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MISSÃO
Promover o uso apropriado de P e K
nos sistemas de produção agrícola
AGRONÔMICAS
através da geração e divulgação de
informações científicas que sejam agronomicamente
corretas, economicamente lucrativas, ecologicamente N0 101 MARÇO/2003
responsáveis e socialmente desejáveis.
P
ara responder a essa pergunta devemos voltar para Microbiologia e Bioquímica do Solo ................... 7
1966, quando ocorreu o primeiro concurso nacio- Stanley Barber - in memoriam ............................. 8
nal de produtividade da soja nos EUA. Naquela épo-
Avaliação do potencial produtivo de sete
ca, o recorde de produtividade reconhecido estava na casa dos
variedades de cana-de-açúcar sob irrigação
4.000 kg/ha, com produtividades em parcelas de multiplicação
complementar ........................................................ 9
das Universidades e Estações Experimentais em torno de 3.000 a
4.000 kg/ha. Eu mesmo, em quatro anos de pesquisa com cultivo Potencial agrícola brasileiro, pelo USDA .......... 18
de soja na Universidade de Minnesota, jamais obtive mais do que 4o Simpósio sobre Rotação Soja/Milho no
3.500 kg/ha de produtividade em minhas parcelas de pesquisa. Plantio Direto ....................................................... 20
Você pode imaginar o choque quando os ganhadores do concurso
Ponto de vista ..................................................... 24
relataram 6.000 kg/ha. Esse foi só o começo. Em 1967, quatro agri-
cultores relataram produtividades acima de 6.000 kg/ha e em 1968, Encarte: Rendimento do milho no Brasil:
a barreira dos 6.700 kg/ha (100 bu/A) foi quebrada. chegamos ao máximo?
Francamente, muitas pessoas questionam a legitimidade
dessas produtividades. A atitude era se nós não fomos capazes
de obter produtividades tão altas na Estação Experimental, isso na parte central de Illinois. Eu queria ver como era um campo de
não pode ser feito. Porém, em 1967 eu tive a oportunidade de ir soja com produtividade de 5.000 a 6.000 kg/ha. O que eu vi foi
trabalhar no Serviço de Pesquisa Agrícola do Departamento de surpreendente. A soja alcançou uma altura de planta de mais de
Agricultura dos EUA como agrônomo responsável pelo Laborató- 150 cm antes de sofrer severo acamamento devido a uma tempes-
rio Regional de Soja, localizado na Universidade de Illinois. Como tade no início de agosto (no estádio R2 de crescimento). As plan-
eu era um agrônomo jovem, não me sentia tão na defensiva como tas ficaram literalmente prostradas no chão. Essas plantas não
alguns dos meus colegas mais velhos e tomei a atitude de que se obtiveram produtividades em torno de 5.000 a 6.000 kg/ha, mas
um produtor pode fazer algo que eu não consigo, eu vou me apro- sim em torno de 4.000 kg/ha.
ximar dele para ver o que eu posso aprender com ele. Como ocorre freqüentemente em pesquisa, a sorte (desco-
bertas por acaso) pode representar um importante papel nas des-
cobertas científicas. A chave para isto é ser um observador astuto
O ACAMAMENTO LIMITANDO A ALTA PRODUTIVIDADE
o suficiente para reconhecer a importância de uma observação.
Em 1967 eu tive a oportunidade de instalar um experimen- Este foi o caso nesse ensaio simples de produtividade de varieda-
to de produtividade com multiplicação de variedade em um dos de em Ashland, Illinois, em 1967. Devido ao acaso, duas das mul-
campos do vencedor do concurso, o Sr. John Reiser, em Ashland, tiplicações tiveram interrupção de seu crescimento, em termos de
1
Palestra apresentada no 3o Simpósio sobre Rotação Soja/Milho no Plantio Direto, promovido pela POTAFOS, Piracicaba, julho/2002.
