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Aula 02

Direito Empresarial p/ Polícia Civil-DF (Delegado)


Professor: Gabriel Rabelo

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Direito Empresarial para Delegado - PCDF
Teoria e exercícios comentados
Prof. Gabriel Rabelo – Aula 02

AULA 02: 13 TEORIA GERAL DO DIREITO SOCIETÁRIO. 13.1 CONCEITO DE SOCIEDADE;


PERSONALIZAÇÃO DA SOCIEDADE. 13.2 CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES:
SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS; SOCIEDADES PERSONIFICADAS; SOCIEDADE
SIMPLES; SOCIEDADE EM NOME COLETIVO; SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES;
SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES; SOCIEDADE COOPERADA; SOCIEDADES
COLIGADAS. 13.3 LIQUIDAÇÃO; TRANSFORMAÇÃO; INCORPORAÇÃO; FUSÃO; CISÃO;
SOCIEDADES DEPENDENTES DE AUTORIZAÇÃO. 13.4 SOCIEDADE LIMITADA;
SOCIEDADE ANÔNIMA. 13.5 ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL. 12 ESPÉCIES DE
EMPRESA. 12.1 RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS. 12.2 DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS.
12.3 SÓCIO OCULTO. 12.4 SEGREDO COMERCIAL. 13.7 INSTITUTOS COMPLEMENTARES
DO DIREITO EMPRESARIAL: REGISTRO; NOME; PREPOSTOS; ESCRITURAÇÃO;
PROPRIEDADE INDUSTRIAL.

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................. 2
SOCIEDADES PERSONIFICADAS ....................................................................................................... 2
ASPECTOS COMUNS À SOCIEDADE EM NOME COLETIVO E ÀS SOCIEDADES EM COMANDITA SIMPLES ..... 2
SOCIEDADE EM NOME COLETIVO ..................................................................................................... 3
SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES .............................................................................................. 6
SOCIEDADES COOPERATIVAS .......................................................................................................... 9
SOCIEDADES SIMPLES .................................................................................................................. 12
DAS FORMAS ADOTADAS PELAS SOCIEDADES SIMPLES.................................................................... 13
REGISTRO DAS SOCIEDADES SIMPLES E NOME UTILIZADO .............................................................. 13
O CONTRATO SOCIAL DAS SOCIEDADES SIMPLES ........................................................................... 14
MODIFICAÇÃO DO CONTRATO SOCIAL ............................................................................................ 15
SÓCIOS DA SOCIEDADE SIMPLES .................................................................................................. 15
SÓCIO REMISSO .......................................................................................................................... 16
RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS NAS SOCIEDADES SIMPLES ......................................................... 17
CESSÃO DE QUOTAS NAS SOCIEDADES SIMPLES ............................................................................. 19
DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS NAS SOCIEDADES SIMPLES ................................................................... 19
FILIAIS, SUCURSAIS OU AGÊNCIAS DAS SOCIEDADES SIMPLES ........................................................ 20
ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE SIMPLES ..................................................................................... 20
DELIBERAÇÕES DOS SÓCIOS......................................................................................................... 23
DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE SIMPLES ........................................................................................... 24
SOCIEDADE LIMITADA .................................................................................................................. 25
APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DAS NORMAS DAS SS OU LEI DAS SAS ..................................................... 25
NOME EMPRESARIAL DAS SOCIEDADES LIMITADAS ......................................................................... 26
ASPECTO MAIS COBRADO EM PROVAS ............................................................................................ 26
CAPITAL SOCIAL DA LTDA ............................................................................................................. 27
RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS NAS LTDAS ................................................................................ 28
CESSÃO DE QUOTAS NAS SOCIEDADES LIMITADAS ......................................................................... 29
ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA .................................................................................... 29
CONSELHO FISCAL NAS SOCIEDADES LIMITADAS ............................................................................ 31
DELIBERAÇÕES NAS SOCIEDADES LIMITADAS ................................................................................. 32
EXCLUSÃO EXTRAJUDICIAL DE SÓCIO MINORITÁRIO ....................................................................... 33
SOCIEDADE LIMITADA DE GRANDE PORTE ...................................................................................... 34
QUESTÕES COMENTADAS .............................................................................................................. 35
QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ........................................................................................... 67
GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA .................................................................... 77

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APRESENTAÇÃO

Olá, meus amigos. Como estão?!

É com um imenso prazer que estamos aqui, no Estratégia Concursos, para


ministrar para vocês mais uma aula da disciplina de Direito Empresarial para
o concurso de Delegado, integrante do quadro de pessoal da Polícia Civil do
Distrito Federal.

Hoje, continuaremos a falar sobre os tópicos seguintes:

CRONOGRAMA
Aula 02. 13 Teoria geral do direito societário. 13.1 Conceito de sociedade;
personalização da sociedade. 13.2 Classificação das sociedades: sociedades não
personificadas; sociedades personificadas; sociedade simples; sociedade em
nome coletivo; sociedade em comandita simples; sociedade em comandita por
ações; sociedade cooperada; sociedades coligadas. 13.3 Liquidação;
transformação; incorporação; fusão; cisão; sociedades dependentes de
autorização. 13.4 Sociedade limitada; sociedade anônima. 13.5
Estabelecimento empresarial. 12 Espécies de empresa. 12.1 Responsabilidade
dos sócios. 12.2 Distribuição de lucros. 12.3 Sócio oculto. 12.4 Segredo
comercial. 13.7 Institutos complementares do direito empresarial: registro;
nome; prepostos; escrituração; propriedade industrial.

Meu e-mail, para dúvidas: gabrielrabelo@estrategiaconcursos.com.br.

Tá ok?! É isso! Vamos começar a nossa batalha?!

Forte abraço!

GABRIEL RABELO

SOCIEDADES PERSONIFICADAS

Passaremos a falar agora sobre as sociedades personificadas. Começando pelos


tipos societários mais simples.

ASPECTOS COMUNS À SOCIEDADE EM NOME COLETIVO E ÀS


SOCIEDADES EM COMANDITA SIMPLES

Prezados alunos, antes de iniciarmos os estudos acerca das sociedades ditas


contratuais, existem basicamente quatro tipos societários constituítos por
contrato, a saber: sociedade em comandita simples, sociedade em nome
coletivo, sociedade em conta de participação e sociedade limitada.

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A sociedade em conta de participação já fora vista na aula passada. De igual


sorte, estudaremos as sociedades limitadas adiante.

Concentremo-nos nas sociedades em nome coletivo e nas sociedades em


comandita simples. Há regras gerais extraídas do Código Civil que servem para
subsidiar a existências de ambos os tipos societários. Gravemos:

- São sociedades de pessoas, isto implica dizer que a cessão de cota social
condiciona-se à concordância dos demais sócios.
- O nome empresarial deve ser formado por firma social, em que somente
poderá transparecer nome dos sócios com responsabilidade ilimitada. Se
determinado sócio possui responsabilidade limitada (no caso da sociedade em
comandita simples), e oferece o nome à composição da firma, passará a
responder ilimitadamente pelas obrigações sociais.
- Somente sócios com responsabilidade ilimitada poderão administrar a
sociedade, inexistindo a possibilidade de uma pessoa jurídica ser sócia de
sociedade em nome coletivo ou sócia comanditada em sociedade.

Anote-se que ambos os tipos societários se encontram em desuso na economia


brasileira.

SOCIEDADE EM NOME COLETIVO

Como de praxe, passemos às disposições do Código Civil sobre a sociedade em


nome coletivo...

CAPÍTULO II - DA SOCIEDADE EM NOME COLETIVO

Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em


nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente,
pelas obrigações sociais.

Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os


sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si
a responsabilidade de cada um.

Art. 1.040. A sociedade em nome coletivo se rege pelas normas deste Capítulo
e, no que seja omisso, pelas do Capítulo antecedente.

Art. 1.041. O contrato deve mencionar, além das indicações referidas no art.
997, a firma social.

Art. 1.042. A administração da sociedade compete exclusivamente a sócios,


sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os
necessários poderes.

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Art. 1.043. O credor particular de sócio não pode, antes de dissolver-se a


sociedade, pretender a liquidação da quota do devedor.

Parágrafo único. Poderá fazê-lo quando:

I - a sociedade houver sido prorrogada tacitamente;


II - tendo ocorrido prorrogação contratual, for acolhida judicialmente oposição
do credor, levantada no prazo de noventa dias, contado da publicação do ato
dilatório.

Art. 1.044. A sociedade se dissolve de pleno direito por qualquer das causas
enumeradas no art. 1.033 e, se empresária, também pela declaração da
falência.

A principal característica da sociedade em nome coletivo é a responsabilidade


ilimitada dos sócios que a compõem. Explique-se melhor este ponto.

Primeiro, a responsabilidade sobre os sócios recai, obviamente, somente depois


de esgotados os meios de cobrança do capital social, isto é, do patrimônio
social.

Segundo, o contrato social pode (segundo o artigo 1.039, parágrafo único)


limitar a responsabilidade de cada um. Essa limitação, contudo, só será válida
para a relação entre os sócios.

Os sócios continuarão a responder ilimitadamente perante terceiros, sendo que


a limitação da responsabilidade será apurada em eventual ação de regresso.

Essa é a inteligência do artigo 1.039 do Código Civil, que passamos:

Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome
coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas
obrigações sociais.

Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os


sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si
a responsabilidade de cada um.

Vamos exemplificar.

A, B e C são sócios de determinada sociedade em nome coletivo, cujo capital


social monta a R$ 100.000,00. Suponha que os sócios tenham firmado contrato
que estabeleça a responsabilidade da seguinte forma: 50% para A, 30% para B
e 20% para C. O credor Y tem um montante de R$ 200.000,00 de crédito
vencido. Ingressou então em juízo para proceder à cobrança.

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Esgotado o patrimônio da sociedade, os R$ 100.000,00, teremos um saldo a


pagar a Y no valor de R$ 100.000,00 ainda. Poderá ele proceder à cobrança de
todo o valor do sócio A, por exemplo. A limitação de responsabilidade tem
efeitos interna corporis. Todavia, como A responde tão-somente pela fração de
50% dos prejuízos, poderá reaver o restante em ação de regresso contra B e C.
É só isso!

Outro aspecto importante das sociedades em nome coletivo, previsto no caput


do artigo 1.039 é que somente pessoas físicas podem integrar o seu quadro
societário! Grave-se:

Sócios da SNC  Somente pessoas físicas!

Vejamos uma questão sobre o assunto:

(Cespe/Juiz Substituto/TJ-SE/2008) As atuais sociedades em nome coletivo,


cuja origem remonta à Idade Média, podem ser constituídas por pessoas físicas
ou jurídicas, respondendo todos os sócios solidariamente pelas obrigações
sociais.

A sociedade em nome coletivo realmente provém da Idade Média. Sua origem


se deu no meio familiar daquela época em que as pessoas se associavam para o
exercício de suas atividades e o patrimônio da sociedade se confundia com dos
membros da família. Todos respondiam pelas dívidas da sociedade.

A segunda asserção na questão se encontra incorreta, posto que a sociedade


em nome coletivo só pode ser constituída por pessoas físicas.

Chovem questões sobre este assunto. Vejamos mais uma, para fechar (item
correto): (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2008) Nas sociedades em nome coletivo, os
sócios somente podem ser pessoas naturais, com responsabilidade solidária e
ilimitada pelas obrigações sociais.

A sociedade em nome coletivo é uma sociedade de pessoas, que depende do


consentimento dos outros sócios para que estranhos entrem no quadro social.
Esquematizemos o seguinte:

ESQUEMA PARA A PROVA

Sociedades em nome coletivo e sociedades em comandita simples 


Sociedades de pessoas.
Sociedade limitada  Pode ser sociedade de pessoa ou de capital.
Sociedade anônima e em comandita por ações  Sempre sociedades de
capital.

Aplicam-se às SNC as normas das sociedades simples, subsidiariamente.

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Outro aspecto deveras importante é que a Lei de Falência (Lei 11.101/05) diz
que:

Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios


ilimitadamente responsáveis também acarreta a falência destes, que
ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação à sociedade
falida e, por isso, deverão ser citados para apresentar contestação, se assim o
desejarem.

Com efeito, se uma sociedade em nome coletivo vir a falir, todos os seus sócios
também incorrem na mesma conduta, juntos.

Se a sociedade for de responsabilidade limitada, por seu turno, não haverá, em


regra, conseqüências para a sociedade, em vista da autonomia que possui a
pessoa jurídica (o já propalado princípio contábil da entidade, pelo qual a
sociedade é diferente da pessoa dos sócios).

O nome empresarial da sociedade em nome coletivo deverá ser a firma social,


contendo o nome de ao menos um dos sócios, seguido da expressão “&
Companhia” ao final.

Em casos omissos serão aplicadas as disposições do Código Civil existentes para


as sociedades simples.

SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES

Falemos agora sobre a sociedade em comandita simples.

CAPÍTULO III - DA SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES

Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas


categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e
ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados
somente pelo valor de sua quota.

Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados e os


comanditários.

Art. 1.046. Aplicam-se à sociedade em comandita simples as normas da


sociedade em nome coletivo, no que forem compatíveis com as deste Capítulo.
Parágrafo único. Aos comanditados cabem os mesmos direitos e obrigações dos
sócios da sociedade em nome coletivo.

Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da


sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar
qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar
sujeito às responsabilidades de sócio comanditado.

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Parágrafo único. Pode o comanditário ser constituído procurador da sociedade,


para negócio determinado e com poderes especiais.

Art. 1.048. Somente após averbada a modificação do contrato, produz efeito,


quanto a terceiros, a diminuição da quota do comanditário, em conseqüência de
ter sido reduzido o capital social, sempre sem prejuízo dos credores
preexistentes.

Art. 1.049. O sócio comanditário não é obrigado à reposição de lucros recebidos


de boa-fé e de acordo com o balanço.

Parágrafo único. Diminuído o capital social por perdas supervenientes, não pode
o comanditário receber quaisquer lucros, antes de reintegrado aquele.

Art. 1.050. No caso de morte de sócio comanditário, a sociedade, salvo


disposição do contrato, continuará com os seus sucessores, que designarão
quem os represente.

Art. 1.051. Dissolve-se de pleno direito a sociedade:


I - por qualquer das causas previstas no art. 1.044;
II - quando por mais de cento e oitenta dias perdurar a falta de uma das
categorias de sócio.

Parágrafo único. Na falta de sócio comanditado, os comanditários nomearão


administrador provisório para praticar, durante o período referido no inciso II e
sem assumir a condição de sócio, os atos de administração.

Na sociedade em comandita simples temos duas qualidades de sócios:

1) Os sócios comanditários têm responsabilidade limitada em relação às


obrigações contraídas pela sociedade empresária, respondendo apenas pela
integralização das cotas subscritas. Contribuem apenas com o capital subscrito,
não contribuindo de nenhuma outra forma para o funcionamento da
empresa, ficando alheios, inclusive, da administração da mesma.
Podem, todavia, exercer as atribuições de fiscalização.

Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da


sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar
qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar
sujeito às responsabilidades de sócio comanditado.

2) Os sócios comanditados contribuem com capital e trabalho, além de


serem responsáveis pela administração da empresa. Sua
responsabilidade perante terceiros é ilimitada, devendo saldar as obrigações
contraídas pela sociedade.

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Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas


categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e
ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados
somente pelo valor de sua quota.

Os sócios comanditados devem ser obrigatoriamente pessoas físicas.

Sócios Comanditados  Somente pessoas físicas (Responsabilidade ilimitada).


Sócios Comanditários  Pessoas físicas ou jurídicas (Responsabilidade
limitada).

Importante! A firma ou razão social da sociedade somente pode conter nomes


de sócios comanditados, sendo que a presença do nome de sócio comanditário
faz presumi-lo comanditado, passando a responder de forma ilimitada. É essa a
conclusão à luz do art. 1.157 do CC:

Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada


operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar,
bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia"
ou sua abreviatura.

O Código atribui aos comanditados as mesmas características concernentes aos


sócios da sociedade em nome coletivo (CC, art. 1.046, parágrafo único).

Esse assunto já foi abordado pela FCC, como se segue (item incorreto):

(FCC/Procurador Municipal de Manaus/2006) Com relação à sociedade em


comandita simples, de acordo com o Código Civil, é correto afirmar que aos
comanditários cabem os mesmos direitos e obrigações dos sócios da sociedade
em nome coletivo.

Como a função precípua do comanditário é contribuir para a formação do capital


social, sua prestação pode se dar em dinheiro ou em bens, mas não em
serviços.

O comanditário não pode praticar atos de gestão da sociedade, apenas de


fiscalização. Essa regra, todavia, não é absoluta. O parágrafo único do artigo
1.047 permite que o comanditário seja constituído procurador da sociedade,
para negócio determinado e com poderes especiais.

Agora, imaginemos um exemplo prático. Determinada sociedade em comandita


simples é constituída pelos sócios A, B, C e D, em que A e B são comanditados
(responsabilidade ilimitada) e C e D são comanditários (responsabilidade
limitada).

