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CARACTERIZAÇÃO AGRÍCOLA

AGRICULTURA

Actividade do homem levada a cabo primariamente com o


intuito de produzir alimentos (directa ou indirectamente),
fibras, combustíveis e outros materiais, mediante o uso
controlado de vegetais e animais
(Spedding)

Actividade económica de carácter multidisciplinar - envolvendo


aspectos económicos, técnicos e biológicos -, desempenhada
pelo homem e envolvendo o homem

Inquéritos às explorações agrícolas do INE:

1950 – Plano de Fomento Agrário


D.G. dos Serviços Agrícolas, Serviços de Pecuária e dos Serviços
Florestais, Junta de Colonização Interna e os Serviços de Estudo de
Reorganização e Ordenamento Agrário – SROA
1952 – 1954 – Inquérito às Explorações Agrícolas do Continente

1968 – Inquérito às Explorações Agrícolas do Continente – IEA/68


1979 – Recenseamento Agrícola do Continente – RAC/79
1989 – Recenseamento Geral Agrícola – RGA/89
1º recenseamento realizado, em Portugal, de acordo com a legislação
comunitária (Regulamento do Conselho (CEE) nº 571/88 de 29/2/88)
1999 – Recenseamento Geral da Agricultura – RGA/99
2

1
Inquéritos às explorações agrícolas do INE:

Nos diferentes tipos de inquéritos foram sendo introduzidas sucessivas


alterações, pelo que na análise dos mesmos é determinante dominar os
conceitos a que se referem os elementos informativos.

O simples conceito de exploração agrícola, nos diferentes inquéritos, foi


sofrendo algumas alterações, ainda que respeitando alguns requisitos
básicos:
Unidade técnico-económica que:
i. Produz um ou vários produtos agrícolas;
ii. Atinge ou ultrapassa uma certa dimensão
iii. Está submetida a uma gestão única
iv. Localizada num local bem determinado e identificável

Contudo... 3

Contudo...
No que respeita à inclusão ou não do ramo florestal no conceito de
exploração agrícola:

Inquérito Considera os maciços florestais existentes em terrenos da exploração


de e controlados pelo agricultor pertencentes à exploração agrícola;
1952-54 Contudo, não considera explorações agrícolas as empresas que se
dedicam exclusivamente à exploração de produtos florestais.
Incluiu no conceito de exploração agrícola “o conjunto de terras (...)
IEA/68 utilizadas total ou parcialmente para a produção agrícola e florestal”
Inventariou não só as superfícies com “matas e florestas” em
RAC/79 explorações agrícolas, como também incluiu as “explorações
exclusivamente florestais”
Passou a considerar como unidade básica da dimensão da exploração
RGA/89 a Superfície Agrícola Útil (SAU)1 e não a superfície agro-florestal como
acontecera nos inquéritos anteriores
A superfície florestal não é contabilizada na área mínima a que uma
unidade de produção deve obedecer para ser inquirida

1 – SAU – “Terras aráveis (limpa e sob-coberto de matas e florestas), horta


familiar, culturas permanentes, prados e pastagens permanentes. Integra “terras
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com matas e florestas sem culturas sob-coberto”. (RAC/79)

2
Outro conceito que divergiu entre inquéritos...
Pastagens pobres

“terras com matos, estevas, etc”


No RAC/79 foram integrados em superfície agrícola não utilizada,
enquanto que no RGA/89 foram consideradas pastagens pobres
(pastagens não melhoradas com adubações, cultivos, sementeiras ou drenagens, utilizadas
periódica ou permanentemente e frequentemente situadas em zonas acidentadas)

Também os limiares de dimensão para definir a exploração agrícola foram


distintos nos diferentes inquéritos...
Expl.:
No Inquérito de 1952-54 – foram recenseadas todas as terras cuja área
cultivada ≥ 200 m2
No IEA/68 – excluídas explorações agrícolas com área total < 0,05ha
5
No RGA/89...