2
Departamento de Agricultura dos EUA/Serviço de Pesquisa Agrícola, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Agrícola de Ohio, Wooster, Ohio. E-mail:
cooper16@osu.edu
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
MICROBIOLOGIA E BIOQUÍMICA DO SOLO ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
T
rata-se de mais um livro, de mais um grande livro está correlacionado com C, N e P totais em solo arável. Seria sufi-
que vem da Universidade Federal de Lavras, MG: ciente para caracterizar fertilidade?
Editora UFLA, Lavras, 625p. A Matéria orgânica do solo é assunto do Capítulo 5, o
No Brasil predominou ainda predomina o conceito que qual detalha sua origem, composição, transformação, ciclagem e
restringe fertilidade do solo ao aspecto químico ou físico-químico manutenção. A atividade de várias frações orgânicas do solo é
de reservatório e, às vezes, de dinâmica de nutrientes, com ou sem lembrada. Entre os metabólitos microbianos podem ter origem
planta no necessário. A fertilidade física é muito menos enfatizada, na própria planta são mencionados os transportadores de Fe, os
particularmente nas suas relações com a produtividade. A fertili- sideróforos, denominação restrita, substituída por outra genérica,
dade biológica em alguns aspectos como fixação biológica do metalóforo. As condições e as taxas de mineralização da matéria
nitrogênio, FBN tem recebido atenção crescente. Parece, porém, orgânica e a sua contribuição para a nutrição de planta são trata-
que não se percebeu ainda que as três fertilidades estão de mãos das. O Capítulo 5 termina um pouco abruptamente com alguns
dadas. Uma falha que o livro dos colegas de Lavras procura pre- parágrafos sobre matéria orgânica do solo e produtividade.
encher. São 10 capítulos, o mesmo número do decálogo das Tá- O Capítulo 6, Xenobióticos no Solo, contém trechos po-
buas da Lei, que vou comentar em seguida. lêmicos, ou pelo menos discutíveis, que vez por outra parecem
O Capítulo 1 trata do Histórico, Evolução e Tendências, desfazer a sagrada aliança das três fertilidades. Xenobióticos
começando com Liebig, passando por Pasteur e chegando à Gené- quer dizer literalmente compostos estranhos à vida. Nem todos
tica Molecular. Mencione-se que o Brasil não foi omitido. É lem- são agroquímicos ou, palavra feia, agrotóxicos. Tais produtos
brada a contribuição de Álvaro Barcelos, embora o seu nome com- quando mal usados a condição deve ser sublinhada podem
pleto tenha sido esquecido faltou o Fagundes. A Grande Dama contaminar ou poluir o ambiente. Ao contrário do que fazem os
da FBN, Johanna Dobereiner, tem sua contribuição destacada. Uma extremistas do ambiente, pertencentes ou não às ONGs, Moreira
tabela muito didática resume o histórico datas, nomes e feitos. & Siqueira não colocam os adubos minerais na lista dos xenobió-
Os organismos do solo são discutidos no Capítulo 2: da ticos. O impacto desses compostos antropogênicos na vida do solo
classificação à filogenia e alguns aspectos metabólicos. Aparece e seu reflexo na da planta é discutido, bem como as medidas dis-
uma definição da quimiolitotrofia que não me parece correta: ha- poníveis para o seu abatimento no ambiente ou na biosfera.
bilidade de usar energia de compostos inorgânicos. Não é bem Os ciclos do C, do N, do S e a dinâmica dos metais pesados
assim. Microrganismos autotróficos Nitrossomonas, Nitrobacter, no solo são objeto do Capítulo 7. Além de detalhes dos processos
entre outros usam a energia disponível na oxidação de um é apresentada a quantificação dos dois primeiros ciclos. A meu
substrato mineral, NH4+ e NO2- no caso, para fazer trifosfato de ver, o ciclo do P deveria ter sido mais detalhado já que esse ele-
adenosina, gerar o poder redutor, e transformar CO2 em carboi- mento é uma das minhas teses ecológicas favoritas é o fator
dratos fosforilados de modo semelhante ao que a planta verde que determinará os limites de crescimento da humanidade, quer
faz na fotossíntese. Nos dois microrganismos mencionados estão prevaleça a aritmética de coelhos de Mário Henrique Simonsen
presentes as duas vias C3 e C4. O Capítulo 2, como os demais, ou outra aritmética qualquer.