Suponha-se que A vem a falecer. O que acontecerá com a sociedade?

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Por aplicação subsidiária, entende-se que, em falecendo sócio comanditado (no


caso A):

Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo:

I - se o contrato dispuser diferentemente;

Portanto, morrendo A haverá dissolução parcial da sociedade.

Agora, imagine-se que haja a morte de D, sócio comanditário. Haverá de igual


sorte dissolução societária? A resposta é não! Conforme a inteligência do Código
Civil:

Art. 1.050. No caso de morte de sócio comanditário, a sociedade, salvo


disposição do contrato, continuará com os seus sucessores, que designarão
quem os represente.

O nome empresarial deve ser a firma social, acrescendo-se a expressão “&


Companhia”, fazendo-se, ainda, referência ao tipo societário “comandita
simples”.

Em casos omissos serão aplicadas às sociedades em comandita simples as


regras das sociedades em nome coletivo.

Anote-se, assim, que a sociedade em comandita simples é contratual, de


pessoas e de regime misto de responsabilidade.

SOCIEDADES COOPERATIVAS

Passemos agora a falar sobre as sociedades cooperativas. As cooperativas têm


seu regramento básico na Lei 5.764/71. Esta lei define a política nacional do
cooperativismo, instituindo o regime jurídico das cooperativas.

Os artigos 1.093 a 1.096 do Código Civil trazem lições supletivas para as


cooperativas.

O primeiro aspecto a se anotar para as cooperativas é que a Constituição


Federal assegurou o direito ao cooperativismo ao estatuir que sua criação
independe de autorização estatal, bem como vedou que o Estado interferisse
em seu funcionamento.

Art. 5º, XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas


independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;

Ressalte-se também que a sociedade cooperativa será sempre considerada


sociedade simples, independentemente de seu objeto.

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Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade


que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a
registro (art. 967); e, simples, as demais.

Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se


empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.

A cooperativa é, grosso modo, a reunião de pessoas físicas ou jurídicas,


exercentes do mesmo tipo de atividade econômica. Tal união permite a
otimização de custos e negociações de forma a permitir melhores resultados
para seus membros. Muitas vezes os atos cooperativos são beneficiados
também por legislações tributárias.

Um aspecto interessante e digno de nota é que as cooperativas não


possuem finalidades lucrativas. O que os cooperados pretendem é obter
lucro com as suas atividades próprias, pessoais, e não com as atividades da
cooperativa.

Os principais pontos que podem ser cobrados sobre as cooperativas em


concursos é o fato de serem sociedades simples, de pessoas, não sujeitas ao
processo falimentar previsto na Lei 11.101/2005.

Podem elas adotar qualquer objeto, seja serviço, operações com mercadorias
ou outras atividades. O seu nome deve conter o termo cooperativa, não
podendo utilizar a palavra “banco” em seu nome. São exemplos claros de
cooperativas as agrícolas, as de seguros e as de abastecimento.

O Código Civil também trata do assunto em seus artigos 1.093 a 1.096. No


caso de omissão da legislação do Código Civil, bem como da Lei 5.764/71,
aplicam-se os dispositivos do Código Civil previstos para as sociedades simples.

Decorem os artigos abaixo, principalmente o artigo 1.094:

CÓDIGO CIVIL

CAPÍTULO VII - DA SOCIEDADE COOPERATIVA

Art. 1.093. A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no presente


Capítulo, ressalvada a legislação especial.

Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa:

I - variabilidade, ou dispensa do capital social;


II - concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a
administração da sociedade, sem limitação de número máximo;

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III - limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio
poderá tomar;
IV - intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade,
ainda que por herança;
V - quorum, para a assembléia geral funcionar e deliberar, fundado no número
de sócios presentes à reunião, e não no capital social representado;
VI - direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não capital a
sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação;
VII - distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações
efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao capital
realizado;
VIII - indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de
dissolução da sociedade.

Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser


limitada ou ilimitada.

§ 1o É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde


somente pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações
sociais, guardada a proporção de sua participação nas mesmas operações.

§ 2o É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde


solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais.

Art. 1.096. No que a lei for omissa, aplicam-se as disposições referentes à


sociedade simples, resguardadas as características estabelecidas no art. 1.094.

O primeiro aspecto digno de nota é que elas independem de capital social para
funcionarem, posto que ele é dispensado ou variável (CC, art. 1.094, I). Se
existir capital social, não há necessidade de alteração no estatuto social para
que se proceda ao seu aumento ou diminuição.

Com efeito, uma vez que o capital social é dispensado, podemos dizer que os
sócios podem perfeitamente contribuir tão-somente com prestação de serviços.

Outra regra importante é a insculpida no inciso IV, do artigo 1.094, que prega a
intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade,
ainda que por herança. Tal asserção faz com as cooperativas sejam
classificadas como sociedades de pessoas.

Outros aspectos importantes que podem ser cobrados em concursos:

- Administração da sociedade em número mínimo de sócios, quais sejam, três


membros na diretoria e três membros e três suplentes no conselho fiscal.
- Número ilimitado de associados, a não ser que não haja capacidade técnica de
se prestar serviços a todos.

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- O voto é singular, independentemente do número de votos que o cooperado


possua.

Vejam que a FCC abordou este tema do seguinte modo:

(OAB ES/2005/FCC) Na sociedade cooperativa cada sócio tem direito a um só


voto nas deliberações, tendo ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o
valor de sua participação.

- A distribuição dos resultados é proporcional às operações feitas pelo


associado, salvo deliberação em sentido contrário da assembleia geral.

Cumpre, por fim, salientar, que, nas cooperativas a responsabilidade dos sócios
pode ser limitada ou ilimitada.

A FCC já andou abordando este aspecto do seguinte modo (item incorreto):

(DPE SP/2006/FCC) De acordo com o Código Civil, na sociedade cooperativa a


responsabilidade dos sócios é sempre limitada.

Importante: embora as sociedades cooperativas sejam sociedades simples, a


inscrição deve-se realizar na Junta Comercial do local da sede, por conta do que
dispõe o artigo 18 da Lei 5.764/71.

SOCIEDADES SIMPLES

Pois bem, já vimos os primeiros tipos societários existentes no direito


societário, como as sociedades em comum, em conta de participação,
sociedades em comandita simples, sociedades em nome coletivo e sociedades
cooperativas.

Passaremos agora a outro tipo deveras importante, a saber, as sociedades


simples.

Já dissemos aqui também que as sociedades simples são basicamente


aquelas que não exploram o seu objeto social nos termos do artigo 966
do Código Civil. Exemplificamos, com o artigo 966 parágrafo único do Código
Civil, que fala sobre as sociedades formadas por profissionais intelectuais, de
natureza científica, literária ou artística. Por exemplo, uma sociedade de
médicos, arquitetos, dentistas, artistas. A condição, contudo, é que o exercício
da profissão não configure elemento de empresa.

Vimos também que outro exemplo clássico de sociedade simples é a sociedade


cooperativa, independentemente do objeto exercido (CC, art. 982, parágrafo
único).

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Além destas, não podemos nos olvidar da sociedade de advogados e da


sociedade rural, desde que opte por registro no Cartório de Pessoas Jurídicas.

DAS FORMAS ADOTADAS PELAS SOCIEDADES SIMPLES

A sociedade simples pode ser organizada segundo as regras que lhe são
próprias, estatuídas nos artigos 997 a 1.038 do Código Civil.

Caso não queira, poderá também se registrar como sociedade limitada,


sociedade em nome coletivo e sociedade em comandita simples.

GRAVE-SE! Sociedades simples podem adotar as regras que lhes são


próprias no código civil ou constituir na forma de sociedade limitada,
em nome coletivo ou em comandita simples.

É o que propõe o artigo 983 do Código Civil:

Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos


regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se
de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se
às normas que lhe são próprias.

Portanto, uma sociedade simples poderá ser:

- sociedade simples pura.


- sociedade simples constituída sob a forma de sociedade limitada.
- sociedade simples constituída sob a forma de sociedade em nome coletivo.
- sociedade simples constituída sob a forma de sociedade em comandita
simples.

Se uma questão de prova perguntar o se as sociedades simples podem adotar


qualquer tipo societário específico das sociedades empresárias, responda com
um sonoro não. E por quê? Pois as sociedades simples não podem se revestir
sob a forma de sociedades por ações. As sociedades por ações, lembrem-se,
são sempre sociedades empresárias (CC, art. 982, parágrafo único).

Este item foi indagado no concurso para Auditor do TCM RJ, realizado em 2008,
pela FGV, com a seguinte assertiva (item incorreto):

(FGV/Auditor/TCM-RJ/2008) As sociedades simples podem adotar qualquer


tipo societário específico das sociedades empresárias.

Estudaremos aqui, basicamente, as sociedades simples em sua forma pura. O


tema se encontra haurido nos artigos 997 a 1.038 do Código Civil.

REGISTRO DAS SOCIEDADES SIMPLES E NOME UTILIZADO

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As sociedades simples devem ser registradas no Registro Civil de Pessoas


Jurídicas do local da sede, como se depreende do já visto artigo 1.150 do
Código Civil:

Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro


Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade
simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às
normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos
tipos de sociedade empresária.

A espécie de nome empresarial utilizado é a denominação – não se baseando


em nome civil, mas, sim, em nome fantasia – acrescida da expressão S/S ou
a razão social, baseando-se, neste caso, no nome dos sócios.

Veja, portanto, que conforme o entendimento do artigo 1.150 do Código Civil,


se a sociedade simples resolve adotar um tipo societário como a sociedade
limitada, em nome coletivo ou em comandita simples, continuará promovendo
sua constituição no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Entrementes, o cartório
deverá adotar as regras estabelecidas para o registro destas sociedades.

O CONTRATO SOCIAL DAS SOCIEDADES SIMPLES

As sociedades simples possuem natureza contratual. Esse contrato social deve


ser escrito, e pode ser particular ou público.

Uma vez assinado a sociedade deverá requerer a inscrição do contrato social no


Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede, em um prazo de 30
dias (CC, art. 998). O contrato deve estar autenticado e, havendo procurador,
deverá constar também a procuração (CC, art. 998, parágrafo 1º).

Algumas cláusulas são essenciais que constem do contrato social. Essas


cláusulas estão elencadas no artigo 997 do Código Civil, que transcrevemos:

Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou


público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:

I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se


pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios,
se jurídicas;
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender
qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em
serviços;
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus
poderes e atribuições;

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VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;


VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações
sociais.

Estudemos algumas dessas características amiúde.

MODIFICAÇÃO DO CONTRATO SOCIAL

O contrato social, obviamente, pode ser alterado pelos sócios. Essa


modificação, contudo, tem um quórum mínimo para que seja realizada. Senão
vejamos.

Art. 999. As modificações do contrato social, que tenham por objeto matéria
indicada no art. 997, dependem do consentimento de todos os sócios; as
demais podem ser decididas por maioria absoluta de votos, se o contrato não
determinar a necessidade de deliberação unânime.

Parágrafo único. Qualquer modificação do contrato social será averbada,


cumprindo-se as formalidades previstas no artigo antecedente.

Portanto, se as modificações do contrato se referirem às matérias do artigo


997, devem ter o consentimento de todos os sócios. Ao revés, se não versarem,
devem ter o consentimento da maioria absoluta dos votos.

Frise-se que este quórum é expresso em termos de capital social, e não em


número de sócios.

As alterações porventura realizadas no contrato social deverão ser averbadas


no Registro Civil de Pessoas Jurídicas.

SÓCIOS DA SOCIEDADE SIMPLES

Observando-se o artigo 997, inciso I, percebe-se de plano que os sócios de uma


sociedade simples poderão ser pessoas físicas ou pessoas jurídicas.

Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato (...) que mencionará:

I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se


pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios,
se jurídicas;

Esses sócios passam a integrar a sociedade mediante a contribuição de capital


social. Segundo o inciso III do artigo 997, o contrato deverá mencionar o

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capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender


qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária. Assim, quaisquer
espécies de bens que sejam suscetíveis de avaliação pecuniária podem integrar
a sociedade.

O contrato social deve mencionar o que cada sócio vai entregar para a
sociedade e como vai fazê-lo (CC, art. 997, IV). O código permite que nas
sociedades simples os sócios integralizem sua parte até mesmo com
prestação de serviços (CC, art. 997, V), regra diametralmente oposta àquela
vigente para as sociedades limitadas.

A ESAF argüiu este assunto no concurso para Auditor Fiscal do Trabalho, em


2006, com a seguinte redação (item correto):

(ESAF/AFT/2006) A sociedade simples, regida pelas disposições do art. 997 e


seguintes do Código Civil - Lei n. 10.406/02 - caracteriza-se por permitir
combinar sócios que contribuem serviços com os que aportam capitais.

IMPORTANTÍSSIMO!!!!

Sociedades simples  Pode ter sócio com prestação de serviço.


Sociedade limitada  Não pode ter sócio que contribua tão-somente
com prestação de serviços.

As obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato, se este não


fixar outra data, e terminam quando, liquidada a sociedade, se extinguirem as
responsabilidades sociais (CC, art. 1.001).

Como dito, a integralização do capital social pode ser feita através de dinheiro,
créditos, bens ou serviços. Se feita em bens o sócio responderá pela evicção,
indenização e custas judiciais que dela decorram. Evicção é o desapossamento
do bem por causa jurídica. Se o bem for reivindicado por terceiro,
posteriormente à integralização, por direito anterior a ela (integralização) este
responderá pelos danos sofridos pela sociedade (CC, artigo 1.005).

Assim, se transfiro à sociedade um carro que é pleiteado em uma ação judicial


e, posteriormente à integralização, este veículo deva ser retirado da sociedade,
pois a decisão foi desfavorável, responderei pelo valor do automóvel.

O sócio, cuja contribuição consista em serviços, não pode, salvo convenção em


contrário, empregar-se em atividade estranha à sociedade, sob pena de ser
privado de seus lucros e dela excluído (CC, art. 1.006).

SÓCIO REMISSO

O sócio remisso é que aquele que, após firmar o compromisso de integralizar


fração do capital social, não o fez, ficando então em débito com a sociedade.

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Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às


contribuições estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo,
nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante
esta pelo dano emergente da mora.

Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir,
à indenização, a exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante
já realizado, aplicando-se, em ambos os casos, o disposto no § 1o do art.
1.031.

Antes de qualquer sanção, é necessário que se faça prévia comunicação


(prazo de 30 dias para adimplir a obrigação, a partir da notificação), como se
extrai do artigo 1.004, par. único, do CC.

Findo o prazo sem adimplemento pode a pessoa jurídica:

1) requerer indenização pelos danos emergentes de mora;


2) reduzir a quota ao montante já integralizado;
3) tomar para si, ou transferir a terceiros a quota não integralizada, excluindo o
sócio remisso, devolvendo eventual contribuição já efetuada, descontado o que
se deve à sociedade.

Fica assim:

RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS NAS SOCIEDADES SIMPLES

Imaginemos o seguinte exemplo, extraído do concurso para Juiz do TRT/RO, de


2005, FCC. Em uma sociedade simples formada por três sócios que subscrevem
cotas iguais de R$ 1.000,00 (mil reais), e que, não possuindo mais patrimônio
próprio, assume uma dívida de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), o patrimônio
pessoal de cada um dos sócios responde em caráter subsidiário pela dívida da

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sociedade, observada a proporcionalidade de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para


cada um, salvo cláusula de responsabilidade solidária.

A responsabilidade dos sócios nas sociedades simples está tratada em diversos


artigos do Código Civil. Senão vejamos.

Segundo o artigo 997,

Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou


público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:

VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações


sociais.

E mais...

Art. 1.023. Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os


sócios pelo saldo, na proporção em que participem das perdas sociais, salvo
cláusula de responsabilidade solidária.

Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por
dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais.

Portanto, interpretando harmonicamente os dispositivos, teremos a seguinte


situação:

1) Os bens da sociedade são suficientes para pagamento das dívidas? Sim? Ok!
Tudo resolvido (CC, art. 1.024).
2) Acabaram os bens da sociedade e ainda perduram dívidas. O que fazer?
Aplica-se o artigo 1.023. Como cada sócio subscreveu uma cota de R$
1.000,00, assim, todos participam de forma igual das perdas e ganhos sociais.
Assim, a dívida de R$ 30.000,00 deverá ser dividida entre os três, constituindo-
se três frações no valor de R$ 10.000,00.
3) Se houvesse cláusula de responsabilidade solidária, a dívida poderia ser
cobrada de qualquer um deles, ao qual caberia a restituição do valor pago em
excesso a sua proporção do capital social, em ação de regresso.
4) Se houvesse cláusula que previsse que os sócios não responderiam
subsidiariamente, a responsabilidade estaria limitada ao montante do capital
social.

