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INFORMAÇÕES

MISSÃO
Promover o uso apropriado de P e K
nos sistemas de produção agrícola
AGRONÔMICAS
através da geração e divulgação de
informações científicas que sejam agronomicamente
corretas, economicamente lucrativas, ecologicamente N0 101 MARÇO/2003
responsáveis e socialmente desejáveis.

PESQUISA SOBRE PRODUTIVIDADE


MÁXIMA DA SOJA NOS EUA1
Richard L. Cooper2

POR QUE O INTERESSE EM PESQUISA SOBRE


PRODUTIVIDADE MÁXIMA NOS EUA? Veja neste número:

P
ara responder a essa pergunta devemos voltar para Microbiologia e Bioquímica do Solo ................... 7
1966, quando ocorreu o primeiro concurso nacio- Stanley Barber - in memoriam ............................. 8
nal de produtividade da soja nos EUA. Naquela épo-
Avaliação do potencial produtivo de sete
ca, o recorde de produtividade reconhecido estava na casa dos
variedades de cana-de-açúcar sob irrigação
4.000 kg/ha, com produtividades em parcelas de multiplicação
complementar ........................................................ 9
das Universidades e Estações Experimentais em torno de 3.000 a
4.000 kg/ha. Eu mesmo, em quatro anos de pesquisa com cultivo Potencial agrícola brasileiro, pelo USDA .......... 18
de soja na Universidade de Minnesota, jamais obtive mais do que 4o Simpósio sobre Rotação Soja/Milho no
3.500 kg/ha de produtividade em minhas parcelas de pesquisa. Plantio Direto ....................................................... 20
Você pode imaginar o choque quando os ganhadores do concurso
Ponto de vista ..................................................... 24
relataram 6.000 kg/ha. Esse foi só o começo. Em 1967, quatro agri-
cultores relataram produtividades acima de 6.000 kg/ha e em 1968, Encarte: Rendimento do milho no Brasil:
a barreira dos 6.700 kg/ha (100 bu/A) foi quebrada. chegamos ao máximo?
Francamente, muitas pessoas questionam a legitimidade
dessas produtividades. A atitude era “se nós não fomos capazes
de obter produtividades tão altas na Estação Experimental, isso na parte central de Illinois. Eu queria ver como era um campo de
não pode ser feito”. Porém, em 1967 eu tive a oportunidade de ir soja com produtividade de 5.000 a 6.000 kg/ha. O que eu vi foi
trabalhar no Serviço de Pesquisa Agrícola do Departamento de surpreendente. A soja alcançou uma altura de planta de mais de
Agricultura dos EUA como agrônomo responsável pelo Laborató- 150 cm antes de sofrer severo acamamento devido a uma tempes-
rio Regional de Soja, localizado na Universidade de Illinois. Como tade no início de agosto (no estádio R2 de crescimento). As plan-
eu era um agrônomo jovem, não me sentia tão na defensiva como tas ficaram literalmente prostradas no chão. Essas plantas não
alguns dos meus colegas mais velhos e tomei a atitude de que se obtiveram produtividades em torno de 5.000 a 6.000 kg/ha, mas
um produtor pode fazer algo que eu não consigo, eu vou me apro- sim em torno de 4.000 kg/ha.
ximar dele para ver o que eu posso aprender com ele. Como ocorre freqüentemente em pesquisa, a sorte (desco-
bertas por acaso) pode representar um importante papel nas des-
cobertas científicas. A chave para isto é ser um observador astuto
O ACAMAMENTO LIMITANDO A ALTA PRODUTIVIDADE
o suficiente para reconhecer a importância de uma observação.
Em 1967 eu tive a oportunidade de instalar um experimen- Este foi o caso nesse ensaio simples de produtividade de varieda-
to de produtividade com multiplicação de variedade em um dos de em Ashland, Illinois, em 1967. Devido ao acaso, duas das mul-
campos do vencedor do concurso, o Sr. John Reiser, em Ashland, tiplicações tiveram interrupção de seu crescimento, em termos de

1
Palestra apresentada no 3o Simpósio sobre Rotação Soja/Milho no Plantio Direto, promovido pela POTAFOS, Piracicaba, julho/2002.
2
Departamento de Agricultura dos EUA/Serviço de Pesquisa Agrícola, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Agrícola de Ohio, Wooster, Ohio. E-mail:
cooper16@osu.edu

POTAFOS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PESQUISA DA POTASSA E DO FOSFATO


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SOJA
altura de planta, causada por efeito residual no solo do herbicida dutores. O segundo era identificar os fatores limitantes da produ-
utilizado na cultura de milho do ano anterior. O agricultor, que tividade para a soja. O terceiro era identificar a produtividade
era também um observador perspicaz, relatou que ele pensava que máxima possível para a soja.
a interrupção do crescimento às vezes aumentava sua produtivida- O conceito de pesquisa de produtividade máxima é deter-
de. O raciocínio de que você poderia interromper o crescimento minar a produtividade potencial da soja, ou de qualquer outra
das plantas e aumentar sua produtividade parecia-me ridículo. cultura, quando todos os fatores limitantes da produtividade pas-
Mas quando as parcelas foram colhidas, ele estava absolu- síveis de controle são removidos ou minimizados, independente-
tamente certo. Onde as plantas haviam tido seu crescimento inter- mente da viabilidade econômica do sistema. A vantagem desta
rompido foram obtidas produtividades de 5.000 kg/ha, em compa- abordagem é que você evita o problema de algum outro fator
ração com 4.000 kg/ha obtidos de plantas muito mais altas, cujo limitante da produtividade no sistema que esteja impedindo a res-
crescimento não havia sido interrompido. Foi posta de produtividade do fator que está sen-
aí então que a emoção da descoberta me atin- O conceito de pesquisa de do avaliado. Por exemplo, a falta de umida-
giu. Não era a interrupção do crescimento produtividade máxima é de adequada geralmente mascara a resposta
que aumentava a produtividade das plantas determinar a produtividade de produtividade potencial proveniente de
que haviam parado de crescer, era o potencial da soja, ou de qualquer outros insumos da produção. Você pode ob-
acamamento que estava limitando a pro- outra cultura, quando todos os ter dados de produtividade que demonstram
dutividade das plantas muito mais altas que fatores limitantes da produtividade que o milho não tem produtividade respon-
não tinham seu crescimento interrompido. passíveis de controle são removidos siva a nitrogênio se a água está limitando
A barreira do acamamento para obtenção de ou minimizados, independentemente suficientemente a produtividade. O uso da
maiores produtividades da soja havia sido des- da viabilidade econômica do sistema. pesquisa de produtividade máxima para
coberta. Pesquisas posteriores, utilizando su- identificar um tratamento com testemunha
porte artificial para evitar acamamento, indicaram que a produ- de alta produtividade é um sistema muito mais sensível do que o
tividade potencial da soja poderia ser reduzida em até 25% por enfoque tradicional de testemunha de baixa produtividade (acres-
acamamento precoce (5.000 versus 3.750 kg/ha). Este novo co- centando o insumo para aumentar a produtividade acima do tra-
nhecimento fez com que todos os produtores de soja se esforças- tamento com a testemunha de baixa produtividade). Usando o
sem mais, tanto em programas de multiplicação públicos quanto tratamento com testemunha de alta produtividade, o pesquisador
privados, dando maior ênfase em multiplicação para obtenção de reduz ou elimina insumos para determinar quais insumos são ne-
resistência ao acamamento e foi o maior contribuidor para o au- cessários, e quais não são, para manter o alto nível de produtivi-
mento da produtividade da soja americana nos últimos 30 anos. dade. Qualquer insumo necessário resultará em produtividade re-
Então, por que foram os agricultores os primeiros a que- duzida e o problema de outros fatores limitantes da produtividade
brar a barreira dos 6.000 kg/ha de produtividade? Isto ocorreu por estarem mascarando a resposta dos insumos é evitado.
falta de pesquisas sobre produtividade máxima, as quais teriam
identificado rapidamente o acamamento como a maior barreira ÁGUA COMO PRINCIPAL FATOR LIMITANTE PARA
para a obtenção de maiores produtividades da soja. Nos ensaios ALTA PRODUTIVIDADE DA SOJA
tradicionais de produtividade, conduzidos em níveis muito mais Em minha pesquisa sobre produtividade máxima, rapida-
baixos de produtividade (3.000 a 4.000 kg/ha), o acamamento não mente tornou-se claro que quase todo ano a água era o principal
era considerado um grande problema. Sempre que as condições fator limitante da produtividade, mesmo na úmida Região Cen-
ambientais (basicamente chuvas em abundância) eram favoráveis tro-Oeste americana. Considerar a água um fator limitante da pro-
à obtenção de produtividades de 5.000 a 6.000 kg/ha, ocorria o dutividade dependerá em parte de seus objetivos em termos de
acamamento, limitando a produtividade ao nível de 4.000 kg/ha. produtividade. Se sua produtividade esperada para a soja for de
No concurso do agricultor nacional, no qual centenas de ambientes 3.000 kg/ha, pode-se dizer que a água não será fator limitante da
eram amostrados, alguns desses ambientes tinham umidade sufi- produtividade em muitos solos da Região Centro-Oeste america-
ciente para produzir 6.000 kg/ha e, por acaso, escaparam ao acama- na. Entretanto, se sua produtividade esperada for de 6.000 kg/ha,
mento que normalmente ocorre devido às chuvas fortes necessá- a água será fator limitante da produtividade praticamente todos
rias para produzir umidade suficiente para tais produtividades al- os anos nessa região. Desse modo, em pesquisa sobre produtivi-
tas. Em muitos casos essas produtividades recorde foram obtidas dade máxima, o primeiro fator limitante que você deve remover é
em solos aluviais, com lençol freático alto, sem necessidade de a água. A partir do momento que você remover a água como fator
chuvas fortes, que teriam prostrado a cultura. limitante da produtividade, a responsividade da produtividade a
outros fatores de produção, incluindo cultivares, fica tremendamente
OBJETIVOS DA PESQUISA SOBRE PRODUTIVIDADE
aumentada. Porém, a remoção exclusivamente da água como um
MÁXIMA DA SOJA fator limitante da produtividade não resultará necessariamente em
Esta observação responde a pergunta: “Por que o interesse produtividade recorde da soja. Muitos plantios irrigados nos EUA
em pesquisa sobre produtividade máxima nos EUA?” Há maiores produzem menos do que 4.000 kg/ha. Mas quando combinados
interações entre o nível de produtividade, a cultivar e as práticas com um sistema de produção visando produtividade máxima é
de produção. Portanto, para identificar a cultivar e as práticas de possível obter produtividades de 5.000 a 6.000 kg/ha.
produção que maximizarão a produtividade da soja, a pesquisa
sobre produtividade máxima em altos níveis de produtividade é ROMPENDO A BARREIRA DO ACAMAMENTO
essencial. Eu comecei a fazer pesquisa sobre produtividade máxi- O campo do ganhador do concurso me deu a oportunidade
ma em 1968 com três objetivos em mente. O primeiro era tentar de avaliar a cultivar e os insumos de produção em um ambiente de
repetir, em pesquisa com parcelas de multiplicação, as produtivi- alta (máxima) produtividade, o que levou à descoberta da barreira
dades recorde (6.000 a 7.000 kg/ha) obtidas nos concursos de pro- do acamamento para a obtenção de maiores produtividades da soja.

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Foram tomados dois caminhos para superar essa barreira do do gene dt1 em cultivares indeterminadas adaptadas à Região
acamamento. O primeiro foi um enfoque mais a longo prazo, para Centro-Oeste americana resultou no tipo de planta semi-anã dese-
desenvolver cultivares de soja semi-anãs com adaptação específi- jado. A pergunta era: “Será que esse tipo de planta semi-anã pode
ca para ambientes de alta produtividade (semelhantes às cultiva- ser combinado com alta produtividade?”
res semi-anãs de trigo e arroz que deram início à Revolução Verde Historicamente, na Região Centro-Oeste americana são plan-
nas culturas de cereais). O segundo enfoque, mais a curto prazo, tadas cultivares indeterminadas, enquanto na Região Sul são pro-
foi a observação do espaçamento entre linhas e da quantidade de duzidas cultivares determinadas. Isto pode ser observado desde os
sementes para superar o problema do acamamento das cultivares tempos das introduções vindas da China, onde no Norte do país
já existentes. predominam as cultivares indeterminadas e no Sul são produzidas
Essa pesquisa levou à descoberta de uma segunda barreira as cultivares determinadas. No Norte, com ciclo mais curto e tem-
importante para a obtenção de maiores produtividades da soja, peraturas mais baixas, atingir a altura adequada é geralmente um
que era o grande espaçamento entre linhas (75 a 100 cm) em uso fator limitante para alta produtividade. Na Região Sul americana,
por praticamente todos os produtores da Região Centro-Oeste ame- com ciclo mais longo e temperaturas mais altas, o crescimento
ricana em 1967. Mediante a redução do espa- vegetativo excessivo e o acamamento são mais
çamento entre linhas de 75 cm para 17 cm A partir do momento que você problemáticos, o que leva à preferência por
utilizando uma semeadeira de trigo para plan- remover a água como um fator cultivares determinadas, que têm uma inter-
tar soja (alta densidade de sementes) foram limitante da produtividade, a rupção abrupta do crescimento da planta pou-
obtidos aumentos de produtividade de 1.000 responsividade da produtividade co antes do início do florescimento.
a 1.500 kg/ha em ambientes de alta produti- a outros fatores de produção, Uma outra diferença genética entre as
vidade (5.000 versus 3.500 kg/ha). Não obs- incluindo cultivares, fica cultivares indeterminadas adaptadas ao Nor-
tante, em alguns ambientes, tais como de es- tremendamente aumentada. te e as cultivares determinadas do Sul é um
tação seca tardia, pôde-se demonstrar que não Porém, a remoção exclusivamente gene principal da maturidade, E1e1. Como
ocorria nenhuma vantagem em termos de pro- da água como um fator limitante as cultivares determinadas devem atingir sua
dutividade com alta densidade de plantio. A da produtividade não altura total por volta do florescimento, o gene
água tornou-se o fator limitante da produtivi- necessariamente resultará em E1, que atrasa o início do florescimento, pro-
dade dominante que impedia a resposta de pro- produtividade recorde da soja. porcionando um período mais longo para o
dutividade advinda do menor espaçamento crescimento vegetativo, tem uma vantagem
entre linhas. Embora não fosse freqüente obter produtividades seletiva nas cultivares determinadas do Sul. No Norte, com um
maiores com espaçamento de 75 cm entre linhas, na média de hábito de crescimento indeterminado, onde a altura da planta con-
vários anos havia uma vantagem significativa em produtividade tinua a aumentar após o início do florescimento e o ciclo é mais
com alta densidade de plantio. Isto levou à adoção maciça desta curto, o atraso no florescimento é uma desvantagem, resultando em
prática pelos produtores, com mais de 50% dos campos de soja da uma vantagem seletiva para o alelo do florescimento precoce, e1.
Região Centro-Oeste americana utilizando alta densidade de plantio. Portanto, as cultivares determinadas do Sul podem ser caracteri-
zadas como genótipos dt1E1 e as cultivares indeterminadas do
CULTIVARES DE SOJA SEMI-ANÃS PARA ALTA Norte como Dt1e1.
PRODUTIVIDADE Foi descoberto que cruzando cultivares determinadas do
Para superar a barreira do acamamento para a obtenção de Sul com cultivares indeterminadas do Norte e selecionando para
maiores produtividades da soja eu escolhi o enfoque do desenvol- um tipo de planta semi-anã adaptada à Região Centro-Oeste ame-
vimento de cultivares de soja semi-anãs com adaptação específica ricana, um novo tipo de planta carregando o gene dt1 das cultiva-
para ambientes de alta produtividade, sabendo que essas varieda- res do Sul e o gene e1 das cultivares do Norte (dt1e1) poderia ser
des seriam muito pouco adaptadas (muito baixas) a ambientes de desenvolvido. Uma vez que eram ambas características recessivas,
baixa produtividade. Essas variedades seriam recomendadas somente descobriu-se que, com experiência, esses genótipos dt1e1 pode-
para os ambientes de mais altas produtividades (> 3.500 kg/ha). riam ser identificados na geração F2, cada planta individualmen-
Por outro lado, quase todos os outros produtores (públicos e priva- te trilhada e plantada como linhas F3 derivadas de F2 para testes
dos) escolheram o enfoque de encurtar as variedades tradicionais de produtividade.
já largamente adaptadas para reduzir a barreira do acamamento Nos primeiros cruzamentos, eu achei que era fácil desen-
para a obtenção de maiores produtividades da soja, o que obteve volver plantas semi-anãs. A dificuldade estava em achar linhas
bastante sucesso. Todavia, eles tiveram de sacrificar o potencial de semi-anãs que também propiciassem alta produtividade. No Sul
produtividade nos níveis extremos (níveis muito altos e muito bai- dos EUA e da China, como resultado de muitas gerações de seleção
xos de produtividade) para manter a ampla adaptação. Essas culti- para o tipo de planta dt1E1 e alta produtividade, acumulou-se uma
vares tendem a ser muito altas e acamar em ambientes de produtivi- base genética de outros genes desconhecidos, que complementava
dade muito alta (> 4.000 kg/ha) e a ser muito baixas em ambientes esse genótipo. Já uma base genética que complementa o genótipo
de produtividade baixa (< 2.000 kg/ha). Dt1e1 acumulou-se nas cultivares indeterminadas do Norte dos
Um colega, Dr. Richard Bernard, desenvolveu uma isolinha EUA e da China. Este é o motivo pelo qual a isolinha dt1 alcança-
determinada (dt1) da variedade indeterminada (Dt1) Clark. No va produtividade menor do que a variedade Clark, a qual tem genes
ambiente de alta produtividade de Ashland, Illinois, onde a Clark que complementam genótipos Dt1e1.
atingia uma altura de 150 cm e tornava-se severamente acamada, Eu teorizei que cruzando cultivares determinadas do Sul
a isolinha dt1 alcançou uma altura de apenas 50 cm e não acamou. de alta produtividade com cultivares indeterminadas do Norte de
Porém, a produtividade da isolinha ficou em apenas 80% daquela alta produtividade e selecionando para alta produtividade, eu po-
da variedade Clark, indicando que o gene dt1 da base genética da deria ser capaz, empiricamente, de desenvolver cultivares semi-anãs
Clark era de produtividade mais baixa. No entanto, a introdução de alta produtividade que incluíssem genes desconhecidos de am-

