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Garantias de emprego:

Estabilidade:
- Estabilidade do art. 19 do ADCT da CF/88 – servidores públicos civis
em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo
menos 5 anos continuados, admitidos sem concurso público.
- Estabilidade do art. 41 da CF/88 – após 3 anos de efetivo exercício
- Estabilidade advinda do ato empresarial - concedida pela vontade
unilateral do empregador ou ajustada por acordo bilateral entre as
partes (condição + benéfica).

Estabilidade provisória

• Hipóteses asseguradas em Precedentes Normativos do TST


 PN 80, TST: “Garante-se o emprego do alistando, desde a data da
incorporação no serviço militar até 30 dias após a baixa”.
 PN 85, TST: “Defere-se a garantia de emprego, durante os 12 meses
que antecedem a data em que o empregado adquire direito à
aposentadoria voluntária, desde que trabalhe na empresa há pelo
menos 5 anos. Adquirido o direito, extingue-se a garantia”.
 PN 86, TST: “Nas empresas com mais de 200 empregados é
assegurada a eleição direta de um representante, com as garantias
do art. 543, e seus parágrafos, da CLT”.

Consequencias da dispensa na estabilidade provisória


• Nulo o ato, determina o Direito que as partes retornem ao status
quo ante.
• Art. 495 CLT – reintegração, seguida do pagamento das verbas
contratuais relativas ao período de irregular afastamento.
• Art. 496 CLT – se a reintegração for desaconselhável (incompatível)
= conversão em indenização compensatória.
• Se à data da sentença o período de estabilidade provisória já estiver
exaurido, cabe apenas o pagamento das verbas contratuais, a título
indenizatório, até o termo final do período estabilitário (súmula
396, I, TST e ex-OJ 116, SDI-I/TST).
• Extinção da empresa – reintegração inviável.
• SUM 173, TST: Extinto, automaticamente, o vínculo
empregatício com a cessão das atividades da empresa, os
salários só são devidos até a data da extinção.
• SUM 369, TST: IV – Havendo extinção da atividade
empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há
razão para subsistir a estabilidade (CIPEIRO).
• Exceções (Jurisprudência do TST): Gestante e empregado que
sofre acidente do trabalho.
• Indenizações rescisórias em contratos a termo - (art. 479 e 480
CLT):
• Caso o empregador antecipe a dispensa do obreiro em
contratos a prazo sem cláusula assecuratória do direito
recíproco de rescisão antecipada, pagará, além das demais
verbas rescisórias pertinentes (levantamento de depósitos de
FGTS, com 40%; 13º salario proporcional, férias proporcionais
com 1/3), a indenização prevista no art. 479, cujo valor
corresponde à metade dos salários que seriam devidos pelo
período restante do contrato. (SUM 125, TST – sem
compensação dos 40% - objetivos distintos)
• Caso o empregado antecipe o término do contrato, em
pactos sem cláusula assecuratória do direito recíproco de
rescisão antecipada, receberá, apenas: 13º salário
proporcional e férias proporcionais com 1/3. Sem direito ao
saque do FGTS. (Art. 480: deve indenizar o empregador pelos
prejuízos, até o valor a que teria direito, conf. 479).
• Indenizações rescisórias em contratos a termo - (art. 479 e 480
CLT):
• Caso o empregador antecipe a dispensa do obreiro em
contratos a prazo sem cláusula assecuratória do direito
recíproco de rescisão antecipada, pagará, além das demais
verbas rescisórias pertinentes (levantamento de depósitos de
FGTS, com 40%; 13º salario proporcional, férias proporcionais
com 1/3), a indenização prevista no art. 479, cujo valor
corresponde à metade dos salários que seriam devidos pelo
período restante do contrato. (SUM 125, TST – sem
compensação dos 40% - objetivos distintos)
• Caso o empregado antecipe o término do contrato, em
pactos sem cláusula assecuratória do direito recíproco de
rescisão antecipada, receberá, apenas: 13º salário
proporcional e férias proporcionais com 1/3. Sem direito ao
saque do FGTS. (Art. 480: deve indenizar o empregador pelos
prejuízos, até o valor a que teria direito, conf. 479).
• Indenização por dispensa injusta no Trintídio anterior à
data-base:
• Se o empregado for dispensado nos 30 dias anteriores à data-
base, fará jus à indenização, cujo montante corresponde “ao
salário mensal devido à data da comunicação do
despedimento, integrado pelos adicionais legais ou
convencionais, ligados à unidade de tempo mês, não sendo
computável a gratificação natalina” (SUM 242).

FGTS: doméstico tem direito.
2.4 FGTS - Recolhimento
- Os recolhimentos pecuniários mensais, são efetivados pelo
empregador, em conta bancária vinculada em nome do trabalhador
(CEF), conforme parâmetro de cálculo estipulado legalmente.
- Os depósitos do FGTS são corrigidos monetariamente, além de
capitalizarem juros de 3% ao ano (art. 13, caput, Lei 8.036/90).
- O parâmetro de cômputo do FGTS corresponde a 8% do complexo
salarial do obreiro (do aprendiz é inferior: 2%), a par da média das
GORJETAS habitualmente recebidas, se houver.

