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de
várias variáveis reais
Matemática I
Margarida Macedo
Funções reais de várias variáveis reais
Índice
5. Otimização ........................................................................................................... 52
Uma função pode ser definida como uma relação entre dois conjuntos, onde a cada elemento
do domínio (um subconjunto do conjunto de partida) está associado um e um só elemento
do contradomínio (um subconjunto do conjunto de chegada). Nas funções reais com uma
variável real, tanto os objetos como as imagens são números reais. Este capítulo aborda
conceitos relativos a funções reais de várias variáveis reais, ou seja, o domínio é um
subconjunto de 𝑅 𝑛 = {(𝑥1 , 𝑥2 , … , 𝑥𝑛 ) ; 𝑥𝑖 ∈ 𝑅, 𝑖 = 1, … , 𝑛 }.
𝑓: 𝐷 ⊂ 𝑅 𝑛 𝑅
(𝑥1 , 𝑥2 , … , 𝑥𝑛 ) 𝑓(𝑥1 , 𝑥2 , … , 𝑥𝑛 )
Exemplos:
São de extrema importância, no estudo da economia, indicadores relacionados com a
produção e com os consumidores. Os exemplos que se seguem são funções de várias
variáveis que ilustram alguns desses indicadores:
1
Cobb e Douglas (1928) desenvolveram o modelo matemático proposto por Knut Wicksell (1851 - 1926) que
se mostrou estatisticamente ajustado ao crescimento da economia americana durante o período de 1899 a
1922. Consideraram uma visão simplificada da produção, sustentando que esta é determinada pela quantidade
de mão-de-obra envolvida e a quantidade do capital investido. Apesar de existirem muitos outros fatores que
afetam o desempenho económico, o modelo em causa mostrou-se bastante preciso. Atualmente, em
economia, a forma funcional de funções produção de Cobb-Douglas continua a ser amplamente usada para
representar a relação entre a produção e os seus fatores.
Exemplo:
Suponha-se que um fabricante estima que a produção de determinado produto admite como
modelo 𝑄(𝐿, 𝐾) = 100𝐿0,6 𝐾 0,4, em que L representa o trabalho (em pessoas/hora) e K o
capital em milhares de unidades monetárias.
Genericamente:
2
Num outro capítulo desta unidade, serão introduzidos conceitos que explicam estes resultados.
3
O conceito de utilidade insere-se no núcleo conceptual da Teoria do Consumidor, sustentada, em parte, pelo
princípio de que a decisão dos agentes económicos resulta de uma comparação entre o benefício de
determinada ação com o custo de a implementar.
A função utilidade é, portanto, uma função em que as variáveis independentes são o valor
de cada atributo para determinada alternativa disponível. Os modelos funcionais podem
assumir vários aspetos, como será visto em exemplos que serão considerados
posteriormente.
Uma função f de duas variáveis é uma relação que associa a cada par ordenado de números
reais (x,y) um único valor real representado por f(x,y). Pode-se representar 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) para
tornar explícitos os valores tomados por f num ponto genérico. As variáveis x e y são
variáveis independentes, e z a variável dependente.
Ou seja, uma função de duas variáveis é uma função cujo domínio é um subconjunto de 𝑅 2
e cujo contradomínio é um
subconjunto de R, conforme o
diagrama ao lado, onde o domínio D
é representado como um subconjunto
do plano Oxy.
Exemplos:
1) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 6 − 3𝑥 − 2𝑦 no 1º octante
2) 𝑔(𝑥, 𝑦) = √9 − 𝑥 2 − 𝑦 2
3) ℎ(𝑥, 𝑦) = 4𝑥 2 + 𝑦 2
2 −𝑦 2
4) 𝑓(𝑥, 𝑦) = (𝑥 2 + 3𝑦 2 ) 𝑒 −𝑥
Uma função f de três variáveis é uma relação que associa a cada terno ordenado (x, y, z) de
um domínio 𝐷 ⊂ 𝑅 3 um único número real representado por 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧).
Exemplo:
𝑐𝑟
12
𝑀(𝑐, 𝑟, 𝑡) = 12𝑡
1
1−( 𝑟)
1+
12
Domínio de uma função f, é o conjunto dos elementos do conjunto de partida para os quais
a expressão analítica que define a função tem significado.
• O radicando de uma raiz de índice par deverá ser maior ou igual a zero;
Exemplos:
√𝑥+𝑦+1
1) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥−1
𝐷𝑓 = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅 2 : 𝑥 + 𝑦 + 1 ≥ 0 ∧ 𝑥 − 1 ≠ 0}
2) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 ln( 𝑦 2 − 𝑥)
𝐷𝑓 = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅 2 : 𝑦 2 − 𝑥 > 0}
3) 𝑔(𝑥, 𝑦) = √9 − 𝑥 2 − 𝑦 2
𝐷𝑔 = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅 2 : 9 − 𝑥 2 − 𝑦 2 ≥ 0} =
= {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅 2 : 𝑥 2 + 𝑦 2 ≤ 9}
𝑥+𝑦
4) 𝑓(𝑥, 𝑦) = ln √𝑥−𝑦
𝑥+𝑦
𝐷𝑓 = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅 2 : 𝑥−𝑦 > 0}
y=-x y y=x
𝑦
5) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 1
ln
𝑥
1 1
𝐷𝑓 = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅 2 : 𝑥 > 0 ∧ ln (𝑥) ≠ 0}
1
> 0 ⇔ 𝑥 > 0
𝑥
1 1
ln (𝑥) ≠ 0 ⇔ 𝑥 ≠ 1 ⇔ 𝑥 ≠ 1
𝑥 y x=2
6) 𝑧 = ln(𝑥 − 𝑦 2 ) ⋅ arcsen (2) y x=2
𝑥
𝐷𝑧 = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅 2 : 𝑥 − 𝑦 2 > 0 ∧ −1 ≤ 2 ≤ 1}
𝑥 − 𝑦2 > 0 ⇔ 𝑥 > 𝑦2 0
x
𝑥
−1 ≤ 2 ≤ 1 ⇔ −2 ≤ 𝑥 ≤ 2
𝑥−𝑦
7) 𝑓(𝑥, 𝑦) = ln
2𝑥
𝑥−𝑦
𝐷𝑓 = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅 2 : > 0}
2𝑥
𝑦<𝑥 𝑦>𝑥
⇔ { ∨ {
𝑥>0 𝑥<0
𝑥2
8) 𝑓(𝑥, 𝑦) = ln 𝑦 2
𝑥2
𝐷𝑓 = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅 2 : 𝑦 2 > 0}
𝑥2
> 0 ⇔ 𝑥 ≠ 0 ∧ 𝑦 ≠ 0
𝑦2
ln |𝑥 2 +𝑦 2 −4|
9) 𝑔(𝑥, 𝑦) =
𝑥𝑦√𝑥 2 −𝑦 2
|𝑥 2 + 𝑦 2 − 4| > 0 ⇔ 𝑥 2 + 𝑦 2 − 4 ≠ 0 ⇔ 𝑥 2 + 𝑦 2 ≠ 4
𝑥𝑦 ≠ 0 ⇔ 𝑥 ≠ 0 ∧ 𝑦 ≠ 0
𝑦 > −𝑥 𝑦 < −𝑥
⇔ { ∨ {
𝑦<𝑥 𝑦>𝑥
√𝑥+1
10) 𝑓(𝑥, 𝑦) =
√1−𝑥2 −𝑦 2
𝐷𝑓 = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅 2 : 𝑥 ≥ 0 ∧ 1 − 𝑥 2 − 𝑦 2 > 0}
1 − 𝑥2 − 𝑦2 > 0 ⇔ 𝑥2 + 𝑦2 < 1
𝑥
11) 𝑓(𝑥, 𝑦) = √𝑥−𝑦
𝑥
𝐷𝑓 = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅 2 : 𝑥−𝑦 ≥ 0}
𝑥 𝑥≥0 𝑥≤0
≥0⇔{ ∨{
𝑥−𝑦 𝑥−𝑦 > 0 𝑥−𝑦 <0
𝑥≥0 𝑥≤0
⇔{ ∨{
𝑦<𝑥 𝑦>𝑥
𝑥 2 +𝑦 2 +2𝑥
12. ℎ(𝑥, 𝑦) = √𝑥 2 +𝑦 2−2𝑥
𝑥 2 +𝑦 2 +2𝑥
𝐷ℎ = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅 2 : ≥ 0}
𝑥 2 +𝑦 2 −2𝑥
𝑥 2 +𝑦 2 +2𝑥
≥0⇔
𝑥 2 +𝑦 2 −2𝑥
𝑥 2 + 𝑦 2 + 2𝑥 ≥ 0 𝑥 2 + 𝑦 2 + 2𝑥 ≤ 0
⇔{ ∨ {
𝑥 2 + 𝑦 2 − 2𝑥 > 0 𝑥 2 + 𝑦 2 − 2𝑥 < 0
(𝑥 + 1)2 + 𝑦 2 ≥ 1 (𝑥 + 1)2 + 𝑦 2 ≤ 1
⇔{ ∨ {
(𝑥 − 1)2 + 𝑦 2 > 1 (𝑥 − 1)2 + 𝑦 2 < 1
𝑥
13) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 arccos ( )
𝑦
𝑥
𝐷𝑓 = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅 2 : −1 ≤ 𝑦 ≤ 1}
𝑥 𝑥 𝑥 𝑥−𝑦 𝑥+𝑦
1≤𝑦≤1⇔𝑦 ≤1∧ ≥ −1 ⇔ ≤0 ∧ ≥0⇔
𝑦 𝑦 𝑦
𝑦≤𝑥 𝑦≥𝑥 𝑦 ≤ −𝑥 𝑦 ≥ −𝑥
⇔ ({ ∨ { ) ∧ ({ ∨ { )
𝑦<0 𝑦>0 𝑦<0 𝑦>0
𝑥+𝑦
se (𝑥, 𝑦) ≠ (0,0)
14) 𝑚(𝑥, 𝑦) = {√𝑥 2+𝑦 2
1 se (𝑥, 𝑦) = (0,0)
|𝑦| − √|𝑥| > 0 ⇔ |𝑦| > √|𝑥| ⇔ 𝑦 2 > |𝑥| ⇔ |𝑥| < 𝑦 2 ⇔ −𝑦 2 < 𝑥 < 𝑦 2
⇔ (𝑦 + 𝑥 2 )(𝑦 + 𝑥) > 0 ⇔
𝑦 + 𝑥2 > 0 𝑦 + 𝑥2 < 0
⇔{ ∨ { ⇔
𝑦+𝑥 >0 𝑦+𝑥 <0
𝑦 > −𝑥 2 𝑦 < −𝑥 2
⇔{ ∨ {
𝑦 > −𝑥 𝑦 < −𝑥
Exemplo:
𝐷𝑓 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅 3 : 𝑥 2 + 𝑦 2 + 𝑧 2 < 5}
ou seja, é constituído por todos os pontos da esfera centrada na origem e cujo raio é √5 ,
sem incluir a superfície esférica correspondente.
a) z = 2x − y
b) z = ln (x + y)
1
c) 𝑧 = 1−𝑥 2 −𝑦 2
1
d) 𝑓(𝑥, 𝑦) = cos 𝑥𝑦
e) 𝑔(𝑥, 𝑦) = ln(𝑒 − 𝑒 √𝑦 −𝑥 )
1
f) ℎ(𝑥, 𝑦) = (𝑥−𝑦)2
1
g) 𝑔(𝑥, 𝑦) = 𝑥 √1 − 𝑥 2 − 𝑦 2 ⋅ ln(𝑥 2 − 𝑥𝑦)
𝑥𝑦+1
h) 𝑧 = 𝑥 2 −𝑦
k) 𝑧 = 𝑥 − √(3𝑥 2 + 4𝑦 2 )3
𝑦
l) 𝑓(𝑥, 𝑦) = ln 𝑥 + arcsen (𝑥 2 + 𝑦 2 )
n) 𝑧 = ln𝑦 2 + √1 − 𝑥 2
p) 𝑤(𝑥, 𝑦) = √𝑥 2 + 𝑦 2 − 1 + ln(𝑥 2 − 𝑦 2 )
1 1
a) 𝑝(𝑥, 𝑦) = ln 𝑥𝑦 b) 𝑞(𝑥, 𝑦) = ln 𝑥 2𝑦
1 1
c) 𝑚(𝑥, 𝑦) = ln 𝑥𝑦 2 d) 𝑓(𝑥, 𝑦) = ln 𝑥 2 𝑦 2
1
e) 𝑝(𝑥, 𝑦) = ln √𝑥 2 𝑦 2 f) 𝑔(𝑥, 𝑦) = arctg(ln(𝑥 2 + 𝑦 2 ))
cos√𝑥−𝑦 2
g) 𝑧 = arcsen(ln(𝑥 2 + 𝑦 2 )) h) 𝑧 =
ln𝑥⋅√4−𝑦2
Soluções:
2.
a) b) c) d)
e) f) g) h)
Sendo f uma função real com n variáveis reais, (𝑥1 , 𝑥2 , … , 𝑥𝑛 ), define-se conjunto de nível
de valor k ao conjunto dos pontos de 𝑅 𝑛 cuja imagem por f é k, ou seja
De acordo com a definição anterior, as curvas de nível de uma função f de duas variáveis são
as linhas (no domínio de f), com equação 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑘, onde k é o valor da curva de nível e
é uma constante real pertencente ao contradomínio de f.
1) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 6 − 3𝑥 − 2𝑦
2) 𝑔(𝑥, 𝑦) = √9 − 𝑥 2 − 𝑦 2
As figuras que se seguem, mostram algumas curvas de nível geradas por computador
juntamente com os gráficos correspondentes.
3) ℎ(𝑥, 𝑦) = 4𝑥 2 + 𝑦 2
2 −𝑦 2
4) 𝑓(𝑥, 𝑦) = −𝑥𝑦𝑒 −𝑥
Exemplos:
(1) Na elaboração de cartas topográficas: neste caso, f(x,y) representa a elevação em metros
em relação ao nível do mar, num ponto (𝑥, 𝑦) de latitude x e longitude y.
(4) Quando f(x,y) representa, numa carta meteorológica, a pressão barométrica (em bars)
no ponto (x,y), as curvas de nível neste caso são chamadas isobáricas.
3.2.1. Isoquantas
Exemplo:
Seja a função de produção referida num exemplo anterior, 𝑄(𝐿, 𝐾) = 100𝐿0,6 𝐾 0,4, em que
K é o capital disponível em milhares de euros, L número de horas de trabalho e Q a
quantidade produzida em toneladas de determinado produto.
Todas as combinações entre número de horas de mão de obra e capital que verificam aquela
igualdade, dão origem ao mesmo nível de produção, ou seja, 1000 toneladas. Por exemplo
ln100 5ln100−3ln50
os valores 𝐾 = 1 e 𝐿 = 𝑒 0,6 ; ou 𝐿 = 50 e 𝐾 = 𝑒 2 (verifique!).
As curvas de indiferença de uma função utilidade, são as curvas de nível da função utilidade
e são dadas pelo conjunto de combinações de bens ou serviços para os quais o nível de
utilidade (ou seja, a satisfação) para o consumidor é o mesmo. No caso de uma função
U(a,b), que traduz as preferências de determinado consumidor em relação aos bens a e b, o
consumidor está disposto a alterar o número de unidades de a e b, desde que a satisfação
obtida seja a mesma.
Exemplo:
3
Seja a função utilidade para o consumidor X, 𝑈(𝑎, 𝑏) = √𝑎4 𝑏 2 , com 𝑎 > 0 e 𝑏 > 0, em
que a é o número de unidades determinado fator A e b o número de unidades de determinado
fator B.
Por exemplo 𝑈(1,2) < 𝑈(2,1), pelo que se pode concluir que o consumidor X prefere a
combinação de 2 unidades de a e 1 de b, à combinação de 2 unidades de b e 1 de a.
Seja, por exemplo, a curva de indiferença de nível 4: a combinação dos fatores a e b que dão
3
origem ao nível de satisfação 4, é dada pela igualdade 𝑈(𝑎, 𝑏) = 4 ⟺ √𝑎4 𝑏 2 = 4. Por
exemplo 𝑎 = 𝑏 = 2 é uma combinação possível (verifique!). Mas 𝑈(1,8) também é 4, pelo
que o consumidor X obtém a mesma satisfação se combinar 2 unidades de a e 2 unidades de
b, ou 1 unidade de a e 8 de b, ou seja, para ele, é indiferente qualquer uma das opções.
Existe uma infinidade de combinações de valores nestas condições, como ilustra a figura
seguinte, que representa a curva de nível 4 da função U:
Exercícios resolvidos:
𝑥
1) Determinar as curvas de nível da função 𝑓(𝑥, 𝑦) = √𝑥−𝑦.
Resolução:
𝑥
𝑁𝑘 (𝑓) = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷𝑓 : √𝑥−𝑦 = 𝑘}
𝑥
• Se k < 0, √𝑥−𝑦 = 𝑘 é impossível, logo não existe curva de nível;
𝑥
• Se k = 0, √𝑥−𝑦 = 0 ⇔ 𝑥 = 0 ∧ 𝑦 ≠ 𝑥 (eixo Oy, exceto a origem (0,0))
𝑥 𝑥 𝑘 2 −1
• Se k > 0, √𝑥−𝑦 = 𝑘 ⇔ 𝑥−𝑦 = 𝑘 2 ⇔ 𝑥 = 𝑘 2 𝑥 − 𝑘 2 𝑦 ⇔ 𝑦 = 𝑥
𝑘2
4
Domínio calculado na página 12.
𝑥 2 +𝑦 2 +2𝑥
2) Determinar a curva de nível de valor 0 da função 𝑓(𝑥, 𝑦) = √𝑥 2 +𝑦 2−2𝑥.
Resolução:
𝑥 2 +𝑦 2 +2𝑥
𝑁0 (𝑓) = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷𝑓 : √𝑥 2 +𝑦 2−2𝑥 = 0}
𝑥 2 +𝑦 2 +2𝑥
√ = 0 ⇔ 𝑥 2 + 𝑦 2 + 2𝑥 = 0 ∧ 𝑥 2 + 𝑦 2 − 2𝑥 ≠ 0
𝑥 2 +𝑦 2 −2𝑥
A curva é a circunferência de centro (−1,0) e raio 1, exceto o ponto (0,0), já que este é o
ponto de interseção das duas circunferências equacionadas.5
𝑥
3) Determinar a curva de nível de 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 arccos (𝑦) à qual pertence o ponto (0,1).
Resolução:
0
𝑓(0,1) = 0 ∙ arccos (1) = 0 ⇔ 𝑘 = 0 valor da curva de nível
𝑥 𝑥 𝑥
𝑥 arccos (𝑦) = 0 ⇔ 𝑥 = 0 ∨ arccos (𝑦) = 0 ⇔ 𝑥 = 0 ∨ = 1⇔𝑥 = 0∨𝑦 =𝑥
𝑦
A curva de nível pedida é a reunião das retas x = 0 (eixo Oy) e y = x, sem incluir a origem,
já que esta não pertence ao domínio.6
Resolução:
5
Domínio calculado na página 12.
6
Domínio calculado na página 13.