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SOJA
bos os tipos de plantas, os quais complementariam esse novo genó- espaçamento de 75 cm entre linhas (3.800 versus 3.200 kg/ha),
tipo dt1e1. Felizmente, isto provou ser verdade. e 1.200 kg/ha a mais (5.400 versus 4.200 kg/ha), quando planta-
Utilizando-se do teste de geração precoce, testou-se a pro- das com espaçamento de 17 cm entre linhas. Com este tipo de
dutividade de linhas F3 e F4 derivadas de F2 pegando as linhas vantagem em produtividade para o sistema SSS, deveria ser es-
F4 derivadas de linhas F2 de mais altas produtividades, a grande perado que todos os produtores da Região Centro-Oeste ameri-
descoberta da produtividade para as cultivares semi-anãs ocorreu cana adotassem esse sistema de produção, mas não foi esse o
em 1972. Foram identificadas duas linhas semi-anãs (dt1e1) deri- caso. Por que? Como eu explico para os produtores de soja, “as
vadas de F2 a partir do cruzamento da Williams, uma cultivar cultivares semi-anãs não criam um ambiente de alta produti-
indeterminada do grupo de maturidade III de Illinois, com a culti- vidade, mas tiram maior vantagem (são mais responsivas à
var determinada do Sul denominada Ransom, da Carolina do Norte, produtividade) de um ambiente de alta produtividade que as
que ultrapassaram significativamente a produtividade da varieda- cultivares tradicionais indeterminadas, mais suscetíveis ao
de testemunha, Williams. A partir dessas duas linhas derivadas acamamento”.
de F2 foram identificadas 50 linhas puras derivadas de F4 que
ultrapassaram a produtividade da variedade testemunha, Williams. WRI (WIDE ROW INDETERMINATE) VERSUS
A vantagem desse teste de geração precoce é que eu não tinha que SSS (SLID-SEEDED-SEMIDWARF)
saber como era a aparência de uma cultivar semi-anã altamente
Sob irrigação e em ambientes de alta produtividade, o sis-
produtiva, pois toda a seleção era baseada em produtividade real.
tema SSS repetidamente supera a produtividade do sistema tradi-
Uma outra vantagem é que as plantas F2 que receberam um bom
cional de cultivares indeterminadas com espaçamento entre linhas
complemento de genes de produtividade podem ser identificadas
grande (75 cm entre linhas), denominado WRI em inglês (wide
nas gerações F3 e F4 e um grande número de linhas puras deriva-
row indeterminate). Para responder a pergunta “quantas vezes,
das de F4 pode ser amostrado a partir delas. Isto contrasta com o
em 10 anos, o sistema SSS superará a produtividade do sistema
procedimento do pedigree, no qual a seleção em geração precoce é
WRI sob condições não-irrigadas”, foram iniciados dois experi-
baseada em estimativas visuais de produtividade e no procedi-
mentos de longa duração em Ohio em 1977, os quais continuaram
mento da descendência de uma só semente, no qual apenas algu-
por 10 anos, até 1986. Um dos locais possuía um solo com alto
mas progênies de cada F2 são amostradas.
teor de argila, resultando em considerável variação de ano para
ano em termos de produtividade, dependendo da precipitação
MAIOR RESISTÊNCIA AO ACAMAMENTO NAS pluviométrica. O outro local possuía um solo franco-argiloso com
CULTIVARES SEMI-ANÃS excelente capacidade de retenção de água, resultando em produti-
A partir das duas linhas derivadas de F2 altamente produ- vidades altas repetidamente, ano após ano.
tivas foram lançadas cinco cultivares de soja semi-anãs, variando No primeiro local, a produtividade do sistema WRI (Wil-
em maturidade do grupo II ao grupo IV. A primeira cultivar semi- liams plantada com espaçamento entre linhas de 75 cm e densida-
anã desse programa foi lançada em 1977 e batizada Elf, para de- de de plantio de 375.000 sementes/ha) variou desde o mínimo de
notar sua baixa estatura de planta. Foi rapidamente determinado 2.600 kg/ha em um ano seco até o máximo de 4.400 kg/ha em um
que para maximizar o potencial de produtivi- ano com precipitação pluviométrica favorável.
dade desse novo tipo de planta semi-anã ela “As cultivares semi-anãs não Já a produtividade do sistema SSS (Sprite plan-
deveria ser plantada com menor espaçamento criam um ambiente de alta tada com espaçamento entre linhas de 17 cm e
entre linhas (17 cm de espaçamento entre li- produtividade, mas tiram densidade de plantio de 750.000 sementes/ha)
nhas) e com densidade de sementes mais alta maior vantagem (são mais variou desde o mínimo de 2.600 kg/ha em um
do que era considerado ótimo para as cultiva- responsivas à produtividade) ano seco (semelhante ao sistema WRI) até mais
res indeterminadas com tendência a acama- de um ambiente de alta de 5.000 kg/ha em anos com umidade favorá-
mento (750.000 sementes/ha para as cultivares produtividade do que as vel, em três dos 10 anos de experimento. Es-
semi-anãs versus 562.500 sementes/ha para as cultivares tradicionais ses dados indicam claramente a maior res-
cultivares indeterminadas, quando plantadas indeterminadas, mais ponsividade à produtividade do sistema SSS
com 17 cm de espaçamento entre linhas). Em suscetíveis ao acamamento”. em anos com umidade favorável. Embora te-
um ambiente de alta produtividade no centro nha havido três anos secos nos quais o sistema
de Illinois, a cultivar Elf produziu 380 kg/ha a mais do que a SSS não conseguiu produzir significativamente mais do que o sis-
cultivar testemunha, Williams, com espaçamento de 75 cm entre tema WRI, na média dos 10 anos, o sistema SSS teve uma vanta-
linhas (3.655 versus 3.275 kg/ha), mas quando plantada com espa- gem de 24% de produtividade (4.065 versus 3.276 kg/ha) em rela-
çamento de 17 cm entre linhas, a cultivar Elf superou a cultivar ção ao sistema tradicional WRI em uso pela maioria dos produto-
Williams, que ficou severamente acamada, em 1.434 kg/ha (5.336 res na década de 70 e início da década de 80.
versus 3.655 kg/ha). Ambos os tipos de planta respondem a alta
No segundo local, de repetidas altas produtividades, o sis-
densidade de plantio, mas as cultivares semi-anãs respondem muito
tema SSS superou a produtividade do sistema WRI em nove dos
mais. Portanto, sempre se recomenda que as cultivares semi-anãs
10 anos de experimento, com uma média de vantagem em produ-
sejam semeadas em altas densidades, com espaçamento de 17 cm
tividade dos 10 anos de 24% (5.000 versus 4.000 kg/ha). No úni-
entre linhas e com densidade de 750.000 sementes/ha, o sistema
co ano em que não houve vantagem em produtividade isto ocorreu
de produção chamado semi-anã em altas densidades, em inglês
devido a um grave problema de doença (mancha parda causada
denominado SSS (solid-seeded-semidwarf).
por Septoria) que causou desfolha prematura das plantas. O siste-
Em uma média de cinco localidades em Ohio em 1979, as ma SSS ultrapassou os 5.000 kg/ha em sete dos 10 anos de expe-
variedades semi-anãs Sprite e Hobbit produziram 600 kg/ha a mais rimento. A maior produtividade alcançada pelo sistema WRI foi
do que a variedade testemunha, Williams, quando plantadas com de 4.500 kg/ha, apenas um ano.

4 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 101 – MARÇO/2003


SOJA
Como resultado dessa pesquisa, nós desenvolvemos o con- tivares semi-anãs nas áreas de maiores produtividades e as culti-
ceito de sistema de alta produtividade no local, HYSIP em inglês vares indeterminadas mais altas e mais tolerantes à seca nas áreas
(High-Yield-System-in-Place), para recomendação aos produto- de menores produtividades.
res de soja da Região Centro-Oeste americana. Equipamento especial (plantadeira a vácuo com dois com-
partimentos para sementes) já está disponível para permitir a mu-
O CONCEITO HYSIP (High-Yield-System-in-Place) dança das cultivares e das quantidades de sementes durante a ope-
ração. Pode-se dizer que o manejo sítio específico promoverá acei-
Com o objetivo de tirar vantagem dos anos com umidade
tação mais ampla das cultivares semi-anãs de soja pelos produto-
favorável e de produtividades médias mais altas por vários anos, o
res americanos.
produtor deve ter um sistema de alta produtividade no local
(HYSIP) todo ano. Neste caso, o HYSIP refere-se ao sistema SSS.
O SISTEMA DE DRENAGEM DE SUBIRRIGAÇÃO
Devido à adaptação específica das cultivares semi-anãs
(16 cultivares foram lançadas, incluindo os lançamentos mais re- Após a identificação, em meu experimento de longa dura-
centes, Charleston, Troll, Stout, Strong, Stalwart e Apex), elas ção com produtividade máxima, do fato de que o sistema SSS era
estão sendo plantadas principalmente em solos altamente produ- altamente responsivo em termos de produtividade a anos com umi-
tivos e uniformes (solos aluviais e solos com dade favorável e à irrigação, eu fiquei bastan-
alta capacidade de retenção de água) e sob irri- Se puderem ser desenvolvidas te interessado quando vi pela primeira vez, em
gação, condições sob as quais o acamamento é novas variedades de soja 1994, um novo conceito de irrigação, utilizan-
uma barreira à produtividade para as cultiva- que floresçam mais cedo durante do linhas de drenagem em subsuperfície em
res indeterminadas mais altas. Já em solos mais a época da safra, sob condições reversão para subirrigar durante períodos de
pobres, as cultivares semi-anãs ficam muito normais de temperatura de baixa umidade.
baixas, propensas à seca, limitando sua pro- primavera, a produtividade Em 1985 eu me aproximei do Dr. Nor-
dutividade potencial e sua aceitação por parte potencial da soja poderia ser man Fausey, especialista em manejo da água
do produtor. Um novo conceito de manejo, cha- aumentada para do Departamento de Agricultura dos EUA/Ser-
mado de sítio específico (agricultura de preci- 6.000 a 7.000 kg/ha. viço de Pesquisa Agrícola, na Unidade de Pes-
são), com o uso de monitores de produtivida- quisa de Drenagem do Solo da Universidade
de nas colhedeiras e de posicionamento via GPS, está ganhando Estadual de Ohio, em Columbus, Ohio, para ver se ele estaria inte-
aceitação dos produtores americanos. ressado em um projeto de pesquisa em cooperação, combinando o
Utilizando este equipamento, as áreas de alta produtivida- sistema SSS de manejo de altas produtividades para soja com ma-
de e baixa produtividade dentro de um campo podem ser iden- nejo do lençol freático usando um sistema de subirrigação/drena-
tificadas em um mapa de produtividade. O objetivo é administrar gem. Nosso objetivo era verificar se nós poderíamos obter consis-
as diferentes áreas dentro de um campo para superar o fator limi- tentemente produtividades de mais de 5.000 kg/ha de soja pela
tante da produtividade específico para cada área (i.e., gerencia- combinação do sistema SSS com o manejo do lençol freático.
mento específico do local), em vez de tratar o campo todo do mes- Nos primeiros três anos de projeto em cooperação, 1985-
mo modo. Fazer calagem para controlar áreas com pH baixo den- 1987, nós conseguimos obter produtividade média de três anos de
tro de um campo, em vez de fazê-la no campo todo, é um bom 5.300 kg/ha. Nos últimos sete anos, de 1995 a 2001, a soja em nossas
exemplo de como o local de cultivo específico está sendo usado. parcelas de pesquisa com subirrigação em Wooster, Ohio, produzi-
ram, em média, 5.200 kg/ha, variando de 4.600 a 6.500 kg/ha,
CULTIVARES SEMI-ANÃS NAS ÁREAS DE SOLOS dependendo do ano. Essas altas produtividades se comparam àque-
MAIS FÉRTEIS las de 3.000 a 4.000 kg/ha obtidas em campos irrigados, que são
freqüentemente relatadas por pesquisadores e produtores. Na maio-
As cultivares semi-anãs são idealmente adequadas para solo ria dos casos, essas produtividades mais baixas sob irrigação são
de alta fertilidade. Mediante o plantio de cultivares semi-anãs nas devidas à adição de água isoladamente, sem nenhuma mudança
áreas de alta fertilidade e o plantio das cultivares indeterminadas no sistema de produção da cultura para aumentar a resposta à
mais altas, nas áreas de menor fertilidade, a produtividade média adição de água em termos de produtividade. Eu acredito que há
do campo como um todo pode ser significativamente aumentada. uma tremenda oportunidade de aumentar as produtividades da soja
Nos Testes Uniformes Regionais de Soja da Região Centro-Oeste pela combinação de um sistema de manejo da cultura para obten-
americana de 2001, a cultivar semi-anã Apex obteve média supe- ção de altas produtividades com a irrigação.
rior à das cinco localidades de produtividades mais altas, resultan- Eu terminarei minha apresentação com a descrição do Siste-
do em 5.308 kg/ha comparados com 4.769 kg/ha da cultivar Macon, ma para Obtenção de Produtividade Máxima da Soja que eu venho
indeterminada muito mais alta utilizada como testemunha. Nas cin- utilizando em Ohio desde 1977 e a discussão de nossos resultados.
co localidades de produtividades mais baixas, porém, a Macon pro-
duziu, em média, 4.173 kg/ha, comparados com 4.055 kg/ha da Apex. SISTEMA PARA OBTENÇÃO DE PRODUTIVIDADE
Na média entre todos os 10 ambientes (os cinco mais altos e os cinco
mais baixos) Apex produziu 4.055 kg/ha e Macon, 4.173 kg/ha. MÁXIMA DA SOJA EM WOOSTER, OHIO
Mas quando você toma a produtividade média da Apex nas cinco 1. Utilize um solo bem drenado, com boa drenagem super-
localidades de produtividades mais altas e combina com a produti- ficial, para evitar possíveis danos por inundação no caso de fortes
vidade média da Macon nas cinco localidades de produtividades chuvas, especialmente se ocorrerem logo após uma irrigação.
mais baixas, a produtividade média total é de 4.482 kg/ha. 2. Mantenha alto nível de fertilidade no solo com aplicações
Isso ilustra o potencial que um produtor tem para aumen- anuais de 1.120 kg/ha de fertilizante 0-18-36 mais 672 kg/ha de
tar a média total da produtividade de seu campo plantando as cul- 33-0-0 a lanço com devida incorporação antes do plantio.