- O FGTS pode ser sacado por seu titular em inúmeras hipóteses


legalmente tipificadas (art. 20 da Lei nº 8.036, de 1990).
- A modalidade rescisória pode influir no tocante à viabilização ou
não de certa hipótese específica de saque (pedidos de dispensa ou
dispensa com justa causa: não pode levantar o FGTS, contudo, não
perde a titularidade de seu patrimônio, nem a correção monetária e
juros legais).
- Se a dispensa for sem justa causa ou se houver rescisão indireta,
caberá o acréscimo rescisório de 40% sobre o montante do FGTS
(art. 18, caput e §1º, da Lei 8036/90).
- Se a dispensa for por culpa recíproca ou fator de força maior,
judicialmente reconhecidos, o acréscimo é reduzido à metade (art.
18, §2º, Lei 8.036/90).
- Nos casos de extinção de contratos a prazo em seu termo final
prefixado ou de aposentadoria voluntária do obreiro, o saque do
FGTS é autorizado, sem qualquer acréscimo rescisório.
- O FGTS é formado não somente dos recolhimentos mensais feitos
pelo empregador ou tomador de serviços, mas de outras fontes
monetárias (art. 2º, Lei nº 8.036/90). No conjunto dessas outras
fontes monetárias encontram-se, inclusive, os depósitos recursais
trabalhistas.
- Além disso, o FGTS constitui um fundo social dirigido a viabilizar,
financeiramente, “a execução de programas de habitação popular,
saneamento básico e infraestrutura urbana” (art. 6º, IV, VI e VII, art.
9º,§2º, Lei nº 8.036/90).
Natureza Jurídica do FGTS
- Há, no mínimo, uma tríplice dimensão de estrutura e objetivos no
FGTS, apta a gerar relações jurídicas próprias, distintas, embora
obviamente combinadas:
- Existe a relação empregatícia, vinculando empregado e
empregador, pela qual este é obrigado a efetuar os
recolhimentos mensais e, às vezes, também obrigado com
respeito ao acréscimo pecuniário.
- Existe o vínculo jurídico entre empregador e Estado, em que o
primeiro tem o dever de realizar os recolhimentos, ao passo
que o segundo, o direito de os ver adimplidos, sob pena de,
compulsoriamente, cobrá-los, com as apenações legais.
- Existe, ainda, a relação jurídica entre o Estado, como gestor e
aplicador dos recursos oriundos do FGTS e a comunidade, que
deve ser beneficiária da destinação social do instituto, por
meio do financiamento às áreas de habitação popular,
saneamento básico e infraestrutura urbana.
- Assim, o FGTS é instituto de natureza multidimensional, complexa,
com preponderante estrutura e fins justrabalhistas, os quais se
combinam, porém, harmonicamente, a seu caráter de fundo social
de destinação variada, tipificada em lei.
Prescrição - - - -
- SUM 206, TST: “A prescrição da pretensão relativa às parcelas
remuneratórias alcança o respectivo recolhimento da contribuição
para o FGTS”.
Extinção do Contrato de Trabalho

Resiliçao unilateral Empregador


A) Dispensa sem justa causa: ato receptício, direito potestativo.
1 aviso prévio;
2 férias proporcionais, com 1/3;
3 13º salario proporcional;
4 liberação de depósitos do FGTS, com acréscimo de 40%;
5 indenização adicional por dispensa no trintídio anterior à data-
base, se for o caso;
6 outras indenizações por frustração de estabilidade ou garantias
provisórias de emprego (se for o caso).
- Além da “baixa” na CTPS, com data do final do aviso, da emissão do
Termo de Rescisão Contratual (TRCT), com código de saque do FGRS
e referência ao depósito dos 40% adicionais do Fundo e também às
verbas rescisórias pertinentes, o empregador tem de emitir, os
documentos para que o empregado possa se habilitar,
administrativamente, ao recebimento do seguro-desemprego (guias
CD/SD).
- ATENÇÃO: esse modo de extinção consiste no PADRÃO GERAL
presumido de términos contratuais no Direito brasileiro. Tal
presunção deriva de dois fatores principais: a) a dispensa
meramente arbitrária afronta o princípio da continuidade da
relação empregatícia; b) seu mais elevado número de parcelas
rescisórias faz incidir o princípio da norma mais favorável ao
trabalhador desligado do emprego.

B) Dispensa motivada ( fatores econômicos, financeiros)


Resilição por ato do empregado:
A) Pedido de demissão: tem natureza potestativa, receptícia e
constitutiva, com efeitos imediatos, tão logo recebida pela parte
adversa (efeitos ex nunc).

B) Aviso prévio / obrigação de indenizar (art. 487, § 2º CLT).

C) Supressão de verbas rescisórias, que ficam restritas:


1 13º salário proporcional e às
2 férias proporcionais com 1/3.

Não receberá aviso prévio, caso não trabalhe efetivamente;


não terá liberado o FGTS, nem receberá os 40% de acréscimo;
perde a proteção das garantias de emprego; não recebe guias
para saque do seguro-desemprego.

Resilição Bilateral:
A) distrato: Planos de Desligamento Voluntário (PDVs): figuras
muito próximas ao distrato. Trabalhador, ao aderir, recebe as
parcelas inerentes à dispensa injusta, acrescidas de um
montante pecuniário significativo, de natureza indenizatória,
reparando o prejuízo com a perda do emprego (OJ, 207, SDI-
I/TST).

AVISO PRÉVIO
- Inerente aos contratos de duração indeterminada (art. 487, CLT).
- Atenuador do impacto da resilição
- Se cumprido (natureza salarial); se não laborado (nat. indenizatória)
- Mesmo quando indenizado, a jurisprudência determina a
observância do tempo contratual acrescido, quer para fins de
fixação do termo do contrato (OJ 82, SDI-I/TST), quer para fins de
cômputo de FGTS sobre o período contratual acrescido pelo aviso
prévio (Súmula 305, TST).
- CABÍVEL, também, nos contratos a termo com cláusula
assecuratória do antecipação do término contratual (art. 481, CLT);
- rescisão indireta; e culpa recíproca _ 50% (SUM 14 TST).

– Aviso Prévio nas Rupturas Contratuais


- 2 horas a menos de labor ou últimos 7 dias
- Vedação de h.e. (Sum 230, TST – pgto de novo valor pelo aviso
parcialmente frustrado).
- Pedido de liberação de cumprimento do aviso não afasta o
pagamento e projeção contratual, salvo, se o empregador
comprovar que o empregado conseguiu novo emprego (SUM 276,
TST; art. 487,§1º CLT).

