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Manejo de plantas

daninhas em algodão
Plantas Daninhas do Agro

Profa. Ana Ligia Giraldeli


Introdução
• Início da década de 1990: cultura do algodão migrou para o
cerrado brasileiro;

• Áreas extensas e com menor declividade, mecanizadas, produtores


da cultura da soja;

• Aumento da produtividade e qualidade da fibra;

• Brasil passou de maior importador mundial para exportador da


fibra;

• Adequações no manejo da cultura.


Introdução
• Controle eficiente de plantas daninhas: maior rendimento e
melhor qualidade do produto;

• Presença de plantas daninhas:

• Reduz a quantidade produzida;

• Onera e dificulta a colheita;

• Reduz a qualidade da fibra por manchar as plumas e aumentar suas


impurezas.
Introdução
• Características da cultura tornam o controle mais difícil:

• maior espaçamento entrelinhas;

• crescimento lento da parte aérea nos primeiros estádios;

• necessidade de manter as plantas da cultura com porte baixo;

• baixa tolerância a herbicidas;

• ciclo longo;

• necessidade de se ter a lavoura limpa na colheita.


Introdução
• Uso de herbicidas de amplo espectro como o glyphosate e o
glufosinate;

• Maior eficiência, segurança e praticidade ao controle das plantas


daninhas;

• Preservação das vantagens dessa tecnologia demanda uso


racional;

• Seleção de espécies tolerantes e biótipos resistentes.


PCPI
• PAI: 10 a 20 dias;

• PTPI: 60 e 80 dias.
Herbicidas
• Uso de herbicidas + capina manual;

• Herbicidas na dessecação em pré-semeadura;

• Em pré-emergência;

• Pós-emergência com produtos seletivos;

• Pós-emergência dirigida com produtos não seletivos;

• Após a colheita: destruição de soqueira (herbicidas + práticas


mecânicas).
Controle de plantas
daninhas
• Adaptação às condições climáticas e edáficas do local;

• Resistência ou tolerância aos métodos de controle;

• Variação na composição específica e na densidade da comunidade infestante;

• Banco de sementes do solo e práticas adotadas ao longo dos anos;

• Grupo de plantas daninhas muito especializadas, com ampla ocorrência;

• Maior importância no planejamento de controle;

• Prejuízos à produção, danos na operação de colheita, além de contaminar as


fibras.
Plantas daninhas comuns
• Euphorbia heterophylla;

• Bidens pilosa e B. subalternans;

• Amaranthus spp.;

• Commelina benghalensis;

• Eleusine indica;

• Ipomoea triloba e outras;

• Digitaria horizontalis e outras;

• Cenchrus echinatus.
Situações específicas
• Solanum viarum e outras;

• Spermacoce verticillata;

• Nicandra physaloides;

• Solanum americanum;

• Alternanthera tenella;

• Ageratum conyzoides;

• Acanthospermum hispidum.
Controle cultural
• Uso da própria cultura para impor barreiras ao estabelecimento e
desenvolvimento das plantas daninhas;

• Correta implantação da cultura: variedade, espaçamento entrelinhas,


época e densidade de semeadura, fertilização adequada e bom manejo
fitossanitário;

• Plantas vigorosas e sadias, com maior potencial competitivo;

• Rotação de culturas, a adubação verde e a cobertura morta;

• Implantação do algodoeiro sobre áreas utilizadas no consórcio de milho


com Urochloa ruziziensis.
Controle preventivo
• Evitar a entrada de sementes e/ou disseminação de plantas daninhas
de difícil controle nas áreas de cultivo;

• Uso de sementes de boa procedência e sem contaminação de plantas


daninhas;

• Eliminação de focos de plantas daninhas vegetando em carreadores e


estradas;

• Repasses em falhas de controle;

• Limpeza de implementos de trafegam por áreas com alta infestação.


Controle mecânico
• Colheita do algodão deve ser realizada no limpo;

• Evitar contaminação e manchas na pluma;

• Controle de plantas remanescentes, mesmo após o fechamento


das entrelinhas da cultura;

• Capina manual;

• Situações emergenciais.
Controle químico
• Uso de herbicidas;

• Alta eficiência, rapidez na execução e menor emprego de mão


de obra;

• Demandam melhor qualificação dos técnicos e operadores de


máquinas.
Controle químico
• Longo período de controle;

• Baixa disponibilidade de herbicidas para controle seletivo de


latifoliadas, em cultivares convencionais;

• Aplicações de pós-emergência dirigidas às plantas daninhas, com ou


sem uso de adaptações para proteger as folhas da cultura das gotas
pulverizadas;

• Clomazone: pré-emergência, as sementes do algodoeiro precisam ser


previamente tratadas com um protetor químico para garantir a boa
seletividade.
Controle químico
• Dessecação em pré-semeadura;

• Pré-emergência;

• Uma ou mais aplicações em pós-emergência com produtos


seletivos;

• Pós-emergência dirigida com produtos não seletivos;

• Uso da transgenia para seletividade de herbicidas.


