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GRAMÁTICA DE GREGO KOINÊ

  



modelo mantém das sãs palavras, II Tm 1:13

Este trabalho é mais uma renovação revisada da gramática grega de William Carey Taylor,
escrita na década de quarenta, fruto das pesquisas deste mestre da língua grega do Novo Testamento ainda
sem substituto à altura em nosso país. Esta revisão e renovação consiste numa nova apresentação em
termos de linguagem fazendo uma associação com a forma didática apresentada pelo gramático Antônio
Freire. O texto da gramática de Taylor é de um português antigo e um tanto quanto pendante para a nossa
geração e realmente precisava de uma mudança. É possível que muitos julguem não haver muita
semelhança entre este trabalho com o daquele erudito, mas a verdade é que quase todo ele é filho daquele
trabalho, refletindo o mesmo conteúdo com mudança apenas no modo de se ensinar. Sinto­me devedor de
Taylor e de certo modo indigno de receber méritos, mesmo reconhecendo a profundidade do avanço que
alcançamos, fruto na verdade do trabalho direto de se traduzir o texto sagrado exaustivamente.
Considerando­me um leigo interessado, jamais poderia dizer aqui que este trabalho foi feito por mim, o
que se tem aqui é um manual pessoal da língua grega do Novo Testamento, o método pelo qual eu aprendi
o idioma, fazendo uma rara combinação entre o grego clássico e o koinê. Tendo primeiramente aprendido
a língua grega no seu estilo clássico pela minha querida professora Ana Maria da Universidade Federal do
Ceará, tive uma sorte única que a princípio não percebi a vantagem. Lamentava comigo quando traduzia
as obras clássicas dos antigo gregos, mal sabendo dos benefícios que isto me proporcionaria depois; o
grego do Novo Testamento é muito simples em comparação com os textos clássicos e isto me
proporcionou a chance de traduzir os textos do Novo Testamento grego tendo percepções inimagináveis
para os estudantes que estudam este idioma nos seminários teológicos espalhados por este país, que me
desculpem a grosseria pelo amor da verdade, são terrivelmente medíocres, além de tendenciosos.
Aconselho a todo estudante sério do Novo Testamento grego a se interessar em também
estudar o grego clássico, a pesquisar a mitologia e a cultura Greco­Romana, pois nisto é onde residirá o
segredo de uma verdadeira erudição, e do conhecimento da rica filologia do Novo Testamento, não
dependa apenas de manuais de venda fácil garantindo facilidades na quilo onde haverá muito trabalho.
Outra novidade em relação a outros manuais e gramáticas foi o cuidado de se dar uma melhor
apreciação a língua portuguesa, as várias dicas ao longo do texto, colhidas de gramáticas, apostilas e obras
para o vestibular, fazem uma revisão dos assuntos que muito me deixaram em dificuldades no início e sem
dúvida auxiliarão as estudantes principiantes que ainda não dominam o português, um dos objetivos do
estudo de qualquer idioma é o aprimoramento da própria língua natal, e ciente das dificuldades dos que
possuem boa vontade de aprender o idioma helênico, achei por bem enriquecer o compêndio com estes
esclarecimentos.
Tivemos o cuidado de acoplar o dicionário grego à gramática com a preocupação de facilitar a
memorização das palavras por parte do aluno, a reunião das palavras foram feitas de acordo com as
declinações, também agrupamos todas as palavras iniciadas por preposições e prefixos com o objetivo de
diminuir o número a quantidade de palavras a serem apreendidas.

Luiz Sousa

A DESCOBERTA DO GREGO KOINÊ

Obra do grande erudito alemão Gustav Adolf Deissmann, de Marburgo, que, na Biblioteca da
Universidade de Heidelberg, tomando um volume de papiros não­literários recém­publicado, na época, em

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Berlim, repentinamente descobriu, admirado, a similaridade da linguagem dos papiros com o Novo
Testamento. Continuando seus estudos, chegou à conclusão de que as peculiaridades do grego do Novo
Testamento são devidas à sua relação com o grego coloquial popular, linguagem não­literária do período,
e não devido a influência semíticas ou à chamada “linguagem do Espírito Santo”, argumento usado por
um alemão, afirmando que o Espírito Santo muda a linguagem do homem que recebe a revelação ( B. P.
Bittencout, “O Novo Testamento: metodologia da pesquisa textual”, página 47 ).
Quanto o Koiné não foi desenvolvido houve muitas críticas por parte de alguns eruditos do
início do século XX, que afirmavam o que o grego que se aprendia nos seminários não era o mesmo do
Novo Testamento, mas agora o Koiné está plenamente aceito por todos, sendo indiscutível sua
aceitabilidade como a língua do texto sagrado.

