me “Bem aventurado filho da Terra... Eu o
enchi com Meu espírito. Saiba servir-se dele e conservá-lo de
verdade... Que assim seja.”
E foi tudo. Eu nunca tinha sentido uma felicidade tão grande como
aquela. As lágrimas desceram; lágrimas de intensa alegria, pois eu
sabia que o espírito de Deus tinha entrado em mim. O tempo parecia
ter parado. Depois de alguns minutos, ou segundos, suspenso entre
céu e terra na altura do cume das árvores, desci como tinha subido,
todo sonhador, todo trêmulo de alegria, todo emocionado. Desci com
extrema lentidão. Nunca tinha experimentado tamanho bem estar. O ar
era bom, ainda fresco e vivificante, e enchia meu ser. Eu continuava
ouvindo a música e os passarinhos. Durante minha descida,
continuava vendo tudo que se encontrava à minha volta, irisado, quase
luminescente, quase cintilante. Sentia interiormente a presença de
Deus; o bem estar que isso me proporcionava era intenso... imenso...
Comunicações Extraterrestres 49

Já com os pés no chão, o “encanto” rompeu-se. Eu estava ali, de pé,


embasbacado com o que tinha acabado de me acontecer, mas feliz.
Nunca esquecerei aquele momento.
Eis outra história pouco banal, que me deixou uma grande impressão:
Estamos em 27 de Outubro de 1984. São 18h15, estou em minha casa
em Aix-em-Provence. Contrariamente ao hábito, e pela primeira vez
então com amigos me visitando, sinto subitamente a vontade de ir até
Aix, a cerca de três quilômetros do meu domicílio. Faz bom tempo, e
penso que ir até lá a pé seria algo bastante agradável. Sinto-me bem,
calmo e em forma. Depois de ter percorrido sem qualquer cansaço
físico os três quilômetros, chego à cidade, sobre a larga calçada da
Avenida Mirabeau, lado direito em relação à grande fonte Rotonde,
que se acha atrás de mim.
A noite tinha acabado de cair. As calçadas da Avenida Mirabeau e das
outras ruas populares da cidade fervilhavam de transeuntes. As luzes
multicoloridas das lojas e dos postes de iluminação pública, assim
como os faróis dos automóveis, davam à cidade de Aix um jeito de
cidade americana em plena efervescência.
Descontraído, tinha acabado de percorrer a terça parte da Mirabeau,
quando subitamente... Tomo a consciência de que saí inteiramente de
meu corpo, e, estranhamente, embora a situação fosse insólita, tudo
me parece normal. Não me questiono. Hoje compreendo que, sim, em
determinado momento tive realmente a impressão de sair do corpo. A
partir desse instante, durante a experiência, a visão das coisas em volta
efetuava-se como se meu olhar, um olhar sem corpo, se achasse
situado a quase três metros de altura. Eu me dava conta de que a
função de enxergar já não era preenchida pelo corpo e que meus olhos
de carne de nada valiam ali, pois eu contemplava meu próprio corpo
deambular uns cinco metros para “trás”. Estava cercado por uma aura
prateada muito luminosa que ninguém parecia perceber, exceto um
menino de seus cinco ou seis anos que puxava a saia da mãe, dizendo-
lhe: “Mamãe... Olhe esse moço...” A criança tinha os olhos
escancarados. Era então o único na multidão capaz de perceber
alguma coisa estranha sobre mim?
50 Pierre Monnet

Pela primeira vez na vida, eu me via a mim mesmo semo auxílio de


um espelho, e completamente separado de meu “eu”, que flutuava no
espaço cinco metros à “frente” e a quase três metros de altura. Quando
digo que meu corpo estava completamente independente de meu “eu”,
isto quer dizer na verdade que esse corpo tinha vida própria, passeava,
relaxado, sorrindo, e apreciava as vitrines como qualquer outro
transeunte por ali.
Meu “eu” sem corpo, que passeava o olhar à sua volta, podia abarcar
todas as direções ao mesmo tempo e podia também ver o que meus
olhos físicos percebiam através das vitrines. Meu “eu” sem corpo
tinha consciência de sua própria existência independente do corpo
físico afastado. Meu “eu” sem corpo pensava e tinha sensações
diversas. Para ele, o barulho da cidade tinha desaparecido
completamente, assim como as sensações de temperatura, de
higrometria e de frescura da noite. Meu “eu” sem corpo já não sentia
as vibrações negativas emitidas pelas formas e pensamentos das
pessoas que andavam na rua. Para esse “eu” invisível, tudo era belo e
positivo. Todas as pessoas eram desprovidas de pensamentos
negativos e agressivos. O negativo não existia; de qualquer modo, não
podia atingir-me.
Eu era “eu” mais todos os seres humanos. Eu estava em todos e eles
estavam em “mim”, como se cada indivíduo fosse eu mesmo; como se
fôssemos um único e mesmo ser, uma única e mesma substância. Era
agradável, era bom, era “Tudo”. Era um bem estar sublime em que o
tempo e a morte já não existiam, onde tudo era de essência eterna,
onde tudo era vida verdadeira, onde tudo era Deus...
Quando o fenômeno chegou a seu termo, senti um mal estar muito
grande; como se estivesse apertado, prisioneiro dentro de uma roupa
que me sufocava. Tinha a impressão de que o corpo reintegrado era-
me estranho, e o detestava, como se não me pertencesse. Uma intensa
emoção tomou conta de mim. Uma certa nostalgia invadiu-me;
nostalgia de um estado sublime vivido e passado, acompanhado do
arrependimento de ter voltado ao meu corpo...
A extraordinária presença de certas proteções ao
longo da minha vida

Há todo um contexto no mínimo incomum que me tem acompanhado


por toda a vida; no caso presente, o fato de sentir junto a mim,
permanentemente, a presença de certas proteções vindas da parte de
meus amigos extraterrestres.
Teriam esses seres previsto, durante uma de minhas vidas anteriores,
um programa preciso de ação na qualidade de contactado na Terra?
Deve ser isso; vários acontecimentos perturbadores permitiram-me,
graças a uma proteção “intuitiva”, evitar em diversas ocasiões a morte
física. Houve pelo menos três situações realmente impressionantes.
Primeiro salvamento. Ocorreu quando eu era aprendiz de vidraceiro
em Orange, numa vidraçaria situada na Avenida do Arco do Triunfo.
Meu patrão tinha duas oficinas; uma quase em frente à outra, à
esquerda e à direita dessa avenida, que era uma via de grande
circulação, já que se tratava da Nacional 7. Eu tinha quinze ou
dezesseis anos. Atravessava a avenida quase trinta vezes por dia para
ir de uma oficina à outra. Naquele dia, distraído como todo garoto na
minha idade, passei por trás de um caminhão estacionado e atravessei
sem olhar. O leitor pode imaginar... Certas placas ferroviárias dizem:
Não atravesse, um trem pode esconder outro. Naquela ocasião, eu
teria precisado de uma placa como essa adaptada à estrada, pois me vi
52 Pierre Monnet

cara a cara com um Citroën a toda velocidade e que só parou uns


cinqüenta metros mais adiante, depois de uma espetacular freada.
Onde estava o jovem afoito que eu era? Bem, ele não foi tomado por
qualquer pânico e teve a surpresa de sentir o seu corpo erguer-se como
se uma mão invisível o tivesse pegado pela cintura e o colocado com
os pés sobre o pára-choque do veículo, o rosto de frente para o
motorista, mais morto que vivo pelo medo que havia sentido. Fiz,
portanto, cinqüenta metros debruçado sobre o capô, as mãos agarradas
às abas laterais de ventilação. Não me ficou mais que uma marca azul
sobre o umbigo, só isso!
Se naquele tempo eu tivesse contado que uma mão invisível me
levantara e salvara, as pessoas me teriam encarado como ainda hoje
encaram os contactados quando estes falam dos OVNIs. O leitor sabe
o que quero dizer...
Segundo salvamento: Neste caso, fui salvo por um cinto, a respeito do
qual devo algumas explicações. Eu o tinha comprado numa loja
americana. Era um tipo de cinto de seis centímetros de largura, em
pano trançado, espesso e duro, assim como extensível graças a um
passador de cobre, munido de um fecho de pára-quedas. Agradeço ao
“acaso” e à “sorte” que me levaram a comprá-lo, pois sem ele o leitor
não estaria me lendo agora.
Eu estava com dois colegas de trabalho sobre o telhado da casa de um
cliente. Trocávamos vidraças de uma clarabóia que encimava o vão da
escada da casa. Achávamo-nos acima do quinto andar, de onde se via
a rampa descer em espiral retangular em torno de um vão de vinte
metros, com a forma de um retângulo de três metros por quatro.
Tínhamos, erradamente, como muitos vidraceiros muito seguros de si,
o hábito de andar sobre as armações de ferro para aplicar a massa nas
traves que iam receber as folhas longas de vidro trabalhado. Eu me
achava, portanto, de pé, apoiando-me nas armações e acabava de me
endireitar para pôr um pouco de massa na mão.
Subitamente meus pés escorregaram. Passei entre duas armações sem
poder me agarrar, pois tinha as mãos cheias de óleo.
Comunicações Extraterrestres 53

Era a queda livre, o corpo vertical num vazio pavoroso que pareceu
aspirar-me como o olho de um turbilhão gigantesco. Não havia como
me agarrar a nada. Uma queda vertical no vazio, do alto dessa casa de
cinco andares. Eu caía a uma velocidade vertiginosa, como a maçã de
Newton, justamente no centro do vão da escada. Posso dizer que em
tal velocidade não se pode sequer esboçar a primeira palavra de uma
prece antes de estatelar no chão lá embaixo.
Mas eis que chegamos ao momento mais estranho desse acidente.
Antes de cair, eu não tinha visto um grosso cabo de ferro de uma
seção de aproximadamente dois centímetros e terminando em forma
de gancho. Ele media a altura de quatro andares. A posição desse cabo
rígido era central no vão da escada, portanto paralela à minha
trajetória. O cabo devia outrora ter servido de sustentação de um
lustre, como era comum em velhas casas burguesas. Eu já tinha
percorrido três andares, quando, durante minha queda, o gancho
prendeu-se ao meu cinto americano. Este subiu até debaixo de meus
braços com um choque doloroso ao longo de minhas costelas e
vértebras dorsais. O gancho não chegou a tocar-me a pele nem me
rasgou a camisa. Agora, em retrospectiva, vejo que isso não é lógico.
Minha camisa e minha carne teriam que ficar consideravelmente
rasgadas. Sobre um plano de estudo mecânico dos fatos, sou tentado a
dizer que foi um milagre eu não ter morrido desmembrado, arrancado,
deslocado pelo gancho e pelo choque da parada brusca durante a
queda. Embora seja verdade que depois desse dia passei a ter alguns
problemas de coluna, a qual nunca recebeu cuidados.
Vi-me, portanto, suspenso como um animal no abatedouro, até que
viram desenganchar-me. Pedi aos colegas que não falassem desse caso
a meu patrão, pois tinha medo de ser mandado embora. O certo é que
depois daquele dia, meus colegas de trabalho e eu mesmo passamos a
utilizar a prancha tradicional do vidraceiro, prancha que se coloca
perpendicularmente às armações de ferro e onde o vidraceiro se deita
para fazer o serviço.
Conservei por muito tempo o cinto americano como lembrança do
grande pavor que tive com ele. Cinto providencial que por muito
54 Pierre Monnet

pouco não teria comprado naquela ocasião.


Foi durante o terceiro acidente que me dei conta da existência de um
“guia invisível”. Aquele que me soprou bons conselhos durante toda a
minha vida. Alguns grupos de espiritualistas acreditam que cada ser
humano tem um guia pessoal que o ajuda sempre que necessário. No
momento atual não só me acho convencido disso, como o sei. Sei que
essa presença invisível está sempre ali. Essa presença aconselha,
ordena e sugere por meio de uma voz nítida e precisa que raciocina no
interior de mim independentemente de minhas elucubrações mentais!
Mas como explicar uma coisa tão impalpável como a presença na vida
de cada um de nós desse guia que as religiões, com ou sem razão,
chamam de “anjo da guarda”?
Estávamos em 1955. Eu servia o Exército e fora designado para uma
imensa base no seio da qual se acotovelavam todas as armas. Esta
base, situada no Extremo Oriente, chamava-se Than-Son-Yut (um
bairro de Saigon).
A septuagésima quinta esquadrilha de helicópteros, onde eu servia,
achava-se numa das extremidades de Than-Son-Yut,e o bar da
esquadrilha vizinha, aonde eu tinha o hábito de ir duas vezes por dia,
encontrava-se na outra extremidade. A totalidade da base, um grande
terreno vazio e plano, era cortada por numerosas estradas desertas e
alguns prédios velhos, abandonados por causa dos perigos de
desabamento.
Eu sempre usava a mesma estrada de ligação, e nunca outra qualquer.
Ao longo dessa artéria, achava-se um prédio abandonado. Era uma
construção de dois andares, de concreto, aparentemente não construída
pelo Exército, mas que lhe tinha servido durante um certo tempo. Eu
caminhava sempre pela calçada do prédio, nunca passava por outro
lugar. Durante quinze meses, fiz esse trajeto duas vezes por dia.
Naquele dia, chegado ao cruzamento, que me teria permitido escolher
outro caminho do quadrilátero, peguei a estrada habitual. Não sei por
que, senti um “incômodo”, uma impressão interior esquisita, como
alguma coisa me dizendo que nesse dia era preciso fazer um outro
Comunicações Extraterrestres 55

itinerário. Esse sentimento tornou-se muito forte em mim e senti


pouco a pouco minha resistência a essa injunção debilitar-se, tanto
mais que essa impressão tinha se tornado rapidamente uma voz
interior que me ordenava em palavras precisas e imperativas. Dei
meia-volta e refiz em sentido inverso os quarenta metros que tinha
acabado de percorrer para pegar a artéria paralela. Senti-me melhor
fazendo isso. Enquanto caminhava, ia pensando nessa impressão
estranha que tomara conta de mim. Eu sou formal, era realmente uma
presença invisível, uma voz exterior que ressoava em mim e me
habitava.
Eu não tinha caminhado cinqüenta metros na nova estrada, quando
ouvi um estrondo terrível. Virei a cabeça e desloquei-me para ver de
onde vinha o barulho.
Vi então uma grande nuvem de poeira destacando-se de um
amontoado de ruínas no chão. Já havia no lugar alguns militares
curiosos que apreciavam o desastre. O que tinha acabado de acontecer
não fora outra coisa senão o desmoronamento completo do prédio por
onde eu deveria passar.
Perturbador, não é mesmo?
Eu poderia mencionar muitos outros fatos, como esses que acabo de
escrever, e que ocorreram durante a minha vida, mas não quero tornar
pesado o conteúdo dessa obra.
O veículo do contactado usado pelos
extraterrestres durante dez minutos a 110
quilômetros horários

Embora não faça parte do período de minha vida anterior a 1951,


durante o qual se produziram vários fatos insólitos, seria uma pena
silenciar sobre o que conto a seguir.
Certamente esta aventura não é muito recente, mas é pouco banal. Eu
poderia mencionar sua data precisa e citar o nome das pessoas
presentes em meu veículo, mas isso não me parece de utilidade
absoluta; por um lado, porque a maioria dessas testemunhas espalhou-
se geograficamente; por outro, porque muitas delas estão em “guerra
fria” comigo por múltiplas razões, e isso já há muitos anos.
Os fatos seguintes deram-se durante o primeiro semestre do ano de
1980.
No curso dos vários deslocamentos em todos os sentidos que eu
efetuava nessa época, conheci pessoas notáveis no domínio da
percepção extrassensorial, entre as quais uma senhora, médium
relativamente dotada, com quem mantive por muito tempo contatos
estreitos que poderiam ser qualificados de “paraprofissionais”. Essa
senhora, já em idade avançada e de nobre lastro social, tinha me
convidado para passar alguns dias em Nice, acompanhado de uma
amiga.
58 Pierre Monnet

Durante uma dessas visitas, éramos em número de sete na sala de


estar, quando a velha senhora, em transe natural, recebeu uma
mensagem telepática de uma entidade extraterrestre que falava por sua
boca. Todo mundo no recinto tinha ouvido a mensagem, menos eu!
Com efeito, durante esse tempo aconteceu de também eu me achar em
condicionamento para a recepção de outra mensagem. Meu
condicionamento durou dez minutos, ocasião em que a médium
transmitiu a sua própria mensagem. Não ouvi, portanto, nada do que
foi dito, apesar da mobilidade dos seus lábios. Esse fenômeno era
tanto mais insólito para mim quanto, durante esse tempo, eu percebia
à minha volta o tilintar das colheres nas xícaras e o barulho dos carros
passando lá fora. Tudo, exceto a mensagem da médium! Quando esta
acabou de ser transmitida, os extraterrestres que me contatavam
imobilizaram-me (com exceção do braço direito) e me fizeram
escrever o que tinham transmitido através de mim em velocidade
extrema. Tive de usar uma página inteira formato 21 x 29,7 em menos
de meio minuto. Só me dei conta disso quando voltei a mim, a caneta
na mão, exatamente depois de ter escrito a última palavra.
No outro dia, anda na casa da médium, achávamo-nos à mesa e podia
ser meio-dia e trinta, quando ela caiu em transe e transmitiu outra
mensagem de além-espaço. Mas aí se produziu um fenômeno estranho
e diferente. Durante a passagem do texto por sua boca, não ouvi
absolutamente nada vindo do exterior. Isso era impressionante para
mim, pois não somente eu via os lábios da médium se mexendo, mas
também ouvia sua mensagem no interior do meu corpo, como se
aquilo estivesse nascendo em mim a partir do plexo solar.
Naquela mesa, fui a única pessoa que recebeu a mensagem dessa
maneira. Os demais convivas a ouviam do modo mais normal do
mundo, enquanto viam meus lábios mexendo-se, sem me ouvirem. No
entanto, quando eu transmitia a mensagem da médium, ouvia o som
de minha voz. Os outros convidados sentiam bem, vendo-me com
aquela expressão estranha que se pintava em meu rosto, que nesse
momento preciso eu não me achava inteiramente m meu estado
habitual. Fiquei tão impressionado pela experiência, que não consegui
mais falar e pus-me a chorar de emoção.
Comunicações Extraterrestres 59

Esses poucos dias em Nice chegavam ao fim. Minha amiga e eu


preparávamo-nos para retomar a estrada rumo a Montélimar.
Deixamos, portanto, a velha senhora e os outros convivas para
apanhar as bagagens, que tinham ficado na casa dos pais de minha
amiga, quando subitamente esta foi tomada por um grande mal estar.
Apesar disso, ela insistiu em que tomássemos a estrada. Eu estava
muito preocupado com ela, pois tínhamos pela frente 350 quilômetros.
Quanto a mim, minhas dores na coluna (dores desaparecidas há
muitos meses) tinham voltado a dar sinal de vida na véspera de nossa
partida. Eu estava tão mal quanto minha amiga.
Mas mesmo assim partimos. Na estrada, ela queixou-se de fortes dores
na barriga. Já não podia esconder o sofrimento. Tinha-se estirado no
banco do carona, que eu reclinara para proporcionar-lhe mais
conforto. Não conseguia mais abrir os olhos, crispada pelo sofrimento,
incapaz de falar. Eu respeitava-lhe o silêncio, embora estivesse
preocupado. Tinha pressa em chegar.
Coberto um terço do percurso, ambos tivemos uma impressão
esquisita. Olhamo-nos pensando a mesma coisa. Tínhamos o hábito...
Nós sabíamos de quê, ou antes, de quem se tratava. Sentíamos uma
presença no carro, atrás de nós. Claro que não havia ninguém; quer
dizer, ninguém visível.
Eu disse então à amiga: “Não está sentindo nada?” Ela me respondeu
que também estava percebendo essa presença.
Passaram-se alguns minutos e, de repente, parei de sentir as dores
lombares. Depois, foi a vez de minha amiga sentir-se súbita e
rapidamente bem. Seu rosto iluminou-se. Retomou de imediato as
cores, e nos sentimos repletos de vibrações por todo o corpo.
Vibrações insignificantes, embora perceptíveis, que logo nos tiraram o
cansaço, para não dizer instantaneamente. Sentimo-nos regenerados.
A partir desse minuto, passamos a experimentar um bem-estar
extraordinariamente agradável. Ficamos em plena forma sem deixar
de sentir a presença no carro. Não ousávamos mais falar, de tanto que
estávamos bem.
60 Pierre Monnet

Rodávamos a 110 quilômetros horários na estrada há coisa de uma


hora, quando tive outra impressão esquisita. Como se um pedaço do
trajeto tivesse desaparecido de minha memória. Conheço
perfeitamente a estrada Nice-Avignon, por tê-la percorrido várias
vezes quando de minhas visitas a meu primeiro editor, cujo escritório
fica em Nice.
Quando se conhece bem um percurso, recorda-se com facilidade a
situação geográfica em que se está, sabendo onde se acaba de passar e
o que falta percorrer. Ora, parecia-me que me faltavam uns quinze
quilômetros no trajeto que acabava de efetuar. Isso me deixou tão
intrigado, que senti uma vontade imperiosa de comentar o problema
com minha amiga.
Depois de explicar-lhe o que tinha sentido, vi que ela me olhava de
maneira estranha, um pouco como se fosse cúmplice de alguma coisa
que me dissesse respeito e que tinha acontecido sem o meu
conhecimento. Ela me disse: “Sim... eu sei...”, gratificando-me com
um meio sorriso enigmático. Então me contou... Que subitamente eu
ficara de olhos fixos, no mais total vazio. As cores do meu rosto
tinham mudado, e minha expressão se tornara grave e severa. Tinha
também, parece, o maxilar inferior caído. Vendo-me nesse estado,
minha amiga me chamara várias vezes sem que eu atendesse aos seus
apelos. Eu estava indiscutivelmente ausente; ela tinha tido a sensação
real de que meu corpo estava vazio e sem qualquer reação. Não sentia
mais a minha presença.
Rodávamos sobre um trecho da estrada que tinha muitas curvas. Eu
tinha os olhos atônitos, mas também a parte inferior dos punhos
simplesmente colocada no alto do volante, as mãos inertes e “mortas”.
A velocidade era constante, e as curvas foram feitas normalmente.
Minha amiga constatou que esse fenômeno insólito tinha durado dez
minutos. Depois de certo tempo de pânico, vendo que, apesar de tudo,
o carro se movimentara com a maior precisão, ela parou de se
preocupar. A velocidade do carro estava estabilizada em sessenta ou
setenta quilômetros por hora.
A partir desse fato insólito, não pudemos deixar de pensar na presença
Comunicações Extraterrestres 61

dos extraterrestres no carro e na recepção de ondas de condução do


veículo ao curso de um contato particular, durante o qual lhes foi
necessário dissociar-me de meu corpo. No início, talvez para nos
causar prazer, os galácticos nos desembaraçaram do mal-estar e das
dores. Em muitos outros casos ainda, fizeram-nos sentir a existência
deles e sua presença no invisível, sobre outro plano de consciência,
numa outra dimensão.
Hoje contamos com setecentos mil contactados no planeta; por que
não querem nos ouvir, escutar e compreender? Poderíamos despertar
em vocês aquilo que o seu ser profundo já sabe e que não foi
conscientizado...
As atribulações de um contactado na França

Ninguém desconhece que a França é o país cartesiano por excelência.


Como querem então que um provençal, a quem não raro qualificam de
“galego” por ser primo, com os marselheses, de nosso saudoso Marcel
Pagnol, possa ser levado a sério quando declara, com todo aquele
sotaque do Sul, que esteve em contato com extraterrestres? Parece
cômico... No espírito francês, isso só pode fazer pensar na história da
célebre sardinha que entupiu o velho porto de Marselha. Entendem o
que eu quero dizer?...
A primeira coisa que dizem quando falamos de contatos com
extraterrestres é o seguinte: “Só acredito no que vejo. Só acreditarei
em discos voadores quando vir algum.”
Para poder acreditar na existência das naves espaciais extraterrestres,
cada cético desejaria ver seu pequeno OVNI diante de sua porta todas
as manhãs.
E se tal ocorresse, finalmente acreditariam? Pois quando alguma coisa
“mexe” conosco, a má-fé é tão grande, que se faz todo o possível para
encontrar uma desculpa suficientemente razoável para não
confessarmos nossa crença.
Para ilustrar o que acabo de dizer, basta recordar aquilo que um certo
cientista declarou num programa de entrevistas na televisão: “Se ao
acordar eu visse um engenho espacial de origem extraterrestre em meu
jardim, já que isso não me interessa, voltaria tranquilamente para
64 Pierre Monnet

dentro de casa, pois tal coisa na pode existir.”


Depois de uma resposta como essa por parte de um pesquisador de
renome internacional, dando prova de um espírito tão pouco
científico, tudo é possível vindo dessa gente.
O provérbio está certo: “Ninguém é profeta em sua própria terra.” Em
minha família mesmo (com exceção dos meus filhos, que sempre se
abstiveram de qualquer comentário, embora, ao que me parece,
estejam atentos às minhas atividades), quando falo desses contatos
passo por um indivíduo que não é inteiramente normal.
De tempos em tempos, entretanto, vingo-me de certas pessoas com
convicções religiosas relativamente arraigadas. Seu ceticismo forçado
torna-as demasiadamente peremptórias em suas opiniões. Costumo
responder-lhes: “Acreditam em Deus? Já o viram? Então por que
acreditam...” Não está escrito na Bíblia: “Existem muitas moradas no
reino de meu Pai?” Era o que dizia Jesus, e se os crentes não
entenderam a parábola, seriam dignos da visita de nossos “primos”
galácticos, que querem nos ajudar a recobrar a razão?
Com um pouquinho de inteligência e lógica, qualquer um se daria
conta de que, se governos como os dos Estados Unidos e da Rússia
gastam fortunas para pesquisar os Objetos Voadores Não
Identificados, não é por simples diversão.
Não obstante a importância das informações recebidas da parte desses
seres do espaço, levei muito tempo para me referir a eles. Em 1951,
quando de meu primeiro contato físico com os ocupantes das naves
espaciais, as pessoas não se achavam preparadas para aceitar a
possibilidade de contatos extraterrestres com alguém encontrado por
“acaso” sobre o nosso planeta. Ainda hoje é muito difícil para muitos
terráqueos aceitar a presença de uma vida inteligente fora da Terra.
Entretanto, vários cientistas reconhecem finalmente que, na região
galáctica mais próxima de nós, muitos milhares de planetas
apresentam todas as características necessárias para produzir a vida. É,
portanto bastante provável que vários milhões entre eles contenham
humanóides. Partindo do fato de que a maioria desses planetas é muito
Comunicações Extraterrestres 65

mais antiga que o nosso, os mesmos cientistas chegaram à conclusão


de que seus eventuais habitantes teriam milhões de anos de avanço
científico sobre nós. Ora, nós viajamos bem no espaço... agora...
Se tivesse falado de meus encontros com extraterrestres em 1951, com
certeza me internariam num hospício. Qualquer um diria que um rapaz
de dezenove anos poderia estar fazendo coisas bem mais interessantes.
Lembro-me de uma viagem a Nice. Um amigo dirigia. Estávamos
muito cansados dessas idas e vindas em um só dia pela R-5. E a isso
juntava-se o fato de ter de andar a pé por toda a cidade.
Rodávamos tranquilamente em nosso caminho de volta. A noite tinha
caído, o céu estava lindo com todas aquelas estrelas. Nenhuma brisa
vinha tocar as folhas das árvores, embora estivesse começando a
esfriar. Achávamos na Nacional 7, em direção a Brignole. A cerca de
dez quilômetros da cidade – eram quase oito horas da noite -, vimo-
nos num trecho de estrada absolutamente reto durante muitos
quilômetros. Nesse momento, percebemos no céu, exatamente
perpendicular ao eixo da estrada, uns mui metros diante de nós, e
numa altitude de centenas de metros, um magnífico engenho. Um
disco voador, de forma lenticular e cor azul elétrica, vinha direto na
nossa direção. Esse “aparelho” devia medir uns vinte metros de
diâmetro e evoluía no maior silêncio a uma velocidade vizinha à
nossa, mas no sentido inverso.
Meu amigo, que nunca tinha visto um engenho extraterrestre, estava
fascinado pelo que se apresentava aos seus olhos. Perdendo altitude, o
disco tinha passado exatamente acima de nosso carro, e ambos nos
inclinamos para a frente a fim de apreciá-lo melhor.
Coisa estranha, os cintos de segurança perderam completamente o
poder de bloqueio. Por curiosidade, pois isso nos intrigara, tentamos
novamente, e dessa vez o sistema de segurança funcionou
normalmente.
No momento em que o engenho passou bem acima de nós, nosso
cansaço desapareceu como por encanto. Ganhamos, ao contrário, mais
energia e vigor. Sentíamo-nos eletrizados, como se a energia nos
66 Pierre Monnet

tivesse penetrado. O motorista contou-me que sentiu uma vibração


intensa na cabeça e um calor que não parou de aumentar. Este partia
do plexo solar para o exterior do corpo. Tudo acompanhado de uma
sensação indescritível em todo o seu ser. O calor interno que ele sentia
obrigou-o a abrir todas as janelas do carro, apesar do frio que fazia lá
fora.
Quanto a mim, no momento em que o engenho passou sobre o carro,
recebi uma mensagem telepática muito nítida, cujo texto é o seguinte:
“Confiança... Nós estamos aqui... Revitalização... Confiança, estamos
atentos... Revitalização celular... Estaremos sempre aqui... Estaremos
sempre com você... Sua missão está apenas começando...”
O amigo que me acompanhava propôs-me então organizar um longo
ciclo de conferências. Decidi, não sem medo, fazer essa turnê.
Quando digo “não sem medo”, é por uma razão muito precisa, que
tem a ver com minha personalidade profunda. Com efeito, onde já se
viu um indivíduo do signo de Câncer fazer conferências, falar em
público? Eu não tinha a menor queda para isso. Não tenho o
vocabulário, nem a envergadura, nem o estofo de um conferencista
capaz de cativar seu público à maneira de um contactado que eu
admiro nesse domínio. É verdade que o público gosta do fantástico, do
espetacular. Ora, meus contatos nada tem de espetacular, e eu não
poderia apresentar provas materiais, como marcas no corpo ou outras
particularidades que se vêem com nossos olhos de carne. Não, meus
contatos são do tipo “normal” em sua comunicação. Nada que possa
cativar além da medida o “espectador ávido de fantástico”. Nada que
possa, no diálogo, interessar a um público muito apegado à matéria
tangível.
“Fale... Ficaremos felizes com a sua colaboração...”, disseram-me
eles. Era realmente preciso que eu me arriscasse. Foi o que fiz,
voluntariamente, sem que “eles” me tivessem forçado a isso. Pois a
mensagem que traziam, as informações transmitidas e sua maneira
interior de viver no plano espiritual e em harmonia com o cosmo
casavam-se bem com meus conceitos pessoais.
Comunicações Extraterrestres 67

Eu amigo e eu organizamos um plano de trabalho sobre mapas de


estado-maior. Ele improvisou-se oficialmente como “organizador de
espetáculos, especializado em conferências”. Saibam, caso o ignorem,
que os conferencistas estão classificados na categoria “espetáculos” e
são, em termos administrativos, supervisionados (para fins de imposto
de renda) pelo Escritório Nacional dos Monumentos Históricos. Como
as leis são estranhas na França! Quando meu organizador me faliu
sobre isso, retorqui-lhe: “Essa é muito boa!”, e rimos juntos. Mas não
podíamos contornar a burocracia se quiséssemos estar em paz com a
lei.
Meu amigo tornou-se, portanto meu patrão, e eu seu empregado, com
tudo o que essas relações comportam no plano administrativo.
A situação causava-me um certo mal estar. Enfim, ou me dobrava ou
podia renunciar às conferências.
Para não fatigar o público com o mesmo sujeito durante várias horas,
tínhamos organizado as conferências de tal modo que o meu amigo
funcionava como apresentador e ilustrador do assunto. Ele ocupava a
cena durante o primeiro terço da primeira parte com um texto de
divulgação sobre o fenômeno dos OVNIs e os problemas conexos.
Relacionava os grandes clássicos da ufologia, para em seguida tratar
dos contactados que existiam no mundo inteiro. Depois de algumas
questões de ordem banal, eu pegava a palavra durante o último terço
da primeira parte e durante toda a segunda parte.
Minha primeira conferência teve lugar em Menton, e foi mais uma vez
com um certo medo que cheguei a essa cidade. Amigos bem-
intencionados, e parece muito competentes, tinham nos prevenido
contra o fato de que a cidade era essencialmente composta de
aposentados que não saíam à noite. Até o porteiro da sala onde nos
preparávamos disse o seguinte: “Podem lamber o beiço se
conseguirem atrair cinqüenta pessoas para este auditório, onde cabem
trezentas.”
Diante dessa expectativa tão promissora para a nossa “grande estréia”,
cabia-nos apenas sorrir. De qualquer modo, a sorte estava lançada: os
68 Pierre Monnet

cartazes estavam impressos, a imprensa fora avisada, o canal de


televisão FR3 Côte d´Azur tinha acabado de transmitir a entrevista do
contactado Pierre Monnet, a sala fora alugada e paga.. Já não se podia
voltar atrás temendo um fiasco.
Alguns dias antes da conferência eu, que não era experiente nesse tipo
de coisa, com medo de gaguejar, tive o que me pareceu uma idéia
genial. Gravei minha conferência! Previ que, usando o fone do
gravador no ouvido, bastaria repetir minhas próprias palavras. Um
pouco aliviado por essa astúcia destinada a contrabalançar o excesso
de angústia, fiquei sereno até o dia do “lançamento”. Entretanto, não
precisava decorar o que devia dizer, pois que o tinha vivido. De
qualquer modo, a angústia deixava-me atrozmente doente, minhas
pernas ficaram bambas. Sim, os nativos de Câncer, mesmo com o
ascendente em Capricórnio, o que é o meu caso, são obrigados a reagir
violentamente contra si mesmos antes de enfrentar o público.
A noite da “grande estréia” em Menton chegou, e, apesar da astúcia do
gravador, tive uma senhora tremedeira. Pois, contrariamente ao que
dissera o porteiro, a sala estava superlotada, havia umas cinqüenta
pessoas de pé no hall de entrada e ainda umas vinte do lado de fora.
Fomos obrigados a deixar as portas do recinto abertas para que todo
mundo pudesse ouvir. Não havia como receber mais gente.
Fora do palco, antes de entrar em cena, eu escondera o fio do fone por
baixo do paletó e o gravador já se achava numa gaveta da mesa do
conferencista. Chegando ao meu lugar, pluguei discretamente o
aparelho e esperei a minha vez de falar. Ver tanta gente assim na
minha frente enrijeceu-me como um poste, a tal ponto que sentia os
músculos doerem. Percebia que meus lábios tremiam um pouco. Sob a
mesa, minhas pernas não paravam no lugar.
Chegou finalmente o momento em que o apresentador me passava a
palavra.
Liguei o gravador e comecei a falar, quando um calafrio percorreu-me
a espinha. Dei-me conta de que não poderia seguir o texto gravado.
Tinha-o feito em voz muito alta e em grande velocidade. Ainda por
Comunicações Extraterrestres 69

cima, não tinha contado com o eco dos alto-falantes que me


devolviam o som de minha própria voz com uma ligeira defasagem.
Horrível!
Estava embaraçado e, como se já não bastassem os contratempos
daquele dia, a fita emperrou dentro do aparelho, que então emitiu um
assovio estridente que me obrigou a arrancar com ansiedade o fone do
ouvido; fiz uma careta atroz. Foi então que percebi uma agitação na
sala e ouvi ao fundo risos abafados que me fizeram mudar de cor. A
maioria das pessoas não tinha a menor idéia do que estava ocorrendo.
Por causa de todas essas “dificuldades” que se abatiam sobre mim ao
mesmo tempo, coisa inabitual, uma grande cólera me invadiu. Essa
raiva interior foi para mim o melhor dos estimulantes, pois não
somente acabou com o meu medo, como também fez parar de
gaguejar e levar a conferência até o fim.
Terminada a reunião, meu apresentador e eu fomos cercados por
numerosas pessoas que queriam sobre detalhes sobre questões fora da
conferência, pessoas com quem ainda me correspondi através de
cartas. Ficamos felizes, porque o público foi embora satisfeito e nós
também.
A partir dessa reunião, fiz outras 84, de Menton a Toulouse e de
Lourdes a Besançon. Não passei mais por “inconvenientes” técnicos,
mas durante esse ciclo houve outras peripécias de uma intensidade tão
cômica quanto a precedente.
Vínhamos de sofrer uma série catastrófica de conferências em que o
preço dos ingressos, embora razoável, estava longe de cobrir as nossas
despesas. Era de fato indispensável contar com o montante dos gastos:
viagens, restaurantes, hotéis, combustível, impostos, aluguel do
sistema de som e da sala. Quando penso que, sob o pretexto de que eu
falava de amor universal, certos espectadores censuravam o fato de
cobrarmos pelas palestras... Se eles soubessem o quanto coloquei de
meu dinheiro para fazer essas conferências, ficariam impressionados e
não acreditariam em mim.
Sempre me lembrarei da cólera, exterior esta, que me fez sentir meu
70 Pierre Monnet

apresentador e “organizador de espetáculos”.


