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RELATÓRIO TÉCNICO

PROJETO “VIRGEM DA LAPA: DE UTI EDUCACIONAL À CIDADE EDUCATIVA”


ABRIL / MAIO / JUNHO
2006

INTRODUÇÃO

Virgem da Lapa, cidade conhecida como a Princesinha do Vale, localiza-se no Médio Vale do
Jequitinhonha, a cerca de 600 km de Belo Horizonte. Está situada ente os rios Araçuaí e Jequitinhonha.
Sua origem data de 1729, quando o capitão-mor Antônio Pereira dos Santos ofereceu uma doação
por meio de Carta Régia da Coroa Portuguesa.

A emancipação político-administrativa chegou em 1948, por intermédio do decreto-lei nº 336, de 27


de dezembro. Atualmente, sua população é de aproximadamente 14 mil habitantes, que vivem numa
área de 805 km2, dedicando-se sobretudo a atividades de agropecuária, mineração, agroindústrias
comunitárias (cana-de-açúcar, leite, mandioca), marcenaria e artesanato.

A rede de ensino estadual no município é formada por cinco estabelecimentos (três na zona urbana e
dois na zona rural), quatro de ensino fundamental e um de ensino médio (científico). Com poucas
opções profissionais, grande parte da população, a maioria jovens, migra para os grandes centros em
busca de trabalho e também de formação educacional (nível superior).

O projeto “Virgem da Lapa: de UTI Educacional a Cidade Educativa” é resultado da parceria entre o
Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD), a Prefeitura Municipal de Virgem da Lapa, o
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e a Petrobrás.

Depois de algum tempo de trabalho, estamos conquistando, aos poucos e cada vez mais, o nosso
espaço na cidade de Virgem da Lapa. As atividades do projeto começaram no pólo Lagoa da Manga e

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hoje estamos trabalhando na zona urbana e no pólo Tum-tum. Capacitamos mães cuidadoras e
agentes comunitários de educação, que estão atuando nessas localidades.

Para atender a demanda desses lugares, procuramos mobilizar a comunidade. Promovemos algumas
reuniões nas quais falamos do projeto e, no final, fizemos as inscrições de pessoas interessadas em
participar das capacitações. No pólo Tum-tum, aconteceu uma capacitação de mãe cuidadora e uma
de agente comunitário de educação. Na zona urbana, aconteceu uma de agente comunitário.

Temos hoje na zona urbana 16 agentes comunitários de educação atuando, mas ainda não temos
mães cuidadoras. No pólo Tum-tum, contamos atualmente com 13 mães e 5 agentes. No pólo Lagoa
da Manga, onde iniciamos as primeiras atividades, temos uma agente e 10 mães cuidadoras. Com
isso, a equipe de educadores é hoje composta por 45 pessoas, entre mães cuidadoras e agentes
comunitários de educação.

Como na cidade temos muitas crianças de 1ª a 4ª série, procuramos a única escola que atende esse
público, a Escola Estadual Catulo Cearense, que nos recebeu muito bem. Apresentamos o projeto para
a direção da escola e a todos os professores e cada um deles fez o diagnóstico de sua turma. A partir
desse diagnóstico, fomos planejando as atividades e hoje os agentes comunitários de educação estão
atuando dentro da escola. Essa parceria está dando tão certo, que já fizemos reunião com os pais e
estamos conseguindo nos encontrar com as crianças também nos bairros. Veja o diagnóstico desta
escola em anexo.

Iniciamos o trabalho também no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), que também
atende algumas crianças com dificuldade de aprendizagem. Essa parceria se deu por vontade das
coordenadoras, que querem desenvolver as atividades do projeto Cidade Educativa também com as
crianças que freqüentam o PETI.

No pólo Lagoa da Manga, as atividades estão acontecendo nas comunidades Buriti, Limoeiro,
Tamanduá (Lagoa da Manga), Marimbondo e Barra do Vacaria, de segunda a quinta-feira, dentro da
escola e também na comunidade. Como essas comunidades ficam muito distantes umas das outras e é
preciso que o grupo se encontre pelo menos uma vez por semana, decidimos nos reunir sempre nas
sextas-feiras, no Lagoa da Manga, para fazer a avaliação da semana e planejar as atividades da
semana seguinte, analisando se as atividades estão respondendo às perguntas do PTA e assim
alcançando os objetivos.

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Como as mães cuidadoras estão muito perto das crianças, elas conseguem observar a dificuldade de
cada menino, estabelecendo contato com o professor, que também está junto, conversando e
avaliando tudo o que está sendo feito. Nesse pólo, há cinco escolas multiseriadas. À medida que
trabalhamos, sentimos e vemos o que deve ser feito. A partir daí, conversando e planejando junto com
algumas professoras, combinamos uma forma de atender os meninos na escola, dividindo-os em
turmas.

Enquanto a professora dá aula para os alunos da terceira e quarta séries, as mães cuidadoras e
agentes comunitárias de educação trabalham com as crianças de primeira e segunda série, utilizando
jogos de aprendizagem, histórias, Bornal de Livro e Algibeiras. Isso deu certo e estamos trabalhando
dessa forma em algumas comunidades, como Buriti, Marimbondo e Barra do Vacaria. Em outras
comunidades, as atividades acontecem na escola durante dois dias da semana e o restante nas casas
das crianças ou nos “Jardins de Estudo”.

As mães cuidadoras estão trabalhando com histórias, Bornal de Jogos, Bornal de Livro e Algibeiras,
biscoitadas, pedagogia das placas e também com os grupos de produção que já se reuniram.
Montamos Algibeiras e Bornais de Livros, que foram distribuídos inicialmente nas escolas que estamos
atendendo diretamente. Todos os professores dessas escolas estão usando esse material e depois de
um tempo irão trocar entre eles e posteriormente entre os pólos. Estão circulando cerca de 1.200
livros, com o objetivo de incentivar cada vez mais a leitura e a escrita entre crianças, jovens e adultos.

No pólo Tum-tum, aconteceram duas oficinas, uma de mães cuidadoras e outra de agentes
comunitários de educação. Nossa primeira atividade, depois das oficinas, foi o diagnóstico que cada
professora de 1ª a 4ª série fez. A partir desses diagnósticos, estamos trabalhando com as crianças de
cada turma, três vezes por semana. Durante os trabalhos na escola, estamos utilizando, como técnicas
de aprendizado, os Bornais e Algibeiras de livros, Bornais de Jogos e contação de histórias, entre
outras.

Além de atividades na escola com os alunos de 1ª a 4ª série, também estamos desenvolvendo


trabalhos com a comunidade, de acordo com as propostas do PTA. As atividades que têm o objetivo
de desenvolver a aprendizagem são a pedagogia das placas e a contação de histórias. Para alcançar
o envolvimento comunitário, estão acontecendo, em parceria com a creche e a casinha da cultura
local, oficinas de produção de remédios caseiros. Essas oficinas geralmente acontecem no dia
programado para a pesagem e controle da nutrição das crianças menores de 5 anos. Apesar de
acontecer nesse dia, a oficina não faz seleção. As pessoas da comunidade que sentirem necessidade
podem participar, independentemente de ter ou não filhos menores de 5 anos.