Para calcular outro ponto da curva de nível, faz-se, por exemplo, 𝑥 = −1, e calcula-se, se
possível, o valor de y que verifica a condição
−ln(𝑦 − 1) = 1 ⟺ ln(𝑦 − 1) = −1 ⟺ 𝑦 − 1 = 𝑒 −1
1
Ou seja, outro ponto da curva de nível em causa é, por exemplo, (−1, 𝑒 + 1).
Resolução:
𝑁𝑘 (𝑙) = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷𝑙 : 𝑦 ∙ 𝑒 𝑥 = 𝑘}
• Se k = 0, resulta a reta y = 0
• Se k 0, resultam as curvas da família 𝑦 = 𝑘𝑒 −𝑥
A curva de nível que passa pelo ponto (0,1), por exemplo, é a curva de valor 𝑙(0,1) = 1, que
corresponde à linha de equação 𝑦 = 𝑒 −𝑥 .
Resolução:
𝑁𝑘 (𝑓) = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷𝑙 : 𝑥 ∙ 𝑒 𝑦 = 𝑘}
• Se k = 0, resulta a reta x = 0
• Se k > 0, resultam as curvas da família y = lnk – lnx (para x > 0)
• Se k < 0, resultam as curvas da família 𝑦 = ln(−𝑘) − ln(−𝑥) (para x < 0)
1
c) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 1 − 𝑥 2 − 𝑦 2 d) ℎ(𝑥, 𝑦) = (𝑥−𝑦)2
1
e) 𝑧 = 1−𝑥 2 −𝑦 2 f) 𝑧 = 𝑥 2 + 𝑦
𝑥
g) ℎ(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2 − 4𝑥 − 𝑦 h) 𝑧 = 𝑦
i) 𝑧 = 𝑥𝑦 j) 𝑓(𝑥, 𝑦) = ln(𝑥 2 + 𝑦 2 )
2. Para cada uma das funções definidas no exercício anterior, determine, se existir, a curva
de nível que passa pelo ponto (0,1).
3. Represente geometricamente três curvas de nível de cada uma das funções seguintes:
a) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑦𝑒 𝑥
b) 𝑔(𝑥, 𝑦) = 𝑥𝑒 𝑦
c) ℎ(𝑥, 𝑦) = ln(𝑥 2 + 𝑦 2 )
Soluções:
a) retas da família y = 2x – k
b) retas da família y = −𝑥 + 𝑒 𝑘
c) k < 1 família de circunferências de centro na origem e r =√1 − 𝑘
1
d) k > 0 retas da família 𝑦 = 𝑥 ± √𝑘
k 0 conjunto vazio
1
e) 𝑘 < 0 ∨ 𝑘 > 1 família de circunferências de centro (0,0) e r = √1 − 𝑘
k = 1 ponto (0,0);
f) parábolas da família 𝑦 = −𝑥 2 + 𝑘
2. a) reta y = 2x + 1 b) reta y = – x + 1
c) circunferência 𝑥 2 + 𝑦 2 = 1 d) retas 𝑦 = 𝑥 ± 1
3. a) b) c)
4. Derivadas parciais
𝜕𝑓 ∆𝑦
= 𝑙𝑖𝑚 , ou seja
𝜕𝑥𝑖 ∆𝑥𝑖 →0 ∆𝑥𝑖
𝜕𝑓
portanto 𝜕𝑥 permite aferir a variação provocada na função f por uma variação infinitesimal
𝑖
da variável independente 𝑥𝑖 .
Seja f uma função de duas variáveis reais x e y; nos pontos pertencentes ao domínio de f, as
𝜕𝑓 𝜕𝑓
suas derivadas parciais de 1ª ordem, se existirem, são as funções e definidas por
𝜕𝑥 𝜕𝑦
𝜕𝑓 𝑓(𝑥+ℎ,𝑦)−𝑓(𝑥,𝑦) 𝜕𝑓 𝑓(𝑥,𝑦+ℎ)−𝑓(𝑥,𝑦)
(𝑥, 𝑦) = lim e (𝑥, 𝑦) = lim
𝜕𝑥 ℎ→0 ℎ 𝜕𝑦 ℎ→0 ℎ
Exemplo:
Sendo 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 3 + 𝑥 2 𝑦 3 − 2𝑦 2 ,
Outras notações:
𝜕𝑓 𝜕
𝜕𝑥
(𝑥, 𝑦) = 𝜕𝑥 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑓𝑥′ (𝑥, 𝑦)
𝜕𝑓 𝜕
𝜕𝑦
(𝑥, 𝑦) = 𝜕𝑦 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑓𝑦′ (𝑥, 𝑦)
Para dar uma interpretação geométrica das derivadas parciais de uma função com duas
variáveis, recorde-se que a equação 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) representa uma superfície S (que
corresponde ao gráfico de f). Se 𝑓(𝑎, 𝑏) = 𝑐, então o ponto 𝑃(𝑎, 𝑏, 𝑐) pertence a S.
𝜕𝑓
Como já foi referido, relaciona as taxas de variação de 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) com variações
𝜕𝑥
𝜕𝑓
infinitesimais de x quando y é mantido fixo. Da mesma forma, relaciona as taxas de
𝜕𝑦
Por uma questão de comodidade, a análise vai incidir apenas sobre o domínio
retangular 𝑂𝐾0 𝐵𝐿0 .
7
Retirado de: Chiang, Alpha. 2005. Matemática para Economistas. McGraw-Hill. São Paulo.
como imagens, os pontos da curva 𝐾0 𝐶𝐷𝐴. A inclinação da tangente a esta curva, em cada
𝜕𝑄
ponto, é dada por .
𝜕𝐿
Da definição de derivada parcial num ponto, resulta a estratégia que possibilita o cálculo das
derivadas parciais com recurso às regras de derivação conhecidas:
𝜕𝑓
Para calcular 𝜕𝑥 , consideram-se constantes todas as variáveis exceto 𝑥𝑖 e deriva-se a função
𝑖
f em relação a 𝑥𝑖 .
𝝏𝒇
• Para determinar 𝝏𝒙, considera-se y como uma constante e deriva-se f em relação a x.
𝝏𝒇
• Para determinar 𝝏𝒚, considera-se x como uma constante e deriva-se f em relação a y.
Exemplos:
𝜕𝑓
(𝑥, 𝑦) = 3𝑥 2 + 2𝑥𝑦 3
𝜕𝑥
1) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 3 + 𝑥 2 𝑦 3 − 2𝑦 2 ⇒ {
𝜕𝑓
(𝑥, 𝑦) = 3𝑥 2 𝑦 2 − 4𝑦
𝜕𝑦
𝜕𝑓
(𝑥, 𝑦) = −2𝑥
𝜕𝑥
2) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 4 − 𝑥 − 2𝑦
2 2
⇒ {
𝜕𝑓
(𝑥, 𝑦) = −4𝑦
𝜕𝑦
𝜕𝑓 𝑥 1
= cos (1+𝑦) ⋅ 1+𝑦
𝑥 𝜕𝑥
3) 𝑓(𝑥, 𝑦) = sen (1+𝑦) ⇒ {
𝜕𝑓 𝑥 −𝑥
= cos (1+𝑦) ⋅ (1+𝑦)2
𝜕𝑦
𝜕𝑓 𝑥−𝑦+2−(𝑥+𝑦−1) −2𝑦+3
= (𝑥−𝑦+2)2
= (𝑥−𝑦+2)2
𝑥+𝑦−1 𝜕𝑥
4) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥−𝑦+2 ⇒ {
𝜕𝑓 𝑥−𝑦+2+(𝑥+𝑦−1) 2𝑥+1
= (𝑥−𝑦+2)2
= (𝑥−𝑦+2)2
𝜕𝑦
𝜕𝑔 𝑦
=2
𝜕𝑥 √𝑥𝑦
5) 𝑔(𝑥, 𝑦) = √𝑥𝑦 ⇒ {
𝜕𝑔 𝑥
=2
𝜕𝑦 √𝑥𝑦
𝜕ℎ 5−𝑦
= (𝑥+4)2
𝑦−5 𝜕𝑥
6) ℎ(𝑥, 𝑦) = 𝑥+4 ⇒ {
𝜕ℎ 1
= 𝑥+4
𝜕𝑦
𝜕𝑧
= 2𝑥 cos 2 𝑦
𝜕𝑥
7) 𝑧 = 𝑥 2 cos2 𝑦 ⇒ {
𝜕𝑧
= 𝑥 2 ⋅ 2 cos 𝑦 (−sen𝑦) = −𝑥 2 sen(2𝑦)
𝜕𝑦
𝜕𝑧 𝑦
= 1+(𝑥𝑦)2
𝜕𝑥
8) 𝑧 = arctg(𝑥𝑦) ⇒ {
𝜕𝑧 𝑥
= 1+(𝑥𝑦)2
𝜕𝑦
𝑦
𝜕𝑧 − 2 𝑦
𝑥
= 𝑦 2
= − 𝑥 2+𝑦 2
𝜕𝑥 1+( )
𝑦 𝑥
9) 𝑧 = arctg (𝑥 ) ⇒ 1
𝜕𝑧 𝑥 𝑥
= 𝑦 2
= 𝑥 2 +𝑦 2
{𝜕𝑦 1+( )
𝑥
𝜕𝑧 1 𝑦
= 𝑦 + 𝑥2
𝑥 𝑦 𝜕𝑥
11) 𝑧 = 𝑦 − 𝑥 ⇒ {
𝜕𝑧 𝑥 1
= − 𝑦2 − 𝑥
𝜕𝑦
2 2
𝜕ℎ 1 𝑥 𝑦 1 1 𝑥 𝑦
1 𝑥 𝑦 2 = 𝑦2 ⋅ ( ) (ln ) = − ln 2 ⋅ 𝑦 2 ⋅ ( )
𝜕𝑥 2 2 2
12) ℎ(𝑥, 𝑦) = (2) ⇒ { 2
𝜕ℎ 1 𝑥 𝑦
= − ln 2 ⋅ 2𝑥𝑦 ⋅ (2)
𝜕𝑦
Para calcular a derivada de uma função num ponto, substitui-se o ponto na expressão da
𝜕𝑓
derivada da função; seja a função do exemplo 13, em que se pretende calcular (𝜕𝑥 ) :8
(−1,2)
𝜕𝑓 −16∙(−1)∙22 64 𝜕𝑓 32
(𝜕𝑥 ) = ((−1)2−22)2 = ; analogamente, (𝜕𝑦) = .
(−1,2) 9 (−1,2) 9
𝜕𝑓 𝜕𝑓
8
Existem notações alternativas, tais como ( ) (−1,2) ou 𝜕𝑥 | .
𝜕𝑥 (−1,2)
Particularizando as funções de três variáveis, podem ser definidas as suas derivadas parciais
𝜕𝑓 𝑓(𝑥+ℎ,𝑦,𝑧)−𝑓(𝑥,𝑦,𝑧)
𝜕𝑥
(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑙𝑖𝑚 ℎ
ℎ→0
𝜕𝑓 𝑓(𝑥,𝑦+ℎ,𝑧)−𝑓(𝑥,𝑦,𝑧)
𝜕𝑦
(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑙𝑖𝑚 ℎ
ℎ→0
𝜕𝑓 𝑓(𝑥,𝑦,𝑧+ℎ)−𝑓(𝑥,𝑦,𝑧)
(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑙𝑖𝑚
𝜕𝑧 ℎ→0 ℎ
Exemplo:
𝜕𝑓
𝜕𝑥
(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑦𝑒 𝑥𝑦 ln 𝑧
𝜕𝑓
𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑒 𝑥𝑦 ln 𝑧 ⇒ (𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥𝑒 𝑥𝑦 ln 𝑧
𝜕𝑦
𝜕𝑓 𝑒 𝑥𝑦
{𝜕𝑧 (𝑥, 𝑦, 𝑧) =
𝑧
4.1.3. Gradiente
𝜕𝑓 𝜕𝑓 𝜕𝑓
∇𝑓(𝑥1 , 𝑥2 , . . , 𝑥𝑛 ) = (𝜕𝑥 (𝑥1 , 𝑥2 , . . , 𝑥𝑛 ), 𝜕𝑥 (𝑥1 , 𝑥2 , . . , 𝑥𝑛 ), . . . , 𝜕𝑥 (𝑥1 , 𝑥2 , . . , 𝑥𝑛 ))
1 2 𝑛
Exemplos:
𝜕𝑓 𝜕𝑓 1 1
1) Sendo 𝑓(𝑥, 𝑦) = ln(𝑥𝑦) − 𝑥𝑦, ∇𝑓(𝑥, 𝑦) = (𝜕𝑥 (𝑥, 𝑦) , (𝑥, 𝑦)) = ( − 𝑦 , − 𝑥) e,
𝜕𝑦 𝑥 𝑦
𝜕𝑓 𝜕𝑓
por exemplo, ∇𝑓(−1,1) = (𝜕𝑥 (−1,1) , (−1,1)) = (−1 − 1 , 1 + 1) = (−2 , 2).
𝜕𝑦
𝑒 𝑥𝑦
2) Sendo 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑒 𝑥𝑦 ln 𝑧, ∇𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑦𝑒 𝑥𝑦 ln 𝑧 , 𝑥𝑒 𝑥𝑦 ln 𝑧 , )
𝑧
9
Ou vetor gradiente.
Duas das funções mais utilizadas na análise económica são o custo marginal e receita
marginal. Para uma melhor compreensão do que está em causa, suponha-se que estamos no
âmbito de funções reais com uma variável real:
Seja C(q) a função custo total de determinado produto com variável independente q (ou seja,
C(q) é o custo de produção da quantidade q do produto); Custo marginal é definido como
∆𝐶
a variação no custo total resultante do acréscimo infinitesimal da quantidade, ou seja ∆𝑄 , em
que ∆𝑄 é uma quantidade muito pequena. Neste contexto, supondo que ∆𝑄 tende para zero,
𝑑𝐶(𝑞)
aquela razão é a taxa de variação instantânea, ou seja, 𝐶′(𝑞) ou .
𝑑𝑞
Assim, a função custo marginal é a função que, para cada quantidade, permite calcular um
valor aproximado da variação do custo total, quando existe um acréscimo infinitesimal da
quantidade.10
10
No caso em que a quantidade é uma função que assume apenas valores inteiros, 1 é o menor acréscimo
possível. Resulta, assim, uma interpretação simplificada e bastante comum no contexto económico: a
análise marginal refere-se ao uso de derivadas de funções para estimar a variação ocorrida no valor da
variável dependente, quando há um acréscimo de 1 unidade no valor de uma das variáveis independentes.
Assim, a função custo marginal será a função que, para cada quantidade, permite calcular um valor
aproximado da variação do custo total, quando existe o acréscimo de 1 unidade na quantidade, ou seja, é
produzida mais uma unidade.
Exemplo:11
Analogamente, seja R(q) a função receita total de determinado produto com variável
independente q (ou seja, R(q) é a receita obtida com a venda da quantidade q do produto);
𝑑𝑅(𝑞)
𝑅′(𝑞) ou é a função Receita marginal do produto, ou seja, a função que, para cada
𝑑𝑞
quantidade, permite calcular um valor aproximado da variação da receita total, quando existe
um acréscimo infinitesimal da quantidade de produto vendida.12
Note-se que, sendo q a quantidade vendida, 𝑅(𝑞) = 𝑝𝑞 (em que p é o preço unitário de venda
do produto) e que 𝑅′(𝑞) = 𝑝, pelo que se conclui que a receita marginal é o preço unitário
do produto.
11
Retirado de: Pires, Cesaltina. 2011. Cálculo para Economia e Gestão. Escolar Editora. Lisboa.
12
Analogamente ao custo marginal, existe uma interpretação simplificada da função custo marginal: será a
função que, para cada quantidade, permite calcular um valor aproximado da variação da receita total,
quando existe o acréscimo de 1 unidade na quantidade, ou seja, é vendida mais uma unidade.
O conceito pode ser generalizado a funções com qualquer número de variáveis. Já foi
anteriormente referida a função de Produção de Cobb-Douglas, 𝑄(𝐿, 𝐾) = 𝐶𝐿𝛼 𝐾𝛽 .
𝜕𝑄
De acordo com o que foi referido anteriormente, 𝜕𝐿 relaciona as taxas de variação de 𝑄(𝑥, 𝑦)
𝜕𝑄
com respeito a variações infinitesimais de L quando K é mantido fixo. Da mesma forma, 𝜕𝐾
Exemplo:
1 1 2
Seja a função de produção13 𝑄(𝐾, 𝐿) = 3 × (0,28𝐾 2 + 0,72𝐿2 ) .
1
−
13
Conhecida por CES (constant elasticity of substituition) 𝑄(𝐾, 𝐿) = 𝐴[𝛿𝐾 −𝜌 + (1 − 𝛿)𝐿−𝜌 ] 𝜌 , em que
𝐴 > 0, 𝛿 ∈ ]0,1[ e 𝜌 > −1
1 1 1 1 1 1
𝜕𝑄
= 3 × 2 × (0,28𝐾 2 + 0,72𝐿 2 ) × 0,14𝐾 − 2 = 0,84𝐾 − 2 × (0,28𝐾 2 + 0,72𝐿 2 )
𝜕𝐾
4.1.3.2. Elasticidade
Uma outra medida da variação da função quando existe variação de uma das variáveis
independentes, é a elasticidade da função relativamente a uma das variáveis independentes,
e permite estimar a variação percentual da função quando uma das variáveis varia 1% e as
restantes não se alteram.
∆𝑓
Quando a variação de 𝑥𝑖 é infinitesimal, ou seja ∆𝑥𝑖 tende para zero, corresponde à
∆𝑥𝑖
𝜕𝑓 𝜕𝑓 𝑥𝑖
derivada e, portanto, 𝜀 = ∙ .
𝜕𝑥𝑖 𝜕𝑥𝑖 𝑓(𝑥1 , 𝑥2 ,..., 𝑥𝑛 )
Mais uma vez usando a função de produção 𝑄(𝐿, 𝐾) como exemplo, e na linha da definição
𝜕𝑄 𝐿
anterior, a Elasticidade da produção em relação ao trabalho é a função 𝜀𝐿 = ∙ e
𝜕𝐿 𝑄
𝜕𝑄 𝐾
Elasticidade da produção em relação ao capital é a função 𝜀𝐾 = ∙ .
𝜕𝐾 𝑄
Exemplo:
Pode-se assim concluir que, quando o capital aumenta 1%, a produção aumenta
aproximadamente 0,4%.