O Recenseamento Geral da Agricultura (RGA), realizado de 10 –


10 anos – sendo que o último decorreu em 1999 –, tem como
objectivos:
ƒ caracterizar a agricultura portuguesa, (auxiliando
posteriormente na tomada de decisões no âmbito das
políticas agrícola, regional e territorial);
ƒ conhecer, até ao nível geográfico da freguesia, o número
de explorações agrícolas, a área agrícola do país, a área
ocupada pelas diferentes culturas agrícolas, o número de
animais por espécie e categoria, as máquinas e
equipamentos das explorações agrícolas, a mão-de-obra
agrícola e a população agrícola familiar, os indicadores
ligados às práticas agrícolas e ao ambiente;
ƒ constituir uma base de dados para a realização dos
diferentes inquéritos agrícolas que se irão realizar.
6

3
A caracterização de diferentes zonas geográficas é feita atendendo
ao sistema de divisão territorial para fins estatísticos (Dec. Lei nº
46/89) – NUTS (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins
Estatísticos)

Esta nomenclatura é constituída por 3 níveis de agregação das


unidades territoriais:
• Nível I – correspondente ao território do continente e de cada
uma das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira (3
unidades)
• Nível II – correspondente, no Continente, às grandes divisões
regionais + os territórios das Regiões Autónomas dos Açores e
da Madeira (7 unidades)
• Nível III – constituído por pequenas regiões, providas de
suficiente homogeneidade (30 unidades: 28 no continente + 2
7
correspondentes às Regiões Autónomas da Madeira e Açores)

Quadro – Identificação de NUTS em Portugal


Código NUTS I NUTS II NUTSII

PT Portugal

PT1 Continente

PT11 Norte
PT111 Minho-Lima
PT112 Cávado
PT113 Ave
PT114 Grande Porto
PT115 Tâmega
PT116 Endre Douro e Vouga
PT117 Douro
PT118 Alto Trás-os-Montes
PT12 Centro
PT121 Baixo Vouga
PT122 Baixo Mondego
PT123 Pinhal Litoral
PT124 Pinhal Interior Norte
PT125 Dão-Lafões
PT126 Pinhal Interior Sul
PT127 Serra da Estrela
PT128 Beira Interior Norte
PT129 Beira Interior Sul 8
PT12A Cova da Beira

4
Quadro – Identificação de NUTS em Portugal
Código NUTS I NUTS II NUTSII

PT Portugal

PT1 Continente

PT13 Lisboa e Vale do Tejo


PT131 Oeste
PT132 Grande Lisboa
PT133 Península de Setúbal
PT134 Médio Tejo
PT135 Lezíria do Tejo
PT14 Alentejo
PT141 Alentejo Litoral
PT142 Alto Alentejo
PT143 Alentejo Central
PT144 Baixo Alentejo
PT15 Algarve Algarve

PT2 Açores Açores Açores

PT3 Madeira Madeira Madeira

A desadequação da divisão distrital às realidades sócio-económicas do País,


levou, a partir dos anos 70 do sec. XX, à procura de divisões territoriais mais
adequadas às formas actuais de viver e produzir. Foram criadas associações
locais de municípios para resolver problemas específicos (abastecimento de
água, construção de redes de estradas de interesse local, ...), bem como vastas
regiões de planeamento que agrupam uma série de distritos à volta das cidades
mais activas, de modo a coordenar as necessárias transformações.

A problemática da informação estatística regional de natureza económica tem


constituído motivo de preocupação devido às divergências que se verificam entre
as matrizes de delimitação espacial utilizadas pelos diferentes sectores
administrativos, dificultando as tomadas de decisão relativas ao planeamento do
desenvolvimento e valorização a nível europeu.
Assim, mais recentemente, e com fins estatísticos, foi criado um novo sistema de
divisão territorial – NUTS – que obedece às normas europeias. Este novo
sistema de divisão apresenta um inegável interesse geográfico, verificando-se
que ao nível das NUTS III existe uma verdadeira identidade e homogeneidade
natural, histórica e socio-económica.
No entanto, parte dos dados estatísticos recentes já está a ser divulgado de
acordo com esta nova divisão, sem que seja fornecida aos utilizadores a
correspondência com a anterior divisão → a informação sobre a evolução sócio-
económica do País torna-se insuficiente e precária. 10

5
Exploração Agrícola (RGA, 1999)

Unidade técnico-económica que utiliza mão-de-obra e factores


de produção próprios e que deve satisfazer obrigatoriamente as
condições:
a) produzir um ou vários produtos agrícolas;
b) atingir ou ultrapassar uma certa dimensão (área,
número de animais);
c) estar submetida a uma gestão única;
d) estar localizada num local bem determinado e
identificável.