Naquele dia, chateado por não ter conseguido um centavo havia algum
tempo, vendo uma platéia exígua na sala, depois de ter literalmente
despachado sua primeira parte e me apresentado rapidamente ao
público, esse querido companheiro de infortúnio (é o caso de dizer)
abriu ostensivamente um jornal local e, ao meu lado, se pôs
tranquilamente a lê-lo enquanto eu fazia minha conferência. Acho que
é a pior injúria que se pode fazer a um público. Sou por natureza,
conciliador e sereno, mas naquele dia jurei nunca mais perdoá-lo por
essa indelicadeza para com um público que saía de casa e pagara para
nos escutar. Mas não sou rancoroso. Esse pequeno incidente fazia
parte dos imponderáveis do “ofício” de conferencista. Perdoei,
portanto esse “pobre homem” , a quem aliás, perdi de vista depois do
fim de nossas conferências infrutíferas através da França e dos países
francófonos. Talvez tenha se “arruinado” comigo e largado a
sociedade para exilar-se em outro continente. Quem sabe...
Em minhas atribulações de contactado na França, se tivesse sido
apenas isso, estaria tudo bem. Infelizmente, tivemos decepções com
alguns jornalistas que não mediam suas palavras. Com a mídia, a
gente realmente anda em areia movediça.
Graças a Deus, nem todos os jornalistas, nem todos os programas de
televisão devem ser criticados, e agradeço particularmente à Antenne
2 e Philippe Bouvard, que me receberam em 20 de Janeiro de 1979.
Terminarei portanto, o capítulo de minhas atribulações falando da
gravação que fiz para a Antenne 2.
Tudo começou no dia em que um amigo me disse que Philippe
Bouvard me convidava à Antenne 2, em Paris para aparecer num
programa de Sábado à noite intitulado Sur La sellette (No banquinho).
Ao ouvir a notícia levei um susto. Eu, um contactado, na frente de
Bouvard... Tinha a certeza de que seria devorado no ar por aquele que
gozava da reputação de não ter papas na língua. Eu sabia o que tinham
passado todos os contactados diante de Philippe Bouvard. Podem
acreditar, meu medo era justificável. Achava que Bouvard ia
Comunicações Extraterrestres 71

ridicularizar-me diante de milhões de telespectadores.


Imaginem minha angústia.
Desembarquei em Paris como um bom provençal que nunca viu a
capital.
Depois de ter conseguido localizar-me, jantei e às vinte horas
apresentei-me no estúdio do Sr. Bouvard.
A sala já estava cheia de gente, e os técnicos acabavam de ajustar a
iluminação e o som.
Impressionado, timidamente, nas pontas dos pés, encostando-me nas
paredes, eu observava o movimento. Depois tomei coragem e decidi
dar-me a conhecer. Tinha observado à direita, num canto do reduzido
auditório, um pequeno grupo em volta de uma mesa com toalha onde
se servia champanhe. Aproximei-me e perguntei pelo responsável pelo
programa. Apontaram-me uma senhora encantadora que caminhou em
minha direção, apresentando-se como a colaboradora do Sr. Bouvard.
Declinei minha identidade e perguntei se não estava atrasado. Soube
que era um dos primeiros convidados do programa e que me
esperavam para beber uma taça. Muito cercado por algumas pessoas
que tinham ouvido falar de meus contatos e que me consideravam o
“herói” de uma aventura fantástica, tive de contá-los pela enésima vez.
Isso acabou me descontraindo um pouco.
Em seguida, a colaboradora de Bouvard exclamou: “Ah, enfim... A
Sra. Jeanne Moreau... Não achava que ela pudesse vir... Sr. Monnet,
conhece Jeanne Moreau? Venha, vou apresentá-la ao senhor.” E fui
tomado pelo braço e levado para junto dessa artista por quem sentia
certa admiração. Muito feliz por estar diante dessa glória do cinema
francês, senti-me embalado por uma nuvem.
Fui assim apresentado a Jeanne Moreau na qualidade de contactado
pelos extraterrestres. Achando que ela teria uma reação meio irônica,
meio zombeteira, estive quase a enfiar a cabeça nos ombros, prestes a
ouvir os sarcasmos habituais do ceticismo. Qual não foi minha
surpresa quando Jeanne Moreau me encarou e disse: “Extraterrestres?
72 Pierre Monnet

Em contato? Adoro falar sobre isso, pois acho que essas coisas podem
realmente acontecer. Por que não? Nós mesmos já vamos ao espaço e
iremos cada vez mais longe.”
Algumas pessoas aproximavam-se e tiravam fotos. Levando-me para
um canto mais tranqüilo do estúdio, Jeanne Moreau pediu-me que lhe
falasse de minha aventura. Parecia bastante interessada. Confessei-lhe
que estava muito nervoso com aquele programa na televisão. Ela me
tranqüilizou e durante as preparações não parou de encorajar-me a
enfrentar Philippe Bouvard diante das câmeras.
Devo dizer que Jeanne Moreau é uma pessoa de grande doçura e
grande simplicidade. Agradeço-lhe por suas palavras de incentivo.
Passados alguns minutos, chamaram-nos para a maquiagem. Depois,
voltei a aproximar-me de Jeanne Moreau, quando o Sr. Bouvard
chegou e dirigiu-se a nós.
Ele cumprimenta Jeanne Moreau, conversa com ela, olha-me
franzindo as sobrancelhas e me diz: “o senhor... já o vi em algum
lugar.” Respondi-lhe: “Os extraterrestres...” Ele exclama: “Ah, sim!
Como vai? Tudo azul? Estas coisas por aqui não o impressionam?”
Respondi-lhe que não e procurei informar-me sobre uma possível
entrevista antes do programa para pôs as coisas em ordem. Uma
espécie de ensaio. Ele me disse que não precisava preocupar-me e
que, uma vez no ar, bastava deixá-lo tomar todas as iniciativas (era
bem o que me inquietava). E acrescentou: “Apenas responda às
minhas perguntas, e tudo irá bem.” Prosseguiu, dirigindo-se a Jeanne
Moreau e a mim mesmo: “Estão preparados? Tomem o seu lugar no
praticável. Podem distrair-se tranquilamente.” Depois, voltando-se
para os responsáveis pela iluminação: “Projetores sobre o praticável,
por favor... Obrigado.”
O Sr. Bouvard toma todas as providências, Jeanne Moreau e eu
mesmo nos lugares respectivos, um ao lado do outro. Percebo então
que me acho num lugar ainda vazio, brilhantemente iluminado, com
um auditório à nossa frente de umas duzentas pessoas, que começam a
aplaudir Jeanne Moreau. Ela retribui alguns acenos simpáticos e volta-
Comunicações Extraterrestres 73

se para mim, dizendo: “Não se deixe impressionar por nada disso.


Continue me falando de suas aventuras.”
Ela escuta com atenção. Os técnicos nos pedem alguns testes e nos
enquadram, enquanto continuamos a conversar. Jeanne vai pontuando
minhas palavras com exclamações: “É incrível... Sensacional...
Extraordinário... Prodigioso... Fantástico.”
Chegam os demais convidados. A maioria artistas de cinema, atores,
Daniel Cécaldi entre outros, e o presidente Edgard Faure.
A gravação começa; contrariamente à atitude habitual do Sr. Bouvard
para com os “contactados”, em geral ridicularizados por ele, dessa vez
tudo se passa bem, e Bouvard declara: “Devo dizer que, de todos os
‘contactados’ que aqui estiveram, o senhor é o de maior
credibilidade.” Uma sensação de alívio interior encheu-me
agradavelmente. A imprensa falou do encontro entre Bouvard e
Monnet nos seguintes termos:
“O programa de Philippe Bouvard sábado à noite passado era
esperado com impaciência e curiosidade por nossos leitores em geral,
e em particular pelos leitores que acompanham assiduamente nossa
seção sobre OVNIs.“
Já na quarta-feira, nosso repórter havia Ito tudo sobre esse
‘contactado’, nas palavras do próprio Sr. Monnet, trabalhador numa
fábrica de Sorgues, casado e pai de três filhos.
Sua história rocambolesca já é conhecida de todos aqueles que se
interessam pelo assunto.
Os convidados de Bouvard sabem a que se expõem, e, mais ainda que
os outros, as testemunhas desse tipo de aparição arriscam-se a ser
ridicularizadas.
Isso não impediu o Sr. Monnet de enfrentar a causticidade e, no seu
caso, a incredulidade do apresentador de Antenne 2.
Reconheçamos que o nosso ‘contactado’ saiu-se muito bem.
Ele tem um rosto que respira equilíbrio e sinceridade, expressa-se
74 Pierre Monnet

bem, sem ênfase nem atavios, e ofereceu um comportamento


totalmente isento de extravagância. Bouvard, contudo, pronto a
fustigar a mistificação e soberano em desmascarar a trapaça, guardou
as unhas.
‘Devo dizer’, confessou ele, ’que de todos os contactados que aqui
estiveram, o senhor é o de maior credibilidade. ’
Jeanne Moreau, outra convidada, valorizou, e o esgar de Edgar Faure
foi de aquiescência.
No entanto, que história!
Encontrar entre Orange e Courthézon quatro extraterrestres irisados e
luminescentes, que impressionam o cérebro e fazem com que uma
bicicleta ande cinco quilômetros sem a menor pedalada, não é uma
coisa banal.
O Sr. Pierre Monnet concorda.
Aproveitamos o ensejo para convidá-lo à nossa redação, a fim de
conversarmos sobre esse assunto tão eletrizante.
“A fronteira é doravante bastante flexível entre a fábula e a história
verdadeira.”
Le Dauphiné – Vaucluse Matin

A partir daí, fiz vários programas da televisão regional em toda a


França. Aproveito para agradecer a todas as estações que me
apresentaram na telinha, assim como a todas as estações de rádio
nacionais que me receberam, e aos jornalistas sérios que me
convidaram para entrevistas coletivas, tanto na França como nos
países francófonos.
Assim, durante dez meses rodei pela metade sul da França, com a
média de três conferências por semana. Oitenta e cinco no total.
Em conclusão, posso dizer ao leitor que não foram minhas
conferências que me enriqueceram financeiramente. Bem ao
Comunicações Extraterrestres 75

contrário...
Entretanto, para mim isso não tem a menor importância. Eu devia
somente fazer todo o possível para transmitir a mensagem de amor
dos extraterrestres que me contatam.
Mas também, durante esses dez meses de conferências, aprendi muitas
coisas sobre o espírito humano. Encontrei todo tipo de pessoas e de
personalidades, que, podem acreditar, “ensinaram-me a viver”.
Em compensação, felizmente, também conheci pessoas simplesmente
maravilhosas que compreenderam o que eu trazia. Seres que
correspondem àquilo que eu busco profundamente no espírito
humano. Desgraçadamente, esses seres maravilhosos são pouco
numerosos em nosso planeta. Ainda que só houvesse dez, com eles eu
removeria montanhas.
Segunda Parte

Os Contatos

O mal que os homens fazem


continua a existir depois
que eles desaparecem
Os extraterrestres que me contatam

Os extraterrestres que me contataram em 1951 vêm de um planeta


cujo nome, traduzido foneticamente, equivale a “Silxtra” em nossa
linguagem. Segundo seus próprios termos, acha-se evidentemente
muito longe, embora para eles a distância não faça muito sentido, já
que o espírito viaja no espírito; a velocidade de um pensamento é
maior que a de um risco de luz.
São seres humanos aproximadamente idênticos aos terráqueos,
morfológica e biologicamente, embora maiores.
O universo a que pertence sua galáxia é o mesmo que o nosso, e a
galáxia na qual evolui o seu sistema solar é a nossa.
Enfim, seu sistema solar é composto dos mesmos elementos que o
nosso.
O planeta de onde vêem é, em volume, vinte vezes maior que o
nosso e só possui três enormes continentes, cuja superfície total é
igual à superfície do mar que os cerca. Na superfície desses
continentes existem mares interiores às vezes tão grandes quanto o
oceano Pacífico.
Quanto ao clima geral do planeta, é mantido e controlado por
rotações artificiais da massa planetária.
Tais rotações artificiais são produzidas por técnicas prodigiosas de
uma ciência da qual nossos sábios mais geniais não poderiam
80 Pierre Monnet

sequer fazer uma idéia.


Por isso, graças ao clima controlado que impera no planeta, a fauna
aérea, terrestre e aquática é muito diversa, e a flora é luxuriante.
Qual é neste momento o sistema social dos seres que ali vivem?
Ele se baseia na:
− Utilização judiciosa e racional dos valores humanos de cada
indivíduo em evolução permanente, em benefício de toda a
sociedade, que restitui centuplicado a cada indivíduo o fruto
do serviço prestado;
− Ausência total da noção de dinheiro;
− Ausência total de partidos políticos;
− Ausência total de religião, no sentido em que nós terráqueos a
entendemos. Pois existe entre eles uma “crença” geral (o
termo crença não tem aqui qualquer analogia com o conceito
de crença que anima o espírito religioso dos terráqueos) no
interior mesmo de cada indivíduo, que venera em silencia a
energia suprema. Em seu conceito de “crença” interior, seria
desarrazoado dar um nome a essa energia suprema cujas
vibrações benéficas sentem intimamente e logo retransmitem à
sua volta na vida cotidiana.
Esses seres são telepatas, e suas faculdades psíquicas naturais são
colocadas em grande parte à disposição da ciência.
Suas ciências estão baseadas na pesquisa, na domesticação, no
tratamento e na utilização racional dos elementos da natureza, sem
o emprego de substâncias poluentes. Estas não precisam sequer ser
proibidas. Cada indivíduo nesse planeta tem por princípio absoluto
o mais profundo respeito pela vida humana e por tudo o que vive no
mundo e em outros lugares.
Suas ciências são basicamente centradas na eletricidade, no
magnetismo, na eletrostática, nos ultra-sons, nos infra-sons e vários
milhares de ondas que eles descobriram e das quais se servem para
Comunicações Extraterrestres 81

fazer a ciência avançar em favor do bem estar da espécie humana a


que pertencem.
Em termos relativos, nada lhes é impossível no plano científico,
tanto souberam empregar o espírito e a inteligência num sentido
positivo, isto é, em concordância com as leis universais que regem
toda a criação.
O conhecimento interior permite-lhes modificar sensivelmente a
duração da vida física. Entre eles, o tempo médio de vida de um
indivíduo é de 2.800 anos. Quer dizer, 2.800 dos nossos anos. Tal
longevidade é devida a um processo natural de regeneração celular
espontânea que estabiliza as vibrações vitais das células até a idade
de 2.400 anos sem envelhecimento nem enfermidade hereditária,
preservando em cada indivíduo o equivalente da saúde e da força
dos nossos melhores atletas. Esse processo eliminou todas as taras
hereditárias, suprimindo assim as doenças e as malformações
congênitas.
No plano afetivo, só uma coisa conta para eles: o amor. O amor por
todo ser vivo, o amor por tudo o que vive, o amor entre os povos
dos diferentes planetas habitados que eles descobriram.
Suas técnicas permitiram-lhes ser grandes viajantes cósmicos,
evoluindo nos espaços galácticos e intergalácticos à velocidade da
luz multiplicada por 28.
Vejamos agora as metas dessas viagens. São pela ordem:
− As descobertas de todos os tipos, inclusive científicas, nos
universos limítrofes do seu, objetivando aperfeiçoar seus
conhecimentos.
− Salvar as vidas humanas dos mundos em perigo que
encontram à sua passagem.
− Educar os seres com vistas ao seu desenvolvimento e ajudá-los
espiritual e tecnicamente.
− Supervisionar e proteger as civilizações que perderam toda a
82 Pierre Monnet

sabedoria e que deram início em seus planetas a processos às


vezes irreversíveis de autodestruição, próprios de civilizações
que evoluíram à margem das leis que regem seus universos.
− Propagar seu saber objetivando a harmonização galáctica e
intergaláctica das espécies humanas concebidas pelo grande
construtor de todas as coisas.
Em face de todos esses aspectos de sua evolução, não passamos de
uma civilização subdesenvolvida; eles conhecem o valor nocivo das
forças psíquicas insuspeitadas de que são dotados nossos cérebros, e
com as quais criamos sem saber verdadeiras catástrofes. Tudo isso
porque não sabemos ou não queremos controlar as freqüências
vibratórias do pensamento. Com efeito, este pode modificar a
matéria.
Em nosso setor do universo, esses seres esperam apenas por nós e
alguns raros planetas de vibrações nocivas idênticas para que o
nosso mundo se junte à grande união do pensamento que se prepara
o plano galáctico. Eles estão pasmos de ver a que ponto evoluímos
tão pouco desde uma de nossas primeiríssimas guerras nucleares.
Essas guerras destruíram o décimo planeta de nosso sistema solar.
Gostariam de oferecer-nos os meios de acelerar nossa evolução
mental, tecnológica e científica a fim de que saiamos disso por nós
mesmos, antes da catástrofe planetária natural prevista para dentro
de cinco mil anos.
Declaram não serem os únicos extraterrestres que visitam nosso
planeta. São pacíficos e, no entanto, dotados de uma força
dificilmente concebível para um terráqueo. Estão em condições de
neutralizar a “respeitável” distância e sem derramamento de sangue
qualquer tentativa de guerra nuclear grave.
Se, como pensam certos espíritos agressivos de nosso planeta, a
meta deles fosse invadir-nos e dominar-nos por qualquer meio que
fosse, inclusive a força armada, já o teriam feito há muito e bem
antes que nossa ciência reunisse condições para assegurar nossa
defesa. E, mesmo neste caso, poderiam fazê-lo sem combates,
Comunicações Extraterrestres 83

simplesmente influenciando psiquicamente nosso cérebro.


Poderiam fazê-lo igualmente suprimindo à distância e para o
planeta inteiro todas as energias elétricas, magnéticas e
eletrostáticas. Já tentaram essa experiência nos Estados Unidos,
sobre uma vasta extensão acima de uma cidade muito importante e
durante várias horas. Para isso, bastou estacionar a imensa altitude
uma nave-mãe de várias centenas de metros de comprimento, coisa
percebida por muito pouca gente. Certos filmes, encomendados
pelo governo, inspiraram-se nesse caso.
Imaginem a operação “supressão das energias” executada no nosso
planeta. A economia de toda a civilização terrestre seria reduzida a
nada: mais nenhum veículo terrestre, marinho ou aéreo seria
utilizável. As centrais elétricas e as usinas não funcionariam mais.
Pensem no golpe aplicado à humanidade e na vulnerabilidade do
planeta em face de um eventual ataque do exterior.
Se uma simples nave-mãe (podendo atingir vários quilômetros de
comprimento ou de diâmetro) evoluísse a cinco mil metros de
altitude a partir de nosso solo, bastariam as vibrações ultra e infra-
sonoras que asseguram a sustentação dessa nave para provocar
graves sismos abaixo de si.
É para não causar danos que essas naves evoluem e estacionam
muito longe da camada atmosférica dos planetas que sobrevoam. É
pelas mesmas razões e ainda outras, relativas à primeira partida
desses engenhos gigantescos, que não podem decolar do solo de
qualquer planeta, que essas naves são construídas em órbita no
espaço.
Os extraterrestres que se dirigem a mim fazem parte de uma
delegação de contato composta de 35 milhões de homens que
estacionam em bases intermediárias situadas na maioria dos
satélites de nosso Sol e em naves-mãe em número de duzentas e
1.500 discos voadores de todos os tamanhos.
A totalidade do pessoal que navega permanentemente a bordo dos
discos voadores – e que representa disciplinas como Estudos,
84 Pierre Monnet

Explorações, Salvamentos – compõe-se de seis milhões de homens.


Mas podem ficar tranqüilos, pois toda essa gente é absolutamente
pacífica.
Por motivos de segurança para o nosso planeta e seus ocupantes,
essas naves-mãe, que são poderosos engenhos intergalácticos, estão
“estacionadas” às margens do sistema solar, bem depois de Plutão e
Antares.
Essas naves têm vários quilômetros de comprimento ou de
diâmetro, de acordo com os modelos e a utilização. São animadas
por uma força energética colossal quando se deslocam e mesmo
durante sua aparente imobilidade. Isso proíbe-lhes aproximarem-se
dos planetas que pertencem aos sistemas solares que visitam.
Somente os discos de pequeno tamanho, que medem até quinhentos
metros de diâmetro, podem sobrevoar e aterrissar nos planetas sem
causar-lhes danos.
As naves-mãe podem atingir velocidades de vinte e oito vezes a
velocidade da luz quando de suas translações intergalácticas.
Todos esses veículos espaciais viajam no tempo com a ajuda de
sábias e complexas manipulações do espaço-tempo.
Desde muito antes da presença dos humanos sobre a Terra, bases
intermediárias de origem extraterrestre achavam-se implantadas em
Saturno, Marte, um dos satélites de Júpiter, um satélite de Vênus e
sobre a Lua.
A vida humana, no sentido em que a entendemos atualmente, foi
importada para o nosso sistema solar por extraterrestres da
civilização cujos representantes estão em contato comigo desde
1951.
A Terra é visitada, assim como todos os planetas de nosso sistema,
por quatro civilizações extraterrestres de desenvolvimento,
costumes e evolução espiritual e intelectual mais ou menos
semelhantes. Essas quatro civilizações são aliadas e perseguem os
mesmos objetivos altruístas.
Comunicações Extraterrestres 85

Certos espíritos cartesianos vão zombar e achar que estamos em


plena ficção científica. Posso apenas responder que dentro de
“algum tempo”, “muito em breve”, esses espíritos fechados vão
rapidamente dar-se conta de que as realidades cósmicas vão
bastante além de todas as “ficções” terrestres de que eles falam.
Todos os verdadeiros contactados sabem disso. Estes são
atualmente várias centenas de milhares no mundo (setecentos mil).
A Terra está sob controle relativo e proteção da mais evoluída das
quatro civilizações extraterrestres. Tive a sorte de entrar em contato
com a última delas. Sorte, porque se trata da “aventura” mais
extraordinária, mais maravilhosa e mais fantástica que é dada a um
terráqueo vivenciar. Mas ser contactado é também um transtorno...
O transtorno de não ser levado a sério e de saber que a situação é
grave...
Um contactado deve saber assimilar corretamente as informações
que recebe sem nem por isso “vangloriar-se” e, tendo compreendido
a importância capital de seus contatos para a nossa civilização,
colocar-se bem acima de todas as mesquinharias que possam atingi-
lo. Ele cumpre a sua “missão”, que é a de retransmitir as mensagens
que recebe.
O conteúdo dessas informações pode mudar a face do mundo, desde
que não seja usado para destruí-lo.
A proteção supramencionada consiste primeiramente numa rede de
forças espaciais, em seguida na aceleração de nossa evolução em
todos os domínios, mas, sobretudo espiritual e científico, a fim de
restabelecer em nós o equilíbrio das forças que asseguram a
continuidade da vida e o respeito por ela. É por isso que certo
número de terráqueos é contactado e instruído em novos conceitos
que favorecem nossa evolução em harmonia com as leis universais
cósmicas.
Além disso, graves transformações geológicas, provocadas pela
negatividade do homem, já começaram o seu processo de evolução
catastrófica acelerada e vão danificar seriamente a crosta terrestre.
86 Pierre Monnet

Esse processo iniciou-se em 1974 e logo alcançará seu apogeu, se o


homem não puser um pouco de ordem em seu espírito.
É, portanto, absolutamente necessário que progridamos no domínio
espacial (coisa que os governos sabem muito bem). Isso permitirá à
nossa civilização expatriar-se para outros sistemas solares
habitáveis, do contrário...
Se não conseguirmos atingir esse ponto, os extraterrestres que
cuidam de nossa proteção limitarão os danos humanos ao máximo
possível, realizando uma evacuação em massa em “cargueiros
especiais e espaciais”, que estarão a postos depois do ano 2000.
Essa evacuação já se acha em parte organizada e prevista, na
eventualidade de uma catástrofe nuclear.
Os extraterrestres que me contatam querem nos ajudar, trazendo-
nos de uma só leva uma grande parte de sua ciência. Entretanto, não
estamos psicologicamente preparados para recebê-la (colocaríamos
nas mãos de uma criança o material e a fórmula da nitroglicerina, se
essa criança não tivesse alcançado sabedoria suficiente para evitar
uma explosão?). Carecemos tanto de prudência, que os nossos
governos fingem ignorar a realidade da presença extraterrestre em
nosso espaço e em nosso sistema solar.
Infelizmente, esses alienígenas não podem nos ajudar senão com o
nosso consentimento unânime e de comum acordo com os governos
da Terra. É uma lei cósmica formal de que depende a evolução
normal e natural das espécies humanas disseminadas nos universos
cósmicos. Os extraterrestres que me contatam dão uma grande
importância a essa lei. Isso explica por que deixam sempre,
voluntariamente, pairar uns cinqüenta por cento de dúvida a
respeito de sua existência, a fim de não forçar nosso livre-arbítrio.
Entendo, por isso, o livre-arbítrio de todos aqueles que não os viram
ainda em nosso céu ou em pessoa durante eventuais contatos. É o
que explica também em parte o silencio de milhares de contatados
no mundo ou a descrença de que são alvo quando falam.
Esses benevolentes extraterrestres têm a pesada tarefa de incitar-nos
Comunicações Extraterrestres 87

a realizar os Estados Unidos do Mundo no amor e na fraternidade


entre os povos: sua tarefa é criar em nós o desejo de abolir essa
noção de dinheiro que causa a nossa perda e suprimir nossa
agressividade doentia, fonte de insegurança em todos os domínios.
Eles gostariam de transmitir-nos sua ciência, e principalmente a
sabedoria para que nos sirvamos dela com amor, na paz e não no
ódio.
Com efeito, surpreende-os a maneira como utilizamos nossa ciência
para destruir a vida e a harmonia da natureza terrestre, tão bela no
princípio do povoamento.
Ficam estupefatos também por ver que, à beira do século XXI,
mantivemo-nos atrasados a ponto de conservarmos ainda ritos,
cultos e seitas sem fundamento.
Admiram-se, sem acreditar em seus olhos, de nossa permanente
necessidade de lutas políticas nefastas e corrosivas para estabelecer
uma ordem social tão medíocre como a nossa.
Estão aterrados, enfim, ao se darem conta de que ainda
experimentamos sentimentos de egoísmo, egocentrismo e vantagem
pessoal. Tais sentimentos Sá fazem acentuar nossa agressividade e
bloqueiam nossas chances reais de evolução normal.
Querem, portanto, associar-nos ao grande conjunto do pensamento
universal que se prepara. Mas se nossa evolução não se acha ainda à
altura disso, eles desejam ajudar. Só que nós os recusamos
mentalmente; eles o sabem, e isso os entristece, porque são nossos
irmãos genéticos.
Há muito conhecem todas as nossas línguas e dialetos, mas
preferem usar a telepatia com os seus contatados, desde que neles
detectem um baixo grau de agressividade e a mais ampla abertura
de espírito.
Alguns milhares desses extraterrestres vivem entre nós; há bastante
tempo que se acham por aqui. Em 1974, tive a oportunidade de
encontrar dois deles nas vizinhanças de minha casa. Sentem uma
88 Pierre Monnet

profunda gratidão pelos contatados. Esses dois extraterrestres


comunicaram-me telepaticamente algumas palavras, em plena
cidade, num sábado, por volta das dez horas da manhã.
Neste livro, transcrevo numerosas mensagens e informações, todas
de grande importância, parece-me, para nossa civilização
decadente. Espero que os leitores possam compreender sua
mensagem de amor através desses contatos. Sentir-me-ei feliz com
isso, pois esse é o principal objetivo do contactado que sou.

EM RESUMO:

Quem são eles?


Os extraterrestres com que estou em contato desde 1951 são seres
humanos como nós, mas que souberam evoluir de acordo com as
leis universais cósmicas, ou seja, na construção daquilo que é
verdadeiro e belo, na colaboração estreita com a natureza e os
elementos da criação, a fim de conservar, de desenvolver a
continuidade de tudo quanto existe no tempo e no espaço. Mas,
sobretudo, no amor, primeira lei que permite, conserva e cria a
vida.

De onde vêm?
Vêm de um planeta chamado Silxtra. Este planeta evolui no sistema
solar de Vega, estrela alfa da constelação de Lira. Permitiram-me
uma visita superficial a esse planeta através de um contato
telepático.

Como vivem?
Vivem felizes. Entre eles não existe a noção de dinheiro. Só os
valores humanos são levados em conta, colocados a serviço de toda
a sociedade, onde o amor resolve todos os problemas.
Não existe agressividade, senão numa taxa praticamente
inacreditável.
Comunicações Extraterrestres 89

A política, os sindicatos, as guerras não existem entre eles;


tampouco as religiões.
Isso não os impede de venerar, em seu foro íntimo, a energia pura e
inteligente a que não conferem qualquer denominação e que
concebeu tudo o cosmo. Não praticam, portanto, qualquer ritual e
não rendem qualquer culto. Alimentam apenas o mais profundo
respeito pela natureza e por tudo o que vive. Eles festejam o amor, a
vida e as estações.

Como são eles?


Em seu sistema solar, os planetas são geralmente enormes e quase
todos habitados. Não sei quantos existem. São muitos, mas, em
relação aos espaços de que dispõem no planeta, esse número tem
pouca importância.

O que sabem?
Para alcançar o saber que possuem, precisaríamos ainda de quinze
mil anos de progresso espiritual, intelectual e científico.
Mas considerando nossa maneira de evoluir à margem das leis
naturais nesse lapso de tempo de quinze mil anos, há 99 por cento
de “chances” para que recaiamos ainda quatro ou cinco vezes a zero
durante numerosas catástrofes e desregramentos planetários que
teremos provocado com nossa ciência. O homem não deseja fazer o
esforço de adquirir a sabedoria necessária para abolir em si mesmo
a agressividade.

Que querem de nós?


Querem nos trazer a sabedoria e comunicar seus conhecimentos, a
fim de que possamos estar próximo deles no conjunto do
pensamento, pela adesão à confederação galáctica dos planetas
unidos. No respeito pela fraternidade, esta visa ao desenvolvimento
das espécies humanas disseminadas pelo universo.
Eles me deram a prova de que estão entre nós

Eis o relato de meu segundo contato físico com dois extraterrestres


que se acham entre os terráqueos. Esse contato confirmou-me o que
eles tinham declarado em 1951, quando de meu primeiro encontro
com eles: “Achamo-nos entre vocês, vocês andam junto de nós sem
saber.”
Era Junho de 1974. Fazia um belo dia. Era um sábado, por volta das
dez horas da manhã, e eu tinha acabado de encher o tanque do
carro. Freguês de um posto de gasolina no centro da cidade, eu
tinha o hábito, quando o tanque estava cheio, de afastar o veículo
alguns metros para liberar a vaga diante da única bomba de
gasolina.
Assim, avancei mais alguns metros dentro do posto para preencher
um cheque. As costas voltadas para fora, ainda não tinha acabado
de preencher o cheque, quando subitamente fiquei imóvel, a caneta
na mão. Durante quatro ou cinco segundos, senti meu cérebro
expulsar todos os pensamentos. Um grande calafrio percorreu-me a
espinha, e uma sensação de suave calor invadiu progressivamente
meu cérebro. Em seguida, não pude resistir à vontade de virar-me,
pois tinha a convicção de que deveria fazê-lo.
O que vi então encheu-me ao mesmo tempo de estupor e alegria.
Eles estavam lá. Ambos olhavam-me com simpatia e sorriam.
Exatamente como em 1951, quando de meu primeiro contato físico,
pois – não havia como duvidar – eu sabia que eram extraterrestres e
92 Pierre Monnet

originários da mesma civilização que aqueles que eu encontrara


antes. Será que me haviam condicionado para que eu pudesse sentir
e saber aquilo?
Bem, continuavam ali. Em pleno dia. Em pleno tráfego, por volta
das dez da manhã no centro da cidade, enchendo o tanque de um
Renault 16 novo, reluzente, cinza metálico e com vidros fumê azul-
escuros. Ainda não estava emplacado, mas trazia as letras “WW”
numa fita preta de plástico provisoriamente pregada no pára-brisa.
Eu estava petrificado, fascinado, boquiaberto, incapaz de qualquer
movimento ou gesto e sem conseguir pronunciar uma única palavra.
Como em 1951, eu olhava para eles com uma espécie de admiração
e alegria interior. Uma emoção indescritível tomava conta de mim.
Como em 1951, eu estava em êxtase diante desses dois homens.
Sentia-me leve e num estado de bem-estar excepcional. Em uma
palavra, experimentava quase as mesmas impressões que tivera no
meu primeiro contato com eles.
Como em 1951, enfim, ambos irradiavam tranqüilidade, força, paz,
amor e bondade empática.
O frentista tinha ainda na mão direita a pistola de distribuição e
acabava de recolher o dinheiro entregue por um dos homens. Ele
voltou a pendurar a pistola, deu o troco e entrou no escritório para
guardar as cédulas que recebera. Enquanto isso, os dois homens me
olhavam com uma intensidade crescente, mas sempre sorrindo. Foi
então que ouvi nitidamente em meu espírito um impulso telepático
correspondente a “Até breve”. Ambos continuavam sorrindo, sem
emitir qualquer som pela boca.
Em seguida, voltaram a entrar tranquilamente o R-16 e olharam-me
sorrindo mais uma vez e deram a partida.
Em tudo isso, quatro coisas me chamaram a atenção:
Nenhuma palavra foi trocada entre o frentista e esses “clientes”.
Seus lábios não se mexeram.
Comunicações Extraterrestres 93

Os ruídos externos tinham-se apagado à minha volta.


O frentista dava a impressão de alguém que, naquele momento,
estivesse olhando o vazio. Em nenhum instante levantou a cabeça
para ver o rosto dos seus “clientes”. Parecia condicionado,
programado como um autômato.
Os vidros do R-16 novo eram de um azul-escuro anormal. Poucos
segundos depois da partida do veículo, acabei de preencher meu
cheque, entreguei-o ao frentista, que parecia ter recuperado a
consciência, e peguei a estrada para casa.
Há outro detalhe. Da mesma forma que em 1951 não voltei ao lugar
do meu primeiro contato, no caso presente não senti a menor
necessidade de perguntar ao frentista se tinha reparado naqueles
dois homens excepcionais. De qualquer modo, no estado em que
presumo estivesse o frentista, é mais provável que me tomasse por
um maluco se lhe fizesse uma pergunta como esta. Imaginem os
leitores o que me diria o empregado do posto: “Um Renault com
vidros fumê?! Com dois gêmeos de seus 45 anos, altos simpáticos?
Sr. Monnet, faça-me o favor.”
No entanto, os dois homens eram suficientemente visíveis para
que o frentista pudesse falar deles comigo. Só que, com toda a
certeza, ele não “viu nada”.
Quando um homem está vestido de maneira impecável, a expressão
habitual das pessoas é a seguinte: “Fulano está numa linha!” Pois
era o caso daqueles dois. Pareciam dois manequins saídos na hora
da vitrine de uma grande loja de confecções.
Usavam ternos cinza-claros do mais requintado corte clássico, com
pochetes e gravatas cinza semeadas de losangos vermelhos, com um
prendedor de pérola. Calçavam sapatos pretos, bem engraxados.
Tinham um porte magnífico.
O mais notável era que homens, ternos, pochetes, gravatas,
prendedores e sapatos eram idênticos. Não eram gêmeos, eram
duplicatas.
94 Pierre Monnet

Possuíam corpo atlético. Cabelos castanhos agrisalhados nas


têmporas, cortados rente, num estilo bastante moderno. Usavam um
pequeno bigode, discreto, fino e reto.
Era-me difícil determinar-lhes a idade, mas podia ser algo em torno
dos 45 e 50 anos. Eram, em su8ma, homens saudáveis, de aspecto
bem cuidado, muito bonitos e simpáticos. A expressão do olhar não
era muito comum. Nele se misturavam força e paz.
Tive, portanto, naquele dia a prova, a confirmação de que a raça de
extraterrestres encontrada em 1951 misturava os “seus” com nossas
populações. Apesar dos produtores de filmes de ficção científica
tipo Os invasores, os extraterrestres que conheço são pacíficos e
simpáticos.
Nesses filmes, contrariamente à realidade a que tenho acesso, eles
são quase sempre apresentados sob o aspecto de homens agressivos
e inescrupulosos, ávidos para se apoderarem da Terra.
Por que tal campanha contra os extraterrestres?
Posso assegurar a meus leitores que, embora não tendo nenhuma
prova material de meus contatos físicos e de minhas múltiplas
comunicações telepáticas... quando se viveram essas maravilhosas
“aventuras” já não se pode duvidar da realidade da presença
extraterrestre em nosso círculo próximo ou longínquo.
No interior da nave

“Você viverá 120 anos.”


