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política comum
Dados estatísticos
das pescas
de base
EDIÇÃO de 2016
ISSN 1977-3765 Pescas
1
Introdução
Cara leitora / Caro leitor,
A necessidade de recursos haliêuticos sustentáveis é algo que a Europa compreende perfeitamente. Embora possam ser renovadas, sem
uma gestão correta, as unidades populacionais de peixes desaparecerão ― o excesso de pesca pode provocar o seu esgotamento. Uma
gestão sustentável, em contrapartida, cria condições estáveis para o investimento e contribui para a viabilidade económica do setor, em
conformidade com a agenda da Comissão Europeia para o crescimento e o emprego. Uma gestão correta das unidades populacionais de
peixes implica, pelo menos, duas coisas: em primeiro lugar, uma política baseada em dados científicos ― para decidir quanto podem os
nossos pescadores pescar, precisamos de conhecer bem o estado biológico das unidades populacionais e de dispor de dados económicos
e sociais sólidos sobre o setor; em segundo lugar, precisamos de um conjunto de normas transparentes e equitativas para os pescadores,
cujo cumprimento deve ser assegurado pelos governos através da promoção de uma cultura de cumprimento e da aplicação de sanções
dissuasivas aos infratores.
A nova política comum das pescas (PCP) contém esses e outros elementos. O nosso principal objetivo é tornar a pesca sustentável do
ponto de vista ambiental, económico e social. O conceito de rendimento máximo sustentável é atualmente a principal referência para
a gestão das nossas unidades populacionais comuns e as nossas ações baseiam‑se em pareceres científicos. Modernizámos o processo de
tomada de decisões e a ele associámos cientistas e partes interessadas. As novas normas contra as devoluções incentivam os pescadores
a pescar de forma mais seletiva do que antes, diminuindo os desperdícios de peixe. Estamos a simplificar a regulamentação em vigor
a fim de obter um quadro mais simples e eficaz. Dispomos de um fundo específico que apoia a transição para uma pesca sustentável em
todos os seus aspetos.
O peixe selvagem não é o único recurso de que dispomos: um excelente setor aquícola dá‑nos igualmente alimentos de origem marinha
frescos, saudáveis e locais. No entanto, neste momento, em cada quatro peixes consumidos na União Europeia, só um provém da
aquacultura, número claramente insuficiente, sobretudo tendo em conta que os produtos do mar cultivados na UE obedecem aos mais
elevados padrões de segurança — para os animais e ecossistemas e para os seres humanos. Um dos meus objetivos é ajudar este setor
a crescer e a cobrir uma parte da procura de peixes de elevada qualidade.
Os peixes não conhecem fronteiras nem têm passaportes. Os esforços políticos e jurídicos da União Europeia serão inúteis sem
a colaboração de todos os intervenientes internacionais. A Europa só poderá descansar quando em todos os oceanos do mundo
as unidades populacionais forem perfeitamente saudáveis. Até lá, a União trabalhará com outros países, a fim de garantir a plena
conformidade com o direito internacional, que assegura a sustentabilidade dos recursos haliêuticos.
2
Como medida de último recurso, os nossos instrumentos jurídicos contra a pesca ilegal preveem a suspensão do comércio de peixe
proveniente dos países que manifestamente não cumprem as obrigações internacionais. Com efeito, em termos de valor, o nosso mercado
é o maior ao nível mundial, o que implica uma grande responsabilidade em termos de governação das unidades populacionais. Num mercado
de produtos do mar que, como muitos outros, está cada vez mais integrado e mais globalizado, temos de garantir que o pescado que
entra no nosso mercado foi capturado de forma sustentável. Não é, pois, por acaso que esta edição de 2016 dos «Factos e números sobre
a política comum da pesca» deve conter mais ampla informação sobre os padrões de consumo e uma nova secção sobre a pesca ilegal.
A nossa experiência com a reforma da PCP revela que a mudança estrutural é possível, e que comporta benefícios económicos significativos.
