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Ensino profissionalizante é um dos caminhos para os jovens que buscam vaga no mercado de
trabalho, segundo analistas de RH.
O ensino técnico ou profissionalizante é hoje a melhor porta de entrada para o jovem que
quer ingressar no mercado de trabalho. Atualmente, 24.120 pessoas com idade entre 16 e 24
anos estão sem emprego em Campinas. A chance de encontrar uma boa posição nesse
acirrado campo de batalha aumenta muito para quem aposta suas fichas em um curso que
possibilite uma especialização técnica. Só o Centro de Integração Empresa Escola (CIEE)
disponibilizou 820 vagas para estágio remunerado no mês de janeiro.
As escolas públicas e privadas com aprendizado técnico oferecem uma gama variada de
cursos: técnico em química, técnico em Meio Ambiente, telecomunicações, mecânica, gestão de
pequenos negócios, alimentos, enfermagem, equipamentos médico-hospitalares, plásticos e
mecatrônica. É grande a disputa por uma vaga nos colégios da rede pública de ensino e
também em serviços como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Uma visão clara desse quadro é mostrada pelos números do último vestibulinho do Colégio
Técnico de Campinas (Cotuca), ligado à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A
quantidade de candidatos foi de 6.300 pessoas concorrendo às 800 vagas oferecidas pela
escola. Foram 7,25 inscritos por vaga – índice acima da relação do curso de física da Unicamp
na primeira fase do vestibular 2005 que ficou em 5,6 candidatos por vaga.
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Perfil
Por incrível que possa parecer, o CIEE viu 300 chances de estágio serem fechadas em
janeiro na macrorregião de Campinas, que inclui municípios como Jundiaí e Piracicaba, por falta
de estudantes que se encaixassem no perfil solicitado pelas empresas. O supervisor de
Operações do CIEE, Thiago Coldibelli, afirma que, além dos conhecimentos técnicos, os alunos
devem saber operar os programas de computador mais utilizados nas rotinas das empresas –
como o Office.
Ele comenta que a empregabilidade para estagiários do ensino técnico é alta. Segundo o
profissional, metade das 820 vagas de estágio disponíveis para Campinas no mês passado era
para estudantes do ensino médio e técnico. No CIEE, os alunos matriculados em cursos de
administração e gerenciamento são os mais procurados pelas empresas. Coldibelli afirma que
os estudantes da região têm ótimas chances de serem contratados como funcionários em
empresas de Campinas e municípios vizinhos.
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Na Rhodia, em torno de 15% dos estagiários que passam pelo programa da empresa
acabam conquistando um posto de trabalho na multinacional. Isso significa, quatro a cinco
pessoas introduzidas no mercado de trabalho. Durante o estágio, os estudantes têm um
“padrinho” dentro da companhia que fica responsável por supervisionar suas atividades.
O gerente de Recursos Humanos da Rhodia, Paulo Rocco, frisa que a empresa tem uma
relação estreita com a área de educação. “O objetivo do estágio é complementar a parte teórica
adquirida pelos estudantes nas escolas”, afirma. De acordo com Rocco, o estágio é voltado para
a obtenção de dois resultados: iniciativa e orientação para atingir as metas estabelecidas pela
indústria.
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Ele comenta que a multinacional alemã aproveita os alunos nas diversas áreas de
autuação. Moreira diz que desde o início os aprendizes são funcionários da empresa. O índice
de aproveitamento de aprendizes dentro da Bosch gira em torno de 90%.
O perfil do estudante que busca pela profissionalização na área técnica anda mudando nos
últimos anos. Os mais velhos resolveram voltar para os bancos escolares. O objetivo é
promover uma reciclagem profissional e ter novas chances no mercado de trabalho. Diretores de
colégios técnicos de Campinas apontam que até trabalhadores com graduação procuram por
vagas no ensino técnico.
No noturno, parte dos estudantes já terminou o ensino médio e busca por uma
profissionalização. Com o ensino técnico, o estudante visa conquistar um posto no mercado de
trabalho. A Etecap tem hoje mais de 800 alunos distribuídos nos três cursos técnicos oferecidos
e mais o ensino médio. Todos os estudantes dos cursos profissionalizantes têm que realizar
estágio no último termo (semestre). A orientadora educacional destaca que as pessoas
formadas na Etecap saem do colégio com o registro no respectivo conselho da área em que se
especializou.
Ele aponta que 75% dos alunos que passam pelo Senai saem do curso com um emprego
garantido. Gomes afirma que 85% a 100% dos estudantes dos cursos do colégio estão em um
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estágio. A remuneração dos estagiários varia de um a quatro salários mínimos, ou seja, de R$
400,00 a mais de R$ 1600,00 por mês.
O estágio é visto por analistas de Recursos Humanos como o passaporte para obter êxito
profissional. O estudante Rafael Netto Galdino, 19 anos, começou a trilhar esse caminho no ano
passado. “Em outubro, consegui uma vaga como estagiário na Siemens. A minha expectativa é
que, após o fim do período do estágio, eu seja contratado pela empresa”, diz o rapaz.
“O estudante deve se atentar que, além do estudo técnico, é preciso incrementar a gama
de conhecimento. É importante nunca parar de estudar. Terminei o técnico, fiz a faculdade e
outros cursos de especialização”. O sucesso de Souza serviu de exemplo para que seus dois
filhos adolescentes também seguissem os passos do pai. Os dois jovens são alunos do Senai.
Nota: Artigo adaptado. Referências salariais do texto original, foram atualizadas de acordo com o valor do salário
mínimo vigente (Junho/2008).
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