Repito. A responsabilidade dos sócios na sociedade simples pode ser limitada ou


ilimitada. Explique-se. Quando da contratação de uma sociedade simples, os
sócios possuem a faculdade de escolher se assumirão, ou não, responsabilidade
subsidiária pelas dívidas contraídas em nome da sociedade.

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Não assumindo, podemos dizer que estabelecida está a responsabilidade


limitada. Contudo, sendo silente o contrato social, os sócios de uma sociedade
simples responderão subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações contraídas.

Por fim, o Conselho de Justiça Federal aprovou enunciado recentemente


estabelecendo que:

10. Nas sociedades simples, os sócios podem limitar suas responsabilidades


entre si, à proporção da participação no capital social, ressalvadas as
disposições específicas.

CESSÃO DE QUOTAS NAS SOCIEDADES SIMPLES

Nas sociedades simples é possível a cessão das quotas sociais, desde que haja
concordância dos demais sócios e que seja averbado o respectivo registro.

Assim, para que um sócio de uma sociedade simples ceda sua parte do capital
social a outro sócio precisará da anuência dos demais, além do registro no
Cartório de Pessoas Jurídicas. Isso por que as sociedades simples têm
natureza de sociedades de pessoas.

Essa assertiva já foi cobrada no concurso para Juiz Substituto do TJ MT 2008,


com a seguinte redação (item correto): As sociedades simples têm natureza de
sociedades de pessoas.

Ademais, responderá por dois anos, frente à sociedade e terceiros, pelas


obrigações que tinha à época como sócio.

Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente


modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não
terá eficácia quanto a estes e à sociedade.

Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato,


responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e
terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio.

Depende de anuência
dos demais sócios e de
Cessão de capital
de uma sociedade Cedente responde com
cessionário pelo prazo

DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS NAS SOCIEDADES SIMPLES

Segundo o Código Civil:

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Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou


público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:

VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;

Portanto, pela inteligência do artigo supra, vejam que cabe ao contrato social
estipular a participação de cada um dos sócios nos lucros e nas perdas,
a forma como se dará.

Contudo, segundo o mesmo codex, se não houver estipulação no contrato


social, aplicar-se-á o seguinte:

Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das
perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja contribuição
consiste em serviços, somente participa dos lucros na proporção da média do
valor das quotas.

Ressalte-se, ainda, que, embora a distribuição de lucros se dê da forma como


estipular o contrato social, nenhum dos sócios poderá ser excluído da sua
distribuição.

Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de


participar dos lucros e das perdas.

Anote-se, por último, que a distribuição de lucros ilícitos ou fictícios acarreta


responsabilidade solidária dos administradores que a realizarem e dos sócios
que os receberem, conhecendo ou devendo conhecer-lhes a ilegitimidade (CC,
art. 1.009).

FILIAIS, SUCURSAIS OU AGÊNCIAS DAS SOCIEDADES SIMPLES

É plenamente possível que as sociedades simples instituam sucursais, filiais ou


agências.

A sociedade simples que instituir sucursal, filial ou agência na circunscrição de


outro Registro Civil das Pessoas Jurídicas, neste deverá também inscrevê-la,
com a prova da inscrição originária (CC, art. 1.000).

Em qualquer caso, a constituição da sucursal, filial ou agência deverá ser


averbada no Registro Civil da respectiva sede (CC, art. 1.000, parágrafo único).

ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE SIMPLES

A administração das sociedades simples está prevista nos artigos 1.010 a 1.021
do Código Civil. Um belo conceito para o assunto foi explorado na prova para
Fiscal de Rendas do Estado do RJ, em 2008, (item correto): São os

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administradores da sociedade que, no dia-a-dia, expõem sua vontade,


por terem poderes gerenciais.

Segundo o nosso já propalado artigo 997:

Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou


público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:

VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus


poderes e atribuições;

O primeiro aspecto que merece destaque é o fato de a sociedade simples não


poder ser administrada por pessoa jurídica, já que o inciso 997 faz expressa
referência às pessoas naturais.

Antes de iniciarmos o estudo da administração das SS, faz-se necessário dizer


uma decorrência lógica trazida pelo Código Civil aos administradores, que diz:

Art. 1.011. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas


funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma
empregar na administração de seus próprios negócios.

Em tempo, não confudamos os administradores de uma sociedade simples com


o seu quadro societário.

Os administradores podem ser apenas pessoas físicas. Contudo o quadro


societário pode ser composto por pessoas físicas e jurídicas. Vejam essa
questão cobrada no concurso para OAB/MG, em 2005:

(OAB/MG/2005) As sociedades simples são um tipo de sociedade personificada,


uma vez que seus sócios são necessariamente pessoas físicas.

Ora, o item se encontra errado.

De acordo com o Código Civil:

Art. 1.011. § 1o Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas
por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o
acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou
suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema
financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as
relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os
efeitos da condenação.

Ainda, os administradores de uma sociedade simples podem ou não ser


sócios. GRAVEM! Os administradores de uma sociedade simples podem ou não
ser sócios.

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Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir
sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de
votos, contados segundo o valor das quotas de cada um.

Ou seja, para a tomada de decisões leva-se em conta a maioria do capital social


e não da quantidade de sócios.

Nem todos os sócios de uma sociedade simples são considerados


administradores. A estes (sócios não-administradores) fica afastado, em regra,
o poder decisório. Por isso, o contrato social deve mencionar os sócios (pessoas
naturais) a quem incumbirá o exercício da administração (CC, art. 997, VI).
Contudo, a administração da sociedade, nada dispondo o contrato social,
compete separadamente a cada um dos sócios (CC, art. 1.013).

Continuemos a falar sobre os administradores.

Art. 1.002. O sócio não pode ser substituído no exercício das suas funções, sem
o consentimento dos demais sócios, expresso em modificação do contrato
social.

Conjuguemos esse dispositivo com o art. 1.019, cujo teor é o que se segue:

Art. 1.019. São irrevogáveis os poderes do sócio investido na administração por


cláusula expressa do contrato social, salvo justa causa, reconhecida
judicialmente, a pedido de qualquer dos sócios.

Concluímos que para retirar administrador sócio investido na administração dos


exercícios de suas funções seria necessária a aprovação dos demais, fato que
só seria possível se o próprio sócio administrador votasse a favor de sua
destituição. Veja, contudo, que o próprio artigo 1.019 prevê a possibilidade de
retirada por justa causa.

Ao revés, se os poderes de administração forem conferidos a sócio por ato


separado, ou a qualquer um que não seja sócio, ainda que no próprio contrato
social, eles serão revogáveis a qualquer tempo. Essa revogação é feita por
maioria absoluta.

Art. 1.019, parágrafo único. São revogáveis, a qualquer tempo, os poderes


conferidos a sócio por ato separado, ou a quem não seja sócio.

Como visto, o administrador pode ser nomeado por ato separado.

Art. 1.012. O administrador, nomeado por instrumento em separado, deve


averbá-lo à margem da inscrição da sociedade, e, pelos atos que praticar, antes
de requerer a averbação, responde pessoal e solidariamente com a sociedade.

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Ainda,

Art. 1.014. Nos atos de competência conjunta de vários administradores, torna-


se necessário o concurso de todos, salvo nos casos urgentes, em que a omissão
ou retardo das providências possa ocasionar dano irreparável ou grave.

Assim, se determinada providência tiver de ser inadiavelmente tomada na


ausência de um sócio para que não haja prejuízos irreparáveis a sociedade,
poderão os outros sócios fazê-lo.

Sendo o contrato social silente, os administradores podem praticar todos os


atos pertinentes à gestão da sociedade, salvo a venda ou a oneração de
imóveis, haja vista que dependem da decisão da maioria dos sócios, exceto,
neste caso, se a operação com imóveis constituir o próprio objeto da sociedade
(art. 1.015).

Pois bem, se os administradores agirem com excesso de poderes, a sociedade


pode opor esse argumento a terceiros que a acionem para se ressarcirem de
eventuais danos, de modo a se eximir de indenizar os prejudicados. Haverá,
assim, responsabilidade pessoal do administrador.

Todavia, para que essa teoria ultra vires ocorra, a sociedade deve provar a
ocorrência de pelo menos uma das seguintes hipóteses, previstas no artigo
1.015, par. único do CC:

- Que a limitação de poderes do administrador estava inscrita ou averbada no


registro próprio da sociedade, situação em que os terceiros não poderão alegar
desconhecimento da exata extensão dos poderes do administrador;
- Que foi provado que os terceiros conheciam a limitação de poderes, ainda que
não averbada; ou
- Que a transação entre os terceiros e a sociedade configurava operação
nitidamente estranha aos negócios da sociedade.

DELIBERAÇÕES DOS SÓCIOS

No dia a dia, as decisões relativas ao objeto social são tomadas pelos


administradores, como, por exemplo, compra de matéria-prima, contratação de
empregados, assinatura de contratos de prestação de serviços.

Contudo, em alguns casos, mais complexos ou relevantes para o andamento da


sociedade, há necessidade de que as decisões sejam tomadas por deliberação
social.

Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir
sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de
votos, contados segundo o valor das quotas de cada um.

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§ 1o Para formação da maioria absoluta são necessários votos correspondentes


a mais de metade do capital.

Assim, frise-se as votações sociais levam em conta a porção do capital social e


não o número de sócios.

Apenas se houver empate na votação é que prevalecerá a maior quantidade de


sócios. E, mesmo assim, persistindo o empate, a decisão caberá ao juiz.

Art. 1.010. § 2o Prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios no


caso de empate, e, se este persistir, decidirá o juiz.

Pergunta interessante é se os sócios de serviços participam das deliberações


sociais. Vejam que o artigo 1.010 diz que: Salvo quando a lei exigir a
unanimidade, as deliberações serão tomadas por maioria dos votos,
contados segundo o valor das quotas de cada um (CC, art. 1.010).

Ora, o sócio de serviços não possui quotas de capital, logo não participa das
decisões quando o Código se contenta com a maioria absoluta do capital (art.
1.010 do NCC).

Veja como este tema foi cobrado no concurso para Auditor Fiscal do Trabalho,
pela ESAF, em 2006 (item incorreto):

(ESAF/AFT/2006) A sociedade simples, regida pelas disposições do art. 997 e


seguintes do Código Civil - Lei n. 10.406/02 - caracteriza-se por garantir a
todos os sócios participação nas deliberações sociais.

DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE SIMPLES

A dissolução não somente possui a propriedade de desmanchar ou romper todo


vínculo jurídico que unia as coisas ou pessoas, anteriormente, como desobriga,
todas as pessoas envoltas no ato ou no contrato dos compromissos, que
possam vir, desde que não tenham qualquer dependência com a situação
desfeita, pela ruptura, que a dissolução ocasiona.

A dissolução de uma sociedade simples pode ocorrer em duas searas:

a) judicial; e
b) extrajudicial.

As causas extrajudiciais são as previstas no artigo 1.033 do Código. Já as


judiciais vêm logo em seguida, arroladas no artigo 1.034, que citamos:

Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:

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I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de


sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por
tempo indeterminado;
II - o consenso unânime dos sócios;
III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo
indeterminado;
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e
oitenta dias;
V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.

Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio


remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da
sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas
Mercantis, a transformação do registro da sociedade para empresário individual
ou para empresa individual de responsabilidade limitada, observado, no
que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código. (Redação dada
pela Lei nº 12.441, de 2011)

Art. 1.034. A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a requerimento de


qualquer dos sócios, quando:
I - anulada a sua constituição;
II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexeqüibilidade.

Nas sociedades de prazo determinado, para que haja dissolução é


necessário consenso unânime dos sócios. Nas de prazo indeterminado é
imprescindível o voto da maioria absoluta dos sócios (CC, art. 1.033, II e
III).

Sociedade prazo Dissolução Sociedade prazo


indeterminado  Sociedades determinado 
Maioria absoluta Simples Consenso unânime

SOCIEDADE LIMITADA

Esse assunto é, sem dúvida, o mais cobrado em concursos quando o tema é


direito societário. Até por que a sociedade limitada é, disparado, o tipo mais
utilizado na praxe brasileira. Vamos estudá-lo em suas minúcias!

A sociedade limitada tem seu regramento no Código Civil, artigos 1.052 a


1.087.

Mas, professor, e se algum tema de relevância não estiver tratado dentro


destes artigos?

APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DAS NORMAS DAS SS OU LEI DAS SAS

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Neste caso, o Código Civil prevê que:

Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas
normas da sociedade simples.

Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da


sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima.

Assim, pela inteligência do caput do artigo 1.053, na omissão do regramento


próprio para a sociedade limitada, aplicar-se-ão as regras tratadas para as
sociedades simples, já por nós estudada.

Contudo, pode o contrato social prever a aplicação da lei das sociedades por
ações (Lei 6.404/76), como se infere do parágrafo único.

Fica assim:

APLICAÇÃO DE NORMAS SUBSIDIRIAMENTE NAS LIMITADAS

1) Se o contrato social não dispuser sobre o assunto, ser-lhe-ão aplicadas


supletivamente as regras das sociedades simples.
2) Caso haja previsão no contrato, poderão se aplicar as regras das sociedades
anônimas em caráter supletivo.

NOME EMPRESARIAL DAS SOCIEDADES LIMITADAS

Sobre o nome empresarial, devemos levar o seguinte para a prova:

ESPÉCIE DE NOME EMPRESARIAL

1) Firma individual  Apenas empresário individual utiliza.


2) Apenas firma social  Sociedade em Nome Coletivo, em Comandita Simples.
3) Apenas denominação  Sociedades Anônimas, Cooperativas.
4) Denominação ou firma social  Comandita por ações, Sociedades Limitadas.

As limitadas operam sob firma ou denominação social, facultativamente.

ASPECTO MAIS COBRADO EM PROVAS

Meus caros, este assunto está no topo do ranking dos mais cobrados em Direito
Empresarial.

GRAVEM! Nas sociedades limitadas é vedada a contribuição que


consista em prestação de serviços.

Vejam o texto normativo:

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Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo


uma ou diversas a cada sócio.

§ 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços.

Apenas para confirmar o que digo, vejam que esta questão foi cobrada o AFT:

(ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2010) Sobre as quotas da sociedade limitada,


os sócios podem realizar suas quotas mediante prestação de serviços.

E, para nossa, surpresa, logo em seguida foi cobrada também no ISS RJ.

CAPITAL SOCIAL DA LTDA

O capital social pode ser definido como o montante total de recursos que os
sócios se comprometem a transferir do seu patrimônio pessoal para a formação
do patrimônio da sociedade.

Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo


uma ou diversas a cada sócio.

§ 1o Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social respondem


solidariamente todos os sócios, até o prazo de cinco anos da data do
registro da sociedade.

Os sócios, no ato da subscrição, poderão comprometer-se a contribuir para a


formação do capital social mediante pagamento em dinheiro, conferência de
bens ou créditos à sociedade, sendo-lhes, entretanto, vedada a contribuição
que consista em prestação de serviços.

Em relação à contribuição em dinheiro, ressalte-se que, ao contrário das


sociedades anônimas (Lei n. 6.404/74, art. 80, I), não há para as sociedades
limitadas qualquer previsão legal que exija a integralização de um percentual
mínimo do capital subscrito no ato da constituição da sociedade, tampouco fixe
um prazo máximo para sua integralização.

Em relação à contribuição dos sócios realizada mediante a conferência de bens,


destaque-se que não existe nas sociedades limitadas a obrigatoriedade de
prévia avaliação por peritos ou empresa especializada dos bens conferidos pelos
sócios, tal como ocorre nas sociedades anônimas (Lei n. 6.404/76, art. 8º).

Entretanto, pela exata estimação dos bens conferidos, respondem


solidariamente todos os sócios até o prazo de cinco anos da data do
registro da sociedade (CC, art. 1.055, § 1º).

Assim, por exemplo, se determinado sócio integra à sociedade um veículo que


diz valer R$ 30.000,00, responderão todos (o que declarou e os outros

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solidariamente) caso se constate em um processo de execução fiscal contra a


empresa, que o veículo vale menos do que o declarado.

A quota social representa a unidade do capital social. Uma quota pode ter um
ou mais de um dono (co-propriedade de quotas), hipótese em que o
representante exercerá o direito de sócio. A quota dividida entre os sócios,
contudo, não é divisível em relação à sociedade. Para a sociedade, será
apenas uma única quota. É o que se extrai da leitura do seguinte artigo:

Art. 1.056. A quota é indivisível em relação à sociedade, salvo para efeito de


transferência (...)

Este assunto foi cobrado na seguinte forma no concurso para Procurador


Municipal de Salvador, organizado pela FCC em 2006 (item correto):

(Procurador Jaboatão dos Guararapes/2006/FCC) A respeito das sociedades


limitadas, é correto afirmar que as quotas podem ser iguais ou desiguais, mas
são indivisíveis em relação à sociedade.