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Alínea (b) – atingir ou ultrapassar uma certa dimensão – deverá verificar


uma de 3 condições:

1 - SAU ≥ 1ha
2 - Não tendo 1 ha, a exploração tem em cultura principal uma
das seguintes condições:
- 500 m2 de flores e plantas ornamentais;
- 500 m2 de estufas;
- 500 m2 de viveiros;
- 1000 m2 de culturas hortícolas intensivas em área de base;
- 1000 m2 de culturas para sementes de culturas forrageiras
ou para sementes e propágulos de outras culturas não
lenhosas;
- 2000 m2 de culturas industriais (excluir plantas aromáticas);
- 2000 m2 de pomar;
- 2000 m2 de vinha;
- 5000 m2 de olival;
- 5000 m2 de batata;
- 5000 m2 de culturas hortícolas extensivas;
- 1 tonelada de cogumelos de culturas produzidas. 12

6
3 - não tendo 1ha, a exploração possui:

1 touro reprodutor;
1 vaca;
2 bovinos de 2 ou + anos;
3 porcos de engorda;
1 porca reprodutora;
6 ovelhas;
6 cabras;
10 coelhas reprodutoras; Produção de:
100 poedeiras e/ou reprodutoras das aves; 5 bovinos;
10 colmeias e ou cortiços povoados; 5 porcos;
2 avestruzes reprodutoras; 250 gansos;
500 codornizes poedeiras/reprodutoras. 250 perus;
250 frangos de carne;
500 patos;
15 avestruzes;
10000 codornizes.
13

Superfície Agrícola Utilizada - SAU


Soma das terras aráveis (terra arável
limpa + culturas sob-coberto de matas
e florestas), culturas permanentes e
prados e pastagens permanentes.
(RGA, 1999)

SAU (ares) - 1999

14

7
Número de Área (ha)
explorações
1989 1999 1989 1999
Utilização das terras
SAU 594 418 412 612 4 005 573,45 3 863 093,84

Terras aráveis limpas 525 368 350 141 1 905 417,73 1 510 255,08

Culturas permanentes 487 000 342 918 789 414,66 711 627,62

Prados/Pastagens permanentes 103 195 96 078 473 503,23 711 542,77

Horta familiar 31 765

Total de culturas sob-coberto de


matas e florestas 14 372 17 120 837 237,83 929 668,37

Matas e florestas s/ culturas sob-


coberto 279 419 201 098 978 258,78 1 008 373,67

SANU 95 098 91 043 245 109,60 202 898,03

Outras formas de utilização da terra 464 073 336 107 87 218,51 114 572,90

Total 598 742 415 969 5 316 160,34 5 188 938,44


15
Fonte: INE – RGA89/RGA99

Terras aráveis
Soma das superfícies que são frequentemente mobilizadas com
lavouras, cavas, sachas, ... e que se destinam a culturas de
sementeira anual e as que são ressemeadas com culturas que
ocupam o solo por um período menor do que 5 anos (morangos,
espargos, prados temporários), bem como das terras em pousio
e a horta familiar. (RGA, 1999)

Terras aráveis limpas

Superfícies ocupadas por culturas temporárias em cultura


principal, pousio e horta familiar (sem terras aráveis sob-coberto
de matas e florestas).
(RGA, 1999)

16

8
Madeira 1999

Açores 1989

Algarve
Regiões agrárias

Alentejo
Ribatejo e Oeste
Beira Interior

Beira Litoral

Trás-os--Montes
EDM

0 200000 400000 600000 800000 1000000

Total de terra arável limpa (ha)

Gráfico – Área total de terra arável limpa por região agrária

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Culturas hortícolas extensivas


São cultivadas como cultura única no ano agrícola ou cultivadas
em parcelas que entram rotações (alternam em períodos de um
ou mais anos) com culturas não hortícolas.
(RGA, 1999)

Rotação
Sequência ordenada de culturas, durante um determinado
período de tempo, findo o qual as culturas se sucedem na
mesma ordem.