está ricamente ilustrado com figuras e gráficos muito claros. O Capítulo 8 trata, de modo muito resumido, de rizosfera e
A Ecologia do solo, assunto do Capítulo 3, mostra a re- de população microbiana que a acompanha, do papel da planta
lação entre as três fertilidades a que me referi no início. O papel sobre ele e dele sobre a cultura. O assunto é de grande interesse
dos microrganismos na formação e estabilidade de agregados é nos últimos anos e mereceria mais detalhes, particularmente nas
resumido. As mudanças na disponibilidade de elementos em fun- suas implicações com a mobilidade de nutrientes e de elementos
ção da variação no pH e no potencial de redox são discutidas. São tóxicos (como alumínio). Os trabalhos da Escola de Marschner
apresentados detalhes sobre os métodos para avaliação da biota do não são citados, o que é uma pena, possivelmente porque o enfoque
solo dos microrganismos às minhocas. é mais microbiano.
O Capítulo 4 cobre Metabolismo e biomassa microbiana. A Fixação biológica de nitrogênio atmosférico é assunto
É iniciado com o processo de fotossíntese o processo mais im- do Capítulo 9, que trata do processo que, no caso das leguminosas,
portante do planeta fonte de energia armazenada para todos os começa com um diálogo molecular e termina com uma troca de
seres vivos, inclusive o homem. Mas haveria na natureza processo favores: carbono por nitrogênio fixado. Depois de descrever o sis-
mais importante e menos importante? É introduzido o conceito de tema de nitrogenase (Nase) é apresentada uma tabela exaustiva
Índice Biológico de Fertilidade, IBF, em que as variáveis são as contendo a classificação das bactérias e cianobactérias diazotróficas
atividades de duas enzimas, deshidrogenase e catalase. O índice envolvidas no processo, livres, simbióticas ou em associações
1
Pesquisador, CENA-USP, Caixa Postal 96, CEP 13400-970, Piracicaba-SP. Telefone: (19) 3429-4695, e-mail: mala@cena.usp.br
N
o fim do ano passado um agrônomo de fama mun- Ícones deixam para trás marcas significativas. Elas não são
dial um ícone deixou este mundo. Sempre me difíceis de achar porque serão referências na literatura científica,
entristece saber da perda de um cientista eminente. aparecerão nas revistas agrícolas populares, e serão mencionadas
Embora eu não o conhecesse muito bem, eu conhecia seu por aqueles que ensinam.
trabalho, e ele foi significativo. Suas contribuições para a ciência É minha suspeita que a maior parte dos que leram esta
do solo foram muitas. Ao refletir sobre seu passamento, meu pri- revista está familiarizada com o trabalho do Dr. Stanley Barber.
meiro pensamento é o de que nossa profissão não será capaz de Alguns o conheceram pessoalmente. Todos receberam o impacto
substituí-lo. das contribuições que ele fez para a nossa ciência. Ele foi verda-
Como você preenche o vazio quando um grande se vai? deiramente um ícone, alguém que pôs sua marca. Todos sabem
Depois de ponderar a pergunta por algum tempo, ocorreu-me que que ele passou por nós.
grande parte do progresso consiste em adaptar-se à perda. Ícones O trecho entre aspas é a tradução do artigo Icon or not,
aparecem, dão sua contribuição e então se vão para ser substituí- leave your mark de B.C. Darst, que apareceu na revista Better
dos por outros. A profissão de Agronomia também continuará. É Crops with Plant Food, no 1 de 2003, p.24.
assim que a sociedade funciona e a Agronomia é um microcosmo Stanley A. Barber, que conheci pessoalmente numa de suas
da sociedade. viagens ao Brasil, era Professor Emérito de Agronomia da Uni-
Nem todos nós conseguiremos a grandeza. Entretanto, po- versidade de Purdue, West Lafayette, Indiana, EUA.