Dessecação pré-semeadura
• Operações mecânicas de aração e gradagem ou pela dessecação

química.

• Herbicidas de pós-emergência de amplo espectro, sem efeito residual;

• Glyphosate é o mais empregado;

• Eudicotiledôneas: carfentrazone e flumioxazin;

• 2,4-D: ação residual e potencial fitotóxico ao algodoeiro;

• 30 dias entre o uso de 2,4-D e a semeadura.


Dessecação pré-semeadura
• Flumioxazin (60 g i.a./há) para controle outonal de buva: 21 dias entre
a aplicação e a semeadura, com um mínimo de 25 mm de precipitação;

• Produtos de contato como o diquat - plantas em estádios iniciais e de


ciclo anual;

• Têm ação rápida e são úteis quando ocorrem reinfestações em áreas


preparadas mecanicamente, ou na segunda aplicação, quando a
dessecação é realizada em duas etapas (aplicações sequenciais).
Dessecação pré-semeadura
• Associados herbicidas residuais seletivos ao algodoeiro;

• As aplicações sequenciais na dessecação são mais oportunas nas


primeiras épocas de semeadura, situação em que o algodoeiro é
a principal cultura na área;

• Segunda safra: logo após a colheita da soja, a área tem de ser


imediatamente dessecada. Glyphosate + herbicida pré-
emergente.
Dessecação pré-semeadura
• Aplicações sequenciais: eliminar os novos fluxos de emergência
que ocorrerem após a primeira aplicação;

• Uso de herbicidas com diferentes mecanismos de ação;

• Herbicidas utilizados na cultura da soja (diclosulam e


chlorimuron) dependendo das condições de dissipação, podem
causar danos ao algodoeiro semeado subsequentemente.
Pré-emergência
• Desenvolvimento lento da parte aérea nas primeiras três semanas
após a emergência;

• Baixa tolerância a herbicidas, principalmente em pós-emergência;

• Maior espaçamento entrelinhas;

• Alternativas para controle de espécies tolerantes e/ou resistentes;

• Opções para variar os mecanismos de ação;

• Reduzirem a interferência inicial.


Pré-emergência
• Principal herbicida utilizado em pré-emergência: clomazone;

• Diuron, s-metolachlor, prometryn e trifluralin são comumente


utilizados, associados ou não ao clomazone;

• Ainda há possibilidade do uso de pendimethalin e alachlor nessa


modalidade.
Pré-emergência
• Logo após a semeadura da cultura;

• Sistema de plantio convencional: solo bem preparado, livre de


torrões e umidade;

• Sistema de semeadura direta: palha;

• Nos dois sistemas, a umidade é imprescindível para o bom


funcionamento do herbicida, e as doses devem ser ajustadas
para os teores de argila e matéria orgânica do solo.
Pré-emergência
• Plantas daninhas recém-emergidas no momento da aplicação de
pré-emergência, é comum a associação de um herbicida
(glyphosate);

• O uso de herbicidas em pré-emergência da cultura a das plantas


daninhas garante o desenvolvimento inicial livre da interferência
e reduz a densidade de plantas daninhas a serem controladas
pelos herbicidas aplicados em pós-emergência.
Pré-emergência
• Cultivares transgênicas tolerantes a herbicidas;

• Produtos de pré-emergência não perderam importância;

• Controle de espécies tolerantes e/ou resistentes;

• Tolerantes ao glyphosate: controle de espécies tolerantes como a


trapoeraba e cordas-de-viola e de espécies de carurus resistentes;

• Tolerantes ao glufosinate: controle de algumas gramíneas como o


capim-pé-de-galinha e eudicotiledôneas, como o apaga-fogo.
Pós-emergência (seletivos)
• Período total de interferência: 60 e 80 dias;

• Aplicação de eficientes herbicidas em pré-emergência;

• Dificilmente consegue-se chegar até a colheita sem que


ocorram novas emergências de plantas daninhas;

• Intervenções em pós-emergência.
Pós-emergência (seletivos)
• Reduzido número de ingredientes ativos com ação sobre
plantas daninhas eudicotiledôneas, seletivos para variedades de
algodoeiro convencionais;

• Cultivares transgênicas;

• Pós-emergência total de herbicidas de amplo espectro de ação


como glyphosate, glufosinate ou ambos.
Pós-emergência (seletivos)
• Cultivares convencionais: pyrithiobac e trifloxysulfuron;

• Pyrithiobac: aplicação única entre uma e duas semanas após a


emergência das plantas daninhas ou em aplicação sequencial
com duas aplicações com intervalo de 5 a 15 dias entre as
aplicações;

• Trifloxysulfuron: aplicações em duas a três semanas após a


semeadura, quatro folhas verdadeiras da cultura.
Pós-emergência (seletivos)
• Pyrithiobac e trifloxysulfuron: associados e em aplicações
sequenciais;

• Estádio de desenvolvimento das plantas daninhas;

• Evitar associações com graminicidas em pós-emergência;

• Utilizados no controle de plantas voluntárias de soja.