Folha
Parcela de terra tratada homogeneamente, isto é, recebendo
uma cultura sujeita a técnicas culturais condicionadas pela
própria cultura e pelas características específicas da parcela.
18

9
Afolhamento
Compartimentação espacial da exploração agrícola.

1º ano 2º ano 3º ano 4º ano


Folha 1 Milho Trigo Fava Cevada
Folha 2 Trigo Fava Cevada Milho
Folha 3 Fava Cevada Milho Trigo
Folha 4 Cevada Milho Trigo Fava

Folha 1 Folha 2

Folha 4 Folha 3

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Bloco
Parte das terras da exploração inteiramente rodeada de terras,
águas, ... não pertencentes à exploração.
(RGA, 1999)

Culturas hortícolas intensivas


São cultivadas durante vários anos em parcelas destinadas
exclusivamente a culturas hortícolas, sucedendo-se na
mesma parcela várias culturas hortícolas durante o ano
agrícola.
(RGA, 1999)

20

10
Culturas forrageiras
Conjunto de plantas destinadas ao corte para dar ao gado e que
são colhidas antes de completarem o seu ciclo vegetativo
(maturação), de modo a serem melhor digeridas pelos animais.
Podem ser consumidas pelo gado em verde ou, depois de
conservadas, como feno ou silagem.
(RGA, 1999)

Prados temporários
Conjunto de plantas herbáceas destinadas a serem comidas pelo
gado no local em que vegetam. Acessoriamente podem ser
cortadas em determinados períodos do ano. São temporários
porque estão incluídos numa rotação, ocupando o solo por um
período geralmente não superior a 5 anos.
(RGA, 1999)
21

Horta familiar
Superfície de dimensão normalmente inferior a 20 ares,
reservada à produção de hortícolas, frutos e flores destinados
fundamentalmente ao autoconsumo.

Pousio
Terras incluídas no afolhamento ou rotação, trabalhadas ou
não, não fornecendo colheita durante o ano agrícola, tendo em
vista o seu melhoramento. Pode apresentar-se sob a forma de:
• terras sem qualquer cultura,
• terras com vegetação espontânea (que pode ser usada para
animais ou enterrada),
•ou terras semeadas com vista, exclusivamente, à produção de
matéria verde para ser enterrada e aumentar a fertilidade do
solo (sideração).
Dá-se a designação de alqueive à terra não ocupada por
culturas mas em que são realizadas mobilizações para limpeza
das infestantes. 22

11
País
Culturas em
terras aráveis
T batata - principal T out. leg. - principal T. cereais - principal
T batata s-c permanentes T prados e c.forrag - p. T. cereais s-c permanen.
T cult hort ext - princ. T prados e c.forrag - s.
T cult hort int. - p. T prados e c.forrag s-c

200 000 200 000

180 000 180 000

160 000 160 000

140 000 140 000

120 000 120 000

100 000 100 000

80 000 80 000

60 000 60 000

40 000 40 000

20 000 20 000

0 0
Gráfico – Totais de culturas
Ano de 1999 integradas em terras
aráveis, em Portugal, em
Instituto Nacional de Estatística
Recenseamentos Gerais da Agricultura. Dados comparativos 1989-1999
1999, considerando o nº
explorações
23

País
Culturas em
terras aráveis
T batata - principal T out. leg. - principal T. cereais - principal
T batata s-c permanentes T prados e c.forrag - p. T. cereais s-c permanen.
T cult hort ext - princ. T prados e c.forrag - s.
T cult hort int. - p. T prados e c.forrag s-c

60 000 000 60 000 000

50 000 000 50 000 000

40 000 000 40 000 000

30 000 000 30 000 000

20 000 000 20 000 000

10 000 000 10 000 000

Gráfico – Totais de culturas


0 0
Ano de 1999 integradas em terras
aráveis, em Portugal, em
Instituto Nacional de Estatística 1999, considerando a área
Recenseamentos Gerais da Agricultura. Dados comparativos 1989-1999
(ares)
24

12
Culturas permanentes

Culturas que ocupam a terra durante um longo período e


fornecem repetidas colheitas.
Exemplo: vinha, citrinos, ...
(RGA, 1999)

Prados e pastagens permanentes


Conjunto de plantas, em geral herbáceas, destinadas a serem
comidas pelo gado no local em que vegetam. Acessoriamente
podem ser cortadas em determinados períodos do ano. Podem
ser semeados ou espontâneos. Não estão incluídos numa
rotação e ocupam o solo por um período superior a 5 anos.
(RGA, 1999)

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Pastagens espontâneas pobres


Pastagens frequentemente situadas em zonas acidentadas e que
não são melhoradas por adubações, cultivos, sementeiras,
drenagens ou regas.

Pastagens espontâneas melhoradas


Pastagens que após o seu surgimento, e devido à sua qualidade,
sofrem o mesmo tipo de melhoramento que as pastagens
semeadas, nomeadamente adubações, drenagens.