Término do Contrato de Trabalho por Ato Ilícito


6.1 – Por Ato Culposo do Empregado: Dispensa por Justa Causa
- A dispensa pode decorrer de infrações cometidas pelo empregado.
- Assim, a TIPICIDADE DA CONDUTA OBREIRA é requisito objetivo
para o exercício do poder disciplinar no contrato de trabalho.
- Outro requisito objetivo é a MATÉRIA ENVOLVIDA: somente pode
ser considerada infração laboral o comportamento do trabalhador
que prejudique o cumprimento de suas obrigações contratuais
trabalhista ou, no mínimo, produza injustificável prejuízo ao
ambiente laborativo.
- A gravidade da conduta vai atuar, apenas, na dosagem da pena a
ser imposta.
- REQUISITOS OBJETIVOS: Autoria; dolo ou culpa (possibli/e de
atenuação).
- REQUISITOS CIRCUNSTANCIAIS: nexo causa entre a falta e a
penalidade; adequação; proporcionalidade; imediaticidade da
punição.
- Rol das infrações obreiras: art. 482, CLT
- Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador:
- a) ato de improbidade;
- b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
- c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do
empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual
trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;
- d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha
havido suspensão da execução da pena;
- e) desídia no desempenho das respectivas funções;
- f) embriaguez habitual ou em serviço;
- g) violação de segredo da empresa;
- h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
- i) abandono de emprego;
- j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer
pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima
defesa, própria ou de outrem;
- k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o
empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa,
própria ou de outrem;
- l) prática constante de jogos de azar.
- Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de
empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de
atos atentatórios à segurança nacional. (Incluído pelo Decreto-lei nº 3, de
27.1.1966)

- VERBAS RESCISÓRIAS: apenas saldo de salário e férias vencidas,


acrescidas de 1/3, se houver.

Término do Contrato de Trabalho por Ato Ilícito


6.2 – Por Ato Culposo do Empregador: Rescisão Indireta
- Requisitos Objetivos
- Tipicidade da conduta faltosa (art. 483, CLT)
- Gravidade da conduta empresarial
- Requisitos Subjetivos
- Autoria (empregador/prepostos/alteridade)
- Dolo/culpa (sem atenuação em razão das circunstâncias)
- Requisitos Circunstanciais: Nexo causal entre a falta e a penalidade;
Adequação entre a falta e a pena; proporcionalidade;
imediaticidade da punição (atenuação) e ausência de perdão tácito.
- Rol das infrações: art. 483, CLT.
- Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a
devida indenização quando:
- a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários
aos bons costumes, ou alheios ao contrato;
- b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor
excessivo;
- c) correr perigo manifesto de mal considerável;
- d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
- e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua
família, ato lesivo da honra e boa fama;
- f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso
de legítima defesa, própria ou de outrem;
- g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de
forma a afetar sensivelmente a importância dos salários.
- § 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o
contrato, quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis com a
continuação do serviço.
- § 2º - No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é
facultado ao empregado rescindir o contrato de trabalho.
- § 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o empregado pleitear a
rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas
indenizações, permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo.
-
- VERBAS RESCISÓRIAS: Saldo de salário; aviso prévio; 13º
proporcional; férias vencidas acrescidas de 1/3 e férias
proporcionais, acrescidas de 1/3; indenização de 40% do FGTS.

Prescrição
- ALCANCE: Corre tanto contra pessoas físicas como contra pessoas
jurídicas.
 Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra
os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à
prescrição, ou não a alegarem oportunamente (art. 195, CC).
 A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o
seu herdeiro ou sucessor (art. 196, CC). Logo, na sucessão do
empregado falecido, a prescrição iniciada contra o sucedido
continua a correr contra os seus sucessores quanto aos créditos
resultantes da extinta relação de emprego.
- IMPRESCRITIBILIDADE: Alguns interesses são imprescritíveis,
porque destituídos de pretensão contra o sujeito que com o
interessado manteve relação jurídica (ex.: declaração de existência
de vínculo de emprego apenas para fins de aposentadoria –
interesse meramente declaratório).
 Contra menores de 18 anos não corre nenhum prazo prescricional
(art. 440, CLT).
2ª corrente: também quando o menor for sucessor do trabalhador
falecido (salvo se no momento da morte já tivesse se consumado a
prescrição total).
 Indivisibilidade e universalidade de direitos: havendo um herdeiro
menor, o benefício do art. 440, CLT, se estende a todos os demais
herdeiros.
 Quando o menor trabalhador falece, não se aplica o art. 440, CLT
aos suces. maiores.
 LEGITIMIDADE PARA ARGUIÇÃO: é daquela a quem ela aproveita
(art. 193, CC).
 Responsável subsidiário (desde que esteja no polo passivo:
interesse econômico)
 OJ SDI-1 130, TST: “Ao exarar o parecer na remessa de ofício, na
qualidade de custus legis, o Ministério Público não tem
legitimidade para arguir a prescrição em favor de entidade de
direito público, em matéria de direito patrimonial”.
 RENÚNCIA À PRESCRIÇÃO: Pode ser expressa ou tácita (art. 191,
CC). Por tratar-se de instituto de ordem pública, criado para
estabilizar as relações jurídicas:
 Não deve implicar em prejuízo para terceiros;
 Deve ser feito após consumado o prazo prescricional;
 PRESCRIÇÃO DO ACESSÓRIO: a prescrição do direito principal leva
à prescrição dos direitos acessórios.
 O TST adotou posicionamento já pacificado no sentido de que os
recolhimentos do FGTS, por serem acessórios à verba principal,
sofrem a incidência da prescrição daquela verba, não se aplicando
nesse caso a prescrição trintenária (art. 23, §5º lei 8.036/90).
 SÚMULA 206, TST: “A prescrição da pretensão relativa às parcelas
remuneratórias alcança o respectivo recolhimento da contribuição
para o FGTS”.

