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EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 3º VARA CÍVEL DO

FÓRUM REGIONAL DO IPIRANGA – SÃO PAULO.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1000926-46.2014.8.26.0010 e código 32D299F.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MARCELO NUNES DA CRUZ, protocolado em 25/11/2016 às 15:23 , sob o número WIPI16700547210 .
(TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA POR MOTIVO DE IDADE AVANÇADA)

PROCESSO Nº 1000926-46.2014.8.26.0010

VICENTE SANTANA DE FRANÇA E OUTRA devidamente qualificados

na presente AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS que movem em face de NUNES E LOPES

TRANSPORTES LTDA ME e OUTRO igualmente qualificados, vem respeitosamente perante Vossa

Excelência por intermédio do seu advogado regularmente constituído para representá-lo, conforme

instrumento de procuração juntado à petição inicial, inconformado com a R. Sentença proferida por este

D. Juízo, dela interpor o recurso de APELAÇÃO com fulcro no artigo 994, inc. I do Código de Processo

Civil vigente, expondo e ao final requerendo o que segue, lembrando que houve deferimento dos

benefícios da gratuidade processual aos Recorrentes, motivo este de requerer-se que, o presente recurso

seja recebido e remetido ao E. Tribunal “ad quem” independentemente do recolhimento do preparo que

condicionaria seu recebimento.

Termos em que, pede deferimento.

São Paulo, 25 de Novembro de 2016.

MARCELO NUNES DA CRUZ

OABSP Nº 192.147
PROCESSO: 1000926-46.2014.8.26.0010
RAZÕES DE APELAÇÃO

RECORRENTES: VICENTE SANTANA DE FRANÇA E OUTRA

RECORRIDO: NUNES E LOPES TRANSPORTES LTDA ME e OUTRO

3º VARA CÍVEL DO FÓRUM REGIONAL DO IPIRANGA – SÃO PAULO

ÍNCLITOS JULGADORES
EGRÉGIO TRIBUNAL

COLENDA CÂMARA
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1- PRELIMINARMENTE:

1.1. Houve oportunamente concessão da gratuidade processual

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concedida aos Recorrentes, motivo este de se requerer que, o presente recurso seja

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recebido independentemente do recolhimento do preparo que condicionaria seu

recebimento.

1.2. Foi deferida aos Recorrentes a tramitação prioritária uma

vez que um dos Autores possuí idade avançada.

Desta forma, requer-se respeitosamente seja dada prioridade no

julgamento do presente recurso.

2- DOS FATOS E DIREITOS:

No dia 29/01/2009, por volta das 05:30 min, no cruzamento

entre a Rua das Juntas Provisórias e Rua Lorde Cockrane, Ipiranga – São Paulo – S.P, o

Sr. EDUARDO JUSTINO DOS SANTOS, motorista do caminhão e caçamba dos Réus

acima citados, praticou homicídio culposo na direção de veículo automotor, dando

causa ao óbito da vítima EDIVALDO ARLINDO DE FRANÇA , portador do R.G nº

14207244-36, auxiliar de limpeza, filho dos autores acima qualificados.

Em virtude da conduta culposa, que deu ensejo a morte da

vítima por atropelamento, foi o motorista condenado definitivamente pela prática do

crime descrito no Art. 302 da Lei 9.503/97 (HOMICÍDIO CULPOSO) – Processo:

0000505-49.2009.8.26.0010 – Vara Criminal – Fórum Regional do Ipiranga – S.P.


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Uma vez estancada a ajuda financeira que se deu com a morte

do único filho, bem como pela ocorrência da dor pela perda do mesmo, ajuizaram os

Recorrentes a presente pretensão indenizatória para cobrar dos Recorridos indenização

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patrimonial e moral pelo injusto ocorrido.

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Em instrução processual verificou-se a propriedade dos veículos

envolvidos no trágico acidente, não havendo produção de provas que pudessem dar

outro destino ao polo passivo da presente ação.

Produzidas todas as provas acerca do evento danoso,

principalmente no que tange a culpa do motorista dos Recorridos, uma vez transitada

em julgado a ação penal que apurou a autoria e a materialidade do homicídio culposo

que fez vítima o filho dos Recorrentes, condenou-se na esfera civil ambos os

Recorridos.