26

13
Madeira
Açores
Algarve
Reg iõ es Ag rárias

Beira Interior
Ribatejo e Oeste
1999
Alentejo
1989
Beira Litoral
Trás-os--Montes
EDM

0 50000 100000 150000 200000

Área total de culturas permanentes (ha)


Gráfico – Área total de culturas permanentes por região agrária

27

País Culturas
permanentes
T cult assoc perm/perm T. past - s-c perman. Total de frutos secos
T vinha cont/descontínua T. pastagens - t limpa Total de olival
T. frutos sub-tropicais Total de citrinos Total de viveiros
T. past - s-c matas/fl Total de frutos frescos

250 000 250 000

200 000 200 000

150 000 150 000

100 000 100 000

50 000 50 000

Gráfico – totais, em
0 0
Ano de 1999 número de explorações,
de culturas permanentes
Instituto Nacional de Estatística em Portugal, no ano de
Recenseamentos Gerais da Agricultura. Dados comparativos 1989-1999
1999
28

14
País Culturas
permanentes
T cult assoc perm/perm T. past - s-c perman. Total de frutos secos
T vinha cont/descontínua T. pastagens - t limpa Total de olival
T. frutos sub-tropicais Total de citrinos Total de viveiros
T. past - s-c matas/fl Total de frutos frescos

80 000 000 80 000 000

70 000 000 70 000 000

60 000 000 60 000 000

50 000 000 50 000 000

40 000 000 40 000 000

30 000 000 30 000 000

20 000 000 20 000 000

10 000 000 10 000 000

0 0 Gráfico – totais, em área


Ano de 1999 (ares), de culturas
permanentes em Portugal,
Instituto Nacional de Estatística
Recenseamentos Gerais da Agricultura. Dados comparativos 1989-1999
no ano de 1999
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Superfície agrícola não utilizada - SANU


Superfície que foi anteriormente utilizada como agrícola, mas que
já não é explorada por razões económicas, sociais ou outras e
que não entra no afolhamento ou rotação cultural.
Esta superfície pode voltar a ser utilizada com o auxílio dos
meios geralmente disponíveis numa exploração.
(RGA, 1999)

Baldio
Terrenos possuídos e geridos por comunidades locais.
(Dec. Lei nº 68/93 )
Terrenos usados comunitariamente e fruidos por moradores de
determinada freguesia, freguesias ou parte delas
30

15
Sistemas de exploração da terra
Podem ser interpretados como o conjunto de culturas e operações
culturais, característico das explorações agrícolas, que assume
uma forma mais ou menos homogénea no espaço e no tempo.
Logo, representam uma forma de aproveitamento agrícola,
agrupando explorações que, embora possuam individualidade
própria, apresentam semelhanças nas características de
distribuição dos seus componentes e no espaço.

Exemplo: agricultura mediterrânica de sequeiro; agricultura de


regadio
(Pinto, 1995)

31

Num sistema de exploração da terra pode-se distinguir:

ƒ Sistemas de produção – que definem a importância


relativa de cada um dos sectores de actividade agrícola na
exploração: pecuária, florestal, hortícola, ..., bem como a
intensidade de emprego de factores externos (recursos
humanos e materiais necessários e de que o agricultor
pode dispor para obter o resultado económico desejado.

ƒ Sistemas de cultura – que reflectem a forma pela qual


os agricultores podem manter ou aumentar a fertilidade
dos seus campos (exemplo: fazendo suceder culturas,
cedendo adubos ou orientando as produções para
produtos de fracas exportações).

Forma de exploração da SAU


Forma jurídica pela qual o produtor dispõe da terra.
32

16
Conta própria
- SAU da exploração que é propriedade do produtor
fixo
- SAU que a exploração dispõe por um certo período, superior a uma campanha
agrícola, mediante pagamento em dinheiro, em géneros, em ambas as coisas ou
ainda em prestação de serviços, de um montante previamente estipulado e
independente dos resultados da exploração
de campanha
- SAU que é explorada mediante um contrato de arrendamento de campanha,
Arrendamento segundo o qual é transferido de uma parte para outra a exploração de culturas,
numa ou mais parcelas, por uma ou mais campanhas, sendo fixada previamente a
renda a pagar
de parceria (variável)
- SAU que é explorada em associação pelo proprietário e pelo produtor, com base
num contrato de parceria, escrito ou oral, no qual se convenciona a forma de
proceder à repartição da produção a obter e dos encargos a suportar. O proprietário
pode concorrer para a produção unicamente com a cedência de terra ou pode
contribuir com alguns meios de produção ou orientação técnico-administrativa.
Outras formas 33
- por exemplo cedência gratuita das terras para cultivo.

