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Organização administrativa brasileira

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Espécies de desconcentração

• em razão da matéria (Ministério da Saúde, da Justiça...)


• em razão do grau ou da hierarquia (ministério, secretarias, superintendências...)
• pelo critério territorial (Superintendência da Polícia Federal em SP, no RJ...)

Administração Pública Direta

• é o conjunto de órgãos públicos componentes da pessoa política.


• “se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios”
(art.4º, I, Dec.Lei 200/67)
• princípio da simetria: mesma estrutura para Estados, DF e Municípios.
• engloba Legislativo e Judiciário (atividade administrativa atípica)

Órgãos Públicos

• “centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja
atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem” (Hely Lopes Meirelles).

Teorias sobre relações entre agentes e Estado

• Teoria do Mandato: o agente é mandatário da pessoa jurídica.


• Teoria da Representação: o agente é o representante legal do Estado.
• Teoria do Órgão: órgão é o elemento de conexão entre o agente público e a pessoa jurídica de direito público,
pois a pessoa jurídica expressa sua vontade por meio de seus órgãos, de modo que a atuação dos agentes (que
são partes do órgão) é imputada à pessoa jurídica.

Classificação dos órgãos públicos

• quanto à posição estatal ou hierarquia


• quanto à estrutura
• quanto à atuação funcional ou composição
• quanto à esfera de atuação

Quanto à posição estatal ou hierarquia

• Independentes: estão previstos na CF, representam as funções estatais (legislativa, judiciária e administrativa)
e não estão subordinados a nenhum outro órgão. Exs: Presidência da República, Senado Federal, Câmara dos
Deputados, Supremo Tribunal Federal, Ministério Público, Tribunais de Contas.
• Autônomos: estão na cúpula da administração, mas abaixo dos independentes e a eles subordinados, com
autonomia administrativa, financeira e técnica. Exs: Ministérios e Secretarias de Estados/Municípios.
• Superiores: possuem poder de direção, mas não têm autonomia administrativa nem financeira. Exs:
procuradorias jurídicas, coordenadorias, departamentos, divisões regionais etc.
• Subalternos: estão na base da estrutura administrativa, com pequeno poder decisório e função de cumprir
ordens e diretrizes traçadas pelos órgãos a que se subordinam. Exs: seções, subseções, postos de atendimento
etc.

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Quanto à estrutura

• Simples: não se subdividem em outros órgãos.


• Compostos: possuem vários centros de competência, subdividindo-se em outros órgãos.

Quanto à esfera de atuação

• Centrais: atuam em todo o território da pessoa política à qual pertençam.


• Locais: atuam somente em parte do território.

Quanto à atuação funcional ou composição

• Singulares ou unipessoais: a atuação do órgão depende da vontade de um único agente.


• Colegiados ou pluripessoais: a atuação do órgão é decidida por vários agentes.

Características dos órgãos públicos

• criação e extinção por lei.


• resultado da desconcentração administrativa.
• despersonalizados.
• não possuem patrimônio próprio.
• não possuem capacidade processual, exceto alguns órgãos que podem ser parte em processo para defesa de
prerrogativas (exs: casas legislativas, tribunais de contas)
• podem celebrar contratos de gestão com outros órgãos ou pessoas jurídicas (CF, art. 37, § 8º).
• órgãos gestores de orçamento devem ser inscritos no CNPJ.

Administração Pública Indireta

• Conceito: descentralização da atividade administrativa, transferindo-a para pessoas jurídicas distintas, seja com
personalidade de direito público ou privado.
• Abrangência: Dec–lei n.º 200/67, administração federal indireta: a) autarquias;
b) empresas públicas;
c) sociedades de economia mista;
d) fundações públicas

Adm. Indireta – criação (CF, art. 37, XIX)

• por lei específica – criação por lei, no caso de pessoas jurídicas de direito público.
• mediante autorização legal, por ato do Poder Executivo – lei só autoriza a criação e o Poder Executivo, por
ato próprio (decreto), institui a entidade, o que ocorre no caso de pessoas jurídicas de direito privado.

Atenção:

• Lei complementar definirá área de atuação das fundações (CF, art. 37, XIX).
• Criação de subsidiárias de empresas estatais também depende de autorização legal.

Autarquias

• Entes administrativos autônomos.


• Criados por lei específica.
• Personalidade jurídica de Direito Público interno.
• Patrimônio próprio.
• Capacidade de autoadministração.
• Atribuições estatais específicas.
• Bens impenhoráveis e imprescritíveis (não são objeto de usucapião)
• Expedem atos administrativos e celebram contratos administrativos (licitação prévia)
• Responsabilidade direta e objetiva.
• Juízo competente: autarquia federal é a Justiça Federal (CF, 109,I).