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Fizemos o Plano de Trabalho e Avaliação (PTA) do projeto na cidade. Todas as atividades que podem
ser executadas nos três pólos estão neste instrumento, que é a base para os planejamentos. Já temos
os livros e os computadores para a informatização da biblioteca.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

• Capacitação de Agente Comunitário de Educação

A capacitação de agentes comunitários de educação aconteceu na zona urbana e no pólo Tum-tum,


com jovens que, em sua maioria, cursam o 3º ano do segundo grau ou já concluíram o ensino médio.

Durante essas semanas, experimentamos muitas coisas boas. Discutimos o trabalho em grupo, a
cooperação, soluções práticas e criativas para sanar as dificuldades de crianças, adolescentes e da
comunidade. Fizemos essa capacitação com o objetivo de formar jovens dinâmicos, com vontade de
mudança e protagonistas. Conversamos sobre a aprendizagem das crianças e sobre as dificuldades
que elas têm. As pessoas conhecem a situação de aprendizagem das crianças, pois alguns têm mães
que são professoras e outros têm irmãos na escola. Por esse motivo, a conversa foi muito produtiva e
os participantes mostraram interesse em contribuir para o desenvolvimento das crianças.

Nos dias em que ficamos juntos, o grupo viveu situações que levaram a discussões sobre o trabalho
em grupo e à necessidade de sempre estarmos juntos para conseguir resolver qualquer dificuldade.
Discutimos também sobre a importância de afinar o nosso olhar para as necessidades próprias e do
outro e de sermos educadores, seja na rua ou em casa, onde estivermos.

A roda foi a principal das pedagogias utilizadas no treinamento. Todos os dias, iniciamos e finalizamos
os trabalhos com ela. Os jovens avaliaram positivamente a prática da roda, considerando-a um
momento de troca de experiências e de solidariedade. Além da roda, usamos outras pedagogias: do
sabão, do brinquedo e do abraço.

Para as discussões, fizemos o uso de dinâmicas, jogos, Bornal de Livros, versos, criação de jogos,
histórias, resgate de brincadeiras, habilidades e textos, sempre de olho no nosso objetivo, que é a
aprendizagem das crianças. Foram 40 horas de muito desafio, solidariedade, provocação, união e
trabalho em grupo.

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No último dia, montamos o PTA e nele colocamos o objetivo do trabalho que discutimos a semana
inteira. O grupo listou todas as atividades que poderiam ajudar na aprendizagem das crianças no que
diz respeito à leitura, à escrita e às quatro operações fundamentais, incluindo atividades com a
comunidade. Conseguimos fazer um PTA que será usado durante todo o ano e que poderá ser
modificado, acrescentando novas atividades ou questionamentos, à medida que os desafios forem
surgindo.

As questões novas deste PTA, criadas pelos jovens nesta capacitação, foram incluídas no PTA geral da
cidade, tornando-se, assim, um só instrumento para todos os pólos. O grupo tem muita vontade de
crescer e está preocupado com o que fazer agora, depois de concluir o segundo grau. Muitos querem
continuar estudando, mas, como a cidade ainda não oferece ensino superior, a solução é buscar fora
a oportunidade para realizar seus sonhos. É o que muitos fazem quando chegam nesta idade.

No último momento da capacitação, fizemos a seleção de 16 jovens para atuar diretamente no


projeto, na zona urbana, como agentes comunitários de educação. O grupo selecionado apenas
começou a sua formação; no decorrer do trabalho, eles vão se capacitando ainda mais, pois o
processo de formação é contínuo.

• Capacitação de Educador Social

No final de maio e início de junho, fizemos uma capacitação de educador social com as educadoras
do PETI, das creches, do Conselho Tutelar e do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente,
reunindo um total de 18 pessoas. O objetivo da capacitação é permitir às pessoas dessas instituições a
busca de novas práticas educativas, melhorando o trabalho desenvolvido com as crianças e pessoas
da comunidade. Usamos as pedagogias da roda, do brinquedo, do abraço e do sabão.

Foi uma semana de muita reflexão. As pessoas falaram de suas dificuldades no dia-a-dia do trabalho,
buscando elas mesmas a solução para cada um dos desafios. O grupo sentiu que é grande a
necessidade de se trabalhar junto, não importando qual é o projeto ou instituição de ensino, órgão ou
local de trabalho onde se atua. Desta capacitação, as pessoas saíram mais próximas umas das outras.
Na avaliação do grupo, o projeto só tem a contribuir cada vez mais com trabalho de cada um.

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• Capacitação de Mães cuidadoras

A capacitação de mães cuidadoras no pólo Tum-tum aconteceu com 23 pessoas – 22 mulheres e um


homem. Além da roda, que é o nosso principal instrumento pedagógico de trabalho, foram usados
jogos, dinâmicas e brincadeiras, buscando gerar discussões em torno das necessidades das crianças e
da própria comunidade.

Discutiu-se sobre a necessidade e a responsabilidade de cada morador em relação à aprendizagem e


ao futuro de cada pessoa da comunidade, sobre a necessidade de não se isolar e de se buscar ajuda
para a resolução de problemas, de forma que a comunidade possa tomar para si os méritos e
responsabilidades de suas conquistas.

A maior parte das pessoas que participaram dessa oficina já presta algum tipo de trabalho voluntário
à comunidade e, por esse motivo, os problemas comunitários foram muito discutidos. Algumas
atividades do PTA são voltadas especificamente para alguns deles, a exemplo da produção de
remédios caseiros, feita simultaneamente a conversas e discussões a respeito dos problemas da
comunidade.

• Atividades na Zona Urbana

Iniciamos as nossas atividades na cidade no dia 24 de abril, com 16 agentes comunitários de


educação. No início, fizemos as reuniões no salão cedido pelo sindicato rural. Nas primeiras semanas,
construímos muitos jogos, discutimos sobre a estética deles, sobre a necessidade de ficarem bonitos
para chamar a atenção das crianças, tornando-se mais atrativos. Com essa discussão, conseguimos
melhorar a qualidade dos nossos jogos. Hoje, temos um total de 60 jogos de português e matemática.
Conseguimos juntar muita sucata (papelão, garrafas PET, tampinhas e jornais) e estamos aproveitando
tudo aquilo que iria para o lixo.

Aos poucos, o grupo vai se moldando e nele cada pessoa tem a sua responsabilidade: cuidar dos
jogos, organizar o espaço, bornal e algibeiras, horários, memória do dia, coordenar a semana e o
material. Depois de alguns dias, passamos a nos reunir no escritório que está sendo montado pelo
CPCD, que fica num ponto central da cidade. Nesse local, nos encontramos todos os dias para a
organização, avaliação e planejamento das atividades.