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 101 – MARÇO/2003 5


SOJA
3. Utilize a rotação 2 anos milho-1 ano soja (milho-milho- Fazia muito tempo que eu suspeitava que a explicação para as
soja) para minimizar a infestação por doenças e insetos. produtividades excepcionalmente altas de 1982 estava associada
4. Plante o mais cedo possível para aproveitar os dias mais com o florescimento precoce provocado pelas altas temperaturas
longos e a maior intensidade luminosa no início do ciclo da cultura. no início da primavera.
5. Utilize cultivares de soja que tenham, sabidamente, al- Só em 1998, 16 anos depois, eu tive a primeira oportunida-
tos potenciais de produtividade e excelente resistência a acama- de de testar esta teoria. Novamente nós tivemos temperaturas de
mento (cultivares determinadas semi-anãs ou cultivares indeter- um início de primavera incomumente quente, semelhante a 1982,
minadas mais baixas). e com base nesta observação eu predisse que nós teríamos uma
6. Utilize alta densidade de plantio, com 17 cm de espa- segunda produtividade recorde de soja. Felizmente, esta predição
çamento entre linhas e 750.000 sementes/ha para cultivares semi- estava correta, e obtive a média no teste de 5.400 kg/ha com as
anãs e 562.500 sementes/ha para cultivares indeterminadas. cultivares de maiores produtividades dando 6.000 kg/ha. Essas
7. Irrigue com um objetivo de atingir 5 cm/semana (preci- altas produtividades foram obtidas novamente em 1999, outro ano
pitação pluviométrica + irrigação), iniciando no estádio de cresci- com alta temperatura no início da primavera, com a média de
mento V3 (2ª trifoliolada) ou V4 (3ª trifoliolada), dependendo da produtividade do teste sendo de 5.400 kg/ha e seis cultivares dan-
precipitação pluviométrica (aproximadamente duas semanas an- do uma média de 6.000 kg/ha. Quando as produtividades médias
tes do florescimento). dos testes de 1982 a 1999 sofreram regressão para a média das
temperaturas de maio (início da primavera em Wooster, Ohio),
8. Utilize cultivares resistentes a doenças e aplicações de
houve correlação positiva significativa entre a temperatura média
fungicidas, quando necessárias, para prevenir ou minimizar doen-
de maio e a produtividade média do teste.
ças foliares.
O florescimento precoce, provocado pela interação entre
9. Utilize inseticidas para minimizar os danos por insetos.
temperaturas mais altas no começo da primavera e o fotoperíodo,
Como mencionado anteriormente, não se pretende que este fez com que o período reprodutivo da soja começasse precoce-
seja um sistema prático de recomendação para produtores. O objetivo mente quando os dias são mais longos e a intensidade luminosa é
desta pesquisa é identificar os fatores limitantes da produtividade maior (mais energia luminosa disponível). Como a duração do
da soja e determinar o potencial de produtividade quando todos os ciclo da planta é similar à dos anos normais, houve então um
fatores limitantes passíveis de controle são minimizados. período reprodutivo mais longo, permitindo maior produtividade.
Os três primeiros fatores limitantes da produtividade iden- Esses dados indicam que o florescimento tardio da soja sob
tificados nesta pesquisa de produtividade máxima, iniciada em temperaturas normais de primavera, um efeito fototermal, é uma
1975, foram água, acamamento e maior espaçamento entre linhas, importante barreira para a obtenção de maiores produtividades da
já discutidos anteriormente. Contudo, somente em 1982 fui ca- soja na Região Centro-Oeste americana, limitando a produtivida-
paz, pela primeira vez, de repetir as produtividades de 6.000 kg/ha de potencial da soja, na maioria dos anos, a níveis de 4.000 a
relatadas pelos produtores ganhadores dos concursos em 1966-68. 5.000 kg/ha. Se pudermos desenvolver novas variedades de soja
Em 1982, toda a parcela de 0,5 ha do ensaio de cultivares, consis- que floresçam mais cedo, mesmo sob condições normais de tem-
tindo de 54 entradas em um ensaio de multiplicação, produziu, peratura de primavera, os dados desta pesquisa sobre produtivida-
em média, 5.900 kg/ha, com as 10 linhas de maiores produtivida- de máxima da soja indicam que a produtividade potencial da soja
des dando, em média, 6.500 kg/ha. O fator novo adicionado ao poderia ser aumentada para 6.000 a 7.000 kg/ha.
ensaio de 1982 foi a utilização de fungicida, Benlate, para contro-
lar a mancha parda causada por Septoria, a qual vinha causando CULTIVARES COM FLORESCIMENTO PRECOCE
séria desfolha nos anos anteriores, devido irrigação semanal com
sprinkler. Antes de solucionar um problema é preciso que você o iden-
tifique. Vinte e cinco anos atrás, o acamamento foi identificado como
Assim, senti que havia atingido um dos mais importantes
importante fator limitante da produtividade da soja. Grande esforço
objetivos do projeto de produtividade máxima, que era a obtenção
foi feito para desenvolver cultivares mais resistentes ao acamamento,
dos mesmos valores de produtividade que os conseguidos pelos
o que trouxe importante contribuição para as produtividades mais
ganhadores dos concursos. Achei que havia identificado um siste-
altas da soja atualmente obtidas na Região Centro-Oeste america-
ma de produção que iria produzir consistentemente 6.000 kg/ha.
na. Eu acredito que a identificação da barreira do florescimento
Você pode imaginar o meu desapontamento em 1983, quando,
tardio (fototermal) para a obtenção de maiores produtividades da
usando o mesmo sistema de produção para produtividade máxi-
soja incentivará o esforço dos melhoristas dos EUA em desenvolver
ma, a produtividade média total caiu para 4.500 kg/ha, com as
cultivares com florescimento precoce e que esta descoberta terá um
cultivares de maiores produtividades dando 5.000 kg/ha.
impacto nas produtividades futuras de soja semelhante àquele da
Este desapontamento era só o começo. Eu não consegui os descoberta da barreira do acamamento em 1967.
mesmos resultados de produtividade de 1982 pelos próximos 15 anos,
Sem a pesquisa sobre produtividade máxima, na qual outros
obtendo produtividades médias nos testes variando de 4.200 kg/ha
fatores limitantes da produtividade foram eliminados, especialmente
a 4.500 kg/ha, com as cultivares de maiores produtividades varian-
a variação em precipitação pluviométrica de ano para ano, é duvidoso
do de 4.500 a 5.000 kg/ha. Isto levantou a pergunta óbvia: “Por
que a barreira fototermal para a obtenção de maiores produtividades
que as produtividades da soja foram tão mais altas em 1982?”
da soja teria sido descoberta antes de muitos anos. Eu concluo que a
descoberta desta barreira para a obtenção de altas produtividades
ALTA TEMPERATURA NO INÍCIO DA PRIMAVERA da soja é apenas mais um exemplo do valor da pesquisa sobre pro-
Houve algo sem par na safra de 1982. Ocorreu uma prima- dutividade máxima e estimula outros pesquisadores a continuar tri-
vera quente, incomumente precoce e pôde-se observar que a soja lhando esta área promissora da pesquisa.
floresceu quase duas semanas mais cedo do que num ano normal. Eu agradeço pela sua atenção.

6 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 101 – MARÇO/2003


RESENHA

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
MICROBIOLOGIA E BIOQUÍMICA DO SOLO ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Fátima M.S. Moreira & José Oswaldo Siqueira


Eurípedes Malavolta1

T
rata-se de mais um livro, de mais um grande livro está correlacionado com C, N e P totais em solo arável. Seria sufi-
que vem da Universidade Federal de Lavras, MG: ciente para caracterizar fertilidade?
Editora UFLA, Lavras, 625p. A “Matéria orgânica do solo” é assunto do Capítulo 5, o
No Brasil predominou – ainda predomina – o conceito que qual detalha sua origem, composição, transformação, ciclagem e
restringe fertilidade do solo ao aspecto químico ou físico-químico manutenção. A atividade de várias frações orgânicas do solo é
de reservatório e, às vezes, de dinâmica de nutrientes, com ou sem lembrada. Entre os metabólitos microbianos – podem ter origem
planta no necessário. A fertilidade física é muito menos enfatizada, na própria planta – são mencionados os transportadores de Fe, os
particularmente nas suas relações com a produtividade. A fertili- sideróforos, denominação restrita, substituída por outra genérica,
dade biológica em alguns aspectos – como fixação biológica do metalóforo. As condições e as taxas de mineralização da matéria
nitrogênio, FBN – tem recebido atenção crescente. Parece, porém, orgânica e a sua contribuição para a nutrição de planta são trata-
que não se percebeu ainda que as três fertilidades estão de mãos das. O Capítulo 5 termina um pouco abruptamente com alguns
dadas. Uma falha que o livro dos colegas de Lavras procura pre- parágrafos sobre matéria orgânica do solo e produtividade.
encher. São 10 capítulos, o mesmo número do decálogo das Tá- O Capítulo 6, “Xenobióticos no Solo”, contém trechos po-
buas da Lei, que vou comentar em seguida. lêmicos, ou pelo menos discutíveis, que vez por outra parecem
O Capítulo 1 trata do “Histórico, Evolução e Tendências”, desfazer a sagrada aliança das três fertilidades. “Xenobióticos”
começando com Liebig, passando por Pasteur e chegando à Gené- quer dizer literalmente compostos estranhos à vida. Nem todos
tica Molecular. Mencione-se que o Brasil não foi omitido. É lem- são “agroquímicos” ou, palavra feia, “agrotóxicos”. Tais produtos
brada a contribuição de Álvaro Barcelos, embora o seu nome com- quando mal usados – a condição deve ser sublinhada – podem
pleto tenha sido esquecido – faltou o Fagundes. A Grande Dama contaminar ou poluir o ambiente. Ao contrário do que fazem os
da FBN, Johanna Dobereiner, tem sua contribuição destacada. Uma extremistas do ambiente, pertencentes ou não às ONGs, Moreira
tabela muito didática resume o histórico – datas, nomes e feitos. & Siqueira não colocam os adubos minerais na lista dos xenobió-
“Os organismos do solo” são discutidos no Capítulo 2: da ticos. O impacto desses compostos antropogênicos na vida do solo
classificação à filogenia e alguns aspectos metabólicos. Aparece e seu reflexo na da planta é discutido, bem como as medidas dis-
uma definição da quimiolitotrofia que não me parece correta: “ha- poníveis para o seu abatimento no ambiente ou na biosfera.
bilidade de usar energia de compostos inorgânicos”. Não é bem Os ciclos do C, do N, do S e a dinâmica dos metais pesados
assim. Microrganismos autotróficos – Nitrossomonas, Nitrobacter, no solo são objeto do Capítulo 7. Além de detalhes dos processos
entre outros – usam a energia disponível na oxidação de um é apresentada a quantificação dos dois primeiros ciclos. A meu
substrato mineral, NH4+ e NO2- no caso, para fazer trifosfato de ver, o ciclo do P deveria ter sido mais detalhado já que esse ele-
adenosina, gerar o poder redutor, e transformar CO2 em carboi- mento – é uma das minhas teses ecológicas favoritas – é o fator
dratos fosforilados – de modo semelhante ao que a planta verde que determinará os limites de crescimento da humanidade, quer
faz na fotossíntese. Nos dois microrganismos mencionados estão prevaleça a aritmética de coelhos de Mário Henrique Simonsen
presentes as duas vias – C3 e C4. O Capítulo 2, como os demais, ou outra aritmética qualquer.
está ricamente ilustrado com figuras e gráficos muito claros. O Capítulo 8 trata, de modo muito resumido, de rizosfera e
“A Ecologia do solo”, assunto do Capítulo 3, mostra a re- de população microbiana que a acompanha, do papel da planta
lação entre as três fertilidades a que me referi no início. O papel sobre ele e dele sobre a cultura. O assunto é de grande interesse
dos microrganismos na formação e estabilidade de agregados é nos últimos anos e mereceria mais detalhes, particularmente nas
resumido. As mudanças na disponibilidade de elementos em fun- suas implicações com a mobilidade de nutrientes e de elementos
ção da variação no pH e no potencial de redox são discutidas. São tóxicos (como alumínio). Os trabalhos da Escola de Marschner
apresentados detalhes sobre os métodos para avaliação da biota do não são citados, o que é uma pena, possivelmente porque o enfoque
solo – dos microrganismos às minhocas. é mais “microbiano”.
O Capítulo 4 cobre “Metabolismo e biomassa microbiana”. A “Fixação biológica de nitrogênio atmosférico” é assunto
É iniciado com o processo de fotossíntese – “o processo mais im- do Capítulo 9, que trata do processo que, no caso das leguminosas,
portante do planeta”– fonte de energia armazenada para todos os começa com um diálogo molecular e termina com uma troca de
seres vivos, inclusive o homem. Mas haveria na natureza processo favores: carbono por nitrogênio fixado. Depois de descrever o sis-
mais importante e menos importante? É introduzido o conceito de tema de nitrogenase (Nase) é apresentada uma tabela exaustiva
Índice Biológico de Fertilidade, IBF, em que as variáveis são as contendo a classificação das bactérias e cianobactérias diazotróficas
atividades de duas enzimas, deshidrogenase e catalase. O índice envolvidas no processo, livres, simbióticas ou em associações

1
Pesquisador, CENA-USP, Caixa Postal 96, CEP 13400-970, Piracicaba-SP. Telefone: (19) 3429-4695, e-mail: mala@cena.usp.br

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 101 – MARÇO/2003 7


RESENHA
menos íntimas. A FBN em não leguminosas, um capítulo de his- que não estender os seus outros efeitos na Agricultura empresarial
tória escrito largamente no Brasil, é detalhado quantificando-se – se é que pode haver lugar para outro tipo. Não se pode esquecer
sua contribuição para a economia nitrogenada das gramíneas. Os a fins clássicos do setor primário que extremismos de esquerda e
genes que codificam a FBN em rizóbio são apresentados. Ao lado, direita parecem ignorar. O Capítulo 10 termina com a descrição
práticas destinadas a estimular o processo são indicadas. das ectomicorrizas. Entre outros aspectos é discutida a sua relação
A relação ubíqua entre fungo e raiz, “Micorrizas” são a com a nutrição mineral da planta hospedeira com detalhes sobre a
matéria do último, o Capítulo 10, do anunciado decálogo. São amenização da toxidez de metais pesados, micronutrientes ou não,
tratadas sucessivamente: origem da simbiose (outro tipo de troca bem como a do Al – a participação na chamada “calagem sem
de favores) e evolução dos estudos, no exterior e aqui; os tipos de calcário”.
micorrizas são discutidos e ilustrados, fugindo dos clichês que as É este o livro. Dá gosto ver as coisas de que o brasileiro é
publicações costumam repetir; as micorrizas arbusculares mere- capaz.
ceram detalhamento especial na sua ocorrência, classificação, re- Se necessário fosse, é mais uma demonstração de como
lação com as plantas de cuja nutrição participam, seja aumentan- andaram certas as comissões que deram a José Oswaldo o Prêmio
do a disponibilidade de nutrientes, como o P especialmente, e di- Moinho Santista, a Ordem Nacional do Mérito Científico e
minuindo, direta ou indiretamente a de outros; é reservado um Tecnológico e um lugar na Academia Brasileira de Ciências e na
lugar para as micorrizas arbusculares na chamada agricultura de Academia de Ciências do Terceiro Mundo. Estou certo que o dia
baixos insumos; pensando em sustentabilidade e competitividade, da colega Fátima chegará.
me parece que a limitação não procede – se as micorrizas devida-
mente manejadas podem aumentar a eficiência de utilização do
recurso limitado e limitante que é o P, por que não incluí-las na NOTA DO EDITOR: o livro pode ser solicitado através do site da Edi-
cadeia produtiva de algodão e grãos no cerrado, por exemplo? Por tora da Universidade Federal de Lavras (UFLA): www.editora.ufla.br

STANLEY BARBER – in memoriam


Eurípedes Malavolta
CENA/USP
Piracicaba-SP

N
“ o fim do ano passado um agrônomo de fama mun- Ícones deixam para trás marcas significativas. Elas não são
dial – um ícone – deixou este mundo. Sempre me difíceis de achar porque serão referências na literatura científica,
entristece saber da perda de um cientista eminente. aparecerão nas revistas agrícolas populares, e serão mencionadas
Embora eu não o conhecesse muito bem, eu conhecia seu por aqueles que ensinam.
trabalho, e ele foi significativo. Suas contribuições para a ciência É minha suspeita que a maior parte dos que leram esta
do solo foram muitas. Ao refletir sobre seu passamento, meu pri- revista está familiarizada com o trabalho do Dr. Stanley Barber.
meiro pensamento é o de que nossa profissão não será capaz de Alguns o conheceram pessoalmente. Todos receberam o impacto
substituí-lo. das contribuições que ele fez para a nossa ciência. Ele foi verda-
Como você preenche o vazio quando um grande se vai? deiramente um ícone, alguém que pôs sua marca. Todos sabem
Depois de ponderar a pergunta por algum tempo, ocorreu-me que que ele passou por nós”.
grande parte do progresso consiste em adaptar-se à perda. Ícones O trecho entre aspas é a tradução do artigo “Icon or not,
aparecem, dão sua contribuição e então se vão para ser substituí- leave your mark” de B.C. Darst, que apareceu na revista “Better
dos por outros. A profissão de Agronomia também continuará. É Crops with Plant Food”, no 1 de 2003, p.24.
assim que a sociedade funciona e a Agronomia é um microcosmo Stanley A. Barber, que conheci pessoalmente numa de suas
da sociedade. viagens ao Brasil, era Professor Emérito de Agronomia da Uni-
Nem todos nós conseguiremos a grandeza. Entretanto, po- versidade de Purdue, West Lafayette, Indiana, EUA.
dem fazer o possível para que nosso talento conte, não interessa
O seu trabalho é marcado pela preocupação de esclarecer a
qual possa ser a posição ou onde nos colocamos na profissão que
maneira pela qual os elementos entram em contato com a raiz nas
escolhemos. Nós devemos a nós mesmos e àqueles que nos cer-
condições de solo, quais os fatores que podem limitar a absorção,
cam caminhar aquele quilômetro extra. Aqueles que estendem seu
e o que fazer para garantir o maior aproveitamento possível dos
talento ao máximo podem não acabar sendo um ícone, mas serão
nutrientes do próprio solo e dos adicionados como adubo.
respeitados e deixarão sua marca... e cada um de nós deve deixar
sua marca. Do contrário, como poderão aqueles que nos seguirem Teve vários discípulos brasileiros, especialmente colegas
saber que por aqui passamos? do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
Deixar uma marca significa que o seu trabalho vale algu- Seu livro, já na 2a edição, “Soil nutrient bioavailability – a
ma coisa para a sua profissão. Pode ser ensino ou pesquisa, quem mechanistic approach” é um clássico que deve ser lido por todos
sabe escrever... ou vender adubo. Qualquer que seja, é digno, ou- os que estudam o sistema solo-planta.
tros tomá-lo-ão e o usarão para fazer coisas melhores do que antes. As lições e o exemplo de Barber não serão esquecidos.