dem fazer o possível para que nosso talento conte, não interessa
O seu trabalho é marcado pela preocupação de esclarecer a
qual possa ser a posição ou onde nos colocamos na profissão que
maneira pela qual os elementos entram em contato com a raiz nas
escolhemos. Nós devemos a nós mesmos e àqueles que nos cer-
condições de solo, quais os fatores que podem limitar a absorção,
cam caminhar aquele quilômetro extra. Aqueles que estendem seu
e o que fazer para garantir o maior aproveitamento possível dos
talento ao máximo podem não acabar sendo um ícone, mas serão
nutrientes do próprio solo e dos adicionados como adubo.
respeitados e deixarão sua marca... e cada um de nós deve deixar
sua marca. Do contrário, como poderão aqueles que nos seguirem Teve vários discípulos brasileiros, especialmente colegas
saber que por aqui passamos? do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
Deixar uma marca significa que o seu trabalho vale algu- Seu livro, já na 2a edição, Soil nutrient bioavailability a
ma coisa para a sua profissão. Pode ser ensino ou pesquisa, quem mechanistic approach é um clássico que deve ser lido por todos
sabe escrever... ou vender adubo. Qualquer que seja, é digno, ou- os que estudam o sistema solo-planta.
tros tomá-lo-ão e o usarão para fazer coisas melhores do que antes. As lições e o exemplo de Barber não serão esquecidos.
A
cultura da cana-de-açúcar é de grande importân- doses de 150 e 165 kg ha-1, respectivamente, e até o início do perío-
cia sócio-econômica e ambiental para o país, do chuvoso a cana recebeu irrigação complementar de 100 mm.
constituindo-se em um dos principais agronegócios Em maio de 2002 realizou-se a colheita da cana de primeira rebrota,
brasileiros. Além de ser utilizada para a produção de açúcar, ál- amostrando-se, dentro de cada talhão, seis áreas de 1,4 m2. As
cool e energia elétrica, na atualidade, a cana-de-açúcar tem atraí- plantas foram cortadas rente ao solo e após a determinação da
do ainda mais atenção dos pecuaristas para a sua utilização como matéria fresca o material vegetal foi passado em picadeira de for-
forragem. Dois fatores contribuem para o interesse da cana no ragem e retiraram-se subamostras as quais foram secas a 65 oC em
arraçoamento animal: estufa de ventilação forçada e, após atingirem massa constante,
1) Após a abertura de mercado financeiro, tem ocorrido foi determinada a umidade. Essas subamostras foram passadas
grande variação na relação de troca do leite com insumos e, nesta em moinho tipo Willey, sendo posteriormente quantificado o teor
conjuntura, os pecuaristas têm optado por animais de dupla apti- de nutrientes segundo o método descrito por Silva (1990) e
dão, que são alimentados com menos concentrados e maior quan- Malavolta et al. (1989). O acúmulo de nutrientes foi obtido pelo
tidade de volumoso;DO POTENCIAL PRODUTIVO DE SETE produto do acúmulo de matéria seca pelo teor de nutrientes. A
14. AVALIAÇÃO
produção de matéria natural da RB867515 foi de aproximada-
2) A cana-de-açúcar
VARIEDADES produz grande quantidade
DE CANA-DE-AÇÚCAR SOBde forragem
IRRIGA-
mente 230 t/ha, cerca de 30% a mais do que a produtividade da
por unidade de área,
ÇÃO COMPLEMENTAR é de fácil cultivo e tem baixo custo por unidade
RB72454 (Tabela 1 e Figura 1).