Também montamos todos os bornais de livros e algibeiras, pensando de que maneira poderíamos
atender as crianças que estão no Ensino Fundamental. Como na zona urbana todas as crianças

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estudam na Escola Estadual Catulo Cearense, procuramos a direção da escola para conversar.
Apresentamos o projeto para direção e já saímos de lá com uma reunião marcada com todos os
professores.

Na reunião, estiveram presentes, além da equipe da escola, todos os agentes comunitários de


educação e o secretário municipal de Educação. Apresentamos o projeto para as professoras, que
perguntaram e tiraram suas dúvidas, mas muitas questões ainda devem ser levantadas. Elas falaram
que há várias turmas com crianças que têm muita dificuldade, tanto na escola como em casa. Foi uma
conversa importante, pois a partir dela conseguimos ter o primeiro contato com os professores.

Após a primeira reunião, voltamos outras vezes na escola para combinar as atividades e o tempo que
poderíamos ficar junto com as crianças. De segunda a quinta, as crianças têm o Cantinho de Leitura,
que acontece em uma sala com alguns livros. De manhã e à tarde, uma professora fica responsável
por esse momento. Combinamos, então, que as atividades poderiam acontecer no horário do
Cantinho de Leitura, que tem a duração de 50 minutos. Antes de iniciar as atividades, passamos para
os professores o quadro para fazer o diagnóstico de aprendizagem das crianças. A direção já havia
passado o nome de algumas turmas com crianças que apresentam dificuldade: são sete turmas de 1ª
a 4ª série, quatro de manhã e três na parte da tarde.

Enquanto as professoras faziam o diagnóstico, começamos o trabalho no Cantinho de Leitura. Durante


a semana, as atividades aconteciam com as turmas com maior dificuldade. No início, procuramos
conhecer as crianças e deixar que elas conhecessem as pessoas que se encontrariam com elas.
Passamos a fazer com elas a roda no Cantinho de Leitura, sempre com uma brincadeira no início da
atividade. À medida que conquistamos as crianças, torna-se mais tranqüilo o contato com elas.

A primeira atividade que fizemos com as crianças foi com o Bornal de Livros e as Algibeiras. Usando
fantoches emprestados pela Secretaria de Assistência Social, criamos a Aninha. Ela é uma criança que
faz parte da roda e conta histórias para as crianças no Cantinho de Leitura.

No primeiro dia, apresentamos o Bornal e as Algibeiras de Leitura para as crianças, que ficaram muito
interessadas em pegar e ler os livros. Procuramos aguçar o interesse das crianças em relação aos
livros, dizendo que dentro do bornal havia histórias engraçadas, de terror, de suspense, poesias,
aventuras etc. Fizemos também atividades com jogos e brincadeiras na hora do recreio, momento em
que várias crianças podem participar.

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A maioria das crianças lê soletrando e algumas ainda não sabem ler e/ou não conhecem todas as
letras. Usamos, entre outros, os seguintes jogos: Centopéia, Juntando Letras, Jogo das Sílabas, Jogo
da Memória, Identificando Letras e Pense Rápido com Letras. O nosso tempo na escola é muito
pequeno e passa rápido, pois só nos encontramos com as crianças uma vez na semana. Estamos
tentando fazer o trabalho com elas na comunidade, como prevê o PTA.

Depois que as professoras entregaram todos os diagnósticos, pegamos o endereço de cada criança
para fazer visitas às casas. Ficamos alguns dias indo de casa em casa, conversando com as famílias,
falando sobre o projeto, suas atividades e objetivos. Combinamos com os pais as atividades que iriam
acontecer no bairro, em pontos estratégicos.

Convidamos as crianças e combinamos a atividade no bairro, sempre no horário contrário ao da


escola. Dividimos o grupo de agentes em duplas, ficando cada dupla responsável por um bairro: Bela
Vista, Ponte, Antônio de Mila e Lagoa Rosana juntos, Auto São Vicente, Novo Horizonte e Baixinha.
Dessa forma, por saber quem são as crianças e onde moram, cada dupla pôde acompanhá-las de
forma mais eficiente.

Como já sabemos o que deve ser trabalhado com as crianças, tendo como base o diagnóstico
passado pelas professoras, estamos usando Bornal de Jogos, Bornal de Livros, Algibeiras e
brincadeiras. No dia 13 de junho, fizemos uma reunião com os pais das crianças para apresentar o
projeto e falar das atividades que estamos desenvolvendo dentro e fora da escola. Participaram da
reunião 25 pais, a diretora da escola, a coordenação do projeto e uma agente comunitária de
educação.

Os pais demonstraram muito interesse nas atividades, deixando claro que querem estar sempre por
dentro das atividades que acontecerão nos bairros. Muitos falaram da dificuldade que os filhos têm e o
quanto é importante ter ajuda, uma vez que nem todos os pais sabem ler e por isso têm dificuldade em
ajudar os filhos nas tarefas escolares. Notamos que as crianças têm mais dificuldade para ler e
escrever, por isso estamos trabalhando mais com palavras, letras e sílabas.

O convite para participar das atividades no bairro é feito na escola, podendo participar todas as
crianças que apresentam alguma dificuldade. Em alguns bairros, às vezes, não aparece nenhuma
criança, enquanto em outros a freqüência é assídua.

Mesmo com as dificuldades, decidimos não desistir. Conversamos com a supervisora da escola sobre a
possibilidade de ampliar o tempo de trabalho com as crianças na escola, para atendê-las em um

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tempo maior. Por causa desta conversa, iniciamos no dia 29 de junho o acompanhamento das
crianças que têm dificuldades.

O trabalho na escola está acontecendo de terça a sexta, na parte da manhã e à tarde. Estamos
trabalhando com alunos de 1ª a 4ª série, usando, junto com a supervisora, um esquema de horário no
qual a criança com maior dificuldade é liberada pela professora durante 50 minutos para estudar com
os agentes comunitários de educação. Neste horário, usamos jogos, Bornal de Livros e Algibeiras. A
maioria dessas crianças tem idade mais avançada e muita dificuldade para ler e fazer contas. Como
algumas nem são alfabetizadas, estamos fazendo um trabalho mais sistemático, mesmo com o pouco
tempo que temos (50 minutos). Para que o trabalho não fique desestimulante e cansativo, estamos
usando principalmente os jogos.

Fomos convidados a desenvolver atividades com as crianças que freqüentam o PETI. Marcamos uma
reunião com as educadoras e, após a Capacitação de Educador Social, da qual participaram, elas
puderam conhecer um pouco mais o trabalho do projeto na comunidade e consolidamos a nossa
parceria.

O PETI tem 47 participantes, entre crianças e adolescentes. Na reunião, as educadoras falaram da


dificuldade que têm com as crianças em relação a respeito, participação, limites e aprendizagem.
Falamos um pouco sobre nossas atividades, objetivos dos agentes comunitários de educação e como o
grupo poderia contribuir no dia-dia do PETI. Levamos um Bornal e uma Algibeira, para que pudessem
usar com as crianças e adolescentes.