8 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 101 – MARÇO/2003


CANA-DE-AÇÚCAR

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL PRODUTIVO


DE SETE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR
SOB IRRIGAÇÃO COMPLEMENTAR1
Mauro Wagner de Oliveira2 André César Vitti2
Lester Carvalho Mendes2 Ronaldo de Oliveira Faria2
Márcio Henrique Pereira Barbosa2

A
cultura da cana-de-açúcar é de grande importân- doses de 150 e 165 kg ha-1, respectivamente, e até o início do perío-
cia sócio-econômica e ambiental para o país, do chuvoso a cana recebeu irrigação complementar de 100 mm.
constituindo-se em um dos principais agronegócios Em maio de 2002 realizou-se a colheita da cana de primeira rebrota,
brasileiros. Além de ser utilizada para a produção de açúcar, ál- amostrando-se, dentro de cada talhão, seis áreas de 1,4 m2. As
cool e energia elétrica, na atualidade, a cana-de-açúcar tem atraí- plantas foram cortadas rente ao solo e após a determinação da
do ainda mais atenção dos pecuaristas para a sua utilização como matéria fresca o material vegetal foi passado em picadeira de for-
forragem. Dois fatores contribuem para o interesse da cana no ragem e retiraram-se subamostras as quais foram secas a 65 oC em
arraçoamento animal: estufa de ventilação forçada e, após atingirem massa constante,
1) Após a abertura de mercado financeiro, tem ocorrido foi determinada a umidade. Essas subamostras foram passadas
grande variação na relação de troca do leite com insumos e, nesta em moinho tipo Willey, sendo posteriormente quantificado o teor
conjuntura, os pecuaristas têm optado por animais de dupla apti- de nutrientes segundo o método descrito por Silva (1990) e
dão, que são alimentados com menos concentrados e maior quan- Malavolta et al. (1989). O acúmulo de nutrientes foi obtido pelo
tidade de volumoso;DO POTENCIAL PRODUTIVO DE SETE produto do acúmulo de matéria seca pelo teor de nutrientes. A
14. AVALIAÇÃO
produção de matéria natural da RB867515 foi de aproximada-
2) A cana-de-açúcar
VARIEDADES produz grande quantidade
DE CANA-DE-AÇÚCAR SOBde forragem
IRRIGA-
mente 230 t/ha, cerca de 30% a mais do que a produtividade da
por unidade de área,
ÇÃO COMPLEMENTAR é de fácil cultivo e tem baixo custo por unidade
RB72454 (Tabela 1 e Figura 1).
de matéria seca produzida. No Brasil, a produtividade média de
cana-de-açúcar, incluindo folhas secas e ponteiros, tem oscilado Avaliando a produção da cana-de-açúcar em relação ao cli-
em torno de 80 toneladas de matéria natural por hectare, mas ma e solos do noroeste do Estado de São Paulo, Dias et al. (1999)
adotando-se o manejo adequado de variedades, de calagem e de verificaram produtividade média de 170 t/ha quando cana culti-
adubação pode-se alcançar produtividades superiores a 150 to- vada em Podzólico Vermelho-Amarelo eutrófico textura arenosa/
neladas de matéria natural por hectare (OLIVEIRA et al., 2001). média, devendo-se ressaltar que esta produtividade é uma das
Contudo, irrigação complementar pode aumentar a produção de maiores registradas na literatura. Os valores médios de produção
matéria seca da cana, tornando-a ainda mais atrativa para o arra- de matéria natural e de colmos citados na Tabela 1 são de mesma
çoamento animal. ordem de grandeza daqueles relatados por Dias et al. (1997); con-
tudo, no presente estudo a cana de primeira rebrota tinha apenas
No presente trabalho avaliou-se, no ciclo da cana-planta e
sete meses de ciclo.
da primeira rebrota, a produção de forragem por sete variedades,
cultivadas em Latossolo Vermelho-Escuro distrófico, no municí- Os principais fatores que contribuíram para a alta produti-
pio de Paracatu, noroeste de Minas Gerais. Após limpeza do cam- vidade de matéria natural e de colmos industrializáveis obtida no
po nativo, aplicou-se calcário dolomítico em quantidade suficien- presente estudo foram:
te para elevar a saturação por bases a 60% e posteriormente o solo 1) Utilização de variedades que tenham altas taxas de cres-
foi arado e gradeado. O plantio foi realizado em maio de 2000, cimento e estabilidade de produção. A RB72454, atualmente uma
sulcando-se o solo, com espaçamento de 1,40 m, e adubando-se das mais cultivadas, não teve boa estabilidade de produção pois
no fundo do sulco com mistura de uréia, superfosfato simples e no ciclo de primeira rebrota produziu 30% a menos que a
cloreto de potássio, nas doses de 100, 90 e 120 kg ha-1 de N, P2O5 RB867515 (Fotos 1 e 2);
e K2O, respectivamente. A densidade de plantio foi de 18 gemas 2) Adoção de medidas que permitiram a cana ter índice de
por metro de sulco, e após a distribuição dos colmos dentro do área foliar próximo a 2 nos meses de agosto-setembro, o que
sulco estes foram picados em toletes de 3 a 5 gemas. O controle de maximizou a captura de energia solar. A cana-planta foi cortada
plantas daninhas foi realizado através da aplicação de herbicidas. no final de agosto de 2001 e recebeu irrigação complementar de
De maio a setembro de 2000 a cana recebeu irrgação de 120 mm. aproximadamente 100 mm, o que permitiu rebrota mais rápida;
Em agosto de 2001 procedeu-se a colheita da cana-planta amostran- 3) Adubação em doses maiores que as atualmente reco-
do-se seis áreas de 1,4 m2, dentro de cada talhão de aproximada- mendadas. Apesar de ter-se aumentado a dose de adubo, após as
mente 0,3 ha. A produção de biomassa oscilou ao redor de 350 to- análises químicas da cana, verificou-se que esta adubação não está
neladas por hectare, não havendo diferença significativa entre as repondo os nutrientes exportados pela colheita. Para que a fertili-
variedades. Após o corte da cana-planta aplicaram-se N e K2O em dade do solo não venha a comprometer as altas produtividades

1
Trabalho apresentado na XXV Reunião Brasileira de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas, Rio de Janeiro, 2002.
2
Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa, MG. Telefone: (31) 3881-4599. E-mail: mwagner@ufv.br

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 101 – MARÇO/2003 9


CANA-DE-AÇÚCAR
obtidas neste estudo, na segunda rebrota adotou-se o critério de LITERATURA CITADA
adubação de restituição e também utilizou-se esterco dos próprios
DIAS, F.L.F.; MAZZA, J.A.; MATSUOKA, S.; PERECIN, D.; MAULE, R.F. Produ-
bovinos visando, dentre outros, reciclagem de nutrientes e redu- tividade de cana-de-açúcar em relação ao clima e solos da região Noroeste do Esta-
ção dos gastos com fertilizantes químicos (Foto 3). do de São Paulo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.23, p.627-634, 1999.
Para difundir a tecnologia de produção e os resultados ob- MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A. Avaliação do estado nutricional
das plantas. Piracicaba: POTAFOS, 1989. 201p.
tidos no presente estudo, realizou-se um dia de campo, juntamen-
OLIVEIRA, M.W.; BARBOSA, M.H.P.; MURILO, C.; ANDRADE, M.B.M.; MEN-
te com os técnicos da Cooperativa do Vale do Paracatu, e também DES, L.C. Análise quantitativa do crescimento da variedade de cana-de-açúcar RB
a imprensa local e a TV Paracatu veiculou reportagem sobre este 72454. In: ENCONTRO DE BOTÂNICOS DE MG, BA E ES, 23, 2001. Resu-
estudo. mos... UFV/SBB, 2001, v.1, p.89.

Tabela 1. Produção média (média desvio ± padrão da média) de matéria natural (Produção MN), de colmos industrializáveis (Produção
Colmos) e acúmulo médio de nutrientes na parte aérea de sete variedades de cana, no ciclo de primeira rebrota.

Acúmulo de nutrientes na parte aérea da cana


Variedades Produção MN Produção Colmos
N P K Ca Mg
- - - - - - - - - - - - t ha-1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - kg ha-1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

RB72454 175 (± 26) 137 (± 20) 198 (± 30) 22(± 4) 284 (± 49) 60 (± 8) 56 (± 9)
RB855536 200 (± 9) 161 (± 7) 246 (± 18) 30 (± 6) 291 (± 25) 81 (± 5) 64 (± 5)
RB867515 230 (± 30) 184 (± 26) 271 (± 26) 29 (± 4) 429 (± 62) 103 (± 14) 64 (± 9)
RB947520 225 (± 40) 176 (± 31) 235 (± 39) 30 (± 6) 400 (49) 81 (± 13) 65 (± 16)
RB957512 213 (± 21) 166 (± 16) 230 (± 24) 27 (± 2) 353 (± 30) 62 (± 11) 51 (± 9)
SP80-1816 226 (± 26) 176 (± 20) 235 (± 19) 34 (± 3) 316 (± 26) 91 (± 9) 57 (± 8)
SP8018-42 219 (± 50) 171 (± 39) 241 (± 19) 32 (± 6) 271 (± 18) 50 (± 6) 46 (± 4)

Foto 1. Cana RB867515 aos 60 dias após o corte.

Foto 2. Cana RB867515 aos sete meses após o corte (230 t de matéria
natural/ha.

Figura 1. Produção de matéria natural por seis variedades de cana,


no ciclo de primeira rebrota, com sete meses de idade. Fa-
Foto 3. Vacas em lactação alimentadas com silagem de cana. zenda Anchieta, Paracatu, MG.

10 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 101 – MARÇO/2003


DIVULGANDO A PESQUISA

Nota do editor: Os trabalhos que possuem endereço eletrônico em azul podem ser consultados na íntegra

São Manuel-UNESP, São Manuel, SP, em um Latossolo Verme-


1. AVALIAÇÃO DO TEOR DE NITROGÊNIO E ESTIMA- lho distrófico, em preparo convencional, utilizando irrigação su-
TIVA DO TEOR DE CLOROFILA PELO CLOROFI- plementar por aspersão. Foi utilizado o híbrido simples de milho
LÔMETRO EM FOLHAS DE MILHO DE ALTA TECNO- DAS 8410, realizando a semeadura em 25/11/2000 com 330 kg
LOGIA ha-1 de 08-28-16 + 0,4 Zn. O experimento foi delineado em blocos
AMARAL FILHO, J.P.R.; BARBOSA, J.C.; FORNASIERI casualizados adotando duas doses de N um dia antes da semeadu-
FILHO, D. In: Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 24., ra e sete manejos de N em cobertura. O monitoramento do IRC foi
Florianópolis, 2002. Resumos... ABMS/EMBRAPA/EPAGRI, realizado a cada 15 dias, aproximadamente nos seguintes estádios
2002. p.86. fenológicos: plantas com 4 a 5 folhas, com 7 a 8 folhas, com 10 a
11 folhas, início do pendoamento e daus semanas após o flores-
A distribuição espacial de plantas por área e o uso de ferti- cimento feminino.
lizantes nitrogenados são eficazes recursos para aumentar a pro- O índice relativo de clorofila (IRC) variou com o ciclo
dutividade do milho. Para materiais de alta produtividade são ne- da cultura e discriminou os diferentes manejos de cobertura
cessárias informações mais específicas, quanto à resposta à adu- nitrogenada no milho a aprtir do estádio de 7 a 8 folhas e pode
bação nitrogenada e formas de avaliar sua disponibilidade em plan- nos fornecer no final do ciclo do milho se houve um excesso na
tas de milho, de forma não destrutiva, rápida e economicamente adubação realizada (IRC entre 52 e 56), permitindo também
viável. Para avaliar o teor de nitrogênio na planta baseia-se, em calibrar melhor a dose para o cultivo seguinte.
geral, na análise das folhas e em testes de campo. Atualmente,
com a utilização do medidor portátil de clorofila, é possível reali-
zar as leituras imediatas da clorofila na folha. assim, avaliaram-se 3. DESEMPENHO DA CULTURA DE MILHO EM FUN-
a influência de espaçamentos, população de plantas e de doses de ÇÃO DE DOSES DE NITROGÊNIO APLICADAS EM
nitrogênio em cultura de milho de alta tecnologia sob o teor de DIFERENTES ESTÁDIOS FENOLÓGICOS
nitrogênio na folha e avaliação de clorofila através do clorofilô-
metro. Os tratamentos constaram de dois espaçamentos entre li- FANCELLI, A.L.; DOURADO-NETO, D.; CASADEI, R. In:
nhas (0,80 e 0,60 m); três populações de plantas (40.000, 60.000 Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 24., Florianópolis, 2002.
e 80.000 plantas ha-1) e quatro doses de nitrogênio (0, 50, 100 e Resumos... ABMS/EMBRAPA/EPAGRI, 2002. p.246.
150 kg ha-1 N).
Com o objetivo de avaliar a influência do fornecimento de
Verificou-se que o aumento na dose de nitrogênio de 0 para nitrogênio em diferentes estádios fenológicos do milho (Zea mays
150 kg ha-1 N proporcionou incremento linear no teor foliar de L.), conduziu-se um ensaio de campo, no ano agrícola 2001-2002,
nitrogênio e nas leituras de clorofila na folha da espiga e 4a folha em área experimental do Departamento de Produção Vegetal da
positiva do milho, amostrada quando os grãos mostravam a linha ESALQ/USP, no município de Piracicaba, SP, em solo classifica-
do leite a 1/4 da distância do ápice do grão. A leitura de clorofila do como Nitossolo. Para tal, foi utilizado o delineamento estatísti-
pelo clorofilômetro na folha da espiga apresentou correlação li- co de blocos ao acaso, com 12 tratamentos e 4 repetições. Os trata-
near com o teor foliar de nitrogênio com a adubação nitrogenada, mentos consistiram na aplicação total de 150 kg ha-1 de nitrogênio
indicando confiabilidade na sua utilização em cultura de milho. em diferentes estádios fenológicos da cultura de milho. Assim, além
das testemunhas 1 (ausência de N) e 2 (apenas 30 kg ha-1 de N na
semeadura), os demais tratamentos consistiram no oferecimento
2. VARIAÇÃO DO ÍNDICE RELATIVO DE CLOROFILA desse nutriente, em cobertura, nos estádios de 2, 4, 6, 8 e 10 folhas,
COM O MANEJO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA E com e sem o emprego de 30 kg ha-1 de nitrogênio na semeadura,
COM O CICLO DA CULTURA DO MILHO sempre perfazendo um total de 150 kg ha-1 de N. O genótipo utiliza-
do foi o Pioneer 30F33, semeado no espaçamento entre linhas de
GODOY, L.J.G. & VILLAS BÔAS, R.L. In: Congresso Nacio- 0,80 m, resultando numa população de 57.000 plantas/ha.
nal de Milho e Sorgo, 24., Florianópolis, 2002. Resumos... Os resultados demonstraram que o uso de nitrogênio
ABMS/EMBRAPA/EPAGRI, 2002. p.112. tardiamente na cultura de milho determina a redução do nú-
O nitrogênio é o nutriente que proporciona as maiores res- mero de grãos por espiga e do índice de área foliar (IAF) e,
postas em produtividade na cultura do milho, entretanto, devido conseqüentemente, a perda do potencial produtivo da cultura.
sua complexa dinâmica no solo e a falta de um índice do N no Outra tendência evidenciada pelos resultados mostra que a uti-
solo, o seu manejo adequado é difícil. Com um medidor (portátil) lização de 30 kg/ha-1 de N na semeadura permite que a aduba-
da intensidade da coloração verde das folhas (clorofilômetro SPAD- ção de cobertura possa ser efetuada até o estádio de 8 folhas.
502, da MINOLTA) é possível estimar o teor de N nas folhas no Porém, quando na ausência de N na semeadura, os valores
campo com base na correlação entre o teor de clorofila e de N nas absolutos de produtividade demonstraram que a cobertura
folhas de milho. O objetivo do experimento foi avaliar a variação deverá ser efetuada até o estádio correspondente a 4-6 folhas.
do índice relativo de clorofila (IRC), medido pelo clorofilômetro, A aplicação de N tardiamente no milho (estádio de 10 folhas),
com o manejo da adubação nitrogenada e o ciclo da cultura do excetuando as testemunhas, foi a que mais proporcionou a re-
milho. O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental dução do número de grãos por espiga e do IAF.

