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Fadiga em Concreto
Fadiga em Concreto
Fadiga em concreto
2.1.
Comportamento à fadiga do concreto
ou à tensão de ruptura.
A fissura por fadiga em concreto é de natureza frágil, no sentido de que
existe pouca, se alguma, deformação plástica generalizada associada à fissura,
ocorrendo o processo pela origem e propagação de microfissuras, sendo que
geralmente a superfície de ruptura é perpendicular à direção de tensão aplicada
(Callister, 2002).
No concreto, a fadiga tem origem em um nível microscópico e está
associada ao aumento da abertura das fissuras e à redução da rigidez. Para o
Instituto Americano do Concreto (ACI 215R-74, 1992), a ruptura por fadiga
ocorre por uma microfissuração interna progressiva que por sua vez induz um
incremento nas deformações no material.
Para o Comitê Europeu do Concreto (CEB 188, 1988), as fissuras por
fadiga não têm uma topografia superficial definida, tornando-se difícil identificar a
fadiga nas estruturas de concreto. A fadiga pode ocorrer em um elemento
estrutural de concreto quando se desenvolve fissuração excessiva.
O processo de ruptura por fadiga é caracterizado por três etapas distintas
que resultam no enfraquecimento gradual dos componentes estruturais:
• Etapa 1
(1a) Origem da fissura, quando uma pequena fissura se forma em algum
ponto de alta concentração de tensões.
27
= # + % log "
á
eq.(2.2)
,
2.2.
Fatores intervenientes na vida à fadiga
século XIX com destaque para o alemão August Wöhler, entre 1850 e 1870, que
introduziu diversas idéias e procedimentos usados até hoje no dimensionamento
à fadiga. O foco desses estudos teve ênfase na análise de estruturas metálicas
ferroviárias. O estudo de fadiga em concreto teve suas primeiras publicações na
década de 20 nos Estados Unidos com Clemmer (1922), Crepps (1923), Clifford
(1924) e Hatt (1924, 1925) apud Zhang et al. (1996) .
Desde então muitos estudos de fadiga em concreto foram desenvolvidos.
O enfoque dos estudos levou a tipos distintos de ensaios à fadiga: tração na
flexão, tração direta, compressão e tensões alternadas nos tipos de ensaios
anteriores, de tal forma que não existe um ensaio padrão para caracterizar o
comportamento à fadiga. O modo de carregamento – tipo de ensaio – influencia
o desempenho do concreto à fadiga, visto que os fatores que governam a
ruptura do concreto em compressão são distintos dos que em tração ou em
flexão. Também podem influir na vida à fadiga os materiais constituintes, as
condições de umidade, a relação entre tensões mínima e máxima, a frequência
de carregamento, etc.
2.2.1.
Modo de carregamento: tipos de ensaios
Crepps (1923) e Hatt (1924, 1925) apud Zhang et al. (1996) procuraram
determinar o comportamento à fadiga do concreto realizando ensaios em tensão
30
• tração-compressão
í
log " = 9,36 − 7,93 − 2,59
á
eq.(2.4)
1
31
• flexão alternada
í
log " = 9,36 − 7,45 3 4 − 1,93
á
eq.(2.5)
, 1
2.2.2.
Materiais constituintes do concreto
Agregados
2.2.3.
Saturação do concreto
í
log " = 14,81 − 14,52 − 2,79
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á
eq.(2.6)
• amostras saturadas
í
log " = 13,92 − 14,52 − 2,79
á
eq.(2.7)
í
log " = 9,36 − 7,93 − 2,59
á
eq.(2.8)
1
0,6
0,4
0,2
1,0E+01 1,0E+03 1,0E+05 1,0E+07 1,0E+09
Número de ciclos à fadiga
Tração (secas)
Tração (saturadas)
Tração-compressão (secas e saturadas)
Figura 2.1 – Curvas SxN comparando amostras secas e saturadas (Cornelissen e Lewis,
1986).
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• amostras saturadas
á
log " = 13,275 − 11,39 eq.(2.9)
1
36
• amostras secas ao ar
á
log " = 14,965 − 12,676 3 4 eq.(2.10)
,
á
log " = 13,48 − 11,42 3 4 eq.(2.11)
,
1
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0,9
Relação entre tensões
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
1,0E+02 1,0E+04 1,0E+06 1,0E+08 1,0E+10
2.2.4.