À semelhança de Roma e Pavia, as unidades populacionais não se (re)fazem num dia. Muitas unidades populacionais do Mediterrâneo estão
ainda numa situação difícil, mas alguns números estão a aumentar, em particular no nordeste do Atlântico, o que é tranquilizador e reforça
a nossa determinação em prosseguir nesta via difícil.
Karmenu Vella
Comissário europeu do Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas
3
2 Frota de pesca — 12
3 Emprego — 16
5 Comércio externo — 36
6 Consumo — 45
Consumo de proteínas — 47
Fluxos de abastecimento — 48
Autossuficiência — 49
As Organizações Regionais de Gestão das As ORGP estão abertas aos Estados costeiros
Pescas (ORGP) são entidades internacionais da região e aos países que pescam ou têm
constituídas pelos países com interesses de outros interesses ligados à pesca na região.
pesca numa mesma região ou numa mesma A União Europeia, representada pela Comissão
espécie ou grupo de espécies. No seu âmbito, os Europeia, desempenha um papel ativo em
países fixam coletivamente limites das capturas seis ORGP atuneiras (incluindo o Acordo sobre
e/ou do esforço de pesca, medidas técnicas o Programa Internacional de Conservação dos
e obrigações de controlo para incentivar uma Golfinhos, organização irmã da IATTC) e 9 ORGP
gestão sustentável e equitativa dos recursos não atuneiras. É igualmente membro de duas
marinhos comuns. organizações regionais de gestão das pescas
cujo papel é meramente consultivo: a Comissão
Atualmente, a maior parte das águas do das Pescas do Atlântico Centro‑Oeste e o Comité
mundo está abrangida por ORGP para regiões das Pescas do Atlântico Centro‑Este.
ou espécies específicas. Determinadas ORGP
ocupam‑se apenas de espécies altamente
migradoras, como o atum, enquanto outras
têm a seu cargo unidades populacionais de
outras espécies. No caso de atum, as unidades
populacionais melhoraram consideravelmente
nos últimos anos, essencialmente graças
à dedicação e ao trabalho árduo das ORGP.
Das 16 unidades populacionais de atum mais
importantes para a União Europeia, 13 foram
pescadas de forma sustentável em 2014; seis
anos antes, em 2008, esse número foi de 6.
10 1 Uma pesca responsável e sustentável
A pesca ilegal representa uma ameaça grave Estados‑Membros da UE e países terceiros verifiquem melhor e, se necessário, recusem
para os recursos marinhos à escala do planeta. e é aplicável a todos os navios de pesca que importações para a União Europeia.
Empobrece as unidades populacionais, destrói exploram comercialmente recursos haliêuticos
os habitats marinhos, distorce a concorrência, destinados ao mercado da União Europeia. Um quadro jurídico abrangente e um sistema
coloca os pescadores honestos em situação de controlo complexo, aplicável em qualquer
de desvantagem e acaba com os meios de No quadro do regulamento, a UE enceta um lugar, independentemente do pavilhão arvorado,
subsistência das comunidades costeiras, em processo estruturado de diálogo e cooperação garantem o controlo rígido da frota da
especial nos países em desenvolvimento. com os países terceiros que têm dificuldade em União Europeia.
cumprirem as normas internacionais, a fim de os
Estima‑se que são capturadas ilegalmente por ajudar a realizarem as reformas necessárias (ver Além disso, a União Europeia publica
ano entre 11 e 26 milhões de toneladas de gráfico da direita). regularmente uma lista de navios INN. Foram
peixe, o que corresponde a, pelo menos, 15% das investigados mais de 200 casos de presumíveis
capturas mundiais. Neste contexto, a UE está atualmente em atividades de pesca INN por navios de 27 países.
diálogo com 50 países terceiros. Graças a esta Como consequência direta, foram impostas
Enquanto principal importador mundial de cooperação, mais de 30 países terceiros têm sanções contra mais de 50 navios, no valor de
produtos da pesca, a União Europeia adotou melhorado os seus sistemas, juntando‑se cerca de 8 milhões de euros.
uma política inovadora de luta contra a pesca à União Europeia na luta contra a pesca INN.