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 101 – MARÇO/2003 11


4. UREIDE ACCUMULATION IN RESPONSE TO Mn 6. AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DA FIXAÇÃO BIOLÓ-
NUTRITION BY EIGHT SOYBEAN GENOTYPES GICA DE NITROGÊNIO (FBN) EM DIFERENTES VA-
WITH N2 FIXATION TOLERANCE TO SOIL DRYING RIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR

SINCLAIR, T.R.; VADEZB, A.V.; CHENUB, K. Crop COELHO, C.H.M.; XAVIER, R.P.; QUESADA, D.M.;
Science, v.43, p.592-597, 2003. (http://crop.scijournals.org/ REZENDE, A.S.; POLIDORO, J.C.; SILVA, L.L.G.G. da;
cgi/content/full/43/2/592) BRAZ, S.P. ALVES, B.J.R.; BODDEY, R.M.; URQUIAGA,
S. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO
Nitrogen fixation in soybean (Glycine max Merr.) is
SOLO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS, Rio de Janeiro, 2002.
especially sensitive to soil drying. The basis of this sensitivity
Resumos... SBCS, 2002. p.51.
appears to be related to the fact that ureides are transported
from the nodules, and the ureide concentrations increase with As evidências da contribuição da Fixação Biológica de N2
water deficits in leaves resulting in an apparent feedback to (FBN) na nutrição nitrogenada da cultura de cana-de-açúcar vêm
nodules involving ureides that inhibit activity. Therefore, sus- estimulando a realização de estudos que visam quantificar a con-
tained ureide catabolism in the leaves under water deficit tribuição deste processo para esta cultura, uma vez que esta apre-
appears to be critical for N2 fixation tolerance. Recently, eight senta uma alta demanda de nitrogênio e principalmente levando
plant introduction lines were identified that expressed substantial em consideração a baixa disponibilidade deste nutriente na maio-
N2 fixation tolerance of water deficits. The focus of this study was ria dos solos no Brasil. Desta forma, a fixação biológica do N2
to explore the basis for the tolerance previously observed in the pode apresentar-se como uma importante fonte desse nutrien-
eight lines. Specifically, the objective of this study was to evaluate te, contribuindo com até 60% do nitrogênio total acumulado
in these genotypes the dependence for ureide catabolism on pela planta (Urquiaga et al., 1992). Este experimento vem sendo
allantoate amidinohydrolase, which in other cultivars appears to conduzido na Embrapa Agrobiologia desde março de 2000, im-
be related to N2 fixation tolerance of water deficits. Since allantoate plantado num Argissolo. O delineamento experimental foi o de
amidinohydrolase does not require Mn as a co-factor in contrast blocos ao acaso com três repetições. Nessa primeira colheita (ci-
to the alternate enzyme for allantoic acid catabolism, ureide accu- clo de cana planta) as variedades que mais se destacaram para a
mulation was measured in leaves of these genotypes after the plants produção foram a RB 75-8540 e a RB 83-5089.
were fed allantoic acid following growth on low Mn hydroponic Para acúmulo de N-total a melhor variedade foi a
solutions. RB 82-5336 e no referente à contribuição da fixação biológica
This treatment confirmed that ureide accumulation was de nitrogênio as melhores variedades foram a RB 82-5336 e a
independent of Mn nutrition level in six of the eight tolerant lines. RB 72-454, onde a contribuição da FBN esteve ao redor de
Ureide accumulation in PI 429328 was consistently the most 32% do N acumulado pelas plantas.
insensitive to Mn nutrition level. Overall, these results indicated
that ureide catabolism independent of Mn is active in six of the
eight plant introduction lines identified to express N2 fixation 7. SORÇÃO E DESSORÇÃO DE GLIFOSATO EM SOLOS
tolerance to soil drying. COM DISTINTOS NÍVEIS DE FÓSFORO

PRATA, F.; CARDINALI, V.C. do B.; LAVORENTI, A.;


5. DEFICIÊNCIA DE FERRO EM CAFEZAIS INDUZIDA TORNISIELO, V.L.; REGITANO, J.B. Scientia Agricola, v.60,
POR EXCESSO DE FÓSFORO NA PLANTA n.1, p.175-180, 2003 (http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0103-90162003000100026&lng=
NUNES, F.N.; NOVAIS, R.F.; SILVA, I.R.; GEBRIM, F.O.; en&nrm=iso&tlng=en)
REZENDE, P.C. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE FERTILI-
A sorção do glifosato no solo ocorre devido a formação
DADE DO SOLO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS, Rio de Ja-
de complexos de esfera interna com os metais dos óxidos, o que
neiro, 2002. Resumos... SBCS, 2002. p.35.
está relacionado à capacidade dos solos em adsorver fosfatos.
A verificação da possível relação entre as altas concentra- Isto sugere que haja competição entre o herbicida e os íons
ções de P em plantas de café e sintomas foliares típicos de defici- fosfato pelos sítios de adsorção específica do solo.
ência de Fe foram pesquisadas. Selecionou-se uma lavoura na re- Com isso, o presente trabalho teve o objetivo de verificar a
gião de Patos de Minas e outra na de Ponte Nova (MG) com sinto- extensão do efeito de níveis crescentes de fósforo no solo na sorção
mas de clorose, onde amostras de solo e de folha foram coletadas e dessorção do glifosato em solos com diferentes atributos
para análise. mineralógicos. Os solos foram Nitossolo Vermelho eutroférrico,
Em ambas as regiões, a concentração de macro e de micro- Latossolo Amarelo ácrico e Gleissolo. Amostras dos solos foram
nutrientes nas folhas estão dentro das faixas normais para plantas incubadas com KH2PO4, por 30 dias, nas doses equivalentes a 0;
de café. Aquelas com clorose intensa apresentaram redução subs- 1.000; 5.000; 20.000 e 50.000 kg ha-1 de P2O5, que são muito altos
tancial nas concentrações totais de Fe, enquanto a concentração do ponto de vista agronômico, mas necessário para estudos de
dos demais nutrientes manteve-se em níveis similares. A existên- sorção e dessorção. O delineamento experimental foi do tipo in-
cia da correlação negativa entre clorofila e relação P/Fe não pode teiramente casualizado, em arranjo fatorial 3 (solos) x 5 (níveis de
ser atribuída às altas concentrações foliares de P como hipotetizado fósforo no solo), com três repetições.
inicialmente, mas devido a um decréscimo nos teores de Fe, indi- No estudo da sorção foram utilizadas cinco concentrações
cando que a aquisição de Fe pelas plantas foi comprometida. Os do herbicida: 0,42; 0,84; 1,68; 3,36 e 6,72 mg L-1, com radioati-
possíveis fatores limitantes à aquisição de Fe pelas plantas fo- vidade (14C) de 0,233 kBq mL-1. Apenas para a concentração
ram o déficit hídrico em Patos de Minas e o pH elevado do solo 0,84 mg L-1 foram feitas quatro dessorções com CaCl2 0,01 mol L-1
em Ponte Nova. e uma extração com extrator Mehlich 3. Posteriormente, alíquotas

12 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 101 – MARÇO/2003


do solo foram oxidadas em oxidador biológico para o fechamento 9. POTASSIUM PLACEMENT EFFECTS ON YIELD AND
do balanço de radioatividade. SEED COMPOSITION OF NO-TILL SOYBEAN SEE-
O glifosato compete com o fósforo pelos sítios de sorção DED IN ALTERNATE ROW WIDTHS
específica no solo, mas essa competição somente é impor-
tante quando os níveis de P atingem valores superiores a YIN, X. & VYN, T.J. Agronomy Journal, v.95, p.126-132,
1.000 mg dm-3. A extração do glifosato foi muito baixa e foi 2003. (http://agron.scijournals.org/cgi/content/full/95/1/126).
acrescida com aumento dos níveis de P no solo. Optimum K fertilizer placement for no-till soybean [Glycine
max (L.) Merr.] yield and quality in wide-row production systems
may not be appropriate for narrow-row systems. Potassium fertilizer
8. PRODUÇÃO E ESTADO NUTRICIONAL DE POVOA- placement and row width effects on no-till soybean were evaluated
MENTOS DE Eucaliptus grandis, EM SEGUNDA ROTA- from 1998 through 2000 on a continuous no-till soil with low, but
ÇÃO, EM RESPOSTA À ADUBAÇÃO POTÁSSICA stratified, soil-test K. Four K fertilizer placements of surface
broadcast, 76-cm band width, 38-cm band width, and zero K were
FARIA, G.E. de; BARROS, N.F. de; NOVAIS, R.F. de; LIMA, compared at a single rate of 100 kg K ha-1 for soybean planted in
J.C.; TEIXEIRA, J.L. Revista Árvore, v.26, n.5, p.577-584, 76-, 38-, and 19-cm row widths. Broadcast K application signi-
2002 (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext ficantly increased leaf K concentrations in all 3 yr. Band placement
&pid=S0100-67622002000500008&lng=en&nrm=iso& increased soybean leaf K more than surface broadcast in 2 of 3 yr.
tlng=pt). Band placement increased yield 10 to 15% in 76- and 38-cm rows,
compared with zero K, while seed yield was not significantly
A condução de brotação de cepas é uma técnica corriqueira
improved by surface broadcasting in any row-width system. Within
nas plantações de eucalipto no Brasil. Contudo, a queda de produ-
the 19- and 38-cm row width systems, soybean rows positioned
tividade da primeira para a segunda rotação tem sido freqüente-
midway between the K fertilizer bands had lower K uptake and
mente observada, e a deficiência de nutrientes minerais é uma das
productivity than soybean rows seeded above the K bands. Banded
possíveis causas deste fato.
K also increased seed K concentrations and accumulation more
O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito residual de do- than broadcast application in 76- and 38-cm row widths. Seed oil
ses de K sobre o estado nutricional, o balanço de K e a produção concentrations were increased by band placement, and were often
de Eucalyptus grandis, em segunda rotação, assim como as quan- positively correlated with leaf K, seed K, and seed yield. Potassium
tidades de N, P, K, Ca e Mg acumuladas na copa e no tronco. banding was superior to surface broadcasting for plant K
Doses de 30, 60, 120 e 240 kg/ha de K2O, na forma de KCl, foram nutrition, yield, and seed oil concentrations in both wide and
aplicadas a lanço em toda a área e incorporadas ao solo antes do intermediate row-width systems, but not in narrow-row soybean
plantio. Incluiu-se, ainda, a parcela sem aplicação de K. Na pri- production, on low soil-test K fields.
meira rotação as árvores foram cortadas aos 78 meses. Em segui-
da, fez-se a condução de um broto por cepa. Aos 80 meses após o Table 3. Effects of K placement and row width on seed yield (1998-2000).
primeiro corte, ou seja, já na segunda rotação, foram avaliados o Seed yield
volume do tronco, a produção de matéria seca e o conteúdo de Row width K placement
1998 1999 2000 Avg.
nutrientes na árvore e na manta orgânica e os teores de nutrientes
cm - - - - - - - - - - - - Mg ha - - - - - - - - - - - - - -
-1
no solo.
76 Broadcast 1.79 ab1 2.19 2.50 2.16 ab
A maior dose de K, aplicada na implantação do povoa- 76-cm band 1.95 a 2.55 2.57 2.36 a
mento, causou aumento da ordem de 54% no volume e na ma- 38-cm band 1.92 a 2.46 2.63 2.34 ab
téria seca dos troncos das árvores na segunda rotação, em com- Zero K 1.55 b 2.22 2.64 2.14 b
Avg. 1.80 2.35 2.58 2.25
paração com o tratamento sem adubação. Nessas condições, a
diferença no acúmulo de N, P, Ca e Mg nas árvores foi, em média, 38 Broadcast 2.32 c 2.43 2.86 2.53 b
76-cm band 3.12 a 2.60 2.78 2.83 a
de 69%. Da primeira para a segunda rotação houve decréscimo
38-cm band 3.02 a 2.70 3.12 2.94 a
médio de 52% na produtividade, atribuído à exportação de nutri- Zero K 2.64 b 2.22 2.78 2.55 b
entes, em especial de K, na rotação anterior, ocasionando a redu- Avg. 2.78 2.49 2.88 2.71
ção na fertilidade do solo. 19 Broadcast 2.29 ab 2.46 3.05 2.59 a
76-cm band 2.33 ab 2.62 2.83 2.59 a
CONCLUSÕES: 38-cm band 2.50 a 2.47 2.87 2.62 a
• O residual de K no solo em decorrência da adubação foi Zero K 2.18 b 2.30 3.03 2.50 a
Avg. 2.33 2.46 2.95 2.58
pequeno após a primeira rotação e não-proporcional às doses apli-
Avg. Broadcast 2.13 2.36 bc 2.80 2.43 b
cadas. O reflexo da adubácão feita no plantio sobre a produção 76-cm band 2.47 2.59 a 2.73 2.59 a
das brotações foi decorrente da maior quantidade de resíduos flo- 38-cm band 2.48 2.55 ab 2.87 2.63 a
restais da primeira rotação e de seu conteúdo de K. Zero K 2.12 2.25 c 2.82 2.39 b
• A queda de produtividade de povoamentos de eucalipto Statistics
K placement ns2 * ns *
em segunda rotação, na região do Vale do Jequitinhonha, pode Row width *** ns *** ***
ser atribuída à redução na fertilidade do solo devido à expor- K placement x row width * ns ns *
tação de K e de outros nutrientes pela colheita do tronco na
* Significant at the 0.05 level; *** Significant at the 0.001 level.
rotação anterior. No caso do P, houve forte redução na eficiência 1
Means within each row width or the averages in a column followed by the
do fosfato natural aplicado na época de plantio. A perda de produ- same letter are not significantly different at P = 0.05 according to Fisher’s
tividade da segunda rotação será tanto maior quanto maior for o protected LSD test.
índice de colheita. 2
ns, not significant at the 0.05 probability level.

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 101 – MARÇO/2003 13


doses de calcário, sendo que a maior variação ocorreu entre a
10. FARMING WITH ACIDITY
testemunha e a dose incorporada. Não ocorreu efeito claro desse
SUMNER, M.E.; YAMADA, T. Communications in Soil abaixamento da MOS nos valores do PESN.
Science and Plant Analysis, v.33, ns.15-18, p.2467-2496, A falta de interação entre as doses de calcário e as profun-
2002. didades de coleta do solo contribuiu para esta situação, porque o
In many parts of the world notably the US Midwest and efeito da MOS foi diluído, uma vez que os valores de PESN eram
Europe soils have been limed to a particular target pH (pHH2O 6.5- médios das profundidades (0-0,1; 0,1-0,2 e 0,2-0,3 m). O potenci-
7.0) according to the crop. Because plants do not directly respond al elétrico e as produtividades de soja e milho não variaram com
to the activity of H+, it is pertinent to enquire why this approach to as doses de calcário.
liming has enjoyed such widespread popularity. Among the reasons,
the original near-neutral pH of many of the soils was no doubt a
consideration and the use of acid-sensitive legumes to supply N in 12. INFLUÊNCIA DO MAGNÉSIO NA ABSORÇÃO DE
rotations in the early stages of agricultural development also played MANGANÊS E ZINCO POR RAÍZES DESTACADAS
a part. The introduction of the pH meter at about the same time as DE SOJA
N fertilizers found widespread popularity replacing legumes in
MOREIRA, A.; MALAVOLTA, E.; HEINRICHS, R.; TANA-
rotations facilitated the measurement of soil acidity and removed
KA, R.T. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.38, n.1, p.95-
the focus from the real problems of soil acidity, namely, toxic levels
101, 2003 (http://atlas.sct.embrapa.br/pdf/pab2003/janeiro/
of Al3+ and Mn2+ and deficiencies of nutrients such as Ca, Mg, N,
095.pdf).
S, P and Mo. Even after legumes disappeared from the rotations,
the high target pH values were retained. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do Mg na
Liming experiments throughout the world reveal that, absorção do Zn e do Mn em quatro cultivares de soja. Utilizou-se a
with very few exceptions, all crops including legumes cease to técnica de cinética de absorção por raízes destacadas. As raízes fo-
respond to lime abouve pHH2O = 5.5-5.8, provided that the ram colocadas em frascos com as seguintes combinações: três doses
factors (Ca, Mg, Mo, B, P, etc) negatively impacted by soil de Mg (1,0, 3,0 e 6,0 mmol L-1) x cinco doses de Zn ou Mn (0,5,
acidity are optimized. In fact on highly weathered soils, liming 1,0, 2,0, 5,0 e 10,0 mmol L-1), com três repetições. Com pipetador,
to near neutrality can have disastrous effects on yields of many foi colocado 14,8 MBq de radiozinco ou de radiomanganês. Após
crops. Many examples are presented as illustrations of the few uma hora de exposição, as raízes foram lavadas e secadas em estu-
benefits accruing to liming to neutrality and the many benefits of fa; em seguida foram pesadas e determinou-se a radioatividade. Os
farming with levels of acidity somewhat more intense than has valores foram convertidos em micromoles por grama de matéria
normally been the case. Among the latter benefits are increased seca. Foram estimadas as variáveis Km e Vmax pela equação de
profitability from higher nutrient efficiencies, reduced diseases Lineweaver & Burk.
and pests, slower nitrification with less water pollution, improved As cultivares apresentaram comportamentos distintos na
soil tilth, improved availability of many metals and P. absorção de Mg, Mn e Zn; a inibição do Mg sobre o Zn e o Mn na
soja é do tipo não competitiva, e as variáveis Km e Vmax comporta-
ram-se de modo independente no processo de absorção.
11. CALAGEM E ATRIBUTOS ELETROQUÍMICOS DE
UM LATOSSOLO SOB SISTEMA DE SEMEADURA
DIRETA
13. SORGO E GIRASSOL NO OUTONO-INVERNO, EM
ALLEONI, L.R.F.; ZAMBROSI, F..C.B.; MOREIRA, S.G.; SISTEMA PLANTIO DIRETO, NO MATO GROSSO
PROCHNOW, L.I.; VOLNEI PAULETTI, V. Scientia DO SUL, BRASIL
Agricola, v.60, n.1, p.119-123, 2003. (http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-90162003000 HECKLER, J.C. Ciência Rural, v.32, n.3, p.517-520, 2002
100018&lng=en&nrm=iso&tlng=en) (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=
S0103-84782002000300024&lng=en&nrm=iso&tlng=pt).
O aumento das áreas cultivadas no Brasil sob sistema de
semeadura direta (SSD) vem ocorrendo principalmente devido às A falta de culturas alternativas para o cultivo de outono-
melhorias na disponibilidade de água e de nutrientes às plantas. inverno é importante problema para os sistemas de produção de
Entretanto, poucos estudos têm sido realizados sobre o efeito da grãos da Região Oeste do Brasil, em particular no Estado do Mato
calagem nos atributos eletroquímicos dos solos cultivados sob SSD. Grosso do Sul. Com o propósito de estudar o comportamento de
O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito da calagem (na super- genótipos de girassol (Helianthus annuus L.) e sorgo (Sorghum
fície do solo e incorporada a 0,2 m) no pH do solo, no ponto de bicolor L. Moench) em Sistema Plantio Direto, no outono-inver-
efeito salino nulo (PESN), no potencial elétrico, no teor de maté- no do ano 2000, foram conduzidos dois experimentos na Embrapa
ria orgânica do solo (MOS) e na produtividade de soja e milho Agropecuária Oeste, em Dourados, MS, utilizando-se o delinea-
cultivados em um Latossolo Vermelho com 12 anos sob SSD. As mento de blocos ao acaso.
doses de calcário aplicadas na superfície representaram 1/3, 2/3 e Os resultados das avaliações do girassol mostraram diferen-
o total da quantidade calculada para elevar a saturação por bases a ças significativas entre os tratamentos quanto ao rendimento de grãos
70% (2.500 kg ha-1). Avaliou-se um tratamento adicional, consti- que, em média, produziram 2.176 kg ha-1. O maior rendimento foi
tuído pela maior dose, incorporada na camada de 0 a 0,2 m. do híbrido M 734 (3.028 kg ha-1). O rendimento médio de grãos
Houve efeito pouco pronunciado da calagem nos valores alcançado pelos genótipos de sorgo foi de 7.861 kg ha-1, com
de PESN, provavelmente devido às pequenas doses de calcário destaque para: BR 304, M 51 e AG 2005E, com 9.865, 9.771 e
utilizadas. O conteúdo de MOS decresceu com o aumento das 9.055 kg ha-1, respectivamente.