Durante o relato de meu primeiro contato físico com os “meus”
extraterrestres, tive oportunidade de assinalar o que me disseram:
“Propomos-lhe regenerar as células de seu corpo, a fim de que
você possa chegar aos 120 anos. Queira nos perdoar, você não se
lembrará da operação.”
Essa “operação-regeneração” me pareceu tão fantástica e
impensável, que tive durante certo tempo muita dificuldade para
acreditar nisso, tanto mais que ainda por muitos anos não me sentia
particularmente diferente. Depois, de maneira mais ou menos
progressiva, todos os meus males, indisposições passageiras ou
crônicas quase desapareceram. Durante um tempo, eu achava isso
formidável. Não ter mais sofrimentos. Não ficar mais doente e, de
quebra, senti-me pouco a pouco tomado por uma renovação de
energias e de equilíbrio físico e moral. Não é uma coisa
reconfortante para nós, seres humanos, que queremos envelhecer o
menos rápido possível? Mas meu espírito objetivo, lógico e
cartesiano – não seria um terráqueo sem tais características –
incitava-me a ser mais inclinado a pensar num feliz acaso. Até o dia
em que ocorreu um fato novo. Entre 1972 e 1973, recebi “flashes-
imagens” duas ou três vezes por ano. Esses flashes finalmente me
convenceram de que eu tinha realmente entrado na nave para ser
regenerado e que devia levar a sério esse caso de regeneração.
96 Pierre Monnet

Fui paulatinamente convencido de que o desaparecimento de


minhas indisposições e doenças não era devido ao acaso. Vocês vão
compreender por quê.
Esses flashes que duravam um ou dois décimos de segundo, eram
em cores naturais. Imprecisos entre 1972 e 1973, tornaram-se
nítidos entre 1973 e 1975. Não os recebo mais desde fins de 1975.
Eles surgiam quando menos os esperava, não importa onde nem
quando. Quando sobrevinham, apagavam completamente a imagem
das realidades comuns físicas. A imagem que eu recebia era sempre
a mesma e de um efeito “vivo” surpreendente; como se eu ainda
estivesse ali.
Esses flashes representavam uma sala circular com chão, paredes e
teto metálicos, de uma cor azulada.
A sala tinha cerca de dez metros de diâmetro. AO fundo, em
posição avançada, havia um console reto, espesso e chato, em aço
cromado, liso como um espelho. O console podia ter uns quatro
metros de comprimento e dois metros e meio de altura. A uma
altura de quase um metro e ao longo do console reto, achava-se
fixado um elemento achatado (um painel eletrônico de trabalho)
ligeiramente inclinado medindo cinqüenta centímetros de largura e
vinte centímetros de espessura. Era também em aço azulado liso
como um espelho, que, como o console, refletia os instrumentos
contidos na sala, inclusive uma escada de aço constituída de
degraus diretamente fixados contra a parede circular da sala. Tais
degraus detinham-se no vazio um metro acima do chão.
No centro da sala imperava uma esfera de matéria translúcida de
um metro e meio de diâmetro, que se firmava num pé em forma de
tulipa, como certos suportes de tevê.
No interior e no centro da esfera, girava, sem qualquer apoio, uma
massa de energia em forma de bola de rúgbi de quarenta
centímetros de largura e sessenta centímetros de comprimento. No
alinhamento axial da massa de energia, e sempre sem apoio, girava,
em sentido inverso, de cada um dos lados mais alongados dessa
Comunicações Extraterrestres 97

massa, um disco de aço azulado de quarenta centímetros de


diâmetro e um centímetro de espessura. Sempre nesse alinhamento
axial e fixadas no exterior e sobre a esfera translúcida, havia duas
calotas metálicas em aço cromado, de cujo centro partia um cabo
elétrico descendo na vertical e diretamente no soalho da sala. A
massa de energia girando no interior da esfera translúcida era de
uma luminosidade quase insustentável pelo olhar; uma luz de um
branco ofuscante. Em volta da esfera, dispostos em quadrado e a
uma distância de quase três metros da massa de energia, emergiam
do soalho quatro suportes em forma de tulipa sobre os quais
estavam fixados dois punhos que tinham a mesma forma (aliás, algo
cômico) de guidons de bicicleta. Seus suportes eram de aço
cromado. Em torno do pé em forma de tulipa de cada suporte, e
fixada sobre o soalho de aço azulado da sala, achava-se uma placa
de cobre de dois centímetros de espessura, quarenta centímetros de
largura e em forma semicircular. Sobre o lado dos suportes de cada
“guidom” partia um tubo cromado curvado de modo a dirigir-se
para o lado e verticalmente para o alto até uma altura de um metro e
setenta e cinco centímetros, a extremidade do tubo achando-se a
uma distância de cerca de meio metro atrás de cada conjunto
suporte-guidom e placa de cobre. Ainda na extremidade do tubo
estava fixada uma placa de cobre de seis a oito centímetros de
largura e vinte centímetros de comprimento, cujos dois lados eram
ligeiramente curvados para a frente.
Duas observações devem ser feitas sobre o console reto (ou painel
de bordo) e a esfera translúcida:
O console e sua plataforma horizontal funcionavam ambos como o
grande painel de bordo de um supercomputador. Sobre toda a
superfície, acendiam-se de tempos em tempos numerosos
retângulos de cor vermelha, verde, azul, amarela e branca. Quando
os retângulos estavam apagados, não restava qualquer traço de sua
existência.
Durante alguns de meus flashes, a energia central não se achava em
atividade. Nesses momentos de repouso da massa energética, a
98 Pierre Monnet

esfera não se mostrava mais translúcida; tinha o aspecto de um


espelho esférico que refletia a imagem externa dos aparelhos
existentes na sala. Em seus momentos de inatividade, nada se via
dos elementos interiores contidos na esfera.
Não posso afirmar que esses flashes representavam o interior da
nave que esteve diante de mim em 1951 ou o interior de outra coisa.
O certo é que, depois que esses flashes começaram a surgir, vi-me
inclinado a pensar que a “operação-regeneração” acontecera e que
sua ação progressiva continuou ao longo dos anos de minha vida
para retardar o meu envelhecimento.
Se agora acredito piamente nesse caso de regeneração, é que tenho
o sentimento (sem estar inteiramente seguro) de que esses flashes
representam realmente o interior de uma nave. Podemos inclusive
deduzir que o apagamento de minha memória da “sequência
regeneração” não foi tão bem-sucedido como eles desejavam. Esses
flashes são provavelmente a ressurgência memorial daquilo que me
impressionou no momento em que vi pela primeira vez o aspecto
extraordinário do interior de seu maravilhoso veículo espacial.
O fato é que, de acordo com os seres, salvo acidente mortal, minhas
células receberam o “piparote” necessário para que o mecanismo da
degenerescência física da matéria que constitui meu corpo seja
relativamente retardado, ao longo de minha vida no planeta, para
me conduzir até os 120 anos.
Nasci em 1932. No momento em que escrevo, tenho 54 anos e 27
dias e existência. Restam-me, portanto, 66 anos. Pela lógica,
deveria vivê-los relativamente em bom estado de saúde. Vamos
ver...
O ano de 2052 será para mim um dos mais belos momentos de
minha vida, pois então estarei em condições de provar que
encontrei extraterrestres. A regeneração das células de meu corpo
por meus amigos galácticos é a única prova tangível de meus
contatos e da autenticidade da mensagem que retransmito da parte
deles ao nosso mundo enlouquecido.
Eu viajei em torno do sistema de Vega

Prevendo os sarcasmos do tipo “Você andou sonhando com isso”,


devo assinalar, antes de começar o relato desse contato, que na
véspera tinha me deitado às oito horas da noite, tendo dormido
maravilhosamente.
No dia em que esse contato telepático um tanto especial me
surpreendeu – é realmente a palavra certa -, eram três horas da
manhã. Eu estava em meu local de trabalho, sentado à escrivaninha.
A noite era bela. Corria o mês de Dezembro. Não consigo recordar
o ano, não prestei atenção a isso; creio apenas que foi entre 1974 e
1976.
Achava-me, portanto, sentado à escrivaninha fazendo cálculos para
o setor de pessoal da empresa onde então trabalhava. Naquele dia
sentia-me particularmente em boa forma. Desembaraçava-me da
tarefa com facilidade. De tempos em tempos, tirava os olhos do
papel para efetuar mentalmente alguns cálculos simples, quando de
súbito fui tomado por um estranho torpor que me paralisou em meu
último gesto e fixou meu olhar no vazio diante de mim. Apesar
disso, encontrava-me perfeitamente consciente e lúcido. Uma
lucidez “extra”; diria mesmo, uma certa “extralucidez”. Com efeito,
antes de “partir”, ouvi a “parasitagem” de vozes humanas em meu
cérebro. Vozes humanas que pareciam pertencer à outra dimensão.
Reparei na conversa entre essas vozes. Havia a voz de um homem
velho e a de um adolescente:
100 Pierre Monnet

− “Tu os está vendo, meu menino?


− Sim, meu avô, mas ainda estão muito afastados da Terra.
− Não tenhas medo. Eles vêm, e tu os verás. Foi a promessa que
te fiz.
− Poderei falar com eles?
− mas claro, eles estão vindo à nossa procura.”
Ouvir essas vozes deixou-me emocionado.
Tinha a impressão de captar tais palavras de maneira extraordi-
nariamente nítida, como se viessem do outro lado da Terra. Mas
que Terra? Não podiam ser palavras veiculadas por ondas incomuns
provindo de outra dimensão? A “parede” parece tão fina entre dois
mundos paralelos! A menos que elas não fossem captadas por acaso
num passado longínquo ou num futuro já pertencente ao nosso
planeta.
Para mim, essa audição era esquisita e não parecia dizer respeito ao
mundo presente.
Em seguida, pouco a pouco, sempre consciente do que me
acontecia, meu cérebro esvaziou-se de todos os pensamentos
parasitas. Tudo tornou-se cinza-claro à minha volta. Não via mais o
cômodo onde estava, nem seus móveis. Esse espaço cinza ganhou
profundidade. Senti-me de repente muito leve. Deslocava-me
flutuando numa profundidade de campo de cor cinza que se
constelava paulatinamente de uma multidão de pontos pretos,
longínquos, que se afastavam cada vez mais rápido para trás.
Depois, fiquei estupidificado ao constatar que me encontrava
cuidadosamente instalado num assento confortável posto ao centro,
na frente e no interior de um domo translúcido hemisférico. Ele
estava em posição vertical de onde eu podia ver, sentado, num nível
horizontal segundo me pareceu, tudo que se achava à frente. De
fato, isso não significava quase nada, porque de repente perdi a
noção do alto e do baixo. Continuava vendo esse espaço cinza
constelado de pontos pretos que desfilavam para trás, mantendo
Comunicações Extraterrestres 101

uma velocidade vertiginosa. Fiquei surpreso por não me sentir mal,


pois comumente sou acometido de vertigens e enjôos.
Depois, progressivamente, o quadro mudou. Em menos de um
minuto, o espaço à minha frente ficou de um azul-marinho muito
escuro, e os pontos pretos, de um branco luminoso. Eu estava
menos deslocado vendo agora as cores e o aspecto normal de um
céu estrelado, uma bela noite de verão. Para minha grande surpresa,
não havia como duvidar: eu viajava no espaço. Houve
manifestamente uma desaceleração, mas as estrelas não deixaram
de desfilar com rapidez. Logo constatei que não conhecia as
constelações que estava vendo.
Percebi que diante de mim, no centro da massa de estrelas que se
afastavam de um lado e de outro, havia uma que aumentava
rapidamente de tamanho; a tal ponto, que em menos de cinco
minutos não pude mais olhar para ela senão piscando fortemente os
olhos. Fui obrigado a fechá-los. Quando os reabri, cerca de dez
minutos depois, tive a surpresa de ver que já não era noite em cujo
centro imperava a ofuscante estrela, mas como que um amanhecer
que se erguia em volta de um magnífico planeta. Planeta enorme,
que avançava em minha direção aumentando lentamente de
tamanho e deslocando-se para a esquerda.
Ele era cercado por uma atmosfera azul que ia clareando rumo à
superfície. No interior e em torno desse espesso halo azul filtrava-se
um céu na gama predominante dos vermelhos, laranja e amarelos,
estes últimos voltados para a superfície do planeta.
A partir de oito mil metros de altitude (apreciação visual
inteiramente gratuita; as profundidades, distâncias e altitudes eram
muito difíceis de avaliar do espaço), pude ver a beleza de uma
atmosfera quase sem nuvem. Num céu de um azul puro muito
peculiar, um sol radiante dispensava o calor e a vida a imensas
florestas que recobriam a quase totalidade desses três gigantescos
continentes, cavados por múltiplos mares e imensos lagos
interiores, semeados de pequenas ilhas às vezes vulcânicas.
102 Pierre Monnet

Enquanto as estrelas apagavam-se uma a uma, preocupei-me


subitamente com uma intensa luminescência amarela viva, como
fogo, cercando o domo sobre o exterior do enquadramento onde ele
parecia estar fixado.
Inquieto, voltei-me para ver o que estava acontecendo atrás de mim,
mas o espaldar forrado da poltrona onde me achava
confortavelmente sentado não me deixava ver o que quer que fosse.
Durante esse tempo, o veículo espacial que me transportava já
estava evoluindo paralelamente ao horizonte ainda ligeiramente
curvo do planeta. Eu perdia altitude. Depois, a noite caiu
rapidamente, e eu vi aqui e ali grupos de luzes que desfilavam
abaixo de mim. Eu imaginava que eram cidades, mas tudo estava
ainda muito indistinto para que eu pudesse pronunciar-me. Creio
que também sobrevoamos a goela escancarada de um vulcão.
Ao cabo do que me pareceram várias horas, a manhã surgiu. E ali, o
que apreciei era imensamente belo. Era de cortar o fôlego. Eu nunca
tinha visto algo parecido. Senti-me inexistente em relação à beleza
e ao poder do astro do dia... Mas a velocidade era ainda muito
grande, e fui rapidamente ofuscado pelo enorme sol que subia
muito rápido sobre um magnífico fundo de céu azul-claro. Acabava
de ver o solo do planeta a uma altitude menor e pude constatar que
o seu volume era no mínimo vinte vezes o da Terra. “Eles”
portanto, tinham razão.
Em certo momento houve uma parada quase suave, uma
estabilização, uma oscilação para trás no domo, enquanto meu
assento recuava uns bons dois metros. A beira do domo translúcido
posicionara-se 45 graus para trás em relação à sua posição anterior.
Na claridade do dia, um pouco mais tarde, pude perceber que o
“nosso” veículo espacial tinha uma forma discoidal encimada por
um hemisfério translúcido com um diâmetro de cerca de cinco
metros, pertencendo ele mesmo a uma esfera móvel, translúcida,
incrustada no centro do disco exterior.
Esse disco era feito de um metal prateado ligeiramente luminoso,
Comunicações Extraterrestres 103

podendo girar em todos os sentidos em volta da esfera exterior sem


modificar a posição do ocupante, sentado em posição supostamente
normal, no sentido da marca do aparelho.
O engenho desceu muito lentamente até cerca de quinhentos
metros. Deteve-se e pairou durante alguns minutos acima de um
vasto mar azul margeado por uma longa e grande praia de areia
amarela em alguns lugares, e vermelha em outros.
Imobilizou-se de novo durante alguns minutos. Percebi que estava
acima de um mar interior cuja costa era bordejada de árvores. Pude
ver ao longe plantas exóticas, palmeiras e bananeiras que tinham
crescido a um quilômetro da praia. Para o interior da floresta havia
árvores muito mais altas e de grande diâmetro. Pareceram-me da
família das coníferas. Aparentavam-se bastante com os nossos
pinheiros.
O engenho voltou a subir rapidamente até cerca de mil metros e
rumou na direção de outro continente. Passaram-se minutos até que
desacelerou e sobrevoou uma maravilhosa paisagem. Sobre este
território juntavam-se todos os tipos de árvores e de flores. Somente
algumas me eram familiares. Constatei, por exemplo, que as flores
de certas espécies eram enormes em relação às nossas flores
terrestres.
Depois surgiram pradarias e terras cultivadas – como entre nós –
atravessadas por canais artificiais ligados a grandes rios naturais,
não raro com largas pontes de um quilômetro ou mais, sem arcos,
sem pilares, sem cabos, feitas simplesmente de uma fina faixa de
um material que não pude determinar. Essas pontes atravessavam os
rios com um movimento majestoso, sem alterar a harmonia da
natureza em volta.
Nas extremidades dessas pontes, eu podia distinguir estradas
mergulhando entre as árvores das florestas, no interior das quais
erguiam-se cidades com prédios de todos os tamanhos. Essas
construções, geralmente de formas hemisféricas e lenticulares, com
bela arquitetura e agradáveis de ver, casavam-se perfeitamente com
104 Pierre Monnet

a harmonia natural do ambiente. Nunca pude desenhar de memória


nem mesmo descrever as formas arquitetônicas dessas habitações,
tal a diferença em relação ao que temos na Terra. Só posso dizer
uma coisa a esse respeito: com muita imaginação, poder-se-ia, a
rigor, compará-las ao trabalho de Le Corbusier, só que eram muito
mais bonitas e mais harmoniosas.
Sobre ou acima das pontes que atravessavam os rios, evoluíam
veículos semiterrestres e aéreos. A mil metros de altitude e até
mais, pude ver os movimentos e as cores, mas não as formas desses
veículos. Essa visão a distância era muito imprecisa para poder
descrevê-las.
Os lagos como os mares interiores, eram bordejados de praias. Às
vezes, pequenas esferas aéreas translúcidas e prateadas planavam
no cume das árvores da floresta.
No interior dos continentes, sobrevoei às vezes superfícies
semelhantes a “concreto” de cerca de vinte quilômetros de lado,
sobre as quais elevavam-se prédios sóbrios e cúbicos, encimados
por altas torres quadradas de tetos hemisféricos lisos e prateados,
repletos de antenas que lembravam radares.
Quando saía de um continente, o engenho sobrevoou rapidamente,
cinquenta metros sobre o mar, um local onde flutuavam esferas de
uns vinte metros de diâmetro.
O hemisfério inferior imerso era de cor vermelha e opaca, e
separado do hemisfério translúcido superior por um soalho metálico
recoberto de madeira. Esse soalho tinha no centro um orifício
circular cercado por um pequeno parapeito em tubo. Sobre esse
soalho estavam seres humanos, homens e mulheres, apenas em
roupas de banho.
Eles acenaram com simpatia para o engenho onde eu me
encontrava. Infelizmente eu não podia responder-lhes, pois tinha os
antebraços imobilizados no apoio da poltrona. Por outro lado, como
em resposta aos acenos dos “banhistas”, o engenho oscilou várias
vezes em torno do seu eixo “longitudinal”.
Comunicações Extraterrestres 105

Essa pequena manobra me fez constatar que aqueles que pilotavam


o engenho (quem sabe... talvez por telecomando) viam tudo o que
se passava. Percebi apenas que nesse instante preciso...
Uns vinte quilômetros ao largo, quando o engenho se achava a
duzentos quilômetros de altitude e sobrevoei um setor onde
cilindros metálicos semitransparentes flutuavam balançando-se
suavemente. Eles emergiam de aproximadamente cinquenta metros
acima do mar. Em sua parte superior, que era feita de uma matéria
transparente, percebia-se uma dúzia de andares interiores. Os
cilindros deviam ter trezentos metros de diâmetro. Viam-se com
nitidez discos voadores estacionados em sua plataforma superior.
Uns trinta quilômetros mais longe, o engenho repicou lentamente
até vinte metros acima do mar num local relativamente pouco
profundo. Pude ver ali, sob o mar, várias cidades? Usinas? Não
saberia dizer. Os prédios estavam sob enormes cúpulas
transparentes ligeiramente fumês.
Tais cúpulas deviam ter cada uma cinco quilômetros de diâmetro,
eram circulares, mas achatadas e não inteiramente hemisféricas.
Essas “aglomerações” submarinas eram compostas de prédios
cúbicos e retangulares de ângulos fortemente arredondados. Os
globos dessas enormes aglomerações, onde não vi nenhum ser vivo,
ligavam-se entre si por túneis translúcidos que pareciam
simplesmente depositados no fundo marinho. Mas eu não podia
distinguir os seus detalhes, apesar da limpidez do mar calmo.
Sobre o solo, no interior dessas imensas cúpulas, podiam-se
distinguir nos espaços vazios entre os prédios grandes amontoados
do que me pareceu um mineral brilhante de cor amarela. Havia
também pilhas de metal prateado e outros parecidos com giz ou cal;
de qualquer modo, da mesma cor branca esmaltada.
Num dos continentes, este muito montanhoso, sobrevoei uma
enorme cratera de pelo menos dez quilômetros de diâmetro em sua
parte mais larga. O fundo da cratera e o solo exterior achavam-se no
mesmo nível. Em volta, sobre os declives, a vegetação era
106 Pierre Monnet

luxuriante. A profundidade da cratera tinha no mínimo trezentos


metros. De seu fundo quase chato jorravam gêiseres até cinquenta
metros de altura.
Depois, o engenho ultrapassou tudo isso e disparou para subir
verticalmente a uma velocidade fantástica. Em menos de trinta
segundos já era noite e apareciam novamente as estrelas. Ao cabo
de cinco minutos o planeta ficou do tamanho de uma laranja e
desapareceu rapidamente para dar lugar ao seu sol, que se fundiu
entre as outras estrelas. Eu já não podia situá-lo. Aparentemente, a
“visita” tinha terminado. Não me lembro de mais nada no que diz
respeito ao fim de meu retorno do espaço.
Sei apenas que tudo terminou com um grande flash luminoso em
meu espírito e que me vi sentado à minha escrivaninha, exatamente
na posição em que estivera quando tudo começara, ou seja, o busto
vertical, a mão esquerda sobre a folha de cálculos, o cotovelo
direito apoiado na mesa. A mão direita, que segurava o lápis, estava
suspensa no vazio em seu último movimento, uns vinte centímetros
acima da folha de cálculo. Meu olhar dirigia-se horizontalmente
para a frente. Sem transição, tudo se tornara normal à minha volta.
Como sempre, depois de um contato, apressei-me a escrever e
desenhar o que tinha acabado de vivenciar enquanto a memória
ainda estivesse fresca.
Essa viagem “telepática” no espaço longínquo de Vega e em volta
desse magnífico planeta tinha durado várias horas, quando na
realidade não se tinham materialmente passado cinco a sete minutos
na Terra.
Durante minha permanência no interior do engenho, constatei que
tudo era absoluta e perfeitamente nítido. Eu sentia meu corpo no
assento, sentia o cheiro de plástico (?) do seu forro. Percebi enfim
as impressões e os efeitos de aceleração e de pico. O que vi era tão
nítido e colorido quanto o que veria se estivesse diante do leitor
conversando durante um almoço na sala de jantar.
Além do mais, se tivesse dormido e sonhado, ao despertar me
Comunicações Extraterrestres 107

encontraria assustado, caído sobre a escrivaninha, a cabeça e os


braços sobre os papéis.
O mais importante é que eu tinha os olhos bem abertos e não sentia
qualquer torpor, nenhuma fadiga, nem vontade de dormir.
Devo confessar que tal contato “telepático”, concernente a essa
“viagem” em torno de um planeta longínquo desconhecido que bem
poderia ser Silxtra, deve ser de difícil admissão por quem não viveu
essa aventura fantástica. Mas que posso fazer? Só posso alegar
minha sinceridade. E acho realmente que apenas eu tenho condições
de acreditar em cada detalhe do ocorrido... porque o vivenciei.
A conjuração mundial e as declarações de alguns
cientistas

Todo homem é um São Tomé em potencial, que só acredita no que


vê, toca e ouve. Mas é preciso saber que muitos cientistas, entre os
mais renomados no mundo da astronáutica, da balística e das forças
aéreas, fizeram aos jornalistas as declarações mais sérias a respeito
dos OVNIs:
− Walter Reidel, célebre especialista dos foguetes alemães,
declarou à revista Life de 4 de Julho de 1952: “Estou
convencido de que os discos voadores tem uma base fora deste
mundo.”
− Herman Oberth, também famoso especialista dos foguetes
alemães, disse à American Weekly de 24 de Outubro de 1954:
“Os discos voadores provêm de mundos afastados.”
− O secretário da Força Aérea dos Estados Unidos declarou aos
comandantes de base em 5 de Agosto de 1960: “A Força
Aérea exerce uma vigília permanente perto da Terra para
pesquisar os OVNIs.”
− A instituição Brooklong sobre a vida extraterrestre comunicou
ao New York Times de 15 de Dezembro de 1960: “Se essas
criaturas têm uma inteligência suficientemente superior à
nossa, poderiam muito bem manter contatos conosco.”
110 Pierre Monnet

− O general da Dowin (comandante da RAF em 1940) declara à


agência Reuter em agosto de 1954: “Os discos voadores
existem realmente e são interplanetários.”
− Alberto M. Chop, diretor-adjunto do Serviço de Relações
Públicas da NASA, escreveu na revista True de 5 de janeiro de
1965: “Estou há muito convencido de que os discos voadores
são engenhos interplanetários. Temos sido observados por
extraterrestres.”
− O contra-almirante da reserva Delmar Fahrney escreveu numa
carta a um comitê norte-americano de investigações aéreas (o
NICAP) em 1956: “Objetos voadores não identificados,
dirigidos por gente inteligente, estão penetrando a grande
velocidade em nossa atmosfera. Precisamos elucidar esse
mistério o mais rápido possível.”
− O tenente O. R. Pagini, membro do gabinete do secretariado
na Marinha Argentina escreveu ao NICAP em setembro de
1965: “O caso da intervenção dos OVNIs junto a nosso navio
de transporte Le Punta Mendota não é mais que um dos quinze
desse tipo assinalados pela Marinha Argentina desde 1963.”
− Declaração do Dr. Mitrovan Zverev, sábio soviético em
serviço em Santiago do Chile: “Uma coisa desconhecida visita
nossa Terra.”
− Declaração do Prof. Claudio Anguila, diretor do observatório
de Cerro Calan (Chile): “Não estamos sozinhos no universo.”
− Declaração do Prof. Gabriel Alvia, do observatório de Cerro
Calan (Chile): “Existem provas científicas demonstrando que
estranhos objetos têm visitado o nosso planeta. É lamentável
que os governos tenham lançado um véu de segredo sobre a
questão.”
As três últimas citações provêm da agência Reuter, em 26 de agosto
de 1965.
− O Washington Daily News noticiou nas páginas de seu
Comunicações Extraterrestres 111

número de 25 de julho de 1952: “O Departamento de Defesa


ordenou a seus soldados que abatessem os OVNIs que se
recusassem à ordem de aterrissar.”
Alguns outros grandes estudiosos de nosso planeta têm às vezes
dado sinais de inteligência e de abertura de espírito. Assim, por
exemplo, o grande professor alemão Ernest Haeckel, que
apresentou uma magnífica teoria sobra a pluralidade dos mundos
habitados por espécies humanas inteligentes. Ele declarou,
claramente: “É perfeitamente possível que outros planetas tenham
produzido outros tipos aperfeiçoados de plantas e animais
desconhecidos na Terra. Saídos de uma linha de formação superior
à dos vertebrados, seres superiores puderam desenvolver-se, seres
que transcendem em inteligência o homem terrestre.”
Eis outro estudioso, considerado nos meios científicos como um
pensador “na moda”. Ele inventou a asa-delta e os torpedos
rastreadores; é um eminente sábio atomista. Chama-se Bernard
Benson.
Vou reproduzir suas próprias palavras numa entrevista à Paris-
Match de 4 de setembro de 1981. Aqui estão, portanto, extraídas do
documento, algumas frases de grande peso.
“Perguntei recentemente a um lama tibetano: ‘Como se explica que
eu tenha cometido tantas tolices durante os primeiros 45 anos de
minha vida (a parte de sua vida em que trabalhou como um grande
cientista) antes de fazer alguma coisa inteligente? O lama me deu a
seguinte resposta: ‘Primeiro é preciso ter conhecimentos ordinários,
e em seguida ter conhecimentos extraordinários.’”
A Paris-Match quis saber qual tinha sido o processo dessa tomada
de consciência, dessa passagem da ciência para a luta contra a
corrida armamentista.
“A verdadeira resposta está no conceito de Karma, o meu Karma.
Os sábios sentem-se à vontade com as grandes vias espirituais
porque elas não passam de física do cosmo. Fui outrora físico. Há
uma lei da física de Newton onde se diz que a cada ação
112 Pierre Monnet

corresponde uma reação igual e contrária. Se ponho minha mão


sobre a mesa, esta resiste a ela com uma força equivalente; do
contrário, ela se abaixaria ou minha mão se levantaria. Nosso
espírito funciona exatamente da mesma maneira, e todos os nossos
atos, todos os nossos pensamentos, todas as nossas palavras saem
de nosso espírito mais ou menos como um tiro de espingarda; a bala
parte para a frente, enquanto nosso ombro recua.
Então, quando emitimos energia construtiva ou destrutiva, a sua
marca fica gravada em nosso espírito. Se fazemos coisas positivas e
utilizamos energia positiva, fica uma marca positiva. Quando se
morre, o corpo cumpriu o seu tempo, mas a energia do espírito
continua a existir. Deixa-se sua mala, e esta mala é o conjunto de
coisas que o espírito permitiu-se fazer. Quando se retoma o corpo,
retoma-se a mala e continua-se a viagem.
“Os antropólogos consideram que os tibetanos são, com os incas, o
povo mais inteligente do mundo. Eles viveram seiscentos anos de
solidão no Tibete, concentraram os melhores elementos de sua
sociedade nos monastérios, onde se consagraram a descobrir a
natureza do espírito humano e sua relação com o universo.
Alguém de disse outro dia: ‘Nós somos muito numerosos sobre a
Terra, seria preciso que metade de toda essa gente desaparecesse.’
Perguntei-lhe: ‘Que metade?’
O que acontecerá neste mundo depende do que faremos de nosso
espírito. Se de repente o mundo inteiro se abrisse a uma grande
compaixão e utilizasse sua energia nesse sentido, o destino da
humanidade seria totalmente diferente. Se, graças ao ‘livro da paz’,
que escrevi em 1981, um movimento mundial fosse detonado, eu
ficaria mais confiante no futuro. Imaginem se de repente, à mesma
hora, quatro bilhões de seres no planeta tivessem, presentes no
espírito, idéias de paz; o mundo se transformaria totalmente. Se
toda essa energia fosse acumulada no espírito de quatro bilhões de
seres vivos, os chefes de Estado eu estivessem preparando
confrontos armados não conseguiriam resistir. As tendências
agressivas desmoronariam, a boa vontade inundaria o mundo, cada
Comunicações Extraterrestres 113

qual se sentiria transformado. Trata-se, portanto, unicamente de um


problema de comunicação e de vontade.
“Penso que, já que não temos bastante bom senso para dominar as
descobertas científicas, deveríamos desacelerar-lhes o ritmo e
digerir primeiro o que já se sabe. Mas há algo mais importante.
Devia-se criar uma confraria de sábios digna de confiança, que tudo
faria no intuito de não contribuir para a destruição de seus
semelhantes. Pois tudo ou quase tudo pode ser utilizado para servir
o mal, e nós já não somos capazes de impedir isso.”
O homem sensato, por mais objetivo que seja, não pode deixar de
sensibilizar-se com essas declarações provenientes de sumidades
científicas mundiais. Os ocupantes dos OVNIs estão aí, mais uma
vez, à véspera de nossa destruição total, para nos dizer o que
Bernard Benson tem gritado para o mundo. E os contatados estão aí
para retransmitir sua mensagem de paz e de amor.
Não, os OVNIs não são ilusões. E é exatamente por isso que as
autoridades internacionais, assim como o corpo científico mundial,
interessam-se pelo assunto com maior seriedade.
Infelizmente, os sábios suficientemente inteligentes para
compreender e mudar de rumo podem ser contados nos dedos da
mão. Sim... quantos são os cientistas como Benson... como
Haeckel, que ousam falar de paz, amor e... extraterrestres?
Entretanto, no seio do infinito cósmico, tudo é vivo e consciente. O
ser humano de nosso planeta está programado para tornar-se ainda
“maior” do que é, pois acaba de sair há pouco de sua evolução
animal. Deve agora tornar-se plenamente humano. Ainda tem um
longo caminho para a luz, na eternidade do espaço e do tempo.
Se o homem quisesse compreender, saberia que a vida é bela e
harmoniosa. O faraó Amenhotep sentia profundamente essa
verdade, que exprimiu maravilhosamente em seu hino ao Sol:
“Embora estejas longe, teus raios acham-se na Terra, teu amor é
grande e poderoso...”
114 Pierre Monnet

Em sua sabedoria, Amenhotep tinha compreendido o poder da


capacidade de amar. E expressou à sua maneira.
Agora, sem querer engrandecer-me no plano científico junto a
sumidades da ciência e, no plano espiritual, junto a Amenhotep, eis
que o contatado que sou tem o dever de transmitir aos leitores.
Desde 1945, o fenômeno dos OVNIs está presente em todos os
instantes na vida de cada ser humano de nosso planeta.
Dos mais indiferentes aos mais fanáticos e aos mais encarniçados
céticos, cada habitante de nosso mundo conhece a expressão
“discos voadores”, aliás, errônea.
Desde o começo do aparecimento desses engenhos, que apresentam
formas além da matéria tangível, as defesas nacionais de todos os
países do mundo sufocam a verdade sobre a realidade da existência
dos OVNIs e agem de maneira a deixar caírem no ridículo todos
aqueles que já viram discos voadores.
Desde o começo, os pilotos civis e militares, os agentes técnicos
ligados aos serviços de detecção aérea, assim como os cosmonautas
de todas as nações do mundo, são mantidos no mais absoluto
silêncio. São punidos se falarem do que viram no céu, na tela dos
radares ou nos relatórios provenientes de nossos numerosos satélites
artificiais que giraram em torno da Lua e de Vênus, e dos módulos
que se encontram na superfície de Marte.
Os meios de comunicação só podem divulgar aquilo que as
autoridades permitem.
Os “Departamentos OVNI” dos centros oficiais de pesquisa
científica, assim como os grupos privados de pesquisa dos OVNIs,
apresentando ao público a palavra – pomposa e tão fácil –
“objetividade”, limitam-se a estudar o lado técnico desses
“objetos”: velocidade, desempenho, resistência e natureza dos
materiais, modo de propulsão etc. etc.
Os pesquisadores em questão, civis ou militares, oficiais ou
privados, evitam cuidadosamente falar daqueles que pilotam esses
Comunicações Extraterrestres 115

engenhos e do motivo de sua presença à beira de nosso sistema


solar, em nossa atmosfera e, sobretudo no solo. Aquilo que nos traz
o “fenômeno dos OVNIs” incomoda consideravelmente os
governos do mundo. Os governos só tem uma maneira de retardar o
momento da verdade: mantendo a conjuração.
O que o público deve ficar sabendo é que no mundo inteiro,
numerosos contatos foram e vêm sendo feitos sem cessar entre o
“terráqueo” médio e os representantes extraterrestres de uma
civilização galáctica social, científica e filosoficamente muito à
frente da civilização atual de nosso mundo enlouquecido.
Mas o minucioso trabalho da conjuração instalado por nossos
governos age de tal maneira, que os contatados são ridicularizados
pela imprensa, o rádio, a televisão e todos os meios postos a serviço
do grande público.
Sou um desses contatados e, sob tal condição, posso dizer a meus
leitores que, agindo dessa forma, nossos governos perdem e fazem
nossa civilização perder, perigosamente, um tempo precioso. O
corpo científico mundial fecha voluntariamente os olhos e irrita-se
quando se lhe apresentam casos de contatos entre seres humanos de
origem extraterrestre e simples humanos de nosso planeta. O corpo
científico não quer ouvir falar de histórias de contatados. Rejeita
sistematicamente tal eventualidade e zomba dos relatos. Fizeram a
mesma coisa outrora, quando se acenou com a possibilidade de
fazer voar um engenho mais pesado que o ar.
De acordo com as informações dos extraterrestres, se uma mudança
tivesse início, o aspecto de nossa civilização ficaria completa e
profundamente modificado. Parecer-nos-ia então impossível que
tivéssemos perdido tantos milhares de anos freando nossa evolução,
tanto no plano social, quanto no científico e no espiritual. É por isso
que os governos de nosso mundo escondem a verdade sobre os
visitantes do espaço.
Os contactados são os precursores de uma nova era. São os
mensageiros, os representantes interinos das civilizações
116 Pierre Monnet

extraterrestres evoluídas que nos visitam. Tudo isso faz parte de um


plano universal.
Assim como os contatados, seres humanos de nosso planeta,
conscientes do nível de degradação de nossa raça ainda no estado
quase animal, estão programados para ajudar no agrupamento
mundial dos verdadeiros contatados e dos humanos de boa vontade
que se incumbirão de erguer as bases de um mundo novo.
É desse mundo novo que os extraterrestres querem nos falar por
intermédio dos contatados informados, ensinados e instruídos em
diversos níveis, de acordo com as capacidades de cada um.
Esse ensinamento espiritual, essas instruções trazem à nossa
civilização as informações necessárias à construção lógica dos
“Estados Unidos do Mundo”.
Tal construção deverá ser feita, antes de tudo, no coração do
homem, na paz, fraternidade e amor de todos os povos, a fim de que
estejamos preparados para juntar-nos, nós terráqueos, ao grande
agrupamento do pensamento espiritual universal, ao lado das
civilizações extraterrestres que nos observam com amor, embora
com alguma desconfiança, há vários milênios. Tal é, em suas
grandes linhas, a estrutura geral da mensagem que os verdadeiros
contatados têm por missão retransmitir.
A conjuração de que tratamos aqui é uma injúria feita aos homens
de ciência, às sumidades e aos estudiosos bem conhecidos, como:
− O Prof. Hall, astrônomo do Observatório Lowell (Arizona).
− O Dr. Lincoln Lapaz, do Instituto de Estudo dos Meteoritos.
− O Dr. Walter Riddel, criador dos V-2, trabalhando agora na
North American Corporation (EUA).
− O Dr. Biot, aerodinâmico.
− O Dr. Seaborg, prêmio Nobel.
− O Prof. S. Zohntein (URSS).
Comunicações Extraterrestres 117

− O Prof. Kasantsev (URSS).