Margarida Macedo – Católica Porto Business School 37
Funções reais de várias variáveis reais
𝜕𝑓 𝜕𝑓
Se f é uma função de duas variáveis, as suas derivadas parciais 𝜕𝑥 e 𝜕𝑦 são funções de duas
variáveis; de modo que podemos considerar novamente as suas derivadas parciais em ordem
a qualquer uma das variáveis, chamadas derivadas parciais de segunda ordem de f. Assim,
sendo 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) temos as seguintes notações:
𝜕2𝑓 𝜕 𝜕𝑓 ′
= 𝜕𝑥 (𝜕𝑥 ) = 𝑓𝑥𝑥
𝜕𝑥 2
𝜕2𝑓 𝜕 𝜕𝑓 ′
= 𝜕𝑦 (𝜕𝑦) = 𝑓𝑦𝑦
𝜕𝑦 2
𝜕2𝑓 𝜕 𝜕𝑓 ′
= 𝜕𝑥 (𝜕𝑦) = 𝑓𝑦𝑥
𝜕𝑥𝜕𝑦
𝜕2𝑓 𝜕 𝜕𝑓 ′
= 𝜕𝑦 (𝜕𝑥 ) = 𝑓𝑥𝑦
𝜕𝑦𝜕𝑥
Exemplo:
𝜕2 𝑓 𝜕
𝜕𝑥 2
(𝑥, 𝑦) = 𝜕𝑥 (3𝑥 2 + 2𝑥𝑦 3 ) = 6𝑥 + 2𝑦 3
𝜕2 𝑓 𝜕
(𝑥, 𝑦) = (3𝑥 2 𝑦 2 − 4𝑦) = 6𝑥 2 𝑦 − 4
𝜕𝑦 2 𝜕𝑦
𝜕2 𝑓
𝜕𝑥𝜕𝑦
(𝑥, 𝑦) = 6𝑥𝑦 2
𝜕2 𝑓
𝜕𝑦𝜕𝑥
(𝑥, 𝑦) = 6𝑥𝑦 2
𝜕2𝑓 𝜕2 𝑓
função 𝑓(𝑥, 𝑦)e (𝑥0 , 𝑦0 ) ∈ 𝐷𝑓 , se as funções 𝑒 𝜕𝑦𝜕𝑥 forem ambas contínuas em
𝜕𝑥𝜕𝑦
𝜕2 𝑓 𝜕2𝑓
(𝑥0 , 𝑦0 ), então (𝑥0 , 𝑦0 ) = (𝑥0 , 𝑦0 )” (a generalidade das funções utilizadas em
𝜕𝑥𝜕𝑦 𝜕𝑦𝜕𝑥
calculadas três derivadas sucessivas, uma em ordem a x e duas em ordem a y, por qualquer
ordem).
Exemplos:
𝜕4𝑓
1) Sendo 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = sen(3𝑥 + 𝑦𝑧), calcular 𝜕𝑦 2𝜕𝑥𝜕𝑧:
𝜕𝑓 𝜕2 𝑓
= 3 cos(3𝑥 + 𝑦𝑧) ⇒ = −3𝑧sen(3𝑥 + 𝑦𝑧)
𝜕𝑥 𝜕𝑥𝜕𝑦
𝜕3 𝑓
⇒ 𝜕𝑥𝜕𝑦2 = −3𝑧 2 cos(3𝑥 + 𝑦𝑧)
𝜕4 𝑓
⇒ 𝜕𝑥𝜕𝑦2 𝜕𝑧 = 3𝑧 2 𝑦sen(3𝑥 + 𝑦𝑧) − 6𝑧cos(3𝑥 + 𝑦𝑧)
2) Sabendo que f é uma função de duas variáveis que admite derivadas parciais contínuas
𝜕2𝑓 𝑥 𝜕4𝑓
de qualquer ordem e que = 𝑦 − 𝑦ln𝑥, calcular :
𝜕𝑥𝜕𝑦 𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2
𝜕2𝑓
Basta calcular duas derivadas sucessivas de 𝜕𝑥𝜕𝑦 , uma em ordem a x e a outra em ordem
𝜕3𝑓 𝑥
= − 𝑦 2 − ln𝑥 e consequentemente
𝜕𝑥𝜕𝑦 2
𝜕4 𝑓 1 1
= − 𝑦2 − 𝑥
𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2
14
Este teorema foi sendo sujeito a pequenas alterações na sua formulação, pelo que na literatura aparece
descrito ainda como Teorema de Clairaut-Schwarz, Teorema de Schwarz-Young ou Teorema de Clairaut-
Schwarz-Young.
Exercícios resolvidos:
𝑦 𝜕𝑓 𝜕𝑓
1) Dada a função 𝑓(𝑥) = 1 , calcular e .
𝑙𝑛 𝜕𝑥 𝜕𝑦
𝑥
Resolução:
1
− 2
−𝑦⋅ 𝑥
1 𝑦
𝜕𝑓 𝑥 𝑥 𝜕𝑓 1
= 1 2
= 1 2
e = 1
𝜕𝑥 (𝑙𝑛 ) (𝑙𝑛 ) 𝜕𝑦 𝑙𝑛
𝑥 𝑥 𝑥
𝑥+𝑦 𝜕𝑔 𝜕𝑔
2) Seja g(x,y) = arctg√𝑥−𝑦. Mostrar que 𝑥 𝜕𝑥 + 𝑦 𝜕𝑦 = 0.
Resolução:
−2𝑦
(𝑥−𝑦)2
𝑥+𝑦 −𝑦
2√
𝜕𝑔 𝑥−𝑦 (𝑥−𝑦)2 𝑦
= 𝑥+𝑦 = 𝑥+𝑦
=− 𝑥+𝑦
𝜕𝑥 1+ 2𝑥√ 2𝑥(𝑥−𝑦)√
𝑥−𝑦 𝑥−𝑦 𝑥−𝑦
𝑥−𝑦
2𝑥
(𝑥−𝑦)2
𝑥+𝑦 𝑥
2√
𝜕𝑔 𝑥−𝑦 (𝑥−𝑦)2 𝑥
= 𝑥+𝑦 = 𝑥+𝑦
= 𝑥+𝑦
𝜕𝑦 1+ 2𝑥√ 2𝑥(𝑥−𝑦)√
𝑥−𝑦 𝑥−𝑦 𝑥−𝑦
𝑥−𝑦
substituindo,
𝜕𝑔 𝜕𝑔 𝑦 𝑥 −𝑥𝑦+𝑥𝑦
𝑥 𝜕𝑥 + 𝑦 𝜕𝑦 = 𝑥 (− 𝑥+𝑦
) + 𝑦 ( 𝑥+𝑦
)= 𝑥+𝑦
=0
2𝑥(𝑥−𝑦)√ 2𝑥(𝑥−𝑦)√ 2𝑥(𝑥−𝑦)√
𝑥−𝑦 𝑥−𝑦 𝑥−𝑦
𝑥 𝜕𝑧
3) Dada a função 𝑧 = ln (𝑥 − 𝑦 2 ) ⋅ arcsen (2), calcular 𝜕𝑥.
Resolução:
1
𝜕𝑧 1 𝑥
= 𝑥−𝑦 2 ⋅ arcsen (2) + ln (𝑥 − 𝑦 2 ) ⋅ 2
2
=
𝜕𝑥
√1−(𝑥)
2
1 𝑥 1
= 𝑥−𝑦 2 ⋅ arcsen (2) + ln (𝑥 − 𝑦 2 ) ⋅ √4−𝑥 2
𝜕2𝑧 𝜕2𝑧
4) Mostrar que: se 𝑧 = √𝑥 2 + 𝑦 2 então 3𝑥 ⋅ 𝜕𝑥𝜕𝑦 + 3𝑦 ⋅ 𝜕𝑦 2 = 0.
Resolução:
𝜕𝑧 2𝑦 𝑦
= =
𝜕𝑦 2√𝑥 2 +𝑦 2 √𝑥 2 +𝑦 2
2𝑥
−𝑦
𝜕2𝑧 2√𝑥2 +𝑦2 −𝑥𝑦
= =
𝜕𝑥𝜕𝑦 𝑥 2 +𝑦 2 (𝑥 2 +𝑦 2 )√𝑥 2 +𝑦 2
2𝑦
√𝑥 2 +𝑦 2 −𝑦
𝜕2 𝑧 2√𝑥2 +𝑦2 𝑥 2 +𝑦 2 −𝑦 2 𝑥2
= = =
𝜕𝑦 2 𝑥 2 +𝑦 2 (𝑥 2 +𝑦 2 )√𝑥 2 +𝑦 2 (𝑥 2 +𝑦 2 )√𝑥 2 +𝑦 2
−𝑥𝑦 𝑥2
Substituindo: 3𝑥. + 3𝑦. =0
(𝑥 2 +𝑦 2 )√𝑥 2 +𝑦 2 (𝑥 2 +𝑦 2 )√𝑥 2 +𝑦 2
𝑥−𝑦
7) Seja a função 𝑈(𝑥, 𝑦) = arctg (𝑥+𝑦). Determinar o conjunto de pontos (𝑥, 𝑦) que
𝜕𝑈 𝜕𝑈
satisfazem a equação 𝑥 2 𝑦 𝜕𝑥 + 𝑦 2 𝑥 𝜕𝑦 = 𝑈(𝑥, 𝑦).
Resolução:
𝑥+𝑦−(𝑥−𝑦) −(𝑥+𝑦)−(𝑥−𝑦)
𝑥−𝑦 𝜕𝑈 (𝑥+𝑦)2 2𝑦 𝜕𝑈 (𝑥+𝑦)2 −2𝑥
𝑈(𝑥, 𝑦) = arctg (𝑥+𝑦) = 𝑥−𝑦 2
= (𝑥+𝑦)2+(𝑥−𝑦)2 = 𝑥−𝑦 2
= (𝑥+𝑦)2+(𝑥−𝑦)2
𝜕𝑥 1+( ) 𝜕𝑦 1+( )
𝑥+𝑦 𝑥+𝑦
𝜕𝑈 𝜕𝑈 2𝑦 −2𝑥
𝑥2𝑦 + 𝑦2𝑥 = 𝑥2𝑦 2 2
+ 𝑦2𝑥 =0
𝜕𝑥 𝜕𝑦 (𝑥 + 𝑦) + (𝑥 − 𝑦) (𝑥 + 𝑦) + (𝑥 − 𝑦)2
2
𝑥−𝑦 𝑥−𝑦
arctg (𝑥+𝑦) = 0 ⇔ 𝑥+𝑦 = 0 ⇔ 𝑥 = 𝑦 ∧ 𝑥 ≠ −𝑦
Os pontos que verificam a condição indicada são os pontos da reta y = x, exceto o ponto
(0,0), já que este é o único ponto da reta que verifica a condição y = − x.
𝑥
8) Dada a função definida por 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 arccos (𝑦),
𝜕2𝑓 𝜕2𝑓
b) Calcule (0,1) e (0, 𝜋).
𝜕𝑥 2 𝜕𝑥𝜕𝑦
Resolução:
𝑥
𝜕𝑓 𝑥 𝑦 𝑥 𝑥
a) 𝜕𝑥 = arccos (𝑦) − 2
= arccos (𝑦) −
√1−(𝑥 ) √𝑦 2 −𝑥 2
𝑦
𝑥2
𝜕𝑓 𝑦2 𝑥2
= 2
=
𝜕𝑦
√1−(𝑥) 𝑦√𝑦 2 −𝑥 2
𝑦
−2𝑥 𝑥2
√𝑦 2 −𝑥 2 −𝑥⋅ √𝑦 2 −𝑥 2 +
𝜕2 𝑓 1 2√𝑦2 −𝑥2 1 √𝑦2 −𝑥2
b) =− − =− −
𝜕𝑥 2 √𝑦 2 −𝑥 2 𝑦 2 −𝑥 2 √𝑦 2 −𝑥 2 𝑦 2 −𝑥 2
0
𝜕2 𝑓 1 √1−0+
√1−0
(0,1) = − − = −1 − 1 = −2
𝜕𝑥 2 √1−0 1−0
−2𝑥 𝑥3
2𝑥𝑦√𝑦 2 −𝑥 2 −𝑥 2 𝑦⋅ 2𝑥√𝑦 2 −𝑥 2 +
𝜕2 𝑓 2√𝑦2 −𝑥2 √𝑦2 −𝑥2
= =
𝜕𝑥𝜕𝑦 𝑦 2 (𝑦 2 −𝑥 2 ) 𝑦(𝑦 2 −𝑥 2 )
𝜕2 𝑓 0−0
(0, 𝜋) = =0
𝜕𝑥𝜕𝑦 𝜋(𝜋 2 −02 )
9) Seja f uma função real de variável real diferenciável e h uma função real de duas variáveis
𝑦 𝜕ℎ 𝜕ℎ
reais definida por ℎ(𝑥, 𝑦) = 𝑓(𝑥 2−𝑦 2). Mostrar que 𝑦 2 𝜕𝑥 + 𝑥𝑦 𝜕𝑦 = 𝑥ℎ(𝑥, 𝑦).
Resolução:
2 2
𝜕ℎ −𝑦⋅𝑓′(𝑥 −𝑦 ) ⋅2𝑥
= 2
𝜕𝑥 (𝑓(𝑥 2 −𝑦 2 ))
2 2
𝜕ℎ 𝑓(𝑥 2 −𝑦 2 )−𝑦⋅𝑓′(𝑥 −𝑦 ) ⋅(−2𝑦)
= 2 e substituindo, fica
𝜕𝑦 (𝑓(𝑥 2 −𝑦 2 ))
2 2 2 2
𝜕ℎ 𝜕ℎ −2𝑥𝑦 3 ⋅𝑓′(𝑥 −𝑦 ) 𝑥𝑦𝑓(𝑥 2 −𝑦 2 )+2𝑥𝑦 3 ⋅𝑓′(𝑥 −𝑦 ) 𝑥𝑦
𝑦2 + 𝑥𝑦 = 2 + 2 = = 𝑥 ⋅ ℎ(𝑥, 𝑦)
𝜕𝑥 𝜕𝑦 (𝑓(𝑥 2 −𝑦 2 )) (𝑓(𝑥 2 −𝑦 2 )) 𝑓(𝑥 2 −𝑦 2 )
1º caso: Seja 𝑧 = 𝑓(𝑢) uma função diferenciável de u, onde 𝑢 = 𝑔(𝑥, 𝑦) é uma função
diferenciável de x e y. Então z é uma função diferenciável de x e y, e:
x
𝜕𝑧 𝑑𝑧 𝜕𝑢 𝜕𝑧 𝑑𝑧 𝜕𝑢
= ⋅ e = ⋅ z u
𝜕𝑥 𝑑𝑢 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝑑𝑢 𝜕𝑦
y
Exemplos:
𝜕𝑧 𝜕𝑧
1) Sendo 𝑧 = ln(𝑢2 + 1) e 𝑢 = 𝑥 2 + 2𝑦 2 , é possível calcular e através da regra
𝜕𝑥 𝜕𝑦
𝜕𝑧 2𝑢 4𝑥(𝑥 2 +2𝑦 2 )
= 𝑢2 +1 ∙ 2𝑥 = (𝑥 2+2𝑦 2)2+1
𝜕𝑥
𝜕𝑧 2𝑢 8𝑦(𝑥 2 +2𝑦 2 )
= 𝑢2 +1 ∙ 4𝑦 = (𝑥 2+2𝑦 2)2+1
𝜕𝑦
𝑥 2 −𝑦 2 𝜕𝑧 𝜕𝑧
2) Sendo 𝑧 = 𝑓 (𝑥 2 +𝑦 2) , verifica-se que 𝑥 𝜕𝑥 + 𝑦 𝜕𝑦 = 0.
𝑥 2 −𝑦 2
Com efeito, sendo 𝑢(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2+𝑦 2 ,
𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑓 4𝑥 2 𝑦 2 𝜕𝑓 4𝑥 2 𝑦 2
𝑥 +𝑦 = ∙ (𝑥2 − ∙ (𝑥2 =0
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑢 +𝑦 2 )2 𝜕𝑢 +𝑦 2 )2
2º caso: Seja 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) uma função diferenciável de x e y, onde 𝑥 = 𝑔(𝑡) e 𝑦 = ℎ(𝑡) são
funções diferenciáveis em t. Então z é uma função diferenciável de t , e
x
𝑑𝑧 𝜕𝑧 𝑑𝑥 𝜕𝑧 𝑑𝑦 z t
= ∙ + ∙
𝑑𝑡 𝜕𝑥 𝑑𝑡 𝜕𝑦 𝑑𝑡
y
Exemplo:
𝑑𝑧
Se 𝑧 = 𝑥 2 𝑦 + 3𝑥𝑦 4 , onde 𝑥 = sen (2𝑡) e 𝑦 = cos 𝑡, determinar 𝑑𝑡 quando t = 0.
𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝑑𝑥 𝑑𝑦
= 2𝑥𝑦 + 3𝑦 4 , = 𝑥 2 + 12𝑥𝑦 3 , = 2 cos(2𝑡) 𝑒 = −sen 𝑡
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝑧
𝑑𝑡
= (2𝑥𝑦 + 3𝑦 4 ) ⋅ 2 cos(2𝑡) + (𝑥 2 + 12𝑥𝑦 3 ) ⋅ (−sen 𝑡) =
= (2sen (2𝑡) cos 𝑡 + 3 cos 4 𝑡) ⋅ 2cos(2𝑡) + (sen2 (2𝑡) + 12sen (2𝑡) cos3 𝑡) ⋅ (−sen 𝑡)
𝑑𝑧
( 𝑑𝑡 ) = (2sen0 ⋅ cos 0 + 3 cos4 0) ⋅ 2 cos 0 + (sen2 0 + 12sen0 ⋅ cos 3 0) ⋅ (−sen0) =
𝑡=0
= 3⋅2=6
𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑢 𝜕𝑧 𝜕𝑣
= ∙ + ∙
𝜕𝑥 𝜕𝑢 𝜕𝑥 𝜕𝑣 𝜕𝑥
e
𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑢 𝜕𝑧 𝜕𝑣
= ∙ + ∙
𝜕𝑦 𝜕𝑢 𝜕𝑦 𝜕𝑣 𝜕𝑦
Exemplo:
𝜕𝑧 𝜕𝑧
Sendo 𝑧 = 𝑒 𝑥 sen𝑦, onde 𝑥 = 𝑠𝑡 2 e 𝑦 = 𝑠 2 𝑡, determinar e .
