Você está na página 1de 12

Blog da Aegro para negócios rurais

Herbicidas para soja: Manejo


certeiro sem prejudicar a lavoura
HENRIQUE FABRÍCIO PLACIDO - 5 DE NOVEMBRO DE 2019

Atualizado em 25 de maio de 2023





o MANEJO DE PLANTAS DANINHAS

Herbicidas para soja: Produtos mais recomendados, dicas para


manejo em tempo seco e como evitar fitotoxidade na lavoura.

Alguns grandes problemas no manejo de plantas daninhas vêm


assustando os sojicultores e impedindo o aumento
da produtividade. 

Produtores enfrentam a buva resistente a 5 mecanismos de ação,


dispersão de capim-amargoso para novas áreas, só para citar alguns
exemplos.

Além disso, devido à seca em diversas regiões do país, foi difícil fazer
um bom manejo de daninhas na entressafra.

Saiba como fazer um manejo eficiente de herbicidas para soja, mesmo


nesses casos difíceis, e evite problemas em sua área!

Índice do Conteúdo [Mostrar]

Herbicidas para soja: Manejo de plantas daninhas 


É primordial que o manejo de plantas daninhas na cultura da
soja comece na entressafra, pois neste período temos mais ferramentas
disponíveis. 

Atenção: plante no limpo a soja, pois a cultura tolera poucos dias


de convivência com plantas daninhas (próximo a 12 dias). 
Devido ao padrão de seletividade de herbicidas para soja, priorize
o controle de folhas largas na entressafra, como buva e picão preto. 

Existem poucos herbicidas que podem ser aplicados em pós-


emergência para controle de daninhas de folha larga que não afetem a
soja (ou causem pequena fito). 

Além disso, nesta safra houve inúmeros problemas com


a dessecação das daninhas na entressafra. Por causa do tempo seco,
muitos produtos perdem eficiência se não aplicados da maneira certa.

Devido à evolução, as plantas criaram mecanismos de impedir a perda


de água excessiva em períodos de estiagem prolongada. Um exemplo
é o aumento da quantidade de cera na superfície da folhas e
desenvolvimento de estruturas que impeçam a perda de água. 

Além disso, a maioria dos herbicidas atua em rotas bioquímicas que,


durante o período seco, tem menor atividade – diminuindo inclusive o
transporte destes produtos. 

Por isso vou te dar algumas dicas para melhorar o manejo de plantas
daninhas em períodos secos:
(Foto: Ururau)

7 dicas para o manejo de plantas daninhas no período


seco
Dica 1: 

Mesmo com o tempo seco, se possuir plantas daninhas de difícil


controle em sua área (como buva e amargoso), faça uma aplicação no
começo da entressafra. Assim, você pega essas daninhas em estádio
inicial e trava seu crescimento. 
Dica 2:

Aplique herbicidas pré-emergentes para controlar os primeiros


fluxos de emergência no início da chuva. 
Dica 3: 

Utilize uma boa tecnologia de aplicação e mantenha seu


pulverizador sempre calibrado. 
Dica 4: 

Tente aplicar nos períodos mais favoráveis do dia, ainda que seja de
madrugada. 

Atenção! Produtos que precisam de luz para agir (ex: paraquat e


saflufenacil) podem ter um melhor efeito se aplicados de madrugada,
mas o dia seguinte não pode amanhecer nublado! 
(Foto: Embrapa)
Dica 5: 

Espere de dois a três dias após uma chuva para que as plantas


daninhas se restabeleçam antes de uma aplicação.  
Dica 6: 

Evite volumes de calda reduzidos: utilize no mínimo 100 L ha-1.


Quando aplicamos herbicidas de contato, este volume deve ser ainda
maior, sendo indicado no mínimo 200 L ha-1.
Dica 7:  

Ao dessecar forrageiras como Brachiaria, tenha certeza que não


haverá rebrota ou que a matéria morta não prejudicará a soja
(estiolamento e alelopatia).
Herbicidas aplicados na pré-emergência da soja 
Diclosulam 

Quando aplicar: herbicida com ação residual para controle de


banco de sementes, utilizado nas primeiras aplicações do manejo
outonal.

Espectro de controle: ótimo controle de folhas largas (ex: buva) e


algumas gramíneas (ex: capim-amargoso). 

Dosagem recomendada: 29,8 a 41,7 g ha-1.

Pode ser misturado com: associado a herbicidas sistêmicos (ex:


glifosato e 2,4 D).

Cuidados: o solo deve estar úmido. 


Flumioxazin 

Quando aplicar: herbicida com ação residual para controle de banco


de sementes. Utilizado nas primeiras aplicações do manejo outonal ou
no sistema de aplique plante da soja.

Espectro de controle: ótimo controle de folhas largas e algumas


gramíneas.