− Assim como aos 35 estudiosos brasileiros que afirmam que os
discos voadores existem, sem esquecer os cosmonautas,
quaisquer que sejam, americanos ou russos.
Todo um contexto de provas materiais constituídas por múltiplos
relatórios produzidos por pessoas sérias e dignas de fé perfaz o
espectro da prova global do fenômeno dos OVNIs como engenhos
extraterrestres.
Da percentagem de crédito que os povos da Terra concedem aos
OVNIs depende a salvação da humanidade inteira. Falo de maneira
afirmativa e com conhecimento de causa.
Seres humanos extraterrestres tentam contatar-nos ultimamente,
com o objetivo de salvar nossa espécie em perigo. Mas
mentalmente recusamos esse contato, e eles o sabem. Pois, por
meio de detectores centralizadores de ondas cervicais, medem a
todo instante o grau de agressividade de cada indivíduo da
humanidade terrestre. Isso lhes permite, entre outras coisas,
escolher os locais e momentos em que podem manifestar-se.
Por enquanto, esses seres limitam-se a catalogar ao máximo todos
os comportamentos catastróficos para o homem e seu planeta. Em
seguida, quando acharem que o homem tornou-se voluntariamente
receptivo e preparado para aceitar a sua ajuda sem demonstrar
agressividade mental, eles se manifestarão de maneira oficial e
mundial.
Essa lentidão no agir prende-se ao fato de que ninguém pode atentar
contra a liberdade de outrem. Esta é uma das principais leis
cósmicas.
Estou perfeitamente consciente do fato de que certos críticos vão
tentar por todos os meios desmentir minhas afirmações, tão
habituados estão a isso em cada circunstância em que as realidades
ultrapassam seus conceitos. Garanto que seus ataques não mudarão
em nada a situação, e só posso dizer, desde já, que, sabendo o que
118 Pierre Monnet

sei sobre a realidade das coisas e dos seres, perdôo-lhes


sinceramente a reação cética. Sei que é difícil aumentar as vibrações
do espírito para compreender os conceitos extra-universais. Será
que os compreenderemos um dia, em um só instante, sem manchá-
los com a nossa teimosia?
As declarações dos cosmonautas

Fico imensamente feliz por não ser o único a falar dos


extraterrestres. As pessoas cujos nomes mencionarei são famosas
no mundo inteiro, já que se trata de cosmonautas. Estes não apenas
falam da presença real de extraterrestres, mas ainda do bem estar
“insólito e inesperado” que experimentaram no espaço.
Lá em cima ainda não existe poluição devida às emissões de ondas
negativas criadas pelos pensamentos agressivos dos homens sobre a
Terra.
As declarações adiante me enchem de esperança. Sairemos
beneficiados, enfim, por aquilo que o grande construtor de todas as
coisas pôs a nosso alcance para educar nossos corações e nossos
espíritos na direção da verdadeira espiritualidade.
Os leitores encontrarão nessas declarações as reações psicológicas
dos diversos cosmonautas, durante e após suas viagens no espaço.
− Rusty Schweickart, missão Apollo 9: “Não sou mais o
mesmo homem. Todos mudamos. Eu me sentia como uma
parte de cada um e de cada coisa que deslizava abaixo de
mim.”
− Ed. Mitchell, missão Apollo 14: “Algo nos acontece lá em
cima. Você adquire uma instantânea consciência global, uma
orientação geral, uma insatisfação pelo estado em que se
encontra o mundo e uma vontade terrível de mudar tudo isso.”
120 Pierre Monnet

− Jim Irwin, missão Apollo 15: “É com a mais bela emoção


que constato pela primeira vez a real beleza dos astros e penso
ter experimentado a presença de Deus.”
− Charles Duke, missão Apollo 16: “Fiquei transtornado pela
certeza de estar testemunhando uma parte da universalidade de
Deus.”
− Tom Stafford, missão Apollo 10: “Do alto, você não olha o
mundo como americano, mas como ser humano.”
A fonte oficial dessas declarações é o jornal Times de 11 de
Dezembro de 1972.
Em começos de 1973, realizou-se em Nova York uma reunião
internacional com vistas a discutir o fenômeno dos OVNIs.
Estudiosos do mundo inteiro aplaudiram a declaração do
cosmonauta Gordon Cooper.
Gordon Cooper é um verdadeiro pioneiro da descoberta do espaço.
Foi ele quem descreveu 22 órbitas em torno da Terra a bordo da
cápsula Mercury 9 em 1963, e em seguida girou 128 vezes em volta
de nosso globo com Charles Conrad na cápsula Gemini 5, em 1965.
Gordon Cooper exigiu que sua declaração fosse reproduzida palavra
por palavra, a fim de preservar sua seriedade. Assim, o
experimentado cosmonauta encontrou-se com o jornalista Benny
Manocchia no Congresso de Nova York. Sua declaração foi
gravada e reproduzida sem a menor modificação.
Eis o texto integral, já histórico:
“Seres inteligentes vindos de outros planetas visitam a Terra e
buscam entrar em contato conosco. Encontrei vários de seus
engenhos durante minhas viagens espaciais. A NASA e o governo
americano sabem disso. Possuem mesmo numerosas provas.
Continuam, porém, a guardar silêncio. É sem dúvida para não
alarmar as populações. Todavia, estou decidido a dizer tudo que sei,
pois no fim de contas esse muro de silencio é terrivelmente nefasto.
Comunicações Extraterrestres 121

Durante anos, vivi no segredo imposto a todos os especialistas da


astronáutica. Mas presentemente posso afirmar que todos os dias,
nos Estados Unidos, nossos radares captam objetos de uma forma e
de uma composição desconhecidas entre nós. Milhares de
depoimentos e grande quantidade de documentos existem, mas
ninguém quer torná-los públicos. Por que? Porque se teme que as
populações acreditem tratar-se de invasores. A palavra de ordem é
sempre a mesma: é preciso evitar o pânico a todo custo.
Eu mesmo fui testemunha de um fenômeno extraordinário aqui
mesmo na Terra. Foi há alguns meses, na Flórida, quando vi, com
meus próprios olhos, um espaço de terra queimada com traços
deixados pelos quatro pés de uma ‘aranha voadora’, um engenho
que tinha aterrissado no meio do campo. Seres tinham
desembarcado como mostravam outros traços, estudado a
topografia dos locais, colhido alguns fragmentos de terra, e depois
partiram como chegaram sem dúvida, a uma velocidade vertiginosa.
Sei que as autoridades tudo fizeram para que a imprensa e a
televisão nada soubessem desse caso, sempre devido ao medo das
reações, que poderiam ser sinais de pânico da população.
O mais grave é que a ignorância em que somos mantidos não nos
permite responder a esses visitantes. Ora, é evidente que estamos
em presença de seres inteligentes que buscam comunicar-se
conosco. É angustiante que os discos voadores sejam sempre
tomados como assunto para brincadeiras, quando o que está em
jogo é da maior importância. Trata-se antes de tudo de salvar nosso
mundo, de abrir-lhe uma série de contatos e de relações importantes
com seres originários de outros planetas próximos ou longínquos.
Ora, se não tentarmos fazer imediatamente alguma coisa nesse
sentido, amanhã será tarde demais. Estamos lidando, não há dúvida,
com representantes de civilizações de nível mais elevado e vários
séculos mais adiantadas que a nossa. Somente eles podem salvar
nosso velho mundo do apocalipse que o espreita.
Pois estou convencido de que nos precipitaremos para o desastre se
122 Pierre Monnet

não formos ajudados por inteligências superiores. A Terra está


sufocando lenta, mas inexoravelmente. Um dia, precisaremos olhar
para o céu e descobrir outros mundos para colonizar. Do contrário,
sucumbiremos à fome, à sede, à doença. Vejam o Japão: esse país
prefigura o que nos espera dentro de algumas dezenas de anos
apenas. Quando atingirmos tal estágio, nosso único recurso será
viajar pelo céu em busca de novas pátrias. Nossos conhecimentos
científicos e técnicos são ainda insuficientes para nos permitir
construir as naves interestelares que nos permitiriam alcançar outras
galáxias. Ora, poderíamos receber a ajuda desses extraterrestres
cuja existência tentam nos esconder com tanta obstinação.
Os discos voadores são uma realidade, nunca deixarei de repetir.
Estou decidido a obrigar as autoridades a saírem de seu mutismo. O
público deve ser preparado, desde hoje, para os novos contatos que,
cedo ou tarde, serão forçados a estabelecer. A salvação de todos
depende disso.”
Foi esta a declaração oficial do cosmonauta americano Gordon
Cooper.
Nos meios científicos bem-informados, a presença dos
extraterrestres e de seus engenhos são portanto, uma realidade. Se
existem numerosas provas que os governos não querem divulgar ao
público, sempre vaza alguma coisa, mesmo entre os serviços
oficiais. Em relação aos cosmonautas, eis o que os governos negam,
mas já não podem esconder:
Gordon Cooper, cuja declaração o leitor acabou de ler, viu, durante
um vôo orbital, uma grande esfera luminosa que vinha ao seu
encontro. Era um disco verde que evoluía no sentido inverso de
nossos satélites. Esse disco foi observado pelos técnicos da NASA
em 1963.
Ainda em 1963, Valerij, Bikowskij declarou pelo rádio durante um
vôo: “Aqui, Nibio. Alguma coisa me acompanha no espaço, voando
ao lado da cápsula, e está vindo ao meu encontro.”
Em 1962, Scott Carpenter foi salvo pelos extraterrestres. Ele disse
Comunicações Extraterrestres 123

pelo rádio: “É verdade, eles existem. Estão aqui, informem Glenn.”


Nesse mesmo vôo, quando ele pilotava manualmente, cometeu um
erro de quatrocentos quilômetros, perdendo o sinal de rádio.
Acreditaram-no desintegrado. Quando finalmente amerrissou, e já
da porta da saída, ele gritou: “Quem são vocês? De onde vêm?”
Depois, de retorno à base, explicou: “A entrada na atmosfera foi
suave, não senti nenhum calor: a cápsula estava cercada por um
halo verde que piscava e que desapareceu à entrada na atmosfera.”
Os técnicos não acreditavam em seus próprios olhos.
Em 1962, Pavel R. Popovic, no Vostok 4, e Walter Scharra, no
Mercury Sigma 7, viram formas luminosas em formação que
escoltavam a cápsula.
Em 1962, John Glenn foi seguido por um globo luminoso.
Em 1969, Armstrong e Aldrin estiveram na Lua e declararam à
base: “São objetos enormes, senhores, enormes. Oh, Deus!... Há
outras naves alinhadas do outro lado da cratera. Eles estão sobre a
Lua e nos observam.”
Desde esse dia, nem os americanos nem os russos procuraram
voltar outra vez à Lua, apesar do programa previsto.
Como vêem os leitores, um contatado é um homem comum que não
tem por que orgulhar-se de seu “privilégio”. Não é um privilégio.
Existem no momento vários milhares de contatados em nosso
mundo (setecentos mil).
Infelizmente, inúmeros desses contatados – uma quantidade
imensurável – não ousam falar de suas aventuras com medo de
caírem no ridículo, de passarem por loucos.
Mas é uma pena que não o façam. As informações que detêm da
parte dos seres vindos de outros lugares no espaço são importantes,
fundamentais para a nossa civilização.
Quanto a mim, aprendi coisas extraordinárias que só posso
124 Pierre Monnet

retransmitir.
Já não podendo responder às cartas que chegam, consagro neste
livro todo um capítulo em resposta às questões que me fazem sem
parar. Mas não esperem que eu responda a todas de maneira
precisa. Não sou cientista. Meus amigos extraterrestres não me
ensinaram tudo, e foi melhor assim. Eu, simples terráqueo, não teria
suportado tanto saber.
O chefe de estado que conversou com cinco
extraterrestres – Os contactados e os diferentes
tipos de contatos

Se me perguntassem qual é a coisa ao mesmo tempo mais bela,


mais extraordinária e, no entanto também a mais incômoda que
possa ocorrer a um homem em sua vida, eu responderia sem
pestanejar: ser contatado por seres vindos de outro mundo.
Desde o instante em que comecei a falar de meus contatos, ou seja,
doze anos depois, o riso foi geral.
Depois de doze anos de silêncio (1951-1963), senti de repente
intensa vontade de falar; como se uma força independente de minha
vontade me obrigasse a fazê-lo. Entretanto, eu tinha medo. Estava
com dezenove anos de idade. Daí meu silencio de 26 anos antes de
escrever uma primeira obra relatando minha “aventura”.
Mas esse longo silencio tem outra razão, mais forte. Eu devia
traduzir, em palavras, informações e conceitos incomuns e novos
para mim. Essa “tradução” efetuou-se lentamente no curso dos
anos.
Eu só podia falar de meu contato de 1951 e dos outros em função
do volume de informações inicialmente bem assimilado, depois
traduzido em palavras. Em 1962 ou 1963, comecei, portanto a
exprimir-me, já sabendo qual seria a reação.
126 Pierre Monnet

Se existe um provérbio cuja exatidão pude particularmente apreciar,


é este: “Ninguém é profeta em sua terra.” Esse provérbio é ainda
mais verdadeiro no seio da família, onde passo por um sujeito
esquisito que as pessoas consideram como fora de esquadro.
Situação incômoda e irritante. Mas com uma boa dose de
compreensão, a gente acaba chegando lá.
O ser humano de nosso planeta acha difícil acostumar-se com fatos
e conceitos que vão além do seu entendimento.
Quando uma aventura do tipo contato do terceiro grau acontece, já
no primeiro momento a coisa nos parece tão fantástica, que é
realmente impossível evitar questionamentos.
Em Novembro de 1975, uma das mensagens que eu recebia
telepaticamente desde 1974 informou-me que existiam sobre o
nosso planeta 296 mil contatados como eu. Desde esse instante,
levando em conta a aventura que me ocorrera em 1951, fiquei
estupidificado ao perceber que toda essa gente não falava de seus
contatos.
Mas será que eu tinha razão em surpreender-me, sabendo que eu
mesmo não tinha começado a falar publicamente do meu contato
doze anos depois? Era, portanto, lógico e bastante provável que os
outros tivessem feito a mesma coisa.
Sempre por intermédio de mensagens telepáticas, os representantes
da civilização extraterrestre que me contatam informaram-me
igualmente sobre uma idéia de reorganização básica, podendo
adaptar-se ao estado atual da situação em que se encontra nossa
civilização. Essa reorganização do planeta deve efetuar-se com a
ajuda de todos os homens conscientes da gravidade da situação.
Uma tarefa bastante pesada de retransmitir para nós, os contatados,
já que se trata de deter a queda de nossa civilização na loucura.
Nada menos. Eis o programa:
− Agrupamento mundial dos “disquistas”. Entendemos por
“disquistas” as pessoas que concebem positivamente a
presença de naves extraterrestres em nosso sistema solar.
Comunicações Extraterrestres 127

− Formação em escala nacional e depois internacional de um


grupo de pesquisa e de seleção dos contatados. Entendemos
por contatados os verdadeiros contatados e não os farsistas, os
iluminados, os mitômanos, os loucos em busca de poder e os
escroques de todos os tipos.
− Estudo aprofundado dos contatos.
− Decodificação precisa da mensagem extraterrestre.
− Colóquios internacionais dos contatados com aviso público
por parte destes sobre a mensagem dos extraterrestres.
− Elaboração de um programa social, científico e espiritual
internacional, de acordo com as leis universais cósmicas
ensinadas pelos extraterrestres em sua mensagem.
− Elaboração e construção efetiva e sólida dos Estados Unidos
do Mundo.
Depois de dez anos de organização, de estabelecimento e de bom
funcionamento da união total dos povos do nosso planeta, a
Organização das Nações Unidas deverá fazer com que os Estados
Unidos do Mundo entrem na Confederação Interplanetária
Universal criada pelos extraterrestres originários dos múltiplos
mundos habitados, que nos observam há muito tempo.
Somente a partir da realização efetiva desse último parágrafo é que
os extraterrestres nos contatarão visivelmente em pessoa e de
maneira oficial, diante dos representantes legais das instâncias do
saber que dirigem nosso planeta.
Fiquem tranqüilos. Não sou um desses “iluminados” que se crêem
“embaixadores supremos” dos extraterrestres, “embaixadores” a
quem serão obrigatoriamente confiados os postos mais importantes
dessa constituição governamental planetária. Em meu nível, não
tenho o estofo nem o desejo de ocupar um dos lugares nessa
estrutura, qualquer eu seja ele.
Em tempo hábil, se essas idéias se materializarem, a colocação dos
128 Pierre Monnet

seres humanos de nosso planeta em seus respectivos postos será


feita a partir de homens e mulheres terráqueas de grande qualidade
moral e espiritual. Humanos dotados de grande sabedoria e de uma
evolução espiritual e intelectual maior que a minha. Numa
sociedade bem-organizada, cabe a cada um ocupar seu posto na
medida de suas capacidades e dos seus valores humanos. Como
todos os contatados de mesmo nível, eu teria tido o meu papel de
retransmissão inicial e me contento com isso. Fico feliz por ter tido
a honra e a alegria de trabalhar, mesmo no nível mais baixo, pela
sobrevivência de meu planeta e de seus habitantes, a quem amo,
pois eles são outros eu-mesmo.
Estou perfeitamente consciente de que tudo isso parece estar saindo
direto de um romance de ficção científica aos olhos de todos
aqueles que se julgam suficientemente objetivos. Ou seja, os que
não querem nem podem conceber outra coisa senão aquilo que o
“condicionamento” unilateral de um punhado de terráqueos ávidos
de poder e de dinheiro obriga-os a conceber. Infelizmente, o homem
parece sentir-se à vontade com os antolhos que seus ancestrais
vinham usando há milênios. Graças a esses antolhos, sentem-se
bem, porque não se vêem obrigados a ter responsabilidade pessoal.
Isso parece aliviar qualquer peso de seus ombros.
Neste ponto, dirijo-me particularmente aos contatados:
“Não deixem que a mensagem que receberam se deixe impregnar
com as suas paixões, com suas crenças e com sua agressividade
doentia, pois neste caso vocês deformarão a sua verdade e
simplicidade, que se resume numa única palavra, compreensível
para todos: amor.
Somente com a compreensão dessa palavra ‘mágica’ ocorrerá a
verdadeira evolução de nossa civilização, da espécie humana, do
próprio planeta.”
“Meus” extraplanetários ensinaram-me ainda o seguinte:
“Não odeie. Não odeie mais. Ame. Ame intensamente. Você não
terá mais problemas. Tudo ficará simples, fácil, e tudo que lhe
Comunicações Extraterrestres 129

parecia impossível tornar-se-á possível.”


O amor é a vida. Desejamos que daqui até o ano 2000 o homem
atinja o grau de sabedoria necessário que lhe permita compreender e
servir-se da ajuda que queremos trazer-lhe, para que ele possa
enfim construir o que nunca conseguiu construir de perfeito, de
verdadeiro, de belo e duradouro sobre o planeta.
Mas só se adquire essa sabedoria através de um trabalho interior
individual de cada homem em face de si mesmo. Ele deve
conscientizar-se de que cada indivíduo traz em si mesmo parte da
responsabilidade para com toda a humanidade, e o que acontece à
sua civilização não é senão o reflexo de seu próprio comportamento
individual. Pois nenhum gesto, nenhum pensamento podem ser
mais apagados. A partir de sua emissão no tempo e no espaço, um
pensamento torna-se criado de ódio ou de amor, de destruição ou de
vida.”
É espantoso constatar que, diante de tais mensagens propaladas
pelos contatados, estes sejam tratados como loucos, sonhadores e
visionários. Mas então o que se deve pensar, em matéria de loucura,
daqueles que promovem as guerras, dos que vendem armas, dos
construtores de armas nucleares e bacteriológicas para destruir as
vidas humanas? O que se deve pensar dos que propagam a poluição
industrial, auferindo imensos lucros por essa falta de respeito à vida
humana? Estes não são tratados como loucos.
Abramos os olhos. Vivemos num mundo louco, onde a
responsabilidade de cada ser humano é grande, ainda que por sua
não-intervenção. Somente por seu comportamento egoísta de
avestruz.
Já que falamos de contatados, acho útil saber como distinguir os
verdadeiros dos falsos.
É muito simples. O verdadeiro contatado é reconhecido por sua
simplicidade, a maneira clara como conta a sua “aventura”. Para
saber se os extraterrestres que contataram a suposta testemunha são
verdadeiros, é preciso ter em conta que o relato deles não deve fazer
130 Pierre Monnet

nenhuma menção a qualquer nova religião imposta aos homens, a


qualquer tipo de política, a questões relacionadas a dinheiro. Pois
assim são os seres do espaço que nos contatam. Os alienígenas que
nos visitam adquiriram, desde a noite dos tempos, a prudência de
não cometer nossos erros: dinheiro, religião, política, agressividade,
destruição e guerra. Não é menos verdade que detêm um poder de
que não podemos fazer sequer uma pálida idéia. Um poder colossal,
pacífico e não poluente.
Em nome dos seres vindos de outros lugares que tive a
oportunidade de encontrar em meu caminho, peço a todos os
verdadeiros contatados que conservem a simplicidade, desçam ao
mais profundo de si mesmos e adquiram essa paz interior que abre a
porta para a sabedoria, a fim de servirem à vida.
As pessoas conscientes e sensatas que quiserem caminhar comigo
para fazer triunfar o amor e a paz saberão o que fazer se realmente
compreenderam.
Dirijo-me agora aos contatados que não se deram a conhecer com
medo do ridículo, para reafirmar-lhes:
“É muito mais ridículo ter medo de passar por ridículo que não
participar da maior obra de todos os tempos. O objetivo desta é a
reconstrução de nossa humanidade e de nossa civilização, no amor
e na sabedoria de todos os povos, na verdadeira fraternidade de
todos os homens.”
Só existe o modo de contato individual.
Na verdade, desde o aparecimento das naves extraterrestres em
nosso sistema solar (para não falar da época mais recente: 1945-
1986), os ocupantes das naves tentaram e praticaram vários modos
de contato com o nosso planeta. Esses diferentes modos de contato
são os seguintes:
− Contatos por sinais de ondas.
− Contatos psíquicos de alta altitude.
Comunicações Extraterrestres 131

− Contatos visuais pela evolução de certos veículos aéreos a


média e baixa altitudes.
− Contatos verbais com certos responsáveis por nosso planeta.
− Sensibilidade psíquica de condicionamento em toda a extensão
da superfície do globo.
− Contatos individuais isolados com seres humanos
telepaticamente mais receptivos e escolhidos em função de seu
menor grau de agressividade, assim como por sua maior
abertura de espírito, o que lhes permite assimilar os conceitos
neles colocados durante os contatos.

Contatos por sinais de ondas:


Especialistas em rádio e detecção, assim como as maiores estações
do mundo de detecção e recepção de “rádio-fonte”, com a ajuda de
antenas parabólicas gigantes captaram sinais enviados por uma
fonte inteligente.
Diz-se publicamente que esses sinais não puderam ser decifrados.

Contatos psíquicos a grande altitude:


Influências “hipnopsíquicas” são emitidas a partir de naves-
laboratórios estacionadas à beira de nosso sistema solar. Essas
influências de ordem telepática são enviadas todos os dias para as
partes de nosso planeta que se encontram na fase noturna, a fim de
impressionar o subconsciente de todos os seres humanos durante o
sono. Tais influências telepáticas têm o objetivo de tranqüilizar e
familiarizar os terráqueos com a presença de seres humanos
extraterrestres com intenção pacífica. Tudo isso para evitar o pânico
provocado por eventuais idéias de invasores vindos do espaço.
Verifica-se infelizmente que os terráqueos, exceto por algumas
centenas de milhares, mostram-se refratários à telepatia.

Contatos visuais:
Para familiarizar nossa civilização com sua presença pacífica, os
132 Pierre Monnet

extraterrestres realizam “operações de sobrevôo” a médias e baixas


altitudes. Considerando a fraca abertura de espírito e a
agressividade doentia dos terráqueos, tais operações ainda
provocam terror.

Contatos verbais com nossos responsáveis:


Desde começos do surgimento das naves espaciais de outros
mundos, seus ocupantes tentaram contatos com governos da Terra,
pedindo um encontro com nossos chefes de Estado.
Todos os governos imprimiram o famoso top-secret sobre o caso.
Apesar disso, diante do aspecto insólito dos fatos, houve
vazamentos no espesso muro dos sistemas de informação,
alcançando algumas instâncias de pesquisas científicas civis. Diante
da amplitude dos vazamentos, a informação foi considerada ridícula
e, por intermédio de certos processos jurídicos hábeis, as pessoas
bem colocadas para “saber” foram forçadas a desmentir. Desde sua
indiscrição concernente a esse segredo de Estado, tais pessoas
“inconvenientes” já não ocupam cargos públicos de importância.
Paralelamente a isso, certos “serviços especiais” desses governos
“sugeriram” a empresas cinematográficas que aumentassem a
produção de filmes de ficção científica, cujos temas, deformados, se
pareceriam com os vazamentos supramencionados. O objetivo era
levar as pessoas a acreditarem, pensarem e dizerem à sua volta que
as histórias sobre discos voadores não passavam de ficção
científica. Era preciso espalhar o boato de que aqueles que
afirmavam ter visto discos voadores eram farsantes, e os que
declaravam ter tido contatos com extraterrestres, visionários e
ingênuos bem-intencionados (segundo a expressão bem conhecida
por parte de um jornalista francês de televisão, que acredita nos
OVNIs mas não pode conceber que haja contatos com a gente
comum das ruas).

Eis os fatos:
Para não atrair sérios transtornos, não direi de que chefe de Estado
Comunicações Extraterrestres 133

ou de governo se trata, nem o nome de um grande chefe de Estado


que recebeu uma delegação extraterrestre, em pleno dia, numa base
militar importante, sem que os radares tivessem tido tempo, meios e
poder de detectar o engenho discoidal que aterrissou numa pista
desativada. Esse chefe de estado conversou durante quatro horas,
cara a cara, verbalmente, intramuros, com cinco extraterrestres
originários do sistema solar de Vega, estrela alfa da constelação da
Lira.
Esses seres superiormente inteligentes e evoluídos tinham vindo
preveni-lo (corria o ano de 1952) contra os perigos que nós
terráqueos fazíamos o planeta correr com nossas experiências
científicas.
Tais seres tinham vindo trazer os meios científicos de viajar no
espaço e curar oitenta por cento de nossas doenças mais graves.
Traziam igualmente e, sobretudo, um sistema de estrutura social
baseado na abolição da noção de dinheiro, que entrava atualmente
nossa evolução. O bem estar de cada pessoa aumentaria cem por
cento.
Conheço os riscos a que me exponho revelando tudo isso, mas já é
hora de pôr aquilo que até agora esteve escondido.
Sei também, uma vez que todas essas informações me foram
passadas telepaticamente, que não posso oferecer nenhuma prova
do que estou dizendo. Será, portanto, bastante fácil acusar-me de
visionário, escroque e louco.

Sensibilidade psíquica ao condicionamento:


Esse meio de contato opera-se no nível de alguns terráqueos
parcialmente receptivos, que acreditam incondicionalmente na
presença dos extraterrestres em nossa atmosfera e entre nós, sem
jamais tê-los visto. Esse condicionamento não cerceia em nenhum
caso a liberdade de escolha do indivíduo.

Contatos individuais isolados:


134 Pierre Monnet

Isto provém de meus numerosos contatos ocorridos entre 1951 e


1986.
Esses contatos são essencialmente telepáticos, excetuados aqueles
em que vi pessoalmente os extraterrestres em 1951 e 1974.
Minhas ligações telepáticas com esses seres superiores são pacíficas
e fraternas. A existência deste livro deve-se à promessa que lhes fiz.
Nem por isso sou seu único “embaixador”.
Vendo a atitude dos governos de nosso mundo, os extraterrestres
utilizam contatos individuais com os seres humanos menos
agressivos, mais receptivos, mais abertos à sabedoria, ao amor e à
fraternidade. Eles pedem aos contatados que sirvam de
intermediários entre eles e todos os homens sem exceção, a fim de
pressionar os governos com vistas a uma cooperação em favor de
uma evolução normal de nossa humanidade.
As “conversações” ocorrem geralmente em sentido único, a
testemunha sendo mentalmente condicionada para receber. Os
diálogos são quase sempre de ordem filosófica, científica, espiritual
ou social.
Os ocupantes dos discos voadores são pacíficos e gentis, além de
absolutamente desprovidos de agressividade. Pregam o amor a tudo
o que vive. São muito bonitos e atraentes.. Essa gentileza e essa
simpatia são tão fortes, que a testemunha acaba caindo numa
espécie de êxtase. Este é o “retrato falado” daqueles que contatam
os terráqueos para passar-lhes informações.. São bem constituídos e
têm o rosto fino. Usam não raro um conjunto muito colante feito de
um tecido metálico flexível e prateado luminescente. Seu aspecto
luminoso faz deles, historicamente, os descendentes dos “anjos de
luz” vindos dos céus, dos quais falam sistematicamente os
ensinamentos básicos de todas as religiões, quaisquer que sejam,
existentes em nosso globo, desde a noite dos tempos.
Paralelamente a isso, e de acordo com numerosos relatórios
guardados por múltiplos grupos de pesquisa sérios de todos os
países do mundo, existiriam outras raças de extraterrestres que nos
Comunicações Extraterrestres 135

visitam. Estas seriam de aspecto e costumes diferentes. Eu teria


muito a dizer aqui sobre as reações psicológicas surpreendentes das
testemunhas desses encontros, reações negativas que podem
deformar consideravelmente o aspecto real desses extraterrestres.
Por meu lado, nunca encontrei outros extraterrestres que os
descritos neste livro.
Existem vários tipos de contatados cujas atitudes falseiam as
verdadeiras pesquisas feitas pelos ufólogos sérios. São os seguintes:
O contatado que fala o menos possível de seu contato por medo de
cair no ridículo ou de passar por louco.
O contatado que filtra e transforma as informações recebidas em
função de suas aspirações religiosas, criando uma nova religião com
o aspecto de seita.
O contatado mais ou menos sonhador e ao mesmo tempo enojado
da sociedade humana que o cerca. Ele cria “comunidades universais
cósmicas”, com a firme convicção de que é “o eleito”, de que os
extraterrestres virão buscá-lo, assim como aos membros da
comunidade, a bordo de naves cósmicas que os salvarão de uma
catástrofe planetária prevista para “punir” o mundo por suas más
ações.
O contatado que filtra e transforma as informações recebidas em
função de suas aspirações políticas e sociais, criando clãs ou
sociedades mais ou menos secretas e negativas.
O contatado a quem o contato não virou a cabeça, mas que é
bastante incomodado, porque deve difundir ao máximo as
informações recebidas.
Este último tipo de contatado é o menos freqüente. O contatado
neste caso não deformou a mensagem. Mas o que lhe foi revelado
acha-se de tal forma fora de nossos conceitos sociais, científicos e
filosóficos, que o público tem grande dificuldade para “engolir” a
mensagem, tanto ela se mostra espantosa e transtornante. No
entanto, ela está impregnada de amor, não é religiosa, política,
136 Pierre Monnet

agressiva, mostra-se bastante social e baseada na abolição total da


noção de dinheiro. Em outros termos, ela defende tudo aquilo que
nos parece o mais utópico no estado atual da evolução de nossa
sociedade. Há dois mil anos, um homem desceu no meio de nós
para nos servir de modelo; o modelo do que deveríamos ser. Vocês
bem sabem como ele acabou...
Não obstante o aspecto fantástico e incrível de que se reveste para o
homem a vinda de seres humanos extraterrestres à beira de nosso
sistema solar e em volta do planeta, os contatados têm confiança
total nesses seres vindos de outros lugares. Eles, cuja vida interior
foi totalmente reestruturada em seus conceitos profundos, tudo
põem em ação para atingir o grande público, e isso à custa de riscos
e perigos.
Acho que os leitores precisavam saber o que é um contatado.
Expliquei-o em detalhes, tentando esquecer que eu mesmo sou um
deles. Procurei usar toda a neutralidade possível, à maneira de um
pesquisador.
Viajantes do futuro e do passado