ilegal ao nível mundial, não permitindo a entrada
no seu território de produtos da pesca não O Regulamento INN também tem ajudado
certificados como legais. a aperfeiçoar as normas de controlo da UE; tem
permitido, mediante a partilha de informações,
O Regulamento INN entrou em vigor em 1 de por exemplo, que os Estados‑Membros
janeiro de 2010. O seu âmbito abrange os
UE-15
UE-25
UE-27
UE-28
9 000 –
kW UE-28
7 000 – kW UE-27
kW UE-25
kW UE-15
6 000 –
5 000 –
1 000 – – 500
0– –0
1996 –
1997 –
1998 –
1999 –
2000 –
2001 –
2002 –
2003 –
2004 –
2005 –
2006 –
2007 –
2008 –
2009 –
2010 –
2011 –
2012 –
2013 –
2014 –
2015 –
Fonte: Ficheiro da frota de pesca
da UE.
2 Frota de pesca 15
Lucro bruto
(em milhares de milhões de euros)
2009
2 636 -16 %
2012
2 226
Fonte: Comité Científico, Técnico e Económico das Pescas (CCTEP). Fonte: Comité Científico, Técnico e Económico das Pescas (CCTEP). The Economic Performance
The 2015 Annual Economic Report on the EU Fishing Fleet (STECF 15-07), Report on the EU Fish Processing (STECF-14-21), Luxemburgo, Serviço das Publicações da
Luxemburgo, Serviço das Publicações da União Europeia, 2015 (Relatório União Europeia, 2014 (Relatório EUR 27029 EN, JRC 93340).
EUR 27428 EN, JRC 97371).
4 Produção nos setores da pesca e da aquacultura
A UE é o quinto maior produtor mundial, Principais produtores mundiais (2013)
representando cerca de 3,2% da produção (capturas e aquicultura)
dos setores da pesca e da aquacultura. 80%
(volume em toneladas de peso vivo e em percentagem do total)
da produção provém das pescas e 20%
da aquacultura.
4.1. Capturas
A União Europeia é responsável por pouco mais Capturas totais da UE em zonas de pesca (2013)
de 5% do total da produção pesqueira mundial,
(volume em toneladas de peso vivo e em percentagem do total)
valor muito próximo do de anos anteriores.
Total de capturas dos principais produtores Capturas totais por Estado-Membro (2013)
mundiais (2013) (volume em toneladas de peso vivo e em percentagem
(volume em toneladas de peso vivo e em percentagem do total)
do total)
ES 904 126 18,67 %
China 16 557 949 17,70 % DK 668 338 13,80 %
Indonésia 6 120 137 6,54 % UK 617 592 12,76 %
Peru 5 876 322 6,28 % FR 528 732 10,92 %
Estados Unidos 5 242 379 5,60 % NL 324 370 6,70 %
UE-28 4 841 560 5,17 % IE 246 240 5,09 %
Índia 4 645 182 4,96 % DE 219 001 4,52 %
Rússia 4 351 209 4,65 % PL 195 477 4,04 %
Mianmar/Birmânia 3 786 840 4,05 % PT 194 610 4,02 %
Japão 3 741 959 4,00 % SE 176 789 3,65 %
Vietname 2 803 800 3,00 % IT 172 907 3,57 %
Filipinas 2 335 404 2,50 % FI 144 297 2,98 %
Chile 2 288 874 2,45 % LV 115 759 2,39 %
Noruega 2 228 513 2,38 % HR 75 267 1,55 %
Tailândia 1 843 747 1,97 % LT 74 803 1,55 %
Outros (*) 26 899 394 28,75 % EE 66 763 1,38 %
EL 63 638 1,31 %
Total 93 563 269 100,00 %
BE 25 377 0,52 %
BG 9 535 0,20 %
HU 6 472 0,13 %
(*) Estimativa da FAO. CZ 3 761 0,08 %
Fontes: Eurostat e FAO para a UE-28 e FAO para os outros países. MT 2 355 0,05 %
SK 1 986 0,04 %
RO 1 617 0,03 %
CY 1 166 0,02 %
AT 350 0,01 %