Condições climáticas
2.2.5.
Frequência de carregamento
frequência for reduzida por um fator 100, o número de ciclos até a ruptura
reduzirá por um fator √100.
A influência da frequência de carregamento pode ser analisada por dois
pontos de vista de acordo com Petkovic (1991) apud Milenkovic e Pluis (2000):
12
10
N
l
o
g
=
3
,
1
4
4
+
0
,
1
8
2
f
Frequência (Hz)
8
R² = 0,77
4
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0
N
l
o
g
1,0
S mín = 0
0,8 amostras secas
6 Hz
0,6
S máx /fc
0,06 Hz
0,4
0,2
N
l
o
g
0 1 2 3 4 5 6 7
1,0
Smín /S máx = -1
0,9
0,8
S máx /fc
0,7 Hatt en Crepps
0,6
30 Hz Williams
ρ= 0,8
Mc Call
0,25 Hz 30 Hz
0,5 RUG
ρ= 0,5
0,4
0,166 Hz 8 Hz
N
l
o
g
0 2 3 4 5 6 7 8
0 1 2 3 4 5 6 7
tração seco
-5
molhado
log sec ( por segundos)
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-6
tração- seco
compressão
-7 molhado
-8 run-out
-9
6 Hz
0,06 Hz
-10
-11
-12
Figura 2.6 – Variação da frequência: ciclos versus taxa de fluência secundária
(Cornelissen, 1984).
Pode-se observar nas Figuras 2.4 e 2.5 que para uma mesma tensão o
número de ciclos em geral é menor para a menor frequência. Na Figura 2.6
observa-se que para uma mesma taxa de fluência secundária – ou taxa de
deformação específica secundária – a vida à fadiga é menor para as menores
frequências. Essas figuras apontam que a vida à fadiga é maior para as maiores
frequências. Essa situação pode ser melhor visualizada na Figura 2.7,
denominada curva de fluência cíclica (Sparks, 1982; Cornelissen, 1984;
CEB 188, 1988; Hordijk et al., 1995), onde a deformação específica máxima a
cada ciclo é desenhada no eixo das ordenadas versus o tempo no eixo das
abscissas.
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alta frequência
Deformação específica máxima
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baixa frequência
ε sec
tempo
Tempo
um para alto ciclo de fadiga (N > 103) e outro para baixo ciclo de fadiga
(N < 103):
• elevado número de ciclos à fadiga (N > 103)
S máx
= 1 − 0,0662(1 − 0,556 R) log N − 0,0294 log T eq.(2.15)
fc
S máx
= 1,20 − 0,20 R − 0,133(1 − 0,779 R) log N − 0,053(1 − 0,455R) log T
fc eq.(2.16)
á
= :" ;< *1 + =´+ log ",: eq.(2.17)
0,80
0,75
0,65
0,60
0,55
0,50
1,0E+04 1,0E+05 1,0E+06 1,0E+07 1,0E+08
Número de ciclos à fadiga
Figura 2.8 – Curva SxN: alto ciclo à fadiga; modelo desenvolvido por Hsu (1981).
á
= A8B; CDE + FGH1 − *1 − +, ´ log "I eq.(2.19)
S mín
R = R´= para R ≥ 0 eq.(2.20)
S máx
f ct , f
R´= R para R < 0 eq.(2.21)
f ck
1000000
Hsu baixo ciclo
Hsu alto ciclo
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Furtak
100000 Zhang
Número de ciclos
10000
1000
100
0,01 0,1 1 10
Frequência (Hz)
Figura 2.9 – Número de ciclos versus frequência por vários autores.
1
log Ni = log Ni − 0,65log
f 1
eq.(2.22)
f
46
1000000
N1Hz:
100000 100
500
1000
Número de ciclos
10000 10000
25000
1000 100000
1000000
100
10
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1
1 10
Frequência (Hz)
Figura 2.10 – Ciclos versus frequência; modelo simplificado de Siemes (1988).
2.3.
Comentários finais