Por mais fantástico que nos possa parecer, os seres que me


contatam desde 1951 viajam no futuro, no passado e outras eras
ainda. Não está excluído o fato de que eles tenham podido contatar,
em outra dimensão, o plano “divino”, pois de certa maneira eles
vem dali.
Entendemos por plano divino o momento no espaço e no tempo em
que uma espécie humana compreendeu que existe outra coisa além
da matéria, e que, para atingir esse desconhecido pressentido, é
absolutamente indispensável aproximar-se o mais possível da
perfeição concebida na escala do planeta. A resposta acha-se no
respeito às leis cósmicas universais.
Para isso, não existe qualquer necessidade de criar seitas e religiões,
como tem feito o homem até o presente.
Os extraterrestres que me contatam trazem inicialmente a ciência da
sabedoria e o amor. Está previsto um plano ao curso do qual, se
compreendermos a importância do seu ensinamento e nos
esforçarmos para aplicá-lo, eles se mostrarão pública e oficialmente
em massa aos homens de nosso planeta.
Já o disse, éramos 296 mil em 1975. No momento, o número dos
contatados conta-se em vários milhões. Mas o que são alguns
milhões para um planeta tão povoado quanto o nosso?
Esses seres vindos de longe explicaram-me, entre outras coisas, que
138 Pierre Monnet

muitos deles acham-se entre nós. Esbarramos com eles nas ruas sem
saber que não pertencem ao nosso planeta. Grandes terráqueos
existem igualmente entre nós, o que nos impede de ver a diferença
entre estes e nossos “primos galácticos”.
Só os médiuns e as pessoas dotadas de certo grau de faculdade
telepática poderiam perceber uma irradiação vibratória específica
emanando do cérebro desses seres alienígenas.
Por outro lado, pessoas que tiveram um primeiro contato com esses
seres podem detectar novamente sua presença na multidão de
transeuntes entregues às suas ocupações habituais.
Muitos contatados (falo aqui dos contatos onde ocorreu transmissão
telepática) deram-se conta, em seguida, de que certas percepções
sensoriais e extra-sensoriais ficaram mais acentuadas. Infelizmente,
sua capacidade de detecção não se realiza, quase sempre, senão em
função da boa vontade dos seres.
Eis a tradução textual de uma mensagem extraterrestre importante:
“Homens deste planeta, vocês devem aprender a substituir a palavra
‘dinheiro’ pela palavra ‘amor’. Devem aprender a falar de amor em
vez de falar de ‘canhões’.
Nós o observamos há muito tempo e estamos pasmos de ver quão
pouco evoluíram nestes últimos cinco milênios.
Constatamos que vocês são como crianças que não querem ouvir os
pais. Por isso, chegaram à beira do abismo que vocês mesmos
cavaram e onde vão cair se não fizerem um esforço para
compreender o valor do que lhe trazemos.
Sob o pretexto de que não aterrissamos em suas praças públicas
para falarmos pessoalmente com vocês, desprezam e ridicularizam
o ensinamento que transmitimos a certos homens desse planeta. Os
homens que contatamos falam em nosso nome.
Se por enquanto ainda não viemos oficialmente até vocês, é que
temos nossas razões, e a primeira é a preocupação de não criar
Comunicações Extraterrestres 139

pânico entre as pessoas. Seus conceitos atuais são muito pouco


evoluídos para que possam suportar a visão de nossa chegada.
Alguns entre vocês já falam de invasores. Seus pilotos de aparelhos
voadores não tem a prudência de parar com a perseguição às nossas
naves. Não se dão conta da fragilidade de seus veículos aéreos, que
explodem em pleno vôo. Algumas de nossas naves, para não dizer
todas, são impressionantes. À vista dessas naves a baixa altitude ou
no solo, alguns entre vocês experimentam um terror tal, que podem
ter problemas mentais às vezes irreversíveis. Queremos evitar isso.
O ensinamento que prodigalizamos a alguns de vocês, os
contatados, gente que selecionamos em função do grau mais
elevado de abertura de espírito e cuja curva do diagrama de
agressividade á praticamente nula ou pelo menos muito baixa, tem
por objetivo fazer deles nossos porta-vozes, a fim de familiarizar as
mais amplas camadas de sua humanidade com o nosso espírito de
paz e de fraternidade.
Dentro de alguns dos seus anos e de acordo com o seu grau de
compreensão do ensinamento que receberão dos nossos contatados
(são centenas de milhares), evoluiremos de modo mais freqüente
em seus céus, a fim de que vocês se familiarizem com a visão de
nossas naves. Quando estas já não representarem nenhum perigo
psíquico para vocês, encontraremos o momento oportuno para
manifestarmo-nos oficialmente.
Se, apesar do ensinamento que lhes dão nossos contatados, vocês se
recusarem a compreender que percorremos um grande número de
anos-luz para trazer-lhes os meios de alcançar a sabedoria e a
felicidade, nós não nos manifestaremos mais. E será com a mais
profunda dor que nos desinteressaremos de vocês.
Devido aos contatos que praticamos em grande número em seu
mundo, sabemos que certos grupos científicos de pesquisa
censuram-nos por ser o que vocês chamam de ‘pueris’. Este estado
de espírito entre os cientistas e os chefes de governo deve-se a que
estes se acham muito enraizados na matéria e não tem a menor idéia
do lugar que o espírito deve ter para assegurar o equilíbrio do ser
140 Pierre Monnet

humano na sabedoria.
Já que falamos em espírito, devemos deixar claro que achamos
deplorável, absurdo e sem fundamento o estado de espírito geral de
suas religiões. Estas foram a causa de oitenta por cento dos
transtornos que os levaram à beira do abismo onde vão cair se não
acordarem a tempo. Mas atenção” O tempo urge. Vocês não tem
mais que alguns decênios para tomar consciência dos próprios erros
e, para isso, começar ontem a apagar do espírito essa ‘noção de
dinheiro’ que acarreta a sua infelicidade. Devem em seguida
conscientizar-se unicamente dos valores humanos ao serviço da
vida e do bem estar de toda a humanidade.”
Algumas respostas às cartas de meus leitores

Desde o aparecimento de minha primeira obra – Les Extraterrestres


m´on dit -, recebi uma grandiosa correspondência. Já não posso
responder a todos, é muita coisa para um homem só. Peço, portanto
a meus leitores que me desculpem por minhas “não-respostas”
Entretanto, podem continuar me escrevendo, pois leio todas as
cartas que me chegam. Só respondo em casos muito excepcionais,
mas suas cartas são bem vindas.
Não sei o que dizer-lhes de minha alegria por receber cartas não
somente da França, mas também do mundo inteiro, em especial da
Turquia e da União Soviética. É de fato reconfortante constatar que
enfim alguns pesquisadores bem conhecidos interessam-se pelo
conteúdo das mensagens extraterrestres que recebo. Uma dessas
cartas estrangeiras veio do Science Research Center Bilim
Arastrima Istambul, Turquia. Tive a grata surpresa de saber que
esse centro de pesquisas ocupava-se com Ury Geller.
Outra correspondência não menos interessante me veio da União
Soviética, do maior centro de pesquisa científica mundial:
Novosibirsk. Trata-se de algumas cartas enviadas por um dos
maiores estudiosos soviéticos, pois não é outro senão V. I. Sanarov
(não confundir com Sakarov). Ele me pedia um exemplar do meu
primeiro livro.
142 Pierre Monnet

Mais uma vez confirma-se o provérbio: ninguém é profeta em sua


terra.
O começo deste capítulo não passa de um parêntese a fim de
mostrar que os “absurdos” que escrevo, alijados por tanta gente
para o plano da ficção científica e do domínio pseudocientífico,
interessam a sábios notórios como Sanarov. Ele me escreveu em
papel timbrado: “Institute of Clinical Experimental Medecine –
Academy of Medical Science – Siberian Branch – Novosibirsk –
URSS.”
Perturbador, não?
Fecho portanto o parêntese e continuo o presente capítulo destinado
a responder às múltiplas questões levantadas por meus leitores.
Os extraterrestres que entram em contato com o senhor podem curar
doenças como o câncer, a lepra, etc.?
No planeta deles, não é preciso saber curar as doenças, tal como as
“entendemos”. Lá não existem doenças há muitos milênios, pois
seus habitantes vivem em harmonia com as leis universais cósmicas
que dão origem à existência do processo da regeneração celular
espontânea.
Eles podem efetivamente trazer ao nosso mundo meios muito
simples de curar todas as doenças, inclusive as mais graves.
Entre 1952 e 1954, quando de um contato com dois chefes de
Estado importantes, eles trouxeram fórmulas de preparação de
produtos naturais feitos com plantas capazes de curar com eficácia e
rapidamente as doenças que existem em nosso globo.
Tais chefes de Estado tinham o dever de comunicar essas fórmulas
aos corpos científicos. Que fizeram? Cabe-me apenas dizer-lhes que
uma planta chamada “cauda-de-cavalo”, encontrada em toda parte
do mundo, cura o câncer.
Antes de seu contato em 1951, o senhor acreditava nos OVNIs?
Por volta de 1947, publicava-se na França um jornal chamado
Comunicações Extraterrestres 143

Radar. Era um jornal em formato grande e tratava, sobretudo de


problemas científicos e de pesquisas, assim como de descobertas
extraordinárias de toda ordem. Um dia, li nesse jornal um fato
classificado como “fantástico”, sobre o aparecimento e a evolução
no céu daquilo que então chamavam de “charutos voadores”, Belas
fotos e ótimas montagens mostravam aquilo que muita gente idônea
tinha visto. Essas reportagens tornavam-se cada vez mais
numerosas e tomei conhecimento de algumas delas. Já se
formulavam hipóteses sobre os extraterrestres. Por mais
extraordinários que esses artigos me tivessem parecido na época,
não me vi muito preocupado com isso. Meu desinteresse, porém,
não me impediu de perguntar-me: por que não? Só isso. Depois não
esquentei mais a cabeça. Às vezes, ouvia conversas que tratavam
dessas aparições celestes misteriosas, mas concedia-lhes o mesmo
peso de notícias como: um acidente acaba de ocorrer no trevo da
Nacional , entre tal e qual cidade. Ou ainda: um raio caiu em tal
lugar, mas não houve vítimas. Ou ainda mais: a agência do banco
tal, no bairro tal, acaba de ser assaltada. Vejam vocês a que ponto ia
o meu interesse pelo fenômeno dos OVNIs.
Ou seja, eu não podia dizer se acreditava ou não. Sequer me fazia
esse tipo de pergunta.
Por que o senhor não procura formar uma associação com os
contatados que conhece, com o objetivo de cruzar as informações e
até se sentir mais forte em face dos céticos?
É bastante difícil responder a essa pergunta, mas vou tentar, com a
maior honestidade possível. Para isso, precisaria antes explicar que
não estou “programado” para entrar em relação com os contatados
de Vega.
Ora, existem várias civilizações extraterrestres que visitam a Terra,
com metas e conceitos às vezes um pouquinho diferentes entre si.
Tentei conhecer alguns contatados por outros extraterrestres. Elas
declararam ostensivamente, ou ainda de maneira habilmente velada
em certos casos, serem os únicos verdadeiros contatados e
sustentam que todos os demais são “mentirosos”. Descobri, todavia
144 Pierre Monnet

outros contatados de Vega que devo encontrar. A maioria tem medo


e não quer falar de sua “aventura”. Muitos entre eles desviaram-se
completamente de sua missão como retransmissores e criaram
seitas. É preciso saber que o homem da Terra é frágil diante de um
encontro com seres vindos de outros planetas. Além disso, cada
contatado tem absoluta liberdade de agir como entende, de aceitar
ou repudiar o que os galácticos de Vega lhe pedem.
Por que os extraterrestres não lhe fornecem provas materiais para
ajudá-lo em sua missão, reforçando com isso suas declarações?
Quanto a mim, o que o senhor diz é crível. Mas e quanto aos
outros?
Tenho comigo provas materiais do poder deles e de sua ação sobre
a matéria. Mas a mais importante dessas provas materiais não se
poderá verificar senão dentro de 58 anos (a contar de 1994).
Algumas dessas provas me foram passadas na frente de
testemunhas, mas infelizmente não se trata de objetos materiais
tangíveis, conserváveis com a passagem do tempo.
Mas para que. Mesmo que forneçamos ao cético uma determinada
prova, ele logo exigirá dez outras. Você lhe apresenta essas dez, e
ele vai querer cem. E daí por diante.
Creia-me, quando um cético decide que não pode haver provas de
qualquer coisa que o incomode, tudo que lhe pusermos à frente não
constituirá nunca uma prova
Além do mais, é absolutamente necessário deixar cinqüenta por
cento de dúvidas no espírito dos humanos de nosso planeta. O
esforço de querer evoluir deve partir inteiramente de nós. Sem isso,
não haverá qualquer valor real nos empreendimentos dos seres
humanos.
Civilizações pouco desenvolvidas como a terráquea devem ter
inteira liberdade para evoluir ou não. Esta é uma das mais
importantes leis cósmicas. Quantos povos supostamente inferiores
às civilizações “modernas” da Terra desapareceram totalmente
porque sua colonização foi muito rápida? Procure na história do
Comunicações Extraterrestres 145

planeta; há exemplos que não acabam mais.


As explosões de supernovas não têm perigo. Então...?
Quem lhe disse que as supernovas não nos atingem?
Poderia ficar por aqui, mas vamos lá... O que provocou a explosão
de nosso décimo planeta?
Quem encheu de crateras os nove planetas que existem no sistema
solar?
Para onde foi a segunda lua que girava em torno da Terra há
milhões de anos? Em que astro, em que outro sistema solar essa lua
lançou a perturbação e a destruição, em sua fuga fora de hora?
O senhor procura estar sempre em contato com grupos de pesquisas
ufológicas?
Tentei muitas vezes, mas é praticamente inútil. O orgulho de certo
número de grupos ufológicos proíbe-lhes admitir a possibilidade de
contatos com os terráqueos da rua, sobretudo se na ocasião houve
diálogos e informações. Além do mais, os grupos ufológicos não
raro são muito “meticulosos”, gostam de parecer objetivos. Ora, em
geral, entre essas pessoas que se autodenominam pesquisadores
honestos, a possibilidade de existência extraterrestre e de contatos
com a Terra de modo algum pode entrar no quadro do que é
objetivo, tendo a ver apenas com disfunções no psiquismo das
testemunhas que lhes acarretam todas essas fantasias.
De qualquer modo, sempre que um grupo ufológico tenta falar
aberta e publicamente de contatos reais com uma civilização
extraterrestre, é automaticamente posto sob observação pelo
governo, sob pena de sanções e das pressões mais diversas, mais
ilegais, mais desleais e, sobretudo, mais sutis.
Como se vê, não há saída. Não se deve esquecer que todos os
capitais do mundo estão comprometidos em mercadorias, matérias-
primas, ciências e políticas que de um dia para o outro se
revelariam errôneas e perfeitamente ridículas se se levassem em
146 Pierre Monnet

consideração as informações dos contatados. Os bilionários do


petróleo iriam à bancarrota, pois uma outra energia, não-poluente,
trazida pelos extraterrestres, seria utilizada. Os traficantes
bilionários de armas e todos os seus fabricantes e vendedores
estariam igualmente arruinados. Com efeito, em relação às ciências
consideravelmente avançadas e ao pacifismo dos extraterrestres,
nossos armamentos pareceriam brinquedos inúteis. Nossa pesquisa
espacial está vários milênios atrasada, e tudo o que se acha em
curso deveria ser jogado no lixo, inclusive a “famosa” nave espacial
e os bilhões gastos em sua construção. Todas as políticas dos
governos atuais e todos os seus métodos cairiam imediatamente em
desuso, revelando todo o seu ridículo. Como querem vocês que os
governos da Terra admitam tal fracasso? Nossos governantes
planetários sabem que eles perderão a batalha um dia. Mas quando?
Eles procuram retardar ao máximo a data do desmoronamento
escondendo a verdade aos povos.
Que pensa o senhor sobre o fenômeno Ury Geller?
Na qualidade de contactado, acho que Ury Geller não é um
fenômeno, mas um mutante. Ou seja, aquilo que todo ser humano
deveria tornar-se e, ainda melhor, deveria ter-se tornado depois de
tantos milênios transcorridos.
Teremos no devido tempo muitos Ury Geller. Essa categoria de
contactados está prevista pelos extraterrestres para mostrar aos
humanos de nosso planeta o que teríamos de ter sido e o que
devemos nos tornar. Temo infelizmente que os terráqueos
continuem ainda por muito tempo no ponto em que se acham. Ou
seja, com um cérebro que funciona com apenas um décimo de suas
capacidades reais.
O senhor sabe qual é o nome de todos os planetas que giram em
torno de Vega?
Não, só conheço o nome de um dos quatorze planetas que gravitam
em torno de Vega, dos quais nove são habitados.
Em sua primeira viagem, o senhor contou que eles lhe disseram:
Comunicações Extraterrestres 147

“Nós o protegeremos da melhor maneira possível se você utilizar o


meio que lhe demos.” Que meio é esse?
Realmente, foi o que me disseram. Mas algo não andou
funcionando, pois eu mesmo não posso contatar esses seres. Não
me lembro de ter recebido um método particular para isso. Mas não
é coisa que me incomode, pois fui orientado com a maior precisão
em todos os instantes de minha vida. Mesmo em minha vida mais
íntima.
O senhor disse que os homens de SIlxtra são muito bonitos. E as
mulheres?
Quando de meu contato físico com eles, só encontrei homens. Não
me falaram de mulheres, mas sei intuitivamente que também são
belas. Quando de minha viagem telepática em volta do planeta
deles, vi efetivamente uma mulher, mas a uma altitude de cinqüenta
metros, portanto um pouco longe para fazer uma apreciação
adequada. No entanto, o lapso de tempo em que vi essa mulher
permite-me dizer que elas são tão altas quanto os homens e que sua
silhueta é das mais agradáveis.
Existem doenças entre eles?
Não existem doenças em Silxtra nem nos outros planetas do
sistema, pois o modo de vida está em harmonia com a natureza, e o
avanço científico é tal que a longevidade é de 2.800 de nossos anos
com saúde e juventude.
Existe banditismo no planeta?
Se vocês leram atentamente minha primeira obra, terão
compreendido que o código moral dos “meus” extraterrestres
apagou há muitos milênios de seus conceitos todo e qualquer traço
de agressividade.
Por exemplo: entre eles não existem sindicatos, políticos, religiões,
seitas, guerras, armas ou portas trancadas. São coisas absolutamente
inúteis.
148 Pierre Monnet

Em sua primeira obra, o senhor contou como era o planeta deles.


Não existe nenhuma possibilidade de um cataclismo abalar este
mundo?
Na maior parte dos casos, os cataclismos, mesmo naturais, são
provocados pelos pensamentos negativos dos seres que habitam os
planetas. Se, portanto, o ser humano de nossa Terra tivesse evoluído
de acordo com as leis universais cósmicas, 99 por cento dos
cataclismos que se produziram e que ainda se produzirão em nosso
sistema solar poderiam ter sido evitados. Isso responde à sua
pergunta?
Como se alimentam eles?
Os extraterrestres que me contatam não julgaram por enquanto
necessário dar-me informações a tal respeito.
Entretanto, uma informação filtrou quando foi o caso de me
explicarem, em suas grandes linhas, a organização dos efetivos que
servem a bordo das duzentas naves-mãe estacionadas próximo ao
nosso sistema solar. Eles se alimentam, entre outras coisas, de algo
que se apresenta sob a forma de um paralelepípedo de doze
centímetros de comprimento por seis de largura e dois de espessura.
Esse alimento tem o aspecto de um bloco gelatinoso transparente. É
fresco e muito gostoso. Os seres de além-espaço o adoram. O
alimento tem qualidades nutritivas consideráveis. Protídios,
glucídios e lipídios aí aparecem da maneira mais equilibrada, a fim
de manter um funcionamento do metabolismo capaz de fazer viver
um ser humano no espaço de modo permanente. No planeta
propriamente dito, não sei do que se alimentam, não fui informado.
Como eles se procriam?
Também não me deram detalhes quanto a isso, mas posso afirmar
que não fazem amor no mesmo estado de espírito que nós, com
nossa noção de posse material, quando não obtemos nada além do
mero gozo físico.
Seus amigos do espaço aconselharam-no a não temer a morte. Por
Comunicações Extraterrestres 149

que?
Simplesmente porque eles sabem que o tempo não existe e que o ser
que apresentamos no veículo terrestre que é nosso corpo já viveu
outrora, vive hoje e reviverá amanhã, até sua imortalidade no tempo
e no espaço.
Quando vocês dizem “A vida é curta, não posso realizar tudo o que
desejaria”, laboram em erro, pois a vida é eterna. O tempo de uma
vida não é o Tempo. O tempo de uma vida não é mais que um breve
lapso de tempo da existência. É, por assim dizer, inexistente em
relação ao infinito da eternidade em escala cósmica.
O senhor disse que eles prepararam um plano de evacuação dos
terráqueos no caso de uma eventual catástrofe planetária. Mas como
vão selecionar entre os “bons” e os “maus”?
Esta pergunta mostra perfeitamente a preocupação dessa egoísta
categoria de terráqueos fanatizados pelas seitas e as religiões, que
acreditam numa seleção de “elites” da qual cada um desses
fanáticos deve necessariamente fazer parte.
A realidade é bem outra.
Há realmente um plano de evacuação-relâmpago previsto em seus
menores detalhes. Mas a operação só será detonada em último caso.
E não existe seleção alguma. Durante essa evacuação espacial,
todos os seres humanos que o desejarem serão salvos, reeducados,
ensinados e instruídos a fim de servir de “semente” redimensionada
e regenerada. Esta será depositada na Terra quando todos os perigos
estiverem afastados.
Vocês, que se acreditam mais puros que os outros, perguntarão: por
que levar todo mundo?
Simplesmente porque os alienígenas que me contatam são
infinitamente bons e sabem que uma catástrofe planetária sempre
provoca a reflexão e a mudança de opiniões e conceitos até entre os
piores homens.
150 Pierre Monnet

Eles sabem que um ser humano é o que é... que os melhores não são
sempre os melhores e que os maus não são sempre os mais
irredutíveis. Isso porque experimentaram as conseqüências de suas
ações há séculos e mais séculos.
Quando os sobreviventes tiverem sido ensinados e instruídos, toda a
parte negativa que traziam em si terá desaparecido totalmente. Ter-
se-ão tornado enfim integralmente filhos de Deus.
Como pode ter acontecido que, quando de sua viagem telepática, os
homens e as mulheres do planeta Silxtra lhe tivessem acenado, já
que se tratava de uma viagem telepática?
Será que conhecemos todos os poderes dos extraterrestres que me
contatam? Sabemos qual foi o tipo de telepatia que utilizaram para
que eu fizesse essa viagem em torno do planeta deles? Quando falo
de telepatia neste caso preciso, é que não encontrei explicação
alguma. De que “técnica” se tratava exatamente? Não sei.
Por que meio físico me fizeram viajar em volta do planeta deles,
seguro por correias, a bordo de um de seus discos voadores, de onde
eu via tudo pelo domo? Não podia ser uma viagem astral muito
particular, em que outras pessoas podiam ver meu corpo físico?
Não sei. Só sei de uma coisa: foi maravilhoso e faria tudo outra vez.
Você chegou a fazer perguntas aos extraterrestres?
Estou na incapacidade mais total, em nível consciente, de fazer
perguntas aos “meus” extraterrestres. Por outro lado, quando tenho
um problema grave a resolver, não preciso submetê-los a questões
ou formular um pedido de ajuda, pois quase sempre eles me trazem
a solução correspondente. Isso prova que eles conhecem bem as
necessidades de cada terráqueo, e que ajudam os contactados em
função de seus méritos e esforços.
O senhor tentou entrar em contato com o chefe de Estado que falou
com cinco extraterrestres durante quatro horas?
E vocês, já tentaram, aos vinte anos de idade, entrar em contato
com um chefe de Estado? Já o fizeram? Não? Nem eu.
Comunicações Extraterrestres 151

Alguns dos 296 mil contactados já procuraram conhecê-lo?


Não, mas já é tempo de fazê-lo. Se algum deles leu meu livro, que
me escreva. Mas, por favor, visionários, excêntricos, falsos
contactados podem abster-se. De qualquer modo, saberei com quem
devo relacionar-me.
Aproximar-se de um engenho extraterrestre, parece ser perigoso.
Não lhe aconteceu nada em 1951, quando o senhor se aproximou de
um?
Sim. Desde aquele dia tenho uma conjuntivite aguda nos dois olhos
e suporto mal a luz do dia. Por outro lado, à noite enxergo melhor
que todos os outros seres humanos.
Já que seus extraterrestres dizem que oitenta por cento das religiões
são más, por que se interessam por Jesus e Maria?
Basta olhar o passado para nos darmos conta da quantidade de
sangue derramado por causa daqueles que pretendem deter a
verdade sobre o Deus em que acreditam. Podemos concluir que,
desde o instante em que duas religiões guerreiam entre si, fazendo
correr sangue humano, não podem ser consideradas como estando
de acordo com o plano divino.
Por outro lado, seria bom que o ser humano da Terra parasse com
essa coisa de relacionar Jesus com as religiões.
Jesus não veio criar uma nova religião. Jesus não veio senão para
nos ensinar a vida... Ensinar-nos as leis cósmicas universais que
criam, conservam e perpetuam a vida. Jesus veio para ensinar-nos a
primeira lei cósmica universal: a lei de amor... O amor na
simplicidade.
Jesus nunca desejou que se criasse uma religião a partir dos
ensinamentos que nos trouxe nem a partir de si mesmo. Sou
categórico quanto a isso.
Que pensam os extraterrestres sobre a utilidade de nossas provas e
lutas? Nossos sofrimentos físicos e morais têm realmente algum
152 Pierre Monnet

sentido?
Os extraterrestres acham que somos crianças que desobedecem às
leis cósmicas universais. Eles nos ajudam porque somos seus
irmãos genéticos. Eles estão aí para nos fazer avançar em nossa
evolução, mas não podem transgredir as leis kármicas.
Cosmicamente falando, não existe mérito. Não há mais que a
realização daquilo que deve ser ou não. A lei kármica é implacável.
Se não queremos nem sabemos nos servir de nosso livre-arbítrio,
devemos recolher as conseqüências que os nossos atos acarretam e
pagar por nossos desvios das leis universais. Esse mecanismo nos
acompanha de reencarnação em reencarnação até a realização da
perfeição necessária à ascensão a planos superiores. Isso nos
permite continuar nossa viagem eterna sobre esferas de vibrações
mais rápidas e evoluir para a luz.
As ordens contemplativas, graças a suas almas de elite, fizeram
abstração de tudo para estar mais em harmonia com Deus, no
sacrifício e na prece. O que o senhor pensa sobre isso?
Na verdade, esses seres humanos da Terra, excepcionais em sua fé e
aparentemente inúteis, são, ao contrário, de uma utilidade
insuspeitada pelo comum dos mortais. Em cada planeta existem
diferentes estágios de evolução do ser. Isso vai do mais amoroso ao
mais agressivo; de acordo com o grau de vibração alcançado pelo
indivíduo, vai também do mais ativo ao mais inativo e do mais
consciente ao mais inconsciente. Pode ser material-materialista ou
ainda cada vez mais etéreo.
Digo sempre: o espírito criou a matéria e pode por isso mesmo
modificá-la à sua vontade. Os pensamentos são vivos e têm uma
ação sobre o consciente individual e o inconsciente coletivo. O
comum dos mortais não sabe que seu cérebro tem possibilidades e
faculdades latentes consideráveis. Quanto mais o ser vive na
matéria, menos suas faculdades se desenvolvem. Quanto mais ele
vive no espiritual, mais suas faculdades aumentam. Os pensamentos
portanto têm uma ação sensível que pode agir por egrégora coletiva
Comunicações Extraterrestres 153

e individual (segundo o poder psíquico do experimentador) sobre o


consciente e o inconsciente coletivo. Isso se realiza por simples
concentração, focalização de pensamentos e difusão de ondas-
pensamentos positivas que mantêm o espírito de massa dos
humanos fora dos caminhos que destroem a vida.
Esses seres contemplativos desempenham um importante papel em
nosso mundo enlouquecido.
São seres tão etéreos que não podem viver no meio dos humanos
comuns. Eles perceberiam interferências negativas que os
impediriam de trabalhar pelo bem de nossa civilização decadente.
Existe um sem-número de graus mais ou menos etéreos que
trabalham pela conservação da vida do espírito sobre a Terra. Vocês
já podem ter encontrado algum desses seres e pensado a respeito:
fulano não é sociável, ele não tem os mesmos conceitos que nós.
Ele é selvagem... É verdade que tais seres experimentam a
necessidade de isolar-se.
Que pensa o senhor do livro de Raël: o livro que diz a verdade?
Eu responderia com uma pergunta: que verdade?
Como posso fazer para convencer as pessoas sobre a realidade dos
extraterrestres?
Ninguém pode convencer ninguém. Tudo é uma questão de
“intuição” ditada pelo grau de consciência cósmica desenvolvido
em cada ser humano da Terra.
De qualquer modo, em tudo isso a questão não é convencer, mas
informar, passar adiante o que se aprendeu.
QUE DEVEMOS FAZER PARA SER CONTATADOS?
Escrevo essa pergunta em maiúsculas, porque parece que em
noventa por cento dos casos de “crença” nos extraterrestres é essa a
preocupação das pessoas. E me pergunto: por quê?
Não se preocupem, pois neste domínio são eles que decidem. Nada
154 Pierre Monnet

podemos fazer quanto a isso.


Por que os extraterrestres não sobrevoam a Suíça?
Eles sobrevoam todos os países do mundo, mas nem todos podem
vê-los. O leitor por acaso passa o dia inteiro olhando para o céu?
Que sabe o senhor sobre o desaparecimento de navios e aviões?
Todos esses desaparecimentos de pessoas no Triângulo das
Bermudas e em outros lugares insólitos da Terra? Essas pessoas
voltarão ao nosso convívio?
Não sei mais do que vocês, e os “meus” extraterrestres tampouco.
Se o leitor está se referindo a “seqüestros” em geral, inclusive no
solo terrestre, de pessoas isoladas ou de regimes inteiros, como em
Norfolk, devo observar que na maioria dos casos os representantes
da civilização extraterrestre que me contatam não praticam
seqüestros à força. Os terráqueos que desaparecem durante um
contato partiram por livre e espontânea vontade.
O senhor tem feito viagens a outras galáxias?
Em primeiro lugar, devo deixar claro que uma viagem como aquela
que fiz não é coisa corrente, como se bastasse tomar um ônibus e
partir.
Não posso responder a essa pergunta, pois freqüentemente estou
fora de meu corpo e não sei até onde eles me fazem viajar. Nesses
momentos, há um buraco negro. Eles se ocupam comigo às vezes
durante horas nesse tipo de contato, ao fim do qual não trago
qualquer informação, embora experimente profundas modificações
em meu mundo interior. Tenho cada vez mais consciência de ser
um estranho no planeta em que vivo. Não posso dizer-lhes mais.
Devido a essa “operação de regeneração celular”, o senhor chegará
aos 120 anos. Por que não mais?
Falando cientificamente, sendo muito elevado o grau hereditário de
destruição de minhas células, eles não puderam fazer mais do que
isso. Contudo, esses 120 anos na Terra são o bastante para que eu
Comunicações Extraterrestres 155

realize o meu trabalho.


Seria possível procriar com esses seres do espaço?
Não tenho tal informação, mas isso não me desagradaria, pois o
elemento feminino dessa raça é muito atraente ao olhar.
Eles têm, como nós, necessidade de dormir?
Nesse aspecto, são como nós. Todo ser humano, de onde quer que
seja, precisa recarregar-se com energia cósmica motriz. Além do
mais, cada momento de sono é uma viagem astral da entidade. Esta
parte em busca de informações no plano espiritual superior a fim de
ser guiada na vida.
O que pensar dos extraterrestres?
Tudo depende da abertura de espírito e do grau de consciência
cósmica de cada indivíduo.
A telepatia pode servir como uma maneira de abordar os
extraterrestres?
Sim, mas infelizmente poucos terráqueos são telepatas de maneira
conveniente e satisfatória.
Os extraterrestres que se acham entre nós comunicam-se com o
homem da Terra e observam as mesmas condições de vida?
Eles podem comunicar-se conosco. Vocês talvez já tenham falado
com um deles durante a existência sem saber que não se tratava de
um terráqueo.
Certo número entre eles vive entre nós em condições
aproximadamente parecidas com as nossas. No plano social, e por
razões precisas que dizem respeito ao seu programa, em suas
atividades oficiais eles devem identificar-se totalmente com o modo
de vida de nossa sociedade. Por enquanto, não devem ser
descobertos no curso de sua infiltração pacífica de estudo e de ajuda
aos terráqueos.
Seria possível agruparmo-nos para formar uma egrégora e aumentar
156 Pierre Monnet

nossas forças para o contato?


Afirmativo. Algumas experiências já foram tentadas com sucesso,
mas é uma coisa delicada. Num grupo de pessoas com os mesmos
conceitos e afinidades neste domínio, não pode haver um único
elemento negativo ou cheio de dúvidas.
Eu mesmo fiz a experiência com pessoas “escolhidas a dedo”. Essas
pessoas não somente viram um engenho, mas também se sentiram
num estado de “transformação” muito agradável. Durante
experiências desse tipo, só os contactados podem receber
informações. Às vezes, no grupo, uma pessoa aparentemente
“comum” recebe informações, para surpresa de todos os outros.
Os tremores de terra têm uma relação direta com os OVNIs ou com
os humanos nocivos?
Se quisessem, os extraterrestres poderiam provocar grandes sismos
no planeta. Não o fazem pela razão maior de que fazem justamente
todo o possível para diminuir a intensidade de nossos tremores,
limitando-lhe os danos.
No que diz respeito à força negativa dos cérebros humanos agindo
sobre o fenômeno da aceleração dos deslocamentos das camadas
tectônicas, sou afirmativo: oitenta por cento dos sismos que
aconteceram, acontecem e acontecerão em futuro próximo são
decorrentes da negatividade dos pensamentos humanos. Já o disse:
os pensamentos negativos dos humanos tem mais força que os
pensamentos positivos. Esses pensamentos negativos agrupam-se e
ganham uma força insuspeitada, criando uma egrégora que alimenta
o inconsciente coletivo, cristaliza-se e age sobre a matéria pelo
efeito de bumerangue sobre o cinturão de Van Allen.
Viveremos uma nova vida junto a eles?
O ciclo de reencarnação de um ser humano em nosso planeta é de
aproximadamente 72 mil anos. Desejo que já estejam nos seus
71.980 anos... Só assim terão chances de reencarnar num planeta de
vibrações superiores similares às deles. Mas não contem muito com
Comunicações Extraterrestres 157

isso. Nesse tipo de cálculo de vidas sucessivas, o ser humano da


Terra nunca sabe em que ponto se acha.
Em seu livro, o senhor afirma que o homem já perdeu há muito a
noção desse processo natural e permanente da regeneração celular
espontânea. Seria possível voltar a encontrar essa capacidade se os
homens juntassem um dia todo o seu saber e poder científicos?
Haveria grandes chances para que os seres humanos alcançassem a
perfeição, a sabedoria e o amor?
Vou começar dizendo, com toda a delicadeza, que meu missivista
acaba, como costumam fazer os terráqueos, de colocar a carroça
adiante dos bois.
No caso específico dos terráqueos, o saber científico dos homens só
apareceu por causa da perda dos poderes psíquicos colossais que
eles detinham no começo dos tempos. O homem perdeu os poderes
com os quais tudo podia sem esforço, seu espírito criando a matéria.
Essa perda foi devida à negatividade criada pelo mau uso do livre-
arbítrio. Desde esse momento e muito rapidamente, o homem
precisou de uma compensação para poder sobreviver. Então
construiu o seu saber bebendo na fonte do negativo. Continua assim
a degenerar.
O homem nunca alcançará a perfeição começando por adquirir o
que ele chama de saber e poder no estado atual das coisas.
Só o homem que desenvolveu em si a lei do amor poderá adquirir o
conhecimento. Por mais paradoxal que isso possa parecer a um
cientista cartesiano, o processo da regeneração celular espontânea,
ao conceder ao homem a imortalidade do corpo e da alma, não
poderá manifestar-se senão quando ele se tornar amor. Só o amor
regenera, pois ele é a vida, a vida eterna, perpétua.
O processo da partenogênese que o senhor menciona em seu livro
me fez compreender melhor o problema do nascimento de Jesus,
decretado como um “milagre” pela Igreja. Esse procedimento é
sempre praticado em nosso planeta pelos galácticos?
158 Pierre Monnet

Nada sei a respeito.


Informaram-lhe se Jesus voltou à Terra depois de sua morte? Seria
a ressurreição essa vinda definitiva dos galácticos em nosso
planeta?
Apesar de suas origens partenogenéticas, Jesus era um homem
como os outros. Ele nos foi apresentado como o modelo daquilo
que o ser humano deveria ter sido. Os humanos não entenderam
nada, mataram-no. O fenômeno visível da ressurreição foi
provocado para ensinar o princípio da vida depois da morte. Mesmo
nesse caso, os humanos continuaram sem entender e ainda se acham
no mesmo nível de antes.
O senhor acha que as pessoas com o dom de descobrir parcialmente
o futuro podem ser contatadas pelos extraterrestres?
Desde o instante em que alguém possui faculdades ditas
“paranormais”, passa a encaixar-se na categoria dos fenômenos
“mediúnicos”. Da mesma maneira que os contactados são
“médiuns” de uma certa categoria, os “médiuns” reconhecidos
como tais pela sociedade humana de nosso planeta podem ser
contatados. Mas nem todos o são, pois existem “médiuns”
negativos... que não têm qualquer chance de ser contatados.
Ouvi no rádio, num programa sério, o caso de uma mulher que
falava com um homem invisível. Esse homem podia ser um
galáctico?
Sim. Poderia Sr um galáctico. Eu mesmo conheço um caso de
contato com um galáctico que só a contatada (de dezessete anos)
podia ver e ouvir. Posso assegurar-lhe que o teor das mensagens
recebidas não podia manifestamente vir da imaginação dessa moça.
Como fazer para ser guiado na vida por esses maravilhosos
galácticos de que o senhor fala em seu primeiro livro?
Seja amor e espere.
Terceira Parte

As Mensagens

Tal como a criança que envelheceu, cujo espírito revê em sonho as


vibrações do passado nas chamas de um pacote de notas que
queima, o homem deve esquecer os momentos difíceis de sua vida,
para conservar só o que é amor, a fim de reviver mais puro no
futuro, pois nosso destino não depende do acaso; somos nós que o
escolhemos...
Desde a publicação de meu primeiro livro, os extraterrestres que me
contatam não ficaram por aí, pois aquilo que voluntariamente
aceitei acha-se longe de estar terminado.
Numerosos contatos telepáticos me chegaram até o dia de hoje e
muitos mais estão previstos. Retransmito neste capítulo o texto de
alguns daqueles que recebi dos galácticos.
Alguns são curtos, outros mais longos. Os mais curtos chegaram-
me em circunstâncias particulares que comentarei, a fim de que o
leitor possa compreender melhor os fatos.
Recebo também mensagens muito pessoais que não reproduzirei
aqui, mas posso lhes dizer que me foram de grande utilidade e de
grande ajuda para fortalecer meu equilíbrio moral nos momentos
difíceis. Os textos que se seguem não virão sempre em ordem
cronológica, mas isso é intencional.