𝜕𝑠 𝜕𝑡
𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑧 𝜕𝑦 2 2
= + = 𝑒 𝑥 sen𝑦 ⋅ 𝑡 2 + 𝑒 𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝑦 ⋅ 2𝑠𝑡 = 𝑒 𝑠𝑡 sen(𝑠 2 𝑡) ⋅ 𝑡 2 + 𝑒 𝑠𝑡 cos(𝑠 2 𝑡) ⋅ 2𝑠𝑡
𝜕𝑠 𝜕𝑥 𝜕𝑠 𝜕𝑦 𝜕𝑠
𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑧 𝜕𝑦 2 2
𝜕𝑡
= 𝜕𝑥 𝜕𝑡 + 𝜕𝑦 𝜕𝑡 = 𝑒 𝑥 sen𝑦 ⋅ 2𝑠𝑡 + 𝑒 𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝑦 ⋅ 𝑠 2 = 𝑒 𝑠𝑡 sen(𝑠 2 𝑡) ⋅ 2𝑠𝑡 + 𝑒 𝑠𝑡 cos(𝑠 2 𝑡) ⋅ 𝑠 2
Caso Geral: Os casos anteriores podem-se generalizar de acordo com o número de funções
e de variáveis envolvidas. Assim, sendo u uma função diferenciável de n
variáveis 𝑥1 , 𝑥2 , . . , 𝑥𝑛 , onde cada 𝑥𝑗 é uma função diferenciável de m
variáveis 𝑡1 , 𝑡2 , … , 𝑡𝑚 , tem-se
Exercícios resolvidos:
𝑥 𝑑𝑢
1) Sendo 𝑢(𝑥, 𝑦) = ln (sen ( 𝑦)), 𝑥(𝑡) = 3𝑡 2 e 𝑦(𝑡) = √1 + 𝑡 2 , calcular , usando a
√ 𝑑𝑡
Resolução:
1
−𝑥⋅
1 𝑥 2√𝑦 𝑥
cos( ) cos( )
𝑑𝑢 𝜕𝑢 𝑑𝑥 𝜕𝑢 𝑑𝑦 √𝑦 √𝑦 𝑦 √𝑦 𝑡
= 𝜕𝑥 𝑑𝑡 + 𝜕𝑦 𝑑𝑡 = 𝑥
⋅ 6𝑡 + 𝑥
⋅ √1+𝑡 2 =
𝑑𝑡 sen ( ) sen( )
√𝑦 √𝑦
6𝑡 3𝑡 2 3𝑡 3 3𝑡 2
= 4 cotg ( 4 )− 4 cotg ( 4 )
√1+𝑡 2 √1+𝑡 2 2 √1+𝑡 2 (1+𝑡 2 ) √1+𝑡 2
𝑥 𝜕𝑧 𝜕𝑧
2) Sendo 𝑧(𝑥, 𝑦) = arctg ( ), 𝑥(𝑢, 𝑣) = 𝑢 sen 𝑣 e 𝑦(𝑢, 𝑣) = 𝑢 cos 𝑣, calcular e ,
𝑦 𝜕𝑢 𝜕𝑣
Resolução:
x u
z
y v
𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑧 𝜕𝑦
= 𝜕𝑥 𝜕𝑢 + 𝜕𝑦 𝜕𝑢 =
𝜕𝑢
1 𝑥
− 2 𝑦 sen𝑣−𝑥 cos 𝑣 𝑢 sen𝑣 cos 𝑣−𝑢 sen𝑣 cos 𝑣
𝑦 𝑦
= 𝑥 2
⋅ sen𝑣 + 𝑥 2
⋅ cos𝑣 = = =0
1+( ) 1+( ) 𝑦 2 +𝑥 2 𝑦 2 +𝑥 2
𝑦 𝑦
𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑧 𝜕𝑦
= 𝜕𝑥 𝜕𝑣 + 𝜕𝑦 𝜕𝑣 =
𝜕𝑣
1 𝑥
− 2 𝑦𝑢 cos 𝑣+𝑥𝑢 sen𝑣 𝑢2 𝑐𝑜𝑠2 𝑣+𝑢2 sen2 𝑣
𝑦 𝑦
= 𝑥 2
⋅ 𝑢cos𝑣 + 𝑥 2
⋅ (−𝑢 sen𝑣) = = (𝑢 𝑠in 𝑣)2+(𝑢 cos 𝑣)2 = 1
1+( ) 1+( ) 𝑦 2 +𝑥 2
𝑦 𝑦
2
𝑓 = 𝑒𝑦
3) Sendo 𝑧 = 𝑓. 𝑔, em que { , verificar, através da aplicação das regras de
𝑔 = 𝑥2 + 𝑦2 + 1
𝜕𝑧 𝜕𝑓
derivação composta, que é verdadeira a expressão = (𝑔 + 1) 𝜕𝑦.
𝜕𝑦
Resolução:
𝜕𝑧 𝜕𝑓 2
𝜕𝑓
=𝑔 = 2𝑦𝑒 𝑦
𝜕𝑦
{ 𝜕𝑧 {𝜕𝑔
=𝑓 = 2𝑦
𝜕𝑔 𝜕𝑦
𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑓 𝜕𝑧 𝜕𝑔 2 2 2
𝜕𝑦
= 𝜕𝑓 𝜕𝑦 + 𝜕𝑔 𝜕𝑦 = 𝑔 ⋅ 2𝑦𝑒 𝑦 + 𝑓 ⋅ 2𝑦 = (𝑥 2 + 𝑦 2 + 1) ⋅ 2𝑦𝑒 𝑦 + 𝑒 𝑦 ⋅ 2𝑦 =
2 𝜕𝑓
= 2𝑦𝑒 𝑦 (𝑥 2 + 𝑦 2 + 2) = (𝑔 + 1) 𝜕𝑦
𝜕ℎ 𝜕ℎ 𝜕ℎ
4) Sendo ℎ(𝑢, 𝑣, 𝑤) tal que (0, 𝑒, 0) = 𝑒, (0, 𝑒, 0) = −1 e (0, 𝑒, 0) = 𝑒, mostrar
𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑤
Resolução:
u y 𝑢(𝑥, 𝑦) = sin(𝑥𝑦 2 )
h v 𝑣(𝑦) = 𝑒 𝑦
w x ℎ(𝑥) = ln(1 + 𝑥 2 )
𝜕𝐻 𝜕ℎ 𝜕𝑢 𝜕ℎ 𝑑𝑤
(𝑥, 𝑦) = (𝑢, 𝑣, 𝑤) ∙ (𝑥, 𝑦) + (𝑢, 𝑣, 𝑤) ∙ (𝑥)
𝜕𝑥 𝜕𝑢 𝜕𝑥 𝜕𝑤 𝑑𝑥
𝜕𝐻 𝜕ℎ 𝜕ℎ 2𝑥
(𝑥, 𝑦) = (𝑢, 𝑣, 𝑤) ∙ cos(𝑥𝑦 2 ) ⋅ 𝑦 2 + ∙
𝜕𝑥 𝜕𝑢 𝜕𝑤 1+𝑥 2
𝜕𝐻 𝜕ℎ 𝜕ℎ
(0,1) = ( (𝑢(0,1), 𝑣(1), 𝑤(0)). cos(0)) = (0, 𝑒, 0) . cos 0 = 𝑒
𝜕𝑥 𝜕𝑢 𝜕𝑢
𝜕𝐻 𝜕ℎ 𝜕𝑢 𝜕ℎ 𝜕𝑣
(𝑥, 𝑦) = (𝑢, 𝑣, 𝑤) ∙ (𝑥, 𝑦) + (𝑢, 𝑣, 𝑤) ∙ (𝑦)
𝜕𝑦 𝜕𝑢 𝜕𝑦 𝜕𝑣 𝜕𝑦
𝜕𝐻 𝜕ℎ 𝜕ℎ
(𝑥, 𝑦) = (𝑢, 𝑣, 𝑤) ∙ cos(𝑥𝑦 2 ) ∙ 2𝑥𝑦 + (𝑢, 𝑣, 𝑤) ∙ 𝑒 𝑦
𝜕𝑦 𝜕𝑢 𝜕𝑣
𝜕𝐻 𝜕ℎ
(0,1) = (0, 𝑒, 0) ∙ 𝑒 1 = − 𝑒
𝜕𝑦 𝜕𝑣
𝜕𝐻 𝜕𝐻
logo, verifica-se que (0,1) + (0,1) = 0
𝜕𝑥 𝜕𝑦
a) 𝑧 = 𝑥 2 sen 𝑦
b) 𝑧 = 𝑥 𝑦
𝑥
c) 𝑧 = arctg 𝑦
𝑦
𝑑) 𝑓(𝑥, 𝑦) = ln 𝑥 + arcsen(𝑥 2 + 𝑦 2 )
e) 𝑧 = ln √𝑥 2 + 𝑦 2
𝑧2 2 +𝑦 2
f) 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥𝑦 + √𝑥 2 𝑦 + 1 + 𝑧 ⋅ 𝑒 𝑥
𝑥
c) 𝑧 = arctg 𝑦
𝜕𝑧 𝜕𝑧 2𝑧
∂
4. Mostre que 𝑧 = 𝑒 −2𝑥𝑦 + ln(𝑥𝑦) 𝑥 𝜕𝑥 + 𝑦 𝜕𝑦 + 𝜕𝑥𝜕𝑦 = −2𝑒 −2𝑥𝑦 + 2.
x/ y 𝜕3𝑓 𝜕3𝑓
5. Sendo f ( x, y ) = xy e , mostre que 𝑥 𝜕𝑥 3 + 𝑦 𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 = 0.
𝑑𝑧 1 𝑢
6. Calcule ( 𝑑𝑡 ) , em que 𝑧 = arctg(𝑥 + 𝑦) + 𝑦 , 𝑥 = ln ( 𝑡 ) , 𝑦 = 𝑡
e 𝑢 = 2𝑡 .
(𝑡=1)
𝜕2𝑣 𝜕2𝑣
7. Dada a função v = sen (akx) sen (kt) (a e k reais), mostre que 𝑎2 ⋅ 𝜕𝑡 2 = 𝜕𝑥 2 .
cos(𝑢−2𝑣) 𝜕𝑟 𝜋
8. Sendo 𝑟 = cos(𝑢+2𝑣), calcule para 𝑢 = e v = 𝜋.
𝜕𝑣 4
1
−
9. Considere a função de produção 𝑄(𝐾, 𝐿) = 𝐴[𝛿𝐾 −𝜌 + (1 − 𝛿)𝐿−𝜌 ] 𝜌 , em que L é o
número de horas de trabalho e K o capital e 𝐴 > 0, 𝛿 ∈ ]0,1[ e 𝜌 > −1.
𝛿 𝑄 1+𝜌
Mostre que a produtividade marginal do capital é dada por 𝜌
( ) e a produtividade
𝐴 𝐾
1−𝛿 𝑄 1+𝜌
marginal do trabalho é dada por ( ) . 15
𝐴𝜌 𝐿
x = tet
a) f ( x, y ) = x2 y3 , com
y = t +1
2
𝑥 1
2 2
𝑢=𝑦 𝑥=
b) 𝑓(𝑢, 𝑣) = 𝑢 + 𝑣 , com { e { 𝑡
𝑣 = (𝑥 + 2𝑦)3 𝑦 = ln 𝑡
x = 3t 2 + 1
c) w = x2 + yz, com y = 2t − 4
z = t 3
𝑥 = arctg(𝑦 2 )
d) 𝑢 = ln( 2𝑥 + 𝑧), com { , 𝑦 = sen( 3𝑠 + 1) 𝑒 𝑠 = arcsen 𝑡 3
𝑧 = (2𝑦)𝑡
𝑢
𝑢 = 𝑥 sen 𝑦
a) 𝑧 = arctg 𝑣 , com {
𝑣 = 𝑥 cos 𝑦
𝑢 = ln 𝑥 2
2
b) 𝑧 = 3𝑢 + 2𝑢𝑣, com {
𝑣 = sen( 𝑥𝑦)
𝑢 = 𝑒𝑥
c) 𝑔(𝑢, 𝑣) = ln (𝑢 + 𝑣), com { 𝑥+𝑦
𝑣 = 𝑥−𝑦
15
Sugestão de resolução na página 51.
Retirado de: Pires, Cesaltina. 2011. Cálculo para Economia e Gestão. Escolar Editora. Lisboa.
𝑥
2 3 𝑧 = 𝑓( )
d) 𝑢 = 𝑧 𝑡 , com { 𝑦
𝑥𝑦 )
𝑡 = 𝑔(𝑒
( )
13. Mostre que z = y f x2 − y 2 satisfaz a equação 1 z + 1 z = z .
2 x x y y y
𝑦−𝑥 𝑧−𝑥 u u u
14. Seja 𝑢 = 𝑓 ( 𝑥𝑦 , ) ; mostre que x2 + y2 + z2 = 0.
𝑥𝑧
x y z
Soluções:
𝜕𝑧 𝜕𝑧
1. a) 𝜕𝑥 = 2𝑥sen𝑦 ; = 𝑥 2 cos 𝑦
𝜕𝑦
𝜕𝑧 𝜕𝑧
b) 𝜕𝑥 = 𝑦𝑥 𝑦−1 ; = 𝑥 𝑦 ln 𝑥
𝜕𝑦
𝜕𝑧 𝑦 𝜕𝑧 𝑥
c) 𝜕𝑥 = 𝑥 2 +𝑦 2 ; = − 𝑥 2 +𝑦 2
𝜕𝑦
𝜕𝑓 1 2𝑥 𝜕𝑓 1 2𝑦
d) 𝜕𝑥 = − 𝑥 + ; =𝑦+
√1−(𝑥 2 +𝑦 2 )2 𝜕𝑦 √1−(𝑥 2 +𝑦 2 )2
𝜕𝑧 𝑥 𝜕𝑧 𝑦
e) 𝜕𝑥 = 𝑥 2 +𝑦 2 ; = 𝑥 2+𝑦 2
𝜕𝑦
𝜕𝑓 𝑧2 𝑥𝑦 2 +𝑦 2 𝜕𝑓 𝑧2 𝑥2 2 +𝑦 2 𝜕𝑓 2𝑧 2 +𝑦2
f) 𝜕𝑥 = − 𝑥 2𝑦 + + 2𝑥𝑧𝑒 𝑥 ; = − 𝑦2𝑥 + + 2𝑦𝑧𝑒 𝑥 ; 𝜕𝑧
= 𝑥𝑦 + 𝑒𝑥
√𝑥 2 𝑦+1 𝜕𝑦 2√𝑥 2 𝑦+1
𝜕2 𝑧 2𝑦 𝜕2𝑧 1 𝜕2 𝑧
b) 𝜕𝑥 2 = ; = − 𝑥2 ; =0
𝑥3 𝜕𝑥𝜕𝑦 𝜕𝑦 2
𝑑𝑧 13 12
6. (𝑑𝑡 ) =− 5
+ 5
ln 2 8. 4
(𝑡=1)
1 1+𝜌
𝜕𝑄 1 − −1 −
9. 𝜕𝐾 = 𝐴 (− ) [𝛿𝐾 −𝜌 + (1 − 𝛿)𝐿−𝜌 ] 𝜌 (−𝜌𝛿𝐾 −𝜌−1 ) = 𝐴[𝛿𝐾 −𝜌 + (1 − 𝛿)𝐿−𝜌 ] 𝜌 𝛿𝐾 −𝜌−1 =
𝜌
1+𝜌
−
1 𝛿 𝑄1+𝜌 1 𝛿 𝑄 1+𝜌
⏟ −𝜌 + (1 −
= 𝐴 [[𝛿𝐾 𝛿)𝐿−𝜌 ] 𝜌 ] × =𝐴𝛿 = ( )
𝑄
𝐾𝜌+1 𝐴𝜌+1 𝐾𝜌+1 𝐴𝜌 𝐾
𝐴
1 1+𝜌
𝜕𝑄 1 − −1 −
= 𝐴 (− ) [𝛿𝐾 −𝜌 + (1 − 𝛿)𝐿−𝜌 ] 𝜌 (−𝜌(1 − 𝛿)𝐿−𝜌−1 ) = 𝐴[𝛿𝐾 −𝜌 + (1 − 𝛿)𝐿−𝜌 ] 𝜌 (1 − 𝛿)𝐿−𝜌−1 =
𝜕𝐿 𝜌
1+𝜌
−
1 1−𝛿 𝑄1+𝜌 1 − 𝛿 1 − 𝛿 𝑄 1+𝜌
⏟ −𝜌 + (1 −
= 𝐴 [[𝛿𝐾 𝛿)𝐿−𝜌 ] 𝜌 ] × = 𝐴 = ( )
𝑄
𝐿𝜌+1 𝐴𝜌+1 𝐿𝜌+1 𝐴𝜌 𝐿
𝐴
5
10. a) df = 2t e 2t (t 2 +1)3 (1 + t ) + 6 t 3 e 2t (t 2 +1)2 b) df = −2 ln t + 1 + 6 1+ 2ln t 2t − 1
dt dt ( t ln t )3 t t
2
𝑑𝑤
c) = 44𝑡 3 − 12𝑡 2 + 12
𝑑𝑡
𝜕𝑧 4 𝜕𝑧
b) 𝜕𝑥 = 𝑥 [6 ln 𝑥 + sen(𝑥𝑦)] + 4𝑦 ln 𝑥 ⋅ cos( 𝑥𝑦) e = 4𝑥 ln 𝑥 ⋅ cos( 𝑥𝑦)
𝜕𝑦
c) g 1 e g
= ex − 2 y =
1
2x
x x+ x+ y ( x − y )
2 x x + y ( x − y) 2
e e + x− y
x
x− y
d) w = e
3
8 xy 6sen 3 ( xy ) + 12 x 2 y 7sen 2 ( xy ) cos( xy ) + 5 2 xy 2 y 3 ln 5
4 x 2 y 6sen 3( xy ) +52 x y 3
x
w 3
24 x 2 y 5sen 3 ( xy) + 12 x 3 y 6sen 2 ( xy) cos( xy) + 5 2 xy 6 xy 2 ln 5
4 x 2 y 6sen 3( xy ) +52 x y 3
=e
y
u x −x
e) u = 2 zt 3 f x 1 + 3z 2t 2 g ' ( e xy ) y e xy
x y y y y y
( )
= 2 zt 3 f 2 + 3z 2 t 2 g ' e xy x e xy
𝑑𝑣 𝑘
12. 𝑑𝑦
= 𝑎𝑘sen(𝑘 ln 𝑦) cos( 𝑎𝑘𝑒 𝑦 )𝑒 𝑦 + 𝑦 sen(𝑎𝑘𝑒 𝑦 ) cos( 𝑘 ln 𝑦)
5. Otimização
Quando as variáveis de decisão não estão sujeitas a condições adicionais, diz-se que é
Otimização livre. Se existem restrições sobre as variáveis independentes, diz-se que é
Otimização condicionada.16
Dada uma função f (x,y), dizemos que ela tem um máximo relativo (ou local) num ponto P0
(𝑥0 , 𝑦0 ) se existe uma vizinhança de P0 de modo que:
𝑓(𝑥0 , 𝑦0 ) ≥ 𝑓(𝑥, 𝑦)
Analogamente, dizemos que f tem um mínimo relativo num ponto P0 (𝑥0 , 𝑦0 ) se existe uma
vizinhança de P0 de modo que:
𝑓(𝑥0 , 𝑦0 ) ≤ 𝑓(𝑥, 𝑦)
16
Neste contexto, as restrições podem ser igualdades ou desigualdades. Nesta disciplina, apenas serão objeto
de estudo restrições com uma igualdade.
Se a função tem máximo ou mínimo relativo, dizemos que ela tem extremo relativo no
ponto; e se ela tem máximo ou mínimo absoluto, diz-se que ela tem extremo absoluto no
ponto.
Seja f uma função de duas variáveis; o ponto (𝑥0 , 𝑦0 ) é ponto crítico de f se ∇𝑓(𝑥, 𝑦) = (0,0),
ou seja:
𝜕𝑓
(𝜕𝑥 ) =0
(𝑥0 ,𝑦0 )
{ 𝜕𝑓
(𝜕𝑦) =0
(𝑥0 ,𝑦0 )
Teorema:
Como apenas vão ser estudadas funções diferenciáveis, os pontos (x,y) que resultam das
soluções do sistema apresentado acima são os pontos críticos, ou seja, os pontos onde poderá
existir extremo. Aquelas, são as condições de 1ª ordem.