Junto com as educadoras, fizemos um planejamento do período em que poderíamos realizar o


trabalho. Combinamos as atividades de terça a sexta-feira, das 8h às 10h. Nesse período, os agentes
trabalharão com as crianças usando jogos e brincadeiras, além de contribuir com conversas sobre
socialização, respeito e construção de regras.

Já iniciamos o diagnóstico das crianças e adolescentes do PETI. A maioria das crianças é do primário,
mas há alguns adolescentes que cursam 5ª, 6ª e 7ª série, muitos com bastante dificuldade em leitura e
matemática. Como já temos o diagnóstico das crianças que estudam na Escola Estadual Catulo
Cearense, estamos fazendo apenas o dos alunos do ginásio.

Nestes primeiros dias de atividade, temos tido muita dificuldade com as crianças e adolescentes.
Começamos a construir algumas regras com eles e uma delas é buscar ouvir enquanto outra pessoa
fala. Quando fazemos a roda de avaliação do dia, ninguém consegue ouvir o que o outro diz. Junto

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com as educadoras, estamos trabalhando com as crianças separadamente dos adolescentes. Como
eles têm níveis de maturidade diferentes, um acaba atrapalhando o outro.

Queremos envolver os pais nas atividades do projeto e, com esse objetivo, vamos construir uma horta
na escola em sistema de mutirão. A horta será outro instrumento para trabalhar a escrita, a leitura, as
quatro operações, além de enriquecer a merenda da escola.

Vamos iniciar a capacitação de mães cuidadoras na cidade no final do mês de julho. Na Escola
Estadual Catulo Cearense, estamos fazendo a capacitação de educador social durante 40 horas, às
sextas-feiras e sábados. Isso está sendo muito positivo, pois as professoras ficam mais próximas do
projeto e mais informadas acerca da metodologia e dos objetivos.

• Oficina de Brinquedo e de Cinema

A convite da Prefeitura Municipal, o CPCD participou de algumas reuniões com os organizadores da


Cantoria Popular de Virgem da Lapa, festa tradicional que acontece todo ano na cidade, com o
objetivo de valorizar a cultura e a arte das pessoas da região. Fomos convidados a dar nossa
contribuição na programação da festa e nos comprometemos a fazer uma oficina de brinquedos,
brincadeiras e espaço de leitura com as Algibeiras e o Bornal de Livros. Tivemos a participação de 40
crianças, com as quais fizemos o brinquedo “rabo de cometa” e muitas brincadeiras.

• Três sessões de cinema foram realizadas:

- Na comunidade do Tum-tum, as crianças da Escola Municipal Antônio P. Jardim assistiram ao filme


“À Procura de Nemo”. O público foi de 70 pessoas, entre adultos e crianças.

- Na Praça Valdomiro, zona urbana, foi exibido o filme “O Alto da Compadecida” para as pessoas da
cidade. Público de aproximadamente 400 pessoas, entre adultos e crianças.

- No distrito de São João do Vacaria, a sessão aconteceu na praça, onde também foi exibido o filme
“O Alto da Compadecida”. O público foi de aproximadamente 200 pessoas, entre crianças e adultos.

Fizemos ainda uma sessão de cinema na comunidade Barra do Vacaria, onde não tem sequer energia
elétrica, dando às pessoas a oportunidade de assistir a uma sessão de cinema na própria comunidade.
O filme exibido foi “Lisbela e o Prisioneiro” e os moradores gostaram, elogiaram e deram bastante
risada. Tivemos a participação de 80 pessoas da comunidade e vizinhanças.

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• Dia Internacional do Brincar

No dia 31 de maio, comemoramos o Dia Internacional do Brincar com uma programação diferente.
Fizemos oficina de brinquedos e brincadeiras no calçadão da cidade: confeccionamos cata-vento, rabo
de cometa, bilboquê e bolsinha de garrafa. Também brincamos de dança do chep-chep, abóbora faz
melão, coelho sai da toca, queimada, você viu o meu carneirinho e rua e avenida.

As atividades aconteceram de manhã e à tarde. Convidamos os alunos da Escola Estadual Catulo


Cearense que estudam de manhã para participar na parte da tarde e os da tarde para participar de
manhã. Também convidamos os participantes do PETI e contamos com a participação das crianças da
Escola Municipal Professora Diva, que participaram na parte da tarde.

As crianças ficaram muito satisfeitas com os brinquedos confeccionados. Foi um dia muito divertido
para todo mundo, crianças, jovens e adultos. Pudemos, assim, refletir um pouco mais a respeito de
algumas questões importantes relacionadas à brincadeira, tais como:
- Atividade essencial para a expressão e o desenvolvimento da criança.
- Instrumento de aprendizagem, de transmissão de saberes e de educação para todos.
- Promove encontros interculturais e intergeracionais.
- Criador de veículos sociais e de comunicação.
- Ocupação de lazer e fonte de prazer.
- Deixa-nos feliz.

• Diagnóstico de Aprendizagem

Combinamos com todos os professores dos pólos Lagoa da Manga e Tum-tum para que fizessem o
diagnóstico das crianças, enquanto as mães e agentes também faziam um diagnóstico, usando os
jogos de matemática e de português e os livros.

Na Escola Estadual Catulo Cearense, fizemos reunião com as professoras e combinamos de fazer o
diagnóstico em todas as turmas onde houvesse alunos com dificuldade na aprendizagem.

O diagnóstico se divide em três níveis:

- Nível 1 - Crianças que não são alfabetizadas, não conhecem letras e números e têm dificuldade
para escrever.

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- Nível 2 - Crianças que não conseguem acompanhar o ritmo da turma, que estão em defasagem na
série, lêem soletrando, apresentam dificuldade na escrita e não conseguem fazer as quatro operações
fundamentais.

- Nível 3 - Crianças que não têm dificuldade e conseguem acompanhar o ritmo da turma.

A princípio, diagnosticamos 272 crianças (anexo o diagnóstico).

• Bornal de Livros e Algibeiras

A equipe de agentes comunitários de educação ficou responsável por organizar todos os livros e fazer
a montagem dos bornais e algibeiras. Cada um deles tem quinze livros de 1ª a 4ª série. Fizemos um
esquema de distribuição para todas as escolas onde estamos desenvolvendo as atividades do projeto e
cada professor recebeu um ou mais bornal e algibeira, de acordo com o número de crianças da
turma.

De início, os professores estão fazendo a troca de bornais e algibeiras entre eles; depois dessa etapa,
eles serão trocados entre os pólos. As atividades com o Bornal de Livros estão acontecendo dentro e
fora de escolas. As mães cuidadoras e agentes comunitários de educação desenvolvem o trabalho com
as crianças da comunidade. Nos jardins e pontos de encontro na cidade, acontecem as oficinas de
leitura.

Os bornais e algibeiras estão sendo mais um instrumento para incentivar nas crianças o gosto pela
leitura. Cada professor tem o seu jeito de usar o bornal e, quanto mais criativo for, melhor. Na Escola
Estadual Catulo Cearense, por exemplo, a professora Rosane, da 4ª série, deixou cada criança
escolher um livro e depois ler e escrever sobre aquilo que tinha lido.

