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Projeto Âncora foi criado em 1995 por um casal que, ao se aposentar, realizou o


antigo sonho de se dedicar à área social. O espaço era, inicialmente, uma associação
civil de desenvolvimento social que tinha o desafio de melhorar a realidade de
crianças e de adolescentes de baixa renda do município de Cotia, na região
metropolitana de São Paulo, e da região. Em 2012, o espaço deu um importante passo
ao decidir ampliar sua atuação e tornar-se uma escola formal, com a ajuda do
professor José Pacheco, fundador da Escola da Ponte, em Portugal. A Escola Projeto
Âncora oferece hoje todos os segmentos da educação básica, da Educação Infantil ao
Ensino Médio.
A escola vem se consolidando como pioneira de um trabalho de assistência social que,
aliado à educação, fornece às crianças, jovens e suas comunidades as ferramentas
necessárias para acabarem com o círculo vicioso da pobreza e contribuírem para uma
sociedade mais justa, íntegra e sustentável. A instituição é reconhecida por diversas
inovações que a tornaram referência nacional em novas práticas educativas.

Sempre centrada no desenvolvimento da autonomia de todos os atores envolvidos na


comunidade escolar, a aprendizagem se dá na relação entre crianças, jovens e
professores, de forma que cada um possui uma trajetória singular, com tempos
próprios para aprender e se desenvolver. Há na escola o ideal de aprender sem
paredes, no convívio sincero entre todos. Não há relação hierárquica entre educador e
estudante e o aprender se faz junto, na troca de experiências, ideias, gostos e sonhos.
“Acreditamos que é na prática e pela prática que se dá a (trans)formação, refletindo
constantemente sobre o papel da escola na vida de cada indivíduo e na reconfiguração
de uma nova sociedade”, diz a cofundadora da escola, Regina Steurer

O Projeto Âncora tem trabalhado sua influência e colaboração por meio de alguns
eixos. Um deles é o Programa de Transformação Vivencial, criado a partir da crescente
procura de outros educadores para conhecerem as práticas inovadoras de educação
promovidas pela escola. São oferecidas visitas, vivências de um dia e imersões de uma
semana para aprofundamento no conhecimento e entendimento da proposta
pedagógica da escola. Até o momento, mais de 11 mil educadores de todo o país
participaram dessa vivência. Outro eixo diz respeito às consultorias, nas quais a
equipe da escola atua em outras instituições ou redes de ensino apoiando a
transformação pedagógica. Há também as Comunidades de Aprendizagem, eixo que
permite à escola trabalhar em rede com diversas pessoas e instituições de suas
comunidades para o fortalecimento de vínculos, desenvolvimento da aprendizagem e
da cidadania.
Além disso, os espaços da escola são ocupados por diversos grupos parceiros que
encontram ali um local propício para encontros, reuniões, apresentações e residências
artísticas. O Movimento ÔKupa Âncora nasceu na comunidade com a intenção de
ocupar o espaço e os equipamentos do ncora nos horários em que não há utilização
pela escola. Há oficinas de yoga, música, brincadeiras com bebês, contação de
histórias, circo, fantoches e teatro. Esse movimento fomenta a arte, a convivência
familiar e a economia criativa da região.
O Projeto Âncora foi também uma das escolas inovadoras e criativas reconhecidas por
uma iniciativa do MEC em 2015 e também pesquisada em livros, pesquisas
acadêmicas, séries de TV e produções audiovisuais.
A assembleia dos estudantes é a principal ferramenta do exercício da democracia e do
favorecimento do protagonismo dos educandos da escola, sendo que o principal
objetivo dessa atividade é de uni-los e movimentá-los para a discussão de seus
direitos e deveres, debatendo sobre os diversos assuntos da escola, comunidade e
sociedade, além de permitir que fortaleçam as inúmeras possibilidades de ação, tanto
no próprio ambiente escolar quanto na comunidade. Todas as regras da escola
decorrem do que é refletido e aprovado pela assembleia. Por serem construídas
coletivamente, tais regras são chamadas de combinados.
A organização e o cuidado com o bem-estar da escola é de responsabilidade de todos.
Por isso, existem os chamados grupos de responsabilidade, que são formados para
que crianças e jovens fiquem à frente de algumas responsabilidades específicas. Há
grupos responsáveis pela comunicação, alimentação, manutenção, biblioteca, mesa da
assembleia, etc. A participação no grupo possibilita condições importantes para o
desenvolvimento de tarefas dentro de um contexto coletivo, já que há a necessidade
de se trabalhar em grupo, de perceber e cumprir as regras de uso do espaço e de se
relacionar com os outros e cooperar nas funções atribuídas em equipe.

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