 Exemplos:
 contrato de trabalho extinto em 05 de março de 2014, o
prazo prescricional extinguir-se-á em 05 de março de 2016.
 Empregador não efetuou o pagamento de um direito, cujo
vencimento era dia 15 de abril de 2011. O empregado terá
até o dia 15 de abril de 2016 para ajuizar a ação (desde que o
contrato ainda esteja vigente até esta data).
 Empregado ajuíza, em 07 de junho de 2011, ação trabalhista
pleiteando direitos não cumpridos durante a vigência do
contrato de trabalho. O prazo de 5 anos retroage até 07 de
junho de 2006.
- Quando o dies ad quem do prazo prescricional cai em sábados,
domingos ou feriados, ocorre a prorrogação para o 1º dia útil
seguinte (art. 132,§1º, CC; art 184, §1º, I, CPC e art. 775, CLT).
Quanto ao dies a quo – é preciso ter ciência da violação do direito.
– Normas gerais sobre prescrição.
- Contagem do prazo prescricional: DIES A QUO
 SUM 156, TST: “Da extinção do último contrato começa a fluir o
prazo prescricional do direito de ação em que se objetiva a soma
dos períodos descontínuos de trabalho”.
 OJ SDI – 1 83, TST: “A prescrição começa a fluir no final da data do
término do aviso prévio. Art. 487,§1º, CLT”.
 SUM 380, TST: “Aplica-se a regra prevista no ‘caput’ do art. 132, do
CC/2002 à contagem do aviso prévio, excluindo-se o dia do começo
e incluindo o do vencimento”.
 SUM 350, TST: “O prazo de prescrição com relação à ação de
cumprimento de decisão normativa flui apenas da data de seu
trânsito em julgado”.
 OJ SID-1 129, TST: “A prescrição extintiva para pleitear
judicialmente o pagamento da complementação de pensão e do
auxílio-funeral é de 2 anos, contados a partir do óbito do
empregado”.
 OJ SDI-1 401, TST:” O marco inicial da contagem do prazo
prescricional para o ajuizamento de ação condenatória, quando
advém a dispensa do empregado no curso de ação declaratória que
possua a mesma causa de pedir remota é o trânsito em julgado da
decisão proferida na ação declaratória e não a data da extinção do
contrato de trabalho.”.
 TOTAL: Quando afeta o próprio direito, que não mais poderá ser
pleiteado em juízo (ex.: após o decurso de 2 anos da extinção do
contrato de trabalho, sem a propositura da ação).
 PARCIAL: Quando afeta apenas as partes ainda não prescritas.
Incide em relação às prestações periódicas decorrentes do contrato
de trabalho. A cada violação de uma prestação devida em
decorrência do contrato, nasce para o titular o direito de reclamar
seu cumprimento, devendo tal direito ser exercido no prazo
máximo de 5 anos.
 SUM 452, TST: “Tratando-se de pedido de pagamento de diferenças
salariais decorrentes da inobservância dos critérios de promoção
estabelecidos em Plano de Cargos e Salários criado pela empresa, a
prescrição aplicável é a parcial, pois a lesão é sucessiva e se renova
mês a mês”.
 SUM 326, TST: “A pretensão à complementação de aposentadoria
jamais recebida prescreve em 2 anos contados da cessação do
contrato de trabalho”.
 SUM 327, TST: “A pretensão a diferenças de complementação de
aposentadoria sujeita-se à prescrição parcial e quinquenal, salvo se
o pretenso direito decorrer de verbas não recebidas no curso da
relação de emprego e já alcançadas pela prescrição, à época da
propositura da ação”.
 SUM 6, TST: “(...) IX – Na ação de equiparação salarial, a prescrição
é parcial e só alcança as diferenças salariais vencidas no período de
5 anos que precedeu o ajuizamento”.
 SUM 275, TST: “I- Na ação que objetive corrigir desvio funcional, a
prescrição só alcança as diferenças salariais vencidas no período de
5 anos que precedeu o ajuizamento. II – Em se tratando de pedido
de reenquadramento, a prescrição é total, contada da data do
enquadramento do empregado”.
 SUM 199, TST: “(...) II – Em se tratando de horas extras pré-
contratadas, opera-se a prescrição total se a ação não for ajuizada
no prazo de 5 anos, a partir da data em que foram suprimidas.
 OJ SDI-1 242 TST: não incorporação de h.e. ao salário = prescrição
total.
Férias
 A cada período de 12 meses de vigência do contrato de trabalho o
empregado terá direito a férias (período aquisitivo), devendo ser
concedidas pelo empregador nos 12 meses subsequentes à
aquisição do direito (período concessivo) – art. 130 a 134 CLT
 Expirado o período concessivo sem que o empregador tenha
oportunizado o descanso, surge para o empregado o direito de
ação, visando repara o direito violado. PORTANTO, somente a partir
do término do período concessivo é que começa a fluir o prazo
prescricional.
1.4.2 – Alterações Contratuais
OJ SDI-1 175, TST: “a supressão das comissões, ou alteração quanto
à forma ou ao percentual, em prejuízo do empregado, é suscetível
de operar a prescrição total da ação, nos termos da Súmula 294, do
TST, em virtude de cuidar-se de parcela não assegurada por
preceito de lei”.
1.4.3 – Ato Nulo
Passados 2 anos do término do contrato de trabalho, ou 5 anos
contados retroativamente a partir do ajuizamento da ação
trabalhista, estará prescrito o direito do trabalhador de pleitear
direitos decorrentes de ato nulo praticado pelo empregado (ex.
reintegração de empregado estável).
Prazo Prescricional no direito do trabalho - Situações especiais
decorrentes da ampliação da competência da Justiça do Trabalho
 EC 45/2005 – definiu a competência da Justiça do Trabalho para
processar e julgar ações de indenizações de dano moral decorrentes
da relação de trabalho.
 ACIDENTE DE TRABALHO:
- 1ª corrente: danos materiais e morais decorrentes de acidentes de
trabalho = responsabilidade civil do tipo contratual = prescrição
quinquenal. Em se tratando de acidente envolvendo trabalhador
autônomo, vítima de ato culposo do tomador, a competência para