N.B.: Os valores para o Luxemburgo não são relevantes. SI 232 0,005 %
Fontes: Eurostat para todos os Estados-Membros, exceto FAO para AT, CZ, HU e SK. Total UE-28 4 841 560 100,00 %
22 4 Produção nos setores da pesca e da aquacultura | 4.1. Capturas
DK
Arenque 141 028 21,1 %
Espadilha 96 386 14,4 %
Faneca 38 364 5,7 %
Mexilhão 37 491 5,6 %
Sarda 33 260 5,0 %
DE EL
Arenque 71 841 32,8 % Biqueirão 8 752 13,8 %
Pequenos pelágicos 28 685 13,1 % Sardinha 6 865 10,8 %
Sarda 20 935 9,6 % Douradas 5 242 8,2 %
Camarões do género Pescada 4 694 7,4 %
16 165 7,4 %
Crangon
Bacalhau 14 537 6,6 %
Espadilha 11 899 5,4 % ES
Verdinho 11 418 5,2 % Gaiado 128 027 14,2 %
Escamudo 10 903 5,0 % Tubarões 92 452 10,2 %
Pescada 88 801 9,8 %
Atum-albacora 85 794 9,5 %
EE
Sardinha 49 024 5,4 %
Espadilha 29 805 44,6 % Sarda 47 010 5,2 %
Arenque 21 941 32,9 %
Camarões de águas
6 653 10,0 %
frias FR
Atum-albacora 41 809 7,9 %
IE Pescada 32 348 6,1 %
Vieira 30 977 5,9 %
Sarda 56 603 23,0 %
Arenque 30 142 5,7 %
Pequenos pelágicos 35 441 14,4 %
Gaiado 29 432 5,6 %
Arenque 23 192 9,4 %
Sardinha 27 519 5,2 %
Verdinho 13 205 5,4 %
24 4 Produção nos setores da pesca e da aquacultura | 4.1. Capturas
HR LT
Sardinha 53 159 70,6 % Carapau 33 919 45,3 %
Biqueirão 8 904 11,8 % Sarda 11 786 15,8 %
Pequenos pelágicos 5 128 6,8 % Sardinha 10 955 14,6 %
Espadilha 5 775 7,7 %
IT
Biqueirão 29 664 17,2 % HU
Sardinha 22 986 13,3 % Carpa 3 390 52,4 %
Amêijoa 16 898 9,8 % Ciprinídeos 1 337 20,7 %
Pescada 9 767 5,6 % Carpa-prateada 370 5,7 %
Camarão-tropical 8 949 5,2 %
MT
CY Espadarte 460 19,5 %
Atum-voador 359 30,8 % Sarda 308 13,1 %
Douradas 170 14,6 % Sardinha 219 9,3 %
Trombeiro-boga 88 7,5 % Atum-rabilho 155 6,6 %
Salmonete-legítimo 74 6,3 % Peixe-espada 123 5,2 %
LV NL
Espadilha 33 310 28,8 % Arenque 88 010 27,1 %
Pequenos pelágicos 27 066 23,4 % Carapau 63 027 19,4 %
Arenque 20 720 17,9 % Verdinho 51 584 15,9 %
Sarda 12 112 10,5 % Solha 33 748 10,4 %
Sardinha 9 947 8,6 % Sarda 22 873 7,1 %
Camarões do género
20 280 6,3 %
Crangon
4 Produção nos setores da pesca e da aquacultura | 4.1. Capturas 25
PL SK
Carapau 80 988 41,4 % Carpa 1 463 73,7 %
Arenque 27 758 14,2 %
Bacalhau 23 560 12,1 %
FI
Sardinha 19 104 9,8 %
Solha-das-pedras 17 348 8,9 % Arenque 122 318 84,8 %
Flunder 11 861 6,1 % Espadilha 11 086 7,7 %
PT SE
Sarda 45 442 23,4 % Arenque 77 225 43,7 %
Sardinha 27 854 14,3 % Espadilha 52 909 29,9 %
Carapau 23 043 11,8 %
Polvo 11 750 6,0 %
UK
Cantarilhos 10 660 5,5 %
Sarda 163 801 26,5 %
Arenque 93 569 15,2 %
RO Vieira 45 038 7,3 %
Moluscos e inverte- Arinca 39 742 6,4 %
1 314 81,3 % Caranguejos 30 936 5,0 %
brados aquáticos
Biqueirão 111 6,9 %
SI
Badejo 57 24,6 %
Sardinha 29 12,5 %
Biqueirão 21 9,1 %
Polvo 19 8,2 %
Linguado 15 6,5 %
26 4 Produção nos setores da pesca e da aquacultura | 4.2. Aquacultura
DE 5
16
1
8
RO
FR
IT
ES 6 35 7
N.B.: Na AT, BG, CY, CZ, FI, HR, HU, LU, MT, SI e SK não 14 PT EL
existem organizações de produtores. 38
Fonte: Estados‑Membros. Para a Roménia 1
(JO C 68 de 8.3.2013).