A integralização do capital social pode ser feita através de dinheiro, créditos ou


de bens. Se feita em bens o sócio responderá pela evicção, indenização e custas
judiciais que dela decorram. Evicção é o desapossamento do bem por causa
jurídica. Se o bem for reivindicado por terceiro, posteriormente à integralização,
por direito anterior a ela (integralização) este responderá pelos danos sofridos
pela sociedade (CC, artigo 1.005).

RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS NAS LTDAS

A responsabilidade do sócio nas LTDAs é restrita ao valor de suas quotas,


porém, os sócios respondem solidariamente pela integralização do capital
social. Esse item também é campeão de cobranças! Levem para a prova.

Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é


restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente
pela integralização do capital social.

Ou seja, um fornecedor da empresa que não recebeu seus créditos poderá,


após executado o patrimônio social e não verificada a integralização completa
deste, executar qualquer dos sócios para responder às dívidas até o limite
faltante para a integralização completa do capital, havendo, ulteriormente,
direito a regresso contra o sócio remisso.

Cada sócio responde pelo valor de sua quota e todos terão responsabilidade
solidária pela integralização do capital social. Após esta integralização do
capital, se a sociedade vier a sofrer perdas irreparáveis em razão das operações
efetivadas, proceder-se-á à redução do capital social, diminuindo-se

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proporcionalmente o valor nominal das quotas de cada sócio. Segundo o


Código:

Art. 1.082. Pode a sociedade reduzir o capital, mediante a correspondente


modificação do contrato:

I - depois de integralizado, se houver perdas irreparáveis;


II - se excessivo em relação ao objeto da sociedade.

Art. 1.083. No caso do inciso I do artigo antecedente, a redução do capital será


realizada com a diminuição proporcional do valor nominal das quotas, tornando-
se efetiva a partir da averbação, no Registro Público de Empresas Mercantis, da
ata da assembléia que a tenha aprovado.

Assim, se existem 10 sócios com uma quota de R$ 1.000,00 cada, totalizando


um capital social de R$ 10.000,00 e a sociedade tem uma perda irreparável de
R$ 5.000,00. A quota de cada um será reduzida também nesta proporção (50%
neste exemplo).

CESSÃO DE QUOTAS NAS SOCIEDADES LIMITADAS

Com fulcro no Código Civil:

Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou
parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros,
ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do
capital social.

Veja que a cessão de quotas pode ser feita a sócios, independentemente da


anuência. Contudo, se houver um estranho (um não-sócio) ao quadro societário
a doação não poderá ser resistida por mais de um quarto do capital social.

ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA

Nas sociedades limitadas a administração pode ser exercida por sócios ou


não-sócios. Para o exercício da administração por não-sócio, há de constar
expressa previsão em contrato social.

Nas limitadas, a administração compete exclusivamente às pessoas


naturais, sendo vedada a administração por pessoa jurídica (CC, art. 997, VI
c/c art. 1.054).

OBS: Nas sociedades em nome coletivo e em comandita simples, existe


expressa vedação do Código ao exercício da administração por não-sócios (CC,
art. 1.042 e 1.046).

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O administrador designado em ato separado terá trinta dias para investir-se no


cargo, o que se dará mediante termo de posse no livro de atas da
administração. Não havendo a posse no prazo citado, a designação tornar-se-á
sem efeito (art. 1.062).

A contar da investidura, o administrador terá dez dias para requerer a


averbação de sua nomeação no registro competente (CC, art. 1.062, §2).

O administrador, nomeado por instrumento em separado, deve averbá-lo à


margem da inscrição da sociedade, e, pelos atos que praticar, antes de
requerer a averbação, responde pessoal e solidariamente com a sociedade (CC,
art. 1.012).

O Código Civil prevê, em seu artigo 1.061, dois quóruns distintos para a eleição
de administradores não-sócios (independentemente de a nomeação ser feita no
contrato social ou em ato separado):

QUÓRUM PARA ELEIÇÃO DE ADMINISTRADORES NÃO-SÓCIOS

a) Se o capital social estiver totalmente integralizado, a eleição depende de


2/3, no mínimo (o contrato pode prever quórum maior), dos sócios (capital
social);
b) Se o capital estiver apenas parcialmente integralizado, a decisão deverá ser
unânime, de todos os sócios.

Já a destituição de não-sócios depende de votos correspondentes a:

DESTITUIÇÃO DE ADMINISTRADORES NÃO-SÓCIOS

a) mais da metade do capital social, se feita em ato separado (CC, art. 1.076,
II).
b) Se não-sócio foi nomeado no contrato social o quórum para destituição passa
a ser de ¾ (três quartos) do capital social (CC, art. 1.076, I).

Quando se tratar de nomeação de sócio para a administração, feita em contrato


separado, o ato deve ser aprovado por maioria absoluta do capital social (CC,
art. 1.076, II).

ATENÇÃO: todos estes quóruns são analisados em função do capital social, e


não do número de sócios.

A administração atribuída no contrato a todos os sócios não se estende de pleno


direito aos que posteriormente adquiram essa qualidade (CC, art. 1.060,
parágrafo único).

A FCC, literal que é, já abordou este tema, na questão a seguir, em certame


para Procurador de Jaboatão dos Guararapes: A respeito das sociedades

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limitadas, é correto afirmar que a administração atribuída a todos os sócios não


se estende de pleno direito aos que posteriormente adquirirem essa qualidade.
O item está correto.

Já para a destituição de administradores que sejam sócios, temos os seguintes


quóruns:

DESTITUIÇÃO DE ADMINISTRADORES SÓCIOS:

Sócio nomeado no contrato  2/3 do capital social


Sócio nomeado em ato separado  maioria absoluta do capital

No silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os atos


pertinentes à gestão da sociedade; não constituindo objeto social, a oneração
ou a venda de bens imóveis depende do que a maioria dos sócios decidir.

Em outros termos, se o contrato social for silente, os administradores têm


permissivo para praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade, salvo
a venda ou a oneração de bens imóveis, que depende da decisão da maioria
dos sócios, salvo se a operação com imóveis constituir o próprio objeto da
sociedade.Para os bens móveis essa regra não é necessária.

CONSELHO FISCAL NAS SOCIEDADES LIMITADAS

O Conselho Fiscal é um órgão colegiado, criado para se acompanhar e fiscalizar,


de perto, a gestão da atividade.

As sociedades limitadas podem possuir conselho fiscal, composto por três ou


mais membros, sócios ou não, residentes no país (CC, art. 1.066). Já nas
sociedades por ações é obrigatória a existência de Conselho Fiscal, conforme
determina o artigo 161 da Lei 6.404/76.

Para a prova:

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O conselho fiscal possui atribuições previstas no artigo 1.069 do CC. Senão


vejamos.

Art. 1.069. Além de outras atribuições determinadas na lei ou no contrato


social, aos membros do conselho fiscal incumbem, individual ou conjuntamente,
os deveres seguintes:

I - examinar, pelo menos trimestralmente, os livros e papéis da sociedade e o


estado da caixa e da carteira, devendo os administradores ou liquidantes
prestar-lhes as informações solicitadas;
II - lavrar no livro de atas e pareceres do conselho fiscal o resultado dos
exames referidos no inciso I deste artigo;
III - exarar no mesmo livro e apresentar à assembléia anual dos sócios parecer
sobre os negócios e as operações sociais do exercício em que servirem,
tomando por base o balanço patrimonial e o de resultado econômico;
IV - denunciar os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, sugerindo
providências úteis à sociedade;
V - convocar a assembléia dos sócios se a diretoria retardar por mais de trinta
dias a sua convocação anual, ou sempre que ocorram motivos graves e
urgentes;
VI - praticar, durante o período da liquidação da sociedade, os atos a que se
refere este artigo, tendo em vista as disposições especiais reguladoras da
liquidação.

É assegurado aos sócios minoritários, que representarem pelo menos um quinto


do capital social, o direito de eleger, separadamente, um dos membros do
conselho fiscal e o respectivo suplente (CC, art. 1.066, §2º).

DELIBERAÇÕES NAS SOCIEDADES LIMITADAS

Em regra, as decisões da empresa são tomadas por seu administrador ou por


seus administradores. Para decidir sobre a compra de uma matéria-prima,
contratação de um pedreiro, etc. não há necessidade de reunião entre os
sócios.

Todavia, algumas matérias a lei dedicou à deliberação social, sem prejuízo de


outras que estejam previstas no contrato social, são elas:

Art. 1.071. Dependem da deliberação dos sócios, além de outras matérias


indicadas na lei ou no contrato:
I - a aprovação das contas da administração;
II - a designação dos administradores, quando feita em ato separado;
III - a destituição dos administradores;
IV - o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no contrato;
V - a modificação do contrato social;
VI - a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do
estado de liquidação;

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VII - a nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das suas contas;


VIII - o pedido de concordata (Substituída pela recuperação judicial).

Essas deliberações são tomadas por assembléia de sócios. Porém, nas


limitadas com menos de 10 sócios, podemos substituí-la pela chamada
reunião de sócios. A diferença entre uma e outra encontra-se no rito. A
assembléia está prevista no próprio Código, enquanto que a reunião segue rito
previsto no próprio contrato social.

A reunião ou a assembléia tornam-se dispensáveis quando todos os sócios


decidirem, por escrito, sobre a matéria que seria objeto delas (CC, art. 1.072,
§3º).

As deliberações tomadas de conformidade com a lei e o contrato vinculam todos


os sócios, ainda que ausentes ou dissidentes (CC, art. 1.072, §5º).

O quórum para instalação de uma assembléia é de ¾ do capital social,


para a primeira convocação. Para a segunda convocação, realiza-se com
qualquer número.

Ressalte-se, porém, que o quórum para instalação distingue-se do


quórum para deliberação.

Art. 1.076. Ressalvado o disposto no art. 1.061 e no § 1o do art. 1.063, as


deliberações dos sócios serão tomadas:
I - pelos votos correspondentes, no mínimo, a três quartos do capital social, nos
casos previstos nos incisos V e VI do art. 1.071;
II - pelos votos correspondentes a mais de metade do capital social, nos casos
previstos nos incisos II, III, IV e VIII do art. 1.071;
III - pela maioria de votos dos presentes, nos demais casos previstos na lei ou
no contrato, se este não exigir maioria mais elevada.

EXCLUSÃO EXTRAJUDICIAL DE SÓCIO MINORITÁRIO

Segundo o Código Civil:

Art. 1.085. Ressalvado o disposto no art. 1.030, quando a maioria dos sócios,
representativa de mais da metade do capital social, entender que um ou
mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de
atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração
do contrato social, desde que prevista neste a exclusão por justa causa.
Parágrafo único. A exclusão somente poderá ser determinada em reunião ou
assembléia especialmente convocada para esse fim, ciente o acusado em tempo
hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa.

A exclusão de um sócio, em regra, será feita pela via judicial (como preleciona
o art. 1.030).

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Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, pode o
sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais
sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por
incapacidade superveniente.

Contudo, a via administrativa (extrajudicial) também poderá ser utilizada para


a exclusão, como via de exceção.

Os quesitos básicos que se impõem para a expulsão extrajudicial por justa


causa são (art. 1.085, CC):

REQUISITOS PARA A EXCLUSÃO EXTRAJUDICIAL

1) Previsão no contrato social;


2) Ato de gravidade praticado por parte do sócio;
3) Assembléia ou reunião específica para este fim;
4) Aviso ao sócio para fins de exercer contraditório e ampla defesa;
5) Quórum de maioria absoluta do capital social para a exclusão.

Algumas pegadinhas que podem cair em concurso

1) A exclusão é feita pela sociedade ou pelos sócios? Resposta: Pelos sócios.


2) Os sócios minoritários e majoritários podem ser excluídos
extrajudicialmente? Resposta: Não! Apenas o minoritário. Vejam que o quórum
é maioria absoluta do capital social. Assim, apenas os minoritários podem arcar
com esta via. Para os majoritários resta a via judicial.

SOCIEDADE LIMITADA DE GRANDE PORTE

São consideradas sociedades de grande porte as que possuam ativo total


superior a R$ 240.000.000,00 ou receita bruta anual acima de R$
300.000.000,00. Alcançando qualquer destes aportes, a sociedade será
considerada como de grande porte, a partir do exercício subsequente.

Em tal hipótese, serão aplicadas as sociedades limitadas as mesmas regras


aplicáveis às sociedades anônimas no que tange à escrituração e elaboração
das demonstrações financeiras.

As demonstrações contábeis deverão ser aplicadas sob a essência do regime de


competência.

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QUESTÕES COMENTADAS

1. (FCC/Titular de Serviços Notariais/TJ/PE/2013) O contrato social da


sociedade limitada mencionará

a) as pessoas naturais ou jurídicas incumbidas da administração da sociedade.


b) as quotas, com ou sem valor nominal, de cada sócio no capital social.
c) se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
d) a firma social ou denominação, integradas pela palavra final “limitada”.
e) as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em
serviços.

Comentários

Segundo o Código Civil:

Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou


público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:

I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se


pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios,
se jurídicas;
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender
qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em
serviços;
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus
poderes e atribuições;
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações
sociais.

Vejamos as assertivas...

a) as pessoas naturais ou jurídicas incumbidas da administração da


sociedade.

Nas limitadas, a administração compete exclusivamente às pessoas


naturais, sendo vedada a administração por pessoa jurídica (CC, art. 997, VI
c/c art. 1.054). Item incorreto.

b) as quotas, com ou sem valor nominal, de cada sócio no capital social.

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Não temos, no Código Civil, qualquer dispositivo que exija que a quota a
contenha valor nominal. O artigo 997 não menciona, em momento algum, a
obrigação de a quota conter valor nominal.

c) se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações


sociais.

Item incorreto. Segundo o Código Civil:

Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao


valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização
do capital social.

d) a firma social ou denominação, integradas pela palavra final


“limitada”.

Este é o nosso gabarito. Nos termos do CC:

Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas


pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura.

e) as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em


serviços.

Item incorreto. Vimos que nas sociedades limitadas:

Art. 1.055, § 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços.

Gabarito  D.

2. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT 6ª/2013) Em relação à sociedade limitada é


correto afirmar:

a) Na omissão do contrato, a destituição de sócio nomeado administrador no


contrato social, somente se opera pela aprovação de titulares de quotas
correspondentes, no mínimo, a mais da metade do capital social.
b) Só pode adotar firma social, integrada pela palavra final "limitada" ou sua
abreviatura.
c) Na omissão do contrato, o sócio pode ceder suas quotas, a quem já seja
sócio, ou a estranho, se houver expressa anuência de todos os sócios.
d) A administração da sociedade poderá ser exercida por pessoas naturais ou
jurídicas, sócias da sociedade.
e) É vedada contribuição que consista em prestação de serviços.

Comentários

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Comentemos item a item...

a) Na omissão do contrato, a destituição de sócio nomeado


administrador no contrato social, somente se opera pela aprovação de
titulares de quotas correspondentes, no mínimo, a mais da metade do
capital social.

Segundo o Código Civil:

Art. 1.063. O exercício do cargo de administrador cessa pela destituição, em


qualquer tempo, do titular, ou pelo término do prazo se, fixado no contrato ou
em ato separado, não houver recondução.

§ 1o Tratando-se de sócio nomeado administrador no contrato, sua destituição


somente se opera pela aprovação de titulares de quotas correspondentes, no
mínimo, a dois terços do capital social, salvo disposição contratual diversa.

Item incorreto.

b) Só pode adotar firma social, integrada pela palavra final "limitada"


ou sua abreviatura.

O item está incorreto. Segundo o Código Civil:

Art. 1.158. pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas


pela final ''limitada'' ou a sua abreviatura.

c) Na omissão do contrato, o sócio pode ceder suas quotas, a quem já


seja sócio, ou a estranho, se houver expressa anuência de todos os
sócios.

O item está incorreto. Nos termos do Código Civil:

Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou
parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros,
ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do
capital social.

d) A administração da sociedade poderá ser exercida por pessoas


naturais ou jurídicas, sócias da sociedade.

Item incorreto. Dissemos que a limitada não pode ser administrada por pessoa
jurídica.

e) É vedada contribuição que consista em prestação de serviços.

Item correto. Vimos que nas sociedades limitadas:

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Art. 1.055, § 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços.

Gabarito  E.

3. (FGV/Auditor Fiscal/SEFAZ/RJ/2008) A Sociedade Limitada XYZ resolve


incentivar seus antigos empregados, e seu principal quotista resolve criar cotas
preferenciais, para distribuí-las àqueles que completassem dez anos de serviço,
mediante o pagamento em 10 parcelas. As cotas não teriam direito a voto, mas
fariam jus a uma participação nos lucros sempre 10% a mais que as cotas
ordinárias. Essas cotas seriam criadas porque, de acordo com o advogado da
sociedade, haveria aplicação supletiva das normas da Lei das Sociedades
Anônimas, Lei 6.404/76, prevista no contrato social.