Mesmo sendo o último ano desta turma na escola, os alunos ainda apresentam muita dificuldade.
Apesar dessa defasagem, não se pode reter as crianças na escola. Como elas irão para o ginásio no
próximo ano, estamos atendendo essas crianças tanto no bairro quanto na escola, para que se
recuperem.

No pólo Tum-tum, o Bornal e a Algibeira de Livros foram usados para despertar o prazer da leitura
nas crianças com quem trabalhamos, junto com as mães cuidadoras e recentemente com os agentes
comunitários de educação. Para apresentar os bornais e algibeiras para as crianças, o grupo bolou um
teatro a partir do tema de um livro.

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Os livros não são usados apenas durante o horário em que as mães cuidadoras e agentes
comunitários de educação estão desenvolvendo atividades com as crianças. Depois da aula, elas
também podem pegar livros emprestados e levar para casa, mesmo que ainda não saibam ler. Esta é
uma forma de incentivar a leitura tanto nas crianças quanto no restante da família, que terá o livro
mais próximo de si.

• Bornal de Jogos

Os jogos são sempre usados pelas mães e agentes. Com eles, estamos conseguindo fazer com que as
crianças possam conhecer as letras, fazer contas e formar pequenas palavras. Na Lagoa da Manga, os
jogos são muito usados nos cantinhos de leitura e na escola. Os agentes comunitários de educação da
cidade estão fazendo jogos de português e matemática para serem usados pelas mães cuidadoras no
pólo Lagoa da Manga.

No pólo Tum-tum, o próprio grupo percebeu que o Bornal de Jogos é a atividade que desperta maior
interesse nas crianças, propiciando por esse motivo os melhores resultados. Essa tem sido então a
nossa atividade mais usada, intercalada com outras.

• Pedagogia das Placas

No pólo Lagoa da Manga, as mães usaram a Pedagogia das Placas toda semana. Como as casas são
muito distantes, demora-se mais de uma semana para retornar à primeira casa visitada. Todas as
crianças já conhecem as mães cuidadoras, por terem um contato maior com elas nas comunidades. As
placas estão fazendo com que as crianças reconheçam as letras e palavras.

Na cidade, os agentes fizeram placas em algumas casas e combinaram com as crianças para que as
usassem sempre para ler e escrever. Depois, retornaram para ver quantas crianças já estavam
sabendo ler.

Em Tum-tum, a pedagogia das placas foi uma das primeiras atividades que o grupo desenvolveu com
as crianças. Percebemos que mesmo as crianças que na sala não demonstravam nenhum interesse
conseguiram se soltar e participar muito bem quando esta atividade foi realizada em casa. Na semana
seguinte, alguns resultados, mesmo que pequenos, já começaram a aparecer:

- Criança que não reconhecia letras reconhecendo a primeira letra de Fornalha, Mamão e Sofá.

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- Crianças trazendo cópias das placas de suas casas e das casas dos colegas.

Essa atividade deu uma espécie de incentivo às mães-cuidadoras, que se sentiram muito mais
confiantes em seu trabalho e em sua capacidade.

• Horta Mandala

A escola da comunidade do Buriti, no pólo Lagoa da Manga, tem uma área grande e um espaço
cercado com tela onde antigamente havia uma horta. Como não há muita oferta de água na
comunidade, conversamos com a professora sobre a possibilidade de fazer uma horta pequena, com
canteiros em forma de mandala. A partir do momento em que ela aceitou, fomos pensando com a
equipe e a professora maneiras para ensinar as crianças a ler, escrever e fazer contas usando este
instrumento. Conseguimos levantar algumas possibilidades junto à professora: ler o nome das
hortaliças, escrever, pesquisar para que servem, medir os canteiros, resolver problemas etc.

Para fazer essa horta, convidamos os pais dos alunos e a comunidade. No dia marcado, apareceram
cinco pessoas. Elas estavam curiosas para saber como era a horta com canteiro de mandala. À
medida que fomos fazendo os canteiros, conversamos sobre permacultura. Quando tudo ficou pronto,
as pessoas acharam a horta interessante, bonita e diferente dos canteiros convencionais.

O plantio foi feito junto com as crianças. Depois, a professora Argentina, junto com a mãe cuidadora e
a agente comunitária de educação, escreveu com as crianças tudo o que elas haviam plantado. Em
seguida, corrigiram o que cada uma escreveu e tiveram um momento para fazer o desenho da horta,
havendo muita participação e interesse das crianças. Todos os dias, há grupos responsáveis por
molhar a horta e assim cada um se sente responsável por cuidar dela. Além de tornar as aulas mais
interessantes, a horta enriquece a merenda.

Toda a água usada para molhar a horta vem de um poço artesiano que atende às comunidades do
Buriti, Tamanduá, Limoeiro e Lagoa da Manga. Em outras comunidades, exceto as do pólo Tum-tum,
não é possível fazer horta na escola, pois não há água suficiente.

• Empório Solidário

Já conseguimos fazer algumas reuniões com a comunidade com o objetivo de apresentar o projeto,
falar das atividades que estão acontecendo e montar um grupo que todo mês poderá se encontrar
para produzir algumas coisas e trocar saberes. Inicialmente, fizemos três reuniões, uma em cada

Projeto “Virgem da Lapa: de UTI Educacional à Cidade Educativa” 14


comunidade – Buriti, Marimbondo e Barra do Vacaria –, mantendo uma média de 14 pessoas. Elas
demonstraram interesse e preocupação com a situação dos filhos, manifestando o desejo de poder
ajudar no que for necessário.

A comunidade Barra do Vacaria já se reuniu quatro vezes. Em uma das reuniões, fizemos xampu
contra piolho e uma espiral de ervas na casa de Dona Maria do Carmo, que contou com a
participação de 15 pessoas. Os participantes tiveram a oportunidade de fazer juntos as atividades,
além de estarem com outras pessoas, muitas das quais não viam há muito tempo. Conversaram sobre
as plantas e outros assuntos da comunidade.

O xampu contra piolho foi uma das atividades do encontro. No final, dividimos o que foi produzido
entre as pessoas que participaram. Como a comunidade se mostrou muito interessada em participar,
decidimos promover esses encontros uma vez por mês para fazer remédios alternativos.

No pólo Tum-tum, estamos aproveitando o “Dia da Celebração da Vida” (dia em que algumas
voluntárias pesam as crianças, medem e avaliam o grau de nutrição de cada uma) para produzir
remédios alternativos que possam contribuir para o bom desenvolvimento das crianças e da
comunidade.

• Construção dos Jardins de Estudo

Nas comunidades Barra do Vacaria e Marimbondo, como as crianças moram muito distantes umas
das outras, as mães cuidadoras estão construindo Jardins de Estudo. Neles, elas conseguem reunir um
número maior de crianças, aproveitando melhor o tempo do que se estivessem passando de casa em
casa. Elas marcam um horário com as crianças depois da aula e lá se encontram para desenvolver
atividades com Bornal de Jogos, contação de histórias, músicas, versos, Bornal de Livros e Algibeiras,
com o objetivo de trabalhar as dificuldades de cada criança.