14 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 101 – MARÇO/2003


carboidratos das folhas para outras partes da planta. Com o obje-
14. LEGUMINOSAS HERBÁCEAS PERENES COMO CO-
tivo de detectar essas alterações anatômicas no xilema de caules
BERTURA VIVA DO SOLO E SEU EFEITO NO C, N E
extremamente flexíveis de seringueira (Hevea spp.), que apresen-
P DA BIOMASSA MICROBIANA
tavam sintomas de deficiência de B, realizou-se um estudo ana-
DUDA, G.P.; GUERRA, J.G.M.; MONTEIRO, M.T.; DE- tômico comparativo entre plantas com e sem sintomas de defi-
POLLI, H.; TEIXEIRA, M.G. Scientia Agricola, v.60, n.1, ciência, quanto à espessura das paredes e grau de deposição de
p.139-147, 2003 (http://www.scielo.br/scielo.php?script= lignina e celulose, bem como quanto à concentração de grãos de
sci_arttext&pid=S0103-90162003000100021&lng= amido no parênquima do xilema. Não foi observada variação
en&nrm=iso&tlng=en) significativa entre a espessura e o grau de deposição de lignina
nas paredes dos elementos do xilema de plantas com e sem sin-
A adoção de práticas de cobertura do solo com leguminosas tomas. No entanto, plantas com sintomas apresentaram lamela
tem aumentado. Porém, o impacto desta prática sobre o comparti- média de espessura muito reduzida, com menor intensidade
mento microbiano ainda não é bem conhecido. Para avaliar o efeito de coloração, o que reflete a insuficiência de pectato de cálcio,
de diferentes leguminosas, sobre o C, N e P da biomassa micro- composto responsável pela adesão entre as células e cuja sínte-
biana, coletaram-se amostras de Argissolo oriundas de um expe- se é bloqueada pela carência de boro. A causa da flexibilidade
rimento sob condições de campo em Seropédica-RJ. O experimento dos caules foi atribuída à menor coesão entre as células.
foi subdividido em dois ensaios. No primeiro, os tratamentos
corresponderam à combinação de três fatores: espécie de cobertu-
ra viva (Arachis pintoi e Macroptilium atropurpurem), manuten- 16. NUTRIENTES MINERAIS NA BIOMASSA DA PARTE
ção em cobertura ou remoção dos resíduos após o corte e profun- AÉREA EM CULTURAS DE COBERTURA DE SOLO
didade de coleta do solo. No segundo ensaio, os tratamentos corres-
ponderam à combinação de três fatores: ausência de cobertura viva, BORKERT, C.M.; GAUDÊNCIO, C. de A.; PEREIRA, J.E.;
A. pintoi, Pueraria phaseoloides e M. atropurpureum, doses de P PEREIRA, L.R.; OLIVEIRA JUNIOR, A. de. Pesquisa Agro-
(0 e 88 kg ha-1) e manejo dos resíduos da parte aérea das plantas. pecuária Brasileira, v.38, n.1, p.143-153, 2003 (http://
Não houve variação do C microbiano com a profundidade do solo. atlas.sct.embrapa.br/pdf/pab2003/janeiro/143.pdf).
Porém, para o P e N microbianos, C orgânico do solo, C solúvel
em água, disponível e mineralizável, o aumento da profundidade O objetivo deste trabalho foi estimar as quantidades de nu-
proporcionou diminuição destas características. As leguminosas trientes reciclados por cinco espécies vegetais utilizadas como cul-
usadas influenciaram de maneira diferenciada as variáveis anali- turas de cobertura do solo e que podem retornar ao solo pela
sadas. O A. pintoi promoveu elevação nos teores de C microbiano mineralização da biomassa. Foram coletadas de vários experimen-
e disponível, comparativamente as demais espécies utilizadas tos amostras da matéria verde de aveia-preta (Avena strigosa Schreb),
(P. phaseoloides e M. atropurpureum). A manutenção dos resí- mucuna-preta (Stizolobium aterrimum Piper & Tracy), guandu
duos das leguminosas após cada corte promoveu aumentos nos (Cajanus cajan (L.) Millsp), tremoço (Lupinus albus L. e L.
teores de C e N microbianos, C orgânico e N total e frações de angustifolius L.) e ervilhaca (Vicia sativa L.). Foi estimado o rendi-
C orgânico do solo enfatizando a importância de utilização mento de matéria seca e determinados os teores de N, P, K, Ca, Mg,
desta prática para melhorar a fertilidade do solo. Mn, Zn, Cu, e, a partir dessas concentrações, foram calculadas a
média observada, a média estimada e o intervalo de confiança a
95% para cada nutriente dentro de cada classe de rendimento de
15. RELAÇÃO ENTRE A FLEXIBILIDADE DO CAULE matéria seca, em cada espécie vegetal. Os dados foram tabulados
DE SERINGUEIRA E A CARÊNCIA DE BORO dentro de intervalos de classe de rendimento de matéria seca e apre-
sentadas as quantidades estimadas de nutrientes minerais. Foram
MORAES, L.A.C.; MORAES, V.H. de; MOREIRA, A. Pes- ajustadas equações para estimar as quantidades desses nutrientes.
quisa Agropecuária Brasileira, v.37, n.10, p.1431-1436, A aveia-preta e a ervilhaca reciclam grande quantidade de K, e
2002 (http://atlas.sct.embrapa.br/pdf/pab2002/outubro/ a ervilhaca, a mucuna-preta, o tremoço e o guandu reciclam
1431.pdf). grande quantidade de N (Tabela 1). Todas as espécies reciclam
Em algumas culturas com carência de B observou-se me- quantidades apreciáveis de Ca, Mg e micronutrientes, porém baixas
nor deposição de lignina nos elementos do xilema, formando quantidades de P. A rotação de culturas é um meio de implementar
paredes finas e pouco resistentes e menor translocação de com sucesso o aumento das áreas de lavoura em semeadura direta.

Tabela 1. Quantidades médias de matéria seca e de nutrientes na matéria seca das cinco espécies de plantas de cobertura do solo utilizadas
em rotação de culturas.
Nutrientes analisados Aveia-preta Guandu Mucuna-preta Tremoço Ervilhaca
N (kg t-1) 13,7 30,1 34,4 33,8 46,2
P (kg t-1) 1,3 2,9 3,4 1,7 3,4
K (kg t-1) 23,3 14,2 16,8 19,2 22,9
Ca (kg t-1) 7,8 8,2 11,8 11,9 10,5
Mg (kg t-1) 2,3 2,6 2,9 2,7 2,6
Zn (g t-1) 21,0 26,4 29,2 41,5 31,9
Mn (g t-1) 286,0 94,4 145,4 - 69,3
Cu (g t-1) 9,0 26,5 18,9 21,2 10,3
Matéria seca (kg ha-1) 10.334 6.165 5.097 10.094 5.328

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 101 – MARÇO/2003 15


17. ADUBAÇÃO FOLIAR COM MICRONUTRIENTES EM 19. EFEITO DE BIOFERTILIZANTES E ÓLEO DE NIM
ARROZ IRRIGADO, EM ÁREA SISTEMATIZADA SOBRE OS FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS Beauveria
bassiana (Bals.) Vuill. E Metarhizium anisopliae (Metsch.)
MARCHEZAN, E.; SANTOS, O.S. dos; AVILA, L.A. de; Sorok
SILVA, R.P. da. Ciência Rural, v.31, n.6, p.941-945, 2001.
(http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext &pid HIROSE, E.; NEVES, P.M.O.J.; ZEQUI, J.A.C.; MARTINS,
=S0103-84782001000600003&lng=en&nrm=iso&tlng=pt) L.H.; PERALTA, C.H.; MOINO JR., A. Brazilian Archives
of Biology and Technology, v.44, n.4, p.419-423, 2001.
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da aplicação
(http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=
de micronutrientes em arroz irrigado, em área de várzea após a
S1516-89132001000400013&lng=en&nrm=iso&tlng=en)
sistematização. Foi realizado durante três anos agrícolas em
Planossolo Hidromórfico eutrófico arênico, instalado em local de Verificou-se o efeito fungitóxico in vitro de três biofer-
onde foi retirada uma camada de solo de cerca de 30 cm de pro- tilizantes: E.M.-4, Multibionâ, Supermagro e do óleo de nim
fundidade. A adubação com N, P e K foi realizada de acordo com a (Azadirachta indica A. Juss), utilizados na agricultura orgânica,
recomendação técnica para a cultura. O delineamento experimental sobre os fungos entomopatogênicos Metarhizium anisopliae e
foi de blocos ao acaso com quatro repetições, constituído de um Beauveria bassiana. Estes produtos foram misturados em meio
tratamento denominado “completo”, contendo os micronutrientes de cultura, onde os dois fungos estavam inoculados. Avaliou-se
boro (H3BO3), cobre (CuSO4), ferro (FeSO4), manganês (MnCl2), germinação, crescimento vegetativo e conidiogênese.
molibdênio (Na2MoO4) e zinco (ZnSO4) e de seis outros formados Os produtos Supermagro e E.M.-4 foram os menos tóxi-
pela omissão de um micronutriente de cada vez, além de testemu- cos para os dois fungos, Multibionâ causou maior inibição em
nha sem micronutrientes. Em 1996/97, foram aplicados 70 g.ha-1 Zn, M. anisopliae, com reduções na germinação (-37,74%), diâmetro
70 g.ha-1 Mn, 40 g.ha-1 Fe, 50 g.ha-1 B, 12,5 g.ha-1 Cu e 4 g.ha-1 Mo, de colônias (-30,26%) e conidiogênese (- 42,62%) enquanto o óleo
via foliar, no perfilhamento e no início da formação do primórdio de nim provocou maior efeito negativo sobre B. bassiana, inibin-
floral das plantas de arroz. Em 1997/98, foram utilizadas as mes- do a germinação (- 45,27%), diâmetro de colônias (- 36,62%) e
mas soluções, porém com aplicação apenas no perfilhamento. Em conidiogênese (- 84,93%).
1998/99, as doses dos micronutrientes foram alteradas para 35 g.ha-1
Zn, 35 g.ha-1 Mn, 100 g.ha-1 B, 20 g.ha-1 Cu e 12 g.ha-1 Mo, aplica-
dos no perfilhamento, não sendo utilizado o ferro no tratamento 20. PRODUTIVIDADE DO Panicum maximum cv. Mombaça
completo nem na composição dos demais tratamentos. IRRIGADO, SOB PASTEJO ROTACIONADO
A sistematização da área causou redução no teor de maté-
ria orgânica, macro e micronutrientes, exceto o boro e aumento MÜLLER, M. dos S.; FANCELLI, A.L.; DOURADO-NETO,
de alumínio no solo. Verificou-se que não houve efeito da aplicação D.; GARCÍA Y GARCÍA, A.; LÓPEZ O., RAMIRO F.
foliar de micronutrientes no rendimento de grãos de arroz irrigado. Scientia Agricola, v.59, n.3, p.427-433, 2002. (http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010390162002
000300003 &lng=en&nrm=iso&tlng=pt)
18. MONITORAMENTO DA FERTILIDADE DO SOLO O uso da irrigação em pastagens é uma realidade funda-
EM LAVOURAS DE ALGODÃO SOB PLANTIO mentada na experiência empírica de produtores, devido à falta de
DIRETO NOS ESTADOS DE MATO GROSSO E MATO bases científicas definidas sobre o assunto. O trabalho visou avali-
GROSSO DO SUL ar a produtividade do capim Mombaça (Panicum maximum Jacq.
cv. Mombaça) manejado em pastejo rotacionado, sob sistema de
STAUT, L.A.; KURIHARA, C.H.; SILVA, W.M. In: REU-
irrigação e as principais variáveis climáticas responsáveis pelo
NIÃO BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO E NU-
acúmulo de massa de forragem. O experimento foi conduzido sob
TRIÇÃO DE PLANTAS, Rio de Janeiro, 2002. Resumos...
irrigação por aspersão tipo pivô central, de julho a dezembro de
SBCS, 2002. p.62.
1998, em região de cerrado (Latossolo Vermelho-Amarelo) em
A maioria das áreas amostradas apresenta altos teores de São Desidério, BA. Foi quantificada a massa de forragem da pas-
matéria orgânica nas profundidades de 0 a 10 cm (entre 30 e 60 g.kg-1) tagem aos 30 dias de crescimento e antes do pastejo e desenvolvi-
e 10 a 2 cm (entre 30 e 49 g.kg-1). No solo, o nutriente com dos modelos matemáticos que relacionam a produção de forragem
maior limitação ao desenvolvimento das plantas é o potássio, a variáveis climáticas.
com teores considerados baixos (menores que 0,12 cmolc.dm-3) A produção e a taxa de acúmulo de matéria seca da pasta-
em 64 e 88% das áreas, nas profundidades de 0 a 10 cm e 10 a 20 cm, gem, ao longo do período de inverno não apresentaram diferenças
respectivamente. Em seguida, tem-se teores baixos de cálcio (me- significativas. Na primavera, houve tendência de aumento em
nores que 1,6 cmolc.dm-3) e magnésio (menores que 0,6 cmolc.dm-3) ambas, com maiores produções obtidas no período final de avali-
na camada inferior, em cerca de 46% das glebas avaliadas. En- ação. As menores taxas de acúmulo durante a primavera foram
tre os micronutrientes, o cobre mostra-se deficiente (teor menor observadas nos primeiros piquetes, coincidindo com a ocorrência
que 0,5 mg.dm-3, determinado pelo extrator Mehlich-1) em 14 e de baixas temperaturas durante o período de descanso. Com a ele-
34% dos talhões, nas camadas de 0 a 10 cm e 10 a 20 cm, respec- vação da temperatura mínima, a produção forrageira entrou em
tivamente. No tecido foliar, os nutrientes que mostraram-se fase de acúmulo crescente. A produção de forragem, durante a
mais limitantes às plantas foram, na seqüência, Zn, Cu e B. primavera, foi superior à do inverno, apresentando incrementos
Os maiores teores foliares destes nutrientes estavam geral- em função da maior temperatura mínima do ar, do período de
mente associados aos maiores rendimentos de algodão em caroço, descanso e da área foliar inicial. As principais variáveis climáti-
o que reforça a necessidade da definição de padrões mais adequa- cas responsáveis pela produção da forragem foram tempera-
dos para a análise do solo e diagnose foliar. tura mínima do ar e disponibilidade de água no solo.