julgar eventual pedido de indenização seria do Justiça do Trabalho.
Assim: se a lesão fosse anterior à EC 45/2005, aplicar-se-ia o prazo
prescricional previsto no art. 206, §3º, V, CC. Se a lesão for
posterior À referida emenda, prazo prescricional trabalhista, art. 7º,
XXIX, CF. (POSIÇÃO ADOTADA PELO TST).
- 2ª corrente: sempre será aplicável a regra prescricional do D. Civil.
Art. 206, §3º, inciso V: 3 anos.
 INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS:
- 1ª corrente: entende que a competência absoluta sempre fora da
Justiça Especializada, em razão de o dano decorrer da relação de
trabalho. Prescrição quinquenal.
- 2ª corrente: entende que somente após a EC nº 45/2004 é são
aplicáveis os prazos prescricionais previstos no art. 7º, XXXIX, da CF (
5 anos e 2 anos). Antes disso, aplicar-se-ia o prazo prescricional
civil, em respeito aos princípios da segurança jurídica e do direito
adquirido (ENTENDIMENTO DO TST).
- 3ª corrente: Embora o dano moral trabalhista encontre matrizes
específicos no Direito do Trabalho, a indenização propriamente dita
resulta de normas de Direito Civil, ostentando, portanto, natureza
de crédito não trabalhista.
Prescrição Intercorrente
- É o instituto que se verifica durante a tramitação na Justiça,
incidindo sempre que esta fique paralisada por negligência do
autor, que deixa de praticar atos de sua responsabilidade.
- SUM 114, TST: “É inaplicável na Justiça do Trabalho a prescrição
intercorrente” (AINDA HÁ DISCUSSÃO....).
- CAUSAS IMPEDITIVAS DA PRESCIÇÃO: não permitem que o prazo
prescricional se inicie. Portanto, são anteriores ao início da
prescrição. São causas impeditivas da prescrição no Direito do
Trabalho:
- Incapacidade absoluta (art. 198,I, CC) - art. 440 CLT
(menoridade trabalhista)
- Ausência do país em serviço público da União, Estados ou
Municípios (art. 198, II, CC)
- Prestação de serviço militar em tempo de guerra (art. 198,III,
CC).
- Pendência de condição suspensiva (art. 199, I, CC).
- Não vencimento do prazo (art. 199, II, CC).
- CAUSAS SUSPENSIVAS: paralisam o curso da prescrição já iniciada.
Cessada a causa que determinou a suspensão, o prazo prescricional
faltante será adicional ao prazo já transcorrido antes da suspensão.
- Exemplos: art. 198, I, II, III: sempre que a causa se der depois do
início da prescrição. Obstáculo legal (paralisação do Judiciário) ou
obstáculo legal (art. 625-F CLT: submissão de demanda à Comissão
de Conciliação prévia).
- CAUSAS INTERRUPTIVAS: decorrem de fatos provocados e
determinados pelas partes. Paralisam o curso prescricional já
iniciado, sendo que o prazo será contado por inteiro após o término
da causa interruptiva. O período do prazo que já havia corrido
antes da interrupção é desprezado.
Exemplos:
- propositura da Ação trabalhista (na data da distribuição).
Uma vez distribuída a ação, a extinção do processo sem resolução
do mérito não impede a ocorrência da interrupção da prescrição.
SUM 268, TST: “A ação trabalhista, ainda que arquivada, interrompe
a prescrição somente em relação aos pedidos idênticos”.
- protesto judicial ou qualquer ato judicial que constitua o
devedor em mora (interpelações, notificações, medidas preventivas
etc – art. 202, II e V, CC).
ATENÇÃO: a interrupção da prescrição somente poderá ocorrer
uma única vez (art, 202, caput, CC) . A interrupção feita por um dos
credores não favorece os demais nem prejudica os codevedores
(exceção: obrigações solidárias, indivisíveis ou do fiador - art. 204,
CC).
– Arguição da prescrição
- É um direito do devedor oponível à pretensão do credor, que se
conservou inerte por determinado tempo em relação à cobrança da
dívida.
- QUESTÃO: Precisa ser arguida por aquele a quem aproveita, ou se,
em razão do interesse público pode/deve ser declarada de ofício?
Art. 193, CC – a prescrição pode ser alegada em qualquer
grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita.
- COMO na lides trabalhistas os direitos envolvidos são, em sua
maioria, de natureza patrimonial, não seria possível o juiz
conhecer a prescrição de ofício, sendo indispensável sua
invocação pela parte interessada, como matéria de defesa.
- Lei 11.280/2006 – conferiu nova redação ao art. 219, §5º, CPC
e revogou o art. 194, CC, estabelecendo que o juiz
pronunciará, de ofício, a prescrição (norma cogente –
imposição legal). Parte da doutrina e jurisprudência adota
esse entendimento no processo do trabalho (princípio
protetor refere-se somente às relações do direito material
não podendo o juiz invocar a hipossuficiência do trabalhador
para deixar de decretar a prescrição de ofício. OUTRA PARTE
NEGA (prevalece no TST), justamente em razão da
hipossuficiência do trabalhador ou a dificuldade de acesso à
Justiça (contra princípio da proteção e direitos trabalhistas).
– Arguição da prescrição
- Quanto ao MOMENTO: o art. 193 do CC afirma que pode ser
alegada em qualquer grau de jurisdição.
- Entendimento de Alice Monteiro de Barros: A prescrição deve ser
enfrentada nas contrarrazões. Princípios da finalidade e utilidade
processuais; Economia e celeridade.
Decadência no Direito do Trabalho
- No Direito do Trabalho, o exemplo mais claro de decadência é o
inquérito para apuração de falta grave que segue à suspensão do
empregado detentor de estabilidade no emprego (art. 853, CLT).
- O legislador estipulou o prazo de 30 dias para decadência do
direito. Suspenso o empregado, em 30 dias decai o
empregador do seu direito de ingressar em juízo com o
referido inquérito. Note-se que é um prazo para o exercício
de um direito (o do empregador de ajuizar inquérito para
poder dispensar empregado estável infrator).