Os alunos da Escola Municipal João da Costa tiveram uma aula diferente. Junto com a professora
Rosa e as mães cuidadoras, eles fizeram uma visita ao Jardim da Gameleira, onde as atividades foram
diversas e interessantes: eles cantaram, brincaram e trabalharam com jogos. Na sala de aula, a
professora pediu para os alunos escreverem tudo o que tinham visto de bonito, as coisas que acharam
mais interessantes, fazendo depois um desenho de tudo o que tinham visto naquele lugar.

Os jardins foram construídos junto com as crianças. Além de ter um espaço de estudo, elas também
passam a valorizar aquilo que fazem, aprendendo a conservar a própria comunidade. Temos dois

Projeto “Virgem da Lapa: de UTI Educacional à Cidade Educativa” 15


jardins na comunidade Barra do Vacaria: um se chama “Jardim da Gameleira”, por ficar embaixo de
uma gameleira de mais de 80 anos, e o outro, que fica perto do rio Jequitinhonha, se chama “Jardim
Draga Rio”, nome dado por causa da uma draga que fica estacionada dentro do rio, retirando pedras
preciosas. Temos também dois jardins na comunidade do Marimbondo que ainda não têm nome.

• Biscoitada

Fizemos biscoito “escrevido” na Escola Municipal João Barra, situada na comunidade do Tamanduá.
Foi muito interessante, pois as crianças nunca haviam feito biscoito e ficaram muito ansiosas para
escrever usando letras em forma de biscoito. A mãe cuidadora leu a receita e a professora escreveu no
quadro, para que todos os alunos copiassem no caderno. Em seguida, as crianças colocaram
efetivamente a “mão na massa”. Todos puderam escrever o seu nome e algumas letras do alfabeto.

Algumas crianças da turma mostraram que têm muita dificuldade na escrita, outros se atrapalharam
na hora de juntar as sílabas. Com essa atividade, mesmo tendo ainda muito a ser feito, percebemos
que as crianças têm mais interesse em aprender.

GERENCIAMENTO DO PROJETO

O projeto “Virgem da Lapa: de UTI Educacional a Cidade Educativa” é uma parceria entre a Prefeitura
Municipal de Virgem da Lapa, o Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD), o Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e a Petrobrás Distribuidora SA. O CPCD é a
instituição idealizadora do projeto, sendo sua responsabilidade a metodologia usada para planejar,
coordenar e executar todas as ações.

DESEMPENHO DOS EDUCADORES

A equipe de mães cuidadoras e agentes comunitárias de educação que atua no pólo Lagoa da Manga
já tem uma participação muito importante dentro da escola e na comunidade. Elas estão há algum
tempo trabalhando juntas e continuam com muita vontade e coragem para superar as dificuldades
que surgem.

Os agentes comunitários de educação da zona urbana iniciaram o trabalho agora e estão fazendo
muitas descobertas. O grupo está unido e todo mundo é responsável pelo trabalho que está

Projeto “Virgem da Lapa: de UTI Educacional à Cidade Educativa” 16


acontecendo. Um ponto positivo é a sinceridade: se alguma coisa estiver errada, sentamos na roda
para avaliar e consertar. O grupo procura sempre deixar as coisas organizadas e uma pessoa puxa a
outra. A equipe é grande e diversificada: como temos pessoas de todo o tipo, um ajuda a equilibrar o
outro.

Em Tum-tum, o trabalho teve início apenas com as mães cuidadoras e só depois é que os agentes
comunitários chegaram. O grupo tem pessoas de todo tipo e por isso, às vezes, aparecem algumas
divergências. Apesar das diferenças, cada um tem muita determinação e procura sanar suas
dificuldades. O ritmo de trabalho ainda é lento, mas tem progredido.

ENVOLVIMENTO DA PREFEITURA

Sempre que precisamos, a Prefeitura e a Secretaria Municipal de Educação fazem o possível para
contribuir. Em todos as programações, contamos sempre com um representante da Secretaria. A
coordenação do pólo Lagoa da Manga contribui muito para que as atividades aconteçam, mas a
Prefeitura ainda tem dificuldade com o transporte. Por esse motivo, às vezes, algumas agendas deixam
de acontecer no pólo Lagoa da Manga.

As pessoas já observam o quanto está sendo importante o trabalho das mães-cuidadoras na


comunidade, como mediadoras de discussões e da mobilização.

ENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE

Algumas comunidades têm se envolvido muito nas atividades do projeto. Já fizemos muitas reuniões e
sempre há pessoas participando, mas temos que incentivar ainda mais. Apesar da dificuldade para
conseguir envolver os moradores de algumas comunidades,não desistimos.

Quando o trabalho passa a acontecer na casa das crianças, as mães e agentes são muito bem
recebidos pelas pessoas da casa, com café e tudo mais. Percebemos que as pessoas estão muito
interessadas e querem contribuir, principalmente na cidade onde o trabalho está iniciando e a
aceitação da comunidade é boa.

Projeto “Virgem da Lapa: de UTI Educacional à Cidade Educativa” 17


IMPACTOS

• Índices Quantitativos

- 22 ACEs atuantes
- 23 mães cuidadoras atuantes
- 66 ACEs capacitados
- Três jogos criados na Capacitação de ACE
- Quatro sessões de cinema
- 110 jogos confeccionados
- Três reuniões com as comunidades
- Média de 195 pessoas nas sessões de cinema
- Uma horta mandala construída
- Uma espiral de ervas construída
- Uma biscoitada realizada
- Duas oficinas de xampu contra piolho

• Índices Qualitativos

- Abertura da escola estadual para as atividades do projeto.


- Início das atividades na escola.
- Boa participação da comunidade em alguns lugares.
- Compromisso dos agentes e mães-cuidadoras com o trabalho.
- Início das atividades no PETI.
- Início das atividades na escola do pólo Tum-tum.
- Novas parcerias estabelecidas.
- Envolvimento das professoras nas atividades e preocupação com a aprendizagem das crianças.
- Planejamento junto com os professores.
- Início da circulação dos bornais.
- Maior interesse das crianças e agentes pela leitura.
- Participação das crianças nas atividades.
- Inquietação diante das dificuldades.
- Uma casa cedida para o trabalho na comunidade Tum-tum (sem cobrança de aluguel).
- Grande público nas sessões de cinema.
- Oportunidade de informação e entretenimento para as comunidades rurais.
- Avaliação positiva das pessoas em relação ao cinema.

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- Início do trabalho nos bairros.

DIFICULDADES ENCONTRADAS

- Acompanhar o trabalho no pólo Lagoa da Manga, em razão da falta de transporte.