Ocorre que o D. Juízo “a quo”, muito embora o conhecimento

jurídico que lhe é de praxe, não agiu com o costumeiro acerto, minorando alguns

direitos aos Recorrentes e deixando de conceder outros, quais sejam:

2.1. DO DANO PATRIMONIAL:

A vítima, filho dos autores nascera em 18 de Março de 1985 e

faleceu em 29/01/2016, com apenas 23 anos de idade.

O D. Juízo “a quo”, entendeu que os Recorrentes não provaram

a dependência econômica a ensejar reparação patrimonial a eles, ignorando a certidão

de óbito de fls. 24 que esclarecera que o mesmo não tinha filhos e nem era casado.
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A vítima, conforme documentos de fls. 79/81, era empregado

registrado e do pouco que ganhava, destinava parte dos seus recursos aos seus pais

idosos, como usualmente ocorre em famílias humildes.

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Neste sentido, o artigo 948, inc. II, do Código Civil determina
que:

“No caso de homicídio, a indenização consiste, sem


excluir outras reparações:

I: ...

II: na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto


os devia, levando-se em conta a duração provável da
vida da vítima.”

Ainda neste sentido, decidiu este E. Tribunal de Justiça da

seguinte forma:

“APELAÇÃO Ação de indenização Atropelamento de

filho menor de idade Inadmissibilidade de culpa

exclusiva da vítima, em razão da prova produzida nos

autos - Indenização por danos materiais (na modalidade

de pensão de 2/3 do salário mínimo, dos 14 aos 25 anos

de idade, reduzida para 1/3, daí até os 65 anos de idade

que a vítima teria se viva estivesse, salvo falecimento

anterior dos autores, beneficiados) e morais

(equivalentes a 100 salários mínimos atuais) devidos

RECURSOS PARCIALMENTE PROVIDOS. 1. A


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existência de culpa exclusiva da vítima ou, ainda, de

culpa concorrente não pode ser presumida, incumbindo-

se à parte que a alega a sua comprovação (art. 333, II,

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Código de Processo Civil). 2. É devida a indenização

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por dano patrimonial, mediante pensão mensal, por

morte de filho menor de idade, ainda que ele não

exercesse atividade remunerada, em

situação de família de baixa renda.” (Apelação nº

9185858-73.2008.8.26.0000, Rel. Des. Vicente de

Abreu Amadei, julgado em 23.10.2012)

Conforme súmula 491 do E. Superior Tribunal Federal:

“É indenizável o acidente que cause a morte de

filho menor, ainda que não exerça trabalho

remunerado”.

Ainda neste sentido já decidiu o E. STJ:

“CIVIL E PROCESSUAL. AÇÃO

INDENIZATÓRIA. QUEDA DE COMPOSIÇÃO

FERROVIÁRIA. MORTE DE PASSAGEIRO

MENOR DE IDADE. DANOS MORAIS.

VALOR IRRISÓRIO. MAJORAÇÃO. DANOS

MATERIAIS DEVIDOS. ATIVIDADE

REMUNERADA. NÃOCOMPROVAÇÃO.

FAMÍLIA HUMILDE. PENSÃO DEVIDA. I.

Responsabilidade da ré reconhecida à luz dos fatos

(Súmula n. 7) e por fundamento constitucional, de

impossível revisão pelo STJ. II. Possível a

excepcional intervenção do STJ quando o valor do


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dano moral foi arbitrado em patamar que muito

inferior àquele admitido em casos análogos. III.

Devido o ressarcimento a título de danos materiais,

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também no pressuposto de que, em se tratando de

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família humilde, o filho falecido iria colaborar com

a manutenção do lar onde residia com sua genitora.