34 4 Produção nos setores da pesca e da aquacultura | 4.4. Organização do setor
Conselhos consultivos
Os conselhos consultivos são organizações Aos sete conselhos consultivos existentes
de partes interessadas, compostas por (Mar Báltico, Frota de Longa Distância, Mar
representantes do setor e de outros grupos de Mediterrâneo, Mar do Norte, Águas Ocidentais
interesse (repartição de mandatos na assembleia Norte, Unidades Populacionais Pelágicas, Águas
geral e no comité executivo: 60%-40%). O seu Ocidentais Sul), vieram somar‑se mais quatro,
objetivo é apresentar à Comissão Europeia instituídos pela nova PCP, para o Mar Negro,
e aos Estados‑Membros recomendações sobre a Aquacultura, os Mercados e as Regiões
questões relativas às pescas e à aquacultura. Ultraperiféricas. Os três primeiros estão já em
Os conselhos consultivos podem igualmente funcionamento.
fornecer informações para a elaboração
de medidas de conservação, devendo os
Estados‑Membros consultá‑los no contexto
da regionalização. Mar Báltico
Uma vez que prosseguem um objetivo de Mar Negro
interesse geral para a Europa, os conselhos
Frota de Longa Distância (águas não‑UE
consultivos recebem assistência financeira da
em todo o mundo)
Comissão Europeia para cobrirem uma parte
dos custos operacionais. Mar Mediterrâneo
Mar do Norte
Águas Ocidentais Norte
Águas Ocidentais Sul
Regiões Ultraperiféricas
Unidades Populacionais Pelágicas
(verdinho, sarda/cavala, carapau,
arenque, pimpim)
Águas da UE
Guadalupe‑Martinica Maiote Reunião
4 Produção nos setores da pesca e da aquacultura | 4.4. Organização do setor 35
Guiana
Francesa
5 Comércio externo
Em termos de valor, a União Europeia é o As trocas comerciais entre países da
principal comerciante de produtos da pesca União Europeia são muito significativas
e da aquacultura no mundo. O comércio da UE e desempenham um papel essencial no comércio
(importações e exportações) aumentou nos de produtos da pesca da UE. O seu valor
últimos anos, atingindo 45,9 mil milhões de é comparável ao das importações provenientes
euros em 2014. A Noruega, a China, o Equador de fora da UE, a saber, 20,6 mil milhões de
e Marrocos são os principais fornecedores da UE, euros em 2014. Os principais exportadores para
enquanto os Estados Unidos, a Noruega, a Suíça outros Estados‑Membros da UE são a Suécia,
e a China são os seus principais clientes. a Dinamarca, os Países Baixos e a Espanha.
Os principais importadores são a França,
A União Europeia é um importador líquido de a Alemanha, a Itália e a Espanha.
produtos da pesca e da aquacultura, na sua
maioria congelados e preparados. A Espanha,
a Suécia, o Reino Unido e a Dinamarca são os
principais Estados‑Membros importadores.