- As casas das crianças são muito distantes umas das outras na zona rural.
- Convencer algumas famílias da zona urbana sobre a importância de as crianças participarem das
atividades.
- Ainda não conseguimos fazer um trabalho sistemático nos bairros.
- Há muitas crianças da zona rural estudando na Catulo (escola urbana) e isso dificulta o
acompanhamento nas casas.
- Algumas crianças têm muita dificuldade para aprender.

SÍNTESE

Hoje, temos 45 pessoas atuando no município de Virgem da Lapa, entre mães cuidadoras e agentes
comunitários de educação. O nosso trabalho está acontecendo desde fevereiro e temos procurado nos
organizar, conhecer e compreender como vive esta população, para que possamos alcançar nosso
objetivo. Já podemos sentir algumas mudanças: professora que mudou o jeito da sala, crianças que
não sentam umas atrás das outras. As brincadeiras estão sendo usadas por alguns para trabalhar
limite e coordenação motora.

Estamos conquistando novos parceiros, como a escola Estadual Catulo Cearense e o PETI. Há
participação da comunidade, ainda com dificuldade, mas já demos o primeiro passo. O grupo de
agentes comunitários de educação está começando agora e já tem um volume grande de trabalho. À
medida que vamos realizando as ações e avaliando, os jovens vão se encaixando no que são capazes
de fazer melhor. A formação desses jovens é contínua.

Todas as atividades realizadas estão sendo feitas de acordo com o Plano de Trabalho e Avaliação
(PTA). Iniciamos o trabalho focando a nossa primeira dimensão, que é a alfabetização, e estamos nos
questionado sobre qual a melhor maneira de trabalhar com as crianças. Já temos o primeiro
diagnóstico de aprendizagem das crianças e as respostas estão sendo dadas nas atividades listadas no
PTA. Aos poucos, estamos avaliando e medindo os resultados alcançados, que são ainda pequenos,
mas queremos mais. Sentimos que ainda há muito a ser feito no sentido de mobilizar a aldeia para
cuidar das crianças.

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ANEXOS

• Depoimentos - Horta Mandala

“Achei bonito demais! Esses canteiros vão ajudar as crianças na alimentação. Se Deus ajudar, vai
nascer muita folha.”
Dominga Souza - Avó de Lucas

“Vai ficar mais bonito quando as folhas estiverem grandes. Quando for trabalhar novamente, pode
marcar que eu venho participar.”
Maria Santos - Avó de Fábio Júnior

“Eu achei que não tinha paciência para trabalhar com crianças, mas agora eu descobri que tenho.”
Ronaldo - ACE
Zona Urbana

“Foi bom demais construir a horta. Coisa que eu nem sabia aprendi. Depois que crescer, vai ficar
lindo!”
Maria Senhora Francisca
Comunidade Barra do Vacaria

“O dia foi bom. Ajudamos a fazer o serviço e eu já tinha visto este sistema, mas não sabia que era
desse tipo. A participação da comunidade tá boa. Esperamos que da próxima vez possa juntar mais
pessoas.”
Valdeir Pereira (Dede)
Comunidade Barra do Vacaria

“Achei o dia hoje maravilhoso, porque estou participando do jardim com minhas mães cuidadoras.
Gostei do Jogo ‘Identificando Letras’ e também dos livros do Bornal.“
Priscila - 10 anos
Comunidade do Marimbondo

“Agora eu estou aprendendo mais com os livros do Bornal e da Algibeira.”


Érica de Jesus - 10 anos
Comunidade do Marimbondo

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“Eu gosto muito de ouvir histórias e de brincar com os joguinhos.”
Thamara Araújo - 6 anos
Comunidade do Marimbondo

“Gostei muito da história ‘Pelota Bolota’ do Bornal de Livros.”


Jeane de Jesus - 7 anos
Comunidade do Marimbondo

“Estou alegre por ter encontrado gente diferente e espero que continue assim. Estou aqui porque
minha sogra me convidou. Achei muito bom o convite, vou participar outras vezes e não vou faltar.”
Zelita Dionízia
Comunidade Barra do Vacaria

“Eu ajudei a carregar pedra e água e gostei de ter ajudado. A brincadeira foi boa.”
Juninho - 5 anos
Comunidade Barra do Vacaria

“Achei bom fazer biscoito. Eu comi biscoito com a letra do meu nome.”
Luciano Caetano - 9 anos
Comunidade do Marimbondo

“As crianças hoje em dia não sabem escrever uma carta. Depois que arrumaram o orelhão, as pessoas
não querem mais escrever, porque é só telefonar e conversar. Escrever é importante para qualquer
pessoa.”
Marcos Cardoso dos Santos
Bairro da Ponte

“As professoras, os meninos e os pais se entusiasmaram muito com o projeto. Acharam que é um meio
importante de aprendizagem, além de permitir um ótimo desempenho educacional.”
Katarine Marielley - ACE
Zona Urbana

“Para mim, está sendo maravilhoso ver que algumas crianças que são desinteressadas em sala de aula
lêem com bastante interesse os livros da Algibeira quando estão conosco.”
Adriana - ACE
Zona Urbana

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“O encontro foi muito motivador para nós, educadores. Espero que cada um de nós saiba aproveitar o
máximo, tornando nossas aulas mais interessantes e a aprendizagem mais eficaz.”
Odília Almeida - Professora
E. E. Catulo Cearense

“A capacitação de educador social, particularmente, estou adorando. No início, cheguei até a falar
que não ia fazer nada e no entanto não deixei de participar de nenhuma atividade. Nunca tive uma
capacitação tão boa em toda minha vida profissional.”
Silvia Maria Santana Silva - Professora
Cantinho de Leitura / E. E. Catulo Cearense

“Espero que todos possam viver na prática o que foi refletido na oficina.”
Eliene Teixeira - Professora
E. E. Catulo Cearense

“Cada dinâmica trouxe grandes idéias. Até mesmo no grupo, todos estavam participando ativamente.”
Laura Pereira - Secretária
E. E. Catulo Cearense

“Quanto ao curso, para mim foi uma terapia: ri à vontade, aprendi coisas novas, enfrentei
dificuldades, mas consegui superar. Amei tudo o que vivenciei aqui.”
Elenice Dias - Professora
E. E. Catulo Cearense

“Os pais e avós das crianças estão achando este trabalho o máximo. Disseram que foi muito bom este
projeto ter chegado em nossa cidade.”
Norma Moreira - ACE
Zona Urbana

“O projeto está contribuindo muito para o desenvolvimento e a aprendizagem dos nossos alunos. Os
livros do Bornal e da Algibeira são muito ricos e variados. Com eles os alunos estão aumentando o
gosto pela leitura. O professor encontrou uma nova maneira de introduzir o conteúdo de outra
disciplina através das estórias. Os alunos estão mais interessados, gostam de encontrar com os jovens
para o estudo, levam o livro para casa e contam as histórias no dia seguinte.”
Eliene Nunes - Professora
E. E. Catulo Cearense