Conflitos Coletivos de Trabalho e sua Resolução


A) Modalidades de conflitos Coletivos
1 Os conflitos de NATUREZA JURÍDICA dizem respeito a
divergência de interpretação sobre regras ou princípios
jurídicos já existentes.
2 Os conflitos de NATUREZA ECONÔMICA correspondem à
divergência acerca de condições objetivas que envolvem o
ambiente laborativo e contratos de trabalho, com
repercussões de evidente fundo material (conflito de
interesses: reivindicações de novas e melhores de condições
3 de trabalho).

Modalidades de resolução de conflitos Coletivos


-AUTOCOMPOSIÇÃO – quando as partes coletivas
contrapostas ajustam suas divergências de modo autônomo,
diretamente, por força e atuação próprias, celebrando
documento pacificatório, que é o diploma coletivo negociado
(negociação coletiva).
A negociação coletiva pode receber certos estímulos: tanto
de autotutela (greve) como aqueles próximos a
heterocomposição (mediação), o que não desnatura a
autocomposição realizada.
- HETEROCOMPOSIÇÃO – quando as partes coletivas
contrapostas, não conseguindo ajustar, automaticamente,
suas divergências, entregam a um terceiro o encargo da
resolução do conflito (arbitragem) ou quando as partes não
conseguem impedir, com seu impasse, que o terceiro
intervenha (dissídio coletivo).
Na SENTENÇA NORMATIVA, resultante do DISSÍDIO
COLETIVO, é insculpido um conjunto de regras gerais,
abstratas, impessoais, obrigatórias, como resultado de um
único e específico processo posto a exame do tribunal
trabalhista para aquele preciso e especificado fim, no
exercício de função típica e tradicional do Poder Legislativo.
- Completando um ciclo de evolução, em setembro de 2012, o TST
conferiu nova redação à Súmula 277: “As cláusulas normativas dos
acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contatos
individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou
suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho”.
Outro importante ajuste interpretativo afirmou-se pelo
cancelamento da OJ 12 da SDC (pela Resolução 166, do TST), de
modo a propiciar a qualquer sujeito coletivo trabalhista, inclusive o
sindicato obreiro, que proponha a ação de dissídio coletivo nos
casos de movimento grevista em andamento.

Princípios Assecuratórios da Existência do Ser Coletivo Obreiro


A. Princípio da Liberdade Associativa e Sindical
- Dimensão positiva = prerrogativa de livre criação/vinculação
- Dimensão negativa = prerrogativa de desfiliação
- Cláusula de Sindicalização Forçada / Práticas Antissindicais /
Garantias à Atuação Sindical

B. Princípio da Autonomia Sindical


-Garantia de autogestão às organizações associativas e sindicais dos
trabalhadores, sem interferências empresariais ou do Estado.
C. Princípio da Interveniência Sindical na Normatização Coletiva
-- A validade do processo negocia coletivo deve submeter-se à
necessária intervenção do ser coletivo institucionalizado obreiro
(sindicato).
- Exceção: jurisprudência e art. 617, §1º, CLT: Em quadro de omissão
ou recusa do sindicato no tocante à pactuação de certo Acordo
Coletivo de Trabalho, seguido de idêntica conduta omissiva ou
denegatória pela respectiva federação ou confederação, este
preceito consolidado permite que os interessados prossigam...
“diretamente na negociação coletiva, até o final”.

D. Princípio da Equivalência dos Contratantes Coletivos – postula


pelo reconhecimento de um estatuto sociojurídico semelhante a
ambos os contratantes coletivos (o obreiro e o empresarial). Os
instrumentos colocados à disposição do sujeito coletivo dos
trabalhadores (garantias de emprego, prerrogativa de atuação
sindical, possiblidade de mobilização e pressão sobre a sociedade
civil e o Estado) reduziram a disparidade que sapara o
trabalhador, como indivíduo, do empresário (tratamento jurídico
mais equilibrado).
E. Princípio da Lealdade e Transparência na Negociação Coletiva –
Visa assegurar condições efetivas de concretização prática da
equivalência teoricamente assumida entre os sujeitos do Direito
Coletivo do Trabalho.
- Acesso a informações, lisura na conduta negocial, lealdade e
boa-fé na negociação coletiva

Princípios Regentes das Relações entre Normas Coletivas


Negociadas e Normas Estatais
A. Princípio da Criatividade Jurídica da Negociação Coletiva – traduz a
noção de que os processos negociais coletivos e seus instrumentos
(contrato coletivo, acordo coletivo e convenção coletiva de
trabalho) tem real poder de criar norma jurídica (com qualidades,
prerrogativas e efeitos próprios a estas), em harmonia com a
normatividade heterônoma estatal.
B. Princípio da Adequação Setorial Negociada – Trata das
possibilidades e limites jurídicos da negociação coletiva. Ou seja, os
critérios de harmonização entre as normas jurídicas oriundas da
negociação coletiva (mediante consumação do princípio de sua
criatividade jurídica) e as normas jurídicas provenientes da
legislação heterônoma estatal.
-Critérios Autorizadores: I) quando as normas autônomas
juscoletivas implementam um padrão setorial de direitos
superior ao padrão geral oriundo da legislação heterônoma
aplicável; II) quando as normas autônomas jjuscoletivas
transacionam setorialmente parcelas justrabalhistas de
indisponibilidade apenas relativa.

SINDICATO

- Art. 511, CLT: Sindicato = associação para fins de estudo, defesa,


coordenação de interesses econômicos ou profissionais de todos
que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores
autônomos, ou profissionais liberais, exerçam respectivamente, a
mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares
ou conexas.

O estudo dos padrões de organização sindical obreira pode ser


dividido em 2 tópicos:

I) Critérios de Agregação dos Trabalhadores no Sindicato


II) Unicidade versus Pluralidade. A unidade Sindical

I) CRITÉRIOS DE AGREGAÇÃO DOS TRABALHADORES NO


SINDICATO
- Existe, basicamente 4 padrões e agregação de trabalhadores a seus
respectivos sindicatos, podendo haver combinação entre alguns
deles. Vejamos:

A) Sindicato por ofício ou profissão: os sindicatos agregam os


trabalhadores em virtude de seu ofício ou profissão (identidade
profissional ou apenas similitude) Ex.: motoristas, professores,
aeronautas, jornalistas, músicos profissionais etc. São conhecidos
como sindicatos horizontais, porque se estendem no mercado de
trabalho em meio a várias e distintas empresas, atingindo apenas
certos trabalhadores dessas entidades econômicas. (art 511,§3º CLT
– categoria diferenciada).
B) Sindicato por categoria profissional (art. 511,§2º CLT): os
sindicatos agregam os trabalhadores em virtude de sua categoria
profissional (situação de emprego na mesma atividade econômica em
atividades econômicas similares ou conexas). Ex.: (empresas bancárias,
comerciais, metalúrgicas)

C _---Sindicato por Empresa: os sindicatos se agregam em vista da


empresa a que se vinculam os trabalhadores (juridicamente inviáveis no
Brasil: a CF fixa o critério de categoria profissional para a estruturação dos
sindicatos, estabelecendo o município como base territorial mínima para a
organização dessas entidades (art, 8º, II, CF

D) Sindicatos por Ramo Empresarial de Atividade: os sindicatos agregam


os trabalhadores em função do ramo ou segmento empresarial de
atividades. Esse critério favorece a criação de grandes sindicatos, que
tendem a ser significativamente fortes, com sensível poder de negociação
coletiva. Ex.: Sindicato dos trabalhadores do segmento industrial,
financeiro, comercial, setor de agronegócio.