16 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 101 – MARÇO/2003


et al., Mycol. Res., v.96, p.825-850, 1992). Em 05/03/01, um novo
21. INFLUÊNCIA ALELOPÁTICA DE RAÍZES E PARTE
surto de ferrugem causou prejuízos em Pirapó (Itapúa), no Paraguai,
AÉREA DE AVEIA E AZEVÉM SOBRE A GERMINA-
com perdas acima de 1.100 kg/ha. Levantamento realizado no
ÇÃO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DA SOJA
Paraguai em 23 a 25/05/01, em soja guaxa e “safrinha”, mostrou
(Glycine max)
severa incidência desde Capitán Miranda à Colônia Yguazú.
BUSNELLO, C.E.; SILVEIRA, E.R.; A. LOPES, A.; MAR- No Paraná (26-28/05/01), onde não fôra notada no verão,
QUEZI, C.F. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SOJA E foi encontrada em toda a Costa Oeste (Foz do Iguaçu a Guaíra) e em
MERCOSOJA, 2., Foz do Iguaçu, 2002. Resumos... p.96. Londrina, com a mesma severidade. Amostras do fungo analisadas
nos Estados Unidos (USDA/ARS, Foreign Disease-Weed Science
A soja é uma das principais culturas e fonte de renda da
Research Unit, 1301 Ditto Ave., Ft. Detrick, MD 21702), provaram
região sudoeste do Paraná, cultivada em grande parte no sistema
ser a espécie “asiática”, P. pachyrhizi. Na safra 2001/02, a ferrugem
de plantio direto após a dessecação de aveia e azevém, plantadas
atingiu toda a soja entre Encarnación e Catuetê, no Paraguai, po-
para alimentação animal no inverno, em conjunto na maioria dos
rém, a estiagem na segunda metade do ciclo e o uso de fungicidas
casos, ou isoladamente. Os produtores iniciam a dessecação, se-
evitaram maiores perdas. No Brasil, até a data de 27/04/02, a doen-
guida da semeadura, utilizando sempre mais sementes que o ne-
ça foi encontrada nos Estados do RS, PR, SP, GO, MS e MT. Os
cessário em vista da previsão com problemas na germinação. Este
municípios mais atingidos foram: Passo Fundo/Cruz Alta/
trabalho foi realizado em laboratório com o objetivo de obser-
Cruzaltinha (RS), Ortigueira/Ponta Grossa/Guarapuava (PR),
var o efeito alelopático de raízes e parte aérea de aveia e azevém
Chapadão do Sul/Costa Rica/São Gabriel D’Oeste (MS),
sobre a germinação de sementes de soja e o desenvolvimento
Chapadão do Céu/Rio Verde/Jataí/Mineiros (GO) e Alto Taquari
inicial na primeira semana. Raízes e parte aérea de aveia e azevém
(MT). Perdas variando de 30 a 50% foram registradas em
foram separadas, trituradas e diluídas a 10% da solução, com a
Chapadão do Sul, Chapadão do Céu e Alto Taquari.
qual foi embebido paper germitest e sementes de soja, deixando
por um período de 90 minutos. Utilizou-se 40 sementes por tra-
tamento em quatro repetições, da variedade BRS 156, da safra
23. INFLUÊNCIA DO MOLIBDÊNIO CONTIDO NA SE-
2000/01. Sementes sem tratamentos foram também utilizadas como
MENTE E DA SUA APLICAÇÃO FOLIAR SOBRE A
testemunha. As sementes foram distribuídas sobre o paper germi-
COMPOSIÇÃO MINERAL DE FOLHAS E SEMEN-
test, enroladas e dispostas em câmara de germinação em laborató-
TES DO FEIJOEIRO
rio. Após um período de sete dias, procedeu-se a observação do
efeito dos tratamentos sobre a germinação das sementes e a medi- FERREIRA, A.C. de B.; ARAÚJO, G.A. de A.; CARDOSO,
ção das plântulas e raízes. A.A.; FONTES, P.C.R.; VIEIRA, C. Revista Ceres, v.49,
O tratamento com a parte aérea da aveia foi o que mais n.284, p.443-452, 2002.
afetou as características estudadas da soja, pois houve apenas Avaliou-se o efeito do molibdênio (Mo) contido nas semen-
32% de germinação, 89,7% de redução do desenvolvimento de tes, em associação com doses de Mo aplicadas via foliar aos 25
parte aérea e 79,5% de redução no desenvolvimento de raízes, dias após a emergência das plantas, sobre os teores de N, P, K, Ca,
contra 71% de germinação, 24,5% e 35% de desenvolvimento Mg e S nas folhas e sementes do feijoeiro e sobre o rendimento de
de parte aérea e de raízes para o tratamento com raízes de aveia. proteína nos grãos. Dois experimentos com a variedade Meia Noite
No caso do azevém, também a parte aérea causou um acentuado foram conduzidos. No primeiro, instalado em 24/3/1999, utiliza-
efeito alelopático com 45% de germinação, em comparação com ram-se sementes com quatro conteúdos de Mo (0,01 ± 0,0099;
64% de germinação quando as sementes de soja foram tratadas 0,138 ± 0,017; 0,24 ± 0,0253 e 0,535 ± 0,024 mg semente-1), pro-
com extrato de raízes de azevém. Pode-se concluir que em áreas venientes de trabalho anterior, combinadas com quatro doses de
com muita palhada de aveia e azevém, a dessecação deve ser Mo pulverizadas nas folhas (0, 40, 80 e 120 g ha-1). No segundo,
antecedida alguns dias da fase de semeadura da soja, o suficien- instalado em 1o/12/1999, foram usadas as mesmas doses do expe-
te para provocar a mortalidade das plantas e evitar problemas rimento I e sementes obtidas do primeiro experimento, com con-
de alelopatia no estabelecimento e desenvolvimento da lavoura. teúdos de 0; 0,062 ± 0,0107; 0,168 ± 0,0119; e 0,335 ± 0,0338 mg
semente-1 de Mo. O delineamento experimental foi o de blocos ao
22. FERRUGEM DA SOJA (Phakopsora pachyrhizy) NO acaso, com quatro repetições, e os tratamentos distribuídos em
BRASIL E NO PARAGUAI, NAS SAFRAS 2000/01 E esquema fatorial 4 x 4.
2001/02 O conteúdo de Mo na semente utilizada no plantio não me-
lhorou a quantidade protéica nas sementes de feijão da planta resul-
YORINORI, J.T.; PAIVA, W.M.; FREDERICK, R.D.; FER-
tante. A adubação foliar molíbdica melhorou o estado nutricional
NANDEZ P., F.T. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SOJA
em nitrogênio do feijoeiro, aumentando os teores de N na folha,
E MERCOSOJA, 2., Foz do Iguaçu, 2002, Resumos... p.94.
de N e proteínas nas sementes e o rendimento de proteína. Os
A primeira constatação de ferrugem em soja no Brasil foi rendimentos máximos de proteína foram 382 kg ha-1, com a dose
feita em 1979, em Lavras, MG (Deslandes, Fitopatol. Bras., 1979). estimada de 81 g ha-1 de Mo (experimento I) e 251,8 kg ha com
A ocorrência era mais restrita ao final de safra, na soja “safrinha” 92 g ha-1 de Mo (experimento II). No experimento I, os teores de
e na soja guaxa, estando limitada às regiões mais frescas do Sul Ca, Mg, S, P e K nas folhas e o teor de P nas sementes colhidas
do Paraná e zonas altas dos Cerrados (DF, Goiás, Minas Gerais). diminuíram com o aumento do conteúdo de Mo nas sementes plan-
O único surto com perdas significativas ocorreu em 1987/88, em tadas. No experimento II não houve efeito significativo do conteúdo
São Gotardo, MG. Na época, a doença era atribuída à Phakopsora de Mo nas sementes plantadas sobre as concentrações dos nutrien-
pachyrhizi, porém, a partir de 1992, após comparação entre espé- tes nas folhas e sementes colhidas. Aumento na dose de Mo dimi-
cimes americanos e asiáticos, a espécie “americana” foi denomi- nuiu as concentrações dos nutrientes nas sementes colhidas, exceto
nada como P. meibomiae e considerada pouco agressiva à soja (Ono do K, no experimento I, e do Mg, no experimento II.

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 101 – MARÇO/2003 17


PAINEL AGRONÔMICO

POTENCIAL AGRÍCOLA BRASILEIRO, SAL MISTURADO AO INSETICIDA


PELO USDA CONTROLA OS PERCEVEJOS DA SOJA
Em documento divulgado recentemente, o USDA – Depar- Entre os insetos-pragas da soja, os percevejos são os que
tamento de Agricultura dos EUA analisa as potencialidades agrí- causam os maiores prejuízos à cultura. Eles têm o hábito de se
colas do Brasil e observa que elas vêm sendo subestimadas. “O alimentar das vagens e sementes, afetando diretamente a produ-
Brasil tem enorme potencial agrícola”, afirma o órgão, acrescen- ção da lavoura. Para evitar esse tipo de dano à lavoura, os perce-
tando que todas as possibilidades de expansão do setor têm sido, vejos precisam ser controlados e a quantidade de inseticida quí-
até aqui, “grosseiramente subestimadas”. mico necessária para o seu controle pode ser reduzida pela meta-
De acordo com o documento, no Brasil são poucos os obs- de, quando o mesmo for aplicado com uma mistura de 0,5% de
táculos que impedem a futura expansão da produção de grãos e sal de cozinha refinado. Na presença do sal de cozinha, os perce-
oleaginosas e que não podem ser superados através de planejamento vejos ficam mais ativos, movimentam-se mais, realizando mais
estratégico, pesquisas e adequado investimento de capital. “Esti- contatos com o veneno. A intoxicação é mais rápida, mesmo com
mativas conservadoras apontam que o Brasil pode elevar sua área concentrações menores do inseticida.
cultivada para até 170 milhões de hectares, ou mais, desde que se Para o agricultor, o processo de controle dos percevejos pou-
solucionem aspectos legais, técnicos e financeiros” – ressalta o co muda, com exceção da adição do sal em uma menor quantidade
órgão, acrescentando que isso envolve, especificamente, a even- de inseticida. Exemplificando: em aplicações terrestres, utiliza-se
tual legalização dos produtos transgênicos, a larga adoção de cul- 500 gramas de sal para cada 100 litros de água, colocados no tan-
tivares de maior produtividade e a intensificação dos investimen- que do pulverizador. Em aplicações aéreas, recomenda-se 750 a
tos na infra-estrutura de transportes. “Cada um desses fatores pode, 1.000 gramas de sal para cada 100 litros de água, colocados no
isoladamente, contribuir para reduzir ainda mais o já baixo custo tanque do avião. O processo inicia-se dissolvendo o sal na água,
de produção de grãos no país e aumentar a rentabilidade dos agri- formulando uma salmoura, que seguidamente, é misturada à água
cultores brasileiros” – destaca o USDA. do tanque do pulverizador (trator ou avião). O inseticida é o último
produto a ser adicionado ao tanque. Considerando que o sal é cor-
O documento se alonga na análise de fatores positivos e
rosivo, os equipamentos precisam ser lavados com detergente neu-
negativos (estes, mínimos e superáveis) para a evolução da produ-
tro comum ou óleo mineral, depois de terminadas as aplicações.
ção agrícola. Mas, para melhor demonstrar as potencialidades bra-
sileiras, o órgão faz uma comparação do grau de utilização de As vantagens da adoção da tecnologia do inseticida + sal
terras no Brasil e nos EUA. As palavras do USDA: “Os dois países são enormes. Além de reduzir em 50% a poluição ambiental, o
têm, aproximadamente, as mesmas dimensões. Os EUA utilizam mais método proporciona ao produtor economia de cerca de US$ 2.00
terra para a produção agrícola (grãos e pastagens). Cerca de 19% de em cada pulverização. Considerando-se os cerca de 13,5 milhões
sua área está voltada para a produção de grãos, 174 milhões de de hectares plantados com soja no Brasil e considerando a neces-
hectares. Outros 22% correspondem a áreas de pastagem, 199 mi- sidade de realizar ao menos uma aplicação anual de inseticida em
lhões/ha. Comparativamente, o Brasil ocupa 5% – apenas 41,8 mi- metade dessa área, a economia anual seria de um milhão de litros
lhões de hectares – para o cultivo de grãos; e 21% – 177 milhões de agrotóxicos ou 10 milhões de dólares (Ivan Carlos Corso, pes-
de hectares – para pastagens”. Daí a conclusão de que o Brasil tem quisador da Embrapa Soja, Londrina-PR) (http://www.embrapa.
potencial para alcançar área agricultável maior que a norte-ame- br:8080/aplic/rumos.nsf/b1bbbc852ee1057183256800005ca0ab/
ricana, possibilidade favorecida pelo clima quente e úmido, pela 0dacffe255fa4ca103256c3700695165?OpenDocument).
topografia relativamente plana e pela grande disponibilidade de
terras que permitem a condução de uma agricultura mecanizada.
Abaixo, gráfico comparativo do próprio USDA, mostrando UVA CONTRA FUNGOS
que o Brasil tem possibilidades de expandir sua área de produção
agrícola atual de 41,8 milhões de hectares para mais de 170 mi- Já conhecidos por ajudarem a prevenir enfartes, os antioxi-
lhões de hectares (http://www.avisite.com.br/noticias/maisnotss. dantes ganharam um uso externo: funcionam também como
asp?CodCategoria=&CodNoticia=2476&Mes=1&Ano=2003). fungicidas. Maçãs mergulhadas em trans-resveratrol, antioxidante
retirado das uvas tintas, conservaram-se durante três meses, en-
quanto as não tratadas tornaram-se impróprias para o consumo
em duas semanas, segundo relato de Angel Gonzalez Ureña, da
400 Universidade Complutense, da Espanha, publicado no Journal of
Agricultural and Food Chemistry.
Milhões de hectares

350

300 + 170 Após obter resultados semelhantes com outros produtos pe-
250 milhões de recíveis, como tomates, abacates e pimentas verdes, Ureña pre-
hectares
200 tende agora reduzir os custos de extração do trans-resveratrol e
150 desenvolver um método de conservação de frutas que possa ser
100 comercializado dentro de um ano e meio (http://revistapesquisa.
50 fapesp.br:2222/transform.php?xml=7/0/20030307/20030385/pt/
EUA (atual) Brasil (atual) Brasil SUB11_1.xml&xsl=xsl/pt/section.xsl&transf=normal&id=
(potencial)
Pastagem Culturas SUB11_1&lang=pt&subsection=SUB11&issue=20030385).

18 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 101 – MARÇO/2003


WWW
Sites Agrícolas
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região de Chapadão), Práticas Culturais, Versão da mídia impressa.
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ção Mineral de Plantas nas principais cul- GESTÃO C&T
Serviço de informações agropecuárias
turas da região de Chapadão, MS (algodão,
da FNP Consultoria & Comércio, de São www.gestaoct.org.br
girassol, milho e soja, principalmente).
Paulo, SP, empresa responsável, entre outras,
Editado pela Associação Brasilei-
pelas publicações Anualpec e Agrianual. É
CANAWEB ra de Instituições de Pesquisa Tecno-
disponibilizado diariamente um grande
lógica.
www.canaweb.com.br banco de dados de informações agropecuá-
rias, inclusive os boletins da FNP. IBAMA ONLINE
O CanaWeb é um portal com a assina-
tura do Procana, o Centro de Informações www.ibama.gov.br/noticias
do Setor, que edita o Jornalcana. UNIVERSIDADE DO CAMPO
Seção de notícias produzidas pelo
O usuário encontra as notícias do dia, http://celepar7.pr.gov.br/ucampo/ Instituto Brasileiro do Meio Ambi-
cana-clipping com matérias dos principais sites.html ente e dos Recursos Naturais Renová-
veículos do país, um resumo sobre os Mer- veis.
cados & Cotações, Agenda completa de Programa da Secretaria da Agricultura
Eventos e a consagrada Seção Técnica, que do Paraná – SEAB com a missão de apro-
ximar pessoas – em especial os agentes do
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ma BIOTA-FAPESP, o Instituto Virtual da www.i4sugar.com.br
rais.
Biodiversidade. Portal da comunidade sucroalcooleira.

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 101 – MARÇO/2003 19


CURSOS, SIMPÓSIOS E OUTROS EVENTOS
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
EVENTOS DA POTAFOS EM 2003 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

SIMPÓSIO SOBRE FÓSFORO NA AGRICULTURA BRASILEIRA


14 a 16/MAIO/2003
Local: Hotel Fazenda Fonte Colina Verde, São Pedro-SP Hospedagem: Hotel Fazenda Fonte Colina Verde, São Pedro-SP
Promoção: POTAFOS/ANDA Fone/Fax: (19) 3481-9999
Temas a discutir: Fósforo no solo e na planta, Relação com ou- E-mail: eventos@hotelcolinaverde.com.br
tros nutrientes e com a microbiologia do solo, Website: www.hotelcolinaverde.com.br (fazer re-
Reservas de fosfato e produção de fertilizantes serva diretamente com o hotel)
fosfatados no Brasil e no mundo, Eficiência Diária: Apartamento Luxo Country (com café da manhã, almoço
da adubação fosfatada e Respostas das cultu- e jantar):
ras à adubação fosfatada. • Single: R$ 134,00
Púbico-alvo: Agrônomos da Indústria de Fertilizantes, Pesquisa- • Duplo: R$ 190,00 (R$ 95,00 por pessoa)
dores, Docentes, Extensionistas, Consultores e Pro-
dutores Rurais.
• Triplo: R$ 261,00 (R$ 87,00 por pessoa)
Inscrição e informações: Telefone/fax: 3433-3254 Taxa de inscrição: Hóspedes do hotel: R$ 250,00
E-mail: potafos@potafos.com.br Não hóspedes: R$ 350,00 (inclui refeições e
Website: www.potafos.org coffee breaks)

4o SIMPÓSIO SOBRE ROTAÇÃO SOJA/MILHO NO PLANTIO DIRETO


10 e 11/JULHO/2003
Local: Teatro do Sesi, Piracicaba-SP
Avenida Luiz Ralph Benatti, 600 - Vila Industrial Taxa de inscrição: R$ 400,00 (até 30/06/2003)
Telefone/fax: (19) 3421-2884 R$ 500,00 (a partir de 01/07/2003)
Temas a discutir: Fatores bióticos e abióticos influenciando na Inscrição e informações: Telefone/fax: 3433-3254
incidência de pragas e doenças de culturas; ma- E-mail: potafos@potafos.com.br
nejo do sistema de produção para alta produti- Website: www.potafos.org
vidade de milho e soja; acidez do solo e correção.