IV. Pensão fixada em dois terços (2/3) do salário

mínimo, reduzida a 1/3 (um terço) a partir da data

em que a vítima atingiria 25 anos, quando, pela

presunção, constituiria nova família, até a

longevidade provável prevista em tabela expedida

pela Previdência Social, se até lá viva estiver a

mãe. V. Recurso conhecido em parte e

provido”.(REsp 740.059/RJ, Rel. Ministro ALDIR

PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA,

julgado em 12/06/2007, DJ 06/08/2007, p. 500)

Os Recorrentes, além de perderem injustamente seu filho, o que

por si, causou relevante dor, perdeu também o auxílio econômico a amparar-lhes, sendo

que, mesmo não morando juntos, a ajuda econômica não cessa, havendo inúmeros

relatos de pais e filhos que saem em destino de cidades, estados e países distantes, para

ali, conseguirem recursos para ajudar seus familiares.

A ilustrar o tema, Aguiar Dias explique que:

"Os Danos materiais e morais causados aos parentes

mais próximos não precisam de prova, porque a

presunção é no sentido de que sofrem prejuízos com a

morte do parente. Assim, os filhos em relação aos pais,

o cônjuge em relação ao outro, os pais em relação aos


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filhos. Já os irmãos para reclamar reparação de dano

material, precisam provar o prejuízo econômico. Mas o

ressarcimento do dano moral lhes cabe,

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incontestavelmente" (Da Responsabilidade, vol. 2,

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p.852, n. 250).

Desta forma, requer-se pela reforma da r. sentença de primeiro

grau a fim de que seja concedida pensão mensal aos Recorrentes, na base de 2/3 do

último salário da vítima até o momento em que a mesma viesse completar 25 anos de

idade, reduzido-se tal pensão a 1/3 a partir de tal data, até o momento em que a mesma

viesse completar 65 anos, tudo acrescido de juros e correção monetária contados a partir

da data do fato conforme súmula 54 e 362 do Superior Tribunal de Justiça.

2.2. DA QUANTIFICAÇÃO DO DANO MORAL:

Em que pese o entendimento explanado pelo D. Juízo “a quo”

quando da quantificação do dano moral, entendem os Recorrentes que a quantia

arbitrada tenha ficado aquém da média para casos tão graves como o ocorrido na

presente ação.

Por culpa grave do motorista dos Recorridos, a vítima foi

brutalmente atropelada por uma carreta, deixando seus pais sem a presença do único

filho, invertendo-se a natureza da vida humana onde se tem a expectativa de que, são os

filhos que enterrarão os seus pais.

O filho representa aos pais a continuação da família, seja pelo

aspecto sentimental, seja pelas características biológicas a se perpetuarem no tempo

mediante a mistura de vontades distintas inerentes aos seres humanos, onde cada um
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deixa direta e indiretamente uma marca pessoal, adquirida e transformada, não isolada

apenas no aspecto genético.

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Quando um filho falece, muito mais que tais características

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morrem com ele.

Entende-se que por estes motivos e por tantos outros

inimagináveis, é que se deva a indenização por dano moral, alcançar patamares mais

elevados do que aquele encontrado pelo D. Juízo “a quo”.

Neste sentido, os Recorrentes pedem a permissão para citar os

julgados como referência a quantificação do dano moral em casos semelhantes:

“..., além da dor individual decorrente da perda de um

ente querido, especialmente Alexandre e Leonardo,

reduzidos à condição de órfãos com pouca idade,

privados do amor, da companhia e da orientação segura

da mãe, sofreram ainda o trauma e as dores físicas

decorrentes do acidente, mostrando-se destarte justa a

indenização fixada em 300 (trezentos) salários-mínimos

para cada um deles” grifos nossos (TRIBUNAL DE

JUSTIÇA DO ESTADO DE SAO PAULO - 28a

Câmara - SEÇÃO DE DIREITO PRIVADO -

APELAÇÃO C/ REVISÃO - N° 960548- 0/2 - Comarca

de SAO PAULO - Processo 507445/97 - 39.V.CÍVEL).