Calculados os pontos críticos (𝑥0 , 𝑦0 ), para determinar a sua natureza, usam-se as condições
2
𝜕2 𝑓 𝜕2 𝑓 𝜕2 𝑓
de 2ª ordem: 17
sendo ∆ = ( (𝑥0 , 𝑦0 )) − 𝜕𝑥 2 (𝑥0 , 𝑦0 ) ∙ 𝜕𝑦2 (𝑥0 , 𝑦0 )
𝜕𝑥𝜕𝑦
𝜕2𝑓
(𝑥 , 𝑦 ) > 0 ⇒ f admite um mínimo relativo em (𝑥0 , 𝑦0 )
𝜕𝑥 2 0 0
Δ<0 e
𝜕2𝑓
{𝜕𝑥 2 (𝑥0 , 𝑦0 ) < 0 ⇒ f admite um máximo relativo em (𝑥0 , 𝑦0 )
Δ > 0 ⇒ no ponto (𝑥0 , 𝑦0 ) não existe extremo; diz-se que é um ponto de sela
Exemplos:
𝜕𝑓
= 2𝑥 − 2𝑦 + 3 = 0 𝑥 = −2
𝜕𝑥 1
{ ⇔ { 1 ponto crítico (−2, − 2)
𝜕𝑓
= −2𝑥 + 8𝑦 = 0 𝑦 = −2
𝜕𝑦
17
Existem notações alternativas à apresentada, com as correspondentes adaptações; as conclusões são,
naturalmente, as mesmas.
𝜕2𝑓
=2
𝜕𝑥 2
2
𝜕2𝑓 𝜕2𝑓 𝜕2𝑓 𝜕𝑓 2 𝜕2𝑓
𝜕𝑦 2
=8 ⇒ (𝜕𝑥𝜕𝑦) − 𝜕𝑥 2 × 𝜕𝑦 2 = (−2)2 − 2 × 8 = −12 < 0 𝑒 =2>0
𝜕𝑥 2
𝜕2𝑓
{𝜕𝑥𝜕𝑦 = −2
1 1
Logo, a função f admite um mínimo no ponto (−2, − 2) de valor 𝑓 (−2, − 2) = −11.
𝜕𝑓
= −2𝑥 = 0 𝑥=0
𝜕𝑥
{ ⇔ { ponto crítico (0,0)
𝜕𝑓 𝑦=0
= 2𝑦 = 0
𝜕𝑦
𝜕2𝑓
= −2
𝜕𝑥 2
2
𝜕2𝑓 𝜕2𝑓 𝜕2 𝑓 𝜕𝑓 2
𝜕𝑦 2
= −2 ⇒ ( ) − 𝜕𝑥 2 × 𝜕𝑦 2 = 02 − 2 × (−2) = 4 > 0
𝜕𝑥𝜕𝑦
𝜕2𝑓
{𝜕𝑥𝜕𝑦 = 0
P
z
𝑧 = 𝑦2 − 𝑥2 •
y
1 4
𝐹(𝑥, 𝑦) = 3 𝑥 3 + 3 𝑦 3 − 3𝑥 − 𝑥 2 − 4𝑦 − 3.
𝜕𝐹
=0 𝑥 2 − 3 − 2𝑥 = 0 𝑥 = −1 ∨ 𝑥 = 3
𝜕𝑥
{ ⇔{ ⇔{
𝜕𝐹
=0 4𝑦 2 − 4 = 0 𝑦 = −1 ∨ 𝑦 = 1
𝜕𝑦
Para uma análise mais simples, podem-se apresentar os resultados num quadro:
𝜕2𝐹
= 2𝑥 − 2
𝜕𝑥 2 −4 −4 4 4
𝜕2𝐹
= 8𝑦
𝜕𝑦 2 −8 8 −8 8
𝜕2𝐹
=0
𝜕𝑥𝜕𝑦 0 0 0 0
2
𝜕2𝑓 𝜕2𝑓 𝜕𝑓 2
Δ = (𝜕𝑥𝜕𝑦) − 𝜕𝑥 2 × 𝜕𝑦 2 − 32 32 32 −32
conclui-se que:
4
• em (−1, −1) existe um máximo de valor 𝐹(−1, −1) = 3
44
• em (3,1) existe um mínimo de valor 𝐹(3,1) = − 3
Quando a otimização de uma função está sujeita a uma determinada restrição (uma restrição
orçamental, por exemplo), os pontos críticos em análise (consequentemente eventuais
extremos) estão condicionados a pontos que cumprem a condição que define a restrição.
Uma estratégia possível, seria transformar a função de duas variáveis numa função apenas
com uma variável, com recurso à restrição (condição de ligação que relaciona x com y),
9 −2𝑥 1/3
𝑈(𝑥) = 𝑥 2/3 ( )
3
e calcular os extremos desta nova função seguindo as metodologias conhecidas para funções
reais de uma variável real. Não é esse, no entanto, o objetivo deste tema.
Seja f(x,y) uma função real com duas varáveis reais e g(x,y) = 0 uma condição que relaciona
as duas variáveis x e y (chamada condição de ligação). Pretendem-se calcular os extremos
relativos de f sujeitos à condição g.
Teorema de Lagrange:
Seja f uma função de duas variáveis independentes x e y com derivadas de primeira ordem
contínuas e g uma função de duas variáveis independentes x e y com primeiras derivadas
contínuas não nulas.
Se a função f admite um extremo 𝑓(𝑥0 , 𝑦0 ) quando está sujeito à restrição g(x, y) = 0, então
existe um número real 𝜆 (chamado multiplicador de Lagrange) tal que
𝜕𝑓 𝜕𝑓 𝜕𝑔 𝜕𝑔
((𝜕𝑥 ) , (𝜕𝑦) ) = 𝜆 ((𝜕𝑥 ) , (𝜕𝑦) ).
(𝑥0 ,𝑦0 ) (𝑥0 ,𝑦0 ) (𝑥0 ,𝑦0 ) (𝑥0 ,𝑦0 )
18
Ou Função Lagrangeana.
Como consequência desse teorema, surge o método dos multiplicadores de Lagrange para
determinar os pontos críticos de uma função f(x,y) sujeitos a uma determinada restrição
g(x,y) = 0:
𝜕𝐿
(𝑥, 𝑦, 𝜆) = 0
𝜕𝑥
𝜕𝐿
(𝑥, 𝑦, 𝜆) = 0
𝜕𝑦
𝜕𝐿
{𝜕𝜆 (𝑥, 𝑦, 𝜆) = 0 ⇔ 𝑔(𝑥, 𝑦) = 0
Os pontos (x,y) que verificam o sistema são os pontos críticos da função f(x,y) sujeita à
restrição g(x,y) = 0; ou seja, caso a função admita extremos, estes estão entre os pontos
determinados.
Exemplo:
Voltando ao exemplo da página 57, considere-se que a função objetivo que corresponde à
função utilidade de um consumidor é dada por 𝑈(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2/3 𝑦1/3, em que x e y são as
quantidades de determinados bens A e B, eventualmente substituíveis entre si, e cujo preço
unitário é respetivamente 2 e 3. As quantidades a consumir dos bens A e B estão
condicionadas pela restrição orçamental 2𝑥 + 3𝑦 = 9.
A Função Auxiliar de Lagrange é dada por 𝐿(𝑥, 𝑦, 𝜆) = 𝑥 2/3 𝑦1/3 + 𝜆 ⋅ (2𝑥 + 3𝑦 − 9).
A análise da natureza dos pontos críticos pode ser feita com recurso a uma condição
suficiente de 2ª ordem para a existência de extremo:
2
𝜕2𝐿 𝜕2𝐿 𝜕2𝐿
sendo ∆ = (𝜕𝑥𝜕𝑦 (𝑥0 , 𝑦0 )) − 𝜕𝑥 2 (𝑥0 , 𝑦0 ) ∙ 𝜕𝑦 2 (𝑥0 , 𝑦0 ), se
𝜕2𝐿
Δ<0 ⋀ > 0 ⇒ 𝑓 admite um mínimo relativo em (𝑥0 , 𝑦0 )
𝜕𝑥 2
𝜕2𝐿
Δ<0 ⋀ < 0 ⇒ 𝑓 admite um máximo relativo em (𝑥0 , 𝑦0 )
𝜕𝑥 2
Sendo condição suficiente, esta técnica não permite determinar pontos de sela em funções
condicionadas por condições de igualdade, pelo que para os restantes valores de ∆ nada se
pode concluir sobre a natureza dos pontos críticos.
Exercícios resolvidos:
Resolução:
𝜕𝐿
=0
𝜕𝑥 1 + 2𝜆𝑥 = 0 √2 √2
𝜕𝐿
𝑥= 𝑥=−
2 2
= 0 ⇔ { 1 + 2𝜆𝑦 = 0 ⇔ { ˅ {
𝜕𝑦 √2 √2
𝑦= 𝑦= −2
𝜕𝐿 𝑥2 + 𝑦2 − 1 = 0 2
{𝜕𝜆 = 0
√2 √2 √2 √2 √2 √2
Ou seja, são os pontos ( 2 , ), com 𝜆 = − e (− , − 2 ), com 𝜆 = .
2 2 2 2
∆ = 0 − 2𝜆 ∙ 2𝜆 ⇔ ∆ = −4𝜆2
√2 √2 𝜕2 𝐿
Ponto crítico ( 2 , ): ∆ = −2 < 0 e = −√2 < 0, logo f atinge um máximo
2 𝜕𝑥 2
√2 √2 √2 √2
relativo19 no ponto ( 2 , ) e o seu valor é 𝑓 ( 2 , ) = √2.
2 2
√2 √2 𝜕2𝐿
Ponto crítico (− , − ): ∆ = −2 < 0 e = √2 > 0, logo f atinge um mínimo
2 2 𝜕𝑥 2
√2 √2 √2 √2
relativo20 no ponto (− ,− 2 ) e o seu valor é 𝑓 (− ,− 2 ) = −√2.
2 2
Resolução:
𝜕𝐿
𝜕𝑥
= 2𝑥 − 3𝑦 − 2𝜆𝑥 = 0 2𝑥 − 3𝑥 2 − 6𝑥 2 + 2𝑥 = 0 −9𝑥 2 + 4𝑥 = 0
𝜕𝐿
𝜕𝑦
= −3𝑥 + 1 + 𝜆 = 0 ⇔ {𝜆 = 3𝑥 − 1 ⇔ {𝜆 = 3𝑥 − 1
𝜕𝐿
= 𝑦 − 𝑥2 = 0 𝑦 = 𝑥2 𝑦 = 𝑥2
{𝜕𝜆
4
𝑥=0 𝑥=9
16
⇔ {𝑦 = 0 ∨ 𝑦 = 81
1
𝜆 = −1
{𝜆 = 3
19
O Teorema de Weierstrass (ponto 5.3.2) permite concluir que é também máximo absoluto.
20
O Teorema de Weierstrass (ponto 5.3.2) permite concluir que é também mínimo absoluto.
4 16 1
pontos críticos: (0,0) para 𝜆 = −1 e (9 , 81) para 𝜆 = 3.
(0,0) 4 16
(9 , 81)
(𝜆 = −1) 1
(𝜆 = 3)
𝜕2 𝐿 4
= 2 − 2𝜆 4
𝜕𝑥 2
3
𝜕2𝐿
=0 0 0
𝜕𝑦 2
𝜕2𝐿
= −3 −3 −3
𝜕𝑥𝜕𝑦
2
𝜕2𝐿 𝜕2𝐿 𝜕2𝐿
𝛥 = (𝜕𝑥𝜕𝑦) − 𝜕𝑥 2 ⋅ 𝜕𝑦 2 9 9
Como já foi dito e este exemplo ilustra, há casos em que o método da Função Auxiliar de
Lagrange não permite determinar a natureza do ponto crítico.
A procura de extremos absolutos livres de uma função de duas variáveis vai ser reduzida ao
caso em que é possível serem identificados pela definição, ou seja, encontra-se um valor
maior ou igual a todas as imagens por f (máximo absoluto) ou um valor menor ou igual a
todas as imagens por f (mínimo absoluto).
Exemplos:
𝑥 2 + 𝑦 2 ≥ 0 ⇔ 1 + 𝑥 2 + 𝑦 2 ≥ 1 ⇔ 𝑓(𝑥, 𝑦) ≥ 1
1 é menor ou igual a todas as imagens por f; o seu valor é atingido para o mínimo valor
de 𝑥 2 + 𝑦 2 , ou seja, no ponto (0,0).
𝑥 2 + 𝑦 2 ≥ 0 ⇔ √𝑥 2 + 𝑦 2 ≥ 0 ⇔ −√𝑥 2 + 𝑦 2 ≤ 0 ⇔ 5 − √𝑥 2 + 𝑦 2 ≤ 5
Como 5, que é a imagem de (0,0), é maior ou igual a qualquer outra imagem por f, pode-
se concluir que f admite um máximo absoluto em (0,0) cujo valor é f(0,0) = 5.
Assim, conclui-se que ln√2 é menor ou igual a qualquer outra imagem por h, pelo que
se pode afirmar que ln√2 é um mínimo da função h, e o minimizante respetivo é (0,0).
Neste contexto, apenas vai ser abordado o caso em que a condição de ligação define em 𝑅 2
um conjunto fechado e limitado. Nessas condições, deverá ser tido em conta o Teorema do
Valor Extremo de Weierstrass:
Seja uma função f, real de várias variáveis reais, contínua no seu domínio, definida num
domínio fechado e limitado; então o conjunto das imagens de f é um conjunto limitado de
números reais e f possui, nesse domínio, valores máximo e mínimo absolutos.
Exemplo:
𝜕𝐿
= 𝑦 + 8𝜆𝑥 = 0 4𝑥 2 𝑦 2 = 4𝑥 2
𝜕𝑥 𝑦− = 0 𝑦 2 = 4𝑥 2
𝑦 𝑥
𝜕𝐿 𝑥 𝑥 𝜆 = − 2𝑦 ⇔
= 𝑥 + 2𝜆𝑦 = 0 ⇔ 𝜆 =− ⇔ {𝜆 = − ⇔
𝜕𝑦 2𝑦 2𝑦
1
𝜕𝐿 2 2 2𝑥 2 = 1 𝑥2 = 2
{𝜕𝜆 = 4𝑥 2 + 𝑦 2 − 4 = 0 {4𝑥 + 𝑦 − 4 = 0 {
√2 √2 √2 √2
𝑥= 𝑥=− 𝑥= 𝑥=−
2 2 2 2
⇔ 𝑦 2 = 2 ∨ 𝑦 2 = 2 ⇔ 𝑦 = ±√2 ∨ 𝑦 = ±√2
𝑥 𝑥 1 1
𝜆=− 𝜆=−
{ 2𝑦 { 2𝑦 {𝜆 = ∓ 4 {𝜆 = ± 4
2 2 1
pontos críticos: (√2 , √2) e (− √2 , − √2) para 𝜆 = −
4
√2 2 1
( 2 , − √2) e (− √2 , √2) para 𝜆 = 4
√2 √2 √2 √2
( 2 , √2) (− 2
, −√2) ( 2 , − √2) (− 2
, √2)
1 1 1 1
(𝜆 = − ) (𝜆 = ) (𝜆 = ) (𝜆 = )
4 4 4 4
𝜕2 𝐿
= 8𝜆 −2 −2 2 2
𝜕𝑥 2
𝜕2𝐿 1 1 1 1
= 2𝜆 − −
𝜕𝑦 2
2 2 2 2
𝜕2𝐿
=1 1 1 1 1
𝜕𝑥𝜕𝑦
2
𝜕2𝐿 𝜕2𝐿 𝜕2𝐿
Δ = (𝜕𝑥𝜕𝑦) − 𝜕𝑥 2 ⋅ 𝜕𝑦 2 0 0 0 0
O método da Função Auxiliar de Lagrange não permitiu determinar a natureza dos pontos
críticos. No entanto, como a condição de ligação define um domínio fechado e limitado para
a função (já que se trata de uma elipse), pode-se concluir que a função admite máximo e
mínimo absolutos, que serão respetivamente a maior e a menor imagem nos pontos críticos.
Graficamente:
Exemplos:
𝜕𝐿 2023
= 2 + 10𝑥 + 𝜆 = 0 2 + 10𝑥 = −𝜆 2 + 10𝑥 = −𝜆 𝜆=−
𝜕𝑥 9
𝜕𝐿 499
= 3 + 8𝑦 + 𝜆 = 0 ⇔ {3 + 8𝑦 = −𝜆 ⇔ {3 + 8𝑦 = 2 + 10𝑥 ⇔ 𝑦 =
𝜕𝑦 18
𝜕𝐿 401
𝑥 = 50 − 𝑦 𝑥 = 50 − 𝑦
{𝜕𝜆 = 𝑥 + 𝑦 − 50 = 0 {𝑥 = 18
401 499
verifica-se que existe um ponto crítico (𝑥, 𝑦) = ( 18 , ); pelas condições de 2ª ordem
18
𝜕2𝐿
= 10
𝜕𝑥 2
2
𝜕2𝐿 𝜕2𝐿 𝜕2𝐿 𝜕2𝐿 𝜕2𝐿
=8 ⇒( ) − 𝜕𝑥 2 × 𝜕𝑦 2 = −10 × 8 < 0 𝑒 = 10 > 0
𝜕𝑦 2 𝜕𝑥𝜕𝑦 𝜕𝑥 2
𝜕2𝐿
{𝜕𝑥𝜕𝑦 = 0
401 499
conclui-se, as quantidades (𝑥, 𝑦) = ( 18 , ) minimizam o custo total de produção do
18
2) Seja a função utilidade 𝑈(𝑥, 𝑦) = ln(𝑥𝑦) com 𝑥 > 0 e 𝑦 > 0 e em que x e y estão
sujeitos à restrição orçamental 𝑦 + 𝑥 = 𝑎 (𝑎 ∈ 𝑅\{0}). Pretende-se analisar a existência
de extremos de U.
𝜕𝐿 1
=𝑥+𝜆 =0 𝑎
𝜕𝑥 𝑥=𝑦 𝑥=2
𝜕𝐿 1
=𝑦+𝜆 =0 ⟺ { ⟺{
𝜕𝑦 𝑎
𝜕𝐿
𝑥+𝑦 =𝑎 𝑦=2
{𝜕𝜆 = 𝑥 + 𝑦 − 𝑎 = 0
𝑎 𝑎
Existe um ponto crítico, (2 , 2).