De acordo com o Código Civil, seria possível a criação de cotas preferenciais


com aquelas características na Sociedade Limitada XYZ? Assinale a alternativa
que responda corretamente à pergunta acima.

a) Somente em razão da aplicação supletiva da Lei 6.404/76, autorizada pelo


art. 1053, seria possível a criação de cotas preferenciais.
b) O Código Civil não veda, expressamente, a criação de cotas preferenciais;
portanto, estaria autorizada a criação daquela espécie de cota.
c) O Código Civil permite a criação de cotas iguais ou desiguais, de acordo com
o art. 1055; dessa forma, não há qualquer vedação à criação de cotas
preferenciais.
d) De acordo com o sistema do Código Civil, não seria possível a criação de
cotas preferenciais, porque todas as cotas devem ser iguais, não se permitindo
qualquer desigualdade entre elas.
e) Não haveria mais no Código Civil a possibilidade de criação de cotas sem
direito a voto de acordo com a aplicação do art. 1072 combinado com o caput
do artigo 1010.

Comentários

Segundo o artigo 1.010 do Código Civil:

Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir
sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de
votos, contados segundo o valor das quotas de cada um.

Ademais, o DNRC, através da Instrução Normativa 98/2003, é claro ao não


permitir a criação de quotas preferenciais para as sociedades limitadas.

Gabarito  E.

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4. (FGV/Auditor Fiscal/SEFAZ/RJ/2008) A sociedade limitada XPTO,


necessitando de capital para a expansão de seu parque industrial, ao invés de
realizar um aumento de capital social, solicitando aporte de recursos de seus
sócios, decide fazer um emissão de debêntures simples, sem cláusula de
conversibilidade, para aquisição de investidores de grande porte, cuja
distribuição seria feita por seus próprios gerentes em seus escritórios.

Seria legal e regular a emissão particular de debêntures simples por uma


sociedade limitada?

Assinale a alternativa que responda corretamente à pergunta acima.

(A) As sociedades limitadas poderiam emitir debêntures, somente se o contrato


social expressamente contemplasse cláusula específica autorizando sua
emissão, ou contivesse cláusula de regência supletiva das normas da sociedade
anônima.
(B) Somente as sociedades anônimas podem emitir debêntures, todos os outros
tipos societários não podem fazê-lo, porque existe vedação legal.
(C) As sociedades limitadas só podem fazer emissões particulares de
debêntures, jamais emissões públicas, como no caso da emissão prevista no
enunciado da questão.
(D) Como não existe qualquer vedação legal expressa em relação à emissão de
debêntures por parte das sociedades limitadas, elas poderiam emitir esse valor
mobiliário, mas somente para um grupo determinado de pessoas.
(E) Não poderia haver a emissão de debêntures por uma sociedade limitada,
porque se trata de um instituto incompatível com esse tipo societário, mesmo
que houvesse cláusula específica no contrato social.

Comentários
Debênture é um título de crédito representativo de empréstimo que uma
companhia faz junto a terceiros e que assegura a seus detentores direito contra
a emissora, nas condições constantes da escritura de emissão.

São estranhas ao capital social. A debênture poderá assegurar ao seu titular


juros, fixos ou variáveis, participação no lucro da companhia e prêmio de
reembolso (LSA, art. 56).

Segundo a Lei das Sociedade por Ações:

Art. 52. A companhia poderá emitir debêntures que conferirão aos seus titulares
direito de crédito contra ela, nas condições constantes da escritura de emissão
e, se houver, do certificado.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

A lei apenas atribui legitimidade para que as sociedades por ações, anônimas e
em comandita por ações, emitam debêntures.

Não há previsão para que as sociedades limitadas o façam.

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A emissão valores mobiliários é praticamente uma capacidade exclusiva das


companhias.

A emissão de valores mobiliários pela sociedade limitada iria de encontro à


própria estrutura e natureza deste tipo societário.

Gabarito  E.

5. (FGV/Auditor Fiscal/SEFAZ RJ/2010) Com relação às sociedades


limitadas, assinale a afirmativa incorreta:

a) Salvo estipulação em contrário, nas omissões do capítulo do Código Civil que


trata das sociedades limitadas, aplicam-se as regras da sociedade simples
também dispostas no Código Civil.
b) Admite-se, na sociedade limitada, a contribuição do sócio que consista em
prestação de serviços.
c) Se autorizado pelo contrato social, a sociedade limitada pode ter
administrador não-sócio; inexistente esta autorização, só os sócios podem ser
administradores.
d) Se a sociedade limitada tiver no máximo 10 (dez) sócios, o contrato social
pode prever que as deliberações sejam tomadas em reunião de sócios e não em
assembleias.
e) Na sociedade limitada, é facultativa a instalação do Conselho Fiscal.

Comentários

A letra a está correta, conforme já visto.

APLICAÇÃO DE NORMAS SUBSIDIRIAMENTE NAS LIMITADAS

1) Se o contrato social não dispuser sobre o assunto, ser-lhe-ão aplicadas


supletivamente as regras das sociedades simples.
2) Caso haja previsão no contrato, poderão se aplicar as regras das sociedades
anônimas em caráter supletivo.

A letra b já vimos exaustivamente estar incorreta. Nas sociedades limitadas é


expressamente vedada a contribuição em serviços.

A letra c está correta. Nas sociedades limitadas a administração pode ser


exercida por sócios ou não-sócios. Para o exercício da administração por não-
sócio, há de constar expressa previsão em contrato social.

A letra d está correta.

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A letra e também está correta. Nas limitadas é facultativa a instituição de


conselho fiscal, enquanto que nas S.A´s a instituição é obrigatória.

Gabarito  B.

6. (FGV/Auditor Fiscal/SEFAZ RJ/2009) ABC Vidraçaria Ltda. é uma


sociedade cujo objeto social principal é a fabricação e comercialização de vidros
para fins industriais. Ela possui apenas três sócios e seu quadro societário tem
a seguinte configuração:

I. Antônio, titular de 80% das quotas sociais


II. Bernardo, titular de 10% das quotas sociais;
III. Carlos, titular de 10% das quotas sociais.

A administração da sociedade cabe a João, conforme designação no próprio


contrato social. O contrato social prevê ainda que as obrigações contraídas em
nome da sociedade que excederem a R$ 100.000,00 e a alienação de qualquer
bem essencial ao desenvolvimento das principais atividades sociais dependem
da deliberação de 80% do capital social.

Surgiu uma boa oportunidade para ABC Vidraçaria Ltda. firmar contrato de
trespasse dos bens e direitos relacionados com a fabricação de vidros.

Nesse negócio, a sociedade se obriga apenas se:

a) João assinar o contrato de trespasse, sem a prévia aprovação dos sócios.


b) Antônio assinar o contrato de trespasse.
c) João e Antonio assinarem conjuntamente o contrato de trespasse.
d) João assinar o contrato de trespasse com a aprovação prévia dos sócios
representantes de 80% do capital social de trespasse.
e) João, Antonio, Bernardo e Carlos assinarem o contrato de trespasse.

Comentários

A) Incorreta. Como o trespasse do estabelecimento empresarial relacionado


com a produção de vidros da empresa implica em alienação de bens essenciais
para o desenvolvimento da atividade de ABC Vidraçaria Ltda. e seu contrato
social exige que tal negócio seja deliberado por 80% do capital social, João não
teria competência para firmar o contrato de trespasse sem a aprovação de
Antônio em reunião de sócios.

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(B) Incorreta. Antonio é sócio majoritário da ABC Vidraçaria Ltda., mas não tem
poderes de gestão. Como determina o artigo 1.064 do Código Civil, “O uso da
firma ou denominação social é privativo dos administradores que tenham os
necessários poderes.” O fato de uma pessoa ter 80, 90, 99,9 ou das quotas de
uma sociedade não implica necessariamente o exercício da administração dessa
sociedade.

(C) Incorreta. Antonio é sócio majoritário da ABC Vidraçaria Ltda. e não tem
poderes de gestão. Como determina o artigo 1.064 do Código Civil, “O uso da
firma ou denominação social é privativo dos administradores que tenham os
necessários poderes.” Desta maneira ele não tem poderes de gestão e de
representação da sociedade.

(D) Correta. Esta alternativa obedece exatamente o exigido pelo contrato


social.

(E) Incorreta. Antonio, Bernardo e Carlos são sócios da ABC Vidraçaria Ltda. e
não têm poderes de gestão. Como determina o artigo 1.064 do Código Civil, “O
uso da firma ou denominação social é privativo dos administradores que
tenham os necessários poderes.”

Gabarito  D.

7. (FGV/Auditor Fiscal/SEFAZ/RJ/2011) No que tange aos tipos societários


presentes no Direito brasileiro, assinale a alternativa correta.

(A) Em uma sociedade em comandita simples, o sócio comanditário não é


obrigado à reposição de lucros recebidos de boa-fé e de acordo com o balanço.
(B) A sociedade em conta de participação adquire personalidade jurídica a partir
do registro do seu ato constitutivo perante o órgão competente.
(C) Em uma sociedade em nome coletivo, a administração pode ser exercida
por sócio ou por terceiro não sócio, desde que, nesse último caso, haja previsão
expressa no contrato social.
(D) Uma sociedade anônima pode ser dissolvida por decisão judicial quando
provado que não pode preencher o seu fim, em ação proposta por acionistas
que representem, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) do capital social.
(E) Uma sociedade limitada pode optar por adotar como nome empresarial a
denominação ou a firma social. Em fazendo uso da denominação, o nome deve
ser composto do objeto da sociedade, não sendo permitido nela figurar o nome
de um ou mais sócios.

Comentários

(A) Em uma sociedade em comandita simples, o sócio comanditário não


é obrigado à reposição de lucros recebidos de boa-fé e de acordo com o
balanço.

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Este é o nosso gabarito. De acordo com o Código Civil:

Art. 1.049. O sócio comanditário não é obrigado à reposição de lucros recebidos


de boa-fé e de acordo com o balanço.

(B) A sociedade em conta de participação adquire personalidade


jurídica a partir do registro do seu ato constitutivo perante o órgão
competente.

Item incorreto, já que a sociedade em conta de participação não adquire


personalidade jurídica.

(C) Em uma sociedade em nome coletivo, a administração pode ser


exercida por sócio ou por terceiro não sócio, desde que, nesse último
caso, haja previsão expressa no contrato social.

Item incorreto. A administração de sociedade em nome coletivo somente


poderá ser exercida por sócio.

(D) Uma sociedade anônima pode ser dissolvida por decisão judicial
quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação proposta
por acionistas que representem, no mínimo, 25% (vinte e cinco por
cento) do capital social.

Segundo a Lei 6.404/76:

Art. 206. Dissolve-se a companhia:

II - por decisão judicial:

b) quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação proposta por
acionistas que representem 5% (cinco por cento) ou mais do capital social;

O erro está, pois, no quórum previsto, que não é de 25%, mas, sim, de 5%.

(E) Uma sociedade limitada pode optar por adotar como nome
empresarial a denominação ou a firma social. Em fazendo uso da
denominação, o nome deve ser composto do objeto da sociedade, não
sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios.

Nos termos do Código Civil:

Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas


pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura.

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§ 2o A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela


figurar o nome de um ou mais sócios.

Item, portanto, errado.

Gabarito  A.

8. (FCC/Promotor de Justiça/MPE/AL/2012) Não são empresárias

a) as sociedades cooperativas.
b) as sociedades por ações que tenham por objeto a prestação de serviços.
c) quaisquer sociedades limitadas.
d) apenas as sociedades não personificadas.
e) as sociedades em nome coletivo, qualquer que seja o seu objeto.

Comentários

O gabarito da questão é sociedade cooperativas, já que nos termos do artigo


982, parágrafo único, as cooperativas, qualquer que seja o seu objeto, será
cooperativa será considerada sociedade simples.

As sociedades por ações são sempre empresárias.

As sociedades limitadas e as sociedades em nome coletivo podem ser simples


ou empresárias.

Gabarito  A.

9. (FCC/Auditor Fiscal/ISS SP/2012) Considere as proposições abaixo:

I) O sócio que, a título de quota social, transmitir domínio, posse ou uso,


responde pela evicção, e, pela solvência do devedor, aquele que transferir
crédito.
II) Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da
sociedade, senão depois de executados os bens sociais.
III) O sócio, admitido em sociedade já constituída, exime-se das dívidas sociais
anteriores à admissão.

a) Está correta apenas a afirmativa I.


b) Está correta apenas a afirmativa II.
c) Está correta apenas a afirmativa III.
d) Estão corretas apenas as afirmativas I e II.
e) Estão corretas apenas as afirmativas II e III.

Comentários

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Segundo o artigo 1.005 do CC:

Art. 1.005. O sócio que, a título de quota social, transmitir domínio, posse ou
uso, responde pela evicção; e pela solvência do devedor, aquele que transferir
crédito.

O item está correto.

O item II também está correto.

Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por
dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais.

Por fim, o III está incorreto. Senão vejamos:

Art. 1.025. O sócio, admitido em sociedade já constituída, não se exime das


dívidas sociais anteriores à admissão.

Gabarito  D.

10. (FCC/Auditor Fiscal/ISS SP/2012) Considere as proposições abaixo:

I) O contrato social pode excluir os sócios de participar dos lucros e perdas.


II) O alienante do estabelecimento, salvo autorização expressa, não pode fazer
concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência.
III) Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e
terceiros prejudicados, independentemente de culpa no desempenho de suas
fuções.

a) Está correta apenas a afirmativa I.


b) Está correta apenas a afirmativa II.
c) Está correta apenas a afirmativa III.
d) Estão corretas apenas as afirmativas I e II.
e) Estão corretas apenas as afirmativas II e III.

Comentários

A letra a está errada. Pelo Código Civil:

Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de


participar dos lucros e das perdas.

O item II está correto e se refere à cláusula de não restabelecimento já citada


no curso quando da aula 00.

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Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento


não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à
transferência.

O item III está incorreto.

Art. 1.016. Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade


e os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções.

Gabarito, portanto, letra B.

Gabarito  B.

11. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT/SE/2012) A falta de pluralidade de sócios é


causa de dissolução da sociedade, se não for reconstituída,

a) no prazo de 6 (seis) meses, todavia, o sócio remanescente, inclusive na


hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade,
poderá requerer, no Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação
do registro da sociedade para empresário individual ou para empresa individual
de responsabilidade limitada.
b) no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, todavia, o sócio remanescente,
inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua
titularidade, poderá requerer, no Registro Público de Empresas Mercantis, a
transformação do registro da sociedade para empresário individual ou para
empresa individual de responsabilidade limitada.
c) no prazo de 120 (cento e vinte) dias, não havendo possibilidade alguma de o
sócio remanescente concentrar todas as cotas da sociedade sob sua
titularidade.
d) contudo, o sócio remanescente poderá tornar-se sócio da própria sociedade,
que ainda não perdeu sua personalidade jurídica, por um prazo de até 5 (cinco)
anos, após o qual ela deverá entrar em liquidação.
e) entretanto, o sócio remanescente poderá alienar as cotas dos antigos sócios,
no prazo de 3 (três) meses, findo o qual a sociedade entrará em liquidação
automaticamente.

Comentários

A resposta para esta questão pode ser encontrada no Código Civil. Senão
vejamos:

Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:

IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e


oitenta dias;

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Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio


remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da
sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas
Mercantis, a transformação do registro da sociedade para empresário individual
ou para empresa individual de responsabilidade limitada, observado, no que
couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código.

Gabarito, portanto, letra b.

Gabarito  B.

12. (FCC/Analista de Controle Externo/TCE/PR/2012) A sociedade


simples

(A) constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de


cláusulas estipuladas pelas partes, conterá requisitos previstos em lei.
(B) não necessita de inscrição de seu contrato social no Registro Civil das
Pessoas Jurídicas do local de sua sede.
(C) requer que as modificações do contrato social necessitem sempre do voto
da maioria absoluta de seus membros.
(D) é válida previsão contratual que exclua qualquer sócio de participar dos
lucros e perdas.
(E) admite livre substituição de sócio, no exercício das suas funções,
independentemente do consentimento dos demais sócios.

Comentários

O item a está correto.

Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou


público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:

I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se


pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios,
se jurídicas;
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender
qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em
serviços;
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus
poderes e atribuições;
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações
sociais.

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A letra b está incorreta, já que, nos termos do Código Civil:

Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro


Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade
simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às
normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos
tipos de sociedade empresária.

A letra c também está incorreta.

Art. 999. As modificações do contrato social, que tenham por objeto matéria
indicada no art. 997, dependem do consentimento de todos os sócios; as
demais podem ser decididas por maioria absoluta de votos, se o contrato não
determinar a necessidade de deliberação unânime.

A letra está incorreta. A previsão contratual que exclua qualquer sócio de


participar dos lucros e perdas é nula.

A letra e, por fim, está incorreta, já que:

Art. 1.002. O sócio não pode ser substituído no exercício das suas funções, sem
o consentimento dos demais sócios, expresso em modificação do contrato
social.

Gabarito  A.