20 de Novembro de 1974, 23h20 (uma testemunha achava-se


presente).
“Silxtra é a nossa ‘Terra’; é muito longe. Mas para nós a distância
não conta, pois o espírito viaja no espírito. O tempo de um
pensamento é mais rápido que um risco de luz. Apesar disso, nós o
chamamos e você quase chegou ao nosso alcance. Conhecemos
melhor sua amplitude de onda há alguns instantes. Prepare-se...”

No mesmo dia, vinte minutos depois.


“Atenção. A conjugação dos pensamentos nocivos dos homens de
seu planeta forma atualmente uma massa de energia psíquica
negativa, capaz de provocar muito em breve transtornos geológicos
consideráveis. Falhas internas, de cuja presença ainda não pode
suspeitar, vão ameaçar um setor de seu planeta numa curva de cinco
mil quilômetros, do sul da Índia até o Mar Mediterrâneo, onde
novas ilhas poderão surgir.
Se as forças psíquicas em questão chegarem ao paroxismo, grandes
superfícies da Terra serão devastadas. Mas durante tais sismos
162 Pierre Monnet

descobrir-se-ão vestígios muito antigos. Essa descoberta propiciará


o conhecimento de uma civilização desaparecida há várias dezenas
de milhares de anos.
“Nós lhe oferecemos essa informação a título pessoal.”

Quarta-feira, 9 de Junho de 1976, 3h45.


“Viemos de uma base situada no interior mesmo do anel do planeta
que vocês chamam de Saturno.”

Quinta-feira, 10 de Junho de 1976, 3h45.


“Silxtra é o nome da nave que comanda nossa frota estacionada no
limiar do sistema solar de vocês. Mas Silxtra é também o nome do
planetóide onde construímos os elementos de nossas grandes naves
interestelares. Esse planetóide gira em torno do sistema de Vega.

Sexta-feira, 11 de Junho de 1976, 3h45.


“Somos originários da estrela que vocês chamam de Vega, situada
na constelação da Lira. Essa estrela é um sistema complexo que
compreende quatorze planetas, dos quais nove habitados.
Pertencemos a um desses planetas, cujas proporções em volume são
20,29 vezes as do planeta de vocês.”

8 de Dezembro de 1976, 11h27.


“Não viemos até vocês como conquistadores nem como sectários.
Não trazemos uma nova religião nem uma nova maneira política de
viver.”
Viemos como civilizadores, pois tivemos a oportunidade e a
felicidade de descobrir o meio de viver quase eternamente, no amor,
na paz e na alegria de ser.
Por isso mesmo, nossa evolução, tanto material quanto espiritual,
surgiu há incontáveis milhões de anos, uma curva ascensional que
nos permite viajar muito longe a velocidades quase-absolutas sem
danificar o suporte material de nosso ser, aquilo que vocês chamam
Comunicações Extraterrestres 163

habitualmente de corpo físico.


Há vários milhões de anos achamo-nos em contato com múltiplos
sistemas solares que pertencem à galáxia na qual o mundo de vocês
evolui.
Nesses sistemas, existem numerosos mundos habitados por seres
cuja qualidade espiritual é muito pura. Entretemos com esses
mundos contatos humanos e pacíficos que nos permitiram
estabelecer entre eles e nós as estruturas de uma confederação
galáctica. Gostaríamos que vocês também se juntassem a essa
confederação, mas sua civilização é relativamente jovem e
experimentou um período muito acentuado de estagnação antes que
pudéssemos contatá-los eficazmente. Tivemos de esperar que um
certo desenvolvimento científico se verificasse no planeta de vocês,
a fim de que os seus esquemas de compreensão estivessem aptos
para aceitar a vinda de seres de origem exterior ao seu mundo.
As querelas ‘pró’ e ‘contra’ a nosso respeito atrapalham
consideravelmente a execução de nosso programa. Por causa disso,
o contato oficial com as personagens importantes de sua civilização
corre o risco de ser perigosamente retardado.
Perigosamente, porque o seu estado de espírito agressivo e a má
direção de suas ciências podem degenerar ainda mais as celular de
seus invólucros e pôr um termo a tudo que vive no planeta.
Vocês não devem esquecer que não se acham sozinhos no universo.
Os múltiplos mundos evoluídos e pacíficos existentes na galáxia os
observam. Eles não aceitarão que vocês se mostrem um elemento
perigoso de desequilíbrio de sua galáxia e além. Vocês detêm um
potencial muito elevado de forças negativas. Nosso dever será
neutralizar essas forças antes que os terráqueos as façam detonar.
Temos condições para isso.
Gostaríamos que vocês adquirissem a sabedoria de compreender o
significado do que acabamos de transmitir-lhes por intermédio de
um de nossos contactados e aceitassem a ajuda considerável que
estamos determinados a trazer-lhes, a fim de que sua civilização
164 Pierre Monnet

não soçobre na destruição e se junte a nós no seio da confederação


galáctica do pensamento, no amor, na paz e na vida.
Devem considerar esta mensagem telepática como sendo a primeira
de uma série de mensagens de massa que vocês receberão, não
necessariamente por intermédio da mesma pessoa. Cuidado com os
falsos contactados...”

27 de Dezembro de 1976, 22h35.


“Toda criação natural foi feita por amor e pelo amor... Amor do
movimento, amor da vida, amor da perfeição. A perfeição é vida; a
vida é amor; o amor é perfeição na criação da vida, a vida estando
prevista para ser continuidade pelo grande construtor de todas as
coisas. A tentativa de dar um nome e de emprestar uma forma
material a esse construtor seria puro sacrilégio.
Esse conjunto é um círculo sem fim representando o todo da
criação. Não é difícil dar-se conta de que, em toda parte a vida
apareceu nos múltiplos universos cósmicos, os elementos a ela
necessários tinham sido perfeitamente reunidos. Esses elementos
são o produto do amor pelo bem estar, o desenvolvimento e a
expansão dessa vida. O exemplo mais tangível é o do planeta de
vocês, onde a natureza existe para servir o homem e conservar sua
vida: o calor do Sol, o sabor dos frutos e dos legumes, o frescor e a
pureza da água que corre nas veias da Terra para matar a sede do
homem, a flora e a fauna. Todo esse conjunto, inclusive o homem,
foi previsto desde o começo para vibrar em harmonia. O homem
destruiu essa harmonia por falta de amor, e experimenta agora os
frutos amargos que semeou sobre o planeta.”

20 de Abril de 1977, 23h.


“Cada qual dispõe de uma das mais importantes leis cósmicas;
estamos falando da lei do livre-arbítrio. Num momento específico
da consciência coletiva de seus povos, cada qual poderá decidir,
com seus riscos e perigos, vivem como quiser os últimos momentos
futuros, lapso de tempo muito curto que ele tem à sua disposição no
Comunicações Extraterrestres 165

planeta.
Entretanto, num caso como em outro, nada pode escapar a nosso
controle. Nada poderá desorganizar nossa maneira de realizar a
missão que temos junto a vocês.
Muito em breve, grandes acontecimentos vão precipitar-se sobre o
mundo. Não se apavorem. Tenham confiança, muitas coisas estarão
sob nossa supervisão. Por exemplo, já temos o controle de sua
energia nuclear. Com isso, tentamos limitar os danos ao mínimo. Já
começamos, aliás, por destruir inteiramente uma de suas bases de
mísseis que colocava o mundo num equilíbrio instável. Os governos
da Terra mantiveram o caso na rubrica do ‘top secret’, como sempre
fazem para que os povos não entrem em pânico e ignorem o perigo
que paira minuto a minuto sobre o globo. Queremos falar do perigo
a que expõe o planeta de vocês o alto potencial de forças negativas
que possuem.
O começo dos grandes acontecimentos em questão terá lugar na
China, e eles tomarão o rumo da União Soviética e da Europa. O
planeta se tornará rapidamente infernal. Será nesse momento que
detonaremos nosso plano de evacuação dos sobreviventes, como
lhes prometemos, especialmente durante os contatos precedentes.
Os sobreviventes serão transportados para outros planetas, fora do
seu sistema solar, onde lhes ministraremos o ensinamento espiritual
e o conhecimento das leis cósmicas universais que vocês perderam
há muitos milênios. Ao mesmo tempo, a bordo de nossas naves
espaciais começará para vocês o estudo dos conhecimentos
científicos que lhes permitirá reconstruir o mundo, quando o
trouxermos novamente até ele com o material necessário para
estabelecer sobre a Terra uma civilização dez vezes mais avançada
do que antes de sua destruição.
Pedimos a vocês que acreditem no que estamos dizendo. Não há em
nossa manifestação lugar algum para o acaso. Pedimos-lhes que não
duvidem de nossa existência e de nossa palavra. Tenham confiança,
e logo compreenderão o que representamos para vocês.
166 Pierre Monnet

Fiquem tranqüilos; nossa operação de salvamento foi


minuciosamente estudada e não há como cometer enganos.
Acontecimentos prodigiosos terão lugar em seu planeta. Na hora
presente, vocês seriam incapazes de compreendê-los, e é
exatamente por não poderem compreender que não ousam acreditar
nisso.
Não se inquietem. Agimos com precisão e sabemos exatamente o
que devemos trazer-lhes.
Quando menos esperarem, estarão mudados, assim como aquilo que
estão habituados a ver. Essa mudança sobrevirá de maneira tão
rápida, que cada ser humano não se reconhecerá nem reconhecerá
mais nada do que antes conhecia; isso ocorrerá de um dia para o
outro.
Muitos seres humanos estão conscientes da preparação dessas
grandes transformações. Isso os deixa nervosos. Esse estado de
espírito dá origem a certa agitação, que acaba rompendo a
qualidade das freqüências harmônicas de sua vida.
Muitos seres humanos do planeta procuram ‘meios de evasão’ dessa
vida má que eles mesmos e a maioria dos homens criaram para si.
Esses meios são estimulantes ou tranqüilizantes de toda ordem,
criando no espírito um mundo artificial a que se aferram
perigosamente. Dizemos perigosamente porque todos esses meios
artificiais de evasão são nocivos e afastam o ser humano da linha
lógica e natural de sua evolução mental, psíquica e espiritual que
assegura a continuidade da vida em harmonia com as leis cósmicas
universais. Faremos com que todos esses paliativos se tornem
inúteis, trazendo-lhes um estimulante espiritual muito mais eficaz,
natural e seguro para as células que constituem o seu invólucro e o
seu espírito.
Essa estimulação se dará telepaticamente durante o tempo dos
espaços noturnos de revolução do planeta. Nossos emissores de
ondas psíquicas fixados a bordo das naves-mãe que gravitam
próximo ao sistema solar, realizarão esse trabalho. Não é uma coisa
Comunicações Extraterrestres 167

certa que o grau de receptividade de seus cérebros assegure o


sucesso total dessa ‘Operação Influência’, pois noventa por cento de
suas células cerebrais acham-se inutilizadas e atrofiadas há mais de
um milhão de anos. Mas se houver um sucesso de apenas trinta por
cento, a civilização de vocês será dotada de novos conhecimentos e
aptidões no que diz respeito a técnicas, além de experimentar uma
mudança total de seus conhecimentos matemáticos. Descobrirão
novas energias não-poluentes de um poder e de uma qualidade
jamais conhecidos. Uma dessas energias será dotada de qualidades
polivalentes infinitas. Empregada de certo modo, essa energia estará
na base da descoberta ou, mais precisamente, da ‘redescoberta’ da
regeneração celular espontânea, que assegura um rejuvenescimento
e uma longevidade consideráveis do invólucro físico de cada ser
humano do planeta.
Há séculos agimos de modo que as energias colossais que
domesticamos, e que utilizamos desde quando o planeta de vocês
não era habitado, não caiam em suas mãos. Esse o motivo por que
nenhum de seus sábios alcançará a realização científica antes que os
julguemos espiritualmente dignos de se comportarem como homens
e saberem servir-se das forças cósmicas indispensáveis à sua
expansão galáctica.
Os precursores dos tempos futuros que nos contataram, ajudados
por sábios, seus filósofos, seus sociólogos e todos os homens de boa
vontade capazes de se reunir, estão aí para guiar sua civilização, sua
humanidade rumo à conquista dos seus títulos de nobreza, no amor,
na sabedoria, na fraternidade, a fim de fazer renascer o que suas
religiões chamam, sem nunca terem realmente acreditado nisso, de
‘paraíso perdido.’”

2 de Junho de 1977, 4h.


“O material que utilizamos para a construção de nossas naves
espaciais é constituído de moléculas instáveis de silício e ligas
metálicas muito leves e de alta resistência.
Essas ligas metálico-silicosas em que cada molécula se transforma,
168 Pierre Monnet

sob o efeito de manipulações magnéticas que mudam a ordem


atômica da matéria de que são feitas, podem, à vontade, tornar-se
transparentes e, em certos casos específicos, deixar-se atravessar
por um corpo humano, sem danos para uma parte e outra. Basta-
nos, para isso, modificar e adequar as vibrações das duas categorias
de matéria a freqüências convenientes, procedendo a uma leve
defasagem no tempo, para que os dois grupos de núcleos atômicos
se interpenetrem sem se tocarem. O procedimento equivale ao
começo da projeção de um corpo sólido, de uma dimensão ‘X’ em
uma outra dimensão ‘X-‘ ou ‘X+’.
Por um derivado dessa técnica, asseguramos não raro a
invisibilidade de nossos veículos durante o vôo ou sua aparente
imobilidade. O pessoal do móvel de referência experimenta os
mesmos efeitos que a matéria que constitui nossas naves. A
operação não oferece risco para o corpo humano, mas exige grandes
precauções.
O simples erro de um bilionésimo de mícron na manipulação das
amplitudes de ondas magnéticas e ultra-sônicas, que asseguram a
operação de desmaterialização de uma nave e seu pessoal, reduziria
pura e simplesmente o conjunto ao nada, não deixando nenhum
traço no tempo nem no espaço. Um tal erro, por mais ínfimo que
seja, equivale ao encontro de um átomo de matéria com um átomo
de antimatéria, ou seja, o desaparecimento total do móvel em
translação no espaço-tempo.
Os acidentes desse tipo são extremamente raros.
Vocês podem assim compreender por que nossas naves em
dificuldades não deixam qualquer traço.
Outras mensagens técnicas se seguirão. Esteja preparado.”

3 de Junho de 1977, 4h27.


“Contrariamente ao que pensam muitos de seus sábios, não existem
quarta, quinta, sexta dimensões etc. etc. Na verdade, existe uma
multidão de dimensões cuja gama se estende ao infinito, de grau em
Comunicações Extraterrestres 169

grau.
Para passar de um a outro desses graus dimensionais, a fim de
efetuar viagens intersiderais a velocidades quase instantâneas,
nossas naves possuem uma mudança de polaridade magnética que
modifica a freqüência vibratória da estrutura atômica da matéria de
que são feitas.
Ocorre então um efeito de desmaterialização e de repulsão agindo
entre o magnetismo do móvel e do planeta, do sistema ou da galáxia
que queremos deixar ou reintegrar.
Para um observador de fora e próximo a uma nave que esteja
operando uma translação dimensional, o efeito é surpreendente. No
caso de um disco voador, esse observador percebe as vibrações do
disco e sua mudança de cores. O disco parece deformar-se, tornar-
se uma esfera de energia intensa que desaparece de maneira quase
instantânea.
O efeito de transformação de disco lenticular em esfera de um
vermelho-alaranjado quase insustentável ao olhar deve-se à
formação esférica de um invólucro ionizado, de que se cerca o
móvel durante o aporte de energia magnética que permite a
translação de uma dimensão em outra.
Cada uma de nossas naves possui quatro meios de propulsão:
atômico, iônico, magnético e translação hiperdimensional.
A propulsão atômica é usada nas viagens interplanetárias. A
propulsão iônica, nas viagens de uma ponta a outra de uma galáxia.
A propulsão magnética, nas viagens em torno dos planetas.
A translação hiperdimensional é usada nas viagens intergalácticas e
nas viagens aos diferentes universos do cosmo. Mas também a
empregamos em viagens temporais.
Outras mensagens técnicas se seguirão. Aguarde.”
170 Pierre Monnet

4 de Junho de 1977, 23h10.


“Nossos discos de exploração de superfície são dotados de um
receptor de ondas magnéticas e ultra-sônicas que recebe o influxo
necessário à sua sustentação e manipulação. As emissões de influxo
fazem-se a partir de nossas naves-mãe estacionadas à beira do
sistema solar de vocês. Essas naves-mãe estão equipadas de um
gerador de energia cósmica.
Nossos geradores de energia enviam a cada um de nossos discos um
feixe de energia magnética que os receptores captam. Estes tratam
essa energia por polarização ou despolarização positiva ou negativa,
de acordo com a natureza do magnetismo próprio ao planeta a ser
explorado.
A tripulação de nossos discos de exploração pode deixar um desses
veículos, este sendo automaticamente convocado por teleguiagem
ao seio da nave-mãe a que pertence.
Nossos discos de superfície, inteiramente manipulados a partir das
naves-mãe, podem efetuar sozinhos missões de exploração; mas
preferíamos que eles sejam guiados por uma tripulação viva a
bordo.
Por simples contato telepático, a tripulação, onde quer que esteja,
pode conseguir com que o disco lhe seja enviado de volta e assumir
o seu comando.
O raio de ação de nossos discos de exploração de superfície não
ultrapassa o volume do sistema solar de vocês, tal como o
conhecemos atualmente.
A complexidade e a extrema precisão dos procedimentos
eletrossensitivos de nossos aparelhos permitem que dirijamos os
veículos e ainda outros através do pensamento. Da mesma forma
que os especialistas de vocês registram as reações dos cérebros por
meio de eletroencefalógrafos, adaptamos aos comandos
eletromagnéticos de nossos discos uma aparelhagem algo parecida
com os seus aparelhos médicos.
Comunicações Extraterrestres 171

Eletrodos são colocados sobre o couro cabeludo de nossos pilotos,


que não tem mais que pensar as evoluções que desejam imprimir
aos discos. As ondas-pensamentos passam pelo computador de
bordo, que as transformam em impulsos eletromagnéticos. Tais
impulsos são amplificados e dirigidos a um coordenador eletrônico
que age sobre circuitos a alta tensão, fazendo variar os diferentes
campos magnéticos que levam o disco a deslizar no seio do campo
magnético natural do planeta a ser explorado.
Sabemos que os seus esquemas de compreensão não podem ainda
assimilar certos aspectos de nossas técnicas científicas. Por isso, é
inútil atualmente oferecer-lhes explicações mais detalhadas, que
vocês não compreenderiam.
Esperamos apenas que as informações técnicas que lhes trazemos
estimulem a imaginação criativa de seus sábios e pesquisadores em
função de sua tecnologia atual.
Outras mensagens técnicas se seguirão. Aguardem.”

5 de Junho de 1977, 23h4.


“Nossas bases de superfície implantadas no planeta de vocês estão
protegidas do olhar por um poderoso campo magnético que age
sobre as moléculas da camada de ar ambiente, cercando os locais
onde essas bases se acham construídas.
O princípio desse procedimento magnético baseia-se na deformação
das moléculas de ar, tomando desde então a forma de prismas que
desviam os raios luminosos.
Tal procedimento torna invisível qualquer objeto que não pertença à
natureza do local e se encontre dentro do raio de ação do campo
magnético de invisibilidade.
Paralelamente a isso, emitimos uma sucessão de ondas que agem
sobre uma parte específica do cérebro dos raros transeuntes que se
aproximam de nossas bases.
É uma sucessão de ondas telepáticas programada para ordenar a
172 Pierre Monnet

quem quer que passe uma mudança de direção assim que se


aproxime de nossas instalações.
Nossas instalações no planeta de vocês não podem, portanto, ser
vistas nem no solo nem em altitude; elas passam despercebidas às
objetivas fotográficas de suas missões de observação aérea.
Devemos informar-lhes que, num período confuso de sua
civilização, um de seus veículos aéreos em dificuldades caiu numa
dessas bases, causando consideráveis prejuízos. Pudemos salvar
todos os homens da tripulação e os passageiros; no total 35 pessoas,
entre as quais duas crianças.
Essas 35 pessoas, gravemente feridas, foram regeneradas e tratadas
dentro de uma de nossas instalações situada a bordo de uma de
nossas naves-mãe, próximo ao sistema solar de vocês.
Tais sobreviventes encontram-se agora em perfeita saúde.
Ensinamos-lhes nossos princípios e vida social e nossos conceitos
cósmicos; desde então, eles manifestaram o desejo de viver
conosco. A esse pedido, enviamo-las ao nosso planeta de origem,
onde gozam uma vida feliz, de acentuada longevidade. Essas 35
pessoas vivem entre nós há 34 dos seus anos e estão perfeitamente
integradas em nossa civilização. Oito entre elas tornaram-se
brilhantes pesquisadores, e cinco outras fazem parte de nossos
melhores exploradores cósmicos.
Sabemos que para vocês tudo isso é fantástico e impensável. No
entanto, asseguramos-lhes que podem acreditar no que dizemos.
Somos capazes de muitas outras coisas que lhes pareciam mais
fantásticas ainda; por exemplo, o deslocamento de um planeta de
pequeno tamanho, como o de vocês, de um sistema solar a outro.
Pedimo-lhes não esquecer que estamos cientificamente quinze mil
de seus anos à sua frente em matéria de conhecimento.
Vocês não conseguirão alcançar-nos nesse particular, a menos que
aceitem pacificamente a nossa ajuda.”
Permito-me abrir aqui um parêntese importante para mim a respeito
Comunicações Extraterrestres 173

da prova da mensagem anterior:


Desde a publicação de meu primeiro livro (1978), recebi uma
considerável correspondência da parte de meus leitores. Entre as
cartas, uma era subscrita por um oficial de polícia aposentado
interessado em meus escritos, e que efetuou uma pesquisa
minuciosa para relacionar aviões desaparecidos entre 1942 e 1944.
Tive a surpresa de saber, por várias cartas enviadas por esse senhor,
que um desaparecimento de avião e de seus passageiros
correspondia ao que “meus” extraterrestres me haviam explicado,
uma coisa que realmente aconteceu (na época eu contava dez ou
quatorze anos de idade). Guardei essas cartas.

20 de Julho de 1977, 0h50.


“Vamos lhe falar sobre a vida e a morte.
Você transmitirá aos seus semelhantes o que vamos lhe dizer.
Tentaremos simplificar ao máximo para que possa traduzir aquilo
que vocês costumam chamar de ondas PSI nas palavras de seu
dialeto.
Sabemos que vocês têm um medo terrível do que chamam de morte.
Sempre cometeram o erro de pensar que, depois da desintegração
do suporte físico, nada mais podia existir. A realidade é bem outra;
um de seus estudiosos tinha parcialmente razão quando lhes
ensinou que “’nada se perde, nada se cria, tudo se transforma...’
A verdade é que o ser humano, qualquer que seja, não vive no
presente senão um momento das vibrações do seu futuro, que logo
se tornam vibrações do passado. O presente, o futuro, o passado não
são mais que imagens fictícias fracionando o tempo de vocês em
momentos de vida material. Seus esquemas de compreensão só
podem compreender uma realidade. O tempo não existe.
O lapso de tempo de vida de que têm consciência não é outro senão
uma das múltiplas vibrações do ato de vida energética que o seu eu
imortal imprimiu no invólucro físico. Seu eu interior, de origem
174 Pierre Monnet

divina, é o próprio criador do ser humano integral que vocês são –


corpo, alma e espírito. Mas o seu invólucro físico degenera por falta
de aplicação das leis universais cósmicas. Em outros termos, em
cada momento presente seu invólucro dirige-se para o passado, até
o desaparecimento total.
A partir desse instante, seu eu interior, que é energia-vida
imperecível, reúne-se à massa energética universal. Ali ele espera
que os elementos materiais sejam reunidos para permitir-lhe
reintegrar seja um invólucro físico neste mesmo plano terrestre, seja
em outro planeta, seja uma outra dimensão de vibrações mais
rápidas, de acordo com o grau de evolução de sua consciência
individual.
Quanto mais longa a vida de uma entidade física, maior o tempo
para aperfeiçoar sua evolução no momento presente, em direção de
seu próximo futuro constituído pelas múltiplas mudanças de estado
que ela experimenta ao longo das estações que se sucedem.
Vocês não devem temer a morte. Nestes termos, vocês têm medo do
que estão experimentando desde o nascimento. Por mais incrível
que pareça, a morte é exatamente o que vocês estão vivendo, ou
seja, a velhice, a decrepitude e a desintegração progressiva de seu
invólucro físico. O ser humano passa sua vida morrendo para
renascer ainda e ainda... Tal é o seu ciclo da vida e da morte.
Não há nada mais natural do que isso. E não compreendemos por
que vocês criaram religiões que deformaram o que acabamos de
explicar de modo simplificado.”

12 de Outubro de 1978, 21h30.


“durante numerosas grandes reuniões com muitos semelhantes seus,
muitos deles lhe farão perguntas sobre um problema insólito que
vocês chamam de Triângulo das Bermudas.
Há muitos milênios que estudamos o belo planeta de vocês.
Sabemos do que se trata. Nós lhe passamos agora informações a tal
respeito, coisa que preocupa um número considerável de terráqueos.
Comunicações Extraterrestres 175

Quando lhe perguntarem sobre isso, responda o seguinte:


A Terra sofreu várias oscilações em seu eixo de rotação. A cada
oscilação, o magnetismo do planeta vê-se conturbado e muda ao
mesmo tempo de posição e de polaridade. Mas não é uma mudança
instantânea; o antigo eixo só desaparece progressivamente; o novo
eixo magnético instala-se da mesma maneira. O que vocês chamam
de Triângulo das Bermudas provêm da existência esporádica no
tempo daquilo que vocês poderiam chamar de a impressão
persistente do antigo eixo magnético, que continua agindo sobre sua
antiga localização. Isso provoca fenômenos de conturbação em
termos do espaço-tempo, que lhes poderíamos explicar, embora o
seu atual nível intelectual científico muito pouco evoluído não lhes
permitisse assimilar esse mecanismo complexo.
Podemos apenas dizer-lhes que estudamos e acompanhamos em
profundidade os fenômenos que disso decorrem sobre o plano da
desmaterialização da matéria nesse meio energético.”

10 de Dezembro de 1978, 1h15.


“Você deve prevenir seus semelhantes sobre informações
importantes que vamos lhe dar: o planeta Terra está no limiar de um
período de graves perturbações magnéticas e geológicas que vão
mudar consideravelmente o aspecto geográfico do globo terrestre.
Paralelamente a isso, a Terra vai sofrer um sensível reaquecimento
interno, provocando rachaduras inabituais: sismos, aparecimento de
novas ilhas e novos vulcões em lugares inesperados.
Todas essas perturbações vão acelerar a oscilação progressiva do
planeta sobre o seu eixo, acarretando deslocamentos climáticos em
grande escala.
Entretanto, apesar do aspecto inquietante desses transtornos e dos
desacertos que isso provocará em termos da economia planetária,
não haverá por que se alarmar além da medida. Esse ciclo já
ocorreu várias vezes ao longo dos milênios que a humanidade de
vocês atravessou; vocês sempre enfrentaram condições adversas e
176 Pierre Monnet

aí estão.
Mas desta vez a ajuda mútua científica internacional deverá desde o
presente esquecer suas disputas e trabalhar conjuntamente a fim de
prever e minimizar os danos. Será talvez então, é o que desejamos,
a partida para uma ajuda mútua sincera em favor da paz e da
fraternidade de todos os povos do planeta.
De qualquer forma, nós mesmos colocamos em circuito um
dispositivo cuja complexidade nem o melhor dos seus sábios
conseguiria imaginar. Esse dispositivo age sobre as polaridades do
planeta, a fim de evitar uma oscilação muito rápida e muito brusca,
que se revelaria catastrófica. Pedimos que acreditem em nós quando
lhes falamos dos meios científicos, gigantescos aos olhos de vocês,
que estamos operando para vocês. Não devem subestimar-nos,
subestimar o nosso poder em qualquer domínio que seja. Já o
dissemos numa mensagem anterior: somos capazes de deslocar um
planeta de pequeno tamanho como o de vocês de um sistema solar a
outro.
Fiquem calmos diante do que quer que aconteça do futuro. Estamos
aí, velamos pela segurança do seu planeta. É no interesse dos
sistemas planetários vizinhos, que são eles também, habitados por
seres inteligentes como vocês e nós. Até breve.”

18 de Dezembro de 1978, 0h55.


“Quando de nosso último contato com você, falamos das desordens
magnéticas e geológicas que podem ocorrer em seu planeta.
Esperamos que tenha compreendido que estas previsões são apenas
previsões teóricas, mas bastante prováveis, que os nossos
computadores calcularam a partir de dados que detemos há mais de
25 mil de seus anos, graças aos aparelhos de controle que nossos
ancestrais deixaram no planeta de vocês antes de deixá-los e cujos
sinais ainda hoje recebemos.
Repetimos: as desordens magnéticas e geológicas de que lhe
falamos são essencialmente provocadas pelas forças negativas
Comunicações Extraterrestres 177

emitidas pelo cérebro de cada indivíduo desse planeta.


Vocês devem modificar as freqüências vibratórias dos seus
pensamentos para que eles emitam unicamente sobre gamas
positivas que são propícias a uma harmonização de nosso espírito
com os conceitos universais de amor, de perfeição e de sabedoria.
Esses conceitos lhes darão o conhecimento das leis universais que
criam, conservam, desenvolvem e perpetuam a vida na ordem e na
coerência entre o espírito e a matéria, no espaço e no tempo.
O espírito comanda a matéria; é uma lei cósmica que vocês já não
conhecem nem podem mais aplicar há muito tempo, porque
voluntariamente cortaram todo o contato com a natureza. Vocês já
não vivem como uma parte integrante do planeta, que é um dos
elementos essenciais de suas vidas.
Vocês se desligaram de todos os circuitos ondiônicos cósmicos e
telúricos. O progresso negativo que criaram para o seu ilusório
bem-estar fez com que seus próprios corpos já não tivesse contato
com o planeta de vocês. Desse modo, vocês se transformaram em
condensadores de energias negativas nocivas que o cérebro e o
corpo emitem em detrimento de vocês mesmos e de tudo o que os
cerca. Assim, vocês se degeneram sem permitir mais às suas células
a regeneração espontânea que tornaria sua vida sensivelmente mais
longa: da ordem de vinte a trinta vezes mais.
Vocês devem aprender a reencontrar o contato direto com o planeta
e a natureza, pois são eles que permitem a continuidade da vida.
Devem reaprender a alimentar-se, respirar e pensar:
Contato energético vital direto.
Nutrição do corpo e do espírito.
Respiração.
Desenvolvimento do pensamento positivo pela meditação.
Dessas quatro capacidades dependem o reaparecimento do processo
de regeneração celular espontânea e uma maior facilidade de
178 Pierre Monnet

mudança de freqüências vibratórias do cérebro, que então exercerá


seu domínio sobre a matéria, modificando-a à sua vontade. Graças a
isso, vocês evitarão as desordens magnéticas e geológicas que
surgem em seu planeta e cuja principal causa vocês ignoram.
Nossos contactados, e de maneira intuitiva os seres do planeta de
vocês, conscientes da realidade do que lhe ensinamos, tudo farão
para mudar o espírito de cada ser humano, sob pena de
degenerescência acelerada e de destruição, por culpa de vocês, de
toda a vida sobre a Terra. Procure fazer com que eles compreendam
isso.
Vocês podem aceitar ou recusar estes ensinamentos. No primeiro
caso, nós os ajudaremos e restabeleceremos pessoalmente a ordem;
mas nada poderemos realizar sem o seu consentimento unânime.
No segundo caso, será com a mais profunda dor no coração que nos
desinteressaremos de vocês, pois não temos o direito de interferir
muito diretamente no curso da evolução de um mundo diferente
sem que ele realmente o queira. Esta é uma das principais leis
cósmicas. Nós os amamos; vocês são nossos irmãos genéticos, mas
não devemos forçar seu livre-arbítrio. Amor, paz e fraternidade. Até
breve.”

29 de Abril de 1979. 1h47.


“Nossos uniformes de vôo são feitos de matéria flexível metalizada
que absorve ceras partículas ionizadas, com propriedades
luminosas. A vantagem desses procedimentos é manter em bom
funcionamento os fluxos bioenergéticos naturais das células de
nosso invólucro físico, que por isso mesmo, não deixa escapar
certos elementos bioquímicos necessários ao nosso organismo
durante os vôos a grande velocidade.
Quando descemos sobre um planeta cujas propriedades
atmosféricas são mais ou menos parecidas com as de nosso astro,
saímos dos discos descalços, a fim de que as partículas ionizadas
nas fibras do uniforme se descarreguem ao contato com o solo.
Comunicações Extraterrestres 179

A descarga no solo dessas partículas se faz em quatro horas. Depois


do que, os uniformes perdem sua luminescência.
Essa duração de quatro horas é suficiente para que os nossos
invólucros físicos se acostumem com os diferentes campos
magnéticos dos planetas onde descemos e andamos a pé.
Depois de ter caminhado sobre a superfície de um planeta, antes de
voltar para a nave nós a colocamos em contato direto com o solo a
fim de poder entrar.
Pois uma nave espacial que não se tivesse descarregado de seu
potencial ionizado e eletrostático seria absolutamente inabordável.
O ser humano que dela se aproximasse a um metro somente, mesmo
sem tocá-la correria sérios riscos.
Se esse mesmo ser humano tivesse a possibilidade de tocar a nave,
seria literalmente esvaziado de sua energia vital.
Já que acabamos de falar de ionização da matéria, achamos que
vocês estariam interessados em saber que em nosso planeta, na vida
corrente de cada um de nós, durante as fases noturnas, não usamos
o que vocês chamam de eletricidade. Nossos elementos luminosos
são feitos de massas de diferentes formas. Essas massas são
ionizadas sob vácuo e recobertas de uma matéria translúcida. Esses
elementos luminosos são praticamente eternos e inócuos para o
organismo humano.
Chamamos a isso luz fria, pois esse princípio luminoso não libera
nenhum calor.”

20 de Junho de199, 20h.


“Comemos também pétalas de certas flores cujo valor nutritivo é
largamente superior à carne dos animais do planeta de vocês.”

22 de Fevereiro de 1980, 0h55.


“Nós retomamos o contato com você como no passado (...)
180 Pierre Monnet

Informamos que, em relação ao seu planeta, a altitude de nossas


naves-mãe vai mudar. Isso com o objetivo de uma eficácia maior
sobre a modificação das camadas superiores da crosta terrestre.”

11 de maio de 1980, 21h40.


“Captamos as freqüências adequadas da sinusóide vibratória do
planeta de vocês. Nosso planetóide artificial de comando está
prestes a envolver o globo com um feixe de ondas apropriadas, que
os protege dos efeitos desastrosos da influência negativa de certos
corpos celestes desse sistema.”

12 de maio de 1980, 22h.


“A onda portadora de nossos pensamentos pode agora selecionar
um maior número de canais. O número de contatos entre os mais
puros de vocês vai aumentar, pois os acontecimentos vão se
precipitar e vocês terão necessidade disso.”

13 de Julho de 1979, 17h.