Nesse ponto,
𝜕2𝐿 1
= − 𝑥2
𝜕𝑥 2
𝜕2𝐿 2
1 𝜕2𝐿 𝜕2𝐿 𝜕2𝐿 4 𝜕2𝐿 1
= − 𝑦2 ⇒ (𝜕𝑥𝜕𝑦) − 𝜕𝑥 2 × 𝜕𝑦 2 = − 𝑎4 < 0 e = − 𝑥2 < 0
𝜕𝑦 2 𝜕𝑥 2
𝜕2𝐿
{𝜕𝑥𝜕𝑦 = 0
𝑎 𝑎 𝑎 𝑎 𝑎2
Portanto, em (2 , 2), U admite um mínimo com valor 𝑈 (2 , 2) = ln ( 4 )
1. Determine os pontos críticos e estude a sua natureza, para cada uma das funções:
a) 𝑧 = 2𝑥 3 + 𝑥𝑦 2 + 5𝑥 2 + 𝑦 2
𝑥
b) 𝑗(𝑥, 𝑦) = 𝑥+𝑦
c) 𝑧 = 𝑥 4 + 𝑦 4 − 2𝑥 2 − 2𝑦 2 + 4𝑥𝑦
16 5 5
d) w(a, b) = a + b − a − 5b
5
f) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 4𝑥 2 𝑒 𝑦 − 2𝑥 4 − 𝑒 4𝑦
2 +𝑦 2 )
g) 𝑓(𝑥, 𝑦) = (𝑥 2 + 3𝑦 2 ) ∙ 𝑒 −(𝑥
c) 𝑧(𝑥, 𝑦) = 5𝑥 2 − 𝑥𝑦 + 6𝑦 2 com x + 2y = 24
1
d) g ( x, y ) = x3 + y3 com y=
x
3. Determine os pontos críticos e recorra ao Teorema do Valor Extremo para concluir que
as funções admitem máximo e mínimo absoluto e indique-os:
4 x2 + y = 4
2
a) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥𝑦 com
b) z = x2 − y x2 = 4 − y
2 2
com
4. Considere a função de produção definida pela expressão 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 1/5 𝑦 4/5, em que
x são as unidades de capital (em euros) e y as de trabalho. Suponha que cada unidade
de capital custa C1 euros e cada unidade de trabalho custa C 2 euros; suponha ainda que
dispomos de C euros para esses custos e que nessas condições a função admite um
máximo. Determine as unidades de capital e de trabalho que maximizam a produção.
6. Suponha que as vendas (V) de um determinado produto são função das quantias
x e y gastas em inovação e publicidade respetivamente,
80𝑥 50𝑦
V= +
25+3𝑥 10+𝑦
e que o lucro obtido é igual à diferença entre 10% das vendas e os gastos em publicidade
e inovação.
Soluções:
5 125
1. a) mínimo em (0,0) de valor 0 e máximo em (− . 0) de valor
3 27
pontos de sela em ( − 2 , 1) e ( 2 ,− 1)
1 1
5. 4,646 toneladas
Em R, geralmente, uma função está definida por uma expressão do tipo y = f (x), ou seja, y
está definida como função de x na forma explícita. Por exemplo, 𝑦 = 3𝑥 5 − 𝑥 2 + 7.
No entanto, por vezes, as funções são dadas de forma implícita, ou seja por uma equação
do tipo F(x, y) = 0. No exemplo apresentado, seria 𝑦 − 3𝑥 5 + 𝑥 2 − 7 = 0.
Dada uma equação do tipo F(x,y) = 0, nem sempre é possível explicitar uma das variáveis
em função da outra. Ainda assim, em determinadas condições, continua a ser possível
𝑑𝑦
calcular a derivada y’(x) ou 𝑑𝑥 .
Seja F: 𝑅 2 → 𝑅; se:
(1) 𝐹(𝑥0 , 𝑦0 ) = 0
𝜕𝐹 𝜕𝐹
(2) 𝜕𝑥 (𝑥, 𝑦) e (𝑥, 𝑦) existem e são contínuas numa vizinhança V de (𝑥0 , 𝑦0 )
𝜕𝑦
𝜕𝐹
(3) 𝜕𝑦 (𝑥0 , 𝑦0 ) ≠ 0
Exemplo:
𝑥 3 + 𝑦 3 = 6𝑥𝑦 ⇔ ⏟
𝑥 3 + 𝑦 3 − 6𝑥𝑦 = 0
𝐹(𝑥,𝑦)
𝜕𝐹
= 3𝑥 2 − 6𝑦
𝜕𝑥
{𝜕𝐹 as derivadas parciais existem e são contínuas em 𝑅 2 .
2
= 3𝑦 − 6𝑥
𝜕𝑦
𝜕𝐹 1
Como 𝜕𝑦 (𝑥, 𝑦) = 0 ⇔ 𝑥 = 2 𝑦 2, a igualdade 𝑥 3 + 𝑦 3 = 6𝑥𝑦 define implicitamente y como
1
função de x em todos os pontos de 𝑅 2 que a verificam e não pertencem à parábola 𝑥 = 2 𝑦 2 .
𝜕𝐹 𝜕𝐹 𝑑𝑦
tem-se que (𝑥, 𝑦) + (𝑥, 𝑦) ∙ (𝑥, 𝑦) = 0.
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝑑𝑥
𝜕𝐹
𝑑𝑦 (𝑥,𝑦)
𝜕𝑥
Assim, nas condições do teorema anterior, é possível calcular = − 𝜕𝐹 .
𝑑𝑥 (𝑥,𝑦)
𝜕𝑦
Exemplos:
(1) Pretende-se determinar y’, quando existir, sendo y a função de x definida implicitamente
15
pela igualdade 𝑥 3 + 𝑦 3 = 6𝑥𝑦 − .
8
15 15
𝑥 3 + 𝑦 3 = 6𝑥𝑦 − ⇔𝑥 3 3
⏟ + 𝑦 − 6𝑥𝑦 + =0
8 8
𝐹(𝑥,𝑦)
𝜕𝐹
= 3𝑥 2 − 6𝑦 𝑑𝑦
𝜕𝐹
(𝑥,𝑦) 3𝑥 2 −6𝑦 2𝑦−𝑥 2
𝜕𝑥 𝜕𝑥
{𝜕𝐹 ⇒ = − 𝜕𝐹 = − 3𝑦 2−6𝑥 = 𝑦 2−2𝑥
𝑑𝑥
= 3𝑦 2 − 6𝑥 𝜕𝑦
(𝑥,𝑦)
𝜕𝑦
1
para todos os pontos (𝑥, 𝑦) que verificam aquela relação e tais que 𝑥 ≠ 2 𝑦 2 .
1 𝜕𝐹
Suponha-se agora que se pretende calcular a derivada 𝑦 ′ ( , 1). Como ( ) = 0, não se
2 𝜕𝑦 (1,1)
2
1 1 7
Substituindo (2 , 1) na expressão obtida, fica 𝑦 ′ (1 − 1) = − 4 + 2 ⟺ 0 = 4
1
logo, não existe derivada no ponto (2 , 1).
Já foi verificado no primeiro exemplo deste capítulo que a igualdade 𝑥 3 + 𝑦 3 = 6𝑥𝑦 define
implicitamente y como função de x em todos os pontos de 𝑅 2 que verificam a condição e
1
não pertencem à parábola 𝑥 = 2 𝑦 2 .
𝜕𝐹
Pretende-se calcular a derivada 𝑦 ′ (0,0). Como (𝜕𝑦) = 0, não se verifica a terceira
(0,0)
21
Estes pontos (não ordinários) chamam-se pontos singulares.
𝑑2 𝑦
Supondo agora que se pretende calcular a segunda derivada 𝑑𝑥 2 (ou y''), deriva-se novamente
1
𝑦 ′′′ (0 − 0) + 𝑦 ′′ (0 − 2) + 𝑦 ′′ (0 − 2) + 𝑦 ′ (0 + 0) = −2 + 0 + 0 ⟺ −4𝑦′′ = −2 ⟺ 𝑦′′ = 2
Derivadas de ordem superior são calculadas através da derivação sucessiva nos mesmos
moldes.22
𝜕𝐹 𝜕𝐹
𝜕𝑧 (𝑥,𝑦,𝑧) 𝜕𝑧 (𝑥,𝑦,𝑧)
𝜕𝑥 𝜕𝑦
(𝑥, 𝑦, 𝑧) = − 𝜕𝐹 e (𝑥, 𝑦, 𝑧) = − 𝜕𝐹
𝜕𝑥 (𝑥,𝑦,𝑧) 𝜕𝑦 (𝑥,𝑦,𝑧)
𝜕𝑧 𝜕𝑧
Exemplo:
𝜕𝑧 𝜕𝑧
Pretende-se determinar e , sendo 𝑥 3 + 𝑦 3 + 𝑧 3 + 6𝑥𝑦𝑧 = 1.
𝜕𝑥 𝜕𝑦
𝑥 3 + 𝑦 3 + 𝑧 3 + 6𝑥𝑦𝑧 = 1 ⇔ 𝑥
⏟3 + 𝑦 3 + 𝑧 3 + 6𝑥𝑦𝑧 − 1 = 0
𝐹(𝑥,𝑦,𝑧)
𝜕𝐹
= 3𝑥 2 + 6𝑦𝑧 𝜕𝑧 3𝑥 2 +6𝑦𝑧 𝑥 2 +2𝑦𝑧
𝜕𝑥
𝜕𝐹
= − 3𝑧 2+6𝑥𝑦 = − 𝑧 2+2𝑥𝑦
𝑑𝑥
= 3𝑦 2 + 6𝑥𝑧 ⇒ { 𝜕𝑧
𝜕𝑦 3𝑦 2 +6𝑥𝑧 𝑦 2 +2𝑥𝑧
𝜕𝐹 = − 3𝑧 2+6𝑥𝑦 = − 𝑧 2+2𝑥𝑦
2 𝑑𝑦
{ 𝜕𝑧 = 3𝑧 + 6𝑥𝑦
22
Limita-se a análise à indicação e exemplificação da estratégia de cálculo das derivadas de uma
função definida na forma implícita; no entanto, a análise dos pontos singulares exige um estudo
mais detalhado do comportamento da função na sua vizinhança, o que não é do âmbito do
programa.
Exercícios resolvidos:
1) Admitindo que 𝑦 = 𝑓(𝑥) é uma função derivável definida implicitamente pela equação
𝑥𝑦 2 + 𝑦 + 𝑥 = 1.
−1−[𝑓(𝑥)]2
a) Mostrar que 𝑓′(𝑥) = , para todo o 𝑥 ∈ 𝐷𝑓 e 2𝑥 𝑓(𝑥) + 1 ≠ 0.
2𝑥 𝑓(𝑥)+1
Resolução:
a) 𝑥𝑦 2 + 𝑦 + 𝑥 = 1 ⇔ ⏟
𝑥𝑦 2 + 𝑦 + 𝑥 − 1 = 0
𝐹(𝑥,𝑦)
𝜕𝐹
𝜕𝑥 𝑦 2 +1 −1−[𝑓(𝑥)]2
𝑓´(𝑥) = − 𝜕𝐹 = − 2𝑥𝑦+1 = (note-se que y = f (x))
2𝑥𝑓(𝑥)+1
𝜕𝑦
b) Recorde-se que a equação da reta tangente ao gráfico de uma função y = f (x) num ponto
de abcissa 𝑥0 , pode ser dada23 por
Resolução:
23
Esta fórmula é uma variante da equação reduzida y = mx+b.
2
Em (1,1) (ponto onde já sabemos que 𝑦 ′ = ), fica
3
2 2 2 2 2 2
6 ∙ (3) + 6𝑦 ′′ + 12 ∙ 3 − 4 − 8 ∙ 3 − 2𝑦 ′′ = 3 + 3 + 𝑦′′ ⟺ 3𝑦′′ = 0 ⇔ 𝑦′′ = 0
𝑑𝑦 𝑒 𝑒
3. Seja 𝑔(𝑥, 𝑦) = ln( 𝑥 2 + 𝑦 2 ); calcular no ponto (𝑥, 𝑦) = (√2 , √2), em que 𝑦(𝑥) é a
𝑑𝑥
Resolução:
2𝑥+2𝑦𝑦′ 𝑥
= 0 ⇔ 2𝑥 + 2𝑦𝑦′ = 0 ⇔ 𝑦′ = − 𝑦
𝑥 2 +𝑦 2
𝑒
𝑒 𝑒 𝑑𝑦 √2
No ponto (𝑥, 𝑦) = (√2 , √2), =− = −1
𝑑𝑥 𝑒
√2
Ou, tendo em conta que este ponto satisfaz as condições do Teorema da Função Implícita,
𝑔(𝑥, 𝑦) − 1 = 0 ⇔ ⏟ ( 𝑥2 + 𝑦2) − 1 = 0
ln
𝐹(𝑥,𝑦)
𝑒 𝜕𝐹(𝑥,𝑦)
𝜕𝐹(𝑥,𝑦) 2𝑦 𝜕𝐹 2√ 𝑑𝑦
2 𝜕𝑥
= 𝑥 2 +𝑦 2 ⇒ (𝜕𝑦) 𝑒 𝑒
= 𝑒 𝑒 ≠0 ⇒ =− 𝜕𝐹(𝑥,𝑦)
𝜕𝑦 (√ ,√ ) + 𝑑𝑥
2 2 2 2 𝜕𝑦
𝜕𝐹(𝑥,𝑦) 2𝑥
= 𝑥 2 +𝑦 2 𝑑𝑦
2𝑥
𝑥
𝜕𝑥 𝑥2 +𝑦2
{𝜕𝐹(𝑥,𝑦) 2𝑦
⇒ =− 2𝑦 = −𝑦
𝑑𝑥
= 𝑥 2 +𝑦 2 𝑥2 +𝑦2
𝜕𝑦
Resolução:
A classificação do ponto pode ser feita com recurso à segunda derivada no ponto. Assim,
continuando a derivar,
Como foi visto, o sinal do ∆ nas condições de segunda ordem é apenas condição suficiente
para a classificação de pontos críticos na análise de extremos relativos condicionados, pelo
que, quando ∆ ≥ 0 nada se pode concluir.
24
Recorde-se que, sendo 𝑦′(𝑥) = 0, 𝑦(𝑥) será um máximo relativo se e só se 𝑦′′(𝑥) < 0 e será um mínimo
relativo se e só se 𝑦′′(𝑥) > 0.
Nesta secção vai ser explicitado um método analítico de classificação de extremos com
recurso à derivação de uma função na forma implícita.
Concluiu-se anteriormente (página 58) que a função U admite um único ponto crítico
2
𝜕2𝐿 𝜕2𝐿 𝜕2𝐿
(𝑥, 𝑦) = (3,1). Verifica-se que ( ) − 𝜕𝑥 2 × 𝜕𝑦 2 = 0, pelo que as condições de segunda
𝜕𝑥𝜕𝑦
Para classificar o ponto crítico (3,1), é necessário conhecer o sinal de 𝐹′′(𝑥). É necessário,
portanto, calcular a sua expressão. Recorrendo à derivada na forma implícita (mais uma vez,
por uma questão de simplificação de notação, faz-se 𝑦(𝑥) = 𝑦, 𝑦′(𝑥) = 𝑦′ e 𝑦′′(𝑥) = 𝑦′′):
2 1
𝐹′(𝑥) = 3 𝑥 −1/3 𝑦 1/3 + 3 𝑥 2/3 𝑦 −2/3 ∙ 𝑦′
2 2 −1/3 −2/3 2 2
𝐹′′(𝑥) = − 9 𝑥 −4/3 𝑦1/3 + 9
𝑥 𝑦 ∙ 𝑦′ + 9 𝑥 −1/3 𝑦 −2/3 ∙ 𝑦′ − 9 𝑥 2/3 𝑦 −5/3 ∙ 𝑦′ ∙ 𝑦′ +
1
+ 3 𝑥 2/3 𝑦 −2/3 ∙ 𝑦′′
2 2 2 2 1
𝐹′′(3) = − 9 ∙ 3−4/3 + 9
∙ 3−1/3 ∙ 𝑦′(3) + 9
∙ 3−1/3 ∙ 𝑦′(3) − 9 ∙ 32/3 ∙ (𝑦′(3))2 + 3 ∙ 32/3 ∙ 𝑦′′(3)
Para calcular 𝑦′(3) e 𝑦′′(3), basta derivar (mais uma vez na forma implícita) a condição de
ligação 2𝑥 + 3𝑦 = 9 :
2
2 + 3𝑦′ = 0 ⟺ 𝑦′ = − 3
3𝑦′′ = 0 ⟺ 𝑦′′ = 0
Substituindo em 𝐹′′(3): 25
2 2 2 2 2 2 2 2 1
𝐹′′(3) = − 9 ∙ 3−4/3 + 9
∙ 3−1/3 ∙ (− 3) + 9
∙ 3−1/3 ∙ (− 3) − 9 ∙ 32/3 ∙ (− 3) + 3 ∙ 32/3 ∙ 0 =
2 8 8
= − 9 ∙ 3−4/3 − 27
∙ 3−1/3 − 81 ∙ 32/3 < 0
Seja a função utilidade 𝑈(𝑥, 𝑦) = √𝑥𝑦 em que x e y estão sujeitos à restrição orçamental
2𝑦 + 3𝑥 = 5. Pretende-se analisar a existência de extremos de U.
𝜕𝐿 1
= 2 𝑥 −1/2 𝑦 1/2 + 3𝜆 = 0
𝜕𝑥 1 1
𝑥 −1/2 𝑦 1/2 = 4 𝑥1/2 𝑦 −1/2 2𝑦 = 3𝑥
𝜕𝐿 1 1/2 −1/2 6
= 2𝑥 𝑦 + 2𝜆 = 0 ⟺ { ⟺{
𝜕𝑦
3𝑥 + 2𝑦 = 5 3𝑥 + 2𝑦 − 5 = 0
𝜕𝐿
{𝜕𝜆 = 3𝑥 + 2𝑦 − 5 = 0
5
𝑥=6
5 5
⟺{ Existe um ponto crítico, (6 , 4).
5
𝑦=4
25 2
Note-se que para 𝑦′ = − resulta 𝐹′(3) = 0 (verifique!), como teria que acontecer, tendo em conta que
3
𝜕2𝐿 1
= − 4 𝑥 −3/2 𝑦1/2
𝜕𝑥 2
2
𝜕𝐿2 1 𝜕2𝐿 𝜕2𝐿 𝜕2𝐿
= − 4 𝑥1/2 𝑦 −3/2 ⇒ (𝜕𝑥𝜕𝑦) − 𝜕𝑥 2 × 𝜕𝑦 2 = 0 (nada se conclui)
𝜕𝑦 2
5 5
Para classificar o ponto crítico (6 , 4) , é necessário conhecer o sinal de 𝐹′′(𝑥). É necessário,
portanto, calcular a sua expressão. Recorrendo à derivada na forma implícita (mais uma vez,
para simplificar as notações, representa-se 𝑦(𝑥) por y, 𝑦′(𝑥) por y' e y''(x) por y'':
1 1
𝐹′(𝑥) = 2 𝑥 −1/2 𝑦 1/2 + 2 𝑥1/2 𝑦 −1/2 ∙ 𝑦′
1 1 1 1
𝐹′′(𝑥) = − 4 𝑥 −3/2 𝑦1/2 + 𝑥 −1/2 𝑦 −3/2 ∙ 𝑦′ + 4 𝑥 −1/2 𝑦 −1/2 ∙ 𝑦′ − 4 𝑥1/2 𝑦 −3/2 ∙ 𝑦′ ∙ 𝑦′ +
4
1
+ 2 𝑥1/2 𝑦 −1/2 ∙ 𝑦′′
−1/2
5 1 5 −3/2 5 1/2 1 5 −1/2 5 −3/2 5 1 5 −1/2 5 5
𝐹′′ (6) = − 4 (6) (4) + ( ) (4) ∙ 𝑦′ (6) + 4 (6) (4) ∙ 𝑦′ (6) −
4 6
−3/2 2 −1/2
1 5 1/2 5 5 1 5 1/2 5 5
− 4 (6) (4) ∙ (𝑦′ (6)) + 2 (6) (4) ∙ 𝑦′′ (6)
5 5
Para calcular 𝑦′ (6) e 𝑦′′ (6), basta derivar (mais uma vez na forma implícita) a condição de
ligação 2𝑦 + 3𝑥 = 5 :
3
2𝑦′ + 3 = 0 ⟺ 𝑦′ = − 2
2𝑦′′ = 0 ⟺ 𝑦′′ = 0
5
Substituindo em 𝐹′′ (6) : 26
−1/2
5 1 5 −3/2 5 1/2 1 5 −1/2 5 −3/2 3 1 5 −1/2 5 3
𝐹′′ (6) = − 4 ∙ (6) ∙ (4) + 4
∙ (6) ∙ (4) ∙ (− 2) + 4 ∙ (6) ∙ (4) ∙ (− 2) −
−3/2 −1/2
1 5 1/2 5 3 2 1 5 1/2 5
− 4 ∙ (6) ∙ (4) ∙ (− 2) + 2 ∙ (6) ∙ (4) ∙0<0
5 5
Conclui-se assim, que para (𝑥, 𝑦) = (6 , 4), a utilidade é máxima e o valor da utilidade
5 5 25
máxima é 𝑈 ( , ) = √ .