13. (FMP/Auditor Fiscal/ISS Porto Alegre/2012) Quanto à sociedade


simples é correto afirmar que

(A) os administradores respondem objetivamente pelos danos causados aos


sócios no desempenho de suas funções.
(B) o contrato social não pode conceder poderes irrevogáveis ao sócio investido
na administração por cláusula expressa do contrato.
(C) é nula a cláusula que contratual que exclua qualquer sócio de participar dos
lucros e das perdas da sociedade.
(D) a modificação do contrato social por cessão das quotas de um dos sócios
independe do consentimento dos demais.
(E) se o contrato social silenciar, a administração pertence a quem detenha o
maior número de quotas.

Comentários

(A) os administradores respondem objetivamente pelos danos


causados aos sócios no desempenho de suas funções.

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A letra a está incorreta. Segundo o Código Civil:

Art. 1.016. Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade


e os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções.

(B) o contrato social não pode conceder poderes irrevogáveis ao sócio


investido na administração por cláusula expressa do contrato.

A letra b está incorreta.

Art. 1.019. São irrevogáveis os poderes do sócio investido na administração por


cláusula expressa do contrato social, salvo justa causa, reconhecida
judicialmente, a pedido de qualquer dos sócios.

(C) é nula a cláusula que contratual que exclua qualquer sócio de


participar dos lucros e das perdas da sociedade.

A letra c é o nosso gabarito. Nos termos do CC:

Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de


participar dos lucros e das perdas.

(D) a modificação do contrato social por cessão das quotas de um dos


sócios independe do consentimento dos demais.

A letra d está incorreta.

Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente


modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não
terá eficácia quanto a estes e à sociedade.

(E) se o contrato social silenciar, a administração pertence a quem


detenha o maior número de quotas.

Art. 1.013. A administração da sociedade, nada dispondo o contrato social,


compete separadamente a cada um dos sócios.

Gabarito  C.

14. (Fundação Dom Cintra/Auditor Fiscal/ISS BH/2012) A sociedade em


comandita simples se encerra de pleno direito quando a falta de uma das
categorias de sócio perdurar por período maior, em dias, que:

A) 180

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B) 150
C) 120
D) 90
E) 60

Comentários

Segundo o Código Civil:

Art. 1.051. Dissolve-se de pleno direito a sociedade:

I - por qualquer das causas previstas no art. 1.044;


II - quando por mais de cento e oitenta dias perdurar a falta de uma das
categorias de sócio.

Gabarito  A.

15. (FCC/Juiz de Direito/TJ/GO/2012) Em relação à sociedade limitada,

a) a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas


todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
b) sua administração se dá necessariamente pelo sócio com maior número de
quotas sociais.
c) é vedada a administração por meio de não sócios, dada sua natureza
pessoal.
d) o uso da firma ou denominação social é extensivo a todos os sócios que a
integram.
e) semestralmente, procede-se à elaboração do inventário, do balanço
patrimonial e do balanço de resultado econômico.

Comentários

Passemos item a item...

a) a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas,


mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital
social.

O item está correto, sendo literalidade do artigo 1.052 do Código Civil.

Artigo 1.052: Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita


ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela
integralização do capital social.

b) sua administração se dá necessariamente pelo sócio com maior


número de quotas sociais.

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O item está incorreto. A administração da limitada pode se dar por sócios ou


não sócio.

Artigo 1.060: A sociedade limitada é administrada por uma ou mais pessoas


designadas no contrato social ou em ato separado.

c) é vedada a administração por meio de não sócios, dada sua natureza


pessoal.

O item está incorreto. A administração da limitada pode se dar também por não
sócio.

Artigo 1.061: A designação de administradores não sócios dependerá de


aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver
integralizado, e de 2/3 (dois terços), no mínimo, após a integralização.

d) o uso da firma ou denominação social é extensivo a todos os sócios


que a integram.

O item está incorreto. Nos termos do Código Civil:

Artigo 1.064: O uso da firma ou denominação social é privativo dos


administradores que tenham os necessários poderes.

e) semestralmente, procede-se à elaboração do inventário, do balanço


patrimonial e do balanço de resultado econômico.

Este item, por fim, está incorreto.

Artigo 1.065: Ao término de cada exercício social, proceder-se-á à elaboração


do inventário, do balanço patrimonial e do balanço de resultado econômico.

Portanto, as demonstrações são elaboradas ao fim de cada exercício social.

Gabarito  A.

16. (FCC/Procurador Municipal de Manaus/2006) Com relação à sociedade


em comandita simples, de acordo com o Código Civil, é correto afirmar que:

a) os comanditados, pessoas físicas, são responsáveis subsidiariamente e


limitadamente pelas obrigações da empresa.
b) pode o comanditário ser constituído procurador da sociedade, para negócio
determinado e com poderes especiais.
c) os comanditários, pessoas físicas, são responsáveis solidariamente e
ilimitadamente pelas obrigações sociais.

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d) não pode o comanditado praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na
firma social, sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da
sociedade.
e) aos comanditários cabem os mesmos direitos e obrigações dos sócios da
sociedade em nome coletivo.

Comentários

Item a: Errado. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de


duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e
ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente
pelo valor de sua quota (CC, art. 1.045).

Item b: Correto. Pode o comanditário ser constituído procurador da sociedade,


para negócio determinado e com poderes especiais (CC, art. 1.047, parágrafo
único).
Item c: Errado. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de
duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e
ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente
pelo valor de sua quota (cc, art. 1.045).

Item d: Errado. Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da


sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário (e não
comanditado como propôs a questão) praticar qualquer ato de gestão, nem ter
o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio
comanditado (CC, art. 1.047).

Item e: Errado. Aos comanditados cabem os mesmos direitos e obrigações dos


sócios da sociedade em nome coletivo (CC, art. 1.046, parágrafo único).

Gabarito  B.

17. (FCC/Auditor Fiscal/ISS SP/2007) A sociedade personificada, própria


de atividades empresariais e em que todos os sócios são solidariamente e
ilimitadamente responsáveis pelas dívidas sociais é denominada sociedade

a) de capital e indústria.
b) simples.
c) em comandita simples.
d) em comum.
e) em nome coletivo.

Comentários

Segundo o artigo 1.039 do Código Civil:

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Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome


coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas
obrigações sociais.

O gabarito, portanto, é a letra e.

A sociedade de capital e indústria foi extinta do ordenamento jurídico.

Gabarito  E.

18. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2006) As sociedades cooperativas

a) caracterizam-se por serem de natureza mutualística.


b) têm capital fixo ou variável.
c) não têm capital, pois usam os bens dos seus cooperados.
d) são consideradas sociedades empresárias para todos os fins de direito.
e) podem operar exclusivamente na atividade agrícola e agropecuária.

Comentários

Essa questão foi anulada pela banca em gabarito definitivo. A ESAF não
publicou o motivo pelo qual houve anulação. Entretanto, a letra “a” foi dada
como incorreta preliminarmente. Motivo pelo qual defendemos a tese de que
para a ESAF não é a cooperativa considerada como de caráter mutualístico.

A letra b foi o gabarito da questão (gabarito preliminar). Todavia, as


cooperativas possuem capital variável (CC, art. 1.094, I), o que tornou a
questão também incorreta.

Cremos que o pensamento do examinador, ao elaborar a questão, fora o


seguinte: o capital das cooperativas é variável porque a cada saída de sócio ele
pode levar consigo o seu capital, ou seja, o capital varia frequentemente. E o
fato de haver a possibilidade de cooperativa sem capital social pode indicar um
capital fixo, "fixo em $0,00".

Contudo, refutamos dessa tese, uma vez que se o capital é zero, ele, na
verdade, não existe, não podendo ser fixo. Esse, cremos, foi o motivo da
anulação da questão.

A letra c está incorreta. A cooperativa pode ou não ter capital social.

A letra d também está incorreta, uma vez que as cooperativas são consideradas
sociedades simples.

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A letra e também está incorreta. No que se refere ao objeto, elas podem ser de
diversas espécies, como as cooperativas de crédito, agrícolas e de trabalho.

Gabarito  B.

19. (FCC/OAB ES/2005) Assinale a assertiva correta sobre as sociedades


cooperativas.

a) Na sociedade cooperativa cada sócio tem direito a um só voto nas


deliberações, tendo ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de
sua participação.
b) Na sociedade cooperativa cada sócio terá direito a voto proporcionalmente à
sua participação no capital da sociedade.
c) Na sociedade cooperativa não é dispensável o capital social.
d) Na sociedade cooperativa a responsabilidade dos sócios não poderá ser
limitada.

Comentários

a) CORRETO. Art. 1.094, Código Civil: São características da sociedade


cooperativa o direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não
capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação.

b) ERRADO. Art. 1.094, VI, Código Civil: São características da sociedade


cooperativa o direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não
capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação.

c) ERRADO. Artigo 1.094, I, Código Civil: São características da sociedade


cooperativa a variabilidade, ou dispensa do capital social.

e) ERRADO. A responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou ilimitada (CC,


art. 1.095). De qualquer forma, essa responsabilidade será subsidiária (art. 13,
Lei 5.764/71).

Gabarito  A.

20. (ESAF/Auditor Fiscal da Receita Estadual do Ceará/1998) Têm


responsabilidade subsidiária e solidária os sócios:

a) comanditados, nas sociedades em comandita.


b) comanditários, nas sociedades em comandita.
c) ocultos, nas sociedades em conta de participação.
d) de indústria, nas sociedades de capital e indústria.
e) gerentes, nas sociedades por quotas de responsabilidade limitada.

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Comentários

O gabarito da questão é a letra a, como já falado anteriormente.

Gabarito  A.

21. (CESPE/JUIZ FEDERAL TRF 5.ª REGIÃO/2006) Três irmãos são sócios
de determinada sociedade em nome coletivo. Lana, administradora, contraiu
consideráveis dívidas em nome da sociedade, sem o consentimento dos demais
irmãos sócios. Nessa situação, sendo a responsabilidade de Lana solidária e
ilimitada, ela pode responder pelas referidas dívidas com suas quotas, mesmo
antes de executados os bens da sociedade.

Comentários

Com base no que já dissemos, qual o gabarito? Isso! Incorreto. Por quê? Vamos
lá, repitamos: A principal característica da sociedade em nome coletivo é a
responsabilidade ilimitada dos sócios que a compõem, após esgotados os
meios de cobrança do capital social.

A execução de Lana só poderá ocorrer depois de esgotados os bens da


sociedade, face ao benefício de ordem conferido às sociedades em geral pelo
artigo 1.024 do Código Civil, in fine:

Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por
dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais.

Vejam que a questão não disse que houve qualquer desvio de conduta por
parte de Lana, sendo incabível, pois, em se falar em teoria dos atos ultra vires
ou desconsideração da personalidade jurídica.

Gabarito  Errado.

22. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2003) Ao instituir a sociedade


simples, o Novo Código Civil

a) adotou uma forma societária de estrutura menos complexa, própria para a


microempresa.
b) determinou que ela não pode ter filiais ou agências.
c) estabeleceu que o excesso de poderes dos administradores pode ser oposto
contra terceiro, provando-se que a limitação era conhecida deste.
d) permitiu que os poderes conferidos aos administradores pelo contrato social,
poderão ser alterados por voto de dois terços dos sócios.
e) impediu que os bens particulares dos sócios possam ser executados por
dívidas sociais, exceto os créditos trabalhistas e fiscais.

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Comentários

A letra a está incorreta. Nada se pode afirmar sobre a estrutura das sociedades
simples, se mais “simples” ou complexa que os tipos previstos para o exercício
de empresa. A diferença se dá no regime jurídico aplicável e na forma de
exercício de uma atividade, não na complexidade da sociedade em si.

A natureza das sociedades simples é contratual, de acordo com o artigo 997 do


CC, desenvolvem atividades de natureza científica, literária ou artística, que não
são consideradas empresariais, salvo se o exercício dessas atividades constituir
elemento de empresa, conforme visto na aula anterior.

Nos trinta dias subsequentes à sua constituição, a sociedade deverá requerer


a inscrição do contrato social no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de
sua sede.

Podem, sim, as sociedades simples instituir sucursal, filial ou agência na


circunscrição de outro Registro Civil das Pessoas Jurídicas, a sociedade simples
deverá inscrevê-la neste registro, com a prova da inscrição originária da sede. E
a constituição da sucursal, filial ou agência deverá ser averbada no Registro
Civil da respectiva sede (art. 1.000).

Art. 1.000. A sociedade simples que instituir sucursal, filial ou agência na


circunscrição de outro Registro Civil das Pessoas Jurídicas, neste deverá
também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária.

A letra b também está incorreta. Próximo item.

Letra c: c) estabeleceu que o excesso de poderes dos administradores pode ser


oposto contra terceiro, provando-se que a limitação era conhecida deste.

Gravemos o seguinte para a prova: sendo o contrato social silente, os


administradores podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da
sociedade, salvo a venda ou a oneração de imóveis, haja vista que dependem
da decisão da maioria dos sócios, exceto, neste caso, se a operação com
imóveis constituir o próprio objeto da sociedade (art. 1.015).

Pois bem, se os administradores agirem com excesso de poderes, a sociedade


pode opor esse argumento a terceiros que a acionem para se ressarcirem de
eventuais danos, de modo a se eximir de indenizar os prejudicados. Haverá,
assim, responsabilidade pessoal do administrador.

Todavia, para que essa teoria ultra vires ocorra, a sociedade deve provar a
ocorrência de pelo menos uma das seguintes hipóteses, previstas no artigo
1.015, par. único do CC:

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- a limitação de poderes do administrador estava inscrita ou averbada no


registro próprio da sociedade, situação em que os terceiros não poderão alegar
desconhecimento da exata extensão dos poderes do administrador;
- foi provado que os terceiros conheciam a limitação de poderes, ainda que não
averbada; ou
- a transação entre os terceiros e a sociedade configurava operação nitidamente
estranha aos negócios da sociedade.

Portanto, a questão c está correta.

A letra d está incorreta. Não existe esse quórum. Gravem: não existe quórum
de 2/3 para as sociedades simples. As modificações do contrato social
referentemente às matérias indicadas no artigo 997 dependem do
consentimento unânime dos sócios (artigo 999), sendo certo que as demais
alterações podem ser deliberadas pela maioria absoluta de votos, isto é, por
sócios que representem mais da metade do capital social, salvo cláusula
contratual que exija quórum superior.

Por fim, a letra e é incorreta, uma vez que, se os bens da sociedade não lhe
cobrirem as dívidas, respondem os sócios pelo saldo, na proporção em que
participem das perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária (CC,
art. 1.023).

Gabarito  C.

23. (Procurador do Ministério Público do Trabalho/2007) A sociedade em


nome coletivo é uma sociedade de:

a) capital;
b) pessoas e de capital;
c) de pessoas;
d) mista;
e) não respondida.

Comentários

Alguns aspectos que importam para a prova sobre a sociedades em nome


coletivo ficaram pra trás. São eles:

1) Não se admite a participação de incapazes como sócios, posto que nestas


sociedades o sócio tem contribuição não só pessoal, mas, também,
patrimonial, e os incapazes não podem se obrigar.

2) Os sócios podem disciplinar suas relações do modo que lhe aprouverem,


contudo, a condição é que não desnaturem o tipo escolhido (que é a própria
SNC).

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3) É uma sociedade de pessoas, que depende do consentimento dos outros


sócios para que estranhos entrem no quadro social. Esquematizemos o
seguinte:

ESQUEMA PARA A PROVA

Sociedades em nome coletivo e sociedades em comandita simples 


Sociedades de Pessoas.
Sociedade Limitada  Pode ser sociedade de pessoa ou de capital.
Sociedade anônima e em comandita por ações  Sempre sociedades de
capital.

4) Aplicam-se às SNC as normas das sociedades simples, subsidiariamente.

Gabarito  C.

24. (CESPE/OAB/2009) A respeito da classificação das sociedades em


simples e empresárias, bem como da relação prevista em lei entre os tipos
societários pertencentes a cada um desses grupos, é correto afirmar que as
regras legais relativas à sociedade simples

a) são subsidiárias a todos os tipos societários.


b) aplicar-se-ão à sociedade limitada se o respectivo contrato social não
estabelecer a regência supletiva das normas sobre sociedade anônima.
c) são subsidiárias apenas à sociedade em nome coletivo e à sociedade em
comandita simples.
d) são subsidiárias às da sociedade cooperativa, e as regras relativas à
sociedade limitada são subsidiárias às demais sociedades empresárias,
especialmente a sociedade anônima.

Comentários

A letra a está incorreta.

Para as sociedades em conta de participação, havendo omissão do capítulo


específico, aplicam-se as normas da sociedade simples (CC, art. 996). O mesmo
vale para a sociedade em comum (CC, art. 986), exceto se a sociedade em
comum for se organizar pelo tipo sociedade por ações, quando prevalecerá as
regras da Lei 6.404/76.

A sociedade em nome coletivo também é regida supletivamente pelas normas


das sociedades simples (CC, art. 1.040).