Importações Exportações
toneladas valor toneladas valor
Importações extra-UE
Peixes
1 057 615 3 226 300 1 118 369 1 372 097 21
pelágicos
Salmonídeos 837 320 4 429 927 117 676 702 642
Outros peixes 1 881 271 5 917 574 405 804 1 191 656
Crustáceos 621 184 4 474 711 66 816 311 198
Moluscos 614 215 1 997 959 46 291 225 477
Produtos não Comércio
936 103 914 014 390 213 518 314
alimentares intra-UE
Total UE-28 5 947 708 20 960 485 2 145 169 4 321 384 20,6
Exportações
extra-UE
4,3
Noruega
11%
Rússia
4%
Suíça
Estados
Unidos
EU-28 8%
Japão
12 % China 5%
Marrocos 7%
Valor das exportações 2%
da UE-28 para os
principais clientes Egipto
Vietname
4%
Estados Unidos 516 216 Nigéria
6%
Noruega 477 119
Brasil
Suíça 352 433 2 %
China 316 844
Nigéria 277 397
Japão 218 420
Rússia 173 548
Vietname 165 132
Egipto 130 397
Marrocos 99 961
< 0,2 mil milhões
Brasil 81 549
Outros países
terceiros
1 512 368 0,2-0,4 mil milhões
Comércio de produtos da pesca e da aquacultura entre a União Europeia e países terceiros (2014)
(valor em milhares de euros e em percentagem do total)
Importações Exportações
toneladas valor toneladas valor
Importações e exportações de BE 123 495 741 933 4 633 22 554
produtos da pesca e da aquacultura — BG 9 186 13 853 3 270 11 460
Comércio extra-UE (2014) CZ 15 394 42 655 2 718 8 686
(volume em toneladas e valor em milhares DK 881 085 2 072 802 275 564 630 015
de euros) DE 674 650 1 963 153 143 050 299 755
EE 9 707 22 471 76 451 59 223
IE 48 647 28 566 158 976 180 225
EL 71 161 181 400 8 444 49 071
ES 1 040 637 3 395 282 445 728 765 957
FR 438 136 1 902 438 75 955 288 839
HR 8 564 22 279 14 104 46 217
IT 442 689 1 883 901 29 410 127 018
CY 7 828 29 044 3 021 19 264
LV 16 178 29 981 66 378 59 187
LT 53 105 109 351 22 749 32 955
LU 14 1 212 323 3 498
HU 3 022 5 757 1 002 2 838
MT 9 138 12 519 4 166 49 977
NL 509 313 1 892 037 514 189 591 627
AT 9 521 48 859 1 877 12 308
PL 174 389 369 908 26 817 93 495
PT 129 318 400 539 39 376 179 715
RO 16 617 33 241 795 3 196
SI 3 815 8 008 2 012 8 578
SK 5 968 9 991 341 893
FI 64 319 176 880 14 268 10 529
SE 661 651 3 174 285 17 205 57 362
UK 520 164 2 388 140 192 346 706 941
Total UE-28 5 947 708 20 960 485 2 145 169 4 321 384
42 5 Comércio externo
5 %
21 %
17 %
3 %
45 %
47 % 4 %
Produtos frescos e refrigerados 5 123 620 Produtos frescos e refrigerados 900 690
Produtos congelados 9 893 989 Produtos congelados 1 946 539
Produtos fumados, salgados e secos 686 812 Produtos fumados, salgados e secos 192 783
Pratos preparados e conservas 4 112 037 Pratos preparados e conservas 730 300
Não especificado 1 144 026 Não especificado 551 072
Fontes: FAO, Eurostat e Eumofa. Fonte: Eumofa, The EU fish market,Edição de 2015.
48 6 Consumo
Fluxos de abastecimento
O abastecimento no mercado da União Europeia
Fluxos de abastecimento (2012)
é assegurado pela produção própria da UE (volume em milhões de toneladas de equivalente peso vivo)
e pelas importações, tendo estado disponíveis
para consumo humano, em 2012, 13,84
milhões de toneladas no total. No mesmo ano,
o consumo aparente, obtido subtraindo a esse Produção da UE
valor as exportações, foi de 11,97 milhões (apenas para
de toneladas. utilização alimentar) Importações
5,31 8,53
Abastecimento
13,84
Exportações
Consumo
1,87
aparente
11,97
Fonte: Eumofa.