Pós-emergência (seletivos)
• Plantas daninhas resistentes a herbicidas inibidores da ALS;

• Pyrithiobac e trifloxysulfuron: ALS;

• Dificuldade no controle de leiteiro.


Pós-emergência (seletivos)
• Controle de gramíneas: herbicidas inibidores da ACCase;

• Alta seletividade para o algodoeiro, em qualquer estádio


de desenvolvimento;

• Clethodim, haloxyfop, tepraloxydim, fluazifop, sethoxydim


e quizalofop.
Pós-emergência (seletivos)
• Variedades de algodão transgênicas tolerantes ao
herbicidas glyphosate, glufosinate ou a ambos;

• Até 3 aplicações desses ingredientes ativos na mesma


safra;

• Alternados no mesmo ciclo para retardar problemas com


resistência.
Pós-emergência (seletivos)
• Para o algodão RR Flex, o glyphosate pode ser aplicado
em qualquer estádio da cultura até próximo da colheita,
ou seja, além das 4 folhas verdadeiras, recomendadas para
as primeiras variedades de algodão tolerante ao
glyphosate.
Pós-emergência (seletivos)
• Pré-emergentes: controle de plantas tolerantes ao glyphosate;

• Glyphosate + pyrithiobac e com s-metolachlor;

• Capim-amargoso resistentes ao glyphosate: graminicidas e pré-


emergentes;

• Soja voluntária tolerante ao glyphosate.


Pós-emergência (seletivos)
• Variedades Liberty Link;

• Controle de leiteiro resistente aos inibidores da ALS;

• Duas e três aplicações;

• Dois pares de folhas para eudicotiledôneas e até um perfilho


para gramíneas;

• Uso de herbicidas em pré-emergência;

• Soja voluntária tolerante ao glufosinate.


Pós-emergência (seletivos)
• Associações de glufosinate com pyrithiobac e trifloxysulfuron;

• Variedades de algodoeiro com tolerância ao glyphosate e


glufosinate;

• Mesmas recomendações para as tecnologias individualizadas;

• Intercalar a aplicação dos dois herbicidas;

• Plantas de soja voluntárias: primeiro o glufosinate, para que o


mesmo seja aplicado nos estádios iniciais das plantas de soja.
Pós-emergência (seletivos)
• Outras tecnologias que possibilitem a realização de aplicações
em pós-emergência total da cultura do algodão: variedades
tolerantes a herbicidas hormonais como dicamba e 2,4-D.
Pós-emergência (jato
dirigido)
• Permite o uso de herbicidas não seletivos;

• Direcionamento da calda pulverizada para as folhas das plantas


daninhas e para o solo, evitando-se as folhas da cultura;

• Esta aplicação pode ser realizada em diferentes estádios da cultura;

• Após a lignificação do caule na base da planta, por volta dos 45 a 50


dias após a emergência;

• Controlar plantas daninhas remanescentes;

• Colheita da cultura no limpo.


Pós-emergência (jato
dirigido)
• Após a lignificação do caule do algodoeiro;

• Troca de coloração verde para marrom;

• Aplicação sem a necessidade de proteção da calda;

• Absorção pelo caule passa a ser reduzida;

• Manter o conjunto barra-bicos numa altura que evite o contato


do herbicida com as folhas da cultura.
Pós-emergência (jato
dirigido)
• Associação de um herbicida residual a um herbicida pós-
emergente não seletivo;

• Diuron, atrazine, ametryn, glyphosate, glufosinate e


carfentrazone;

• A cultura a ser implantada após o algodoeiro deve ser


considerada na escolha de herbicidas residuais.
Eliminação dos restos
culturais
• Destruição dos restos culturais do algodoeiro;

• Destruição de soqueira;

• Combate a pragas como o bicudo e a lagarta-rosada;

• Prática obrigatória e amparada por lei;

• Cada estado estabelece seu vazio sanitário.


Eliminação dos restos
culturais
• Destruição da soqueira é feita pelo método mecânico;

• Equipamentos como grades e arados;

• Destroem a parte aérea e o sistema radicular das plantas,


evitando sua rebrota;

• Excessivo revolvimento do solo, favorecendo a erosão,


sobretudo nas áreas de cerrado;

• Compromete a adoção de sistemas conservacionistas.


Eliminação dos restos
culturais
• Destruição química;

• Essa modalidade tem sido amplamente utilizada pelos grandes


produtores do Brasil, com menor custo e continuidade da
semeadura direta;

• Corte das plantas após a colheita por meio de


roçadora/trituradora;

• Aplicação de herbicidas até no máximo 20-30 minutos após o


corte.
Eliminação dos restos
culturais
• Aplicação no toco (imediatamente após a roçada) e uma
reaplicação posterior para eliminar escapes (quando
necessário);

• 2,4-D e o glyphosate, isolados ou combinados, em aplicação


única ou sequencial;

• Glufosinate, imazethapyr, carfentrazone e flumiclorac.


OBRIGADA

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