de matéria seca produzida. No Brasil, a produtividade média de
cana-de-açúcar, incluindo folhas secas e ponteiros, tem oscilado Avaliando a produção da cana-de-açúcar em relação ao cli-
em torno de 80 toneladas de matéria natural por hectare, mas ma e solos do noroeste do Estado de São Paulo, Dias et al. (1999)
adotando-se o manejo adequado de variedades, de calagem e de verificaram produtividade média de 170 t/ha quando cana culti-
adubação pode-se alcançar produtividades superiores a 150 to- vada em Podzólico Vermelho-Amarelo eutrófico textura arenosa/
neladas de matéria natural por hectare (OLIVEIRA et al., 2001). média, devendo-se ressaltar que esta produtividade é uma das
Contudo, irrigação complementar pode aumentar a produção de maiores registradas na literatura. Os valores médios de produção
matéria seca da cana, tornando-a ainda mais atrativa para o arra- de matéria natural e de colmos citados na Tabela 1 são de mesma
çoamento animal. ordem de grandeza daqueles relatados por Dias et al. (1997); con-
tudo, no presente estudo a cana de primeira rebrota tinha apenas
No presente trabalho avaliou-se, no ciclo da cana-planta e
sete meses de ciclo.
da primeira rebrota, a produção de forragem por sete variedades,
cultivadas em Latossolo Vermelho-Escuro distrófico, no municí- Os principais fatores que contribuíram para a alta produti-
pio de Paracatu, noroeste de Minas Gerais. Após limpeza do cam- vidade de matéria natural e de colmos industrializáveis obtida no
po nativo, aplicou-se calcário dolomítico em quantidade suficien- presente estudo foram:
te para elevar a saturação por bases a 60% e posteriormente o solo 1) Utilização de variedades que tenham altas taxas de cres-
foi arado e gradeado. O plantio foi realizado em maio de 2000, cimento e estabilidade de produção. A RB72454, atualmente uma
sulcando-se o solo, com espaçamento de 1,40 m, e adubando-se das mais cultivadas, não teve boa estabilidade de produção pois
no fundo do sulco com mistura de uréia, superfosfato simples e no ciclo de primeira rebrota produziu 30% a menos que a
cloreto de potássio, nas doses de 100, 90 e 120 kg ha-1 de N, P2O5 RB867515 (Fotos 1 e 2);
e K2O, respectivamente. A densidade de plantio foi de 18 gemas 2) Adoção de medidas que permitiram a cana ter índice de
por metro de sulco, e após a distribuição dos colmos dentro do área foliar próximo a 2 nos meses de agosto-setembro, o que
sulco estes foram picados em toletes de 3 a 5 gemas. O controle de maximizou a captura de energia solar. A cana-planta foi cortada
plantas daninhas foi realizado através da aplicação de herbicidas. no final de agosto de 2001 e recebeu irrigação complementar de
De maio a setembro de 2000 a cana recebeu irrgação de 120 mm. aproximadamente 100 mm, o que permitiu rebrota mais rápida;
Em agosto de 2001 procedeu-se a colheita da cana-planta amostran- 3) Adubação em doses maiores que as atualmente reco-
do-se seis áreas de 1,4 m2, dentro de cada talhão de aproximada- mendadas. Apesar de ter-se aumentado a dose de adubo, após as
mente 0,3 ha. A produção de biomassa oscilou ao redor de 350 to- análises químicas da cana, verificou-se que esta adubação não está
neladas por hectare, não havendo diferença significativa entre as repondo os nutrientes exportados pela colheita. Para que a fertili-
variedades. Após o corte da cana-planta aplicaram-se N e K2O em dade do solo não venha a comprometer as altas produtividades
1
Trabalho apresentado na XXV Reunião Brasileira de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas, Rio de Janeiro, 2002.
2
Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa, MG. Telefone: (31) 3881-4599. E-mail: mwagner@ufv.br
Tabela 1. Produção média (média desvio ± padrão da média) de matéria natural (Produção MN), de colmos industrializáveis (Produção
Colmos) e acúmulo médio de nutrientes na parte aérea de sete variedades de cana, no ciclo de primeira rebrota.