“Nossos irmãos de Vega que se acham sobre esse planeta não
apresentam sua verdadeira identidade a seus irmãos terráqueos.
Esses irmãos de Vega III estão entre vocês para observar como
vivem e ainda para se adaptar aos diferentes climas do planeta e ao
seu peso. Depois de várias temporadas determinadas, eles foram
escolhidos para substituir o pessoal de nossas bases instaladas na
Terra, tanto na superfície quanto embaixo do solo. Essa rotatividade
permanente de nosso pessoal entre a Terra e as duzentas naves-mãe
de Vega que estacionam no limiar do sistema solar tem como
objetivo familiarizar nossa gente com esse mundo, já prevendo o
momento em que seremos obrigados a intervir. Essa intervenção só
ocorreria no caso de um erro cometido por seus sábios e
pesquisadores, apresentando o risco de uma catástrofe planetária
imprevista que não tivéssemos podido controlar eficazmente desde
o começo. Sabemos que você tentou verificar as informações que
alguns dos seus lhe deram, mas garantimos que está perdendo
tempo. Nenhum dos nossos que vivem entre vocês recebeu a ordem
Comunicações Extraterrestres 181

de se identificar. Mas é para breve essa possibilidade; você será


avisado. Pois começaremos a familiarizar os contactados aos
encontros físicos com os nossos irmãos que vivem entre vocês. Eles
os conhecem. Cada contactado será telepaticamente dirigido para os
locais de encontro. Você sabe como reconhecer um dos nossos...
Até breve.”

18 de Agosto de 1979, 2h32.


“Temos bases nos Pireneus e material importante embaixo do
monte Ventoux.”

17 de Julho de 1979, 23h10.


“O mundo de vocês está morrendo. O ser humano que o habita sabe
disso e não tem mais força para reagir, pois falta-lhe coragem para
reencontrar o caminho da sabedoria, que entretanto lhe estava
destinado e que ele abandonou devido à má utilização da lei do livre
arbítrio, esse livre arbítrio que o grande construtor de todas as
coisas pôs a sua disposição para direcionar sua evolução para o
amor, a sabedoria e a perfeição, condição única para a criação, a
propagação, a conservação e a continuidade da vida.
Os seres humanos ainda conscientes e sábios desse planeta sabem
disso. Mas esses homens estão isolados no meio dos inconscientes e
daqueles que perderam a razão a ponto de não se darem conta de
que participam, devido ao consentimento silencioso, da destruição
de toda a vida no planeta.
Desde agora, o primeiro dever de cada ser humano consciente e
sábio é procurar em torno de si aqueles que se parecem com ele e
unir-se para pressionar toda a civilização, a fim de abrir-lhe
rapidamente os olhos. A própria sobrevivência da espécie depende
disso.
São chegados os tempos em que o homem, em sua multiplicidade
deve juntar-se aos outros e criar o corpo do homem novo, o homem
de amanhã, o homem do futuro, que deverá harmonizar-se com toda
criação a que pertence. O homem novo, este homem da raça de
182 Pierre Monnet

hoje, deve voltar a ser o homem da raça primordial que era antes
que tivesse começado a abusar do livre-arbítrio.
O homem deve recuperar a sua consciência cósmica.
Nós temos estudado esse planeta com mais minúcia desde os anos
1934-1947, período durante o qual pressentíamos os futuros
projetos das ciências de vocês. As pesquisas realizadas pelos
cientistas terráqueos a partir desse período agravaram as coisas. Um
importante processo de desestabilização foi detonado em termos
dos elementos magnéticos do globo, reações químicas daí
decorrentes estão se acelerando até atingir um ponto de não-retorno,
se os dirigentes dos corpos científicos das nações desse mundo não
reagirem entre o momento atual e o ano 2200. Depois disso será
tarde. As radiações que vocês criaram detonaram o sinal de alerta
dos nossos computadores.
Essas radiações destroem os elementos bioquímicos e biofísicos das
células vivas e dos cristais moleculares da matéria inerte e viva em
seus núcleos atômicos. Em seguida a esse processo, mutações
celulares vão efetuar-se cada vez mais freqüentemente sobre os
seres humanos do planeta. Tais mutações já começaram há mais ou
menos vinte anos, mas numa freqüência ainda não alarmante.
Todavia, durante os últimos cinco anos, esse processo vem sendo
acelerado perigosamente. A civilização de vocês pode deter o
processo em marcha suprimindo o mais rápido possível qualquer
produção de radioatividade, inclusive a aparelhagem radiográfica e
o seu sistema televisivo, que todas as crianças e as mocinhas em
idade de procriar deviam deixar completamente de lado. Não lhes
restam mais do que quarenta dos seus anos para seguir
rigorosamente nossos conselhos e voltar às fontes naturais da vida,
sem perda de tempo. Do contrário, vocês se verão chamados a
experimentar um período de vários milênios do mais atroz dos
pesadelos vividos pelo homem desse planeta. Sabemos do que
estamos falando por termos encontrado vários planetas
contaminados durante nossas viagens intersiderais. Trata-se de algo
que não podemos esquecer.”
Comunicações Extraterrestres 183

12 de Outubro de 1979, 23h.


“Materializamos esferas micro-energéticas no interior da matéria
que constitui esse planeta, a fim de situar os pontos onde devemos
instalar nossos aparelhos de regulação dos sismos que afetam as
camadas tectônicas do mundo de vocês.
Efetuamos não raro essa operação em numerosos planetas em
catástrofe. Podemos cometer enganos, e isso já ocorreu várias
vezes, mas sempre conseguimos superar esses enganos graças ao
avanço de nossa ciência.
Sabemos que, naquilo que diz respeito a vocês, as coisas estão bem
encaminhadas. Vamos poder limitar consideravelmente os danos.
Tenham confiança. Até breve.”
Abro um parêntese importante: quatro dias depois das informações
telepáticas precedentes, recebidas em público diante de cinco
testemunhas, ocorreu a enchente de Nice. A versão da imprensa foi
montada com o objetivo de não assustar a população. Os meios de
comunicação divulgaram que a causa fora toda aquela terra retirada
do leito do rio para os trabalhos de ampliação do aeroporto. Mesmo
assim, um importante jornal local publicou um longo artigo, que
oferecia as verdadeiras explicações para o fenômeno.
“Os cabos telefônicos que ligam Gênova (Itália) à Espanha foram
rompidos e literalmente volatilizados sobre uma extensão de oitenta
quilômetros. Pesquisas realizadas a esse respeito permitiram
descobrir que um vulcão situado a 250 quilômetros de Nice e a
cerca de 1.500 metros de profundidade tinha entrado em erupção,
arrasando os leitos marinhos por várias centenas de quilômetros. É
incontestável que a enchente, que causou vítimas em Nice e em
Antibes, foi provocada por essa erupção...”
Pouco tempo depois, um tornado se abatia sobre o cabo de Antibes.
Em 16 de Outubro, no mesmo momento, houve na Califórnia um
tremor de terra devido à abertura de uma falha colossal. Um abalo
desse teor não se havia produzido há mais de quarenta anos. Os
tremores acusavam 6,4 pontos na escala Richter.
184 Pierre Monnet

O parêntese citado (verificável) pode provar a autenticidade dos


meus contatos com os seres de além-espaço superiormente
evoluídos, tanto no plano científico quanto no plano espiritual.
Durante meus numerosos contatos telepáticos, assim como nos
meus dois encontros com extraterrestres, eles me declararam ser os
“anjos” representando “os exércitos de Deus” de que falam as
escrituras sagradas. Devo acrescentar que o fato de terem sido
nomeados “anjos” nos tempos antigos provoca-lhes um sorriso
gentil, devido ao aspecto demasiadamente místico dessa definição.

10 de Maio de 1980, 23h10.


“Sabemos há muito que os múltiplos transportes do pensamento se
fazem por indução de partículas cósmicas simples, que os sábios
terráqueos pressentem mas ainda não descobriram, e que temos o
controle quase perfeito no que concerne À direção, seleção,
velocidade e freqüências vibratórias.
Os contactados e todos os seres humanos receptivos do planeta
recebem os impulsos dessas partículas cósmicas simples, que
veiculam nossos pensamentos e nossos conceitos de paz, de
fraternidade e de amor universal.
Utilizamos o mesmo procedimento um pouco modificado para
controlar a energia nuclear de vocês.
Numa mensagem precedente, informamos que tínhamos o controle
de sua energia nuclear. Sabíamos que não podíamos conceber esse
controle senão pela aplicação de sistemas científicos muito
elaborados. Assinalamos, a fim de que transmitisse a informação
aos seus semelhantes, que efetuamos esse controle unicamente por
uma influência psíquica tendo uma ação sobre a matéria. Para nós,
basta concentrar nosso pensamento na aceleração, na desaceleração
ou na neutralização total de qualquer desintegração radioativa.
Podemos, portanto, efetivamente, controlar a desintegração
isotópica pela concentração de nosso poder mental, isso valendo em
torno e sobre a superfície do planeta. Nisso, somos ajudados por
nossos potentes amplificadores de ondas psíquicas instalados a
Comunicações Extraterrestres 185

bordo de nossas maiores naves interestelares e daquelas que se


acham cuidadosamente instaladas no planeta de vocês.
Estamos assim preparados para limitar consideravelmente os danos
no caso de efeito catastrófico de reação em cadeia, a partir de um
eventual conflito nuclear de sua parte ou da parte das suas energias
nucleares domésticas.
Informamos que acabamos de verificar a instalação de usinas
nucleares em diferentes locais do país em que vivem.
Estamos pasmos por constatar que quase todas essas instalações
estão perigosamente situadas sobre falhas geológicas precárias e
que as suas estruturas de construção são insuficientes para garantir a
segurança dos seres humanos em caso de acidente.
Para dar um exemplo, suas instalações de produção de energia
nuclear podem se comparar à construção de uma cuba de dois
quilômetros cúbicos construída em papel fino e destinada a guardar
nitroglicerina, esse potente explosivo que vocês inventaram sem se
darem conta de seus perigos.
Vocês fazem avançar sua ciência de modo inconsiderado, sem
qualquer respeito pela vida humana. Vocês são aos nossos olhos
crianças que teimam em manipular forças que não conseguem
controlar totalmente.
Paz em você. Nós o acompanharemos em suas ações.”

2 de Julho de 1980, 19h23.


(Enquanto eu ouvia Jean-Pierre Prévot e Franc Fontaine, no
momento em que um espectador fazia uma pergunta sobre as
“bolhas falantes”. Não tendo havido nenhuma resposta durante uma
entrevista televisada, aqui ofereço uma.)
“Aquilo que a maioria das testemunhas terráqueas que tiveram
contato com nossas esferas luminosas falantes chama de ‘bolhas
falantes’ é a cristalização semimaterial de alguns de nossos ‘corpos
sutis’. Utilizamos esse procedimento de sublimação de nossos seres
186 Pierre Monnet

para facilitar o teletransporte instantâneo. Isso é muito fácil para


nós, se considerarmos que o espírito cria e comanda a matéria.
Embora nunca o tenha sabido, usamos para você um procedimento
parecido, não visível do exterior e do interior. Esse procedimento
suprime o que vocês chamam erroneamente de tempo. Essas
esferas, que são uma parte de nós mesmos, criam-se a partir da
força dos nossos pensamentos, vibrando a freqüências bastante
particulares que vocês não conseguiriam ainda alcançar e
aparentando-se um pouco com aquilo que chamam de ‘viagem
astral’. Concentramos, amplificamos e emitimos essas forças
psíquicas por meio da aparelhagem que lhe permitimos ver num
flash. Em sua linguagem científica, vocês poderiam chamar essa
aparelhagem de transmutador a ondas curtas. Ela permite a
materialização e a desmaterialização de alguns de nossos corpos
sutis no tempo e no espaço, de acordo com as dimensões a serem
investigadas.
Essa forma esférica é produzida por uma sucessão de ondas mentais
que captamos nos esquemas de procedimentos construtivos das
estruturas atômicas da matéria em todos os níveis de fluidez. O
infinitamente pequeno e o infinitamente grande sendo idênticos e
intimamente ligados entre si, as moléculas de cristalização esférica
que produzem a materialização de nossos corpos sutis se lhes
assemelham, de onde a forma esférica de nossas energias falantes e
portadoras. Até breve.”

27 de Julho de 1980, 23h10.


“Muitos de seus semelhantes colocaram-se questões sobre nossa
maneira de viver na sabedoria, no conhecimento cósmico e numa
noção muito acentuada do amor universal.
Perguntam-se não raro há quanto tempo alcançamos este grau de
evolução.
Na verdade, se nos fosse preciso dizê-lo, ficaríamos bastante
embaraçados, pois acreditamos sinceramente que alcançamos este
grau de evolução desde (gostamos de ouvi-los dizer, pois achamos a
Comunicações Extraterrestres 187

expressão muito bonita) a ‘noite dos tempos’. Não nos pertence tal
mérito; isso faz parte da nossa vida, como para vocês a função
respiratória. Mas também e, sobretudo, nos sentimos infinitamente
pequenos em relação aos seres superiores que conhecemos e que
são nossos mestres, guias e instrutores. O número de esferas de
vibrações superiores que estão ‘acima’ de nós é infinito como o
volume e o espaço cósmico que nos cerca. Nós não podemos nos
situar na escala hierárquica dos níveis de evolução em relação ao
que se acha acima e abaixo de nós. Sabemos apenas que nossa
missão é evoluir e fazer com que evoluam todos os elementos da
criação para o grande construtor de todas as coisas. Não nos
sentimos absolutamente superiores em relação a vocês e a tantas
outras esferas que devemos ajudar, pois sabemos que se o
quisessem realmente, vocês poderiam igualar-nos rapidamente em
todos os planos. No plano cósmico, não há superiores nem
inferiores. Apenas seres que retardam a própria evolução por falta
de amor.
O fato de não haver qualquer mérito em atingir o que vocês
chamam de um certo nível elevado de evolução deve-se a que
temos a faculdade, em todo momento de nossa vida naquilo que
vocês chamam de ‘presente’, de consultar aquilo que os iniciados
terráqueos denominam ‘anais akáshicos’. Por esse meio, retificamos
constantemente o curso de nosso comportamento, e isso já há um
bom número de bilhões de seus anos. Mas para chegar até aí, desde
esse tempo incomensurável, foi voluntariamente que decidimos
respeitar a lei de amor, sem a qual não há evolução, sem a qual não
há verdadeira vida.
Nós amamos vocês e gostaríamos de levá-los a compreender essa
lei sem infringir a lei do livre-arbítrio; levá-los a compreender que
se apenas um de vocês quisesse realmente, o conhecimento lhe seria
dado instantaneamente. O conhecimento cósmico das coisas e dos
seres pelo poder do amor universal.
Esse amor, alguns de vocês o possuem, mas não podem nem
querem demonstrá-lo, porque os seus semelhantes o recusariam;
188 Pierre Monnet

eles ainda não estão preparados, e essa falta de preparação cega-os a


ponto de não verem onde o amor se encontra, em que olhos ele
brilha e suplica em vão.
Àqueles entre vocês a quem foi concedido compreender
perfeitamente a lei do amor, dizemos: não percam a paciência,
continuem a mostrar e a oferecer amor em cada minuto da vida;
pois breve, muito breve, mudanças terão lugar no coração dos
homens, e a satisfação será grande para vocês; serão recompensados
por todo o amor que dispensaram, pois o receberão centuplicado.
Até muito breve.”

20 de Novembro de 1980, 3h45.


“Vocês vivem no interior do pensamento criador da energia pura e
inteligente que suas religiões chamam de Deus.
No plano da descrição material científica, esse pensamento criador
cósmico é de ordem química, sendo idêntico na qualidade de
elemento eletroquímico, ao cérebro humano, criado à imagem da
energia central (Deus).
O processo de funcionamento eletroquímico do pensamento
humano é rigorosamente idêntico ao processo eletroquímico de
funcionamento do elemento central. Este cria por amor de perfeição
sempre crescente e por necessidade vital de eternidade na criação
perpétua do pensamento cósmico, de que cada ser vivo é um
elemento preponderante, agindo sobre a conservação da forma e da
vida de cada planeta, bem como do pensamento universal vital
cósmico. O espírito criou a matéria. A matéria tornada viva na
criação do homem juntar-se-á ao espírito, no espaço e no tempo,
pela eternidade, desde que o espírito do homem, em suas
possibilidades de escolha, não destrua a obra do grande construtor
de todas as coisas. Até breve.”
Esta mensagem mostra bem como o infinitamente pequeno acha-se
estreitamente ligado ao infinitamente grande, a tal ponto que se um
desregulamento fora das leis universais se produzir nesse nível,
tudo o mais receberá o contragolpe. Poderíamos deduzir que é
Comunicações Extraterrestres 189

possível ao homem, se ele assim o desejar, destruir todo o cosmo.


Ele pode pelo menos destruir para sempre seu próprio sistema solar
pela criação de ciências negativas. Felizmente, a criação cósmica
prossegue sem parar e não é estática. Para destruir a criação, seria
necessário que o pensamento de todos os seres pensantes,
inteligentes, juntasse todas as forças negativas ao mesmo tempo. O
elemento energético central seria talvez atingido... Mas pode-se
imaginar o homem “matando” Deus? Ele talvez seja até capaz
disso. No entanto, se ele continua a se tornar tão negativo, “mata”
Deus em seu coração.

13 de Março de 1981, 10h16.


“Nosso planetóide artificial de comando e de coordenação do
programa prossegue em seu itinerário rumo ao planeta de vocês e
não se encontra a mais de cinco mil anos-luz do seu sistema solar. É
a partir desse planetóide e de nossas duzentas naves-mãe
estacionadas no limiar do sistema de vocês que vamos programar a
última fase de sua reestruturação em todos os planos. É também
nesse planetóide que serão recebidos os mais sábios entre vocês, a
fim de ganharem os conhecimentos cósmicos necessários à sua
reinstalação eventual sobre a Terra depois da depuração das forças
negativas aí existentes. Desde então tudo será mudado para vocês, e
compreenderão finalmente o que é viver. Esse planeta e vocês
mesmos, regenerados, mal serão conhecidos. Mas essa regeneração
só depende de vocês. Só depende de que queiram amar e espalhar
esse amor em torno de si. Estamos falando de Amor, não de amor.”
As mensagens telepáticas que o leitor acaba de ler são as
mensagens que eu devia retransmitir. Recebi outras durante os meus
numerosos contatos. Não achei bom inseri-las aqui, pois são em sua
maioria mensagens pessoais que dizem respeito à melhor condução
de minha própria vida. A maior parte dessas mensagens pessoais
me fizeram não raro evitar cometer terríveis enganos que me teriam
prejudicado.
Quarta Parte

Ensinamentos e Iniciação
O tempo não existe

Mesmo correndo o risco de dar ao leitor a impressão de ser um


autor “que vive se repetindo”, é importante para mim insistir mais
uma vez sobre o fato essencial de que sou apenas um homem de
Deus, tal como ele o desejou. Por isso, acontece-me às vezes dizer
às pessoas: “minha instrução tem dois mil anos de experiência.” A
maioria não compreende tais palavras e gostam de dizer, zombando:
“Nossa! Ele se considera o próprio Jesus Cristo.” As pessoas
gostam de rotular os indivíduos que as incomodam. Não conseguem
entender que um homem possa estar muito atento a dois mil anos de
experiência da palavra de Cristo. Foi essa palavra que finalmente
me levou a trilhar o caminho realista do amor universal que Deus
nos ensina no seio de seu único templo verdadeiro, que é o próprio
homem.
Ser-me-ia bastante desagradável querer passar por um desses
farsantes mais ou menos perigosos que se tomam por eleitos de uma
raça extraterrestre de semideuses astronautas a bordo de engenhos
vários, para anunciar o fim do mundo.
Sou na verdade um ser que sempre procurou soluções simples e
naturais para todas as indagações, pois no fundo de mim mesmo
sempre tive a convicção, certeza desde 1951, de que o misterioso e
o sobrenatural não existem em parte alguma no universo. Tudo que
vem de Deus é simples.
Desde o primeiro contato com seres de além-espaço, minha alma e
194 Pierre Monnet

meu coração continuaram sendo o que eram quando eu estava com


dezenove anos. Não podem mais envelhecer. Quando eu “partir”,
renascerei ainda e ainda. Não se trata de um sentimento de
imortalidade?
O tempo não existe. Ele só existe na ignorância do homem. Não há
necessidade de procurar em outro lugar o que se encontra dentro de
nós mesmos e de que só saberemos nos servir quando tivermos
sabedoria. Aí reside todo o segredo. Que não chega a ser
propriamente segredo, pois está ao alcance de todos; basta ter
compreensão; ora o amor é antes de tudo compreensão
(compaixão).
Quando o homem deixar de ser antinatural, compreenderá e se
tornará eterno, corpo e alma. Esse raciocínio é mais simples e mais
claro que a água da fonte, que corre do alto da montanha e deve
matar a nossa sede, se quisermos obter a purificação. Creiam-me,
para entender tudo isso não é necessário acreditar nos deuses
absurdos que as múltiplas religiões do mundo nos impingiram.
Basta ser simplicidade, basta ser amor.
Eu sei... É sempre espantoso, no meio das várias tendências
agressivas do século XX, ouvir falar de amor universal, sobretudo
da parte de um homem comum. Existe um grande número de
homens verdadeiros, mas infelizmente eles se afogaram na massa
dos outros. Desejo que tais homens sintam a influência do espírito
que me habita e espero que me ajudem a falar, ainda com mais
intensidade, à nossa civilização de hoje.
Uma pessoa muito crente, com que tive ocasião de corresponder-
me, escreveu-me o seguinte: “À força de procurar, o senhor teve de
Deus a recompensa pelos seus esforços.”
Por que falar de recompensa? Não há em tudo isso recompensa,
mas apenas um justo e lógico retorno das coisas. Para a pessoa que
é honesta com aquilo que experimenta de suas origens, não há
qualquer esforço ou mérito em alcançar finalmente a luz, já que
desde o princípio éramos luz.
Comunicações Extraterrestres 195

A mesma pessoa ainda comentou: “Para ter essa fé e essa energia


para com a natureza viva e inteligente de que o senhor fala e que
sente em seu íntimo, e para realizar a grande missão de comunicá-la
ao mundo através do seu livro, é que o senhor foi escolhido, como
aconteceu com Jesus há dois mil anos...”
Respondi-lhe que na verdade ninguém é escolhido. Cada qual
escolhe o seu caminho: o bem ou o mal, a luz ou as trevas, a vida ou
a morte. Aquele que escolhe a morte participa quando esta vem de
um pedaço de energia. Não estou nem acima nem abaixo, não sou
tampouco igual a ninguém e principalmente não de Jesus, a que
sempre respeitei. Embora tenha sido um homem como vocês e eu,
ele foi sobretudo amor.
Jesus nos foi apresentado por Deus como o modelo do que
deveríamos ter sido e devemos ser. Mas nós não entendemos nada.
Quanto a mim, considero Jesus nosso irmão e meu mestre
espiritual.
Sou apenas um homem que foi aconselhado e instruído com justeza
por aqueles que as antigas escrituras chamam de anjos ou, mais
propriamente, exércitos de Deus.
Compreendi que o amor confere o conhecimento, mesmo intuitivo,
da beleza e da imensidão cósmica, que não se detém nos limites de
nosso próprio universo.
Mas como levar as pessoas a admitir um tal conceito?
De qualquer modo, vou tentar: peguem uma gaveta. Encham-na de
esferas translúcidas de cinqüenta milímetros de diâmetro. Quando o
fundo da gaveta estiver repleto, com as esferas tocando-se umas às
outras, despejem outra camada de esferas idênticas, que irão
naturalmente alojar-se nos espaços livres, onde estarão calçadas
entre três outras esferas. Vão fazendo isso de acordo com o
tamanho da gaveta. Completado o serviço, observem o que
acabaram de realizar. Terão ali a representação estilizada e
aproximativa da estrutura de uma parte ínfima do cosmo, cada
esfera representando um universo tão grandioso quanto o nosso. No
196 Pierre Monnet

interior de cada um desses universos gravita um número


incalculável de sóis como o nosso, em torno dos quais giram
numerosos planetas habitados por seres humanos parecidos
conosco. Todos esses seres humanos fora de nosso planeta, que
somos logicamente forçados a chamar de “extraterrestres” são da
mesma maneira que nós, filhos de Deus. São criados e
disseminados por toda parte no seio da criação.
Entre tais humanidades, a evolução espiritual e a tomada de
consciência cósmica podem apresentar algumas diferenças e por
isso mesmo, os habitantes de certos planetas como o nosso acham-
se ainda repletos de vibrações negativas e são prisioneiros de seu
próprio mundo. Desse modo, não podem contaminar os mundos
cujo espírito dos habitantes está próximo de Deus.
Para tentar forjar a compreensão dos humanos atuais, a tecnologia
científica é utilizada por nossos visitantes galácticos.
Entre os universos, como entre suas esferas translúcidas, existem
“vazios” que são zonas de compressão do espaço-tempo. Esses
vazios contam-se em número de um para cada cinco universos.
As naves espaciais extra-universais utilizadas pelas humanidades
extraterrestres cientificamente e altamente evoluídas usam esses
“vazios” para viajar de um universo a outro, ou ainda de uma ponta
a outra da criação ou de uma galáxia, a velocidades que superam
qualquer imaginação. Elas fazem isso sem empregar a energia
produzida pelo “móvel” em funcionamento, ou seja, a nave. O
deslocamento de um móvel extra-universal se faz por oposição das
forças repulsivas colossais produzidas pelo movimento de expansão
dos universos.
Não gostaria de parecer ao leitor esse senhor pedante e pretensioso
que acaba de dar um curso de cosmologia a fim de se mostrar
superior. Assim, devo dar agora a razão desse “curso”, que não foi
para mim senão um meio de fazê-los avaliar de mais perto a
pequenez do ser humano habitante de nosso planeta, que se acredita
o centro do universo. Quero falar da evolução lógica e verdadeira,
Comunicações Extraterrestres 197

daquela que só se pode fazer através do amor, pelo amor do


conhecimento, pela felicidade, a alegria e o bem-estar da espécie
humana.
Algumas páginas de uma história antiquíssima

Numa época muito longínqua, situada entre o começo do universo e


a primeira glaciação terrena, as civilizações humanas, espalhadas
pelos vários universos cósmicos, eram cientificamente muito
evoluídas.
Elas estavam sete mil anos mais adiantadas que a ciência do homem
deste fim do século XX. Tinham adquirido essa evolução científica
no mais profundo respeito à natureza e à sabedoria, sem a qual não
existe evolução científica, espiritual e moral possível.
Naquele tempo, tais civilizações conheciam a juventude permanente
e uma longevidade muito acentuada, devido à regeneração celular
espontânea.
Esses homens sabiam criar a matéria inerte e a matéria viva graças à
descoberta de energias naturais colossais tiradas ao cosmo e
tratadas cientificamente.
Eles desenvolveram sua civilização em colaboração estreita com a
natureza e fizeram crescer suas ciências com amor na direção do
futuro positivo da espécie, então prodigiosamente poderosa.
Conheciam e dominavam perfeitamente a gravitação e a anti-
gravitação. Isso lhes permitiu efetuar viagens cósmicas, descobrir
outras galáxias, encontrar outros mundos e outras civilizações.
Conheciam igualmente os princípios da levitação por concentração
200 Pierre Monnet

e projeção das ondas eletrostáticas e magnéticas dos planetas,


dando-lhes condições de fazer sem qualquer dificuldade as
manipulações mais pesadas. O homem de hoje ficaria espantado ao
ver com que facilidade eles erguiam e dirigiam com precisão blocos
de pedra de trinta metros de comprimento, vinte metros de largura e
dez metros de espessura. Erguiam tais blocos a mais de duzentos
metros de altura. O comando dessas manipulações era feito por
intermédio de um único homem, graças a um pequeno aparelho
eletrônico muito especial do tamanho de nossos telefones atuais.
Eles realizavam proezas ao reunir esses blocos com extrema
precisão.
Dominavam as ondas vibratórias, com as quais efetuavam todos os
trabalhos penosos, sujos e perigosos para eles e as coisas que
viviam.
Esses homens viajavam no espaço-tempo a velocidades “zero
menos X” e “trezentos mil mais X”.
A “televisão” era aperfeiçoadíssima. O “telespectador” vivia no
meio do programa de sua escolha. Os programas televisados eram
em relevo e em cores, tridimensionais, multissensitivos e
multifônicos. A percepção dos programas fazia-se por um efeito
eletromagnético agindo sobre o córtex cerebral.
Os seres desse tempo viajavam no cosmo a fim de aumentar seus
conhecimentos e para que as espécies que encontravam pelo
caminho tirassem proveito dos resultados de sua ciência.
Aqui não foram dados senão pequenos detalhes das grandes linhas
que constituem a estrutura geral do conjunto dos conhecimentos
desses seres evoluídos e sábios, nos mais antigos tempos de nosso
sistema solar e ainda mais além.
As civilizações dos tempos antigos até as
glaciações terrestres

Uma expedição muito importante foi organizada por uma dessas


civilizações, partida da Terra antes da primeira glaciação. Seus
representantes voltaram à nossa galáxia e encontraram nosso
sistema solar que tinha mudado bastante. Plantaram as bases da
expansão de sua espécie em diferentes planetas do sistema.
Inicialmente Saturno, depois Vênus, Marte e o satélite natural da
Terra, a Lua. Esta foi preparada como local de observação, servindo
para vigiar a Terra, então em plena glaciação. Que se tinha passado
durante essa ausência de vários milhões de anos? Só havia água em
sua superfície, e ela só tinha um dos satélites naturais que possuía
antes.
O potencial científico e tecnológico desses seres permitiu-lhes
acelerar o fim do processo de glaciação. Trataram, portanto,
artificialmente a espessa camada de nuvens que cercava o nosso
planeta de todos os lados, a fim de que os raios regeneradores do
Sol o alcançassem, e a vida mineral, vegetal e animal reaparecesse
na superfície e nos mares.
Esse trabalho colossal de transformação de um planeta durou várias
centenas de anos, antes que os viajantes do espaço pudessem
organizar sua instalação na Terra.
Aqui, eles colocaram raças de seres humanos pouco evoluídos,
tiradas de outros planetas que tinham sofrido gigantescos
202 Pierre Monnet

cataclismos naturais e artificiais.


Essa importação humana explica as diferenças de raças, cor da pele
e costumes.
Paralelamente aos milênios necessários à reeducação desses
“emigrados” importados pelos galácticos, desenvolveu-se entre
todos esses seres vivos uma espécie de “hominídeos” que os
galácticos julgaram-se tratar de antigos humanos degenerados por
uma guerra atômica no planeta de onde tinham sido tirados. Essa
espécie sensivelmente diferente, de forma quase humana, com
predominância “intelectual” latente, evoluiu até a época atual; são
os nossos grandes macacos de hoje, que serão talvez a espécie
humana de amanhã, em alguns bilhões de anos. Mas devemos temer
que, em sua ignorância e seu nefasto espírito de “superioridade”, as
civilizações modernas de hoje os exterminarem antes de tomarem
conhecimento do que lhes estava destinado.
Para reeducar os homens trazidos para a Terra, foi preciso muito
tempo. Foi preciso modelá-los, “recriá-los” à imagem biológica,
fisiológica e intelectual de seus mestres educadores, que eles
veneravam como a “deuses vindos do céu”, que lhes
prodigalizavam a vida, o bem estar, a beleza, a dignidade humana e
os conhecimentos.
Vários milhares de anos depois do fim da reeducação desses
homens, estes formaram por sua vez poderosas civilizações.
No entanto, embriagadas pelo imenso conhecimento que haviam
adquirido, essas civilizações não tardaram a mostrar divergências
de opiniões quanto à utilização das ciências descobertas. Pouco a
pouco, com o correr do tempo, os terráqueos revelaram intenções
nitidamente belicosas para com os próprios educadores.
Vendo que o homem não agia de acordo com as leis que regiam a
harmonia universal, os galácticos conceberam um plano de
neutralização, escondendo e apagando as somas dos conhecimentos
adquiridos, bem como o material científico, no único e gigantesco
continente que existia então sobre a Terra. Este começava
Comunicações Extraterrestres 203

progressivamente a se tornar um verdadeiro “inferno” de fogo e de


sangue.
Os galácticos decidiram enfim partir do planeta. Antes disso,
porém, deixaram cinqüenta mil de seus homens embaixo da Terra
para que vigiassem e ajudassem secretamente os humanos
decadentes que, na superfície, infringiam as leis da vida.
Esses homens decadentes, que com a ajuda dos galácticos e
malgrado as diferenças de raças, tinham chegado a constituir os
Estados Unidos do Mundo, continuaram a regredir. Fizeram
rapidamente uso do que lhes restava ainda de seu alto saber
científico para detonar uma guerra de tal poder, que o aspecto físico
e químico mudou completamente.
As repercussões dessa guerra se fizeram sentir durante cerca de
cinqüenta mil anos. Os poucos sobreviventes, contaminados e em
mutação biológica e genética, teriam descido ao nível de animais
quase selvagens, não tivesse sido a sobrevivência de uma
insignificante centelha do passado. Como num pavoroso filme
fazendo a retrospectiva do cataclismo planetário, esses
sobreviventes guardaram na memória a recordação infernal do
único continente da Terra arrasado pelos sismos. Estes haviam
cindido o continente em múltiplos pedaços que andam à deriva
ainda em nossos dias, cujos maiores são os nossos cinco continentes
atuais. A memória desse terrível passado ficou adormecida durante
longos milênios até que os infelizes sobreviventes (período
chamado de pré-histórico) começassem a reorganizar-se em
criaturas humanas relativamente decentes.
Nesse meio tempo, de geração em geração, os primeiros educadores
e os poucos milhares de “terráqueos de importação” partidos com
eles para outros sistemas planetários adaptaram-se extremamente
bem aos elementos desses novos mundos e ali instalaram brilhantes
civilizações.
Oitenta mil anos terrestres depois da reinstalação sobre esses novos
mundos, um retorno instintivo às fontes se fez sentir no coração dos
204 Pierre Monnet

descendentes dos terráqueos sábios partidos com os galácticos. Eles


decidiram regressar à Terra para aí reatar relações pacíficas com os
que tinham ficado.
Novamente uma importante expedição foi enviada ao planeta para
aí fundar uma nova civilização sobre outras bases. Esses homens
encontraram, portanto, à sua chegada um planeta transtornado, cujo
único continente estava “estilhaçado” em vários pedaços, mas onde
a fauna e a flora haviam retomado os seus direitos, desaparecidas
além disso, as ruínas e a radioatividade.
Instalaram-se em vários pontos do globo. Ali, pouco a pouco,
reencontraram os descendentes dos sobreviventes que tinham
escapado à destruição quase total. Seu nível intelectual tinha
descido tão baixo, que foi preciso reeducá-los, pois já haviam até
iniciado um processo de involução.
À imagem de seus antigos educadores, os antigos “terráqueos” que
ali regressavam voltaram a ensinar-lhes a sabedoria, o amor entre os
povos e os conhecimentos perdidos.
Infelizmente, esses novos educadores não puderam terminar sua
tarefa de ensino, pois não conseguiram sobreviver por muito tempo
em seu planeta de “origem”, de tal modo se achavam modificados
os elementos desde o cataclismo e eles próprios se achavam
modificados no curso da longa temporada nos confins da galáxia
desde quase uma centena de milhares de anos. Depois de sua volta à
Terra, em apenas cem anos declinaram e desapareceram sem poder
voltar a partir.
Para preservar a iniciação, tiveram, de qualquer modo, tempo para
procriar a contragosto com os descendentes contaminados, que
continuaram, de maneira bastante imperfeita, a iniciar seus
descendentes.
Infelizmente, a cintilante novidade da iniciação científica venceu
mais uma vez o respeito pela iniciação espiritual e moral. Isso
acarretou outras destruições humanas por múltiplas guerras
nucleares, reduzindo de cada vez tudo a zero, destruindo totalmente
Comunicações Extraterrestres 205

um dos planetas do nosso sistema, o décimo, e prejudicando


seriamente nosso satélite natural, a Lua.
Exatamente antes desse novo período de conflitos e de acordo com
o programa preestabelecido, os sobreviventes dos descendentes dos
cinqüenta mil educadores secretamente escondidos embaixo da
terra saíram à superfície para ver se o homem tinha se tornado
razoável. Vendo que nada disso ocorrera, deixaram o planeta,
largando para trás o material e os conhecimentos primários embaixo
dos cinco continentes, onde tinham ficado por mais de cem mil
anos. E recuperaram a maioria de suas antigas bases, ou seja, a Lua
(onde reconstruíram suas bases destruídas), Júpiter, Saturno (as
bases e os satélites de Marte achavam-se imprestáveis) e Vênus,
ainda em estado de glaciação parcial, mas habitável.
Desde a retirada dos representantes dessa civilização vinda do céu,
estes e alguns educadores de Vega fazem aparições periódicas para
observar e proteger a Terra contra eventuais conflitos irreparáveis.
Como os terráqueos transformaram a verdade