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Privilégios

• imunidade de impostos sobre seu patrimônio, renda e serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou
delas decorrentes.
• prescrição quinquenal de suas dívidas passivas execução fiscal de seus créditos inscritos.
• ação regressiva contra seus servidores culpados por danos a terceiros.

Controle

• Não possuem autonomia política


• Autonomia administrativa ou auto-administração.
• Tutela administrativa

- esfera federal: “supervisão ministerial”

Autarquias em regime especial

• Privilégios específicos e maior autonomia

Exemplo: Banco Central do Brasil (Lei 4.595/64),

• Agências Reguladoras tem sido criadas como autarquias em regime especial.

Servidores

• Regra: servidores públicos estatutários, titulares de cargos efetivos.

Fundações

• Entes administrativos autônomos.


• Criados por lei específica ou mediante autorização legal.
• Personalidade jurídica de direito público ou privado.
• Patrimônio próprio.
• Personalização patrimonial.
• Capacidade de autoadministração.
• Atividades de caráter social, como assistência médica, social, educação, pesquisa.

Exs: Funai, IBGE, Funasa, Fiocruz.

Natureza jurídica

• Grande divergência.
• Regime jurídico pode ser tanto o público quanto o privado.

Fundações com regime jurídico de direito privado

• Regime jurídico privado, com restrições:

a) fiscalizadas pelo Tribunal de Contas e pela supervisão ministerial;

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b) criação: dependem de autorização legal
c) só é extinta por lei;
d) empregados públicos; acumulação de cargos, concurso;

Fundações com regime jurídico de direito público

• Espécie do gênero autarquia: autarquia fundacional.


• Mesmo regime jurídico das autarquias.
• Diferença das autarquias: personalização patrimonial e caráter social.

Empresas Estatais

• Conceito: são pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da administração indireta, que ou se destinam à
exploração de atividade econômica ou à prestação de serviço público.

Características – quadro comparativo

Empresas estatais que exploram atividade econômica

• CF, art.173: regras previstas para as empresas privadas; sem privilégios fiscais não extensivos ao setor privado
(§1º).
• obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias (§2º): regime privado.
• Regime híbrido: privado + público (ex: licitação; concurso público; acumulação de cargos).

Empresas estatais prestadoras de serviço público

• São concessionárias de serviço público.


• Regime híbrido: privado + público; prevalência do direito público (art.175, CF).

Exemplos: podem, em seus contratos, existir cláusulas exorbitantes; concurso público.

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Quadro de pessoal das empresas estatais

• Empregados públicos: CLT


• Não têm estabilidade
• Normas de direito público aplicáveis: concurso; equiparação a funcionário público para fins penais; são agentes
públicos para praticarem atos de improbidade; proibição de acumulação de cargos.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

Conceito

• obrigação imposta ao Estado de reparar os danos causados por seus agentes, no exercício de suas funções.
• abrange pessoas jurídicas de direito público e pessoas de direito privado prestadoras de serviços públicos.

Responsabilidade subjetiva

• Dano
• Nexo causal

• Dano + nexo causal (independe de culpa)

Teoria do risco

- Integral: não admite excludentes.


- Administrativo: excludentes força maior e culpa exclusiva da vítima.

OBS 1: caso fortuito não exclui.


OBS 2: culpa concorrente atenua

Responsabilidade objetiva:

dano + nexo causal *

independe de dolo ou culpa

basta uma conduta comissiva (positiva)

• Nexo causal se dá com um fato administrativo.


• Direito de regresso: Estado X agente – responsabilidade subjetiva (dolo ou culpa)

Responsabilidade Civil do Estado Brasileiro

Responsabilidade objetiva do Estado art.37,§6º CF

Causas excludentes ou atenuantes da responsabilidade objetiva

Força maior e Caso Fortuito

Culpa exclusiva da vítima

Reparação do dano

Responsabilidade estatal subjetiva por condutas omissivas

Segue a regra geral do Código Civil.

Pressupostos: culpa + dano + nexo causal.

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Jurisprudência firmada nos tribunais superiores.

Teoria da Culpa Administrativo ou Falta de serviço

• pode decorrer de:

> Inexistência do serviço


> Mau funcionamento do serviço
> Retardamento do serviço

Obs: incumbe ao prejudicado comprovar uma das hipóteses para fazer jus a indenização.

Exemplos práticos

Condutas positivas (comissivas) – Resp. Objetiva do Estado

• Atropelamento por veículo oficial


• Erro médico
• Morte de pessoas custodiadas (cf. jurisprudência)
• Danos feitos em imóvel particular por máquinas da prefeitura.

Condutas negativas (omissivas) – Resp. Subjetiva do Estado

• Falta de proibição de medicamento comprovadamente prejudicial à saúde.


• Acidente causados por animais na rodovia
• Morte de passageiro em acidente de avião, associada à falta de fiscalização do Estado

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