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Já a sociedade em comandita simples rege-se, prioritariamente, na omissão,


pelas regras da sociedade em nome coletivo, aplicando-se-lhes em seguida as
normas das sociedades simples.

As limitadas podem reger-se tanto pelas normas das sociedades simples como
pelas normas das SAs, se assim previsto expressamente (CC, art. 1.053, caput
e parágrafo único).

As cooperativas regem-se pelo disposto no Código Civil, para si, e pela


legislação especial (CC, art. 1.093) e, no que a lei for omissa, pelas disposições
das sociedades simples (CC, art. 1.094).

A sociedade anônima rege-se pela legislação especial, aplicando se a elas, nos


casos omissos a legislação do Código.

Vê-se, assim, que as sociedades em comum, quando forem constituídas sob o


tipo sociedade por ações, e as sociedades limitadas que assim expressamente
prevejam não serão regradas pelas normas das Sociedades Simples no caso de
omissão.

Gabarito  B.

25. (CESPE/OAB/2009) Nas sociedades em nome coletivo,

a) os sócios podem ser pessoas físicas ou jurídicas.


b) o falecimento de sócio implica a liquidação das quotas do falecido, caso o
contrato social seja omisso a tal respeito.
c) a administração pode competir a sócio ou a terceiro designado pelos sócios.
d) os sócios respondem, de forma subsidiária e limitada à integralização de
suas quotas, pelas obrigações sociais.

Comentários

Dissemos que:

Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em


nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente,
pelas obrigações sociais.

Assim, a assertiva a está incorreta. Somente pessoas físicas podem ser sócias
nas sociedades em nome coletivo.

A alternativa d erra pelo mesmo motivo. A responsabilidade é solidária e


ilimitada pelas obrigações sociais.

A letra c também erra. Dissemos que:

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Art. 1.042. A administração da sociedade compete exclusivamente a sócios,


sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os
necessários poderes.

A letra b é o gabarito, já que dispõe o Código Civil que:

Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo:

I - se o contrato dispuser diferentemente;


II - se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade;
III - se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio
falecido.

Gabarito  B.

26. (ESAF/Auditor Fiscal/ISS RJ/2010) Para o direito empresarial, assinale


abaixo a opção que contém uma sociedade empresária personificada.

a) Sociedade cooperativa.
b) Sociedade em conta de participação.
c) Sociedade simples.
d) Sociedade em comum.
e) Sociedade anônima.

Comentários

As sociedades em comum e em conta de participação são não personificadas.

A sociedade cooperativa, independentemente do objeto, será sempre sociedade


simples (CC, art. 982, parágrafo único).

Já a sociedade anônima é personificada empresária, independentemente do


objeto (CC, art. 982, parágrafo único).

Gabarito  E.

27. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2012) São sociedades


empresárias, independentemente do objeto, exceto:

a) sociedades em comandita por ações.


b) companhias de economia mista.
c) subsidiárias integrais.
d) sociedades anônimas.
e) sociedades limitadas.

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Comentários

As sociedades por ações (que compreendem as sociedades anônimas e


sociedades em comanditas por ações) são sempre sociedades empresárias,
ainda que possuam fins pios. Ao revés, as cooperativas são sempre
sociedades simples. É este o comando do artigo 982, par. único do CC.

As sociedades de economia mista também são sociedades anônimas, conforme


dispõe o artigo 235 da Lei 6.404/76.

Já a subsidiária integral também está prevista na Lei 6.404/76, que prega que a
companhia pode ser constituída, mediante escritura pública, tendo como
ÚNICO ACIONISTA SOCIEDADE BRASILEIRA (LSA, art. 251).

Trata-se, pois, a subsidiária integral de espécie de sociedade unipessoal, isto é,


que possui um único acionista.

Resta, pois, a alternativa e, que é o nosso gabarito.

A sociedade pode ser simples ou empresária. Sendo empresária, poderá se


constituir sob as seguintes formas:

- Sociedade em nome coletivo;


- Sociedade em comandita simples;
- Sociedade limitada;
- Sociedade em comandita por ações;
- Sociedade anônima.

Em se tratando de sociedade simples podem assumir a forma de organização de


um dos tipos societários destinados às sociedades empresárias previstos no
novo Código Civil. Mas nem todos, posto que as sociedade em comandita por
ações e a sociedade anônima, que são tipos de sociedades por ações, sempre
serão sociedades empresárias.

Todavia, caso não opte a sociedade simples por qualquer destes tipos, sujeitar-
se-á às regras peculiares às sociedades simples, que estão previstas no Código
Civil (chamada de sociedade simples pura ou simples simples).

Portanto, ficamos assim, para as sociedades simples:

- Adota a forma de sociedade simples pura, com as regras que lhes são
próprias.
- Adota a forma de uma sociedade empresária (mas nem todas):

- Sociedade em nome coletivo;


- Sociedade em comandita simples; e

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- Sociedade limitada.

Gabarito  E.

28. (FCC/Agente Fiscal de Rendas SP/2009) Nas sociedades limitadas,


quando a maioria dos sócios, representativa de mais da metade do capital
social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da
empresa, por atos de gravidade inegável,

(A) poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social,


desde que prevista neste a exclusão por justa causa.
(B) deverá promover a dissolução total da sociedade, independentemente de
ação judicial, para exclusão dos sócios.
(C) terá de propor, necessariamente, ação de dissolução parcial da sociedade,
sob pena de responder solidariamente pelos prejuízos sofridos por terceiros.
(D) deverá excluí-los da sociedade, independentemente de previsão contratual,
pagando ao excluído o valor nominal de suas cotas.
(E) poderá depositar judicialmente os créditos dos sócios faltosos, afastando-os
da administração da sociedade, mas não poderá excluí-los do quadro societário,
por ferir o direito de propriedade.

Comentários

Indaguemos, no caso concreto, se cabe a exclusão extrajudicial. Analisando a


letra a da questão conjugada com o enunciado, abstraímos que são estes os
dados: a) maioria dos sócios, mais da metade do capital social; b) atos de
gravidade inegável; c) alteração no contrato social; d) previsão no contrato por
justa causa.

Quais os requisitos que dissemos que devem estar presentes?

REQUISITOS PARA A EXCLUSÃO EXTRAJUDICIAL


1) Previsão no contrato social;
2) Ato de gravidade praticado por parte do sócio;
3) Assembléia ou reunião específica para este fim;
4) Aviso ao sócio para fins de exercer contraditório e ampla defesa;
5) Quórum de maioria absoluta do capital social para a exclusão.

Portanto, procede o texto da letra a, com a exclusão extrajudicial. Resta


desnecessária a exclusão pela via judicial ou a dissolução da sociedade.

Gabarito  A.

29. (FCC/Analista Banco Central/2006) As deliberações dos sócios de


sociedades limitadas

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a) revestem-se de formalidades rígidas previstas na lei, as quais não podem ser


alteradas pela vontade dos sócios.
b) regem-se subsidiariamente pelas disposições aplicáveis às sociedades
anônimas, independentemente do que dispuser o contrato social.
c) podem assumir as formas de reunião de sócios nos casos de sociedades de
pequeno porte, assim definidas as que possuírem faturamento inferior a R$
20.000.000,00 (vinte milhões de reais) no exercício anterior.
d) podem assumir as formas de assembléia ou de reunião de sócios, a
depender exclusivamente do número de sócios da sociedade e do disposto no
contrato social.
e) cabem nas matérias expressamente definidas na lei, que também define os
respectivos quóruns de deliberação, não podendo o contrato social dispor a
respeito.

Comentários

Segundo o artigo 1.072 do Código Civil:

Art. 1.072. As deliberações dos sócios, obedecido o disposto no art. 1.010,


serão tomadas em reunião ou em assembléia, conforme previsto no contrato
social, devendo ser convocadas pelos administradores nos casos previstos em
lei ou no contrato.

§ 1o A deliberação em assembléia será obrigatória se o número dos sócios for


superior a dez.

O gabarito da questão, portanto, é a letra d.

A reunião de sócios segue o rito previsto no contrato social (CC art. 1.072, §6o)
e, na sua omissão, o disposto para as assembleias.

A letra a e e, portanto, estão incorretas.

A letra b está incorreta, posto que as LTDAs, regem-se nas omissões pelo
disposto para as sociedades simples, salvo se houver previsão no contrato para
regência pela lei das SAs.

A letra c, por fim, está incorreta, posto que, segundo a Lei Complementar 123:

Art. 70. As microempresas e as empresas de pequeno porte são desobrigadas


da realização de reuniões e assembléias em qualquer das situações previstas na
legislação civil, as quais serão substituídas por deliberação representativa do
primeiro número inteiro superior à metade do capital social.

Ademais, a empresa de pequeno porte é aquela com capital superior a R$


240.000,00 e inferior a R$ 2.400.000,00.

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Gabarito  D.

30. (FCC/Analista Banco Central/2006) A exclusão do sócio minoritário da


sociedade limitada, em razão da infração dos deveres inerentes à condição de
sócio,

a) depende de prévia decisão judicial, em ação que deve ser ajuizada por todos
os demais sócios da sociedade e na qual seja demonstrada a prática de atos de
inegável gravidade e que possam colocar em risco a continuidade da empresa.
b) depende de prévia decisão judicial, em ação que deve ser ajuizada em nome
da sociedade, após autorização de sócios que representem, pelo menos, 3/4 do
capital do social, se menor quorum não for estabelecido no contrato social.
c) pode ser deliberada extrajudicialmente, desde que seja prevista tal
possibilidade no contrato social, haja aprovação de sócios representando mais
da metade do capital social e seja dada oportunidade ao sócio excluído para
apresentar sua defesa na reunião ou assembléia de quotistas convocada para
esse fim.
d) pode ser deliberada extrajudicialmente, em assembléia de quotistas
convocada especificamente para tal fim, mediante aprovação de sócios
representando pelos menos 3/4 dos quotistas presentes à assembléia.
e) pode ser deliberada pelos demais sócios, apenas na hipótese de não
integralização das quotas subscritas pelo sócio excluído.

Comentários

São requisitos para a exclusão extrajudicial de sócio minoritário:

REQUISITOS PARA A EXCLUSÃO EXTRAJUDICIAL

1) Previsão no contrato social;


2) Ato de gravidade praticado por parte do sócio;
3) Assembléia ou reunião específica para este fim;
4) Aviso ao sócio para fins de exercer contraditório e ampla defesa;
5) Quórum de maioria absoluta do capital social para a exclusão.

Gabarito, portanto, letra c.

Gabarito  C.

31. (FCC/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2014) A sociedade:

(A) simples constitui-se mediante contrato escrito, necessariamente público,


que conterá as cláusulas livremente estipuladas pelas partes e mais as
previstas em lei.

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(B) que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e
seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade
empresária, pode, cumpridas as formalidades legais, requerer inscrição no
Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de
inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade empresária.
(C) que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário,
independentemente de registro, salvo as exceções expressas, considera-se
empresária; as demais são sociedades simples.
(D) limitada pode ser considerada empresária, independentemente de seus
objeto; e, simples, a cooperativa.
(E) adquire personalidade jurídica com o início efetivo de suas atividades
empresariais ou como prestadora de serviços.

Comentários

Comentemos item a item...

(A) simples constitui-se mediante contrato escrito, necessariamente


público, que conterá as cláusulas livremente estipuladas pelas partes e
mais as previstas em lei.

Item incorreto. O contrato pode ser particular ou público.

Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou


público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:

I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se


pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios,
se jurídicas;
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender
qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em
serviços;
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus
poderes e atribuições;
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações
sociais.

(B) que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário


rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos
de sociedade empresária, pode, cumpridas as formalidades legais,
requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da sua
sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os
efeitos, à sociedade empresária.

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Este é o nosso gabarito. Segundo o Código Civil:

Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de
empresário rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos
tipos de sociedade empresária, pode, com as formalidades do art. 968, requerer
inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que,
depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade
empresária.

(C) que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário,


independentemente de registro, salvo as exceções expressas,
considera-se empresária; as demais são sociedades simples.

Item incorreto. Segundo o Código Civil:

Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade


que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a
registro (art. 967); e, simples, as demais.

(D) limitada pode ser considerada empresária, independentemente de


seu objeto; e, simples, a cooperativa.

Item incorreto. Segundo o Código Civil, art. 982:

Art. 982, parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se


empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.

A sociedade limitada pode ser simples ou empresária, a depender da maneira


como explore seu objeto.

(E) adquire personalidade jurídica com o início efetivo de suas


atividades empresariais ou como prestadora de serviços.

Item incorreto. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição.

Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no


registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos (arts. 45 e
1.150).

Gabarito  B.

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QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1. (FCC/Titular de Serviços Notariais/TJ/PE/2013) O contrato social da


sociedade limitada mencionará

a) as pessoas naturais ou jurídicas incumbidas da administração da sociedade.


b) as quotas, com ou sem valor nominal, de cada sócio no capital social.
c) se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
d) a firma social ou denominação, integradas pela palavra final “limitada”.
e) as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em
serviços.

2. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT 6ª/2013) Em relação à sociedade limitada é


correto afirmar:

a) Na omissão do contrato, a destituição de sócio nomeado administrador no


contrato social, somente se opera pela aprovação de titulares de quotas
correspondentes, no mínimo, a mais da metade do capital social.
b) Só pode adotar firma social, integrada pela palavra final "limitada" ou sua
abreviatura.
c) Na omissão do contrato, o sócio pode ceder suas quotas, a quem já seja
sócio, ou a estranho, se houver expressa anuência de todos os sócios.
d) A administração da sociedade poderá ser exercida por pessoas naturais ou
jurídicas, sócias da sociedade.
e) É vedada contribuição que consista em prestação de serviços.

3. (FGV/Auditor Fiscal/SEFAZ/RJ/2008) A Sociedade Limitada XYZ resolve


incentivar seus antigos empregados, e seu principal quotista resolve criar cotas
preferenciais, para distribuí-las àqueles que completassem dez anos de serviço,
mediante o pagamento em 10 parcelas. As cotas não teriam direito a voto, mas
fariam jus a uma participação nos lucros sempre 10% a mais que as cotas
ordinárias. Essas cotas seriam criadas porque, de acordo com o advogado da
sociedade, haveria aplicação supletiva das normas da Lei das Sociedades
Anônimas, Lei 6.404/76, prevista no contrato social.

De acordo com o Código Civil, seria possível a criação de cotas preferenciais


com aquelas características na Sociedade Limitada XYZ? Assinale a alternativa
que responda corretamente à pergunta acima.

a) Somente em razão da aplicação supletiva da Lei 6.404/76, autorizada pelo


art. 1053, seria possível a criação de cotas preferenciais.
b) O Código Civil não veda, expressamente, a criação de cotas preferenciais;
portanto, estaria autorizada a criação daquela espécie de cota.

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c) O Código Civil permite a criação de cotas iguais ou desiguais, de acordo com


o art. 1055; dessa forma, não há qualquer vedação à criação de cotas
preferenciais.
d) De acordo com o sistema do Código Civil, não seria possível a criação de
cotas preferenciais, porque todas as cotas devem ser iguais, não se permitindo
qualquer desigualdade entre elas.
e) Não haveria mais no Código Civil a possibilidade de criação de cotas sem
direito a voto de acordo com a aplicação do art. 1072 combinado com o caput
do artigo 1010.

4. (FGV/Auditor Fiscal/SEFAZ/RJ/2008) A sociedade limitada XPTO,


necessitando de capital para a expansão de seu parque industrial, ao invés de
realizar um aumento de capital social, solicitando aporte de recursos de seus
sócios, decide fazer um emissão de debêntures simples, sem cláusula de
conversibilidade, para aquisição de investidores de grande porte, cuja
distribuição seria feita por seus próprios gerentes em seus escritórios.

Seria legal e regular a emissão particular de debêntures simples por uma


sociedade limitada?

Assinale a alternativa que responda corretamente à pergunta acima.

(A) As sociedades limitadas poderiam emitir debêntures, somente se o contrato


social expressamente contemplasse cláusula específica autorizando sua
emissão, ou contivesse cláusula de regência supletiva das normas da sociedade
anônima.
(B) Somente as sociedades anônimas podem emitir debêntures, todos os outros
tipos societários não podem fazê-lo, porque existe vedação legal.
(C) As sociedades limitadas só podem fazer emissões particulares de
debêntures, jamais emissões públicas, como no caso da emissão prevista no
enunciado da questão.
(D) Como não existe qualquer vedação legal expressa em relação à emissão de
debêntures por parte das sociedades limitadas, elas poderiam emitir esse valor
mobiliário, mas somente para um grupo determinado de pessoas.
(E) Não poderia haver a emissão de debêntures por uma sociedade limitada,
porque se trata de um instituto incompatível com esse tipo societário, mesmo
que houvesse cláusula específica no contrato social.

5. (FGV/Auditor Fiscal/SEFAZ RJ/2010) Com relação às sociedades


limitadas, assinale a afirmativa incorreta:

a) Salvo estipulação em contrário, nas omissões do capítulo do Código Civil que


trata das sociedades limitadas, aplicam-se as regras da sociedade simples
também dispostas no Código Civil.
b) Admite-se, na sociedade limitada, a contribuição do sócio que consista em
prestação de serviços.