PROGRAMA
09/07/2003 (4a feira) 12:00-14:00 Almoço
14:00-15:30 Rizosfera, a interface solo-raiz, e importância para
Local: Teatro do SESI produção agrícola sustentável, com ênfase na re-
14:00-18:00 Inscrição e entrega de pastas sistência às pragas e doenças – Volker Römheld,
Hohenheim University, Hannover, Alemanha, fone:
10/07/2003 (5a feira) 711 459-2344, e-mail: roemheld@uni-hohenheim.de
08:00-08:30 Abertura 15:30-16:00 Coffee break
08:00-19:00 PAINEL: Fatores bióticos e abióticos que influen- 16:00-17:30 O papel da nutrição mineral balanceada na redu-
ciam a incidência de pragas e doenças de plantas ção de estresses abióticos e bióticos (pragas e doen-
ças) na produção de plantas – Ismail Cakmak,
08:30-10:00 Desafios na busca da alta produtividade de milho
Sabanci University, Istambul, Turquia,
e soja nos EUA – Robert Hoeft, Dept of Crop
fone: 216 483-9524, e-mail: cakmak@sabanciuni.edu
Sciences, Universidade de Illinois, Urbana, IL, EUA,
17:30-19:00 Debate: Dirceu N. Gassen, Cooplantio, Passo Fun-
fone: (217) 333-4424, e-mail: rhoeft@uiuc.edu e
do-RS, fone: (54) 9983-5508/(54) 311-3412, e-mail:
presidente da American Society of Agronomy (ASA)
dirceu@ginet.com.br; Alexandre Brighenti, EM-
10:00-10:30 Coffee break BRAPA Soja, Londrina-PR, fone: (43) 3371-6277,
10:30-12:00 Resistência ao herbicida como ferramenta de ma- e-mail: brighent@cnpso.embrapa.br; Fábio Prata,
nejo do mato nas culturas de milho e soja: a pers- Bioagri, fone: (19) 3429-7700, e-mail: fabioprata@
pectiva do produtor quanto aos benefícios e aos bioagri.com.br
riscos – Krishna N. Reddy, Southern Weed Science
Research Unit, USDA-ARS, P.O. Box 350, 11/07/2003 (6a feira)
Stoneville, MS 38776, EUA, fone: 662 686-5298, 08:00-12:00 PAINEL: Experiência do produtor na busca de
fax: 662 686-5422, e-mail: kreddy@ars.usda.gov 12-14 ton de milho/ha e + 4 ton de soja/ha

20 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 101 – MARÇO/2003


08:00-08:30 Baltazar Fiomari, GDT Uberlândia, 14:00-15:00 Neutralização da acidez do perfil do solo por resí-
fone: (34) 9124-9967, e-mail: bfiomari@bol.com.br duos vegetais – Mário Miyazawa, IAPAR, Londri-
08:30-09:00 Toshio Watanabe, GDT Mauá da Serra, na-PR, fone: (43) 3376-2000, e-mail: miyazawa@
fone: (43) 464-1413, e-mail: WatanabeSergio@aol.com pr.gov.br
09:00-09:30 Homero Fuzaro, KLLD Ltda., Uberlândia-MG, fone: 15:00-16:00 Acidez do solo nos cerrados e correção – Leandro
(34) 9971-3525/3226-9811, e-mail: homero.fuzaro Zancanaro, Fundação MT, Rondonópolis-MT, fone:
@terra.com.br (66) 423-2041, e-mail: leandro.pma@fundacaomt.
09:30-10:00 Franke Dijkstra, agropecuarista, Fazenda Frank com.br
Anna, e diretor-presidente, Coop. Agropecuária
16:00-16:30 Coffee break
Batavo, Carambeí-PR, fone: (42) 231-1736, e-mail:
frankanna@convoy.com.br 16:30-18:00 Acidificação do solo e ciclagem de nutrientes em
relacão ao manejo sustentável de ecossistemas
10:00-10:30 Coffee break agrícola e florestal – Keith Helyar, Diretor, Wagga
10:30-12:00 Debate: Antonius van Ass, Sementes van Ass, Uber- Wagga Agricultural Institute, Wagga Wagga,
lândia-MG, fone: (34) 3236-8324/9971-3302, e-mail: NSW, 2650 Austrália, fone: (61) 2 6938-1854, e-mail:
vanass1148@aol.com; Jonadan Hsuan Min Ma, keith.helyar@agric.nsw.gov.au
Agropecuária Boa Fé Ltda., Uberaba-MG, fone: (34)
18:00-19:00 Debate: Heitor Cantarella, Instituto Agronômico,
9960-0211/3336-4544; e-mail: jonadan@sementes
Campinas-SP, fone: (19) 3236-9119, e-mail: hcantare
boafe.com.br; Rubens Siqueira, IAPAR, Londrina-PR,
@barao.iac.br; Godofredo C. Vitti, ESALQ-USP,
fone: (43) 3376-2000; e-mail: siqueira@pr.gov.br;
Piracicaba-SP, fone: (19) 3429-4295, e-mail: gcvitti
Renzo Garcia von Pinho, UFLA, Lavras-MG, fone:
@carpa.ciagri.usp.br; Paulo Cesar Ocheuze Trivelin,
(35) 3829-1315, e-mail: renzo@ufla.br
CENA-USP, Piracicaba-SP, fone: (19) 3429-4670,
12:00-14:00 Almoço e-mail: pcotrive@cena.usp.br
14:00-18:40 PAINEL: Acidez do solo e correção 19:00-19:10 Encerramento

WORKSHOPS SIMPAS
Sistema Integrado de Manejo da Produção Agropecuária Sustentável
(POTAFOS, ANDA, ANDEF, ABAG e outras)
Local: Patos de Minas-MG
Data: 20-22/MAIO/2003 Informações: POTAFOS
Local: Assis-SP Telefone: (19) 3433-3254/3422-9812 ou
Data: 21-26/JUNHO/2003 E-mail: potafos@potafos.com.br
Website: www.potafos.org
Local: Petrolina-PE
Data: 21-23/OUTUBRO/2003

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
OUTROS EVENTOS EM 2003 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

1. II SIMPÓSIO LATINO-AMERICANO SOBRE PRAGAS 4. XXIX CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO


FLORESTAIS
Local: Ribeirão Preto, SP
Local: Belo Horizonte, Minas Gerais Data: 13 a 18/JULHO/2003
Data: 21 a 23/MAIO/2003 Informações: ARAYBI
Informações: Sociedade de Investigações Florestais -SIF Telefone: (11) 3259-1516
Telefone: (31) 3899-1185 Website: www.fca.unesp.br/cbcs
Website: www.sif.org.br E-mail: febrapdp@uol.com.br
E-mail: sifeventos@ufv.br
5. II CONGRESSO MUNDIAL SOBRE AGRICULTURA
2. 71st IFA ANNUAL CONFERENCE CONSERVACIONISTA
Local: Philadelphia, Pennsylvania, EUA Local: Foz do Iguaçu, Paraná
Data: 26 a 29/MAIO/2003 Data: 11 a 15/AGOSTO/2003
Informações: Website: www.fertilizer.org/ifa/confifa.asp Informações: FEBRAPDP
Fone/fax: (42) 223-9107
3. SIMPÓSIO DE CONTROLE BIOLÓGICO (SICONBIOL) E-mail: febrapdp@uol.com.br
Tema: Controle Biológico e a Produção Integrada
6. IV CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO
Local: Hotel Fazenda Colina Verde, São Pedro, SP
Data: 22 a 26/JUNHO/2003 Local: Goiânia, GO
Informações: José Roberto P. Parra Data: 15 a 18/SETEMBRO/2003
Fone/fax: (19) 3429-4199 Informações: Telefone: (62) 541-0163
E-mail: jrparra@esalq.usp.br Website: www.4cba.com.br

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 101 – MARÇO/2003 21


PUBLICAÇÕES RECENTES

1. MANEJO INTEGRADO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS E 4. DOENÇAS DA SOJA


PRAGAS DA CULTURA DA BATATA – uma visão holística
Autores: Ricardo Silveiro Balardin; 2002.
de controle para o Estado do Paraná
Conteúdo: Impacto das doenças; descrição das doenças (fún-
(IAPAR. Circular Técnica, 124)
gicas, bacterinas e causadas por nematóides); dano
Autores: Brisolla, A.D.; Nazareno, N.R.X. de; Tratch, R.; devido às doenças foliares; controles: cultural, ge-
Furiatti, R.S.; Jaccoud Filho, D.S.; 2002. nético, químico; estádios de desenvolvimento vegeta-
Conteúdo: Manejo integrado de doenças: doenças fúngicas, tivo e reprodutivo; posicionamento de controle.
doenças viróticas e doenças bacterianas; manejo Número de páginas: 107
integrado de pragas. Editor: Editora da Universidade Federal de Santa Maria
Número de páginas: 43 Telefone/fax: (055) 220-8610
Formato: 15 x 22 cm E-mail: editora@ctlab.ufsm.br
Editor: Instituto Agronômico do Paraná
Caixa Postal 481 5. PEDOLOGIA APLICADA
86001-970 Londrina-PR
Telefone: (43) 3376-2000 Autor: João Bertoldo de Oliveira; 2001.
Fax: (43) 3376-2101 Conteúdo: O solo; atributos diagnósticos; outros atributos; hori-
Website: www.pr.gov.br/iapar zontes diagnósticos: horizontes diagnósticos de su-
perfície, horizontes diagnósticos subsuperficiais.
Formato: 16 x 21 cm
2. O AGRONEGÓCIO DO GERGELIM NO BRASIL Número de páginas: 414
Editores: Beltrão, N.E. de M & Vieira, D.J.; 2001. Preço: R$ 50,00 (+ despesas postais)
Conteúdo: Origem e história; importância econômica e social; Editor: FUNEP
fitologia; ecofisiologia e fisiologia; clima e solo; Telefone: (16) 3203-3326
preparo do solo, adubação e calagem; máquinas para Website: www.funep.com.br
o plantio; manejo cultural; plantas daninhas e seu E-mail: livraria@funep.com.br
controle; irrigação; doenças e seu controle; pragas
e seu controle; melhoramento genético; produção 6. IMPORTAÇÕES E EXPORTAÇÕES DOS AGRONE-
de sementes; valor protéico do grão; importância GÓCIOS – conceituação e síntese dos resultados, 1997-2001
na alimentação humana e aplicações na fitoterapia Conteúdo: A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios
e fotocosmética; composição, processamento e ati- – APTA – da Secretaria da Agricultura e Abasteci-
vidade antioxidante. mento de São Paulo dá uma grande contribuição
Número de páginas: 348 para o agronegócio com a sistematização de infor-
Editora: Embrapa Informação Tecnológica mações fundamentais sobre comércio exterior e de
Caixa Postal 040315 suporte às ações do setor. A estruturação e a im-
70770-901 Brasília-DF plantação desse sistema viabiliza a publicação re-
Telefone: (61) 448-4236 gular de estatísticas de importação e exportação de
Fax: (61) 340-2753 mercadorias do agronegócio.
Website: www.sct.embrapa.br Editor: Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios
E-mail: vendas@sct.embrapa.br Telefone: (11) 5073-4079 e 5073-3944
E-mail: apta@apta.sp.gov.br
3. A SYSTEMATIC APPROACH TO SOIL FERTILITY Website: www.apta.sp.gov.br
EVALUATION AND IMPROVEMENT
7. PRINCÍPIOS DE AGRICULTURA IRRIGADA: CARAC-
Autores: Sam Portch & Arvel Hunter; 2002.
TERIZAÇÃO E POTENCIALIDADES EM MATO GROS-
Conteúdo: A systematic approach to soil fertility evaluation and
SO DO SUL
improvement; procedures; laboratory analytical
(EMBRAPA Agropecuária Oeste. Documentos, 37)
methods; a capillary irrigation system for pot soil
fertility status survey studies; comments and inter- Editores: Urchei, M.A. & Fietz, C.R., 2002.
pretation of results with some suggested uses of data; Conteúdo: Características da região e propostas para recupera-
example of results form an actual fertility status survey ção das pastagens degradadas; sugestões de rotação
study; troubleshooting. de culturas em áreas com pastagens degradadas; cus-
Formato: 18 x 25 cm to de abertura da área; resultados preliminares.
Número de páginas: 62 Formato: 15 x 21 cm
Editor: PPI/PPIC Número de páginas: 150
E-mail: ppic@ppi-ppic.org Editor: EMBRAPA Agropecuária Oeste
Website: www.ppi-ppic.org/ppiweb/china.nsf/$web Telefone: (67) 525-5122
index/590AC215B2FC82A606256CC60073915F! E-mail: sac@cpao.embrapa.br
opendocument Website: www.cpao.embrapa.br

22 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 101 – MARÇO/2003


PUBLICAÇÕES DA POTAFOS
R$/exemplar BOLETINS TÉCNICOS (PROMOÇÃO) DESCONTOS
7,00 "Nutrição e adubação do feijoeiro"; C.A. Rosolem (91 páginas) Para compras no valor de:
7,00 "Nutrição e adubação do arroz"; M.P. Barbosa Filho (120 páginas, 14 fotos) R$ 100,00 a R$ 200,00 = 10%
7,00 "Potássio: necessidade e uso na agricultura moderna" (45 páginas, 34 fotos) R$ 200,00 a R$ 300,00 = 15%
LIVROS/CD R$ 300,00 a R$ 400,00 = 20%
15,00 mais que R$ 400,00 = 25%
"A estatística moderna na pesquisa agropecuária"; F. Pimentel Gomes (162 páginas)
15,00 “Desordens nutricionais no cerrado”; E. Malavolta, H.J. Kliemann (136 páginas)
15,00 "Ecofisiologia na produção agrícola"; P.R.C. Castro e outros (eds.) (249 páginas)
15,00 "Nutrição mineral, calagem, gessagem e adubação dos citros"; E. Malavolta (153 páginas, 16 fotos)
15,00 "Nutrição e adubação da cana-de-açúcar"; D.L. Anderson & J.E. Bowen (40 páginas, 43 fotos)
15,00 "Fertilizantes fluidos"; G.C. Vitti & A.E. Boaretto (ed.) (343 páginas, 12 fotos)
20,00 "Cultura do cafeeiro"; A.B. Rena e outros (ed.) (447 páginas, 49 fotos) (LIQUIDAÇÃO DE ESTOQUE)
30,00 "Avaliação do estado nutricional das plantas - 2ª edição"; Malavolta e outros (319 páginas)
30,00 "Manual internacional de fertilidade do solo - 2ª edição, revisada e ampliada" (177 páginas)
30,00 “Cultura do algodoeiro”; E. Cia, E.C. Freire, W.J. dos Santos (eds.) (286 páginas, 44 fotos)
30,00 "A cultura da soja nos cerrados"; Neylson Arantes & Plínio Souza (eds.) (535 páginas, 35 fotos)
30,00 "Nutrição e adubação de hortaliças"; Manoel E. Ferreira e outros (eds.) (487 páginas)
30,00 "Micronutrientes na agricultura"; M.E. Ferreira & M.C.P Cruz (eds.) (734 páginas, 21 fotos)
30,00 "Cultura do feijoeiro comum no Brasil"; R.S. Araujo e outros (coord.) (786 páginas, 52 fotos)
20,00 CD-ROM - Anais do Simpósio sobre Fisiologia, Nutrição, Adubação e Manejo para Produção Sustentável de Citros
50,00 CD-ROM - Anais do I Simpósio sobre Soja/Milho no Plantio Direto (4 CD’s: vídeos, palestras e slides)
50,00 CD-ROM - Anais do II Simpósio sobre Soja/Milho no Plantio Direto (4 CD’s: vídeos, palestras e slides)
50,00 CD-ROM - Anais do Workshop “Relação entre Nutrição de Plantas e Incidência de Doenças” (4 CD’s: vídeos, palestras e
slides)

7,00 ARQUIVOS DO AGRÔNOMO (PROMOÇÃO)


cada Nº 1 - A pedologia simplificada (2ª edição - revisada e modificada) (16 páginas e 27 fotos), Nº 2 - Seja o doutor do seu milho -
número 2a edição, revisada e modificada (16 páginas e 27 fotos), Nº 3 - Seja o doutor do seu cafezal (12 páginas, 48 fotos), Nº 4 - Seja
o doutor de seus citros (16 páginas, 48 fotos), Nº 6 - Seja o doutor da sua cana-de-açúcar (16 páginas, 48 fotos), , Nº 8 - Seja
o doutor do seu algodoeiro (24 páginas, 77 fotos), Nº 9 - Seja o doutor do seu arroz (20 páginas, 41 fotos), Nº 11 - Como a planta
de soja se desenvolve (21 páginas, 38 fotos), Nº 12 - Seja o doutor do seu eucalipto (32 páginas, 71 fotos).

TAXA DE POSTAGEM (atendemos só VIA SEDEX): Estado de São Paulo = R$ 7,00, Demais Estados = R$ 12,00
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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 101 – MARÇO/2003 23


Ponto de Vista

AINDA A RESPEITO DA ADUBAÇÃO DE OUTONO...


T. Yamada, diretor

E
screvi no último “Ponto de Vista” que na coletânea cipalmente, à técnica de aplicá-lo parceladamente, que proporcio-
de João Romero sobre 60 anos de pesquisa cafeeira nou condições mais adequadas para a absorção do nitrogênio pe-
no IAC não havia encontrado um trabalho sequer las plantas”.
com resposta positiva ao parcelamento do nitrogênio. No entanto, No entanto, como o estudo do parcelamento da adubação
alerta-me com razão o colega Hélio Casale, que deixei passar em nitrogenada não consta dos tratamentos, creio que o comentário
branco o trabalho do Mestre Coaracy Franco e colaboradores, dos autores sobre o parcelamento do N foi mais uma inferência do
“Manutenção de cafezal com adubação exclusivamente mineral” que uma conclusão. Aliviado, fica, no entanto, o registro e o pedi-
(Bragantia, v.19, p.523-546, 1960), que menciona resposta positi- do de desculpas aos leitores pela minha falha.
va ao parcelamento do nitrogênio.
Questiona-me ainda o colega Hélio Casale na eventual hi-
Apreensivo, busquei o trabalho original, um clássico, que pótese da adubação do cafeeiro de uma só vez – deveria ser ela
estudou efeitos de três níveis de N, três de P e três de K, com e sem feita no outono ou no final do inverno? Minha resposta: não sei.
micronutrientes, e presença e ausência de leguminosas, como adu- Não sei se seria dose única ou parcelada ou, ainda, quando aplicá-
bação verde, durante cinco safras. Feito na década de 50, quando la(s). Esta é uma pergunta para a pesquisa responder. Acredito,
até então toda adubação do cafeeiro era baseada na aplicação de contudo, que seja tarde demais iniciá-la só a partir da primavera.
matéria orgânica (esterco de curral e composto), o trabalho traz O saudoso Dr. Alfredo Küpper, do antigo IBC, sugeria o seguinte
uma conclusão, ousada para a época, de que seria possível elevar parcelamento (enterrado) da dose de 145 kg de N/ha para cafezal
consideravelmente a produção de um cafezal pouco produtivo com com produção esperada de 50 sacas/ha: 11% na 2a quinzena de
o emprego exclusivo de adubos minerais. agosto, 20% na 2a quinzena de dezembro, 20% na 1a quinzena de
Encontrei, de fato, no item “discussão e conclusões” a cita- fevereiro e 49% na 2a quinzena de março. Como a adubação do
ção dos autores que “os resultados ponderáveis obtidos pela pri- ano vai afetar principalmente a safra do ano seguinte, pode-se
meira vez com o emprego do nitrogênio na adubação do cafezal dizer que o Dr. Küpper recomendava quase 50% do N já no início
velho são devidos não somente à quantidade de nitrogênio empre- do outono. E que produzia muito bem, conforme testemunha Durval
gada, que foi maior do que as até então recomendadas, mas, prin- Rocha Fernandes, seu colega de IBC.

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T. YAMADA - Diretor, Engo Agro, Doutor em Agronomia


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