Ainda neste sentido:


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“...No que tange à indenização por danos morais, resta

evidente sua configuração. O acidente causou a morte

da filha dos autores, de modo que o abalo por eles

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sofrido é de ser caracterizado in re ipsa. Como afirma

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António Jeová Santos, "os danos morais e

patrimoniais, decorrentes do evento morte,

prescindem da produção de prova quanto ao efetivo

prejuízo causado a parentes" (Dano Moral

Indenizável, 2a Ed., Lejus, pg. 232). Quantificar a dor e

o sofrimento humano não é possível. A indenização, em

qualquer valor, não restabelecerá a situação anterior,

assim como não poderá apagar o intenso sofrimento dos

autores. Deve trazer alguma compensação possível e

razoável. A vítima, como dito, tinha apenas 8 anos de

idade. Não há dúvida de que sua morte causou intenso

sofrimento aos autores. Assim, justifica-se indenização

por danos morais no valor de R$ 300.000,00, que

corresponde a pouco mais de quatrocentos salários

mínimos. Contudo, diante da culpa concorrente, a

reparação deve ser reduzida pela metade. Daí resulta

reparação no valor de R$ 150.000,00, sendo a metade

(R$ 75.000,00) para cada um dos autores...” grifos

nosso.(PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE

JUSTIÇA DE SÃO PAULO - Apelação n° 0113909-

80.2006.8.26.0011, da Comarca de São Paulo - 2 6a

Câmara de Direito Privado – data de julgamento: 18 de

maio de 2011).

Ainda sobre o tema, o E. Superior Tribunal de Justiça, em sede


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de RECURSO ESPECIAL: 2004/0139101-7 - Relator(a): Ministra NANCY

ANDRIGHI (1118) - Órgão Julgador T3 - TERCEIRA TURMA Data do

Julgamento06/04/2006 Data da Publicação/Fonte DJ 02/05/2006 p. 307, assim decidiu:

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“Recurso especial. Ação proposta pela esposa e filhos

de ciclista morto em acidente automobilístico. Pedido de

redução da indenização por dano moral e de sua

desvinculação do valor salário mínimo. Alegação de

decisão ultra petita pelo fato de que o Tribunal a quo

determinou que a pensão devida aos filhos da vítima se

transmitissem à viúva após a maioridade. Pedido de

apreciação do fundamento da culpa concorrente do

ciclista. Pedido de majoração da verba honorária a que

foi condenada a seguradora litisdenunciada. Alegação

de que o Tribunal a quo extrapolou os limites do efeito

devolutivo da apreciação ao majorar os honorários

advocatícios devidos na lide principal. - Não é possível

rever a conclusão do Tribunal a quo que, com base nas

provas dos autos, reputou inexistente culpa concorrente

da vítima no acidente, sob pena de revolvimento de

matéria fática,vedado pela Súmula nº 7/STJ. - É

adequada a indenização por dano

moral decorrente da morte de ciclista

em acidente automobilístico fixada

pelo Tribunal em 150 salários

mínimos para cada uma das vítimas. -


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Não pode ser acolhida a alegação de que o Tribunal

ampliou os limites do pedido ao determinar que a

pensão devida aos filhos menores se revertesse à viúva

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após a maioridade, se a petição inicial é clara ao

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requerer o pagamento integral da pensão, da data do

falecimento da vítima, até o momento em que ela

completaria 65 anos de idade. A determinação da

mudança da titularidade do crédito na maioridade dos

filhos não majora esse pedido. - A denunciação da lide é

uma demanda secundária de natureza condenatória.

Assim, havendo resistência do litisdenunciado, este

deve ser condenado a arcar com o pagamento de

honorários advocatícios segundo o critério do art. 20,

§3º, do CPC. - Reconhecido que o Tribunal a quo

extrapolou o limite do pedido ao fixar a condenação em

honorários advocatícios na lide principal, deve ser

revista a decisão, de modo a adequar o acórdão ao

princípio devolutivo. Recurso especial parcialmente

conhecido e, nessa parte, provido”.

Requer-se respeitosamente pela reforma da R. Sentença de

primeiro grau, no sentido de se majorar a indenização por dano moral aos Recorrentes,

acrescida de juros a partir da data do fato conforme súmula 54 do Superior Tribunal de

Justiça e correção monetária a partir da data do reconhecimento do dever de indenizar

moralmente.