Quadro – Dados comparativos de 1989-1999 da forma de exploração da


SAU em Portugal, expressos em nº de explorações e em área
Nº de explorações Área (ha)
1989 1999 1989 1999
Conta própria 540 817 387 661 2 761 888,03 2 797 207,88
Arrendamento de parceria 25 088 8 737 63 994,59 30 135,07
Arrendamento fixo 128 575 57 016 957 781,49 841 348,47
Arrendamento de campanha 2 743 1 366 29 027,62 26 143,31

Madeira
Açores
Algarve
Regiões Agrárias

Alentejo
Ribatejo e este
Exploração da SAU por conta
Beira Interior própria (área - ha) 1999
Beira Litoral
Exploração da SAU por conta
Trás-os-Montes própria (área - ha) 1989
EDM

0 500000 1000000 1500000


Exploração da SAU por conta própria
34
Gráfico - Área de SAU explorada por conta própria, nas diferentes regiões agrárias

17
Classes de idade do produtor singular
Frequência de classes de idade por região agrária - 1989/1999
15-44 anos de idade 45-54 anos de idade > 55 anos de iadade
1989 1999 1989 1999 1989 1999
EDM 23.73 18.13 23.92 21.07 52.35 60.8
Trás-os- Montes 19.56 16.35 21.98 19.39 58.46 64.25
Beira Litoral 22.27 14.41 24.88 22.55 52.85 63.04
Beira Interior 13.66 11.16 18.31 15.76 68.03 73.08
Ribatejo e Oeste 18.98 14.40 23.88 19.24 57.14 66.36
Alentejo 16.34 14.98 19.84 16.59 63.82 68.43
Algarve 11.51 8.57 19.07 14.6 69.42 76.83
Açores 32.40 32.47 20.22 23.04 47.39 44.48
Madeira 17.08 14.39 20.01 18.13 62.92 67.49
Madeira
Açores
Algarve
Alentejo > 55
Ribatejo e Oeste
45-54
Beira Interior
15-44
Beira Litoral
Trás-os- Montes
EDM

0 20 40 60 80 100
Frequência das classes de idade dos produtores (1999) 35

Curva de Lorenz
A curva de Lorenz relaciona a percentagem acumulada do valor
de um atributo (que pode ser a área) com as percentagens
acumuladas de efectivos (nº explorações).
Curva de Lorenz
100
atributo acumulado

80
ão
uiç
60 istrib p-q
d
qui
(q)

ee raç
ão
40 ecta d ent
R on c
ec
20 ad
Áre q
0
0 20 40 60 80 100
Nº efectivos acumulados (p)

Quanto mais pronunciada for a curva maior será a desigualdade


da distribuição do atributo em estudo, enquanto que mais
próxima for da diagonal mais equitativa será a distribuição. 36

18
Índice de Gini
Índice de concentração de um atributo, definido com base na curva
de Lorenz. Corresponde ao dobro da área de concentração.
0 < IG < 1:
- IG = 0 - distribuição mais equitativa do atributo
- IG = 1 - distribuição monopolista - maior concentração do
atributo

Curva de Lorenz

⎡ n∑−1 ⎤ atributo acumulado 100

⎢ i =1 (qi ) ⎥
80
ão
uiç
p-q
IG = 1 − ⎢ trib
60
⎥ dis
(q)

ui
n −1 eq ão
40 e raç
⎢ ∑ ( pi ) ⎥ 20 Rec
ta d
de
c onc
ent

q
⎣⎢ i =1 ⎦⎥
a
Áre
0
0 20 40 60 80 100
Nº efectivos acumulados (p)
37

Quadro - Número de explorações e SAU (em valores absolutos, acumulados e frequência de acumulados),
por classes de SAU
Classes de SAU Nº explorações Área Nº expl. Acumulado Área acumulada Freq.expl acum. (p) Freq.área acum.(q)
> 0 a < 1 ha 108445 58457 108445 58457 26,28256086 1,513159547
1 a < 2 ha 115272 161113 223717 219570 54,21970277 5,683569832
2 a < 5 ha 100715 313370 324432 532940 78,6288329 13,79515283
5 a < 10 ha 42123 292806 366555 825746 88,8376974 21,37443665
10 a < 20 ha 23064 318386 389619 1144132 94,42745243 29,61585881
20 a < 50 ha 13088 396278 402707 1540410 97,59943967 39,87351553
50 a < 100 ha 4126 287545 406833 1827955 98,59941058 47,31661835
> = 100 ha 5779 2035286 412612 3863241 100 100
Somatório 638,5950966 259,1723115