Mais próximo aos tempos atuais, o homem recebeu uma mensagem


de sobrevivência.
Alguns seres da Terra, escolhidos por causa de suas grandes
qualidades morais, foram assim contactados pelos visitantes do
espaço a fim de preparar a massa humana para a vinda ulterior de
um mensageiro oficial.
Essa mensagem trouxe ao homem regras e princípios de vida que
garantiam sua continuidade, em harmonia com a natureza e com
todo o universo.
Para esses visitantes vindos do céu, o problema era, primeiro a
regeneração de alguns seres humanos da Terra, os menos
decadentes, os mais puros. Os galácticos praticaram, de maneira
mais elaborada e com uma aparelhagem científica muito mais
sofisticada, o que nossos sábios atuais chamam nos dias de hoje de
partenogênese artificial. Eles aplicaram esse procedimento a um
certo número de indivíduos para que a descendência melhorasse por
meio da hereditariedade.
Mulheres, correspondendo às normas da operação, eram tornadas
inconscientes, discretamente raptadas e transportadas para
laboratórios espaciais durante algumas horas. Ali, praticava-se nelas
a partenogênese artificial. Essa “operação” consistia na aplicação de
uma sessão de raios projetados a partir de aparelhagens muito
208 Pierre Monnet

aperfeiçoadas, desenvolvendo sobre o “paciente” um influxo de


energia vital natural próprio a detonar a formação de embriões
humanos no óvulo feminino, sem a presença de qualquer
espermatozóide. Terminada a “operação”, cada mulher era
devolvida ao local onde tinha sido apanhada.
Dessas mulheres, nasceu com maior ou menor sucesso, uma nova
raça de homens parcialmente regenerados, capazes de assimilar a
mensagem de sobrevivência. Essa mensagem era uma iniciação
espiritual e científica que garantia a evolução normal da
descendência pela transmissão memorial hereditária no mesmo
nível dos cromossomos.
Essa operação “partenogenética” não era absolutamente uma
manipulação genética antinatural, muito pelo contrário; a aplicação
de uma radiação de ondas cósmicas inteiramente naturais era
efetuada sem o uso de qualquer instrumento, sem absorção nem
injeção química.
Esses “deuses vindos do céu” são nomeados em hebraico como os
“heloim” ou “eloim”... Foram também chamados de “anjos”, ou
seja, “mensageiros” em grego.
Abro aqui um parêntese para mencionar as escrituras sagradas. Os
textos iniciais da Bíblia foram antes escritos em sânscrito e em
seguida traduzidos para o hebraico, o grego e todas as línguas
modernas do mundo inteiro.
A cada tradução, vários tradutores eliminaram o que não podiam
compreender, o que os chocava ou era consideravelmente
perturbador em função dos conceitos estabelecidos em cada época.
Acrescentem-se ainda as transformações e os erros voluntários e
involuntários.
Assim, a verdade suprema nunca atingiu o âmago das múltiplas
religiões de nosso planeta.
A destruição de nosso mundo

São chegados os tempos em que o homem deve tomar consciência


do que ele é, a fim de preservar seu futuro.
Muitos erros involuntários e infelizmente, não raro voluntários
foram cometidos e perpetuados desde tempos imemoriais até os
nossos dias. Tais erros retardaram a evolução do homem.
Paralelamente a isso, ele foi ajudado por aquilo que os seres
humanos têm o hábito de nomear como “acaso”.
No momento atual, de qualquer forma, não se precisaria de muito
tempo para que toda a harmonia fosse rompida. Uma ruptura
poderia provocar o mesmo caos que há cerca de 25.997 anos.
Não seria lamentável voltar mais uma vez à estaca zero? Isso seria
uma afronta para com esse “acaso” que ensejou tanto ao homem
redescobrir toda a ciência de que ele se vangloria e cuja paternidade
reivindica.
Desde algumas centenas de anos, e mais recentemente desde cerca
de sessenta anos, o trabalho de pesquisa de seres esclarecidos fez a
humanidade progredir. Tais pesquisas foram infelizmente desviadas
num sentido nefasto, por causa do orgulho e do egoísmo de alguns.
Com efeito, uma certa casta de homens esmera-se em tirar a maior
vantagem pessoal possível da comercialização das invenções.
Não estão longe os tempos (1999 a 2200) em que o homem deverá
210 Pierre Monnet

compreender que vive à margem das leis naturais que regem todo o
cosmo.
Qualquer astrônomo sabe desde 1950, que os movimentos cósmicos
da Terra fizeram-na entrar numa nova fase.
De acordo com a mecânica celeste, a Terra acha-se desde há pouco,
naquilo que os astrólogos chamam de o signo de aquário.
A passagem da Terra nessa fração do espaço vai durar vários
milênios, durante os quais o homem deverá, na sabedoria, alcançar
o cume de sua evolução terrestre, se não quiser voltar à estaca zero.
Para isso, será necessário que cada qual, numa certa medida, se
desinteresse por si mesmo e se volte para os múltiplos problemas
que garantam a sobrevivência da espécie antes do fim da passagem
do seu planeta no signo de aquário.
Para ajudar o homem indicações muito claras ser-lhe-ão dadas
durante os próximos séculos. Ele estará livre para aceitá-las ou não.
Tudo dependerá do grau de evolução atingido no momento da
escolha. E que se encontra ao seu alcance de modo bastante visível
desde 1947-1950.
Para alcançar o cume dessa necessária evolução e a fim de tomar o
impulso final nas melhores condições para assegurar a continuidade
da espécie, o homem deverá traçar para si mesmo um programa de
acordo com as leis universais.
Desse programa deverão destacar-se seis grupos predominantes de
trabalho, reconsiderando totalmente os aspectos intelectuais,
espirituais, psicológicos, científicos e técnicos básicos. Em torno
desses seis grupos de trabalho, ele deverá estudar e encontrar
rapidamente soluções para os problemas que dizem respeito à
estrutura de uma nova sociedade humana, no sentido de construir
uma poderosa e única civilização mundial.
É claro que no estado de coisas atual, e por algum tempo ainda, o
homem encontrará dificuldades para se adaptar a esse modo radical
de reconversão quase totalmente estranho aos seus conceitos
Comunicações Extraterrestres 211

habituais. No entanto, elementos novos até então desconhecidos


dele surgirão no momento oportuno, estimulando suas faculdades
de assimilação, e aumentarão seu potencial intelectual há tanto
tempo letárgico.
Todo planeta que possa permitir o aparecimento de uma espécie
com predominância intelectual latente tornar-se-á uma escola.
Desde o seu surgimento na Terra, o homem segue os cursos de um
ensino primário que deve conduzi-lo a um “exame” em seguida ao
qual poderá passar para um nível de ensino secundário.
Para ser bem-sucedido nos exames é preciso responder com
inteligência. Ora, até o presente se fosse preciso estimar a evolução
do homem relativamente ao que ela deveria ser sua nota seria muito
baixa. Isso não é nada glorioso.
O homem, o céu, as religiões e a Terra

Por causa de seus atrasos e erros o homem atual não está


tecnológica e cientificamente preparado para a grande saída
cósmica.
Certamente há mais ou menos um século ele adquiriu um número
impressionante de conhecimentos que o levaram a algum bem-estar
e até a pôr os pés nesse subúrbio que é o satélite natural da Terra: a
Lua.
Mas não nos esqueçamos: o equilíbrio do planeta encontra-se
perigosamente ameaçado pela poluição. Essa poluição provocada
pelos dejetos de um avanço científico inconsiderado põe em risco a
sobrevivência na superfície do globo, além de torná-lo um
verdadeiro inferno.
Já que pronunciamos a palavra “inferno”, é bom dar aos crentes
fanáticos as dimensões reais do alcance e do significado dessa
palavra mencionada com tanta freqüência nas escrituras sagradas.
Com efeito, as religiões parece que se esmeraram, desde tempos
longínquos, em desnaturar as noções exatas de “céu” e de “inferno”.
Dizem elas: “Homem! Se não tens prudência nem observas as leis
de Deus, irás para o inferno.”
Essa é uma linguagem de repressão empregada com fins pouco
honestos de dominação das massas.
214 Pierre Monnet

Na verdade ele é o resultado da transformação primária dada por


uma civilização de fora do planeta. Essa “advertência” deve ser
interpretada como se segue:
“Se o homem não tiver a prudência de uma boa utilização da
ciência em vista das leis naturais, destruirá a si mesmo assim como
ao planeta, seja pela poluição deste provocando desequilíbrios
irreversíveis, seja pelo uso do átomo ou outros meios mal
manipulados. O planeta se transformará assim, em ‘inferno’, criado
pelo egoísmo do homem.”
As religiões ensinam igualmente os seguintes conceitos: “Homem!
Se és prudente e não pecas contra as leis de Deus, irá para o céu,
para o paraíso.”
Em linguagem clara é preciso interpretar tal advertência como se
segue:
“Se o homem tiver a prudência de elevar-se intelectualmente e,
portanto, também materialmente, cientificamente respeitando as leis
naturais, poderá atingir o nível tecnológico necessário para fabricar
maravilhosas e imensas naves cósmicas que o transportarão ‘ao
céu’ em busca de novos planetas ou ‘paraísos’ habitáveis, em vista
da implantação nova da espécie humana em expansão. Evitará
assim os fenômenos cataclísmicos e dará início ao ciclo universal
da continuidade da vida da espécie humana no tempo e no espaço.”
A transformação das verdades primárias no espírito do homem por
intermédio das múltiplas religiões e seitas que existem desde os
tempos mais recuados da história foi o erro capital que sufocou o
desenvolvimento geral das civilizações.
Muito felizmente é claro doravante para o homem de bom senso,
que as escrituras sagradas e os hieróglifos de tantos monumentos
antigos não são lendas fabricadas por organizações secretas, mas a
soma do saber iniciático trazido do exterior pelos... “deuses vindos
do céu”, sobre “nuvens” ou em “carros de fogo”, coisas de que
falam todas as tradições e lendas antigas.
Comunicações Extraterrestres 215

Para ter a confirmação da intervenção dos extraterrestres nos


tempos bíblicos, basta compulsar a história de qualquer religião do
mundo. Logo se percebe que o conteúdo desses relatos está
semeado de verdadeiros relatórios. Estes dizem respeito ao
aparecimento e à aterrissagem de engenhos procedentes do céu
contendo estrangeiros considerados como deuses que trazem bem-
estar e vida nova, mas também deixando à sua partida
recomendações importantes quanto à utilização das ciências
colocadas à disposição dos seus autóctones.
Somos visitados desde milênios com objetivo salvador.
Pacíficos, malgrado seu colossal poder, tais seres estabeleceram
bases muito organizadas e povoadas sobre diferentes planetas do
sistema, notadamente uma base importante sobre e sob o solo do
satélite natural da Terra.
Recordemos que o ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter
declarou publicamente que tinha visto um OVNI e que ia tomar
providências a respeito desses fenômenos. A notícia foi acolhida
como um acontecimento importante na história da ufologia.
As ondas-pensamentos

Aprendi que os movimentos das estruturas atômicas da matéria


estão indiretamente ligados às funções psíquicas do ser humano.
O cérebro humano consciente ou inconsciente, dá origem a um
poder psíquico considerável de qualidade nociva ou benéfica que se
traduz pela emissão de uma sucessão de ondas-pensamentos que
agem sobre tudo o que o cerca.
Por essa razão, sem que realmente tenha consciência disso, o
homem age sobre os próprios elementos da natureza e pode
modificar-lhes sensivelmente a ação.
De acordo com o grau de poder e direção das emissões de ondas-
pensamentos que produz, o homem cria e conserva cargas
eletromagnéticas estáticas.
Estabelece então em volta de seu planeta uma verdadeira rede de
forças que agem por reação ou contra-reação sobre o processo
natural de troca energética dos raios telúricos e cósmicos.
Tal processo é o vetor de equilíbrio vibratório universal da matéria
e de tudo o que vive no universo.
As ondas-pensamentos do ser humano harmonizam-se ou
interferem no equilíbrio do processo de troca energética cósmica; a
união das forças psíquicas que emanam de grupos importantes e até
mesmo de nações inteiras influi sobre o comportamento geral do
218 Pierre Monnet

espírito de todas as outras nações do planeta de onde, por sua vez,


outras forças positivas ou negativas são emitidas em função da
reação produzida.
Podemos constatar esse fato na mais baixa escala das sociedades
humanas, ou seja, na família. Basta que um único indivíduo da
família se afaste das regras morais que conservam o equilíbrio
desta, e logo se precipitam os problemas, a decadência, o
desequilíbrio. Em caso contrário, quando o entendimento e a
harmonia reinam, temos a saúde, a alegria de viver e a
prosperidade.
No que diz respeito aos grupos importantes ou às nações, se seu
espírito é animado por ondas-pensamentos de amor, certamente o
impulsionará no sentido de se transformar rapidamente no facho da
paz e da harmonia universal, na união de todos os povos.
O desequilíbrio pode ser evitado. Se o homem o quiser
verdadeiramente pode estabelecer a ordem universal das coisas e
alcançar assim a plenitude que alega, com razão, nunca ter tido.
Para isso, é absolutamente necessário que faça o esforço de estar
receptivo ao influxo da vida que recebe do cosmo. É preciso que
deixe de ficar contra a natureza. Que tome consciência das
dualidades internas que o assaltam, que medite, que sufoque toda e
qualquer agressividade. Deve abrir seu ser à clareza da mensagem
genética que recebe permanentemente e que diz o seguinte: vida =
amor + perfeição... vida = felicidade e continuidade no espaço e no
tempo.
Desde muito temos o extremo mau hábito de tudo tomar à vida sem
nada oferecer em troca. Está aí e somente aí a única razão de nossa
distância em relação à felicidade.
Da mesma forma que a pedra lançada ao pântano não pode deixar
de respingar no lançador, ao destruir a ordem universal o homem
será destruído pelos resultados de suas próprias ações e de seus
erros, sejam ou não “voluntários”.
Tudo são apenas vibrações, inclusive o processo eletrônico do
Comunicações Extraterrestres 219

pensamento.
O pensamento é uma combinação de múltiplas freqüências
vibratórias cujo registro é muito extenso e em perpétua
transformação; a palavra “expansão” conviria melhor.
O ser humano ao mesmo tempo compositor e regente da orquestra
e, portanto, criador de seus próprios pensamentos, compõe a
melodia de sua vida.
De acordo com o jogo da escolha das freqüências o pensamento
toma corpo, desenvolve-se e pode ser ou não ser elevado. Tudo
depende do talento do compositor que pode criar uma obra
grandiosa de alto valor harmônico, assemelhando-se a uma
pirâmide de beleza “musical” luminosa e cujo cume pode chegar a
atingir a perfeição.
O homem está se afogando nos elementos complicados e lodosos do
que ele acredita ser sua vida.
Entretanto foi-me dito que do ponto de vista biológico o indivíduo
humano é concebido para viver saudável e robusto durante cerca de
2.800 anos.
A diferença que se constata é devida unicamente à perda do
processo de regeneração celular espontânea.
A sede da captação, da conservação e da evolução desse processo
de regeneração é o cérebro, de onde não devem jorrar senão
pensamentos evolutivos positivos. O homem deve, portanto,
esforçar-se por alimentar apenas pensamentos elevados se quiser
voltar a encontrar o bom sentido da vida.
Por mais extraordinário que possa parecer, o indivíduo atual é um
homem morto, pois que não evolui pela continuidade da vida de sua
espécie, mas apenas por “si mesmo” dentro do mais perfeito
egoísmo.
Não posso impedir-me aqui de pensar nas palavras que Jesus dirigiu
a alguns de seus apóstolos: “Deixem os mortos enterrarem seus
220 Pierre Monnet

mortos”. Essas palavras ilustram bem o que acabo de escrever.


De par com sua não-evolução, sua imobilidade, o homem tem
voltado as costas ao “tempo” que parece fugir e acredita estar
evoluindo na direção do futuro, quando na verdade é apenas o
tempo que se “dirige” para o porvir.
Quando o indivíduo de nosso planeta pensa: “eu” ou “a mim” está
pensando em si mesmo, na existência de seu ser, na proteção da
massa de carne e osso que serve de veículo à energia que o anima e
que é o seu verdadeiro “eu”. Nesse veículo de carne e osso foi
afixado o certificado de qualidade de uma personalidade não raro
fictícia, servindo para enganar seu semelhante com fins sorrateiros
de exploração. Esse é o “retrato falado” do ser humano atual, que
ele mesmo poderia admirar à vontade se tivesse coragem de dispor
de tempo e esforço para consultar o espelho de sua consciência. Nós
podemos mudar alguma coisa em tudo isso.
Para que possamos nos juntar aos extraterrestres

O homem tem a terrível tendência a eliminar tudo o que o


incomoda.
Exemplo: em alguma parte do mundo os pescadores de cavalas –
esse excelente peixe – mataram milhares de alcatrazes alegando que
os pássaros os atrapalhavam em sua pesca. Quando se sabe que
setenta por cento do alimento das cavalas compõe-se de
excrementos de alcatrazes, os pescadores não poderiam espantar-se
por não encontrarem mais cavalas na região...
Outro exemplo: Há mais de quinze anos numa importante região
agrícola da Austrália o Ministério da Agricultura decidiu eliminar
massivamente numa escala inacreditável todos os insetos. Aviões
foram encarregados da operação “inseticida” que foi levada a termo
com eficácia total, com absoluto sucesso. Não houve mais moscas
nem mosquitos, nenhum inseto.
Infelizmente, a medida causou uma catástrofe que custou muito
caro ao governo australiano: no ano seguinte, oitenta por cento das
plantas, flores, frutos e culturas de todos os tipos não cresceram
mais.
A causa foi o desaparecimento de zangões, abelhas e outros insetos
úteis por deu trabalho de fecundação da vegetação. Além disso já
não havia pássaros. Tinham emigrado por falta de uma nutrição
essencialmente constituída de insetos. Para refazer parte do
222 Pierre Monnet

equilíbrio natural o governo australiano foi obrigado a comprar no


exterior todo tipo de insetos, abelhas e pássaros.
Em volta de nós, o homem não substitui os espaços verdes por
concreto armado e betume? Não provoca o desmoronamento dos
terrenos por causa de desmatamentos inconsiderados?
Os regatos, os rios e os mares estão seriamente poluídos, assim
como o ar que respiramos.
Quanto aos desertos eles ganham dois metros por ano à vegetação.
Que dizer do gelo dos pólos? Derrete de maneira anormal e com tal
rapidez que os cientistas começam a se preocupar. As causas desse
degelo anormal são as fumaças e os vapores decorrentes de toda a
poluição industrial e das fugas radioativas das centrais nucleares
disseminadas pelo mundo.
Devemos afirmar aqui: a finalidade do ser humano não reside no
aperfeiçoamento do suporte que é a matéria.
Não percamos de vista que a matéria não passa do instrumento que
serve para modelar o suporte do espírito. Ela não deve constituir
uma finalidade em si mesma.
Em vez de assistir à evolução do homem em vista das leis naturais
universais na sabedoria e na imortalidade, assistimos à sua
involução na matéria que conduz ao nada.
Nós podemos evitar isso através do amor.
Devemos literalmente mudar de estado e o mais rápido possível. As
vibrações de nosso passado não devem mais interferir com os
pensamentos novos luminosos e puros que devem suscitar em nós a
força de reflexão e de compreensão.
Quando tivermos voluntariamente aprendido a evitar a repetição
dos erros passados veremos enfim esse “futuro” tão desejado e
ignorado, mas pressentido.
Um futuro não apenas e essencialmente a serviço do corpo, mas
Comunicações Extraterrestres 223

também e sobretudo a serviço do espírito na elevação do


pensamento, tornando-se enfim energia criadora universal.
Já não é tempo de revermos nossas noções educacionais?
Nada que decorra da agressividade, do ódio e da morte é natural.
A agressividade da criança não é natural. Ela é o fruto de um
condicionamento hereditário desejado pelo homem em seu
desvario, isso já há milhões de anos.
Cito textualmente o que me explicaram os extraterrestres a respeito
de nosso pensamento:
“Acariciem seu pensamento, não o agitem, falem-lhe com
suavidade, tornem-no receptivo ao influxo de energia vital que
recebem do universo inteiro. Vocês verão que ele se abrirá por si
mesmo para deixar jorrar belas e grandes coisas que os farão
melhores.
Quando os homens desse planeta pararem de só se ocupar consigo
mesmos, o dia em que erguerem os olhos, a partir desse dia estarão
livres de toda a servidão e sua verdadeira vida começará.”
A mensagem que constitui o objeto deste livro dirige-se apenas aos
seres humanos amantes da perfeição, da conduta reta, da justiça e
do bem.
“Meus” extraterrestres acrescentaram ainda isto:
“Não odeiem, não odeiem mais. Amem, amem intensamente. Mas
só se adquire essa sabedoria através de um trabalho interior
individual de cada homem, cara a cara consigo mesmo. Ele deve
conscientizar-se de que cada indivíduo traz em si sua parte de
responsabilidade para com toda a humanidade e o que acontece à
humanidade não é mais que o reflexo de seu próprio
comportamento. Pois nenhum gesto, nenhuma palavra, nenhum
pensamento podem ser apagados. Desde sua emissão no espaço, o
pensamento torna-se criador de amor ou ódio, de destruição ou de
vida.”
224 Pierre Monnet

O homem acha-se numa curva da história de sua humanidade em


que deverá escolher entre duas vias. O lucro ou o amor. Um o
levará à destruição total e o outro à perfeição, à quase imortalidade
biológica e à eternidade espiritual para o infinito do espaço-tempo.
Algumas indicações para os pesquisadores

Setenta por cento desta obra foi escrito pelo autor sob o impulso
psíquico dos extraterrestres que o contatam. Isso se efetua numa
assimilação e tradução em palavras de nossa linguagem e em
seguida numa espécie de escrita automática que permite a
retransmissão das informações e mensagens recebidas da parte dos
extraterrestres de Vega.
Os trinta por cento restantes do livro, malgrado a transparência da
personalidade do autor, foram redigidos sob a influência
benevolente desses seres galácticos.
O autor achou que seria útil para as múltiplas disciplinas de
pesquisa em parapsicologia explicar aos estudiosos que trabalham
com os fenômenos de percepção extra-sensorial o que ele
experimenta durante os contatos e as ressurgências memoriais do
teor das informações recebidas de maneira telepática desde 1951 até
os nossos dias.
Essas ressurgências e traduções escritas se produziram ao longo dos
anos de modo irregular desde 1956.
Embora os contatos se cumpram não importa onde nem quando, em
geral ocorrem durante a noite em pleno sono. Neste caso preciso
desperto bruscamente. Meus olhos ficam escancarados. Conservo-
me perfeitamente consciente e calmo Sinto-me disponível. Meu
cérebro fica cheio da totalidade de um longo texto traduzido que
226 Pierre Monnet

vejo ao mesmo tempo em conjunto e em detalhes. Uma forte


sugestão interior indica-me que preciso levantar-me e escrever o
conteúdo da porção de mensagem que acaba de desbloquear-se. A
escrita é extremamente rápida e às vezes ilegível, a não ser para
mim.
Enquanto escrevo a mensagem experimento um bem-estar
extraordinário. Sinto certo isolamento no qual não ouço ruídos de
fora senão fracamente e como se viessem de muito longe.
No momento em que escrevo a maior parte do meu cérebro fica
quase inteiramente voltada para o que estou fazendo, mas conservo-
me perfeitamente consciente do fato de que se quisesse, não
precisaria olhar a folha de papel. Aliás, não vejo essa folha senão
muito distraidamente.
O mais curioso nesses momentos é que outra parte de meu cérebro
(quase um segundo cérebro independente) acha-se colocada
nitidamente ao meu lado e muito normalmente observa-me
enquanto escrevo. Aquilo que vê outra parte de mim mesmo (que
também tem um corpo) é tão nítido quanto o que eu veria se me
encontrasse ao lado de outra pessoa que estivesse escrevendo.
Quando termino a redação, as duas partes de mim mesmo que
agiam de maneira independente, interpenetram-se, fundem-se uma
na outra e tudo retoma sua ordem. Estiro-me então longamente
sobre minha cadeira. Não sinto qualquer cansaço por ter passado a
noite inteira escrevendo. Não sinto a sensação de falta de sono.
Acho-me saudável e bem disposto. Por mais incrível que possa
parecer, sinto-me a cada vez regenerado.
Desde o registro inicial da mensagem (1951) guardo seu conteúdo
em minha memória sem poder traduzi-lo em palavras. Entretanto,
ao longo dos anos a mensagem desbloqueia-se paulatinamente e
tenho o sentimento profundo de que esses momentos de
ressurgências são escolhidos e detonados por uma força exterior
contra a qual é inútil opor qualquer barreira. Não posso nem quero
combater a receptividade da mensagem que chega. Na verdade
Comunicações Extraterrestres 227

pressinto (alguns minutos ou algumas horas antes) o que vou


receber e fico feliz por ser o depositário, pois sei que se trata de
algo muito importante.
A título de experiência, tentei várias vezes resistir a essa força que
parece neutralizar meu cérebro e meu corpo. Isso sempre revelou-se
um tremendo fracasso, no sentido de que logo sou invadido por uma
impaciência que me tira imediatamente da cama; depois do que,
vejo-me obrigado a sentar-me À mesa e ceder minha mão para o
registro da mensagem.
Só uma vez consegui resistir a essa força e fiquei na cama. Ganhei
uma terrível noite de insônia, com preguiça e bolsas sob os olhos.
Tudo acompanhado de um mau humor que durou uns dois dias.
Não resistindo, ao contrário, depois de cada ressurgência bebo um
grande copo de água fresca, volto a deitar-me e passo o resto da
noite de modo maravilhoso. Ao levantar-me na manhã seguinte
releio o texto e fico rapidamente convencido de que ele não partiu
de mim.
As ressurgências às vezes sobrevêm nos momentos mais
inesperados: enquanto reflito sobre os problemas do cotidiano,
quando estou escrevendo uma carta a um amigo, ao ouvir rádio,
conversando com parentes e amigos e ainda quando estou lendo.
Neste caso específico, não consigo mais me concentrar na leitura.
Tudo se embaralha e a mensagem vem toda traduzida por migalhas
de palavras e de frases que se misturam no começo com os meus
pensamentos pessoais. Mas essa mistura não dura muito. Em minha
leitura detenho-me não raro no meio de uma frase e volto à primeira
palavra sem conseguir mudar de linha. Tento dissipar esse efeito
forçando a atenção e a concentração sobre o que estou fazendo, mas
é praticamente impossível. Então fecho o livro que fica em meus
joelhos e passo os olhos ao acaso a fim de eliminar a perturbação.
Então, meu olhar é quase forçado a deter-se sobre um canto de
móvel, um objeto qualquer ou um ponto brilhante e dali não
consegue mais se desviar. Em seguida progressivamente, já não
ouço ruídos de fora e o vazio produz-se em torno de mim à medida
228 Pierre Monnet

que as palavras e as frases chegam a meu espírito de maneira


coerente. Sou forçado a me levantar, pegar papel e escrever.
Durante a redação meu espírito não faz o menor esforço, pois
alguém pensa por mim servindo-se de palavras e frases minhas,
colhidas em meu vocabulário pessoal. Sinto-me leve e não sinto
mais o corpo. Relaxamento e repouso absolutos.
Quando a mensagem chega em hora em que estou vendo televisão a
coisas se passam assim:
Meu olhar se fixa irresistivelmente numa parte qualquer da tela
onde não vejo mais as cenas senão em forma de silhuetas que se
movem, embaçadas e longínquas. O som se reduz progressivamente
e me encontro no mesmo isolamento que nos casos precedentes.
Sou então forçado a deixar a cadeira com a impressão de que isso
não foi uma decisão minha. Vou sentar-me à mesa em outro
cômodo e escrevo.
O fato de poder descrever em detalhes esses momentos de estado
secundário deve-se unicamente à independência de uma parte de
meu cérebro que se encontra presente diante da animação de meu
corpo e de meu espírito, por assim dizer, teleguiados a partir do
exterior. É pelo menos o que experimento. Sinto-me totalmente
isolado do exterior. É como a sensação de estar no centro de uma
concha invisível, espessa e mole. Sinto uma espécie de calor
emanando do cérebro, acumulando-se de maneira regular por toda a
superfície interior do corpo sem escapar para o exterior. Quando
esse estado secundário se dissipa, a sensação de calor cede terreno a
uma sensação de frio durante alguns minutos. Depois meu corpo
retoma sua temperatura normal.
Quando das ressurgências da mensagem recebida em 1951
imediatamente antes da passagem da informação, conservo a
disponibilidade de meus movimentos para deslocar-me como um
autômato a fim de apanhar papel e sentar-me à mesa.
Em desses contatos telepáticos efetuou-se na presença de um amigo
belga ufólogo que veio passar alguns dias em minha casa.
Comunicações Extraterrestres 229

Estávamos tranquilamente sentados na sala de visitas em


confortáveis poltronas. O amigo contava-me certas passagens de
sua vida particular que não tinham nada a ver com OVNIs e seus
ocupantes.
Eu não dizia nada e limitava-me a ouvi-lo. Eram cerca de onze
horas da noite quando subitamente “mergulhei” num estado
secundário que me petrificou em minha posição. Depois do contato
meu amigo explicou-me que eu tinha conservado os olhos
escancarados sem piscar uma única vez e fixos no vazio à minha
frente.
Quanto a mim tinha-me sentido de outra maneira. O contato
operou-se em mim como se segue:
Meus olhos tinham passeado sobre o reflexo luminoso que produzia
a claridade matizada sobre a porta interna do living a três metros
diante de mim. Pouco a pouco deixei de ouvir os ruídos externos e
de ver meu amigo, o cômodo e os móveis. Meu espírito,
excessivamente consciente de uma outra dimensão onde se achava,
flutuava no centro de uma enorme esfera com superfície cinza,
meio formada por uma espessa neblina que se movia. Atrás dela
estendia-se uma leve luz mortiça. Foi então que ouvi dentro de mim
em perfeito francês sem que fosse propriamente uma voz:
”Silxtra é a nossa Terra. Fica muito longe, mas para nós a distância
não conta, pois o espírito viaja no espírito. O tempo de um
pensamento é mais rápido que um risco de luz.
Apesar disso, nós o chamamos e você quase chegou ao nosso
alcance. Conhecemos melhor a sua amplitude de onda desde alguns
instantes; esteja preparado.”
Essa foi a primeira mensagem telepática à distância no presente.
Foi nesse momento da mensagem que meu amigo belga interpelou-
me e tocou-me o braço. Saído de meu estado secundário precipitei-
me sobre uma folha de papel e escrevi a mensagem para não
esquecê-la.
230 Pierre Monnet

Quando meu amigo tocou-me o braço, vi interiormente um enorme


flash ofuscante que me causou um sobressalto e fortes palpitações
durante alguns minutos.
Entreguei a mensagem ao companheiro para que a lesse e ele
achou-a extraordinária.
Depois de ter feito um rápido comentário sobre a mensagem ele me
deixou sozinho para não interferir na eventual continuação das
informações. Com efeito, tínhamos prestado atenção às duas
últimas palavras da mensagem: “Esteja preparado.”
Efetivamente, vinte minutos depois de sua partida, achei-me
novamente presa de um estado secundário idêntico ao precedente,
com a diferença de que minhas faculdades motoras continuavam
presentes um pouco como um autômato. Levantei-me, portanto, da
minha poltrona para escrever a continuação da mensagem.
“Atenção. A conjugação dos pensamentos nocivos dos homens de
seu planeta forma atualmente uma massa de energia psíquica
negativa capaz de provocar muito em breve transtornos geológicos
consideráveis. Falhas internas de que vocês ainda não podem
suspeitar vão ameaçar um setor de seu planeta numa curva de cinco
mil Mediterrâneo, quilômetros do sul da Índia até o Mar onde novas
ilhas poderão surgir.
Se as forças psíquicas em questão chegarem ao paroxismo, grandes
superfícies da Terra serão devastadas. Mas uma descoberta de
vestígios muito antigos decorrentes do sismo abrirá novos
horizontes em seus conhecimentos científicos no que concerne a
uma certa civilização desaparecida há várias dezenas de milhares de
seus anos.
Nós lhe oferecemos essa revelação a título pessoal. C...”
A primeira letra de uma frase seguinte desenhou-se e depois o
contato foi cortado.
No dia seguinte meu amigo belga tomou conhecimento da
continuação da mensagem que ele bateu à máquina e eu fotocopiei.
Comunicações Extraterrestres 231

Esse contato telepático ocorreu em 20 de Novembro de 1974.


Na noite de 22 para 23 de Dezembro de 1974 (não posso precisar o
dia exato por tê-lo esquecido e por não haver guardado os jornais
que falavam do assunto, embora isso continue verificável) um
sismo de excepcional amplitude fez quatro mil mortos no Paquistão.
Do amor à décima potência

O que é um homem “realizado”? Pode-se encontrar no planeta


Terra um homem realizado?
O Amor é a vibração que permite a estruturação de todas as coisas
criadas por essa energia pura e inteligente denominada Deus.
A vibração Amor é a onda que atinge o nível frequencial mais
rápido, o mais puro em suas estruturas e o mais difícil de alcançar
para um ser de carne da Terra.
Todo um ciclo de reencarnações é quase sempre necessário para
atingir o nível adequado capaz de estimular as freqüências
vibratórias Amor.
Nesta hora em que tudo é agressividade, violência e destruição,
pode parecer que as vibrações Amor Universal são difíceis de
conservar e promover em nós mesmos. Todavia, nesse curto lapso
de tempo que temos para existir dentro da matéria será que
realmente pensamos uma única vez, mas uma verdadeira vez, em
ser Amor de verdade?
O ser humano de nossa civilização tende muito a confundir o
“conteúdo” com o “continente”. É preciso que o homem do século
XX e m breve o do século XXI saibam que a capacidade Amor não
se resume à palavra esvaziada de seu sentido pelo egoísmo.
É preciso que o homem saiba que o Amor não se diz e não se fala.
234 Pierre Monnet

Ele se descobre, assimila-se e experimenta-se. O Amor se vive. O


Amor se manifesta e se dá pela irradiação.
Como se reconhece um ser que ama verdadeiramente senão por sua
notável faculdade de esquecer de si mesmo, de dar e dar-se
inteiramente aos outros?
Amar é a um só tempo fácil e difícil. É fácil desde que tenhamos a
vontade de descer ao fundo de nós mesmos e de encaramo-nos.
Então nos pegamos pela mão e nos alçamos à superfície do
amontoado confuso que nos sufocava e nos impedia de respirar e de
viver no Amor.
É difícil se não fizermos o esforço de descobrir que há coisas mais
importantes que se levantar pela manhã e amarrar a cara só ao
pensamento de ir trabalhar, enfrentar com agressividade toda pessoa
com quem cruzamos no elevador, xingar o mau motorista que
acabou de nos dar uma fechada, de arrumar uma briga
desnecessária com a esposa só porque nosso chefe chamou nossa
atenção durante o expediente, etc, etc.
Mas isso não basta. É preciso ir mais longe. Amem a natureza.
Amem as pessoas, quaisquer que sejam Amem os animais, amem a
vida. Destruam em vocês o velho mito do negativo que sempre se
deseja ver nos outros. Amem esses outros, não cristalizando o
negativo sob qualquer pretexto. A partir desse momento preciso,
vocês se sentirão leves e felizes, pois terão manifestado o Amor;
serão Amor.
Amem e verão.
Vocês acabam de descobrir um livro que de crta forma, parece uma
censura dirigida à humanidade do planeta Terra, mas ele é também
e sobretudo um hino de amor e de sabedoria ditado ao autor pelos
extraterrestres.
Esta obra foi construída de maneira a provocar-lhes a reflexão.
Doravante, tudo o que nestas páginas os surpreendeu, espantou,
chocou, fascinou ou apenas entreteve ficará impregnado em vocês
Comunicações Extraterrestres 235

para o melhor ou para o pior, para salvar ou para destruir.


Sob os aspectos anódinos de aparência “utópica” eu o coloco a
serviço da verdade.
Entre vocês haverá os “prós” e os “contras”. Aqueles que
acreditarão em meus contatos e aqueles que não acreditarão.
Na verdade pouco importam o autor e a aventura de que ele foi
testemunha isolada. O que conta é a importância da mensagem que
estas páginas contêm.
“Paz para além de todas as fronteiras. Estamos aqui para
ajudá-los, mas não podemos fazer sem o seu consentimento
unânime. Desejamos que o amor e a sabedoria inundem seus
corações e espíritos.. Estaremos aqui, vigiando. Mas façam-no
rápido, pois o tempo urge.”

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