2.3. DOS JUROS E DA CORREÇÃO MONETÁRIA:

Em que pese o entendimento do D. Juízo “a quo” sobre a data

inicial em que os juros sobre o dano moral deva incidir, qual seja – incidência a partir da
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data da citação, os Recorrentes vem respeitosamente requerer que sejam os juros

contados a partir da data do evento danoso, conforme súmula 54 do E. Superior

Tribunal de Justiça.

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Sobre o tema, decidiu este E. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO

ESTADO DE SÃO PAULO - Seção de Direito Privado - 31a Câmara - APELAÇÃO

SEM REVISÃO N° 1172489-0/2 - COMARCA DE SÃO PAULO -13° VARA CÍVEL-

APELANTES/APELADOS: ALVINA PEREIRA DA SILVA ANDRADE;

COMPANHIA PAULISTA DE TRENS METROPOLITANOS -

RESPONSABILIDADE CIVIL:

“Atropelamento por composição ferroviária -

Responsabilidade objetiva reconhecida, decorrente da

doutrina do risco administrativo - Inteligência do art. 37,

§6°, da Constituição Federal - Responsabilidade que não

se limita ao passageiro na medida em que não se

confunde com a decorrente do contrato de transporte -

Hipótese, ademais, em que caracterizada a culpa da

empresa pela falha do dever de vigilância ao acesso da

área em que ocorreu o acidente - Dever de indenizar

reconhecido – Pensão mensal mantida, reconhecida a

hipótese de futura e necessária contribuição do filho

com a manutenção de sua genitora - Dano moral

caracterizado - Verba majorada - Juros de mora

contados a partir do evento, nos termos da Súmula

n° 54 do STJ - Verba honorária mantida – Recurso da

autora parcialmente provido - Recurso da requerida -

improvido.”
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Vejamos adiante o teor da Súmula 54 do E. STJ:

“SÚMULA 54 -

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OS JUROS MORATORIOS FLUEM A PARTIR DO

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EVENTO DANOSO, EM CASO DE ESPONSABILIDADE

EXTRACONTRATUAL.”

Requer-se respeitosamente pela reforma da R. Sentença de

primeiro grau a fim de que seja alterada a data inicial do cômputo dos juros sobre a

indenização por dano moral para a data em que ocorreu o evento danoso.

2.4. DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA:

Com relação aos honorários de sucumbência, entendem os

Recorrentes que seu patrono tenha efetuado eficiente trabalho a dar-lhes boa parte

daquilo que fora injustamente ceifado pelos Recorridos, fazendo jus aos honorários no

seu patamar máximo, tal como determina o Código de Processo Civil vigente. Vejamos:

“Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar

honorários ao advogado do vencedor.

§ 1o São devidos honorários advocatícios na

reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório

ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos

recursos interpostos, cumulativamente.

§ 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez

e o máximo de vinte por cento sobre o valor da

condenação, do proveito econômico obtido ou, não


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sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da

causa, atendidos:

I - o grau de zelo do profissional;

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II - o lugar de prestação do serviço;

III - a natureza e a importância da causa;

IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo

exigido para o seu serviço.

...

§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os

honorários fixados anteriormente levando em

conta o trabalho adicional realizado em grau

recursal, observando, conforme o caso, o disposto

nos §§ 2o a 6o, sendo vedado ao tribunal, no

cômputo geral da fixação de honorários devidos

ao advogado do vencedor, ultrapassar os

respectivos limites estabelecidos nos §§ 2o e 3o

para a fase de conhecimento

§ 12. Os honorários referidos no § 11 são

cumuláveis com multas e outras sanções

processuais, inclusive as previstas no art. 77”.

Desta forma, requer-se respeitosamente pela reforma da R.

Sentença proferida pelo D. Juízo “a quo”, no sentido de se conceder honorários de

sucumbência aos patronos dos Recorrentes.


OAB SP Nº 192.147
MARCELO NUNES DA CRUZ
São Paulo, 25 de Novembro de 2016.
expendidos, conforme a Lei e a Constituição Federal vigentes.
Por todo exposto, requer-se dar provimento ao presente recurso

a fim de que haja reforma total de R Sentença de primeiro grau nos termos acima
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