II ) UNICIDADE versus PLURALIDADE. A UNIDADE SINDICAL


- A UNICIDADE corresponde à previsão normativa obrigatória da
existência de um único sindicato representativo dos
correspondentes obreiros, seja por empesa, seja por profissão, seja
por categoria profissional. Vedando-se a existência de entidades
sindicais concorrentes ou de outros tipos sindicais (monopólio de
representação sindical dos sujeitos trabalhistas) - BRASIL.
- A UNIDADE SINDICAL traduz a estruturação ou operação unitárias
dos sindicatos, em sus prática, fruto de sua maturidade, e não de
imposição legal.
- O Sistema de LIBERDADE SINDICAL PLENA (Convenção 87, OIT,
1948, ainda não subscrita pelo Brasil) não sustenta que a lei deva
impor a pluralidade sindical. Sustenta, apenas, que não cabe à lei
regular a estruturação e organização internas aos sindicatos,
cabendo a estes eleger, sozinhos, a melhor forma de se instituírem
(podendo, em consequência, firmar a unidade organizacional e
prática)
- B) A POSIÇÃO DA CF/88 - a CF/88 iniciou a transição para a
democratização do sistema sindical brasileiro: - afastou a
possibilidade de intervenção do Estado (via Ministério do Trabalho –
art. 8º, I); - reforçou o papel dos sindicatos na defesa dos
interesses coletivos ou individuais da categoria (art. 8º, III); -
alargou os poderes da negociação coletiva trabalhista, sempre sob o
manto da participação sindical obreira (art. 8º, VI; art. 7º, VI, XIII,
XIV e XXVI).

A POSIÇÃO DA CF/88 - CONTUDO, a CF/88: -manteve o sistema de


unicidade sindical (art. 8º, II), o financiamento compulsório de suas
entidades sindicais integrantes (art. 8º, IV), o amplo poder da Justiça do
Trabalho (concorrencial à negociação coletiva (art. 114,§2º) e o
mecanismo de cooptação
de sindicalistas (representação classista).
- A EC 24/1999 – eliminou a representação classista na Justiça do
Trabalho;
- A EC 45/2004 – contingenciou o poder normativo judicial
trabalhista, mantendo-o apenas para situações excepcionais, como
em caso de greve ou de ocorrência de comum acordo entre as
partes coletivas para a propositura do dissídio coletivo de natureza
econômica (nova redação do §2º, do art. 114 CF).

- Estrutura Sindical
- A) Estrutura Externa: (TRIANGULAR)
BASE: Sindicato único, organizado por categoria profissional ou categoria
diferenciada (trabalhadores) OU por categoria econômica
(empregadores); Base territorial mínima = MUNICÍPIO (art. 8º, III, CF/88).
MEIO: Federação, resulta da conjugação de, pelo menos, 5 sindicatos da
mesma categoria profissional, diferenciada ou econômica (art. 534, CLT).
CÚPULA: Confederação, resulta da conjugação de, pelo menos, 3
federações, respeitadas as respectivas categorias – Sede em Brasília (art.
535, CLT).
- ) Estrutura Externa:
Obs.: As Centrais Sindicais não compõem o modelo corporativista. A
jurisprudência não lhes tem dado a devida importância e reconhecimento.
Assim, não possuem poderes de representação; não participam, do ponto
de vista formal, das negociações coletivas trabalhistas.

B) Estrutura e Funcionamento Internos: Administração do sindicato


será exercida por uma DIRETORIA composta de, no máximo 7 e, no
mínio 3 membros + Conselho Fiscal com 3 membros. Todos eleitos
em assembleia geral (art. 522 e 523, CLT). Crítica: afronto ao
princípio da autonomia sindical.

REGISTRO ESTATUTO
Assim, os estatutos sindicais, no Brasil, devem ser registrados no
correspondente Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, como
qualquer outra entidade associativa. RESSALVA: depósito no órgão
correspondente do Ministério do Trabalho, essencialmente para fins
cadastrais e de verificação da unicidade sindical (SUM 677, STF).

- Funções, Prerrogativas e Receitas Sindicais


- FUNÇÕES e PRERROGATIVA:
- A principal FUNÇÃO E PRERROGATIVA dos sindicatos é a de
representação, no sentido amplo, de suas bases trabalhistas
(representação com dimensão privada: diálogo com
empregadores; administrativa: diálogo com Estado; pública:
diálogo com sociedade civil; judicial: defesa dos interesses da
categoria).
- Função negocial; função assistencial; função econômica e
política.
- RECEITAS SINDICAIS:
Contribuição Sindical Obrigatória (art. 578 a 610 CLT) – receita recolhida
uma única vez, anualmente, em favor do sistema sindical, nos meses e
montantes fixados na CLT (empregado: desconto na folha de pagamento
do mês de março, à base do salário equivalente a um dia de labor),
profissional liberal, empregador – art. 580 e ss). Incide, também, sobre
trabalhadores não sindicalizados.

- Contribuição Confederativa – Para custeio do sistema


confederativo da representação sindical respectiva (art, 8º,
IV, CF); devida apenas pelos trabalhadores sindicalizados
(Precedente Normativo 119, SDC/TST e Súmula 666, STF).
- Contribuição Assistencial – recolhimento aprovado por
convenção ou acordo coletivo, normalmente para desconto
em folha de pagamento em um ou mais parcelas ao longo do
ano (art. 513, “e”, CLT). Possibilidade de o trabalhador não
sindicalizado, insurgir-se contra referida contribuição,
mediante manifestação simples e acessível, em prazo
razoável.
- Mensalidades dos associados do sindicato - parcelas
mensais pagas estritamente pelos trabalhadores
sindicalizados. Modalidades voluntária de contribuições,
comuns a qualquer tipo de associação.
- Garantias Sindicais
- Garantia provisória de emprego: antes do aviso prévio; comunicação
pelo sindicato ao empregador, em 24 horas: registro de chapas, eleição e
posse sindicais (ciência por qualquer meio, durante a vigência do
contrato).
- Garantias Sindicais
- Inamovibilidade do Dirigente Sindical – proibição de sua
remoção para funções incompatíveis com a atuação sindical
ou para fora da base territorial do respectivo sindicato (art.
543, caput, in fine, CLT). Afinal: tais mudanças poderiam
inviabilizar ou restringir significativamente, o razoável
exercício de suas funções sindicais específicas.
- §1º, do art. 543 – o dirigente que solicitar ou aquiescer com
tais mudanças perderá o correspondente mandato sindical
(ato tácito de renúncia ao exercício de suas funções sindicais).
- Garantias Oriundas de Normas da OIT – proteção.