6 Consumo 49
Autossuficiência
A taxa de autossuficiência da União Europeia, Taxa de autossuficiência da União Europeia (2012)
que é a relação entre a produção própria (percentagem por grupo de mercadorias)
(capturas e aquacultura) e o consumo aparente
total, manteve‑se estável, em torno dos 45%,
entre 2008 e 2012.
Moluscos
50 %
Outros
peixes Salmonídeos
32 % 31 %
Crustáceos
21 %
Fonte: Eumofa.
7 Apoio da União Europeia
A recuperação económica da União Europeia até
2010 foi apoiada por cinco fundos estruturais São seis as prioridades do FEAMP
e de investimento europeus (1). Um deles,
o Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das •P
esca sustentável (26,9%): Alcançar o equilíbrio entre a capacidade de pesca humana e os
Pescas (FEAMP), foi especificamente concebido recursos naturais disponíveis, pescar de forma mais seletiva e reduzir as capturas indesejadas.
para os mares e as costas da Europa. Com um
orçamento, de 6,4 mil milhões de euros (dos •A
quacultura sustentável (21%): Tornar o setor mais competitivo e bem sucedido, centrando‑o
quais 5,7 mil milhões são afetados e geridos na qualidade, na saúde e na segurança, bem como numa produção respeitadora do ambiente;
pelos Estados‑Membros de modo partilhado), oferecer aos consumidores produtos de alta qualidade, de elevado valor nutricional e fiáveis.
está direcionado não só para apoiar a nova
política comum das pescas (PCP) e tornar •E
xecução da PCP (19,1%): Melhorar a recolha de dados, os conhecimentos científicos,
mais sustentáveis e lucrativas as pescas e a o controlo e a fiscalização da legislação da pesca.
aquacultura, como também para diversificar as
•E
mprego e coesão territorial (9%): Ajudar as comunidades de pesca e de aquacultura costeiras
economias locais com vista ao desenvolvimento
e interiores a obterem maior valor pelos seus produtos e a diversificarem a economia, abrindo‑a
sustentável das regiões marítimas e zonas
a outros domínios marítimos, como o turismo ou as vendas diretas.
interiores de pesca e aquacultura.
•C
omercialização e transformação (17,6%): Melhorar a organização do mercado, informações
O FEAMP apoia iniciativas que visem
sobre o mercado e a informação aos consumidores, no maior mercado mundial de produtos
a reconstituição das unidades populacionais de
da pesca.
peixes, a eliminação progressiva das devoluções,
a recolha de dados relativos ao setor das pescas •A
plicação da política marítima integrada (PMI) (1,2%): Melhorar o conhecimento do meio
e a redução dos impactos antropogénicos no marinho, planear melhor as atividades no mar, promover a cooperação no domínio da vigilância
ambiente marinho. Para garantir o cumprimento marítima e gerir as bacias marítimas em função das necessidades de cada uma.
das normas, são igualmente cobertas ações
de controlo e fiscalização. O Fundo promove Os restantes 5,1% dizem respeito à assistência técnica para ajudar os Estados‑Membros
igualmente a cooperação internacional a implementar as prioridades acima referidas.
e a integração em domínios marítimos
como o ordenamento do espaço marítimo
e a vigilância. (1) Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), Fundo Social Europeu (FSE), Fundo de Coesão (FC), Fundo Europeu
Agrícola de Desenvolvimento Rural (Feader) e Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP).
7 Apoio da União Europeia 51
Prioridades do FEAMP:
(em milhares de euros e percentagem do total)
Para além destas prioridades, o FEAMP não
impõe o modo de gastar cada cêntimo,
limitando‑se a atribuir uma parte do orçamento
26,9 % total a cada país e deixando a cargo da
Pesca sustentável 21 % autoridade nacional — e de cada comunidade
1 545 795 local — a escolha dos projetos e soluções que
Aquacultura sustentável
funcionam melhor nas suas economias.
1 210 131
19,1 %
5,1 % Aplicação da PCP
1 100 000
Assistência técnica
291 595
9 %
Emprego e coesão
1,2 % territorial
518 954
Execução da política
marítima integrada 17,6 %
71 056
Comercialização
e transformação
1 011 801
52 7 Apoio da União Europeia