RB72454 175 (± 26) 137 (± 20) 198 (± 30) 22(± 4) 284 (± 49) 60 (± 8) 56 (± 9)
RB855536 200 (± 9) 161 (± 7) 246 (± 18) 30 (± 6) 291 (± 25) 81 (± 5) 64 (± 5)
RB867515 230 (± 30) 184 (± 26) 271 (± 26) 29 (± 4) 429 (± 62) 103 (± 14) 64 (± 9)
RB947520 225 (± 40) 176 (± 31) 235 (± 39) 30 (± 6) 400 (49) 81 (± 13) 65 (± 16)
RB957512 213 (± 21) 166 (± 16) 230 (± 24) 27 (± 2) 353 (± 30) 62 (± 11) 51 (± 9)
SP80-1816 226 (± 26) 176 (± 20) 235 (± 19) 34 (± 3) 316 (± 26) 91 (± 9) 57 (± 8)
SP8018-42 219 (± 50) 171 (± 39) 241 (± 19) 32 (± 6) 271 (± 18) 50 (± 6) 46 (± 4)
Foto 2. Cana RB867515 aos sete meses após o corte (230 t de matéria
natural/ha.
Nota do editor: Os trabalhos que possuem endereço eletrônico em azul podem ser consultados na íntegra
SINCLAIR, T.R.; VADEZB, A.V.; CHENUB, K. Crop COELHO, C.H.M.; XAVIER, R.P.; QUESADA, D.M.;
Science, v.43, p.592-597, 2003. (http://crop.scijournals.org/ REZENDE, A.S.; POLIDORO, J.C.; SILVA, L.L.G.G. da;
cgi/content/full/43/2/592) BRAZ, S.P. ALVES, B.J.R.; BODDEY, R.M.; URQUIAGA,
S. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO
Nitrogen fixation in soybean (Glycine max Merr.) is
SOLO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS, Rio de Janeiro, 2002.
especially sensitive to soil drying. The basis of this sensitivity
Resumos... SBCS, 2002. p.51.
appears to be related to the fact that ureides are transported
from the nodules, and the ureide concentrations increase with As evidências da contribuição da Fixação Biológica de N2
water deficits in leaves resulting in an apparent feedback to (FBN) na nutrição nitrogenada da cultura de cana-de-açúcar vêm
nodules involving ureides that inhibit activity. Therefore, sus- estimulando a realização de estudos que visam quantificar a con-
tained ureide catabolism in the leaves under water deficit tribuição deste processo para esta cultura, uma vez que esta apre-
appears to be critical for N2 fixation tolerance. Recently, eight senta uma alta demanda de nitrogênio e principalmente levando
plant introduction lines were identified that expressed substantial em consideração a baixa disponibilidade deste nutriente na maio-
N2 fixation tolerance of water deficits. The focus of this study was ria dos solos no Brasil. Desta forma, a fixação biológica do N2
to explore the basis for the tolerance previously observed in the pode apresentar-se como uma importante fonte desse nutrien-
eight lines. Specifically, the objective of this study was to evaluate te, contribuindo com até 60% do nitrogênio total acumulado
in these genotypes the dependence for ureide catabolism on pela planta (Urquiaga et al., 1992). Este experimento vem sendo
allantoate amidinohydrolase, which in other cultivars appears to conduzido na Embrapa Agrobiologia desde março de 2000, im-
be related to N2 fixation tolerance of water deficits. Since allantoate plantado num Argissolo. O delineamento experimental foi o de
amidinohydrolase does not require Mn as a co-factor in contrast blocos ao acaso com três repetições. Nessa primeira colheita (ci-
to the alternate enzyme for allantoic acid catabolism, ureide accu- clo de cana planta) as variedades que mais se destacaram para a
mulation was measured in leaves of these genotypes after the plants produção foram a RB 75-8540 e a RB 83-5089.
were fed allantoic acid following growth on low Mn hydroponic Para acúmulo de N-total a melhor variedade foi a
solutions. RB 82-5336 e no referente à contribuição da fixação biológica
This treatment confirmed that ureide accumulation was de nitrogênio as melhores variedades foram a RB 82-5336 e a
independent of Mn nutrition level in six of the eight tolerant lines. RB 72-454, onde a contribuição da FBN esteve ao redor de
Ureide accumulation in PI 429328 was consistently the most 32% do N acumulado pelas plantas.