- A negociação coletiva é um dos mais importantes métodos de


solução de conflitos trabalhistas de natureza coletiva
(autocomposição).
- A autocomposição pode ser manifesta de 3 maneiras distintas:
a) Renúncia = despojamento unilateral
b) Aceitação, Resignação ou submissão (unilateral)
c) Transação (concessões recíprocas)
- A negociação coletiva é uma forma de autocomposição
essencialmente democrática, gerindo interesses profissionais e
econômicos de significativa relevância social. Por isso não se
confunde com a renúncia e muito menos com a submissão,
devendo corresponder, essencialmente, à transação.
- São instrumentos-meios da negociação coletiva trabalhista:
mediação, greve e arbitragem.
- São instrumentos-fins da negociação coletiva trabalhista:
Convenção coletiva de trabalho e Acordo coletivo de trabalho.
1.4 – CCT e ACT: caracterização
A) LEGITIMAÇÃO: Sindicatos, Federações (categorias inorganizadas em
sindicatos) e Confederações. (Centrais Sindicais não têm
legitimação para negociação coletiva trabalhista – Lei 11.648/2008).
B) CONTEÚDO: Regras jurídicas (reajustes salarias, pisos normativos,
garantias provisórias de emprego; adicionais maiores do que os
heterônomos) + Cláusulas contratuais (conteúdo obrigacional).
C) FORMA: Instrumentos formais, solenes. Rito negocial = art. 612
CLT).
D) VIGÊNCIA: início 3 dias após o depósito administrativo no órgão
correspondente do Ministério do Trabalho (regional ou nacional,
conforme o caso) – art. 614 §1º CLT.
E) DURAÇÃO: não superior a 2 anos (art. 614 § 3º CLT) – na prática,
normalmente é restrita para 1 ano.
F) PRORROGAÇÃO, REVISÃO, DENÚNCIA, REVOGAÇÃO, EXTENSÃO:
aplicam-se as mesmas regras já estipuladas para a celebração
original de tais diplomas. (art. 615, CLT).
G) HIERARQUIA: art. 620 CLT (mais favoráveis/ acordo = especial).

2.1 - Introdução
GREVE = paralisação coletiva provisória, parcial ou total, das atividades
dos trabalhadores em face de seus empregadores ou tomadores de
serviços,.
- instrumento direto de pressão e força, aparentemente contraditório à
própria ideia de pacificação. Configura mecanismo de autotutela de
interesses.
- lei 7.783/89 (greve)
LOCAUTE = paralisação provisória das atividades da empesa,
estabelecimento ou setor, realizada por determinação empresarial, com o
objetivo de exercer pressões sobre os trabalhadores (frustrando
negociação coletiva ou dificultando o atendimento a reivindicações
coletivas obreiras.
- O locaute tende a ser genericamente proibido, mesmo em ordens
jurídicas democráticas. Mecanismo de autotulea empresarial =
maximização de poder (socialmente injusto) – art. 17, da lei 7.783/89)

O instituto da Greve
A) CARACTERIZAÇÃO:
- Caráter coletivo do movimento
- Sustação de atividades contratuais
- Exercício Coercitivo Coletivo e Direito
- Objetivos da greve (= mero instrumento de pressão).
B) DISTINÇÃO
- Piquetes (art. 6º da lei 7.783) – persuasão dos trabalhadores para
aderirem à greve (sem violência).
- Ocupação do estabelecimento (lock-in)
- Boicote (para comunidade restringir ou eliminar a aquisição de
bens)
- Sabotagem (conduta ilícita)
C) EXTENSÃO E LIMITES:
- Extensão: Art. 9º CLT – compete aos trabalhadores decidir sobre a
oportunidade de exercer o direito sobre os interesses que devam
por meio dele defender.
- Limites: §1º, art. 9º CLT: serviços atividades essenciais (inadiáveis).
D) REQUISITOS:
- Real tentativa de negociação, antes de deflagrado o movimento
grevista (art. 3º, lei 7.783)
- Aprovação da assembleia de trabalhadores (art. 4º Lei 7.783).
Aviso prévio à parte adversa (anteced. 48h. – serviços essenc. 72h)

E) DIREITOS DOS GREVISTAS (art. 6º e 7º - Lei 7.783)


- Utilização dos meios pacíficos de persuasão;
- Arrecadação de fundos, por meio lícitos;
- Livre divulgação do movimento;
- Proteção contra a dispensa por parte do empregador(o contrato de
trabalho encontra-se suspenso juridicamente);
- Proteção contra a contração de substitutos;
F) DEVERES DOS GREVISTAS:
- assegurar a prestação de serviços indispensáveis/ inadiáveis;
- Organizar equipes para manutenção de serviços cuja paralisação
provoque danos irreparáveis;
- Não fazer greve após celebração de convenção ou acordo coletivos
ou decisão judicial relativa ao movimento.
- Respeitar direitos fundamentais de outrem;
- Não produzir atos de violência (física ou moral).
G) NATUREZA JURÍDICA
- A natureza jurídica da greve, hoje, é de um direito fundamental de
caráter coletivo, resultante da autonomia privada coletiva inerente
às sociedades democráticas.
- Resulta da liberdade de trabalho, mas também, na mesma medida,
da liberdade associativa e sindical e da autonomia dos sindicatos,
configurando-se como manifestação relevante da chamada
autonomia privada coletiva, própria às democracias.

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