A CONTROVÉRSIA TEXTUAL

Uma das questões mais controversas da teologia é sobre as diferenças textuais entre os
manuscritos do Novo Testamento, há diferenças entre eles, e a grande questão é saber qual dos textos que
se formam são os mais fiéis. Para resumir a questão, pode­se dizer que dois grupos de textos praticamente
estabelecidos, o Receptus, o texto grego primeiramente publicado, que é acusado de ser um texto de
manuscritos de datas posteriores aos séculos VI, e o Westcott e Hort, grupos de textos mais antigos (
século IV ), poderia se pensar que a questão estaria resolvida a favor deste último grupos de manuscritos,
mas alguns cristãos não julgaram correto a euforia dos teólogos que praticamente estavam descartando o
Receptus, argumentando que este foi o texto usado pelos reformadores e que ganhou divulgação desde
então, deste modo não deveria ser descartado e até considerado como o texto sagrado indiscutível por
causa de sua influência; Deus ,segundo eles, aprovou e consagrou o texto por ter permitido ser o texto.
A favor do texto de Westcott e Hort ou Nestle pode­se argumentar que Deus também
preservou esse texto considerado mais antigo e fiel ao original. No início da Igreja não havia a coleção
completa do livros no Novo Testamento a sua disposição e nem por isso podemos dizer que aquela Igreja
histórica era inferior as demais.
Neste trabalho apesar de adotarmos o Westcott e Hort, daremos consideração as diferenças
textuais mostrando sempre palavras de textos variantes.

AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS DA KOINÊ PARA O ÁTICO

Sobre este assunto diz Antônio Freire, S.J. em sua Gramática Grega:

“Todos os livros do Novo Testamento ( Evangelhos, Atos dos Apóstolos, Epístolas, e
Apocalipse ), à exceção do Evangelho de S. Mateus, foram redigidos primeiramente em grego.
O grego bíblico, porém, difere em muitas particularidades do grego clássico.
Com a expansão da civilização helênica pelo mundo oriental, a língua grega difundiu­se tão
universalmente através dos povos conquistados, que veio a chamar­se língua comum ou (
 ).

A era um idioma eclético ( vinda de várias fontes ), proveniente da fusão dos vários
dialetos. Predominava, contudo, o dialeto Ático.
Os livros do Novo Testamento foram escritos não na erudita usada pelos escritores
aticistas, como Plutarco e Luciano, mas na popular, bastante diferente da primeira.
Distingue­se, no uso e seleção das palavras, S. Lucas e S. Paulo. As obras de maior perfeição
estilística são a “Epístola aos Hebreus” e a “Epístola de S. Tiago; as que mais se afastam da pureza de
linguagem são o Evangelho de S. Marcos e as obras de S. João, sobretudo o Apocalipse.

a. É freqüente o emprego do genitivo qualificativo em vez de adjetivo, sobretudo com (
filho ) ou ( criança, filho ).
 ( Lc 18:6 ), O juiz injusto.

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 ( Lc 10:6 ), Filho da paz ( = pacífico ).

 ( Lc 18:6 ), os mundanos.
 ( Jo 12:36 ) Filhos do leito nupcial, isto é, amigos do noivo.

b. Também é freqüente exprimir o predicativo ( do sujeito ou do objeto direto ) pelo acusativo
precedido de Exs.:
 ( II Co 6:18 ). Serei vosso pai
e vós sereis meus filhos.
 ( Mt 21:46 ), Tinham­no como profeta.

c. Encontra­se, por vezes, o positivo em vez do comparativo ou superlativo. Exs.:




 ( Mc 9:45 ), Mais vale entrares coxo na vida ( eterna ), do que seres lançado para a geena com
ambos os pés.

d. Repetição do substantivo para exprimir totalidade ou plenitude. Exs.:
 ( Ap 1:6 ), Pelos séculos dos séculos.


e. um, usado em vez de primeiro, principalmente para indicar o

primeiro dia da semana.
 ( Mt 28:1 ), No primeiro dia da semana.
Obs. Note­se, de passagem, o emprego de em vez de com sentido equivalente ao nosso
artigo indefinido um.
 um escriba.

f. É freqüente, sobretudo em S. Lucas, o emprego de sucedeu ( ), com

indicativo em vez de infinitivo. Ex.:
 ( Lc 1:59 ), E aconteceu que foram circuncidar o
menino.

g. além do sentido de partícula copulativa ( e ), traduz, por vezes, a idéia de ‘retorno’ (
então, em conseqüência ). Ex.:
 ( Mt 27:40 ), Se és Filho de Deus,
desce então da cruz.

h. A conjunção ( no clássico: se ) usa­se, muitas vezes, como interrogativa direta.
 ( Lc 22:49 ), feriremos com a espada? ”

B. P. Bittencourt resume a questão dizendo:
“Talvez o termo que abrange a área mais extensa na Koinê é a ‘simplificação’. Sentenças
simples e curtas ( note o estudante como é rebuscado e relativamente longo o prólogo de Lucas de
tendência clássica ) que suplantavam a complexidade da sintaxe clássica. A glória do Ático era a riqueza
de conexões destinadas expressar as mais delicadas nuanças do pensamento nas relações das cláusulas. O
mercador da praça de Alexandria ou o soldado romano estacionado na Síria não possuíam essa habilidade.
É a diferença entre a especulação de Platão e a linguagem simples de um homem falando de um barco no
mar da Galiléia; e deste, falando do barco e do campo, passa­se a outro que se endereçava ao povo na
praça do mercado das cidades grandes.

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