insensitive to Mn nutrition level. Overall, these results indicated
that ureide catabolism independent of Mn is active in six of the
eight plant introduction lines identified to express N2 fixation 7. SORÇÃO E DESSORÇÃO DE GLIFOSATO EM SOLOS
tolerance to soil drying. COM DISTINTOS NÍVEIS DE FÓSFORO
Tabela 1. Quantidades médias de matéria seca e de nutrientes na matéria seca das cinco espécies de plantas de cobertura do solo utilizadas
em rotação de culturas.
Nutrientes analisados Aveia-preta Guandu Mucuna-preta Tremoço Ervilhaca
N (kg t-1) 13,7 30,1 34,4 33,8 46,2
P (kg t-1) 1,3 2,9 3,4 1,7 3,4
K (kg t-1) 23,3 14,2 16,8 19,2 22,9
Ca (kg t-1) 7,8 8,2 11,8 11,9 10,5
Mg (kg t-1) 2,3 2,6 2,9 2,7 2,6
Zn (g t-1) 21,0 26,4 29,2 41,5 31,9
Mn (g t-1) 286,0 94,4 145,4 - 69,3
Cu (g t-1) 9,0 26,5 18,9 21,2 10,3
Matéria seca (kg ha-1) 10.334 6.165 5.097 10.094 5.328
350
300 + 170 Após obter resultados semelhantes com outros produtos pe-
250 milhões de recíveis, como tomates, abacates e pimentas verdes, Ureña pre-
hectares
200 tende agora reduzir os custos de extração do trans-resveratrol e
150 desenvolver um método de conservação de frutas que possa ser
100 comercializado dentro de um ano e meio (http://revistapesquisa.
50 fapesp.br:2222/transform.php?xml=7/0/20030307/20030385/pt/
EUA (atual) Brasil (atual) Brasil SUB11_1.xml&xsl=xsl/pt/section.xsl&transf=normal&id=
(potencial)
Pastagem Culturas SUB11_1&lang=pt&subsection=SUB11&issue=20030385).
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
PROGRAMA
09/07/2003 (4a feira) 12:00-14:00 Almoço
14:00-15:30 Rizosfera, a interface solo-raiz, e importância para
Local: Teatro do SESI produção agrícola sustentável, com ênfase na re-
14:00-18:00 Inscrição e entrega de pastas sistência às pragas e doenças Volker Römheld,
Hohenheim University, Hannover, Alemanha, fone:
10/07/2003 (5a feira) 711 459-2344, e-mail: roemheld@uni-hohenheim.de
08:00-08:30 Abertura 15:30-16:00 Coffee break
08:00-19:00 PAINEL: Fatores bióticos e abióticos que influen- 16:00-17:30 O papel da nutrição mineral balanceada na redu-
ciam a incidência de pragas e doenças de plantas ção de estresses abióticos e bióticos (pragas e doen-
ças) na produção de plantas Ismail Cakmak,
08:30-10:00 Desafios na busca da alta produtividade de milho
Sabanci University, Istambul, Turquia,
e soja nos EUA Robert Hoeft, Dept of Crop
fone: 216 483-9524, e-mail: cakmak@sabanciuni.edu
Sciences, Universidade de Illinois, Urbana, IL, EUA,
17:30-19:00 Debate: Dirceu N. Gassen, Cooplantio, Passo Fun-
fone: (217) 333-4424, e-mail: rhoeft@uiuc.edu e
do-RS, fone: (54) 9983-5508/(54) 311-3412, e-mail:
presidente da American Society of Agronomy (ASA)
dirceu@ginet.com.br; Alexandre Brighenti, EM-
10:00-10:30 Coffee break BRAPA Soja, Londrina-PR, fone: (43) 3371-6277,
10:30-12:00 Resistência ao herbicida como ferramenta de ma- e-mail: brighent@cnpso.embrapa.br; Fábio Prata,
nejo do mato nas culturas de milho e soja: a pers- Bioagri, fone: (19) 3429-7700, e-mail: fabioprata@
pectiva do produtor quanto aos benefícios e aos bioagri.com.br
riscos Krishna N. Reddy, Southern Weed Science
Research Unit, USDA-ARS, P.O. Box 350, 11/07/2003 (6a feira)