Dosagem recomendada: 40 a  120 g ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato; 2,4 D


e imazetapir).
Sulfentrazone

Quando aplicar: herbicida com ação residual para controle de banco


de sementes, utilizado na primeira aplicação do manejo outonal.
Espectro de controle: ótimo controle de plantas daninhas de folhas
largas e bom controle de algumas gramíneas. 

Dosagem recomendada: 0,5 L ha-1, pois apresenta grande variação


na seletividade de cultivares de soja.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato; 2,4 D;


chlorimuron e clomazone).

Recomendado principalmente para áreas onde também ocorre


infestação de tiririca!
Metsulfuron

Quando aplicar: herbicida com ação residual para controle de banco


de sementes, utilizado na primeira aplicação do manejo outonal.

Espectro de controle: ótimo controle de plantas daninhas de folhas


largas (picão preto, leiteiro, buva e guanxuma). 

Dosagem recomendada: 3,0 a 4,0 g ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato e 2,4


D).

Cuidados: deixe um intervalo de no mínimo 60 dias, entre a aplicação


do herbicida e a semeadura de soja. 
S-metolachlor 

Quando aplicar: herbicida com ação residual utilizado no sistema de


aplique plante da soja.

Espectro de controle: gramíneas de semente pequena (ex: capim-


amargoso, capim-pé-de-galinha).

Dosagem recomendada:1,5 a 2,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato).

Cuidados: não deve ser aplicado em solos arenosos. O solo deve estar


úmido, com perspectivas de chuva. 
Trifluralina 

Quando aplicar: herbicida com ação residual, utilizado na primeira


aplicação do manejo outonal.

Espectro de controle: gramíneas de semente pequena (ex: capim-


amargoso e capim-pé-de-galinha).

Dosagem recomendada: 1,2 a 4,0 L ha-1 dependendo da planta


daninha a ser controlada e nível de cobertura do solo.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato e


graminicidas).

Cuidados: deve ser aplicado em solo úmido e livre de torrões.


Formulações antigas têm problemas com fotodegradação (necessidade
de incorporação).

Eficiência muito reduzida em solo com grande quantidade de palha ou


durante grande período de seca.  
Clomazone

Quando aplicar: herbicida com ação residual no sistema de plante


aplique.

Espectro de controle: gramíneas de semente pequena (ex: capim-


colchão, capim-pé-de-galinha) e algumas folhas largas de sementes
pequena.

Dosagem recomendada: 1,6 a 2,0 L ha-1 dependendo da planta


daninha a ser controlada e nível de cobertura do solo.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato) e


sulfentrazone.

Cuidado com deriva em culturas suscetíveis vizinhas! 


Sintoma de fitotoxicidade em soja
(Fonte: Gazziero e Neumaier)

Herbicidas aplicados na pós-emergência da soja


Cloransulam

Quando aplicar: herbicidas para controle de folhas largas na soja.


Geralmente utilizado para segurar o desenvolvimento de buva mal
dessecada na entressafra. 

Espectro de controle: folhas largas (ex: picão preto, corda de


viola, trapoeraba e buva).
Dosagem recomendada: 23,8 a 47,6 g ha-1, dependendo da planta
daninha a ser controlada e estádio de desenvolvimento. 

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato).

Cuidado com o efeito “guarda-chuva” na soja: o produto deve chegar


no alvo. 
Clethodim

Quando aplicar: herbicidas com ótimo controle de gramíneas em


estádio inicial: 2 a 4 perfilhos. Pode ser usado no manejo sequencial
de touceiras. 

Espectro de controle: gramíneas (ex: capim-colchão, capim-pé-de-


galinha e capim-amargoso) e milho tiguera até v4. 

Dosagem recomendada: 0,6 a 1,0 L ha-1, dependendo da planta


daninha a ser controlada e estádio de desenvolvimento. 

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato).

Cuidados: possui antagonismo com 2,4D. Quando misturar, aumente


em 20% a dose de clethodim. 

Além deste graminicida, existem vários outros produtos no mercado


que possuem variação de eficiência, dependendo da planta daninha. O
haloxyfop, por exemplo, é mais eficiente no controle de milho tiguera
mais desenvolvido. 
Glifosato

Quando aplicar: herbicida não seletivo (amplo espectro) utilizado


apenas em soja RR.

Espectro de controle: folhas largas e folhas estreitas.

Dosagem recomendada: 2,0 a 6,0 L ha-1, dependendo da planta


daninha a ser controlada e estádio de desenvolvimento. 

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos e pré-emergentes (ex:


Clethodim e Cloransulam).
Cuidados: existem muitas plantas daninhas com resistência, porém, é
uma excelente ferramenta de manejo para as demais daninhas. 

Você também pode gostar