Projeto “Virgem da Lapa: de UTI Educacional à Cidade Educativa” 22


“Tenho observado um interesse muito grande, tanto por parte dos alunos como dos professores.
Quanto aos livros do Bornal e da Algibeira, são muito bons e enriquecedores e têm ajudado meus
alunos na leitura. E o que é melhor ainda: têm despertado o gosto pela leitura, porque os livros são no
nível da aprendizagem deles. Temos trabalhado leituras individuas e coletivas, interpretação das
leituras e gravuras.”
Anunciação de Lourdes - Professora
E. E. Catulo Cearense

“O projeto está sendo um dos investimentos mais importantes na nossa cidade: além do atendimento
na escola, os alunos têm o mesmo atendimento no PETI, em casa, no bairro etc. É um projeto muito
importante, pois percebi interesse, participação e entusiasmo nas atividades. Até a timidez dos alunos
melhorou.”
Silvia Maria Santana Silva - Professora
Cantinho de Leitura / E. E. Catulo Cearense

“O mais importante e bonito do mundo é isso. As pessoas não são sempre iguais... Não foram
terminadas... Mas estão sempre mudando... Afinam ou desafinam... Verdade maior que a vida nos
ensinou.”
Guimarães Rosa

“O texto supracitado, escolhido como reflexão para as atividades desenvolvidas na E. E. Catulo


Cearense durante o ano letivo vigente, nos convida a repensar sobre a grande diversidade existente
em qualquer grupo social. Em se falando de educação, acreditamos na necessidade de nos atentar
para aqueles que ‘desafinam’, respeitando os seus limites e levando-os a crer em suas
potencialidades. O projeto Virgem da Lapa: de UTI Educacional a Cidade Educativa veio de encontro à
nossa expectativa maior: promover o sucesso de todos os alunos por meio de aprendizagens básicas e
necessárias à sua formação, promoção e desenvolvimento. Os agentes comunitários de educação,
jovens e profissionais da escola vêm desenvolvendo um brilhante trabalho com as crianças que
apresentam, num diagnóstico realizado, dificuldade na aprendizagem.”
Maria do Rosário de Fátima Vieira Queiros Barroso - Diretora
E. E. Catulo Cearense

Projeto “Virgem da Lapa: de UTI Educacional à Cidade Educativa” 23


“Eu sou Patrícia, tenho 9 anos, sou morena clara, tenho olhos e cabelos castanhos. Nasci em 1996, no
dia 20 de outubro, não tenho irmãos e estou na 4ª série. A minha mãe se chama Tereza e o meu pai
José. Meu bichinho de estimação é uma cachorrinha que se chama Fera. Ela é minha amiga em casa.
Gosto de ir à escola, porque nela estou aprendendo a ler e escrever. Moro bem longe da escola. Para
mim e minha colega, fica distante, mas não acho ruim. Eu gosto muito do jardim, porque as mães
cuidadoras são ótimas.”
Patrícia - 9 anos
Comunidade do Marimbondo

Projeto “Virgem da Lapa: de UTI Educacional à Cidade Educativa” 24


“Sou Jeane, tenho 7 anos, sou loira e muito bonita. Gosto muito de estudar e tenho uma linda família.
Minha mãe se chama Etelvina e meu pai Roberto. Tenho cinco irmãos e adoro a minha família. Gosto
muito de minha comunidade: é um lugar muito lindo; só na seca é que a paisagem fica um pouco
desgastada. Também tenho uma vaca que se chama Crioula. Adoro ela! É muito mansinha e gosta
muito de carinho e eu também sou muito carinhosa com todos. Não gosto de brigas e gosto de ser
respeitada.”
Jeane de Jesus Silva - 7 anos
Comunidade do Marimbondo

Projeto “Virgem da Lapa: de UTI Educacional à Cidade Educativa” 25


• Versos

Lá do céu lá vem descendo


Três letrinhas do ABC
Uma delas vem dizendo
Que eu amo só você

Lá do céu lá vem caindo


Duas tesouras de ouro
Uma pra cortar ciúmes
Outra pra cortar namoro

Você disse que cana é doce


Quem é doce é melancia
Um beijo da sua boca
Só atura quinze dias

Você disse que bala mata


Bala não mata ninguém
A bala que mais me mata
É o desprezo do meu bem.

A rosa pra ser rosa


Não precisa de duas cores
O homem pra ser homem
Não precisa de dois amores

Se amar é pecado
Peco com precisão
Mas tenho prazer na vida
De ter um amor no coração.

Eu queria ser um poeta


Um poeta não posso ser
Um poeta pensa em tudo
E eu só penso em você

Projeto “Virgem da Lapa: de UTI Educacional à Cidade Educativa” 26


Meu anel de trinca-trinca
Caiu na pedra e trincou
Eu também sou trinca-trinca
Nos braços do meu amor

A criança é bonitinha
Que bonitinha que ela é
Parecendo Menino Jesus
Nos braços de São José

Projeto “Virgem da Lapa: de UTI Educacional à Cidade Educativa” 27


• Diagnóstico Virgem da Lapa
Polo Tum Tum

1ª e 2ª Série

Leitura Matematização

19
40 29 20 15
30 15
20 10
10 5 5
0 0
0 0
1ª Diagnóstico (34 alunos) 1ª Diagnóstico (34 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

3ª e 4ª Série

Leitura Matematização

18 19
20 60
15 39
40
10
2 20
5 0 0
0 0
1ª Diagnóstico (39alunos) 1ª Diagnóstico (39 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

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• Diagnóstico Virgem da Lapa
Escola Estadual Catulo Cearense

1ª e 2ª Série

Leitura Matematização

60 47 80 63
40 32 60
40 16
20 20
0 0
0 0
1ª Diagnóstico (79 alunos) 1ª Diagnóstico (79 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

3ª e 4ª Série

Leitura Matematização

30 23 23 40 32
30 23
20 15
20
10 6
10
0 0
1ª Diagnóstico (61 alunos) 1ª Diagnóstico (61 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

Projeto “Virgem da Lapa: de UTI Educacional à Cidade Educativa” 29


• Diagnóstico Virgem da Lapa
Pólo Lagoa Da Manga - Comunidades Buriti, Limoeiro, Tamanduá, Marimbondo e Barra do Vacaria

1ª e 2ª Série

Leitura Matematização

20 17 20 17
15 15
10 7 10 6
4 5
5 5
0 0
1ª Diagnóstico (28 alunos) 1ª Diagnóstico 28 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

3ª e 4ª Série

Leitura Matematização

30 30 23
21
20 20
7 10 5
10 3 3
0 0
1ª Diagnóstico (31 alunos) 1ª Diagnóstico (31 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

Projeto “Virgem da Lapa: de UTI Educacional à Cidade Educativa” 30


• Diagnóstico Total

1ª e 2ª Série

Leitura Matematização

93 95
100 100
44 40
50 50
4 6
0 0
1ª Diagnóstico (141 alunos) 1ª Diagnóstico (141 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

3ª e 4ª Série

Leitura Matematização

94
80 62 100
60
32 37
40 50 28
20 9
0 0
1ª Diagnóstico (131 alunos) 1ª Diagnóstico (131 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

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