Stoneville, MS 38776, EUA, fone: 662 686-5298, 08:00-12:00 PAINEL: Experiência do produtor na busca de
fax: 662 686-5422, e-mail: kreddy@ars.usda.gov 12-14 ton de milho/ha e + 4 ton de soja/ha
WORKSHOPS SIMPAS
Sistema Integrado de Manejo da Produção Agropecuária Sustentável
(POTAFOS, ANDA, ANDEF, ABAG e outras)
Local: Patos de Minas-MG
Data: 20-22/MAIO/2003 Informações: POTAFOS
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screvi no último Ponto de Vista que na coletânea cipalmente, à técnica de aplicá-lo parceladamente, que proporcio-
de João Romero sobre 60 anos de pesquisa cafeeira nou condições mais adequadas para a absorção do nitrogênio pe-
no IAC não havia encontrado um trabalho sequer las plantas.
com resposta positiva ao parcelamento do nitrogênio. No entanto, No entanto, como o estudo do parcelamento da adubação
alerta-me com razão o colega Hélio Casale, que deixei passar em nitrogenada não consta dos tratamentos, creio que o comentário
branco o trabalho do Mestre Coaracy Franco e colaboradores, dos autores sobre o parcelamento do N foi mais uma inferência do
Manutenção de cafezal com adubação exclusivamente mineral que uma conclusão. Aliviado, fica, no entanto, o registro e o pedi-
(Bragantia, v.19, p.523-546, 1960), que menciona resposta positi- do de desculpas aos leitores pela minha falha.
va ao parcelamento do nitrogênio.
Questiona-me ainda o colega Hélio Casale na eventual hi-
Apreensivo, busquei o trabalho original, um clássico, que pótese da adubação do cafeeiro de uma só vez deveria ser ela
estudou efeitos de três níveis de N, três de P e três de K, com e sem feita no outono ou no final do inverno? Minha resposta: não sei.
micronutrientes, e presença e ausência de leguminosas, como adu- Não sei se seria dose única ou parcelada ou, ainda, quando aplicá-
bação verde, durante cinco safras. Feito na década de 50, quando la(s). Esta é uma pergunta para a pesquisa responder. Acredito,
até então toda adubação do cafeeiro era baseada na aplicação de contudo, que seja tarde demais iniciá-la só a partir da primavera.
matéria orgânica (esterco de curral e composto), o trabalho traz O saudoso Dr. Alfredo Küpper, do antigo IBC, sugeria o seguinte
uma conclusão, ousada para a época, de que seria possível elevar parcelamento (enterrado) da dose de 145 kg de N/ha para cafezal
consideravelmente a produção de um cafezal pouco produtivo com com produção esperada de 50 sacas/ha: 11% na 2a quinzena de
o emprego exclusivo de adubos minerais. agosto, 20% na 2a quinzena de dezembro, 20% na 1a quinzena de
Encontrei, de fato, no item discussão e conclusões a cita- fevereiro e 49% na 2a quinzena de março. Como a adubação do
ção dos autores que os resultados ponderáveis obtidos pela pri- ano vai afetar principalmente a safra do ano seguinte, pode-se
meira vez com o emprego do nitrogênio na adubação do cafezal dizer que o Dr. Küpper recomendava quase 50% do N já no início
velho são devidos não somente à quantidade de nitrogênio empre- do outono. E que produzia muito bem, conforme testemunha Durval
gada, que foi maior do que as até então recomendadas, mas, prin- Rocha Fernandes, seu colega de IBC.
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