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c) Se autorizado pelo contrato social, a sociedade limitada pode ter


administrador não-sócio; inexistente esta autorização, só os sócios podem ser
administradores.
d) Se a sociedade limitada tiver no máximo 10 (dez) sócios, o contrato social
pode prever que as deliberações sejam tomadas em reunião de sócios e não em
assembleias.
e) Na sociedade limitada, é facultativa a instalação do Conselho Fiscal.

6. (FGV/Auditor Fiscal/SEFAZ RJ/2009) ABC Vidraçaria Ltda. é uma


sociedade cujo objeto social principal é a fabricação e comercialização de vidros
para fins industriais. Ela possui apenas três sócios e seu quadro societário tem
a seguinte configuração:

I. Antônio, titular de 80% das quotas sociais


II. Bernardo, titular de 10% das quotas sociais;
III. Carlos, titular de 10% das quotas sociais.

A administração da sociedade cabe a João, conforme designação no próprio


contrato social. O contrato social prevê ainda que as obrigações contraídas em
nome da sociedade que excederem a R$ 100.000,00 e a alienação de qualquer
bem essencial ao desenvolvimento das principais atividades sociais dependem
da deliberação de 80% do capital social.

Surgiu uma boa oportunidade para ABC Vidraçaria Ltda. firmar contrato de
trespasse dos bens e direitos relacionados com a fabricação de vidros.

Nesse negócio, a sociedade se obriga apenas se:

a) João assinar o contrato de trespasse, sem a prévia aprovação dos sócios.


b) Antônio assinar o contrato de trespasse.
c) João e Antonio assinarem conjuntamente o contrato de trespasse.
d) João assinar o contrato de trespasse com a aprovação prévia dos sócios
representantes de 80% do capital social de trespasse.
e) João, Antonio, Bernardo e Carlos assinarem o contrato de trespasse.

7. (FGV/Auditor Fiscal/SEFAZ/RJ/2011) No que tange aos tipos societários


presentes no Direito brasileiro, assinale a alternativa correta.

(A) Em uma sociedade em comandita simples, o sócio comanditário não é


obrigado à reposição de lucros recebidos de boa-fé e de acordo com o balanço.
(B) A sociedade em conta de participação adquire personalidade jurídica a partir
do registro do seu ato constitutivo perante o órgão competente.
(C) Em uma sociedade em nome coletivo, a administração pode ser exercida
por sócio ou por terceiro não sócio, desde que, nesse último caso, haja previsão
expressa no contrato social.

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(D) Uma sociedade anônima pode ser dissolvida por decisão judicial quando
provado que não pode preencher o seu fim, em ação proposta por acionistas
que representem, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) do capital social.
(E) Uma sociedade limitada pode optar por adotar como nome empresarial a
denominação ou a firma social. Em fazendo uso da denominação, o nome deve
ser composto do objeto da sociedade, não sendo permitido nela figurar o nome
de um ou mais sócios.

8. (FCC/Promotor de Justiça/MPE/AL/2012) Não são empresárias

a) as sociedades cooperativas.
b) as sociedades por ações que tenham por objeto a prestação de serviços.
c) quaisquer sociedades limitadas.
d) apenas as sociedades não personificadas.
e) as sociedades em nome coletivo, qualquer que seja o seu objeto.

9. (FCC/Auditor Fiscal/ISS SP/2012) Considere as proposições abaixo:

I) O sócio que, a título de quota social, transmitir domínio, posse ou uso,


responde pela evicção, e, pela solvência do devedor, aquele que transferir
crédito.
II) Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da
sociedade, senão depois de executados os bens sociais.
III) O sócio, admitido em sociedade já constituída, exime-se das dívidas sociais
anteriores à admissão.

a) Está correta apenas a afirmativa I.


b) Está correta apenas a afirmativa II.
c) Está correta apenas a afirmativa III.
d) Estão corretas apenas as afirmativas I e II.
e) Estão corretas apenas as afirmativas II e III.

10. (FCC/Auditor Fiscal/ISS SP/2012) Considere as proposições abaixo:

I) O contrato social pode excluir os sócios de participar dos lucros e perdas.


II) O alienante do estabelecimento, salvo autorização expressa, não pode fazer
concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência.
III) Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e
terceiros prejudicados, independentemente de culpa no desempenho de suas
fuções.

a) Está correta apenas a afirmativa I.


b) Está correta apenas a afirmativa II.
c) Está correta apenas a afirmativa III.
d) Estão corretas apenas as afirmativas I e II.
e) Estão corretas apenas as afirmativas II e III.

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11. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT/SE/2012) A falta de pluralidade de sócios é


causa de dissolução da sociedade, se não for reconstituída,

a) no prazo de 6 (seis) meses, todavia, o sócio remanescente, inclusive na


hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade,
poderá requerer, no Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação
do registro da sociedade para empresário individual ou para empresa individual
de responsabilidade limitada.
b) no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, todavia, o sócio remanescente,
inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua
titularidade, poderá requerer, no Registro Público de Empresas Mercantis, a
transformação do registro da sociedade para empresário individual ou para
empresa individual de responsabilidade limitada.
c) no prazo de 120 (cento e vinte) dias, não havendo possibilidade alguma de o
sócio remanescente concentrar todas as cotas da sociedade sob sua
titularidade.
d) contudo, o sócio remanescente poderá tornar-se sócio da própria sociedade,
que ainda não perdeu sua personalidade jurídica, por um prazo de até 5 (cinco)
anos, após o qual ela deverá entrar em liquidação.
e) entretanto, o sócio remanescente poderá alienar as cotas dos antigos sócios,
no prazo de 3 (três) meses, findo o qual a sociedade entrará em liquidação
automaticamente.

12. (FCC/Analista de Controle Externo/TCE/PR/2012) A sociedade


simples

(A) constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de


cláusulas estipuladas pelas partes, conterá requisitos previstos em lei.
(B) não necessita de inscrição de seu contrato social no Registro Civil das
Pessoas Jurídicas do local de sua sede.
(C) requer que as modificações do contrato social necessitem sempre do voto
da maioria absoluta de seus membros.
(D) é válida previsão contratual que exclua qualquer sócio de participar dos
lucros e perdas.
(E) admite livre substituição de sócio, no exercício das suas funções,
independentemente do consentimento dos demais sócios.

13. (FMP/Auditor Fiscal/ISS Porto Alegre/2012) Quanto à sociedade


simples é correto afirmar que

(A) os administradores respondem objetivamente pelos danos causados aos


sócios no desempenho de suas funções.
(B) o contrato social não pode conceder poderes irrevogáveis ao sócio investido
na administração por cláusula expressa do contrato.
(C) é nula a cláusula que contratual que exclua qualquer sócio de participar dos
lucros e das perdas da sociedade.

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(D) a modificação do contrato social por cessão das quotas de um dos sócios
independe do consentimento dos demais.
(E) se o contrato social silenciar, a administração pertence a quem detenha o
maior número de quotas.

14. (Fundação Dom Cintra/Auditor Fiscal/ISS BH/2012) A sociedade em


comandita simples se encerra de pleno direito quando a falta de uma das
categorias de sócio perdurar por período maior, em dias, que:

A) 180
B) 150
C) 120
D) 90
E) 60

15. (FCC/Juiz de Direito/TJ/GO/2012) Em relação à sociedade limitada,

a) a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas


todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
b) sua administração se dá necessariamente pelo sócio com maior número de
quotas sociais.
c) é vedada a administração por meio de não sócios, dada sua natureza
pessoal.
d) o uso da firma ou denominação social é extensivo a todos os sócios que a
integram.
e) semestralmente, procede-se à elaboração do inventário, do balanço
patrimonial e do balanço de resultado econômico.

16. (FCC/Procurador Municipal de Manaus/2006) Com relação à sociedade


em comandita simples, de acordo com o Código Civil, é correto afirmar que:

a) os comanditados, pessoas físicas, são responsáveis subsidiariamente e


limitadamente pelas obrigações da empresa.
b) pode o comanditário ser constituído procurador da sociedade, para negócio
determinado e com poderes especiais.
c) os comanditários, pessoas físicas, são responsáveis solidariamente e
ilimitadamente pelas obrigações sociais.
d) não pode o comanditado praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na
firma social, sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da
sociedade.
e) aos comanditários cabem os mesmos direitos e obrigações dos sócios da
sociedade em nome coletivo.

17. (FCC/Auditor Fiscal/ISS SP/2007) A sociedade personificada, própria


de atividades empresariais e em que todos os sócios são solidariamente e
ilimitadamente responsáveis pelas dívidas sociais é denominada sociedade

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a) de capital e indústria.
b) simples.
c) em comandita simples.
d) em comum.
e) em nome coletivo.

18. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2006) As sociedades cooperativas

a) caracterizam-se por serem de natureza mutualística.


b) têm capital fixo ou variável.
c) não têm capital, pois usam os bens dos seus cooperados.
d) são consideradas sociedades empresárias para todos os fins de direito.
e) podem operar exclusivamente na atividade agrícola e agropecuária.

19. (FCC/OAB ES/2005) Assinale a assertiva correta sobre as sociedades


cooperativas.

a) Na sociedade cooperativa cada sócio tem direito a um só voto nas


deliberações, tendo ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de
sua participação.
b) Na sociedade cooperativa cada sócio terá direito a voto proporcionalmente à
sua participação no capital da sociedade.
c) Na sociedade cooperativa não é dispensável o capital social.
d) Na sociedade cooperativa a responsabilidade dos sócios não poderá ser
limitada.

20. (ESAF/Auditor Fiscal da Receita Estadual do Ceará/1998) Têm


responsabilidade subsidiária e solidária os sócios:

a) comanditados, nas sociedades em comandita.


b) comanditários, nas sociedades em comandita.
c) ocultos, nas sociedades em conta de participação.
d) de indústria, nas sociedades de capital e indústria.
e) gerentes, nas sociedades por quotas de responsabilidade limitada.

21. (CESPE/JUIZ FEDERAL TRF 5.ª REGIÃO/2006) Três irmãos são sócios
de determinada sociedade em nome coletivo. Lana, administradora, contraiu
consideráveis dívidas em nome da sociedade, sem o consentimento dos demais
irmãos sócios. Nessa situação, sendo a responsabilidade de Lana solidária e
ilimitada, ela pode responder pelas referidas dívidas com suas quotas, mesmo
antes de executados os bens da sociedade.

22. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2003) Ao instituir a sociedade


simples, o Novo Código Civil

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a) adotou uma forma societária de estrutura menos complexa, própria para a


microempresa.
b) determinou que ela não pode ter filiais ou agências.
c) estabeleceu que o excesso de poderes dos administradores pode ser oposto
contra terceiro, provando-se que a limitação era conhecida deste.
d) permitiu que os poderes conferidos aos administradores pelo contrato social,
poderão ser alterados por voto de dois terços dos sócios.
e) impediu que os bens particulares dos sócios possam ser executados por
dívidas sociais, exceto os créditos trabalhistas e fiscais.

23. (Procurador do Ministério Público do Trabalho/2007) A sociedade em


nome coletivo é uma sociedade de:

a) capital;
b) pessoas e de capital;
c) de pessoas;
d) mista;
e) não respondida.

24. (CESPE/OAB/2009) A respeito da classificação das sociedades em


simples e empresárias, bem como da relação prevista em lei entre os tipos
societários pertencentes a cada um desses grupos, é correto afirmar que as
regras legais relativas à sociedade simples

a) são subsidiárias a todos os tipos societários.


b) aplicar-se-ão à sociedade limitada se o respectivo contrato social não
estabelecer a regência supletiva das normas sobre sociedade anônima.
c) são subsidiárias apenas à sociedade em nome coletivo e à sociedade em
comandita simples.
d) são subsidiárias às da sociedade cooperativa, e as regras relativas à
sociedade limitada são subsidiárias às demais sociedades empresárias,
especialmente a sociedade anônima.

25. (CESPE/OAB/2009) Nas sociedades em nome coletivo,

a) os sócios podem ser pessoas físicas ou jurídicas.


b) o falecimento de sócio implica a liquidação das quotas do falecido, caso o
contrato social seja omisso a tal respeito.
c) a administração pode competir a sócio ou a terceiro designado pelos sócios.
d) os sócios respondem, de forma subsidiária e limitada à integralização de
suas quotas, pelas obrigações sociais.

26. (ESAF/Auditor Fiscal/ISS RJ/2010) Para o direito empresarial, assinale


abaixo a opção que contém uma sociedade empresária personificada.

a) Sociedade cooperativa.
b) Sociedade em conta de participação.

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c) Sociedade simples.
d) Sociedade em comum.
e) Sociedade anônima.

27. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2012) São sociedades


empresárias, independentemente do objeto, exceto:

a) sociedades em comandita por ações.


b) companhias de economia mista.
c) subsidiárias integrais.
d) sociedades anônimas.
e) sociedades limitadas.

28. (FCC/Agente Fiscal de Rendas SP/2009) Nas sociedades limitadas,


quando a maioria dos sócios, representativa de mais da metade do capital
social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da
empresa, por atos de gravidade inegável,

(A) poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social,


desde que prevista neste a exclusão por justa causa.
(B) deverá promover a dissolução total da sociedade, independentemente de
ação judicial, para exclusão dos sócios.
(C) terá de propor, necessariamente, ação de dissolução parcial da sociedade,
sob pena de responder solidariamente pelos prejuízos sofridos por terceiros.
(D) deverá excluí-los da sociedade, independentemente de previsão contratual,
pagando ao excluído o valor nominal de suas cotas.
(E) poderá depositar judicialmente os créditos dos sócios faltosos, afastando-os
da administração da sociedade, mas não poderá excluí-los do quadro societário,
por ferir o direito de propriedade.

29. (FCC/Analista Banco Central/2006) As deliberações dos sócios de


sociedades limitadas

a) revestem-se de formalidades rígidas previstas na lei, as quais não podem ser


alteradas pela vontade dos sócios.
b) regem-se subsidiariamente pelas disposições aplicáveis às sociedades
anônimas, independentemente do que dispuser o contrato social.
c) podem assumir as formas de reunião de sócios nos casos de sociedades de
pequeno porte, assim definidas as que possuírem faturamento inferior a R$
20.000.000,00 (vinte milhões de reais) no exercício anterior.
d) podem assumir as formas de assembléia ou de reunião de sócios, a
depender exclusivamente do número de sócios da sociedade e do disposto no
contrato social.
e) cabem nas matérias expressamente definidas na lei, que também define os
respectivos quóruns de deliberação, não podendo o contrato social dispor a
respeito.

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30. (FCC/Analista Banco Central/2006) A exclusão do sócio minoritário da


sociedade limitada, em razão da infração dos deveres inerentes à condição de
sócio,

a) depende de prévia decisão judicial, em ação que deve ser ajuizada por todos
os demais sócios da sociedade e na qual seja demonstrada a prática de atos de
inegável gravidade e que possam colocar em risco a continuidade da empresa.
b) depende de prévia decisão judicial, em ação que deve ser ajuizada em nome
da sociedade, após autorização de sócios que representem, pelo menos, 3/4 do
capital do social, se menor quorum não for estabelecido no contrato social.
c) pode ser deliberada extrajudicialmente, desde que seja prevista tal
possibilidade no contrato social, haja aprovação de sócios representando mais
da metade do capital social e seja dada oportunidade ao sócio excluído para
apresentar sua defesa na reunião ou assembléia de quotistas convocada para
esse fim.
d) pode ser deliberada extrajudicialmente, em assembléia de quotistas
convocada especificamente para tal fim, mediante aprovação de sócios
representando pelos menos 3/4 dos quotistas presentes à assembléia.
e) pode ser deliberada pelos demais sócios, apenas na hipótese de não
integralização das quotas subscritas pelo sócio excluído.

31. (FCC/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2014) A sociedade:

(A) simples constitui-se mediante contrato escrito, necessariamente público,


que conterá as cláusulas livremente estipuladas pelas partes e mais as
previstas em lei.
(B) que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e
seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade
empresária, pode, cumpridas as formalidades legais, requerer inscrição no
Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de
inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade empresária.
(C) que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário,
independentemente de registro, salvo as exceções expressas, considera-se
empresária; as demais são sociedades simples.
(D) limitada pode ser considerada empresária, independentemente de seus
objeto; e, simples, a cooperativa.
(E) adquire personalidade jurídica com o início efetivo de suas atividades
empresariais ou como prestadora de serviços.

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GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

QUESTÃO GABARITO
1 D
2 E
3 E
4 E
5 B
6 D
7 A
8 A
9 D
10 B
11 B
12 A
13 C
14 A
15 A
16 B
17 E
18 B
19 A
20 A
21 ERRADO
22 C
23 C
24 B
25 B
26 E
27 E
28 A
29 D
30 C
31 B

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