6 4 24
6.5. Métodos numéricos para o cálculo dos zeros de uma função real de variável real
Seja f contínua num intervalo [𝑎, 𝑏]. Se 𝑓(𝑎) × 𝑓(𝑏) < 0, então entre a e b existe pelo menos
um zero da função f (sempre em número ímpar), enquanto que se 𝑓(𝑎) × 𝑓(𝑏) > 0, entre a
e b existe um número par de zeros (ou nenhum).27
26 2 5
Note-se que para 𝑦′ = − resulta 𝐹′ (6) = 0 (verifique!), como deveria acontecer, tendo em conta que
3
5 5
( , ) é ponto crítico da função F.
6 4
27
Consequências do Teorema de Bolzano.
Por outro lado, e como consequência do Teorema de Rolle,28 em cada intervalo definido, no
domínio de f, pelos zeros da sua derivada f ', existe no máximo um zero da função f – ficam
assim definidos os intervalos para os quais pode existir um zero da função.
Exemplo:
Para verificar a existência de zero em algum daqueles intervalos, basta calcular o sinal nos
seus extremos (ou o limite, no caso dos intervalos não limitados, inferior ou superiormente).
Assim:
𝑓(−1) > 0
28
Teorema de Rolle: Seja f uma função contínua em [𝑎, 𝑏] e diferenciável em ]𝑎, 𝑏[ e 𝑓(𝑎) = 𝑓(𝑏). Então,
∃𝑐 ∈ ]𝑎, 𝑏[ tal que 𝑓′(𝑐) = 0.
Pode-se assim concluir o valor em causa se encontra no intervalo ]−∞, −1[. É possível
encontrar (eventualmente por tentativas) um intervalo mais pequeno, encontrando um ponto
inferior a −1 cuja imagem seja negativa: como 𝑓(−3) = −27 + 9 + 3 = −15 < 0,
conclui-se que a raiz da função f, que no caso corresponde a 𝑦(1), está no intervalo ]−3, −1[.
Estando identificado um intervalo ]𝑥1 , 𝑥2 [ em cujos extremos a função tem sinais opostos, o
método mais simples de reduzir esse intervalo é o método da bissecção; tem a vantagem
adicional de ser um método bastante simples para implementar através de uma rotina
informática (em Excel, por exemplo). Neste método, a redução do intervalo é realizada
𝑥1 +𝑥2
mediante o cálculo do sinal da função no ponto médio do intervalo, 𝑓 ( ). Se este valor
2
não for nulo (porque, se fosse o caso, estaria logo encontrada a raiz exata), então ocorrerá
necessariamente uma mudança de sinal em uma (e uma só) das metades do intervalo original;
a redução desejada far-se-á substituindo o intervalo original por essa metade; deste modo,
𝑥1 +𝑥2
substitui 𝑥1 ou 𝑥2 , conforme o caso, e o processo repete-se.
2
Considerando 𝑦 = −2, que é o valor médio do intervalo ]−3, −1[, e calculando a sua
imagem, 𝑓(−2) > 0, conclui-se que a raiz está no intervalo ]−3, −2[, já que 𝑓(−2) e
𝑓(−3) têm sinais contrários. Repetindo o processo, agora com o valor médio deste último
intervalo, como 𝑓(−2,5) < 0 e como 𝑓(−2) > 0, conclui-se que a raiz está no intervalo
]−2,5; −2[. E assim sucessivamente, até se atingir um intervalo cuja amplitude seja inferior
a 0,002 – nessas condições, se for tomada como raiz o ponto médio desse intervalo, o erro
será inferior a metade dessa amplitude, ou seja, 0,001 como foi sugerido.
Evidentemente que, dado a morosidade dos cálculos envolvidos, podem ser feitos com
recurso a alguma ferramenta conveniente. Apresenta-se como sugestão a construção de uma
folha de cálculo Excel que, após um pequeno número de iterações, conduz a uma
aproximação nas condições pretendidas (o número de iterações será tanto maior quanto
menor se pretende o erro).
Conclui-se que um valor aproximado da raiz (ou zero) da função 𝑓(𝑦) = 𝑦 3 − 3𝑦 + 3 com
erro inferir a 0,001 é −2,1045. A figura seguinte, apresenta um valor "exato"29 que, como se
verifica, está a menos de 0,001 do valor encontrado.
29
Resultado obtido pela ferramenta WolframAlpha em www.wolframalpha.com.
O método tem por base o pressuposto de que pode ser considerada como aproximação a reta
tangente ao gráfico da função f no ponto inicial 𝑥0 ; o zero desta reta tangente será a
aproximação à raiz. Ou seja, as iterações resultam da substituição sucessiva dos valores de
x obtidos pela igualdade:31
𝑓(𝑥𝑘 )
𝑥𝑘+1 = 𝑥𝑘 −
𝑓′ (𝑥𝑘 )
30
Também conhecido como Método da Tangente.
31
A equação da reta tangente ao gráfico de f no ponto (𝑥𝑘 , 𝑓(𝑥𝑘 )) é 𝑦 = 𝑓 ′ (𝑥𝑘 )𝑥 − 𝑥𝑘 𝑓 ′ (𝑥𝑘 ) + 𝑓(𝑥𝑘 )
(verifique!) cujo zero é dado pela igualdade enunciada.
E assim sucessivamente, até que a diferença entre dois valores sucessivos seja inferior ao
erro pretendido. Recorrendo, mais uma vez, a uma folha de cálculo Excel,
1. Determine uma expressão da derivada y' das funções y(x) definidas na forma implícita:
a) sen (xy) + 2 = ln (x + y)
b) (x −3 y )
2 2 4 = x 2 y3
c) 𝑒 𝑥𝑦 + 𝑦 + 𝑥 2 = 0
(𝑦−𝑥)∙𝑒 𝑥
d) 𝑒 𝑥/𝑦 = 𝑥+𝑦
( )3
b) 1− x + y = x + 7 quando x = 1
(
c) x 2 − 2 y ) 3
= 2 x y 2 + 64 quando x = 0
( )
d) 2 x y3 +1 3 = 2 x − y3 quando x = 0
𝑑𝑦 𝑑2 𝑦
3. Calcular e no ponto (1,1) em que y é a função de x definida implicitamente pela
𝑑𝑥 𝑑𝑥 2
relação (𝑥 2 + 𝑦 2 )3 − 3(𝑥 2 + 𝑦 2 ) − 2 = 0
𝑥2 𝑦2
4. Seja y uma função definida implicitamente pela equação + = 𝑥𝑦.
2 2
𝑑𝑦
a) Determine 𝑑𝑥 num ponto genérico (x,y) tal que 𝑦 ≠ 𝑥.
𝑑𝑦
b) Determine 𝑑𝑥 no ponto (0,0).
𝑑𝑦
5. Calcule ( ) , em que y(x) é a função definida implicitamente pela igualdade
𝑑𝑥 𝑥=1
1
𝑥 2 − 2𝑥𝑦 + 𝑦 2 − 𝑥 + 𝑦 + 4 = 0.
𝑑𝑦 𝑑2 𝑦
6. Calcule (𝑑𝑥 ) e (𝑑𝑥 2 ) , em que y(x) é definida pela igualdade 𝑥 3 + 𝑦 3 = 3𝑥𝑦.
𝑥=0 𝑥=0
𝑑𝑦
7. Calcule (𝑑𝑥 ) , em que y(x) é a função definida implicitamente pela igualdade
𝑥=1
𝑥 2 − 2𝑥𝑦 + 𝑦 2 + 𝑥 + 𝑦 − 2 = 0.
Soluções:
1 3
−𝑦 𝑐𝑜𝑠(𝑥𝑦) 2𝑥𝑦 3 −8𝑥(𝑥 2 −3𝑦 2 )
𝑥+𝑦
1. a) 𝑦′ = 1 b) 𝑦′ = −3𝑥 2𝑦 2 −24𝑦(𝑥 2−3𝑦 2)3
𝑥 𝑐𝑜𝑠(𝑥𝑦)−
𝑥+𝑦
1 13 11
2. a) 𝑦 = 4𝑥 − 2 b) 𝑦 = 12 𝑥 + 12
1 8
c) 𝑦 = − 𝑥−2 d) 𝑦 = 𝑥 − 1
12 3
𝑑𝑦 2
3. 𝑑𝑥 = −1 e d 2y = – 2
dx
4. a) 1 b) 1
5. 1
6. dy =0 e d2 y = 2
dx x=0 2 3
d x x =0
dy dy
7. = 3 e = −1
dx (1,0 ) dx (1,1)
7. Aproximação de funções
7.1. Diferencial
Seja y = f (x) uma função real de variável real, contínua num intervalo [𝑥0 , 𝑥0 + ∆𝑥0 ] e
diferenciável em ]𝑥0 , 𝑥0 + ∆𝑥0 [ em que 𝑥0 é a variável independente.
Quando x sofre uma variação x, positiva ou negativa (a que chamamos incremento de x), y
também sofre uma variação correspondente, y (que pode ser positiva, negativa ou nula).
Suponhamos que f é diferenciável em x0. Como f’(x0) é o declive da reta tangente ao gráfico
𝑑𝑦
de f em (x0, f(x0)), 𝑑𝑥 = 𝑓′(𝑥) ⟺ 𝑑𝑦 = 𝑓′(𝑥)𝑑𝑥.
32
Ou diferencial total.
dy = ’(x) Δx
Exemplo:
1
Assim, √1,01 ≅ √1 + 𝑓′(1) × 0,01 ⇔ √1,01 ≅ 1 + 2√1 × 0,01 ⇔ √1,01 ≅ 1,005
𝜕𝑓 𝜕𝑓 𝜕𝑓
𝑑𝑧 = 𝜕𝑥 ⋅ Δ𝑥1 + 𝜕𝑥 ⋅ Δ𝑥2 + . . . + 𝜕𝑥 ⋅ Δ𝑥𝑛 .
1 2 𝑛
33
Recorde-se que o Teorema do Valor Médio de Lagrange valida este resultado: nas condições indicadas,
A figura que se segue, ilustra a definição anterior, considerando a caso particular de uma
função de duas variáveis, z = f (x,y), em que se encontram representados os pontos (𝑥, 𝑦) e
(𝑥 + Δ𝑥, 𝑦 + Δ𝑦) e as respetivas imagens:
Esta noção de diferencial pode ser utilizada no cálculo do valor aproximado de uma função
num ponto:
Exemplo:
𝜕𝑓 𝜕𝑓
𝑑𝑓 = 𝜕𝑥 ⋅ Δ𝑥 + 𝜕𝑦 ⋅ Δ𝑦 = (6𝑥 − 𝑦)Δ𝑥 + (−𝑥)Δ𝑦
𝜕𝑓 𝜕𝑓
Δ𝑓 ≅ 𝜕𝑥 ⋅ Δ𝑥 + 𝜕𝑦 ⋅ Δ𝑦 ⟺ Δ𝑓 ≅ (6𝑥 − 𝑦)Δ𝑥 + (−𝑥)Δ𝑦
Δ𝑥 = 1,01 − 1 = 0,01
Δ𝑦 = 1,98 − 2 = −0,02
𝜕𝑓 𝜕𝑓
𝛥𝑓 ≅ (𝜕𝑥 ) ⋅ Δ𝑥 + (𝜕𝑦) ⋅ Δ𝑦
(1,2) (1,2)
Exercício resolvido:
Resolução:
O ponto inicial poderia ser qualquer um, mas quanto mais distante estiver do ponto objetivo
(2,01; 0,05; 0,98), menor será a qualidade do ajustamento. Assim, considera-se para ponto
inicial (2,0,1).
𝛥𝑥 = 2,01 − 2 = 0,01
𝛥𝑦 = 0,05 − 0 = 0,05
𝛥𝑧 = 0,98 − 1 = −0,02
f ex f
= = e2
x y +z
2 2
( 2,0,1)
x
2y
− ex
f 2 y2 + z2 f
= =0
y y2 + z2 y ( 2,0,1)
2z
− ex
f 2 y2 + z2 f
= = − e2
z y2 + z2 z ( 2,0,1)
Pelo que
𝜕𝑓 𝜕𝑓 𝜕𝑓
Δ𝑓 ≅ (𝜕𝑥 ) ⋅ Δ𝑥 + (𝜕𝑦) ⋅ Δ𝑦 + (𝜕𝑧 ) ⋅ Δ𝑧 ⇔
(2,0,1) (2,0,1) (2,0,1)
e 2,01 e2 e 2,01
donde resulta + f 7,61
0,052 + 0,982 0 2 + 12 0,052 + 0,982
Expandindo a análise feita no ponto anterior, recorde-se que, o que está em causa, é
aproximar o valor de uma função real de uma ou várias variáveis em torno de um ponto,
ajustando essa função a um polinómio com recurso às suas derivadas sucessivas.
Seja f uma função real de variável real derivável até à ordem n numa vizinhança de a
(𝑎 ∈ 𝐷𝑓 ). Então, é possível definir o polinómio de Taylor de ordem n gerado por f no
ponto a:
𝑛
𝑓 (𝑘) (𝑎)
𝑇𝑎𝑛 𝑓(𝑥) =∑ (𝑥 − 𝑎)𝑘 =
𝑘!
𝑘=0
O polinómio de Taylor permite calcular um valor aproximado de uma função num ponto,
pelo que existe uma diferença entre o valor real da imagem do ponto por f e a sua
aproximação polinomial.
Exemplo:
𝑓′′(1) 1 3 3
𝑇12 𝑓(𝑥) = 𝑓(1) + 𝑓′(1)(𝑥 − 1) + (𝑥 − 1)2 = − 8 𝑥 2 + 4 𝑥 + 8 (verifique!) ou seja,
2!
1 3 3
𝑓(1,01) ≅ − 8 × 1,012 + 4 × 1,01 + 8 ⟺ 𝑓(1,01) ≅ 1,0049875
Seja f uma função real de variável real derivável até à ordem n+1 numa vizinhança I de a
(𝑎 ∈ 𝐷𝑓 ). Então, para qualquer 𝑥 ∈ 𝐼 e 𝑥 ≠ 𝑎, ∃ 𝜃 entre 𝑎 e 𝑥 de modo que
𝑓(𝑛+1) (𝜃)
𝑓(𝑥) = 𝑇𝑎𝑛 𝑓(𝑥) + (𝑛+1)!
(𝑥 − 𝑎)𝑛+1
𝑓(𝑛+1) (𝜃)
em que 𝑅𝑎𝑛 𝑓(𝑥) = (𝑛+1)!
(𝑥 − 𝑎)𝑛+1 é o Resto de Lagrange, ou seja, neste contexto, há
possibilidade de estimar o valor do erro através da majoração do seu valor absoluto. Quanto
maior for a ordem do polinómio, menor será o erro, já que está a ser introduzida mais
informação para o cálculo da estimativa, nomeadamente derivadas de ordem superior.
Exemplo:
No exemplo anterior,
5
𝑓 (𝑛+1) (𝜃) 1
𝑅12 𝑓(𝑥) = (𝑛+1)!
(𝑥 − 𝑎)𝑛+1 = 𝜃 − 2 (𝑥 − 1)3 (verifique!) com 𝜃 ∈ ]1; 1,1[
16
5
1 3 3 1
𝑓(1,01) = − 8 × 1,012 + 4 × 1,01 + 8 + 16 𝜃 − 2 × 0,013
5 5 5
1 1
1 < 𝜃 < 1,1 ⟹ 1 < 𝜃 2 < 1,12 ⟹ 5 < 1 ⟹ 16 𝜃 − 2 × 0,013 < 6,25 × 10−8
𝜃2
Ou seja, o erro de aproximação é inferior a 6,25 × 10−8 , o que revela o grau de precisão da
aproximação.35
34
Este ponto não faz parte dos temas em avaliação.
35
O valor "exato" com 10 dígitos fornecido por uma calculadora, é 1,004987562. O valor absoluto da diferença
é de 6,25 × 10−8 , o que está de acordo com a estimativa encontrada.
7.2.3. Polinómio de Taylor de 1º e 2º graus para funções reais de duas variáveis reais
Seja f (x,y) uma função que admite derivadas parciais de 1ª ordem, contínuas numa
vizinhança do ponto (𝑥0 , 𝑦0 ).
𝜕𝑓 𝜕𝑓
𝑃(𝑥, 𝑦) = 𝑓(𝑥0 , 𝑦0 ) + (𝜕𝑥 ) (𝑥 − 𝑥0 ) + ( ) (𝑦 − 𝑦0 )
(𝑥0 ,𝑦0 ) 𝜕𝑦 (𝑥0 ,𝑦0 )
Analogamente, seja f (x,y) uma função que admite derivadas parciais de 1ª e 2ª ordem numa
vizinhança do ponto (𝑥0 , 𝑦0 ). Então o Polinómio de Taylor de 2ª ordem é dado pela
expressão
𝜕𝑓 𝜕𝑓 𝜕2 𝑓 (𝑥−𝑥0 )2
𝑃(𝑥, 𝑦) = 𝑓(𝑥0 , 𝑦0 ) + ( ) (𝑥 − 𝑥0 ) + ( ) (𝑦 − 𝑦0 ) + ( ) +
𝜕𝑥 (𝑥0 ,𝑦0 ) 𝜕𝑦 (𝑥 ,𝑦 ) 𝜕𝑥 2 (𝑥0 ,𝑦0 ) 2
0 0
𝜕2 𝑓 𝜕2 𝑓 (𝑦−𝑦0 )2
+ (𝜕𝑥𝜕𝑦) (𝑥 − 𝑥0 )(𝑦 − 𝑦0 ) + ( )
(𝑥0 ,𝑦0 ) 𝜕𝑦 2 (𝑥 ,𝑦 ) 2
0 0
Como já foi referido, o polinómio de Taylor permite calcular um valor aproximado de uma
função num ponto, através de uma aproximação polinomial. A aproximação através do
polinómio de Taylor de 1ª ordem, corresponde à aproximação com recurso ao diferencial,
vista no ponto anterior.