Curva de Lorenz - Portugal


100

80 IG = 1 - 259.172
638,595
Área (ha)

60

40 IG = 0,59
20

0
0 20 40 60 80 100
Nº explorações
38

19
Curva de Lorenz - EDM
100

80

60
Área

40
IG = 0,329

20

0
0 20 40 60 80 100
Nº explorações

Curva de Lorenz - Alentejo

100

80
Área (ha)

60

40
IG = 0,712 20

0
0 20 40 60 80 100
Nº explorações 39

Efectivos animais
País

Total de aves Total de caprinos Total de equídeos Total de suínos


Total de bovinos Total de coelhos Total de ovinos

45 000 000 45 000 000

40 000 000 40 000 000

35 000 000 35 000 000

30 000 000 30 000 000

25 000 000 25 000 000

20 000 000 20 000 000

15 000 000 15 000 000

10 000 000 10 000 000

5 000 000 5 000 000 Gráfico – totais de


efectivos animais das
0
Ano de 1999
0 diferentes espécies, no
ano de 1999
Instituto Nacional de Estatística
Recenseamentos Gerais da Agricultura. Dados comparativos 1989-1999
40

20
Importância, em nº de explorações, das diferentes espécies animais
País

Total de aves Total de caprinos Total de equídeos Total de suínos


Total de bovinos Total de coelhos Total de ovinos

300 000 300 000

250 000 250 000

200 000 200 000

150 000 150 000

100 000 100 000

50 000 50 000

0 0
Ano de 1999

Instituto Nacional de Estatística


Recenseamentos Gerais da Agricultura. Dados comparativos 1989-1999
41

País

T batata - principal T cult hort ext - princ. T out. leg. - principal T prados e c.forrag s-c T. cereais s-c permanen.
T c. indust - principal T cult hort int. - p. T prados e c.forrag - p. T. cereais - principal

200 000 200 000

180 000 180 000

160 000 160 000

140 000 140 000

120 000 120 000

100 000 100 000

80 000 80 000

60 000 60 000

40 000 40 000

20 000 20 000
Gráfico – Totais de culturas
integradas em terras
0 0 aráveis, em Portugal, em
Ano de 1999
1999, considerando o nº
Instituto Nacional de Estatística
Recenseamentos Gerais da Agricultura. Dados comparativos 1989-1999
explorações

42

21
Equipamentos
País

Tract <= 20 c_v_ Tract de 82 a <109 c_v_ Tract de 34 a < 55 c_v_


Tract >= 109 c_v_ Tract de 20 a < 34 c_v_ Tract de 55 a < 82 c_v_

70 000 70 000

60 000 60 000

50 000 50 000

40 000 40 000

30 000 30 000

20 000 20 000

10 000 10 000 Gráfico – Evolução da


mecanização no período
0 0
1989-1999
Ano de 1989 Ano de 1999

Instituto Nacional de Estatística


Recenseamentos Gerais da Agricultura. Dados comparativos 1989-1999

43

Peso do Sector Primário1 na Economia por Países da UE (1996)

20

18

16

14

12

10

0
Grécia Port ugal Dinamarca Finlândia Reino Bélgica UE Alemanha
Unido

Adaptado de Gabinete de Planeamento e Política Agro-


Alimentar, MARDP, 1999 44
1 - Agricultura, Silvicultura e Pescas

22
Estrutura da Produção Agrícola Final (1997)

100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%

E
ça

ria

lia
da

ia

ca

l
em a
o

o
no ha

ca

a
a

ga
ci
U
di
rg

id

nh
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éc

It á
an

st

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an

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ân
bu

Un

pa
Su

Áu

a
m


Fr

G
Irl

ol
nl

Po
m

Es
H
Fi

in
xe

Al

ei

D
Lu

Culturas Arvenses e Arroz Carne de Bovinos e Leite Açúcar, Tabaco e Plantas Têxteis
Horto-Frutícolas, Azeite e Vinho Outros

Adaptado de Gabinete de Planeamento e Política Agro-Alimentar, MARDP,


1999 45

23

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