36
Note-se que o Diferencial corresponde ao Polinómio de Taylor de 1º ordem, que, consequentemente, pode
ser generalizado a qualquer número de variáveis – ver exemplo 3 da página 98.
37
Por uma questão de simplificação de notação, serão referenciados apenas por P(x,y).
f
f ( x; y ) f (1,2 ) + (x − 1) + f
2
( y − 2) + f2
(x −1)2 +
x (1, 2 ) y (1, 2 ) x (1, 2 ) 2
2 f
+ ( x − 1)( y − 2 ) +
2 f
( y − 2)2
xy y2
(1, 2 ) (1, 2 ) 2
f f
= 6x − y =4
x x (1, 2 )
f f
= − x = −1
y y (1, 2 )
∂2 𝑓
= −1;
𝜕𝑥𝜕𝑦
∂2 𝑓
=6
𝜕𝑥 2
∂2 𝑓
𝜕𝑦 2
=0
f (1,01;1,98) 1,0605
Recorde-se que o valor aproximado calculado com recurso ao diferencial (ou polinómio de
Taylor de 1ª ordem) foi 1,06. O valor exato calculado pela máquina é 1,0605. Quanto maior
for a ordem do desenvolvimento, menor é a diferença entre os valores exato e aproximado,
ou seja, menor é o erro.
200ln𝑐 50ln2 𝑐
𝑄′(𝑐) = √𝑐 + 1000 + √𝑐+1000
𝑐
𝜕𝑓 𝜕𝑓
𝑃(𝑥, 𝑦) = 𝑓(𝑥0 , 𝑦0 ) + (𝜕𝑥 ) (𝑥 − 𝑥0 ) + ( ) (𝑦 − 𝑦0 )
(𝑥0 ,𝑦0 ) 𝜕𝑦 (𝑥0 ,𝑦0 )
𝜕𝑈 𝜕𝑈
𝑈(2,7) ≅ 𝑈(1,8) + ( 𝜕𝑥 ) (2 − 1) + ( ) (7 − 8)
(1,8) 𝜕𝑦 (1,8)
𝜕𝑈 2 4
( 𝜕𝑥 ) = 3 𝑥 −1/3 𝑦 1/3 | =3
(1,8) (1,8)
𝜕𝑈 1 1
(𝜕𝑦 ) = 3 𝑥 2/3 𝑦 −2/3 | = 12
(1,8) (1,8)
4 1
𝑈(2,7) − 𝑈(1,8) ≅ 3 − 12 ⟺ 𝑑𝑈 ≅ 1,25
𝜕𝑓 𝜕𝑓 𝜕2 𝑓 (𝑥−𝑥0 )2
𝑃(𝑥, 𝑦) = 𝑓(𝑥0 , 𝑦0 ) + (𝜕𝑥) (𝑥 − 𝑥0 ) + ( )
𝜕𝑦
(𝑦 − 𝑦0 ) + ( 2 )
𝜕𝑥 (𝑥0 ,𝑦0 ) 2
+
(𝑥0 ,𝑦0 ) (𝑥0 ,𝑦0 )
𝜕2 𝑓 𝜕2 𝑓 (𝑦−𝑦0 )2
+ (𝜕𝑥𝜕𝑦) (𝑥 − 𝑥0 )(𝑦 − 𝑦0 ) + ( 2 )
(𝑥0 ,𝑦0 ) 𝜕𝑦 (𝑥 ,𝑦 ) 2
0 0
𝜕𝑈 𝜕𝑈 𝜕2 𝑈 (2−1)2
𝑈(2,7) ≅ 𝑈(1,8) + ( 𝜕𝑥 ) (2 − 1) + ( ) (7 − 8) + ( ) +
(1,8) 𝜕𝑦 (1,8) 𝜕𝑥2 (1,8) 2
𝜕2 𝑈 𝜕2 𝑈 (7−8)2
+( ) (2 − 1)(7 − 8) + ( )
𝜕𝑥𝜕𝑦 (1,8) 𝜕𝑦2 (1,8) 2
𝜕2 𝑈 2 4
( 𝜕𝑥2 ) = − 9 𝑥 −4/3 𝑦1/3 | = −9
(1,8) (1,8)
𝜕2 𝑈 2 1
( ) = 𝑥−1/3 𝑦−2/3 | = 18
𝜕𝑥𝜕𝑦 (1,8) 9 (1,8)
𝜕2 𝑈 2 1
( 𝜕𝑦2 ) = − 9 𝑥 2/3 𝑦 −5/3 | = − 144
(1,8) (1,8)
4 1 4 1 1 1 1
𝑈(2,7) ≅ 2 + 3 − 12 − 9 × 2 − 18 − 144 × 2 ⟺ 𝑈(2,7) ≅ 2,97
O valor exato de 𝑈(2,7) (com duas casas decimais) é 3,04, o que mais uma vez ilustra
uma maior capacidade de aproximação do desenvolvimento de uma ordem superior,
como já foi referido.
3
√𝑎2 +𝑏 2
𝑃(𝑎, 𝑏, 𝑞) = 𝑞
Com recurso ao Polinómio de Taylor de ordem 1 (ou diferencial) para três variáveis,
pretende-se calcular o valor aproximado da variação do preço, quando a varia 0,05a, b
varia 0,05b e q varia 0,05q:
𝜕𝑃 𝜕𝑃 𝜕𝑃
𝑑𝑃 ≅ (𝜕𝑎 ) × 0,05𝑎 + (𝜕𝑏 ) × 0,05𝑏 + (𝜕𝑞 ) × 0,05𝑞
(𝑎,𝑏,𝑞) (𝑎,𝑏,𝑞) (𝑎,𝑏,𝑞)
𝜕𝑃 2𝑎
(𝜕𝑎 ) = 3
(𝑎,𝑏,𝑞) 𝑞 √(𝑎2 +𝑏 2 )2
𝜕𝑃 2𝑏
( ) = 3
𝜕𝑏 (𝑎,𝑏,𝑞) 𝑞 √(𝑎2 +𝑏 2 )2
3
𝜕𝑃 √𝑎2 +𝑏 2
(𝜕𝑞 ) =−
(𝑎,𝑏,𝑞) 𝑞2
Substituindo,
3
2𝑎 2𝑏 √𝑎2 +𝑏2
𝑑𝑃 ≅ 3 × 0,05𝑎 + 3 × 0,05𝑏 − × 0,05𝑞
𝑞 √(𝑎2 +𝑏 2 ) 2 𝑞 √(𝑎2 +𝑏2 ) 2 𝑞2
3 3 3
2𝑎 √𝑎2 +𝑏 2 2𝑏 √𝑎2 +𝑏 2 √𝑎2 +𝑏2
𝑑𝑃 ≅ × 0,05𝑎 + × 0,05𝑏 − × 0,05
𝑞(𝑎2 +𝑏 2 ) 𝑞(𝑎2 +𝑏2 ) 𝑞
3 3 3
𝑎2 √𝑎2 +𝑏2 𝑏 2 √𝑎2 +𝑏2 √𝑎2 +𝑏2
𝑑𝑃 ≅ + − × 0,05
𝑞(𝑎2 +𝑏 2 ) 𝑞(𝑎2 +𝑏 2 ) 𝑞
3 3
(𝑎2 +𝑏 2 ) √𝑎2 +𝑏2 √𝑎2 +𝑏2
𝑑𝑃 ≅ − × 0,05
𝑞(𝑎2 +𝑏 2 ) 𝑞
3 3
√𝑎2 +𝑏 2 √𝑎2 +𝑏2
𝑑𝑃 ≅ − 0,05 ×
𝑞 𝑞
3
√𝑎2 +𝑏2
𝑑𝑃 ≅ 0,95 × 𝑞
𝑑𝑃 ≅ 0,95𝑃
1. O lucro L de uma empresa produtora de lençóis de algodão é dado por uma função do
salário médio dos seus empregados (S), do preço da tonelada de algodão (C) e do preço
1
médio de venda de cada lençol (P), segundo a expressão 𝐿 = 300𝑃 ∙ 𝑒 2𝐶 − 3𝑆 2
2. O lucro L de uma empresa de fundição de ferro é função das vendas T (em toneladas)
de ferro, do custo C da eletricidade e do custo M das matérias primas, sendo a relação
definida pela expressão:
Durante o ano atual, a administração tem como objetivo um aumento de 5% nos lucros.
Sabendo que neste ano o preço da eletricidade subiu 10% e o custo das matérias primas
baixou 4%, que nível de vendas deverá ser atingido para que a empresa consiga atingir
os seus objetivos?
b) 1,042,02
1,01
c)
√(−0,08)2 +2,12
a) f ( x, y) = x y3 − y2 + y + 2 no ponto (1,2)
b) g ( x, y ) = x y no ponto (1,2)
a) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑒 𝑥𝑦
3
8. Calcule um valor aproximado de ln 2 com recurso ao Polinómio de Taylor de 3ª ordem
1
da função 𝑓(𝑥) = ln 𝑥, centrado em 1, e mostre38 que o erro cometido é inferior a .
64
9. Use Polinómios de Taylor de graus 1 e 2 com duas variáveis, para encontrar um valor
aproximado de 0,9 ln(0,1 + 𝑒) e compare as estimativas obtidas.
38
Facultativo (nota 34).
Soluções:
1. Aumenta 544
2. 987
3. a) 42 429
b) 540 167
4. a) 0,04
b) 1,08
c) 0,48
5. a) 8 + 8 (𝑥 − 1) + 9 (𝑦 − 2) + 12 (𝑥 − 1)(𝑦 − 2) + 5 (𝑦 − 2)2
b) 𝑥 2 + (𝑥 − 1)(𝑦 − 2)
6. a) 1 + xy
b) 2xy
8. 0,396
9. 0,9324
8. Homogeneidade
8.1 Definição
Exemplos:
1) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 4 + 2𝑦 4 + 3𝑥 2 𝑦 2
1
2) 𝑉(𝐾, 𝐿) = (𝐶1 𝐾 −𝑎 + 𝐶2 𝐿−𝑎 )−𝑏
1 1
𝑉(𝜆𝐾, 𝜆𝐿) = (𝐶1 (𝜆𝐾)−𝑎 + 𝐶2 (𝜆𝐿)−𝑎 )− 𝑏 = (𝐶1 𝜆−𝑎 𝐾 −𝑎 + 𝐶2 𝜆−𝑎 𝐿−𝑎 )− 𝑏 =
1 1 𝑎
= (𝜆−𝑎 )− 𝑏 (𝐶 −
⏟ 1 𝐾 −𝑎 + 𝐶2 𝐿−𝑎 ) 𝑏 = 𝜆𝑏 𝑉(𝐾, 𝐿)
𝑉(𝐾,𝐿)
𝑎
Logo, V é uma função homogénea de grau 𝑏.
𝑥 3 −𝑥𝑦 2
3) ℎ(𝑥, 𝑦) = 𝑥𝑦
39
Quando a homogeneidade é de grau 1, diz-se que é Homogeneidade Linear.
4) 𝑔(𝑎, 𝑏) = 2𝑎𝑏 − 𝑎2 + 1
Não é possível isolar a função, colocando uma potência de base 𝜆 em evidência; logo,
g não é uma função homogénea.
Seja 𝑓: 𝑅 𝑛 → 𝑅 uma função homogénea de grau k (𝑘 ∈ 𝑅); então, para todos os pontos
(𝑥1 , 𝑥2 , . . . , 𝑥𝑛 ) pertencentes ao 𝐷𝑓 , e para os quais existem todas as primeiras derivadas
parciais, é válida a seguinte igualdade:
𝜕𝑓 𝜕𝑓 𝜕𝑓
⋅ 𝑥1 + 𝜕𝑥 ⋅ 𝑥2 +. . . + 𝜕𝑥 ⋅ 𝑥𝑛 = 𝑘 ⋅ 𝑓(𝑥1 , 𝑥2 , . . . , 𝑥𝑛 )
𝜕𝑥1 2 𝑛
Exemplo:
𝜕𝑓 𝜕𝑓
Verificar o Teorema de Euler, é verificar a igualdade ⋅ 𝑥 + 𝜕𝑦 ⋅ 𝑦 = 4 ⋅ 𝑓(𝑥, 𝑦).
𝜕𝑥
𝜕𝑓 𝜕𝑓
⋅ 𝑥 + 𝜕𝑦 ⋅ 𝑦 = (4𝑥 3 + 6𝑥𝑦 2 ) ⋅ 𝑥 + (8𝑦 3 + 6𝑥 2 𝑦) ⋅ 𝑦 =
𝜕𝑥
= 4𝑥 4 + 6𝑥 2 𝑦 2 + 8𝑦 4 + 6𝑥 2 𝑦 2 =
= 4𝑥 4 + 12𝑥 2 𝑦 2 + 8𝑦 4 =
= 4(𝑥 4 + 3𝑥 2 𝑦 2 + 2𝑦 4 ) = 4𝑓(𝑥, 𝑦)
Teorema:
Exemplo:
𝜕𝑓
Ainda o mesmo exemplo, 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 4 + 2𝑦 4 + 3𝑥 2 𝑦 2 ⇒ 𝜕𝑥 = 4𝑥 3 + 6𝑥𝑦 2
𝜕𝑓 𝜕𝑓
(𝜆𝑥, 𝜆𝑦) = 4(𝜆𝑥)3 + 6𝜆𝑥(𝜆𝑦)2 = 4𝜆3 𝑥 3 + 6𝜆𝑥𝜆2 𝑦 2 = 𝜆3 (𝑥, 𝑦)
𝜕𝑥 𝜕𝑥
homogénea de grau 3
Teoremas:
𝑓
iii) é homogénea de grau 𝑚 − 𝑝:
𝑔
Definição:
Exemplo:
Para produzir determinado bem empregam-se dois fatores produtivos 𝐹𝑃1 e 𝐹𝑃2 nas
quantidades anuais x e y respetivamente. A função de produção, em função das quantidades
dos fatores, é dada por 𝑃(𝑥, 𝑦) = 100𝑥 0,5 𝑦 0,6.
40
Qualquer função homogénea, é positivamente homogénea.
𝑃(𝜆𝑥, 𝜆𝑦) = 100(𝜆𝑥)0,5 (𝜆𝑦)0,6 = 100𝜆0,5 𝑥 0,5 𝜆0,6 𝑦 0,6 = 𝜆1,1 𝑃(𝑥, 𝑦)
Exercícios resolvidos:
𝑥 𝛽 −𝑦 𝛽
1) Dada a função ℎ(𝑥, 𝑦) = (𝑥+𝑦) 𝛽/2, determinar 𝛽 de modo que o grau de homogeneidade
de ℎ(𝑥, 𝑦) seja 1.
Resolução:
𝛽
Para que o grau de homogeneidade seja 1, = 1 ⇔ 𝛽 = 2.
2
𝜕𝑔
b) Se p = 3, qual o valor de 𝜕𝑥 no ponto (1,0,0), sabendo que 𝑔(1,0,0) = 4?
1
Resolução:
𝜕𝑔 𝜕𝑔 𝜕𝑔
c) Pelo Teorema de Euler, 𝑥1 ⋅ 𝜕𝑥 + 𝑥2 ⋅ 𝜕𝑥 + 𝑥3 ⋅ 𝜕𝑥 = 3 ⋅ 𝑔(𝑥1 , 𝑥2 , 𝑥3 );
1 2 3
𝜕𝑔 𝜕𝑔 𝜕𝑔 𝜕𝑔
1∙( ) +0∙( ) +0∙( ) = 3 ∙ 𝑔(1,0,0) = 12 ⟺ ( ) = 12
𝜕𝑥1 (1,0,0) 𝜕𝑥2 (1,0,0) 𝜕𝑥3 (1,0,0) 𝜕𝑥1 (1,0,0)
𝑥𝛼𝑦𝛽 1
3) Calcular α e β de modo que a função 𝑢(𝑥, 𝑦) = 𝑥 𝛽 +𝑦 𝛽 seja homogénea de grau 2.
Resolução:
u (x, y) =
(x ) (y )
= + − x y
=
x y
(x ) + (y ) x + y x + y
1 1
Grau de homogeneidade 2 ⇒ 𝛼 = 2 ∧ 𝛽 é qualquer.
𝛼 𝜆2 𝜂 3
c) 𝑘(𝛼, 𝛽) = arcsen 𝛽 d) ℎ(𝜆, 𝜂) = 𝜂−𝜆
3
2 +𝑦 2 √4𝑢−2𝑣
e) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 ⋅ 𝑒 𝑥 f) ℎ(𝑢, 𝑣, 𝑤) =
√𝑤
𝑥+𝑦
g) 𝑚(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2 𝑦 5 ∙ 𝑒 𝑥−𝑦
𝑥 2 +𝑦 2 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢
3. Sabendo que 𝑢 = 𝑥 3 ⋅ sen , calcule 𝑥 𝜕𝑥 + 𝑦 𝜕𝑦 + 𝑧 𝜕𝑧 .
𝑧2
𝑥3𝑦2 𝜕𝑢 𝜕𝑢
4. Sabendo que 𝑢 = , calcule 𝑥 𝜕𝑥 + 𝑦 𝜕𝑦.
√𝑥 2 +𝑦 2
√𝑥 𝛼 𝑦
a) 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥 2 𝑦 + + 𝑦 𝛽−1 𝑧
√𝑧 𝛽
b) 𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 7𝑥 𝛼 𝑦 𝛽 + 𝑥 2 √𝑦 + 𝑧 𝛼−1
𝑥 𝑥2𝑦𝛼 𝑧𝛽
c) ℎ(𝑥, 𝑦, 𝑧) = ln 𝑦 + + 𝑥 3𝛼
𝑧𝛽
𝑥𝑎𝑦𝑏
6. Considere a função 𝑧 = 𝐴 ⋅ 𝑥 𝑐 +𝑦 𝑐, em que a, b, c e A ∈ R.
7. Determine 𝛽 de modo que o grau de homogeneidade das funções seguintes seja o indicado:
1
f ( x, y ) =
(3x )
a) com grau de homogeneidade 2/3.
−2 −2 1 /
+5 y
b) (
f (k , l ) = 3k − + 5 l − ) −1/ 4
com grau de homogeneidade 1/2.
8. Seja h (x, y) uma função homogénea de grau n. Seja 𝑓(𝑥, 𝑦) = ℎ(𝑥𝑦, 𝑦 2 ). Verifique que
𝑓(𝑥, 𝑦) é uma função homogénea e indique o seu grau de homogeneidade.
9. Seja f (x, y) uma função homogénea de grau 2 e diferenciável. Com recurso ao teorema
de Euler mostre que:
𝜕2𝑓 𝜕2 𝑓 𝜕𝑓
𝑥 ⋅ 𝜕𝑥 2 (𝑥, 𝑦) + 𝑦 ⋅ 𝜕𝑥𝜕𝑦 (𝑥, 𝑦) = 𝜕𝑥 (𝑥, 𝑦)
10. Seja h uma função homogénea de grau 2, da qual se conhece ℎ(6,15) = 3. Determine
ℎ(2,5).
11. Seja g uma função homogénea. Determine o seu grau de homogeneidade, sabendo que
𝑔(2, −1) = −5 𝑔(−10,5).